Financiamento imobiliário da Caixa é recorde histórico

De janeiro a abril, setor somou R$ 10 bilhões e passou 104% o total registrado no mesmo período de 2008

O financiamento imobiliário pela Caixa Econômica Federal (CEF) somou R$ 10 bilhões de janeiro a abril. O valor é recorde e supera em 104% o total registrado no mesmo período de 2008. O número de unidades chegou a 207 mil, com expansão de 114% na comparação com o intervalo equivalente do ano passado. Em nota, o vice-presidente de governo da Caixa, Jorge Hereda, informou que o financiamento habitacional até abril ultrapassou os R$ 8,9 bilhões de 2008 e representa o dobro do total financiado em 2003.

De 14 de maio a 21 de junho, a Caixa realizará a quinta edição do Feirão Caixa da Casa Própria, em dez cidades. Nos cinco primeiros feirões, estarão disponíveis 109 mil imóveis, incluindo novos, usados e na planta. O evento será realizado, inicialmente, no Rio de Janeiro e em seguida em Salvador, Curitiba, Uberlândia, Belo Horizonte, São Paulo, Brasília, Recife, Porto Alegre e Fortaleza. Em 2008, o evento movimentou R$ 4 bilhões entre valores contratados e negócios encaminhados. A Caixa tem a expectativa que o Feirão deste ano supere os anteriores.

As linhas de financiamento da Caixa atendem a todas os segmentos de renda, com prazo de até 30 anos e prestações decrescentes. Os juros variam de TR mais 4,5% a 11,4% ao ano.

Diante da demanda causada pelo lançamento do pacote habitacional “Minha Casa, Minha Vida”, a Caixa já trabalha com a possibilidade de ultrapassar o orçamento deste ano na concessão de financiamentos habitacionais, que é de R$ 27 bilhões. Segundo a superintendente nacional de habitação do banco, Bernadete Coury, a expectativa se baseia no ritmo forte de novas contratações de empréstimos imobiliários verificado nos quatro primeiros meses do ano.

Os R$ 27 bilhões em recursos se compõem de dinheiro do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), das cadernetas de poupança e da própria Caixa Econômica.

Fonte: jornal O Estado de S. Paulo

Jornalista responsável – Altair Santos MTB 2330 – Tempestade Comunicação


Nova lei acaba com amadorismo no estágio

Promulgada no ano passado, ela obriga uma relação mais profissional entre a empresa e o estudante

Lucimara do Nascimento, do IEL-PR: exigências do mercado fazem com que jovem procure uma formação complementar
Lucimara do Nascimento, do IEL-PR: exigências do mercado fazem com que jovem procure uma formação complementar

No ano passado, o governo sancionou a nova lei do estágio. Alguns a viram como um avanço; outros, como um retrocesso. Polêmicas à parte, o fato é que todos os atores desse espectro tiveram de se adaptar. De um lado, as instituições de ensino superior, que precisaram readequar seus projetos pedagógicos para possibilitar o direito de estágio aos estudantes. Do outro, as empresas agora são obrigadas a conceder férias proporcionais, vale-transporte, bolsa-auxílio e seguro contra acidentes pessoais a seus estagiários. Por fim, aos estudantes será limitada a carga horária de trabalho para no máximo 30 horas semanais, além da restrição da duração do estágio, que não poderá exceder dois anos.

Todas essas alterações, substituindo uma lei que vigorava há 30 anos, precisaram de um tempo de maturação. Por isso, o setor de estágios enfrentou uma forte queda no último trimestre de 2008. Os agentes de integração empresa-escola, como o Instituto Euvaldo Lodi (IEL) e o Centro de Integração Empresa Escola (CIEE), foram decisivos para que a nova lei fosse entendida rapidamente, principalmente pelas empresas. Em síntese, a legislação profissionalizou a relação empresa-estagiário. Ela acaba com o amadorismo nesta área. É o que explicam as coordenadoras de estágio do IEL nacional, localizado em Brasília, e do IEL do Paraná, em Curitiba. Tanto para Erika Caetano quanto para Lucimara do Nascimento, a nova lei do estágio é bem melhor que a anterior e a expectativa para 2009 é que a oferta de vagas para estudantes seja ampliada dentro das empresas. Confira:

Quais pontos da nova lei causam mais polêmica?
Erika Caetano, do IEL-DF - A gente viu muitas matérias em jornais, divulgando direitos que os estudantes não tinham. Foi divulgado, por exemplo, que o estudante teria direito a 13° salário. E ele não tem 13°. Na verdade, ele tem direito a recesso remunerado. Seria como férias, e não 13°. Acredito que este impacto deve-se ao mal entendimento da lei. Como ela trouxe muitas obrigações para as instituições de ensino e para as empresas, e entrou em vigor na data de publicação, pegou todo mundo de surpresa. Inclusive os agentes de integração. Então o Brasil meio que parou para poder entender a lei, interpretar a lei. Juristas estavam tendo opiniões diferentes de determinados artigos e isso causou a queda na oferta de estágios, mas agora já voltou ao ritmo normal.

Parece que o item que mais os empresários questionam é aquele que determina o limite de 6 horas para a jornada de trabalho diária. Argumentam que não permitir a jornada de 8 horas para todas as carreiras acaba por limitar o aproveitamento dos estudantes dentro de empresas cujos empregados celetistas cumprem 8 horas. É isso mesmo?
Erika Caetano, do IEL-DF - Esta questão da redução da carga horária eu vejo com bons olhos, porque o estudante tem que ter um tempo para se dedicar aos estudos. Essa redução vem em benefício disso. Lógico que tem empresas que estranharam, mas hoje entenderam o real motivo da mudança e estão passando por adaptações. As reclamações neste sentido diminuíram.

Sob o ponto de vista do estudante, a nova lei significa um avanço?
Erika Caetano, do IEL-DF - Com certeza. Ela trouxe vários benefícios a eles, como o recesso remunerado, a diminuição da carga horária e a obrigatoriedade da empresa pagar o auxílio transporte. Além disso, profissionalizou o setor. Acabou o amadorismo.

Uma coincidência é que a nova lei veio junto com o agravamento da crise econômica mundial. Como os jovens têm sido atingidos pela crise nos dias de hoje?
Erika Caetano, do IEL-DF - Para surpresa, a gente não tem identificado que a crise mundial tenha atingido o mercado de estágio. Houve, a partir de março, um aumento de 23% na oferta de vagas. O impacto maior foi por causa da lei e da adaptação das empresas e das escolas a ela.

Logo que a lei de estágio foi promulgada, houve um contrafluxo nas contratações. O empresariado parece ter se retraído. Como está essa adaptação à nova lei no momento?
Lucimara do Nascimento, IEL-PR - Realmente, no ano passado, de setembro a novembro, a oferta de estágios parou no Brasil. Parou por quê? Parou por conta deste contrafluxo, das adaptações jurídicas, adaptações documentais, adaptações dos programas de estágio. A nova lei foi promulgada e entrou em vigor imediatamente, não dando tempo dos programas de estágio se adaptarem. Por isso, no ano passado, tivemos uma retração fortíssima. As empresas pararam com as novas contratações e só mantiveram as renovações dos contratos que estavam firmados aquele ano.

E agora, como está esse mercado?
Lucimara do Nascimento, IEL-PR - A lei deixou muita margem para discussão. Com isso, o entendimento jurídico teve de ser consolidado pelas empresas e pelos agentes da integração. Além disso, houve o tempo de maturação para o entendimento conjunto da comunidade quanto às questões das novidades que a lei trouxe, que a lei obrigou e a sua aplicabilidade imediata. Hoje o IEL tem uma projeção moderada, prevendo um crescimento de 5% na oferta de estágios em 2009. No ano passado não atingimos a nossa meta. Ficamos a 85% do que foi estabelecido, pois houve a retração após a mudança da lei. Neste ano, considerando que o mercado já se adaptou, que as empresas já entenderam as exigências da lei, o ritmo será melhor. Até porque, as grandes empresas já ofertavam boa parte dos benefícios exigidos na nova lei. Então elas não sofreram tanto. Mas as pequenas e as médias empresas sofreram mais, pois gerou custo. Mas mesmo assim acreditamos em crescimento de 5% na oferta de estágios este ano.

A lei anterior do estágio era ruim ou tinha virtudes que foram esquecidas na nova lei?
Lucimara do Nascimento, IEL-PR - A nova lei trouxe uma modernidade, porém o que mais impactou foi a falta de tempo para a adaptação e a sua correta interpretação. Por exemplo: o auxílio-transporte o que é? É vale-transporte? Que valor eu dou? O que é aplicar segurança do trabalho? Então estes entendimentos geraram muitas dúvidas para a comunidade empresarial, a comunidade acadêmica e para os próprios estudantes.

Quando um jovem pode dizer que está pronto para estagiar? Há requisitos que podem ser enumerados?
Lucimara do Nascimento, IEL-PR - O que nós podemos ver é que as exigências do mercado fazem com que o jovem procure uma formação complementar à sua formação acadêmica. Hoje o idioma já é considerado diferencial, assim como o intercâmbio fora do país. Pesam ainda as questões comportamentais, as competências humanas de atitude e a disponibilidade de tempo. O jovem tem de estar no controle da carreira dele, mesmo estando num processo de desenvolvimento formativo. Quando dentro do ambiente empresarial, ele tem de ter atitude e estar se relacionando com os profissionais. Por isso, recomendamos que o estudante busque o estágio a partir do segundo ano de seu curso, quando ele já tem um pouco mais de informação teórica sobre a profissão que pretende abraçar. Hoje o mercado de trabalho tem menor espaço para o estudante que só se dedica à área acadêmica. Ele precisa estar antenado para buscar uma vivência dentro da sua área de formação.

Fonte:
Erika Caetano, coordenadora de estágio do IEL-DF: erika@ieldf.org.br
Lucimara do Nascimento, coordenadora de estágio do IEL-PR: lucimara.nascimento@ielpr.org.br

Qualificação na aprendizagem

Luiz Gonzaga Bertelli*

Conquistar o primeiro emprego nunca foi tarefa fácil. Sem a experiência de um estágio, fica ainda mais difícil. Em época de crise, então, nem se fala. As empresas, nesse momento, estabelecem critérios mais rigorosos de seleção e buscam profissionais capacitados e testados, e grande parte dos jovens que saem do ensino médio ou mesmo da universidade não preenchem tais requisitos. Para ajudar na complementação da formação dos estudantes, inserindo-os no mundo do trabalho, foi criado o Aprendiz Legal, programa desenvolvido em parceria pelo Centro de Integração Empresa Escola (CIEE) e Fundação Roberto Marinho.

Atualmente, cerca de 12 mil jovens, de 14 a 24 anos, participam do projeto em todo o Brasil, atuando em 3 mil empresas. O Aprendiz Legal propõe uma forma de gestão do aprendizado compartilhada entre agente de integração e empresas, com o objetivo de garantir a qualidade da formação do futuro profissional. Os jovens, contratados com carteira assinada por até dois anos, participam de atividades práticas na empresa e, um dia por semana, são capacitados pelo CIEE, com aulas teóricas, seguindo um conteúdo programático com quatro modalidades de cursos: Comércio e varejo, Ocupações administrativas, Práticas bancárias e Telesserviços. Além de serem apresentados conceitos teóricos, os aprendizes conhecem as mais modernas técnicas relacionadas a cada área de atuação, o que aprimora seu desempenho prático.

As empresas que contratam aprendizes ganham inúmeras vantagens. Além do peso social importante, de dar a oportunidade do primeiro emprego aos jovens e possibilitar o pleno desenvolvimento de sua cidadania, são beneficiadas por incentivos fiscais, como a redução na contribuição ao Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) e isenção de multa do FGTS, em caso de rompimento contratual.

O Aprendiz Legal auxilia também as empresas, principalmente as de médio e grande porte, a cumprir a cota de contratação de aprendizes, exigida pela lei 10.097/2000 e que varia de 5% a 15% do quadro de funcionários com formação técnico-profissional. No entanto, muitas empresas de pequeno porte e até mesmo empresas públicas têm procurado o CIEE para abrir programas de aprendizagem, mesmo que desobrigados por legislação. O crescimento no número de aprendizes nessas empresas mostra que elas despertaram para a importância e a necessidade de formar a própria mão-de-obra, de acordo com suas demandas e características. Por isso, o sucesso do programa: o ano de 2008 registrou um aumento de 45,5% de jovens atendidos em relação ao ano anterior. E a tendência de crescimento continua. Dessa forma, o CIEE, com sua experiência de 45 anos de atuação e encaminhamento de mais de oito milhões de estudantes para estágio, soma mais uma modalidade de capacitação, ampliando sua contribuição decisiva para melhorar a empregabilidade das novas gerações e facilitar a sua entrada no mercado de trabalho.

* Luiz Gonzaga Bertelli é presidente executivo do Centro de Integração Empresa Escola (CIEE) e diretor da FIESP.
Email do articulista: roberto_mattus@cieesp.org.br (assessoria de imprensa)

Jornalista responsável – Altair Santos MTB 2330 – Tempestade Comunicação


Areia natural ou artificial?

Custos e características técnicas determinam a opção para a escolha do material mais adequado

Créditos: Engº. Jorge Aoki - Gerente de Assessoria Técnica Itambé

Areia natural ou artificial?

Os agregados utilizados no concreto, brita e areia - desempenham uma função primordial, pois representam de 75% a 85% do seu volume. Também requerem atenção no momento da dosagem, já que suas características nem sempre são uniformes. Esta particularidade impõe cuidados especiais no momento de receber os materiais nas unidades produtoras, caso contrário o concreto pode ter desempenho totalmente diferente daquele calculado previamente nos estudos dos traços em laboratório.

Dos materiais componentes do concreto, a areia natural é o que tem mais dificuldade em manter a produção ou extração, por conta das exigências ambientais. Com isso, aparece outra desvantagem: o frete. Cada vez mais os areais se afastam dos centros consumidores e o transporte, em muitos casos, tem um custo maior que o próprio material. Nas regiões metropolitanas do Rio de Janeiro e São Paulo, por exemplo, a distância média chega hoje a mais de 100 km.

Por outro lado, a areia artificial, ou também chamada areia industrial - obtida nas instalações de britagem -, geralmente tem sua produção em locais mais próximos das centrais de concreto ou das obras, além de aproveitar parte do material de descarte das minerações. Isso tem aumentado a demanda e feito com que os fabricantes de equipamentos de britagem invistam em tecnologia para obter materiais regulares, com boa distribuição granulométrica e baixo teor de material fino (pulverulento). Ou seja, procura-se ficar mais próximo possível da areia natural, o que permitiria sua substituição total. Hoje, ainda é mais comum a substituição parcial, embora em determinados processos, pelo alto custo da areia natural, a utilização seja de 100%.

A vida útil das instalações de britagem é bem longa, muito maior que as instalações de extração de areia natural, salvo algumas raríssimas exceções. Este cenário determinará a crescente tendência de utilização da areia artificial, pelo simples motivo de que em muitas regiões estarão extintas as reservas minerais naturais de extração. Em algumas instalações de britagem, o que começou como um aproveitamento ou complemento para a otimização do processo, já passou a ser equivalente à fabricação da pedra britada. Na realidade, é apenas uma questão de tamanho dos grãos, ou seja, de sua granulometria.

O concreto é o material de construção mais utilizado no mundo e a areia representa cerca de 30% de seu volume. Portanto, sua extração natural, com o passar do tempo, ficará insustentável. Assim, novas formas para a obtenção deste agregado deverão ser estudadas. A reciclagem dos próprios materiais utilizados na construção civil pode ser uma saída.

Jornalista responsável - Altair Santos MTB 2330 - Tempestade Comunicação


Concreto é sinônimo de confiança para as seguradoras

No Brasil, não há dúvidas: o material tem a preferência; no mundo, após o 11 de setembro, empreendimentos em estrutura de aço perdem terreno

Estruturas em concreto: estudo comprova que eles resistem mais aos incêndios
Estruturas em concreto: estudo comprova que eles resistem mais aos incêndios

Material consagrado na construção civil brasileira, o concreto armado ganhou ainda mais confiabilidade na engenharia internacional depois daquele fatídico 11 de setembro de 2001, quando houve o ataque terrorista às torres gêmeas de Nova York, nos Estados Unidos. Edifícios mais altos do mundo, à época, e construídos sobre estruturas de aço, eles não resistiram às altas temperaturas causadas pelas explosões, após os choques das aeronaves, e vieram abaixo.

A tragédia trouxe à tona o debate sobre qual material resistiria mais às altas temperaturas: o concreto ou o aço. Cerca de seis meses depois do atentado, dois pesquisadores da Universidade de São Paulo trouxeram luz à discussão. Um amplo estudo de Carla Neves Costa, mestranda da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo, e de Valdir Pignatta e Silva, professor-doutor da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo, comprovou a tese: o concreto é um material incombustível, possui baixa condutividade térmica, não exala gases tóxicos quando submetido ao fogo e suas estruturas são consideradas seguras em situação de incêndio.

A pesquisa partiu das normas NBR 14323 e NBR 14332, publicadas em 1999 e 2000, que tratam do dimensionamento de estruturas de aço de edifícios em situação de incêndio e da resistência ao fogo requerida para as edificações construídas com qualquer material estrutural. “Este trabalho teve por objetivo descrever o comportamento do incêndio por meio de modelos matemáticos simplificados e os efeitos da ação térmica nas estruturas de concreto armado”, definem os pesquisadores.

Com dados mais precisos e normas mais adequadas, as construções permitiram ao setor de seguros definir especificidades para o setor. Hoje se propaga a modalidade de seguro de riscos de engenharia. Ela envolve não apenas os sistemas construtivos, mas os processos de gerenciamento da obra, durante e após a sua execução. Especialista no assunto, Gustavo Adolfo Schlecht prega que uma obra bem construída tem uma boa chance de resistir mais a determinados sinistros, ressalvando que nenhuma construção está imune. “Acho que depende muito de como os processos de gerenciamento de risco serão executados”, diz.

No entanto, ele concorda que, pelo menos no Brasil, e pelo avanço tecnológico, o concreto como base de um sistema construtivo tornou-se mais confiável para as seguradoras do que o aço. “As estruturas em concreto têm tradição no país, enquanto as de aço ainda não são muito utilizadas. Também é sabido que o aço sofre mais em condições de grande aquecimento do que o concreto, por ser mais dúctil. Mas ressalto: tudo depende da intensidade do sinistro”, disse o engenheiro mecânico por formação, especializado em administração de empresas e gerenciamento de riscos e membro da ALARYS (Associação Latino Americana de Gerenciamento de Riscos).

Confira a entrevista:

O que abrange a modalidade riscos de engenharia?
Riscos de engenharia é uma modalidade de apólice de seguro disponível no mercado, que inclui os seguros relacionados com cobertura securitária para obras civis, instalações e montagens eletromecânicas, períodos de garantia, períodos de manutenção, enfim, tudo relacionado a estas obras.

No que os sistemas construtivos influenciam nos riscos de engenharia e sua relação com o seguro?
Quando você tem um projeto que tem várias fases, há várias condições para ter a performance completa deste projeto. Isso inclui as obras, as instalações e envolve empresas que prestam serviços, empresas de fornecimento de equipamentos e empresas responsáveis pelas instalações. Tudo isso tem o risco de se envolver em um acidente nesta obra. Então, esse seguro protege eventuais acidentes que possam ocorrer nestas operações de obras civis e instalações eletromecânicas.

Como está hoje a questão de seguro para engenharia? As construtoras já se preocupam mais com isso, tornou-se uma exigência do mercado ou ainda há certo descaso sobre o tema?
Percebe-se que muitos contratos firmados entre o contratante e a empresa prestadora de serviço ou construtora já mencionam a necessidade de se fazer um seguro na modalidade riscos de engenharia, ou seja, começa a ser uma exigência do cliente e é uma preocupação também das empresas. Principalmente das construtoras, que se preocupam em proteger o projeto em relação a um eventual acidente súbito e imprevisto.

Uma edificação em concreto tem mais chances de ser segurada por um preço menor, já que se trata de um material que enfrenta o sinistro do incêndio melhor do que o aço, por exemplo?
No Brasil, o que a engenharia civil mais tem experiência é com estruturas de concreto. As estruturas de aço, por exemplo, ainda não são muito utilizadas no país e já é comprovado que se trata de um material que sofre mais do que o concreto em condições de grande aquecimento, por ser mais dúctil. Então, claro que o seguro do concreto é mais confiável. Mas essa é uma questão muito técnica e relativa também, pois depende do impacto do sinistro sobre a obra.

Uma conclusão que se pode tirar é que se o construtor utilizar materiais de qualidade ele terá um seguro mais em conta para o empreendimento e oferecerá ao cliente a possibilidade de um seguro residencial também mais em conta. É isso?
Em termos. Pelo seguinte: você pode fazer uma obra tremendamente bem estruturada, com materiais de primeiríssima qualidade, mas não fazer um gerenciamento de riscos após a construção. Quer dizer, o uso que se vai fazer desta construção pode ser inadequada e isso pode provocar um sinistro de proporções grandes. Então, eu acho que uma construção bem construída tem uma boa chance de resistir mais a determinados eventos, mas ela também não é imune. Eu acho que depende muito de como os processos de gerenciamento de risco vão ser executados após esta obra.

Email do entrevistado: Gustavo Adolfo Schlecht: gustavoas@globo.com

Link para a íntegra do estudo “Estruturas de concreto armado em situação de incêndio”:
http://www.lmc.ep.usp.br/people/valdir/wp-content/artigos/conc_fire_jornadas_brasilia.pdf

Jornalista responsável – Altair Santos MTB 2330 – Tempestade Comunicação


Qualidade de vida da obra depende de quem vai habitá-la

Uma construção só pode ser considerada sustentável se sua estrutura for bem utilizada, preservada e revitalizada pelos condôminos

Dirceu Jarenko, do Secovi-PR:  “Morador precisa absorver o conceito de sustentabilidade.”
Dirceu Jarenko, do Secovi-PR: “Morador precisa absorver o conceito de sustentabilidade.”

Mais do que um conceito, o termo prédio verde virou moda. Mas a pergunta que não quer calar é: até onde uma edificação consegue atingir um alto nível de sustentabilidade se quem for habitá-la não estiver conectado com o projeto? Segundo o vice-presidente da área de Condomínios do Secovi-PR (Sindicato de Habitação e Condomínios do Paraná), Dirceu Jarenko, a qualidade de vida de uma construção depende 50% de quem a concebeu e 50% de quem vai ocupá-la. “É preciso que o morador absorva o conceito de sustentabilidade”, analisa.

Entre a teoria e a prática, o que se percebe é que é difícil chegar a essa composição. Recente pesquisa do Conselho Brasileiro de Construção Sustentável (CBCS) realizada em São Paulo revelou que, de cada 10 edifícios na capital paulista, 4 têm características de prédio doente. Não existem dados semelhantes no Paraná, mas segundo definição da Organização Mundial de Saúde (OMS) um condomínio é classificado como doente quando cerca de 20% de seus ocupantes apresentam sintomas como mal-estar, sensação de fadiga, dor de cabeça, espirros, lacrimejamento e ardor nos olhos, coriza, tontura, tosse seca e alterações na pele.

Mas de onde vêm essas patologias? Segundo Dirceu Jarenko, prédio doente é aquele que apresenta infiltrações em garagens, casa de máquinas, janelas e banheiros, gerando áreas de bolor, além de danos estruturais, com ferragens expostas e corroídas. “Isso contribui para que o habitante fique mais vulnerável a certos tipos de doenças”, diz. Para reverter esse quadro patológico, é preciso chegar à seguinte equação: conscientização dos condôminos mais a contratação de especialistas capazes de reverter o quadro.

Atitudes necessárias
O primeiro passo é estabelecer um cronograma de manutenção predial periódico, para realizar as manutenções corretivas e viabilizar também as obras preventivas. Isso passa pela contratação de peritos, engenheiros e arquitetos. Some-se a isso a conservação das áreas comuns e privativas, o uso racional de energia e água, bem como a adequada coleta e separação do lixo.

Para prédios antigos que queiram alcançar a sustentabilidade já existe até um novo conceito: o retrofit. Ele consiste na adaptação tecnológica das instalações elétricas, hidráulicas e dos principais equipamentos das áreas comuns dos edifícios, para aumentar a vida útil do imóvel e dar qualidade de vida a quem o habita. O retrofit tornou-se uma opção para os edifícios corporativos ou prédios tombados pelo patrimônio histórico. Em Curitiba, a revitalização do Paço Municipal tornou-se um bom exemplo. “Aplicamos nele conceitos de prédio verde e o transformamos em uma obra histórica e saudável”, explica o arquiteto Abrão Assad, que atuou na recuperação do edifício.

Fonte: Dirceu Jarenko: djarenko@terra.com.br

Brasília terá 1.º bairro verde do Brasil

A Companhia Imobiliária de Brasília - Terracap - começou a tirar do papel este ano o projeto de bairro sustentável: o Noroeste. A última área passível de ocupação prevista pelo arquiteto Lucio Costa terá ao todo 15 mil unidades residenciais, divididas por 220 prédios, para abrigar 40 mil pessoas.

Para morar no Noroeste será preciso estar atento a algumas regras estabelecidas pelo bairro. Por exemplo: a proibição do uso de chuveiro elétrico. Além disso, ao comprar o imóvel, o morador receberá uma espécie de manual de instruções do bairro verde, chamado "Plano de gerenciamento ambiental integrado". Segundo o secretário de Desenvolvimento Urbano e Ambiental de Brasília, Cássio Taniguchi, além de dar orientações sobre as construções nos lotes, o manual deverá promover a conscientização ambiental.

O modelo do Noroeste pretende retirar os caminhões de coleta e contêineres das ruas. O lixo, separado em orgânico e inorgânico, será retirado do imóvel por uma rede de sucção, formada por tubos e canos que o levarão até uma central de reciclagem e tratamento. Os prédios terão, além de coletor solar, janelas grandes para absorver o máximo de luminosidade do dia. O bairro pretende também incentivar a diminuição do fluxo de carros por meio de ciclovias e transportes públicos nas ruas da região.

Agora, é fato que o custo de todos esses cuidados sustentáveis na construção pode sair caro para os que desejam morar no Noroeste: o investimento na infraestrutura de prédios sustentáveis leva a um acréscimo de 5% em relação a um projeto padrão. Mas a redução no consumo de energia e água compensa o investimento no futuro. O preço do metro quadrado construído do Noroeste está girando em torno de R$ 8 mil. A maioria dos lotes foi vendida a R$ 12,5 milhões, sendo que o preço máximo alcançado foi de R$ 13,6 milhões e o menor preço, R$ 10,6 milhões. O apartamento de três quartos custa R$ 600 mil em média.

Fonte: Jornal O Globo

Jornalista responsável – Altair Santos MTB 2330 – Tempestade Comunicação


Plataforma Troll

Maior plataforma de gás em alto-mar

Maior plataforma de gás em alto-mar
Maior plataforma de gás em alto-mar

A plataforma Troll, localizada na costa da Noruega no Mar do Norte, é o objeto móvel de maior peso criado pelo homem. O peso seco da estrutura é de 656.000 toneladas e possui 369m de altura. Foram utilizados 245.000 metros cúbicos de concreto (o equivalente a 215.000 fundações de casas de médio porte) e 100.000 toneladas de aço (aproximadamente 15 Eiffel Tower).
Esta plataforma foi construída por Norwegian Contractor em Julho de 1991. A plataforma, propriedade da Shell, custou mais R$ 1.315 milhões de reais.


Nome: Troll
Peso: 656.000 toneladas
Local: Costa da Noruega, Mar do Norte (mar do Oceano Atlântico)
Data: 1996

Fonte: Guinness World Records

Créditos: Vanda Pereira Cúneo - Assistente de Marketing


Construindo Melhor

Ao armazenar uma nova carga de cimento, lembre-se de dispor os sacos mais velhos na frente.
Assim os cimentos mais antigos são consumidos primeiro e reduz-se o risco de empedramento do produto.

Créditos: Engº. Carlos Gustavo Marcondes - Assessor Técnico Comercial Itambé


Concresart visita a Itambé

Diretores e clientes da concreteira do Rio Grande do Sul vieram para conhecer o processo de produção do cimento

Jazida Rio Bonito
Jazida Rio Bonito

Na manhã do dia 24 de abril, o sócio-gerente e o responsável pelo departamento de vendas da Concresart, Ascanio Sartori e Claimar Fontanive, além de clientes convidados, visitaram as instalações da fábrica da Itambé. Eles vieram de Garibaldi, no Rio Grande do Sul, para conhecer o processo de produção do cimento.

Inicialmente, o coordenador do departamento de logística da Itambé, Diógenes Karas, explicou como funciona o cadastro e o carregamento na fábrica. Em seguida, os visitantes dirigiram-se para as pilhas de calcário, silos de matérias-primas e fornos.

Nos laboratórios químico e físico, conheceram os equipamentos utilizados para a realização dos ensaios. Também acompanharam os procedimentos internos de controle, necessários para assegurar a qualidade do produto final e atender as exigências das normas brasileiras.

Na ensacadeira, presenciaram o funcionamento do auto-pack, equipamento com capacidade de ensacar aproximadamente 2.400 sacos de cimento por hora.

À tarde, os diretores e clientes da Concresart dirigiram-se para a Mina Rio Bonito, localizada a 24 quilômetros da fábrica. No local, foram recepcionados por uma equipe formada por geólogos, técnicos de segurança e de produção, que em uma rápida palestra explicaram o processo exploratório do calcário e os futuros projetos da mina.

Para o Sr. Ascanio Sartori, a visita representou uma oportunidade de estreitar as parcerias com seus clientes e apresentar a integridade da principal matéria-prima utilizada em sua concreteira. “Foi uma experiência única para a maioria, que conhecia o processo produtivo do cimento apenas através de vídeos. Todos ficaram impressionados com a estrutura da fábrica e elogiaram a Itambé por abrir suas portas, apresentar os setores de forma transparente e tratá-los como membros de uma grande família”, elogiou Sartori.

Para solicitar o agendamento de uma visita à fábrica da Itambé basta acessar o site e clicar no link A Itambé - Visita à fábrica (http://itambe.midiaweb.com.br/assessoria/servico-de-visita-a-fabrica) e preencher o formulário. A solicitação será avaliada e respondida pela equipe técnica da Itambé.

Créditos: Engª. Naguisa Tokudome - Assessora Técnico Comercial Itambé

Jornalista responsável – Altair Santos MTB 2330 – Tempestade Comunicação


Crescendo em ritmo industrial

Construção civil voltada para o setor industrial prevê manter o ritmo de desempenho registrado em 2008

Iria Lícia Oliva Doniak: soluções habitacionais passam por sistemas construtivos industrializados
Iria Lícia Oliva Doniak: soluções habitacionais passam por sistemas construtivos industrializados

A construção industrial vai bem, obrigado. O setor prevê mais expansão em 2009 e avalia que terá muito trabalho nos próximos anos, por conta do crescimento da logística das empresas, e da Copa do Mundo de 2014. Ainda segundo a diretora-executiva da Abcic (Associação Brasileira da Construção Industrializada de Concreto), Iria Lícia Oliva Doniak, o pacote habitacional recentemente lançado pelo governo federal – o “Minha Casa, Minha Vida” – vai depender, e muito, de sistemas construtivos industrializados. Diante deste cenário, o setor garante estar pronto para os desafios. É o que Iria Lícia mostra nesta entrevista. Confira:

Parece que para o setor industrial da construção civil a crise não chegou. Qual a tendência para 2009: de expansão dos negócios?
Quando se fala em setor industrial, é importante lembrar que a construção industrializada não é somente pré-fabricados de concreto. Setor industrial também pode ser entendido como obras destinadas ao setor industrial, como a construção de indústrias. Então, abrangendo tudo isso, diria que o setor de pré-moldados de concreto, independentemente do fato de 2008 ter apresentado um crescimento excepcional para a construção civil, já vinha apresentando índices de crescimento superiores a 10% ao ano. Para este ano, entendemos que este crescimento deverá continuar. No ano passado os fabricantes operaram com suas indústrias acima de sua capacidade de produção e em 2009 a expectativa é de que toda a capacidade instalada seja tomada.

Os setores de venda de imóveis industriais, segundo dados da consultoria Colliers International, afirmam que a alta demanda e a baixa oferta no entorno das principais rodovias do Brasil, como Anhanguera, Castello Branco, Bandeirantes, Régis Bittencourt, Anchieta e Imigrantes, manterá o mercado aquecido em 2009. A senhora tem essa visão também?
O crescimento das indústrias - não somente de novas indústrias, mas também a expansão de indústrias já existentes -, gera a necessidade de novas áreas comerciais e especialmente a ampliação dos setores de logística, como os centros de distribuição que evidentemente se situam no entorno das rodovias. Mas essa expansão não se dará apenas pelo crescimento da logística, mas pela procura de áreas em condomínios industriais, cujos valores de locação estão mais elevados justamente pela questão de oferta e procura. Isso, certamente, contribuirá de forma favorável para o mercado da construção industrial.

Como está o setor industrial da construção civil na questão tecnologia. Há novas formas de construção que tornam as obras mais ágeis em seus cronogramas e mais baratas?
O setor da construção civil, especialmente pelo grande aquecimento que houve no ano passado, e agora pelo próprio plano habitacional, tem se mobilizado no sentido inclusive de demover barreiras que impeçam a inovação e o crescimento da industrialização no país. Mas é preciso ressaltar que uma maior produtividade, desde que não haja detrimento da qualidade, é uma questão não somente de atendimento a cronogramas e custos, mas principalmente uma questão de otimização de recursos. Aí entramos no contexto de sustentabilidade, no qual os sistemas construtivos precisam, além de ser economicamente viáveis, serem socialmente justos e ecologicamente corretos.

E a mão-de-obra tem acompanhado esse avanço tecnológico?
A alta tecnologia empregada nas indústrias de pré-fabricados, como, por exemplo, na fabricação de peças protendidas, de concreto autoadensável e outros fatores, fazem com que o qualificação da mão-de-obra tenha que ser diferenciada em relação a processos convencionais. A Câmara Brasileira da Indústria da Construção Civil (CBIC) tem feito um apelo às entidades do setor no sentido de unirmos esforços, a fim de que as barreiras ainda existentes rumo à inovação e à industrialização do setor sejam demovidas. Como exemplo podemos citar tributação, normatização e código de obras. Precisamos incentivar a concepção modular de projetos, maior aproximação da academia com as empresas e levar as instituições de ensino a estarem mais ligadas à iniciativa privada. Isso dará melhor aproveitamento à pesquisa e ao desenvolvimento.
As construções pré-moldadas ainda se apresentam como a melhor solução para obras industriais?
Não somente para obras industriais como para os segmentos habitacional e comercial. Veja o caso dos shopping centers no Paraná, onde temos exemplos excelentes como o Shopping Barigüi, hipermercados e escolas como UNICENP, Positivo Júnior e Ambiental, Uniandrade, Tuiuti e até igrejas). Tem ainda as obras de infraestrutura: passarelas, terminais de aeroportos, pontes e viadutos). Além disso, estamos nos aproximando da Copa do Mundo no Brasil e os pré-moldados devem prevalecer na construção dos novos estádios, como já ocorreu nas principais obras do Pan-americano do Rio. Gostaria ainda de destacar o pré-moldado como solução também para edifícios altos e não somente obras horizontais, como tendência na Europa e cases já existentes no Brasil.

Qual será a co-relação entre os pré-moldados de concreto e o pacote habitacional recentemente lançado pelo governo?
Viabilizar a construção de um milhão de moradias, conforme prevê o plano “Minha Casa, Minha Vida”, só será possível, ainda que não haja um prazo estabelecido, a partir da adoção de sistemas construtivos industrializados. A pré-fabricação é um destes sistemas, que pelos benefícios que apresenta será uma das soluções. Em especial, destaca-se a alta produtividade aliada a um excelente padrão de qualidade, especialmente se considerarmos as empresas associadas à Abcic, que aderiram ao selo de excelência - programa de qualidade,segurança e meio ambiente , específico do setor. Cabe ainda destacar que independentemente do lançamento do plano do governo, algumas empresas do setor já há algum tempo vinham investindo no desenvolvimento de soluções habitacionais. Ressalta-se ainda que alguns estados já possuíam seus planos estaduais de habitação, à exemplo de São Paulo e Paraná, como tivemos a oportunidade de conhecer melhor durante nossa participação no 56.º Fórum Nacional de Secretários da Habitação e Desenvolvimento Urbano. Cabe ainda ressaltar que a Abcic criou também um fórum para debates e soluções de aspectos relacionados a moradias não somente de baixa renda e interesse social, mas de todo o contexto habitacional que é o Comitê Habitacional. A ele poderão se integrar todos os associados que atenderem aos critérios de participação dos comitês da Abcic. Será uma importante ferramenta de desenvolvimento do setor no contexto habitacional.

Antes havia um, digamos, pré-conceito dos arquitetos em relação às obras pré-moldadas. Isso está superado?
Nosso último informativo traz uma importante matéria com o arquiteto Sidônio Porto a respeito do tema. Recentemente, por ocasião do lançamento do 5.º Prêmio de Pré-fabricados de concreto para estudantes de arquitetura, o arquiteto fez uma palestra para os estudantes de arquitetura da FAU/USP. Seu depoimento ao informativo Abcic relata que este paradigma da década de 70 está definitivamente rompido. Além do arquiteto Sidônio Porto, poderíamos citar outros importantes nomes da arquitetura brasileira que tem encontrado e usufruído da flexibilidade e plasticidade que o sistema promove. Outro aspecto importante é a versatilidade na interface com outros sistemas construtivos.

Como o setor da construção industrial e as questões ambientais convivem hoje? Há harmonia?
A construção pré-moldada, pela sua própria natureza, contempla a sustentabilidade. Ela é economicamente viável, socialmente justa e ecologicamente correta. É um sistema construtivo altamente racionalizado, que traz para a construção civil práticas e conceitos industriais, como processos definidos e automatizados, controle de qualidade e rastreabilidade, especialização da mão de obra, uso intensivo de tecnologia na produção e no canteiro de obras. A sustentabilidade está perfeitamente alinhada com a pré-fabricação, por perseguir esses conceitos: poupar as jazidas naturais; eliminar a produção de resíduos; reciclar edifícios; reciclar materiais; racionalizar a construção; produzir edifícios sustentáveis e preservar o patrimônio.

A ABCIC possui um selo de excelência. No que esse reconhecimento de qualidade tem ajudado na evolução da construção industrial no Brasil? A adesão das empresas na busca do selo de excelência tem sido grande?
Há cinco anos o selo de excelência Abcic tem orientado o segmento do pré-moldado de concreto de acordo com padrões de qualidade, desempenho e tecnologia. Desde que foi criado, a certificação tem ajudado o mercado a se valorizar e tem incentivado as empresas a conquistarem melhorias constantes. Os benefícios são sentidos em ambos os lados, tanto para os fornecedores, que são avaliados de acordo com critério que priorizam a capacidade técnica, cumprimento de prazos, segurança, gestão e outros itens, como para o contratante, que encontra mais credibilidade e segurança na hora de escolher um prestador de serviço. Dividido em três níveis, o programa é evolutivo e a superação de cada etapa comprova o avanço da qualidade do trabalho prestado. A operacionalização do selo de excelência Abcic é conduzida pelo CTE (Centro de Tecnologia em Edificações). A credibilidade é assegurada por uma comissão de credenciamento voluntária que valida os processos de auditoria formada por representantes de entidades afins, tais como ABECE,ABCP,SINDUSCON SP, IAB e ABNT CB-18. Atualmente contamos com 15 empresas associadas que aderiram ao programa, com 19 plantas de produção atestadas (certificadas, sendo 9 nível I,9 nível II e 1 nível III) e outras em processo de implantação para solicitação dos níveis I ou II. Para saber se um fornecedor de pré-fabricado é certificado, basta solicitar o atestado e verificar o nível, o escopo, a planta de produção e a validade. As normas para o selo de excelência, bem como a relação de empresas certificadas estão disponíveis no site da ABCIC (www.abcic.org.br). Basta acessar em certificação.

* Iria Lícia Oliva Doniak é engenheira Civil graduada pela PUC-PR, em 1988. Desde 1997 é consultora da D.O. Engenharia e Projetos, cujo foco principal de atuação tem sido a construção pré-fabricada. A engenheira também é membro do Comitê de Revisão da NBR 9062 Projeto e Execução de Estruturas de Concreto Pré-Moldado, membro do Comissão de Estudos da NBR 14861 Lajes alveolares pré-fabricadas de concreto, membro da Comissão de Estudos - Projeto de norma ABNT CB-18 para Concreto Auto Adensável. Atualmente ela é diretora-executiva da Abcic (Associação Brasileira da Construção Industrializada de Concreto, que é membro da Comission 6: Prefabrication fib (federation internationale du beton).

Email: iria@abcic.org.br

Jornalista responsável – Altair Santos MTB 2330 – Tempestade Comunicação


Dois brasis quando o assunto é eficiência

Relatório de Competitividade Brasil 2009 conclui que país tem setor privado mais competitivo que o público

Carlos Arruda, da Fundação Dom Cabral: “O Brasil são dois brasis.”
Carlos Arruda, da Fundação Dom Cabral: “O Brasil são dois brasis.”

O ambiente empresarial é um dos diferenciais brasileiros na atração de investimentos estrangeiros. Essa é a tônica do Relatório de Competitividade Brasil 2009, elaborado pelo Fórum Econômico Mundial e pela Fundação Dom Cabral.

Outra conclusão do relatório é que a ineficiência pública contrasta com a eficiência da iniciativa privada. “O Brasil são dois brasis. Um Brasil econômico, com os sérios problemas que nós conhecemos, e o Brasil empresarial, que se coloca entre os países mais competitivos do mundo”, avaliou o professor de Inovação e Competitividade da Fundação Dom Cabral, Carlos Arruda, no lançamento do relatório.

O diretor da consultoria McKinsey, Nicola Calicchio, observou que há uma grande diferença entre os critérios de competitividade ligados ao setor público e os do setor privado. No primeiro caso, o Brasil aparece em 121.º lugar entre os 134 países do Índice de Competitividade Global do fórum.

No que se refere à atuação do empresariado, o país sobe para a 30ª posição. “O que a gente observa é um setor privado absolutamente dinâmico e um setor público que, infelizmente, ainda é uma âncora para o crescimento e para a competitividade do Brasil”, afirmou.

Ele acredita que o próprio empresariado pode alavancar a competitividade do país. Para isso, seria necessário aumentar o nível de formalidade da economia. Na agricultura e na pecuária, por exemplo, 90% dos trabalhadores estão na informalidade. “Os setores com baixíssimo grau de informalidade têm um altíssimo grau de produtividade, que é o item mais relacionado ao crescimento e a prosperidade de um país”, disse Calicchio.

O consultor lamentou o fato de o Brasil ter apenas 2,8% da população empregada nestes setores com baixíssima informalidade, enquanto 63,3% da população está em setores com altíssima informalidade.
Além do aumento da formalidade, Calicchio sugere a adoção das práticas empresariais na economia de não-mercado. "O setor público focou muito em processos e menos em resultados”, criticou.

Por fim, ele propôs que o Brasil acompanhe três grandes tendências globais da atualidade: aumento da produtividade do setor público; aproveitamento de novos consumidores, tendo em vista o tamanho do mercado brasileiro; e melhor aproveitamento dos recursos naturais para atrair investimentos estrangeiros.

Fonte: Agência Brasil

Jornalista responsável – Altair Santos MTB 2330 – Tempestade Comunicação