Dasparkhotel
O hotel no parque
Créditos: Engº. Carlos Gustavo Marcondes - Assessor Técnico Comercial Itambé
Talvez inspirado pela tão constante composição "park hotel" em nomes de hotéis pelo mundo, o arquiteto austríaco Andreas Strauss criou o dasparkhotel que é um complexo hoteleiro instalado em tubos de concreto em um parque na cidade austríaca Ottensheim, próximo da margem do rio Danúbio.
O dasparkhotel funciona entre maio e outubro e pode ser reservado pela internet. Além do quarto instalado no tubo de concreto com uma cama de casal, o hóspede encontra à disposição cobertores, sacos de dormir, iluminação e energia (para recarregar aparelhos como celular) e compartimento para guardar pertences. A estrutura em concreto funciona também como isolador da alta temperatura externa e a porta é fechada com senha pessoal criada pelo hóspede.
Banheiros públicos, restaurantes e cafeterias na vizinhança do parque complementam a infra-estrutura ausente nos tubos de concreto. Por conta disso, o valor da diária é estipulado pelo próprio hóspede, que paga o quanto achar válido para apoiar o projeto.
Fonte: http://apaixaosegundosg.wordpress.com/2009/02/10/dasparkhotel-o-hotel-no-parque/
Jornalista responsável - Altair Santos MTB 2330 - Tempestade Comunicação
Construindo Melhor
Para minimizar a ocorrência de fissuras em argamassas de revestimentos (reboco), sugere-se molhar a superfície antes de aplicar a argamassa e após a aplicação, fazer a cura, molhando a argamassa. No preparo da argamassa, usar pouca água e atentar para que a cal esteja bem hidratada.
Créditos: Engº. Carlos Gustavo Marcondes Assessor Técnico Comercial Itambé
Jornalista responsável Altair Santos MTB 2330 Tempestade Comunicação
Cinpar e SBTA apontam novos rumos para a construção civil
Eventos realizados recentemente em Curitiba reuniram alguns dos principais especialistas sobre patologias na construção e tecnologia de argamassa
Nos meses de maio e junho ocorreram, em Curitiba, dois eventos importantes para a construção civil: o SBTA (Seminário Brasileiro de Tecnologia das Argamassas) e o Cinpar (Congresso Internacional sobre Patologia e Reabilitação de Estruturas). Os simpósios serviram para apontar novos rumos para o setor no Brasil e aproximar o país do que está em debate atualmente em outras regiões do mundo. Para falar sobre os conteúdos tratados nos dois eventos, foram entrevistados os professores Cesar Henrique Sato Daher, do Instituto IDD (Instituto De Luca e Daher), e Marienne do Rocio de Mello Maron da Costa, do departamento de construção civil da Universidade Federal do Paraná. Confira:
Entrevista 1
Cinpar revela que patologias de obras é preocupação mundial
O debate sobre patologias em construções é um assunto recorrente, correto? Desde quando o tema entrou na pauta aqui no Brasil e quais as correções de rumos que ele ajudou a serem tomadas ao longo deste processo?
Cesar Henrique Sato Daher - O assunto patologia em construção entrou na pauta do país na década de 80. Foi a partir de estudos dos professores Paulo Helene e Antônio Carmona Filho, feitos no Instituto Eduardo Torroja em Madri (Espanha), que eles trouxeram essa ciência para o Brasil. Antes disso, havia o conceito de que as obras eram eternas, que o concreto era eterno, mas comprovou-se que o material, ao longo do tempo, está sujeito a corrosões das armaduras e a colapsos das estruturas. Quando isso ocorre, principalmente em obras de vulto, como o metrô de São Paulo, por exemplo, causa grandes impactos na sociedade e na engenharia civil em si. Então, com os estudos sobre patologias, tem-se procurado dar mais segurança e durabilidade às nossas obras. Hoje está comprovado que uma boa prática de execução de engenharia está diretamente ligada com a prevenção de patologias. Não só a patologia do ponto de vista de uma ciência que estuda o pós-ocorrido, mas do diagnóstico das causas para evitar que obras futuras venham a sofrer do mesmo mal.
Daria para dizer que essa discussão sobre patologias também ajudou a construir determinadas normas da ABNT focadas em edificações?
Cesar Henrique Sato Daher - Com certeza. Houve mudanças principalmente nas normas de projetos e estruturas. Antigamente não se priorizava a parte de durabilidade das estruturas. A partir de 2001, quando começou a discussão da norma de cálculo estrutural, que foi revisada em 2003 e editada em 2004, na versão definitiva, começou-se a levar em consideração essa questão de vida útil. A partir daí vieram novas normas, em especial a de desempenho de edifícios até cinco andares, que entra em vigor em 2010. Ela também reforça a questão da vida útil e define maiores cobrimentos de armaduras na parte de estrutura, assim como concretos com menor relação água/cimento, mais duráveis, com mais resistência à corrosão, seja por cloreto, carbonatação, ataque a sulfato ou, como ocorreu em Recife, onde edifícios tiveram ataques de álcali-agregado, conhecido como câncer do concreto. Sobre isso saiu uma norma em 2008, que ensina a prevenir essa patologia. Então, as recentes normas vieram para ajudar a prevenir, já que o custo para recuperar uma construção com esses problemas é extremamente alto.
Quais as principais causas de patologias em construção: uso de material inadequado, mau uso do material ou má qualidade dos profissionais envolvidos na construção?
Cesar Henrique Sato Daher - É uma superposição de fatores. Mas, sem dúvida nenhuma, a maior parte está relacionada ao projeto inadequado, à especificação de materiais inadequados e à falta de controle dos materiais usados, ou seja, receber o material na obra e avaliar se ele tem condições de ser usado e se está de acordo com a normatização vigente. Também entra nesta lista o processo construtivo, haja vista que a mão de obra tem deixado a desejar.
O clima brasileiro influencia de que forma no favorecimento de patologias, já que boa parte das grandes cidades está próxima ao mar?
Cesar Henrique Sato Daher - Essa condição geográfica e climática influencia muito. Tem, por exemplo, a questão da névoa salina em beira-mar, que propicia a geração de sulfato e ataca diretamente os revestimentos, principalmente os concretos de sacadas. As armaduras são altamente afetadas por conta da névoa salina. Tudo isso exige um concreto adequado, combinado com uma execução que leve em conta os fatores ambientais. É importante ressaltar que só usar material de boa qualidade não é suficiente. O material não é milagroso. É preciso que quem vai executar o projeto, no caso o engenheiro de obras, tenha os cuidados adequados.
Especificamente sobre as cidades localizadas no sul do país, em função do frio e da chuva, quais as patologias mais comuns?
Cesar Henrique Sato Daher - O frio não afeta diretamente as construções. A não ser em casos isolados, onde há climas com temperaturas muito abaixo de zero, onde pode ocorrer o problema da expansão da água dentro do concreto e ocasionar rompimentos de estrutura, gerando uma abertura para que intempéries ataquem o material. Mas, sobre o inverno brasileiro, ele não oferece nenhum grande risco às obras. No Brasil, a situação mais preocupante ocorre no nordeste, onde a alta salinidade e o calor fazem uma combinação que afeta muito o concreto das edificações. Ainda sobre essa questão de influencia do clima, descobriu-se recentemente na Inglaterra que a utilização de agregados de fonte carbonática, agregados de calcário, em presença de sulfatos, e combinados com o frio, geram problemas sérios nas estruturas de pontes. O fenômeno causa o derretimento do concreto, pela formação de talmazita por ataque de sulfato. Essa reação está estimulando um amplo estudo no Reino Unido e as primeiras conclusões começam a chegar ao Brasil.
Obras de recuperação hoje respondem por quanto dos investimentos em construção civil?
Cesar Henrique Sato Daher - Há um estudo mundial que concluiu que nas próximas duas décadas se gastará mais com recuperação de obras do que com a construção de novas edificações. Existe a lei de Sitter, comumente chamada de lei dos cinco, que diz o seguinte: projeto inadequado aumenta o custo em 5%, construção errada eleva preço da obra em 25% e falta de manutenção amplia gastos para 125%. Ou seja, o custo cresce exponencialmente a cada etapa que é quebrada na construção correta e na manutenção de uma obra.
Do 5.º Cinpar, realizado em junho em Curitiba, quais as principais conclusões tiradas?
Cesar Henrique Sato Daher - O congresso revelou que há uma preocupação mundial com o estudo das patologias. Esse é um dos maiores focos da engenharia hoje. Está se pesquisando desde novos materiais que possam combater as patologias até o aprofundamento de diagnósticos precoces, que possam aplacar esses mecanismos de degradação. Um tema revelado no congresso foi o estudo de nanoestrutura do concreto, trazendo a nanotecnologia para a construção civil. Mas isso ainda está no campo das pesquisas e vai levar algum tempo para chegar ao dia a dia das construções.
Um tema que está na pauta atualmente é o programa Minha Casa, Minha Vida. Ele foi debatido no congresso?
Cesar Henrique Sato Daher - Um dos palestrantes, o professor José Marques, falou sobre essas obras programáticas do governo e defendeu que elas precisam se pautar pela sustentabilidade. Neste caso, ele não abordou apenas a construção de casas, mas de estradas, barragens e outras obras de infraestrutura do país.
Uma obra que é construída tomando cuidado para evitar patologias gera que tipo de economia?
Cesar Henrique Sato Daher - O que tem de se imaginar é o seguinte: toda obra, principalmente as de uso comum da sociedade, se precisar de reparos após sua construção, vai gerar impacto social, impacto ambiental e impacto financeiro muito grandes. Então é preciso levar isso em conta na hora de se projetar e de se construir obras vultuosas.
No caso das obras públicas, rodovias e viadutos são as mais atingidas por patologias. Por que isso ocorre?
Cesar Henrique Sato Daher - Ocorre pela falta de preocupação com a monitoração e a manutenção. Há muitas falhas nos sistema de fiscalização durante a obra, inspeção após a obra concluída e manutenção ao longo da existência da obra. Então, as licitações, já desde o projeto, deveriam prever essas etapas, o que, na maioria das vezes, não ocorre. No que isso resulta? Boa parte das obras públicas tem pouca durabilidade.
Entrevista 2
SBTA prioriza influencia de agentes climáticos na argamassa
Qual o tema que centralizou os debates no VIII Simpósio Brasileiro de Tecnologia das Argamassas (SBTA)? Quais as principais conclusões tiradas do encontro?
Marienne do Rocio de Mello Maron da Costa - O evento abordou muitas das discussões voltadas ao impacto das propriedades das argamassas no desempenho de revestimento e a importância de se considerar os agentes climáticos. No estado fresco, o foco das discussões foi na caracterização reológica das misturas, com atenção especial para o procedimento de mistura e teores de água. No estado endurecido, a propriedade permeabilidade teve destaque fundamental. O desempenho do revestimento aplicado foi também amplamente discutido, assim como a importância do intercâmbio de conhecimento através da interação entre indústrias, universidades e construtoras. Os trabalhos científicos apresentados nesse evento estarão disponibilizados em breve no site do Infohab (www.infohab.org.br).
Entre as novidades tecnológicas apresentadas no simpósio, qual ou quais mais se destacaram?
Marienne do Rocio de Mello Maron da Costa - A palestra do professor-doutor Vasco Peixoto de Freitas, da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto (Portugal), no tema Tipificação de Patologias de Argamassas, trouxe novidades surpreendentes sobre a abordagem de patologias em argamassas através de uma visualização conjunta da edificação. Esse trabalho gerou uma relação de fichas orientativas disponibilizadas no site www.patorreb.com, divulgado no evento. Trata-se de um trabalho inédito.
Questões como mudanças climáticas foram debatidas no simpósio, já que elas influenciam nos sistemas construtivos?
Marienne do Rocio de Mello Maron da Costa - A importância do clima no desempenho dos revestimentos de argamassa é uma questão debatida já faz alguns anos nos SBTAs. O que se observa é que o público de pesquisadores tem pleno entendimento que o clima influencia, mas ainda faltam ações efetivas sobre o tema. Nesse sentido, o objetivo do GT Argamassas da Antac, a partir de então, será orientar grupos de pesquisa localizados em diversas regiões do Brasil para a investigação das influências climáticas locais, de forma a proporcionar para o IX SBTA discussões quantitativas sobre o tema.
De que forma as conclusões de um simpósio desta envergadura chegam ao consumidor final?
Marienne do Rocio de Mello Maron da Costa - Foi realizado um levantamento sobre o público no evento e pudemos constatar que aproximadamente 70% dos presentes estavam relacionados com a indústria (de insumos, equipamentos, etc) de praticamente todos os estados brasileiros. Isso nos surpreendeu positivamente, pois a constatação é que haverá a conexão mais rápida e direta dos assuntos abordados nesse evento com o consumidor final. Cabe destacar também que um dia específico do simpósio foi dedicado ao construtor, com a apresentação de palestras e estudos de caso de construtoras.
Em termos de normas da ABNT, hoje elas atendem plenamente a qualidade da argamassa ou novas normas estão em estudo para melhorar ainda mais o produto?
Marienne do Rocio de Mello Maron da Costa - As normas da ABNT referentes às argamassas possuem ainda deficiências. Há a necessidade que se evolua para a especificação de argamassas por região do país, tendo-se em vista a importância das influências climáticas regionais no desempenho do material. Atualmente, a normalização de argamassas de revestimento e assentamento está em fase de revisão e alguns métodos de ensaios, assim como limites de requisitos de qualidade, estão sendo reavaliados.
Como está o estudo da argamassa no Brasil. O país é destaque na produção deste produto ou ainda importa tecnologia?
Marienne do Rocio de Mello Maron da Costa - A pesquisa em argamassas evoluiu sobremaneira nos últimos cinco anos, para o entendimento do comportamento reológico de argamassas no estado fresco. O Brasil foi pioneiro na proposta de um novo ensaio que caracteriza este comportamento reológico, também chamado Squeeze Flow. Trata-se de um ensaio adaptado do setor de alimentos para o setor de argamassas, de fácil implantação em laboratórios de materiais, no qual se entende a deformabilidade do material quando solicitado por uma carga. Ou seja, procura-se verificar o comportamento da argamassa na fase prática de aplicação, se é adequada ou não para aquele serviço.
Algumas universidades desenvolvem estudos sobre argamassa. Essas pesquisas poderiam abranger mais escolas ou o nível de busca do conhecimento está adequado?
Marienne do Rocio de Mello Maron da Costa - A busca pelo conhecimento deve ser perene. O que se descobre hoje deve ser mais um suporte para as descobertas do amanhã. Muitas universidades do Brasil, incluindo-se a Universidade Federal do Paraná, desenvolvem pesquisas na área de argamassas. Há projetos comunitários entre universidades e outros isolados. O que se observa é que há uma exigência muito importante em editais de agências de fomento à pesquisa para a inovação tecnológica e a redução de desperdícios. Quando se fala em desenvolvimento tecnológico não podemos perder de vista esses dois pilares principais. Assim, um programa inovador na área de materiais de construção, mais especificamente em argamassas, é o Consitra (Consórcio Setorial e para Inovação em Tecnologia de Revestimentos de Argamassa). Criado em 2004, o Consitra é uma iniciativa inédita, pois integra vários agentes da cadeia produtiva em um projeto com objetivo comum: desenvolver, no âmbito dos revestimentos, novas tecnologias pautadas por atributos como confiabilidade, produtividade, durabilidade e custo compatível com o mercado nacional. Seus integrantes são: Abai, ABCP, Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de São Paulo (SindusCon-SP), Associação Brasileira das Empresas de Tecnologia da Construção Civil (Abratec), Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (Poli-USP) e Universidade Federal de Goiás. O Programa está sendo revisto este ano e o objetivo será agregar um número maior de universidades para o grupo de pesquisa.
O governo tem participação no incentivo aos estudos ou participa pouco?
Marienne do Rocio de Mello Maron da Costa - O governo, através das agências de fomento à pesquisa, como Finep, CNPQ e Capes, tem incentivado a pesquisa através da publicação de editais diversos na área de construção. O que se observa é que quase sempre as mesmas universidades acabam sendo contempladas dentro dos critérios estabelecidos, pois mais dinheiro gera mais equipamento e mais mão de obra e, consequentemente, mais publicação. O currículo lattes do corpo de pesquisadores representa um peso grande na avaliação dos projetos contemplados.
Na cadeia construtiva a argamassa ganha cada vez mais destaque. Desde quando o produto passou a ter essa importância?
Marienne do Rocio de Mello Maron da Costa - As argamassas mais antigas eram à base de cal e areia. O primeiro emprego de argamassa como material de construção é da pré-história, há cerca de 11 mil anos. Existem também vários registros do emprego de argamassas de cal e gesso pelos egípcios, gregos, etruscos e romanos. Com as alterações das técnicas de construção foram introduzidos à argamassa de cal, o cimento, aditivos ou adições, transformando-a numa argamassa mista. Entretanto, o uso da argamassa de cal continua. Porém, no final do século XIX surgiram na Europa e nos Estados Unidos as misturas prontas de argamassa (argamassa industrializada), necessitando apenas da adição de água. Pode-se dizer ainda que a pesquisa tecnológica em argamassas teve seu início com a publicação dos primeiros trabalhos no I SBTA, ocorrido em Goiânia em 1995. Daí em diante o desenvolvimento tecnológico nessa área vem crescendo sobremaneira.
Um tema que está na pauta atualmente é o programa Minha Casa, Minha Vida. Ele foi debatido no simpósio, de que forma?
Marienne do Rocio de Mello Maron da Costa - Esse é um programa importante para a sociedade, visto que disponibilizará em um futuro próximo a construção de um milhão de moradias para famílias de baixa renda, através da promoção de parcerias entre as iniciativas privada e pública. Esse tema não foi debatido no simpósio, mas certamente muitas das discussões ocorridas no simpósio contribuem para a redução do custo da construção com a manutenção da sua qualidade.
Entrevistados:
Professor Cesar Henrique Sato Daher: daher@institutoidd.com.br
Professora Marienne do Rocio de Mello Maron da Costa: mariennecosta@uol.com.br
Jornalista responsável - Altair Santos MTB 2330 - Tempestade Comunicação
Ser resiliente é a nova missão do RH
Setor se reinventa e abre caminho para que as empresas mudem para melhor e ofereçam mais qualidade de vida aos colaboradores
Mudanças contínuas na empresa, prazos curtos, administração de pessoas, demitir e contratar. Essa tem sido a atual rotina de profissionais de RH. Por isso, a área busca novos métodos e ganha destaque dentro das empresas, acumulando funções estratégicas. O setor passou a ter como definição-chave a palavra resiliente. O conceito vem da Física e é aplicado ao comportamento humano, permitindo mudanças nas atitudes e na qualidade de vida das pessoas. Essa é a nova missão do RH, como explica a consultora Marcia Regina Portella Gracia, diretora de eventos de desenvolvimento da Associação Brasileira de Recursos Humanos, seção Paraná. Confira a entrevista.
Como está a área de recursos humanos atualmente no Brasil? Há muita disparidade entre o que os departamentos de RH de multinacionais vêm fazendo e o RH de empresas nacionais?
Atualmente, a área de RH das empresas nacionais está em vantagem, se comparada com a de outros países. No Brasil, ela está acostumada a um mercado de oscilações. Isso desenvolveu a flexibilidade para trabalhar com a diversidade de situações e, principalmente, com recursos escassos. Por outro lado, independentemente de ser multinacional ou nacional, o importante é que a empresa tenha um RH forte e sintonizado com as necessidades da organização.
O RH hoje não se limita apenas às questões administrativas. Ele tornou-se algo mais macro e opera em outras frentes. No que um RH que se comporte assim traz de benefícios para a empresa?
Ele torna-se imprescindível quando está sintonizado ao planejamento estratégico das organizações. É aí que o RH poderá fazer a diferença. A área deverá ter os subsistemas alinhados ao estilo e à cultura da empresa. Com isso, ela saberá mapear as competências essenciais que trazem resultado mais rápido e efetivo à organização e valorizar a meritocracia. O profissional de Recursos Humanos precisa entender que ele é tão responsável pelos resultados do negócio, seja lucro, qualidade dos serviços, fidelização dos clientes ou satisfação dos acionistas, quanto os profissionais das demais áreas da empresa. Cuidar só de gente é passado. O presente e o futuro requerem cuidar do negócio, por meio das pessoas, para que a organização tenha sustentabilidade financeira e social.
O RH hoje tem de atuar interligado com outros setores. Como isso é encarado dentro das empresas?
Se o papel do RH estiver bem disseminado ou internalizado, ocorre normalmente. Isso depende dos próprios profissionais de RH em conquistar o espaço e apresentar propostas que viabilizem a eficácia das ações. Portanto, é preciso conhecer as necessidades e expectativas dos clientes internos e, principalmente, conhecer e entender do negócio. É necessário ter clareza, entendimento e compartilhamento da missão, visão e valores da empresa.
E quando o RH encontra resistência, o que fazer?
Daí o RH pode ser estratégico, com soluções ligadas ao negócio e um sistema baseado em indicadores de gestão que ofereça possibilidades de gerenciar e focar nos resultados, verificando os pontos de melhoria para estabelecer ações corretivas rápidas, bem como ações preventivas. Para isso, é importantíssimo que a toda a equipe de RH seja composta por pessoas que tenham, entre outras características, visão, planejamento, capacidade de assumir riscos, ser comunicativo, saber trabalhar em equipe, saber alinhar objetivos, ser resiliente, organizado, responsável e líder.
Daria para dizer que hoje o RH é quem puxa pelas inovações a serem implementadas dentro das empresas?
Esse ainda é um sonho de consumo, mas acredito que estamos caminhando nessa direção. Teoricamente, o RH seria a área mais preparada para fazer e puxar as inovações, pois pode fluir por todos os processos e ambientes da organização e tem uma visão do todo. Mas para isso, é fundamental que a alta direção da empresa tenha coragem e determinação para dar ao líder maior da área de RH autoridade e responsabilidade de atuar efetivamente como um RH estratégico, participando de todas as decisões da empresa e montando uma equipe que possa ser reconhecida como estratégica.
Qual a metodologia mais adequada que um RH inovador deve adotar para implantar mudanças em uma empresa gerida ainda com conceitos antigos?
É conhecer a cultura e o estilo de gestão, além de entender o mercado no qual a organização está inserida. Isso ajuda a ultrapassar as barreiras do operacional para atuar com o objetivo de atender aos interesses do negócio, com ações pragmáticas, positivas e focadas.
Administrar pessoas, demitir e contratar não são mais as regras tácitas do RH, mas ela ainda segue sendo essencial. Em tempos de crise, como administrar isso?
Isso é e sempre fará parte dos processos do RH, mas esses subsistemas, se bem administrados e ligados ao estilo e cultura da empresa, podem ajudar muito a tornar a empresa rentável, contratando pessoas dentro do perfil e com competências que gerem resultados rapidamente. Não adianta possuir as melhores ferramentas de treinamento e desenvolvimento se as pessoas contratadas não estão dentro do perfil e da cultura da organização. Em caso de demissão, é preciso cuidar para efetuar somente em último caso e de forma responsável, possibilitando que o colaborador tenha tido tempo e oportunidade de reverter a situação. Outra prioridade é preservar a organização com uma forma adequada de realizar o desligamento, para preservar a imagem e evitar processos trabalhistas posteriores.
No Paraná há bons exemplos de RH que implementaram mudanças positivas nas empresas?
Posso citar a Herbarium, a Langs gyr e a SNR Rolamentos. São empresas que estabeleceram programas modelares de trainée, de retenção e de qualidade de vida.
Entre essas características novas do RH, quais as mais difíceis de serem colocadas em prática: recrutamento e seleção; treinamento e desenvolvimento; qualidade de vida, cargos e salários ou avaliação de desempenho e processo de comunicação?
Eu não diria a mais difícil, mas a mais importante é o recrutamento e seleção. Não adianta implantar o melhor modelo se o novo colaborador não for contratado dentro do perfil. Dessa forma todo o investimento será perdido.
A pesquisa hoje se tornou ferramenta essencial para o RH detectar problemas ou há outras ferramentas que trazem mais resultados?
Uma das ferramentas essenciais é investir em treinamento para ter gestores sensibilizados e preparados para fazer a gestão de RH e trabalhar em sintonia com a visão, a missão e os valores da organização. Com isso, a área de RH acumula informações que podem anteceder as pesquisas de clima.
As escolas têm formado bons RH ou há uma desconexão da realidade das empresas com o que é ensinado hoje?
Já melhorou bastante, mas ainda falta uma parceria maior com as empresas para ajudar na elaboração dos conteúdos programáticos dos alunos que seguirão a carreira de RH.
Entrevistada: Marcia Regina Portella Gracia: marciag@barigui.com.br
Jornalista responsável Altair Santos MTB 2330 Tempestade Comunicação
Construção civil será 1.º setor a sair da crise
Carta de Conjuntura, divulgada pelo IPEA, mostra que estímulo forte gerado pelo governo vai alavancar o setor
O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) acredita que a construção civil deverá ser o primeiro a se recuperar dos efeitos da crise econômica entre os setores que compõem a formação bruta de capital fixo (FBCF) no Brasil.
As razões para isso estão no estímulo a ser gerado por uma série de medidas do governo, como a introdução de novas linhas de financiamento imobiliário; a isenção de IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) sobre os produtos ligados ao setor, o programa para a construção de casas para a população de baixa renda e os investimentos no âmbito do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento)", diz a Carta de Conjuntura, recentemente divulgada pelo Instituto.
Para o Ipea, a queda da FBCF no primeiro trimestre foi o principal destaque negativo do lado da demanda no resultado do Produto Interno Bruto (PIB) do primeiro trimestre. O Instituto lembrou que, tanto na comparação com igual período de 2008, quando a queda foi de 14%, quanto na série dessazonalizada, em que o recuo foi de 12,6%, a formação bruta de capital fixo apresentou o pior resultado da série iniciada em 1996.
"O tombo dos investimentos refletiu o fraco desempenho tanto do consumo aparente de máquinas e equipamentos (Came), quanto da construção civil. Enquanto o Came caiu 18,1% no primeiro trimestre, influenciado pela queda da produção e da importação de bens de capital, o setor da construção civil também sofreu forte recuo, registrando variação de -10,3%", diz a Carta de Conjuntura.
Fonte: Valor Econômico
Jornalista responsável Altair Santos MTB 2330 Tempestade Comunicação
Computador antigo custa mais para as empresas
Troca de equipamentos após três anos de uso pode aumentar desempenho de um desktop em até 200%
Pesquisa divulgada pela Intel revela que o custo médio de suporte a computadores antigos cresce mais de 30% ao ano. O estudo levou em consideração o custo de suporte anual relacionado à atualização do computador, diagnóstico e conserto do equipamento, isolamento e recuperação do PC, após um incidente de segurança e falhas do hard disk.
De acordo com Maurício Ruiz, diretor do segmento corporativo da Intel Brasil, ao trocar o equipamento as empresas obtêm um aumento de desempenho em mais de 200% sobre um desktop com três anos de vida. Segundo ele, à medida que os computadores se tornam mais velhos, a sua manutenção fica mais cara e pode comprometer o custo-benefício de propriedade. "Podemos ressaltar que empresas que possuem computadores mais novos conseguiram reduzir em 80% as visitas de manutenção de TI. Isso acontece porque a distribuição de patches de segurança ocorre 42% mais rápido. Antes dessa solução, a ação levava cinco dias para atingir a marca de 98% de distribuição. Atualmente, é possível alcançar essa porcentagem em apenas quatro horas", afirmou. Ruiz aponta ainda que, durante crises financeiras, as empresas procuram ser mais efetivas e produtivas viajando menos e fazendo um maior uso de correio eletrônico, videoconferência e webcasts, com o objetivo de aumentar a margem de ganho e produtividade. "Mas não importa se os resultados financeiros das companhias estejam em declínio ou não. As pressões em TI continuam as mesmas, pois a demanda por tecnologia nunca diminui", completou. As crises não afetam apenas a disposição para viagens. De acordo a pesquisa realizada pela Wipro PSA nos Estados Unidos, Alemanha e Reino Unido, um total de 32% das companhias pretende reduzir a taxa de renovação de seus parques de TI em 2009. Outros 60% das empresas ouvidas, no entanto, afirmaram que continuarão com seus planos anteriores. As empresas que decidem renovar seus parques de TI obtêm não só um incremento de performance, como também ganho de energia, que pode ser maximizado caso optem por um PC gerenciado remotamente. "Em tempos de crise, quando há uma redução de investimentos, estes devem ser feitos de maneira inteligente de forma a não prejudicar a produtividade e aumentar outros custos além dos de aquisição", conclui Ruiz.
Fonte: Maxpress
Jornalista responsável Altair Santos MTB 2330 Tempestade Comunicação
Pré-sal estimula empregos na tecnologia
Descoberta de petróleo nas profundezas do mar deve gerar mais de 200 mil postos de trabalho diretos na indústria de óleo e gás
Os investimentos da Petrobras neste ano devem superar os R$ 53,4 bilhões de 2008. Boa parte destes recursos irá para a exploração de petróleo abaixo da camada pré-sal. É nas profundezas do Oceano Atlântico que a estatal concentra atualmente seu potencial em pesquisa e tecnologia. E é para lá que vai migrar boa parte dos estimados 228 mil empregos que devem ser gerados pela indústria de óleo e gás em um prazo de dois a três anos. Não estamos falando apenas de energia, mas de infraestrutura e logística, que também vão absorver muita mão de obra, afirma a consultora Fabiana Nakazone, especialista em gestão de pessoas.
Pelas análises do mercado, a área de tecnologia, e em especial as engenharias, devem dominar pelo menos 70% das vagas criadas pela descoberta do pré-sal. Em um primeiro momento, esse não será um mercado de trabalho para o primeiro emprego. A expectativa é que aqueles profissionais que investiram em suas carreiras nos últimos cinco anos possam ser os primeiros beneficiados por essa demanda. Engenheiros com capacitação no exterior e experiência comprovada, principalmente em setores relacionados à energia, infraestrutura e logísitica, são os que primeiramente absorverão essas vagas, diz Nakazone.
A gestora, no entanto, avalia que em médio e longo prazo toda a cadeia envolvida pela engenharia deve ser beneficiada. O pré-sal trará inovações a todos os setores da tecnologia brasileira e isso vai refletir não só no mercado de trabalho, mas nas áreas de ensino. As escolas terão de criar disciplinas e até cursos voltados para essa nova realidade brasileira, avalia.
Mais empregos, melhores salários
Outros projetos nacionais, como o PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), a Copa do Mundo de 2014 e o programa habitacional Minha Casa, Minha Vida, também trarão novos valores para a engenharia brasileira, prevê Fabiana Nakazone. A tendência é que no ano que vem tenhamos um superaquecimento neste setor. Por quê? Porque empreendimentos do PAC vão demandar mais mão de obra para serem concluídos, porque os estádios para a Copa devem começar a ser construídos e porque o Minha Casa, Minha Vida trocará a fase de projetos pela de construção, enumera.
Se todos esses programas estiverem a pleno vapor em 2010, a economia deverá receber uma injeção de quase R$ 650 bilhões. O volume de recursos e a procura intensa por trabalhadores das áreas tecnológicas também devem atrair melhores salários para o setor. Como há defasagem de profissionais, quem contratar vai se dispor a pagar mais. É a regra de um mercado aquecido e em busca de inovações, conclui Fabiana Nakazone.
Email da entrevistada: Assessoria de imprensa do Grupo DMRH Companhia de Talentos: jimena.carro@dmrh.com.br
Fique por dentro
O que é PAC?
PAC é a sigla para Programa de Aceleração do Crescimento. É um plano do governo federal para estimular o crescimento da economia brasileira, através do investimento em obras de infraestrutura (portos, rodovias, aeroportos, redes de esgoto, geração de energia, hidrovias, ferrovias).
O PAC foi lançado pelo governo federal no dia 28 de janeiro de 2007, prevendo investimentos da ordem de 503,9 bilhões de reais até 2010. O capital utilizado é originário de recursos da União, capitais de investimento de empresas estatais e investimentos privados com estímulos de investimentos públicos e parcerias.
O que é pré-sal?
A chamada camada pré-sal é uma faixa que se estende ao longo de 800 quilômetros entre os estados do Espírito Santo e Santa Catarina, abaixo do leito do mar, e engloba três bacias sedimentares (Espírito Santo, Campos e Santos). O petróleo encontrado nesta área está a profundidades que superam os 7 mil metros, abaixo de uma extensa camada de sal que, segundo geólogos, conservam a qualidade do petróleo. Vários campos e poços de petróleo já foram descobertos no pré-sal, entre eles o de Tupi - o principal. Há também os poços de Guará, Bem-te-vi, Carioca, Júpiter e Iara. O plano da Petrobras é investir R$ 112 bilhões até 2012.
O que é o Minha Casa, Minha Vida?
O governo federal está investindo R$ 34 bilhões no programa que nasceu para viabilizar a construção de 1 milhão de moradias para famílias com renda de até 10 salários mínimos, em parceria com estados, municípios e iniciativa privada. O objetivo é impulsionar a economia e gerar empregos, sobretudo no setor da construção civil.
O que é Copa do Mundo de 2014?
O Brasil sediará daqui a cinco anos o principal evento esportivo do planeta. A previsão é que entre a construção de 12 estádios e a organização do torneio sejam gastos perto de R$ 3 bilhões. Os recursos para adequação da infraestrutura virão do Programa de Aceleração do Crescimento.
Jornalista responsável Altair Santos MTB 2330 Tempestade Comunicação
Queda de revestimento cerâmico
Patologia está entre as mais comuns nas edificações. Para evitá-la, construtor deve tomar cuidados simples
Créditos: Engº. Carlos Gustavo Marcondes Assessor Técnico Comercial Itambé
Há quem imagine que os revestimentos de uma edificação têm apenas função estética. É um erro. O papel fundamental é garantir a durabilidade da alvenaria e fazer a proteção termoacústica , melhorando o conforto interno da casa ou apartamento. Não obstante, os revestimentos impactam no custo de uma edificação e chegam a representar cerca de 10% do custo da obra.
Pela importância desta etapa da obra, é de se estranhar que existam tantas patologias relacionadas ao assunto. E elas vão desde pequenas fissuras e eflorescências até a queda de revestimentos cerâmicos.
Diversas são as origens destes problemas. Entre elas: deformação excessiva da estrutura, atuação de sobrecarga além das definidas em projeto, recalques do sistema de fundação, movimentação de lajes e vigas de cobertura, retração da argamassa, dilatação térmica e ou higroscópica dos revestimentos cerâmicos e falhas construtivas.
Sabe-se também que boa parte das patologias poderia ser evitada se fossem adotados os seguintes cuidados:
* Compra de revestimentos cerâmicos apropriados, que devem ter baixa absorção e expansão por umidade.
* Uso de argamassas com menor rigidez e compatível com o substrato.
* Bom espalhamento da argamassa colante.
* Uso de técnicas corretas para execução.
* Prever a correta manutenção da fachada.
Mas a melhor solução para o problema ainda é o construtor contar com um bom projeto de revestimento, que não se limita apenas em paginar graficamente a fachada. Devem ser previstas juntas de dilatação, além de contemplar a especificação dos materiais, das técnicas e dos procedimentos construtivos para execução e controle.
Além de contar com um bom projeto, é imprescindível que o construtor conheça os produtos que está utilizando e também as normas que contemplem os requisitos de projeto, em especial a norma NBR 13755/96 (Revestimento de Paredes Externas com Placas Cerâmicas e com Utilização de Argamassa Colante - Procedimento). Que estabelece os requisitos para execução, fiscalização e recebimento de revestimento de paredes externas com placas cerâmicas assentadas com argamassas colantes específicas para fachadas.
Desta forma, o construtor obterá melhor desempenho, evitará retrabalho durante a execução da obra e, consequentemente, terá um revestimento com menos manifestações patológicas e mais durável.
Jornalista responsável Altair Santos MTB 2330 Tempestade Comunicação
Uma das soluções mais viáveis para a Copa 2014 está no pré-moldado
Sistema construtivo deve agilizar obras nos estádios que, pelo cronograma da Fifa, devem ser entregues até o final de 2012
Conhecidas as 12 cidades indicadas pela Fifa (Federação Internacional de Futebol) como subsedes para a Copa do Mundo de 2014, que acontecerá no Brasil, o que se discute agora é como serão construídos os estádios. Os projetos já foram apresentados, mas a ausência de recursos privados para as obras deve obrigar o governo federal a abrir uma linha de crédito especial do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social). Estima-se que só a adequação de estádios e a construção de novas arenas devem custar R$ 3 bilhões. Para não fugir deste orçamento, os pré-moldados devem ser um dos sistemas construtivos que prevalecerão para erguer os palcos das partidas.
O caderno de encargos da Fifa exige que pelo menos dois estádios tenham capacidade para 60 mil lugares ou mais. São os que vão sediar a abertura e a final da Copa. Os demais devem ter no mínimo 40 mil lugares. Por isso, em recente audiência pública no Congresso Nacional, o presidente nacional do Sinaenco, José Roberto Bernasconi, alertou que a Fifa, ao anunciar as subsedes, já deveria ter definido quem vai abrir e fechar o mundial. A diferença é grande. Por isso, são necessárias mais informações por parte da organização do evento para que seja realizado um planejamento. A Fifa nos cobrará mais tarde, e só poderemos corresponder a suas demandas se primeiro cobrarmos agilidade da entidade, ressalta.
Pelo motivo de as subsedes ainda não saberem ao certo quais serão suas demandas, o presidente da regional Paraná do Sinaenco, Marlus Coelho, já prevê atrasos nas obras. Além destas questões relacionadas à Fifa, têm os problemas institucionais, como o atendimento às normas municipais e ambientais, em todos os níveis. Mas o mais crítico é o início das obras, a solução da equação financeira, avalia, antecipando que a indicação de 12 subsedes foi uma estratégia da Fifa para trabalhar com uma margem de erro. São necessários, efetivamente, apenas oito estádios para realizar a Copa. Ou seja, foram indicados doze para dar uma folga maior, completa.
Independentemente do número de estádios que vão acabar sediando a Copa do Mundo de 2014, o Sinaenco avalia que o evento trará luz à segurança dos estádios uma das bandeiras do organismo. Os projetos vão incentivar a resolver pontos críticos, como tempo de evacuação do público e adaptação do entorno dos estádios para receber grandes públicos, diz Marlus Coelho. Ele ressalta, porém, que a manutenção destas obras será outro dilema a ser vencido: Sem a manutenção periódica e adequada, os elementos iniciais de segurança poderão se deteriorar e comprometer o futuro dos estádios após a Copa.
Fique por dentro
As 12 cidades eleitas para sediar jogos da Copa do Mundo de 2014, no Brasil, são: Belo Horizonte, Brasília, Cuiabá, Curitiba, Fortaleza, Manaus, Natal, Porto Alegre, Recife, Rio de Janeiro, Salvador e São Paulo.
Texto complementar
Sinaenco aposta que Arena da Baixada será a 1.ª a ficar pronta
Presidente regional Marlus Coelho revela, em entrevista, otimismo com estádio escolhido para representar a subsede Curitiba. Confira:
O senhor aposta que a Arena será o primeiro estádio a ficar pronto?
Sim, as obras na Arena já começaram e, certamente, ela estará pronta para a Copa de 2014.
Da 1.ª etapa da construção da Arena para essa nova fase da obra mudou alguma coisa em termos de tecnologia empregada?
A Arena da Baixada já tem uma concepção europeia, pois os arquitetos que a projetaram estudaram os melhores estádios do mundo. Então ela já atende ao padrão da Fifa, com aquele formato mais retangular diferindo do oval adotado pelo Maracanã e seguido pela maioria dos estádios brasileiros. Então as adaptações pelas quais ela deverá passar não se referem ao projeto, mas a espaços para a mídia e os convidados VIPs e VVIPs, assim como estacionamento e o entorno.
O entorno parece ser o que mais vai exigir adaptações. É isso?
De fato, as alterações maiores serão no entorno. O problema poderá estar num conflito entre as exigências da Fifa e a viabilidade da Prefeitura Municipal, em função da exiguidade de espaços na região, já densamente ocupada por edifícios residenciais.
Marlus Coelho, presidente da regional Paraná do Sinaenco: marlus@esteio.com.br
Jornalista responsável Altair Santos MTB 2330 Tempestade Comunicação
Nova sede do Crea-PR será referência em sustentabilidade
Prédio com 9 pavimentos e sistema construtivo pré-fabricado terá projeto escolhido em concurso público, que reuniu 125 trabalhos
Fundado há 75 anos, o Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia do Paraná (Crea-PR) quer tirar o conceito de prédio sustentável do abstrato. Um amplo concurso público, que contou com a participação de 125 trabalhos, elegeu o projeto da nova sede do Crea-PR, que deverá ser inaugurada em 2010, no bairro Mercês, em Curitiba, em uma área de 2,6 mil metros quadrados.
A obra, segundo o arquiteto Jeferson Dantas Navolar, coordenador do concurso e presidente do IAB-PR (Instituto de Arquitetura do Brasil, departamento Paraná), promete ser referência em construção sustentável no Brasil. Segundo ele, por não existir no país uma legislação específica sobre o tema, hoje qualquer obra invoca o rótulo de "sustentável". "Não possuímos uma legislação integrada que possibilite uma certificação. Por isso, a definição de prédio sustentável no Brasil ainda é abstrata", afirma.
Para romper esse paradigma, o concurso do Crea-PR foi rigoroso. Venceu o projeto do arquiteto gaúcho Jean Grivot Avancini. Ao todo participaram trabalhos de 14 estados
brasileiros. "O concurso teve um nível técnico elevado, pouco usual, principalmente no que diz respeito à sustentabilidade", explica Jeferson Navolar, que revelou o lema que norteou o concurso: "Durabilidade com baixo custo ambiental."
O novo prédio do Crea-PR terá 9 pavimentos e 1 sub-solo, atendendo a legislação urbanística de Curitiba. Foram previstos reuso de água, retenção de água pluvial e privilégio à iluminação natural na maior parte dos ambientes. O projeto destaca os seguintes itens:
* Ocupação dos vazios urbanos, evitando-se novos loteamentos
* Baixo consumo energético durante a construção e também durante o uso da edificação
* Baixo consumo de água durante a construção e reaproveitamento de águas, com tratamento adequado para cada uso
* Baixa produção de resíduos durante a construção
* Opção por materiais e insumos "ambientalmente corretos" (baixa emissão de carbono, extrativismo responsável e qualificação social dos agentes envolvidos)
O sistema construtivo escolhido para a obra foi o pré-fabricado. "A pré-fabricação atende às condições do sítio urbano e do terreno, sem espaço para grandes canteiros de obras", explica o presidente do IAB-PR. O valor dá obra não é revelado pelo Crea-PR, mas o investimento será maior do que o que seria feito em uma obra normal. "É preciso ressaltar que o que é impagável é o compromisso com o meio ambiente", disse Navolar.
Antes de a obra começar, terão de ser cumpridas as seguintes etapas: contratação do projeto executivo de arquitetura e dos executivos complementares, como estrutura e instalações. Enquanto o prédio estiver em construção, o Crea-PR pretende se adaptar à família das ISO para que seus funcionários saibam utilizar o prédio. "Ele só vai se tornar efetivamente sustentável se quem for habitá-lo estiver integrado com o conceito", afirma o arquiteto Jeferson Dantas Navolar, que garante: "A futura construção será a mais completa sobre o enfoque da sustentabilidade, seja no Brasil ou em Curitiba."
Entrevistado: Jeferson Dantas Navolar: comunicacao@crea-pr.org.br
Texto complementar
Vencedores do concurso para a nova sede do Crea-PR
O Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia apresentou no dia 8 de junho os vencedores do concurso público nacional de arquitetura para a nova sede do Crea-PR. O vencedor é arquiteto portoalegrense Jean Grivot Avancini. O projeto foi escolhido como o que melhor atende às exigências do edital e à necessidade do conselho pela comissão julgadora do concurso. "Pela qualidade do projeto vencedor, principalmente de atendimento às práticas de sustentabilidade, é possível afirmar que a nova sede do Crea-PR será uma referência nesta questão no Paraná", afirma o engenheiro agrônomo e presidente do Crea-PR, Álvaro Cabrini Jr.
Avancini lembra que o mérito não é só dele. "Meus sócios Carolina Flach Souza Pinto e Lucas Rocha Obino Martins também são responsáveis pela conquista", afirma. Eles receberam prêmio de R$ 46 mil e assinaram um contrato de R$ 240 mil com o Crea-PR.
Do projeto, Avancini conta que prevê a otimização de recursos e eficiência para a edificação. "A escolha de uma técnica construtiva adequada ao terreno e o emprego de processos industrializados de construção com estruturas leves, desmontáveis e recicláveis em sua maioria, gerando um prédio modulado, o que garante um processo ágil e eficiente de construção", conta.
O concurso foi promovido pelo Crea-PR e organizado pelo Instituto de Arquitetos do Brasil, departamento do Paraná (IAB-PR), com parceria da Prefeitura Municipal de Curitiba e contou com a participação de 125 profissionais de todo o país.
Outros vencedores
Em segundo lugar ficou o arquiteto Marcos Jobim, de Florianópolis. Ele recebeu prêmio de R$ 23 mil. Já o terceiro colocado é Nonato Veloso, de Brasília, que recebeu R$ 11,5 mil. O quarto colocado também é de Brasília, Paulo Henrique Paranhos de Paula e Silva, que recebeu R$ 5,7 mil. Em quinto lugar ficou Antonio João Malicia Filho, de São Paulo, com premiação de R$ 2,8 mil.
Mais dois projetos receberam menção honrosa. São eles de Julio Luiz Vieira, de São Paulo, e de Alvaro Puntoni, também de São Paulo.
Jornalista responsável - Altair Santos MTB 2330 - Tempestade Comunicação