Inovação não é modismo, é prática

Pesquisador aponta caminho para que empresas adotem conceito não apenas no discurso, mas no dia a dia

Inovação só traz luz se for inserida na cultura da empresa
Inovação só traz luz se for inserida na cultura da empresa

O que se debate hoje é a capacidade das corporações de promoverem empreendimentos inovadores. Mas o que vem a ser Inovação, de fato? Muitas empresas aderem ao conceito sem saber ao certo o que ele significa. Por outro lado, há companhias no caminho certo, como mostram números da Associação Nacional de Entidades Promotoras de Empreendimentos Inovadores (Anprotec), com sede em Brasília. O grupo já agrega 6.300 empresas com perfil inovador.

Entre o conceito e a prática, porém, há um longo caminho a ser percorrido. É o que explica o gerente de projetos de pesquisa no Instituto de Tecnologia para o Desenvolvimento (LACTEC), professor Ricardo José Ferracin. Para ele, existe o modismo da Inovação e a questão cultural da Inovação. “A empresa precisa ter pessoas com capacidade inovadora para praticar a Inovação”, diz o pesquisador. Confira a entrevista:

O que vem a ser inovação, de fato?
A definição clássica é você inserir com êxito um produto no mercado. A questão da Inovação está diretamente relacionada ao consumo de um produto. Esta é a grande questão: impactar o mercado consumidor.

Então Inovação está diretamente relacionada ao sucesso?
Exatamente. A questão do sucesso é fundamental. Mas não é só isso. O produto precisa fazer sucesso e ter capacidade de sobrevivência. E é aí que a Inovação Tecnológica precisa atuar. A organização precisa estar inovando sempre, mesmo em cima de um produto já lançado, a fim de ele continuar existindo no mercado. A essência da inovação tecnológica é isso: se manter no mercado.

Hoje virou modismo falar em inovação. Mas quando uma empresa pode dizer que está, de fato, adotando medidas inovadoras?
Eu concordo com a tese do professor José Cláudio Sirineu Terra, da Unicamp (Universidade de Campinas). Ele diz que a empresa precisa criar condições de propiciar o ambiente inovador. Aí é que o conceito começa a se separar do modismo. Então, um processo inovador precisa de tempo. Veja o caso dos países desenvolvidos. Eles já fazem isso há muitos anos. Lá a Inovação já é uma questão cultural.

Quais as medidas básicas para se começar a entrar para o universo da Inovação?
O primeiro passo é a empresa ter pessoas capacitadas e com visão empreendedora. Aqui cabe a redundância de que a empresa precisa ter pessoas com capacidade inovadora para praticar a Inovação. É preciso criar um ambiente de pró-atividade e perceber que a inovação tecnológica está intrinsecamente ligada à questão da sobrevivência no mercado. Se a corporação não inova, não coloca produtos novos e bons no mercado, seu concorrente vai conseguir pôr e ele vai perder mercado.

Como uma empresa pode atrair seu quadro de funcionário para um projeto consistente de Inovação?
A regra comum é que a empresa precisa conhecer muito bem o seu negócio e ter uma política de recursos humanos sólida. Ela precisa responder as três perguntas básicas: o que quer produzir, como vai produzir e para onde quer ir? A partir daí, ela precisa ousar na contratação de bons profissionais. Mas não é só isso. Tem ainda a questão do ambiente. O ambiente saudável, onde as pessoas têm condições de expor suas idéias e canalizá-las é um fator extremamente importante. Então, ela precisa ser uma encubadora de ideias. Mas na prática, isso é muito complicado. Se a empresa entra no foco só de produção, ela não para para refletir o que está sendo feito. Na verdade, a questão da Inovação está muito associada à questão estratégica da organização.

A adoção do conceito Inovação dentro de uma corporação funciona, mais ou menos, como a adoção de normas ISO ou são coisas diferentes?
Elas são coisas opostas. Na verdade, a Inovação muitas vezes vem para quebrar paradigmas. É um processo de ruptura muitas vezes. As normas servem para equilibrar a organização, mas muitas vezes engessam o processo e não propiciam caminhos para a Inovação. Então, inovar é um processo de gestão muito complexo. Quem quer adotá-lo precisa fazê-lo com cabeça e prudência.

Há necessidade de as empresas terem gestores de Inovação se quiserem aderir ao conceito?
Eu acho que não. O que a empresa tem de procurar é o método. Ela precisa criar o ambiente cultural e descobrir o seu próprio processo de inovação. Imagine se ela contrata um gestor para se conhecer. Isso a levaria a adotar métodos de outras companhias e não é isso que a Inovação prega.

Como se formam hoje os profissionais de Inovação no Brasil?
Existem alguns cursos universitários que já têm a disciplina de Inovação Tecnológica. Os cursos de engenharia, em especial, passaram a adotar essa cadeira. Mas não há ainda, no Brasil, um curso específico de Inovação Tecnológica.

O Brasil vive hoje um ambiente favorável para a gestão de Inovação?
Não sei nem se é favorável ou não, mas ou o Brasil faz isso ou ele sucumbe. Para o país continuar se inserindo no mercado globalizado ele precisa se renovar.

No que a crise mundial pode ser boa para amplificar a idéia de Inovação?
Dizem que a necessidade é a mãe de todas as invenções. Num momento de crise você tem que otimizar processos, produtos, então é onde as ideias têm que aflorar mais. Isso é uma coisa normal do ser humano. Quando ele sai da zona de conforto tem de produzir mais.

Onde a Inovação encontra um ambiente mais propício: na iniciativa privada ou nos governos?
Se você pegar os países desenvolvidos, verá que a inovação tecnológica está na indústria. No Brasil, a pesquisa está quase que limitada às universidades, que em sua maioria são federais ou estaduais. Então o país tem um modelo mais estatal e que transfere pouca Inovação para a indústria. Tanto que todos os especialistas da área comentam que o Brasil ainda tem pouca inovação, quer dizer, tem pouca inovação tecnológica na indústria. Compare o Brasil e a Coreia do Sul, por exemplo. Nos anos 70, os dois países tinham praticamente a mesma estrutura. Hoje, a Coreia deu um salto em número de patentes que eles produzem anualmente. Lá já existe toda uma filosofia de inovação tecnológica nas indústrias.

Entrevistado:
Ricardo José Ferracin: rferracin@lactec.org.br

Texto complementar

O que é o LACTEC?

O LACTEC - Instituto de Tecnologia para o Desenvolvimento - é um centro de pesquisa tecnológica, sem fins lucrativos, auto-sustentável, que por meio de soluções tecnológicas contribui e promove o desenvolvimento econômico, científico e social, preservando e conservando o meio ambiente.

Como entidade auto-sustentável, o LACTEC obtém recursos pela venda de projetos de pesquisa e desenvolvimento e de outros serviços tecnológicos. É responsável por todas as suas despesas com recursos humanos, instalações e demais custos necessários para sua operação, não estando vinculado, financeiramente, a nenhuma empresa privada, nem órgão ou empresa pública.

Foi certificado em 2000, pelo Ministério da Justiça, através da Lei 9.790, como OSCIP (Organização da Sociedade Civil de Interesse Público), que lhe permite, dentre outros desenvolvimentos, o de parceria com o setor público através da dispensa do processo licitatório.

Sediado em Curitiba, o instituto tem se destacado no desenvolvimento, aperfeiçoamento e aplicação de soluções tecnológicas, contribuindo para o progresso científico, econômico e social do país.

Em mais de 50 anos de vida dedicados à ciência e tecnologia, o LACTEC formou valiosas equipes de pesquisadores e especialistas, que são responsáveis pelo funcionamento de modernas unidades laboratoriais.

Como centro de pesquisa independente e auto-sustentável, o LACTEC representa um núcleo de divulgação científica e de transferência de tecnologia, contando com a criatividade de mais de 500 colaboradores.

O resultado de todo este complexo conjunto de idéias, máquinas e homens pode ser observado nas recentes conquistas, entre prêmios e patentes, alcançadas nos últimos anos.

Jornalista responsável – Altair Santos MTB 2330 – Tempestade Comunicação


Por ano, Brasil gasta R$ 42 bi com acidentes de trabalho

Governo reforça fiscalização e estuda uma regulamentação mais ampla para amenizar problema

Os acidentes de trabalhos custam aos cofres públicos R$ 42 bilhões por ano, o que representa 1,8% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro. A informação é do coordenador da Comissão Tripartite de Saúde e Segurança no Trabalho (CSST), Remígio Todeschni. Para ele, o combate aos acidentes de trabalho pode ajudar a conter os efeitos da crise financeira internacional.

A preparação dos profissionais da área de saúde para a identificação de doenças e acidentes causados pelo trabalho é um dos principais desafios do grupo. Segundo Todeschni, a identificação correta das doenças do trabalho é um dos fatores que interferem no combate e na prevenção. “O crescimento das notificações de 2006 para 2008 foi de 152%, devido ao melhor reconhecimento das doenças profissionais a partir de abril de 2007”, afirma.

A reabilitação profissional dos trabalhadores acidentados é um dos pontos defendidos pelo coordenador. “Temos que fazer com que as pessoas com incapacidades parciais sejam readmitidas no locais de trabalho, com mais qualidade”, afirma Remígio.

O ministério do Trabalho Emprego tem investido nas análises dos acidentes de trabalho, para isso assinou um termo de cooperação com a Procuradoria do Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS). Segundo o representante do ministério, Rinaldo Marinho, a pesquisa servirá de instrumento de prevenção de novos acidentes. Entre as principais ações desenvolvidas pela comissão estão reforço na fiscalização de acidentes, estudo de uma regulamentação mais ampla, e fortalecimento do diálogo social, para a criação de políticas públicas setoriais benéficas para os trabalhadores, patrões e governo.

Fonte: Agência Brasil

Jornalista responsável – Altair Santos MTB 2330 – Tempestade Comunicação


Brasil já está entre os dez em pedido de registros de marcas

País sobe três posições no ranking de depositantes de patentes, passando da 27ª para a 24ª classificação

Com um total de 124.660 pedidos de marcas depositados no Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI), em 2008, dos quais 70% de empresas nacionais, o Brasil é atualmente um dos dez principais países do mundo em termos de pedidos de marcas apresentadas. A avaliação é do diretor-geral do primeiro escritório regional da Organização Mundial da Propriedade Intelectual (Ompi) no Rio de Janeiro, José Graça Aranha. “Em relação aos pedidos de patentes feitos no país, o Brasil é líder na América Latina, com 26.232 solicitações no ano passado. Mas, no mundo em desenvolvimento, está atrás da China e da Coréia do Sul, por exemplo, embora muito próximo da Índia”, disse Aranha.

De acordo com levantamento provisório divulgado pela Ompi, em janeiro deste ano, o Brasil subiu três posições no ranking de depositantes de patentes, passando da 27.ª para a 24.ª classificação. No grupo do Bric, formado por Brasil, Rússia, Índia e China, o relatório da Ompi revela que somente a China e o Brasil mostraram aumento no número de pedidos de patentes internacionais em 2008 em relação ao ano anterior. O total de depósitos brasileiros subiu de 396 para 451, superando países como a Irlanda (444) e a África do Sul (382).

José Graça Aranha avaliou que o Brasil completa, na próxima semana, 200 anos da primeira legislação de propriedade intelectual com avanços ao longo do tempo. O Brasil foi um dos primeiros países a adotar uma lei sobre a matéria, em 1809. “Sem dúvida que ao longo desses 200 anos o marco jurídico desenvolveu enormemente”, disse.

Ele afirmou que o sistema vai continuar a ser aperfeiçoado, como vem sucedendo nos últimos anos. Existe hoje uma maior conscientização sobre a importância da proteção da propriedade industrial. “Nós temos que trabalhar para que esse tema seja desmistificado e que as empresas e as pessoas possam usar esse sistema de uma maneira mais eficiente”.

O que precisa, segundo indicou o diretor-geral da Ompi, é o sistema ser desenvolvido “no sentido de que ele seja menos caro para os titulares das marcas, das patentes, dos desenhos, enfim, das criações. Para que o usuário possa, por todos os meios que existem hoje em dia da informática, da internet, ter mais acesso e proteção em tempo mais curto e gastando muito menos”. Explicou que isso pode ser feito a partir do estabelecimento de mecanismos que façam com que “a parte burocrática seja menos custosa para o titular da marca”.

O Escritório de Cooperação Técnica e Capacitação para América Latina e Caribe da Ompi vai trabalhar para desenvolver mecanismos que reduzam os custos e facilitem a vida dos usuários, afirmou José Graça Aranha. Por outro lado, externou pessimismo quanto à evolução, este ano, de um acordo internacional para proteção de recursos genéticos, de folclore e de conhecimento tradicionais, como desejam o governo brasileiro e outros países da região.

O assunto está na pauta da Ompi há oito anos, mas os avanços não têm sido grandes. Aranha assegurou que a questão é importante para o Brasil porque poderá refletir em outras áreas, como a biodiversidade. “Na minha opinião pessoal, acho que não deve haver uma grande mudança. Com relação ao governo brasileiro e outros governos interessados no tema, existe uma mobilização para que haja progresso nessa áreas, porque elas são importante para o desenvolvimento do país. Nós temos quase um quarto da biodiversidade do planeta”, disse.

O escritório regional vai prestar serviços aos usuários do sistema de propriedade industrial, que são os inventores e empresários, e aos governos. Ele dará assistência aos países, por exemplo, que desejarem melhorar a implementação dos sistemas de marcas e patentes, atuando também na arbitragem e mediação de conflitos.

Fonte: Agência Brasil

Jornalista responsável – Altair Santos MTB 2330 – Tempestade Comunicação


Marketing imobiliário materializa sonho da casa própria

Venda na planta, abundância de crédito e consumidores seletivos fazem construtoras revolucionarem a maneira de vender imóveis

Gustavo Selig, presidente da Ademi-PR: em Curitiba, 50% dos imóveis de um empreendimento são vendidos na planta
Gustavo Selig, presidente da Ademi-PR: em Curitiba, 50% dos imóveis de um empreendimento são vendidos na planta

O setor imobiliário brasileiro vive uma fase de superaquecimento. Com a grande oferta de crédito, a cada semana surgem empreendimentos novos e a disputa por clientes se intensifica. Para conquistá-los, o marketing tornou-se indispensável. Sobretudo porque a venda de imóveis na planta tem atraído mais compradores do que a tradicional oferta de prédios prontos. Só em Curitiba, 50% dos imóveis de um empreendimento são vendidos na planta, revela a Associação dos Dirigentes de Empresas do Mercado Imobiliário no Estado do Paraná (Ademi-PR).

Por isso, os argumentos de venda mudaram. “Antigamente, trabalhávamos com 30% da verba de marketing para lançamento e os outros 70% para todo o período de obras. Hoje é o inverso. Trabalhamos com cerca de 60% da verba de marketing no lançamento e os outros 40% durante o período de construção. Este maior esforço de marketing é na fase de pré-lançamento. Isto exige das empresas mais criatividade na forma de apresentar o imóvel ao cliente,”, diz Gustavo Selig, presidente da Ademi-PR.

Outro fator novo que se impôs ao marketing imobiliário é que o programa habitacional Minha Casa, Minha Vida passou a vender o “sonho da casa própria” a pessoas que, até bem pouco tempo atrás, nem sonhavam em comprar um imóvel. Isso muda o foco, diz o engenheiro Alessandro Emílio Valmorbida, da Construtora Viero de Erechim/RS . “Existia o marketing de alto padrão e agora o marketing vai ter de mudar o discurso. Ele vai ter de dizer: olha, você está pagando aluguel e dando dinheiro a outra pessoa. Então, deixe de pagar aluguel, financie seu imóvel e pague pelo que é seu.”

Isso não significa que as construtoras vão deixar de priorizar as classes A e B. Pelo contrário, o marketing nessa área tende a ser cada vez mais ousado. A ponto de, para obras de alto padrão, não existir mais estandes de vendas. O que há agora são showrooms, e as ações de marketing realizadas em seu interior ganharam ares de superprodução. São pocket shows, desfiles de moda, presença de celebridades, oferta de brindes e outras atrações que têm a finalidade da busca pelo impacto. “O marketing nessa área está cada vez mais agressivo”, explica Antonio Galindo Moreno, da Construtora Galmo de Londrina/PR.

Galindo Moreno lembra, porém, que o mercado consumidor também está mais seletivo e que empresas tradicionais tornam-se menos dependentes do marketing. “Problemas que houve num passado recente, com empresas falindo e não entregando as obras, deixaram o consumidor mais esperto. Hoje ele quer saber de quem está comprando, qual a tradição da empresa, quais as garantias. O seguro entrega, por exemplo, tornou-se, por si só, um grande produto de marketing para alavancar vendas na planta”, afirma o construtor.

Em evidência, o marketing imobiliário mudou também o comportamento das agências de publicidade e de grupos de comunicação. “Certamente, hoje o mercado imobiliário é responsável por boa parte da alocação de recurso das áreas de comunicação, mídia e marketing. Então, isso fez com que as agências se especializassem no mercado imobiliário. Só que o mercado imobiliário é muito particular. Não basta apenas uma agência querer trabalhar com este setor, ela tem que saber trabalhar com ele”, lembra Gustavo Selig.

No ano passado, as dez maiores do segmento da construção civil do país gastaram algo em torno de R$ 480 milhões com marketing imobiliário. Segundo Antonio Galindo Moreno, as ações precisam ter os “pés no chão”. “Não podemos esquecer que a empresa deve cumprir aquilo que foi divulgado”, ressalta, numa evidência de que, conservador ou arrojado, o marketing imobiliário veio para ficar.

Entrevistados:
Alessandro Emílio Valmorbida: qualidade@viero.com.br
Antonio Galindo Moreno: galmo@galmo.com.br
Gustavo Selig, presidente da Ademi-PR: contato@memilia.com

Jornalista responsável – Altair Santos MTB 2330 – Tempestade Comunicação


Sistemas construtivos vão definir o sucesso do Minha Casa, Minha Vida

Programa habitacional do governo federal estimulou a realização de um seminário sobre as melhores formas de erguer casas boas, duráveis e baratas

Cláudio Vicente Mitidieri Filho: pré-fabricados saem na frente
Cláudio Vicente Mitidieri Filho: pré-fabricados saem na frente

O pacote habitacional Minha Casa, Minha Vida estimulou a realização de um seminário intitulado Tecnologias e Sistemas Construtivos para Obras Econômicas. A questão central do debate foi: como executar condomínios com grande número de unidades, pouca variação de tipologia e margem de lucro apertada?

Incorporadoras, construtoras, órgãos públicos e fornecedores buscavam essa resposta e ela veio através de um dos palestrantes do simpósio: o pesquisador do Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo (IPT) Cláudio Vicente Mitidieri Filho.

Engenheiro civil pela Escola Politécnica da USP, doutor em engenharia de construção civil e urbana pela mesma escola e coordenador e professor da área de Tecnologia em Construção de Edifícios do Programa de Mestrado Profissional em Habitação do IPT, Cláudio revela as novas tendências da engenharia para habitações na entrevista a seguir. Confira:

O seminário do qual o senhor fez parte debateu os sistemas construtivos que podem ser aplicados no pacote Minha Casa, Minha Vida. Já há consenso sobre qual o melhor sistema para erguer casas populares?
O seminário não tratou exclusivamente do programa federal, mas apresentou um conjunto de alternativas que existem no mercado de sistemas e que podem ser aplicados em construções de habitações. Da minha parte, tratei dos aspectos tecnológicos, da necessidade de avaliar os produtos antes de empregá-los em uma obra e quais os principais aspectos técnicos envolvidos em sistemas construtivos.

Até que ponto as diferenças regionais devem ser levadas em consideração na opção dos sistemas construtivos a serem adotados em construções habitacionais?
De forma geral os aspectos ligados à segurança já estão hoje padronizados em todo o país. Mas os aspectos de conforto, esses sim estão mais regionalizados. Um aspecto que é bastante influenciado pelas diferenças regionais é o do conforto térmico. Outro item é o da durabilidade. Por exemplo: se a construção for numa região urbana terá um certo comportamento, se for numa área litorânea terá outro comportamento. Então, esse debate também é importante para se definir os sistemas construtivos a serem adotados.

Casas de fôrma, casas 1.0, casas em pré-moldado... o senhor acha que o Minha Casa, Minha Vida seguirá esses projetos ou poderá adotar sistemas construtivos alternativos?
Tem uma grande quantidade de sistemas no mercado que poderão ser utilizados neste programa. Entre eles, sistemas com paredes de concreto feitos com fôrmas metálicas na obra, casas feitas em painéis pré-fabricados, painéis de concreto, painéis com elementos cerâmicos, casas em sistemas leves de construção. Enfim, tem vários sistemas leves de construção sendo debatidos. Há até casas que empregam produtos em PVC junto com concreto. Mas na realidade o que se busca hoje são os sistemas construtivos mais industrializados. A tendência é de industrialização da construção de sistemas que possam ser feitos de uma maneira mais rápida e que consigam, num espaço menor de tempo, uma produção maior. Isso sem esquecer, obviamente, a qualidade, o desempenho e a sustentabilidade.

Hoje, a questão da sustentabilidade influencia quanto nos sistemas construtivos?
A tendência é influenciar não só o sistema construtivo, mas todo o ambiente construído, todo o entorno. Então, programar um conjunto habitacional hoje exige que se preocupe não apenas com a sustentabilidade da unidade em si, mas com a questão da sustentabilidade da edificação como um todo e do conjunto habitacional como um todo, e de toda a sua interface com a questão urbana. Esse é um aspecto extremamente importante para ser considerado.

A escolha de um sistema construtivo ideal terá de levar em consideração também a questão da mão-de-obra, correto?
Eu diria que precisa levar em consideração, além da mão de obra, a qualificação desta mão de obra. Tem de estar embutido na questão do sistema construtivo com qualidade, desempenho e rapidez o fator qualidade da mão de obra. Ela precisa ser treinada e capacitada para encarar um programa habitacional de envergadura como é, por exemplo, o Minha Casa, Minha Vida.

Um sistema construtivo precisa também se preocupar com o desperdício. Neste quesito, os pré-moldados seriam a melhor opção?
Não tenha dúvida de que tem de haver a preocupação com o desperdício, tanto no que se refere ao pré-fabricado quanto nos ditos convencionais. Qualquer sistema que se proponha hoje pela racionalização precisa evitar o desperdício. Daí, lógico, a tendência é que os pré-fabricados saiam na frente neste quesito.

Hoje a tecnologia do cimento no Brasil está bem evoluída. Sob esse aspecto, no que ela pode ajudar a baratear os sistemas construtivos no país?
Eu acho que tem que começar a desenvolver, a aprimorar e a difundir mais a tecnologia do concreto. A indústria de cimento pode auxiliar as empresas a desenvolverem produtos com as tecnologias adequadas de concreto. Hoje o concreto na construção tem várias figuras. Temos o concreto comum com mais resistência, o concreto de corporação de ar, o concreto com agregado leve. Enfim, a tecnologia do concreto permite tipos diferentes através dos mesmos materiais. Ele pode variar através de aditivos usados, tempo de mistura, relação água e cimento. Então, precisa haver um investimento das empresas na questão da tecnologia de concreto para torná-lo um material cada vez mais confiável e, por que não, barato.

Para finalizar, qual o futuro dos sistemas construtivos diante do apanhado de ideias que o senhor expôs nesta entrevista?
Acho que eles vão ter de se preocupar cada vez mais com a questão da industrialização, com a questão da racionalização dos sistemas, da qualidade e do desempenho desses sistemas. Quando a gente fala em sustentabilidade temos que estar preocupados com a durabilidade. No caso do programa Minha Casa, Minha Vida, tratam-se de unidades que vão ser financiadas em longo prazo. Então, um aspecto relevante é a durabilidade. Outro detalhe importante é a sustentabilidade da construção. Vai ser essa combinação que vai aprimorar os sistemas construtivos das obras.

Email do entrevistado: Cláudio Vicente Mitidieri Filho: claumit@ipt.br

Jornalista responsável – Altair Santos MTB 2330 – Tempestade Comunicação


Adições minerais nos pisos de concreto

Técnica tem sido empregada para aumentar a resistência da camada superficial e proporcionar maior durabilidade aos pisos de concreto

Créditos: Engº. Carlos Gustavo Marcondes - Assessor Técnico Comercial Itambé

Adições minerais nos pisos de concreto
Adições minerais nos pisos de concreto

O desgaste superficial em um piso de concreto é um fenômeno não muito raro e pode estar relacionado a uma série de fatores, como falta de qualidade dos materiais empregados, traço inadequado do concreto, exudação, acabamento inapropriado, ausência do procedimento de cura, excesso de carregamento, entre outros.

A superfície fica comprometida em termos de resistência e com a solicitação por abrasão e impacto ocorre o desgaste, ocasionando quebra das bordas das juntas, excesso de formação de poeira e todos os danos e prejuízos decorrentes deste processo.

Sabe-se que a qualidade da superfície está intimamente relacionada à sua resistência. Para aumentar a resistência da camada superficial, e proporcionar maior durabilidade, o meio técnico tem utilizado práticas modernas como o emprego de endurecedores de superfície químicos e ou à base de agregados minerais.

Os agregados minerais são compostos por uma mistura que pode reunir pó de quartzo, materiais metálicos, escória granulada de alto forno, sílica ativa, metacaulin, pigmentos e aditivos. Estes produtos são geralmente mais duros e resistentes que os agregados comuns utilizados no concreto e, por serem selecionados, contribuem com uma parcela importante na resistência à abrasão.

A sua aplicação é realizada por meio de um espalhamento deste composto (pó), que varia entre 3 kg/m² e 9 kg/m², e pode ser executado manualmente ou utilizando-se um equipamento específico para esta finalidade, que proporcionará melhor homogeneidade. A operação é realizada sobre o concreto fresco logo após o adensamento.

De acordo com o tipo de adição e dosagem, diversas características importantes podem ser obtidas:
* Redução do calor de hidratação;
* Incremento de resistência em idades avançadas;
* Melhoraria da coesão;
* Diminuição da exudação;
* Melhoria da fluidez do concreto;
* Melhoria da resistência na zona de transição entre a pasta e o agregado;
* Redução da permeabilidade;
* Aumento da resistência química.

O emprego da adição mineral tem influência benéfica nos pisos de concretos, e se justifica não só pelo aumento da durabilidade como também pelo apelo ecológico. Contudo, a principal vantagem será o aumento do desempenho e consequentemente da vida útil do piso de concreto, tornando-o mais econômico.

O fornecimento destes agregados é feito, via de regra, pelas empresas que vendem os aditivos químicos para concreto.

Jornalista responsável – Altair Santos MTB 2330 – Tempestade Comunicação


Catedral de Notre-Dame de Paris

A catedral de Notre-Dame, obra-prima da arquitetura gótica, é um dos ícones de Paris

Créditos: Vanda Pereira Cúneo - Assistente de Marketing

A catedral de Notre Dame, em Paris, da Idade Média aos dias de hoje.
A catedral de Notre Dame, em Paris, da Idade Média aos dias de hoje

Catedral de Notre-Dame de Paris é uma das mais antigas catedrais francesas em estilo gótico. Iniciada sua construção no ano de 1163, é dedicada a Maria, Mãe de Jesus Cristo (daí o nome Notre-Dame – Nossa Senhora), situa-se na praça Parvis, na pequena ilha Île de la Cité em Paris, França, rodeada pelas águas do Rio Sena.

A catedral surge intimamente ligada à ideia de gótico no seu esplendor, ao efeito claro das necessidades e aspirações da sociedade da altura, a uma nova abordagem da catedral como edifício de contato e ascensão espiritual.

A arquitetura gótica é um instrumento poderoso no seio de uma sociedade que vê, no início do século XI, a vida urbana transformar-se a um ritmo acelerado. A cidade ressurge com uma extrema importância no campo político, no campo econômico (espelho das crescentes relações comerciais), ascendendo também, por seu lado, a burguesia endinheirada e a influência do clero urbano. Resultado disto é uma substituição também das necessidades de construção religiosa fora das cidades, nas comunidades monásticas rurais, pelo novo símbolo da prosperidade citadina, a catedral gótica. E como resposta à procura de uma nova dignidade crescente no seio da França, surge a Catedral de Notre-Dame de Paris.

O processo de ascensão
O local da catedral contava já, antes da construção do edifício, com um sólido historial relativo ao culto religioso. Os celtas teriam ali celebrado as suas cerimônias onde, mais tarde, os romanos erigiriam um templo de devoção ao deus Júpiter. Também neste local existiria a primeira igreja do cristianismo de Paris, a Basílica de Saint-Etienne, projetada por Childeberto por volta de 528 d.C.. Em substituição a esta obra surge uma igreja românica que permaneceu até 1163, quando se dá o impulso na construção da catedral.

Já em 1160, e em resultado da ascensão centralizadora de Paris, o Bispo Maurice de Sully considerou a presente igreja pouco digna dos novos valores e manda-a demolir. O gótico inicial, com as suas inovações técnicas que permitem formas até então impossíveis, é a resposta à demanda de um novo conceito de prestígio no domínio citadino. Durante o reinado de Luís VII, e sob o seu apoio (visto o monarca central ter também no século XII um poder crescente), este projeto foi abençoado financeiramente por todas as classes sociais com interesse na criação do símbolo do seu novo poder. Assim, e tendo em conta a grandeza do projeto, o programa seguiu velozmente e sem interrupções que pudessem ocorrer por falta de meios econômicos (algo comum, na época, em construções de grande envergadura).

A construção iniciou-se em 1163 refletindo alguns traços condutores da Catedral de Saint Denis, subsistindo ainda dúvidas quando à identidade de quem teria "colocado" a primeira pedra, o Bispo Maurice de Sully ou o Papa Alexandre III. Ao longo do processo (a construção, incluindo modificações, durou até sensivelmente meados do século XIV) foram vários os arquitetos que participaram no projeto, esclarecendo este fator as diferenças estilísticas presentes no edifício.

Em 1182, na transição entre os séculos, a nave estava terminada. No início do século XIII foram arrancadas as obras da fachada oeste com as suas duas torres estendendo-se a meados do mesmo século. Os braços do transepto (galeria transversal de orientação norte-sul) foram trabalhados de 1250 a 1267 com supervisão de Jean de Chelles e Pierre de Montreuil. Simultaneamente levantaram-se outras catedrais ao seu redor num estilo mais avançado do gótico; a Catedral de Chartres, a Catedral de Reims e a Catedral de Amiens.

Fonte: Wikipedia

Jornalista responsável – Altair Santos MTB 2330 – Tempestade Comunicação


Construindo Melhor

Ao utilizar cal para confecção de argamassas de revestimento, certifique-se de que ela esteja bem hidratada.
O uso da cal "mal queimada" na argamassa de reboco proporciona o aparecimento de pequenos buracos (pites) no revestimento, causados pela hidratação retardada da cal.

Créditos: Engº. Carlos Gustavo Marcondes - Assessor Técnico Comercial Itambé


Rio de concreto transforma o Ceará

Eixão das Águas leva abundância hídrica à região metropolitana de Fortaleza e promete mudar perfil econômico da região

Trecho do Eixão já abastece com água a população do Ceará
Trecho do Eixão já abastece com água a população do Ceará

Com praticamente 80% das obras concluídas, o Eixão das Águas é atualmente a maior obra hídrica do Brasil. Quando finalizada, em 2010, terá 255,94 quilômetros ligando o Vale do Rio Jaguaribe até Fortaleza, cortando 15 municípios do Ceará e levando água até 3,5 milhões de pessoas. Sua construção só foi possível graças à tecnologia do concreto. A quantidade deste material empregado no eixo equivale a 231.959 m³.

A obra garantirá a segurança hídrica do Ceará para os próximos 30 anos, bem como a vinda de grandes projetos para o Estado, como refinarias e siderúrgicas, além de abastecer uma fronteira agrícola de 10 mil hectares. Trata-se de uma megaconstrução com capacidade de armazenar cerca de 6 bilhões de m³ de água e vazão de 22 m³/s (22 mil litros por segundo).

Para suportar tal volume, recebeu cinco tipos de concreto: concreto simples 15 MPa (utilizado na seção hidráulica dos canais); concreto estrutural (20 a 40 MPa) para obras especiais; concreto compactado a rolo - CCR -, utilizado em 9,5 quilômetros do trecho 3 do Eixão, no fundo do canal da região denominada Serra do Félix, e concreto projetado, utilizado nas rampas do segmento denominado Serra do Félix.

Tecnologia brasileira

A obra de transposição do Ceará inspirou-se em outras já realizadas no mundo, mas a que mais a influenciou foi a construída pelo Departament Of Water Resources da Califórnia, nos Estados Unidos, cujo projeto tem 869 km e 20 reservatórios, e que abastece a cidade de Los Angeles com uma vazão de 120 m³/s de água transferida do Rio San Joaquim.

Antonio Madeiro de Lucena, diretor de Águas Superficiais da Sohidra: tecnologia própria
Antonio Madeiro de Lucena, diretor de Águas Superficiais da Sohidra: tecnologia própria

A construção cearense ficou a cargo da Superintendência de Obras Hidráulicas (Sohidra) e o monitoramento das águas já está sob a gerência da Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos (Cogerh). "O que nos orgulha é que não houve necessidade de importar nenhuma tecnologia. A Sohidra já possuía experiência absorvida em obras congêneres patrocinadas e desenvolveu toda a obra", diz Antonio Madeiro de Lucena, diretor de Águas Superficiais da Sohidra.

Segundo Lucena, o desafio da obra foi obter as licenças ambientais, em virtude da recuperação das áreas de empréstimos e localização de bota-fora, atribuídos às escavações. Outro fator preponderante se referiu ao período invernoso da região, quando ocorrem grandes precipitações pluviométricas. "Caso ocorresse alguma deficiência no sistema de drenagem nas placas de fundo do canal havia o risco de comprometer a obra, mas superamos todos os desafios", relata o diretor da Sohidra.

No trecho 3 do Eixão, onde foi usado Concreto Compactado a Rolo (CCR), foi requisitada a supervisão da ABCP (Associação Brasileira de Cimento Portland). No trecho da Serra do Félix, em uma extensão de 9,5 km, esse tipo de concreto foi a opção para evitar uma escavação profunda de 18 m. Por isso usou-se CCR com consumo de 90 kg/m³ e 7 MPa aos 28 dias, por ser mais poroso e por aliviar a pressão freática. Assim a escavação reduziu para 9,6 m, explica Antonio Madeiro de Lucena, completando: "A ABCP nos orientou sobre o tipo de cimento que tivesse melhor adaptação à obra e nos indicou o uso do CCR."

O Eixão das Águas do Ceará está orçado em R$ 1,5 bilhão. Na construção dos três primeiros trechos foram gastos R$ 1 bilhão. Para o quarto e quinto trechos, o Banco Mundial (Bird) já autorizou um empréstimo de US$ 240 milhões (cerca de R$ 480 milhões).
 

Tempo de construção de cada trecho
Primeiro Trecho
Com 54 km, interliga os açudes Castanhão (Jaguaribe-CE) e Curral Velho (Morada Nova-CE). A obra foi iniciada em 2001 e concluída em 2005.
Segundo Trecho
Tem 45,9 km e interliga o Açude Curral Velho à Serra do Félix. Teve a implantação iniciada em outubro de 2005 e concluída em agosto de 2008.
Terceiro Trecho
Com 66,3 km, interliga a Serra do Félix ao Açude Pacajus. Iniciou-se em outubro de 2005 e será concluída em julho de 2009.
Quarto Trecho
Terá 33,9 km, interligando os Açudes Pacajús e Gavião (Itaitinga-CE). Já está em obras desde novembro de 2008 e tem conclusão prevista para novembro de 2010.
Quinto Trecho
Contará com 55,11 km, interligando o Açude Gavião até o Porto do Pecém, com previsão para início de implantação a partir do segundo semestre de 2009 e conclusão em 2010.

Email do entrevistado: Antonio Madeiro de Lucena, diretor de Águas Superficiais da Sohidra: oria@sohidra.ce.gov.br

Texto complementar:

Transposição do São Francisco vai superar obra do Ceará

O título de maior obra hídrica do país vai pertencer ao Eixão das Águas do Ceará até que seja concluída a transposição do Rio São Francisco. Essa construção, ainda sem prazo para ser finalizada, beneficiará mais de oito milhões de nordestinos dos estados do Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba e Pernambuco.

Com a transposição do São Francisco, dos 90 bilhões/m³ de água que o rio despeja em média por ano no mar, cerca de 1,5 bilhões de m³ serão efetivamente transferidos para outras bacias pelo projeto.

Enquanto o Eixão das Águas proporcionará uma vazão de 22 m³/s, a transposição do Rio São Francisco proporcionará uma vazão adicional de 90 m³/s. A obra terá 5 canais, 6 túneis, 12 aquedutos, 4 estações de bombeamento, 13 reservatórios intermediários e duas hidrelétricas. A área a ser beneficiada é denominada de "Nordeste Setentrional", que incorpora o coração da região das secas, em uma área equivalente a do Estado de São Paulo.

A título ilustrativo, o Nordeste tem apenas 3% da água doce do Brasil, e 70% dela provém do Rio São Francisco, cuja transposição terá cerca de 700 km de extensão. Na obra será utilizada a confecção de concreto nas obras de canais, adutoras, estações de bombeamento, reservatórios e obras de arte que se desenvolverão ao longo do traçado.

Jornalista responsável - Altair Santos MTB 2330 - Tempestade Comunicação


Responsabilidade de empreiteiro por obra poderá ser de dez anos

Projeto de lei prioriza o uso de material de construção de qualidade nos empreendimentos imobiliários

A Câmara dos Deputados analisa o projeto de lei 4749/09, do deputado Celso Russomanno (PP-SP), que aumenta para dez anos o prazo de responsabilidade do empreiteiro pela solidez e segurança dos edifícios. Atualmente, as construtoras são obrigadas a reparar os defeitos dos prédios apenas por cinco anos após o término da construção. A proposta altera o Código Civil (Lei 10.406/02).

Russomanno acredita que, com a aprovação da medida, as empreiteiras passarão a usar somente material de qualidade na construção de prédios no País. "Às vezes, até cinco anos, o produto resiste. Passados 15 anos, aparecem problemas: rachaduras nos prédios, caem os azulejos, soltam os pisos. Uma forma de garantir que o material usado seja exatamente aquele do memorial descritivo - e não um material de baixa qualidade - é aumentar o prazo de garantia e de responsabilidade direta do construtor, salvaguardando o consumidor", afirma o parlamentar.

Tramitação

O projeto tramita em caráter conclusivo e será analisado pelas comissões de Desenvolvimento Urbano; e de Constituição e Justiça e de Cidadania.

Fonte: Agência Câmara

Jornalista responsável – Altair Santos MTB 2330 – Tempestade Comunicação