Escola sustentável traz mudanças à educação

Projeto usa conceitos de prédio verde e quer servir de modelo para a construção de futuros colégios

Maira Del Nero
Maira Del Nero

Os obstáculos arquitetônicos que a maioria das escolas brasileiras impõe aos alunos levaram um grupo de professores de São Paulo a fundar o Projeto Schola. Desta ação, que agregou engenheiros e arquitetos, nasce a primeira escola brasileira dentro do conceito de prédio verde. A construção, a princípio bancada por ONGs ligadas à educação, será erguida na zona norte da cidade. Sua estrutura poderá comportar 120 alunos de 5.ª a 9.ª séries do ensino fundamental e será um plano-piloto para a implantação de novas escolas em São Paulo.

Segundo a arquiteta Maira Del Nero, integrante do projeto, a escola permitirá que seus alunos tenham uma aula prática de sustentabilidade. “O prédio será um modelo de aprendizado para as crianças. Elas vão vivenciar todo o conceito de prédio verde, como reduzir os consumos de energia e de água, além de a construção agregar produtos mais naturais, renováveis, que tenham menos toxinas e gerem um ambiente mais saudável.”

A planta do projeto também prioriza a mobilidade. Por isso, o pré-moldado é o sistema construtivo escolhido pelos idealizadores. “Além de trazer economia para a obra, o pré-moldado se adapta melhor ao conceito, que troca as escadas por rampas. A escola também prevê a instalação de elevadores para alunos com deficiências mais graves e que não consigam acessibilidade pelas rampas”, explica Maira Del Nero.

Projeto Schola: construção opta pelo pré-moldado e troca escadas por rampas
Projeto Schola: construção opta pelo pré-moldado e troca escadas por rampas

O plano do Projeto Schola é iniciar a construção em 2010, em uma área de 1.000 metros quadrados. Já há negociações para atrair o poder público, a fim de que futuras escolas construídas em São Paulo possam seguir o mesmo conceito. Um dos acordos prevê que a escola, depois de pronta, selecione os melhores alunos dos colégios públicos em seu entorno, dando ao projeto um caráter social. “O objetivo é criar interação com a comunidade e permitir que essas crianças devolvam o que aprenderam sobre sustentabilidade à própria comunidade em que vivem”, diz Del Nero.

Inovações
Entre as tecnologias verdes, o projeto prevê o uso de painel fotovoltaico para a geração de energia e o reuso de água. Neste quesito, a inovação é que o reuso não será somente da água da chuva, mas dos chuveiros dos vestiários. “O que for coletado vai alimentar o vaso sanitário e usado para a lavagem do pátio. A gente também previu a automação das salas de aula para setorizar o acendimento da luz. As lâmpadas próximas das janelas vão ligar por último. Tudo isso para otimizar o gasto de energia”, revela a projetista.

Entrevistada: Maira Del Nero: maira@criaarquitetura.com.br

Jornalista responsável – Altair Santos MTB 2330 – Tempestade Comunicação


Estrutura com maior balanço em concreto protendido do Brasil

Quem passa pela principal via de acesso na cidade de Natal na BR-101, não deixa de admirar o belíssimo pórtico suspenso

Créditos: Vanda Pereira Cúneo - Assistente de Marketing

Estrutura com Maior Balanço em Concreto Protendido do Brasil

O RankBrasil certificou na cidade de Natal - RN o recorde de “Estrutura com Maior Balanço em Concreto Protendido do Brasil ”, e possivelmente a “Maior Estrutura” das Américas, com uma incrível estrutura de 60 metros total, sendo 50 metros em balanço e dez metros de engaste.

O monumento está localizado na principal via de acesso a cidade de Natal, na BR-101, podendo ser admirada por todos, como um reluzente cometa iluminado, tem acabamento de uma estrela espacial com barras metálicas inscrita em uma esfera de quatro metros.

O Pórtico Monumental que atravessa a larga via de acesso possui um balanço de 50 metros e termina do outro lado da calçada sobre três estátuas representando os Reis Magos, foi um presente em comemoração aos 400 anos da cidade, no ano de 1999, e representa o cometa que orientou os três Reis Magos a Belém para o nascimento de Jesus Cristo.

O projeto arquitetônico do Pórtico é de autoria do arquiteto Moacyr Gomes, e a estrutura foi construída em um tempo recorde de 60 dias, tendo como um grande desafio construí-lo sem obstruir o trânsito.

Pela beleza e criatividade da obra, o Pórtico é referência na cidade e símbolo de destaque, sendo veiculadas imagens noturnas do monumento nas chamadas do Programa Jô Soares, pela Rede Globo de Televisão.

Estrutura do pórtico
Com uma inclinação de 37 graus. Na seção triangular possui uma base superior de 4,54 m e uma altura de 6,39 m. Foram consumidos 102 m³ de concreto protendido. A seção é protendida com 26 cabos de 12 cordoalhas 12,7 mm de aço RB-190. Na extremidade, a seção triangular se reduz para 0,70 m de base e 1,00 m de altura. No vértice inferior, o ângulo é constante em todo o comprimento, para facilitar as formas. Os cabos de protensão são protendidos e ancorados pela parte inferior e pré-blocados na extremidade, possuindo comprimentos variáveis de acordo com a necessidade estática.

Fonte: http://www.rankbrasil.com.br/Recordes/Materias/?Estrutura_com_maior_balanco_em_concreto_protendido_do_Brasil+1210&Grupo=3

Jornalista responsável - Altair Santos MTB 2330 - Tempestade Comunicação


Construindo Melhor

Ao fazer o comparativo de custo entre uma parede de tijolos cerâmicos e uma de blocos de concreto, lembre-se: os blocos de concreto absorvem menos umidade, consomem menos argamassa de assentamento e revestimento, possuem melhor isolamento termo-acústico e consomem menos tempo de execução.

Créditos: Engº. Carlos Gustavo Marcondes – Assessor Técnico Comercial Itambé

Jornalista responsável – Altair Santos MTB 2330 – Tempestade Comunicação


Rodovia do Parque livra Grande Porto Alegre de grandes congestionamentos

Congestionamentos gigantes entre a capital gaúcha e cidades vizinhas estão com os dias contados

Considerada uma das principais obras do PAC para o sul do país, a Rodovia do Parque (BR-448) é a solução para desafogar o trânsito na região metropolitana de Porto Alegre. A obra está a cargo do Departamento Nacional de Infra-estrutura de Transportes (Dnit) e vai receber um investimento de R$ 850 milhões. Serão 22,34 quilômetros de extensão, partindo do entroncamento entre a BR-116 e a RS-118, terminando na BR-290 no acesso ao bairro Humaitá, em Porto Alegre. O início da obra começa neste mês de agosto. Em entrevista, o superintendente regional do Dnit no Rio Grande do Sul, Vladimir Roberto Casa, revela detalhes da construção. Confira:

A Rodovia do Parque vai atravessar uma área pantanosa e alagadiça. Em termos de engenharia, essa rodovia vai utilizar alguma tecnologia diferenciada em sua construção?
O projeto dedicou-se a solucionar os problemas com estabilidade do aterro e recalques excessivos da plataforma de terraplenagem, devido à predominância de solos moles na região do traçado. As soluções para a estabilização e aceleração dos recalques da plataforma da rodovia são convencionais e consagradas na engenharia de obras de terra. São elas: remoção total no caso de camadas de solos moles superficiais, eliminando a possibilidade de recalques; implantação de bermas de equilíbrio, com geodrenos para aceleração dos recalques em zonas pouco urbanizadas, sem restrição de faixa de domínio, e reforço estrutural com geogrelhas vinculadas a solução de geodrenos para aceleração dos recalques em zonas com densa urbanização, ou seja, com restrição de faixa de domínio. Cabe destacar a solução de estrutura em elevada, de 2,6 quilômetros, para minimizar o impacto ambiental com o Parque Estadual Delta do Jacuí. Solução semelhante foi implantada na várzea do Maquiné, na duplicação da rodovia BR-101.

Há a intenção de usar pavimento de concreto em alguns trechos da rodovia?
Não, devido à provável ocorrência de recalques diferenciais no aterro da rodovia. A solução com pavimento de concreto não é recomendável para este tipo de situação.

Haverá muitas pontes e viadutos no trajeto? Caso sim, a tecnologia de pré-moldado irá prevalecer nas construções?
Sim. Dos 22,34 quilômetros de extensão da rodovia projetada, aproximadamente 4,50 quilômetros serão em obras-de-arte especiais do tipo pontes, viadutos, elevadas, passagens inferiores e vão estaiado. Além das obras indicadas, há ainda as obras-de-arte nas interseções e acessos que totalizam aproximadamente 25.000 metros quadrados de estrutura em concreto. As obras serão todas com vigas pré-moldadas, visando maior agilidade e melhor qualidade da construção.

Destas obras-de-arte, alguma se destaca?
Das obras-de-arte especiais, destacamos a ponte sobre o rio Gravataí, que sofreu imposição de gabarito vertical para a navegação, imposta pela Marinha, e restrição de altura das torres devido ao gabarito de segurança aérea, especificado pela Aeronáutica/V Comar para operação dos aeroportos próximos. Para realizar a transposição do rio Gravataí, foi projetada uma ponte estaiada com duas torres centrais, no segmento sobre a calha do rio, com extensão total de 268 metros. Os dois acessos de conexão com o vão estaiado possuem comprimento total de 1.160 metros. Ou seja, a ponte sobre o Rio Gravataí terá 1.428 metros de extensão estrutural.

Há três lotes da obra. Qual deles vai demandar mais tempo para ser construído e por quê?
Os três lotes deverão ser construídos simultaneamente. O dimensionamento das equipes de construção para a implantação da obra foi definido para um tempo total de 30 meses, a partir de seu início, programado para este mês de agosto. Ou seja, teoricamente todos os lotes demandarão o mesmo tempo de construção.

O que está previsto, em termos de construção, para que a obra tenha pouco impacto ambiental?
O projeto atendeu plenamente as recomendações do Estudo de Impacto Ambiental, assim como incorporou as determinações da audiência pública a que foi submetido. Dos 4.500 metros projetados em obras-de-arte especiais (pontes, viadutos, elevadas, passagens inferiores e vão estaiado), 2.620 metros referem-se à elevada prevista por restrições ambientais, por ocorrência da presença do Parque Estadual Delta do Jacuí. Destacam-se também as passagens de faunas efetuadas por túneis sob a rodovia, contenções dos derrames de cargas tóxicas, assim como o benefício ambiental obtido pelo reassentamento da população de baixa renda atingida e a implantação do dique principal formado pelo corpo estradal da rodovia BR-448, atenuando, no futuro, os custos com o sistema contra inundações do rio dos Sinos.

Durante a obra da Rodovia do Parque haverá muita intervenção no trânsito da região? O DNIT será o único responsável pela obra ou ela será tocada em parceria com o estado e os municípios que englobam a Rodovia do Parque?
As intervenções rodoviárias serão pontuais. Ocorrerão apenas nos pontos onde a nova rodovia se conecta na malha atual, através de interseções em desnível. Isto ocorrerá junto às rodovias BR-116 e RS-118, na interseção com a BR-386 e na chegada a Porto Alegre, junto à BR-290 (a Freeway). Com os sistemas viários municipais, existe interferência com os municípios de Porto Alegre, Canoas, Esteio e Sapucaia do Sul, quando da compatibilização dos seus acessos à BR-448. A responsabilidade pela implantação da obra é integralmente do DNIT, entretanto, na fase de projeto, todas as instituições e entidades atingidas foram oficialmente comunicadas, e as mesmas manifestaram-se favoráveis à execução da obra, demonstrando comprometimento e disposição para colaborar.

Qual será a importância da construção da Rodovia do Parque para a economia do Rio Grande do Sul, já que ela vai ajudar a desafogar o tráfego no trecho entre Porto Alegre e Novo Hamburgo, considerado o segundo mais congestionado do país, com trânsito diário de mais de 120 mil veículos?
A construção da rodovia BR-448 tem como principal objetivo a solução do grande conflito do tráfego na região metropolitana de Porto Alegre. É de conhecimento geral a existência deste gargalo no sistema rodoviário do estado. No segmento Novo Hamburgo a Porto Alegre, na rodovia BR-116, circula o escoamento produtivo de aproximadamente 80% do PIB do Rio Grande do Sul. Portanto, o tráfego de longo percurso com destino ao norte e ao sul do país terá maior fluidez. Além disso, será intrínseco o crescimento econômico da região, garantido através de empregos diretos e indiretos gerados pelo empreendimento e pela expansão urbano-industrial efetuada com sustentabilidade ambiental através dos planos diretores dos municípios.

Apesar de ser uma obra importante, existe quem avalie que ela só vai desafogar o tráfego na região por no máximo 10 anos. A construção de outras obras ao longo do trecho urbano da BR-116 está prevista?
A BR-448 é somente uma parte das obras necessárias para a formação de um grande anel rodoviário importante para garantir o escoamento produtivo do Rio Grande do Sul com eficiência. Após 10 anos de implantação da BR-448, o sistema viário formado pelas rodovias BR-116 e a própria BR-448 apresentarão nível de serviço inferior ao desejado para permitir fluidez de tráfego. Neste período será necessário estudar e projetar alternativas para o tráfego da região. Uma destas alternativas poderia ser a via Leste, que conecta as cidades de Porto Alegre a Novo Hamburgo, e que já foi objeto de estudos anteriores.

Aterro com bermas de equilíbrio aplicado em zonas de baixa densidade urbana.
Aterro com bermas de equilíbrio aplicado em zonas de baixa densidade urbana.
Aterro reforçado com geogrelha aplicado em zonas de média densidade urbana.
Aterro reforçado com geogrelha aplicado em zonas de média densidade urbana.
Estrutura em elevada motivada pela restrição ambiental imposta pelo Parque Delta do Jacuí.
Estrutura em elevada motivada pela restrição ambiental imposta pelo Parque Delta do Jacuí.
Vista Geral da Ponte-Viaduto sobre o Rio Gravataí e BR-290 – 1.428 metros.
Vista Geral da Ponte-Viaduto sobre o Rio Gravataí e BR-290 – 1.428 metros.
Detalhe do Vão Estaiado – 268 metros.
Detalhe do Vão Estaiado – 268 metros.

Entrevistado: Vladimir Roberto Casa: vladimir.casa@dnit.gov.br

Jornalista responsável - Altair Santos MTB 2330 - Tempestade Comunicação


Minha Casa, Minha Vida finalmente sai do papel

Maior programa habitacional do país entra em ação e pode gerar até 7,5 milhões de casas até 2023

Maioria dos empreendimentos do Minha Casa, Minha Vida vai atender famílias com renda de até três salários mínimos
Maioria dos empreendimentos do Minha Casa, Minha Vida vai atender famílias com renda de até três salários mínimos

O Diário Oficial da União publicou, no dia 9 de julho, o texto da lei federal 11.977, que dispõe sobre o Programa Minha Casa, Minha Vida. Lançado em março, através de medida provisória, o programa sancionado sofreu algumas modificações em seu texto original. Foram mudanças que ampliam o potencial de construção. Entre elas, a que estende o Minha Casa, Minha Vida a todos os municípios do país e não somente aos com população acima de 100 mil habitantes.

Antes mesmo de ser sancionado, o programa já trazia otimismo ao setor imobiliário. Sobretudo porque reativa o potencial de compra da casa própria de brasileiros que estavam excluídos do mercado, que são aqueles que têm faixa de renda de três a dez salários mínimos. Por isso, até o final do 1.º semestre deste ano, a Caixa Econômica Federal já havia recebido 581 propostas de empreendimentos. Até o momento, foram contratados 97, que serão responsáveis pela construção de 10.168 unidades habitacionais em diversas regiões do país. Caso todas as 581 propostas sejam aprovadas, elas resultarão na construção de 100.865 unidades.

Segundo a secretária nacional de Habitação, Inês Magalhães, dos 581 empreendimentos apresentados até agora, 42.292 unidades serão destinadas aos beneficiados com renda de zero a três salários mínimos. Essas habitações estão distribuídas em 164 empreendimentos. “Já para a fatia que recebe entre três e seis salários mínimos são 33.040 unidades, divididas entre 260 empreendimentos, e para a fatia entre seis e dez mínimos são 25.533 unidades previstas, divididas em 157 empreendimentos”, informou.

Dos empreendimentos contratados, 47 serão realizados na região Sudeste, com a construção de 4.189 unidades habitacionais; 26 na região Sul, com 1.963 moradias; 13 na região Nordeste, com 2.122 unidades; nove empreendimentos na região Centro-Oeste, gerando 1.862 habitações; e dois na região Norte, com 32 unidades previstas. O valor médio das unidades contratadas para o segmento de menor renda é de R$ 37,4 mil. Para a faixa de três a dez salários mínimos é de R$ 81,6 mil.

Sinergia entre poderes

De acordo com o consultor Jorge Alberto da Cunha Moreira, da BDO Trevisan, as condições para o sucesso do Minha Casa, Minha Vida estão criadas. Não só para reduzir o déficit habitacional de 6,27 milhões de moradias, segundo o ministério das Cidades, mas porque se trata de um estímulo considerável à economia do país, especialmente em razão da criação de milhares de empregos e da inclusão de boa parcela da população à casa própria. “A história demonstra que o desenvolvimento de grandes projetos estimulados pelo Estado é a principal mola propulsora para que as economias nacionais escapem dos problemas provocados pelas crises”, avalia. Moreira, no entanto, acredita que para ser colocado em prática o programa terá como desafio a agilidade. “Terá de haver uma sinergia entre os governos federal, estadual e municipal para a viabilização de terrenos adequados, processos de contratação céleres e disponibilização de infraestrutura que atenda às necessidades da população beneficiada”, resume.

O alerta dado pelo consultor foi tema central do recente Fórum Nacional dos Secretários de Habitação e Desenvolvimento Urbano (FNSHDU) e a Associação Brasileira de Cohabs (ABC). Eles levaram ao governo federal o pedido para que as Cohabs e órgãos governamentais similares participem nas mesmas condições das construtoras para dar agilidade ao processo, uma vez que possuem grande experiência na área habitacional. Outra questão levantada pelo fórum foi a proposta para que os estados e municípios participem com a contrapartida necessária à complementação dos empreendimentos.

Para o presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), Paulo Safady Simão, o programa Minha Casa, Minha Vida abre a possibilidade de, em longo prazo, gerar muito mais casas do que o um milhão projetado pelo governo. “Ele vai funcionar como um passaporte para a produção de 7,5 milhões de unidades até 2023”, prevê. Simão alerta, porém, que o programa só se tornará perene se for aprovado outro projeto em debate no Congresso: Moradia Digna. Trata-se de um programa que prevê a vinculação permanente de 2% do orçamento federal e de 1% da verba de estados e municípios para a habitação. A Proposta de Emenda Constitucional (PEC) já passou pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) e agora está na comissão especial de habitação da Câmara dos Deputados. A expectativa do presidente da CBIC é que a aprovação do novo programa ocorra até o primeiro semestre de 2010.

Entrevistados:

Paulo Safady Simão, presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção: cbic@cbic.org.br
Jorge Alberto da Cunha Moreira, da BDO Trevisan: cunha@trevisan.com.br
Inês Magalhães, secretária nacional de Habitação: snh@cidades.gov.br

Jornalista responsável – Altair Santos MTB 2330 – Tempestade Comunicação


ABNT prepara nova norma para a construção civil

Governo federal quer que seja preparada normativa única sobre coordenação modular em edificações

A pedido do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (Mdic), a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), baseada em seis padrões internacionais, vai preparar normativa única sobre coordenação modular em edificações. O objetivo é revisar todas as normas de coordenação modular brasileiras, que estão em vigor desde os anos 1970 e 1980, além de estabelecer novos padrões que garantem economia e qualidade nas construções.

De acordo com o superintendente do Comitê Brasileiro de Construção Civil (CB-02) da ABNT, Carlos Alberto Borges, a nova normativa foi considerada prioridade pelo governo federal, que solicitou a revisão. “O indutor foi o programa Minha Casa, Minha Vida, que demandará a construção de uma grande quantidade de habitações populares, que poderiam ter um custo menor se houvesse a coordenação modular. Nós já temos recursos públicos e todo o apoio necessário para o desenvolvimento da norma. Vamos criar uma norma única para eliminar a redundância e simplificar o trabalho das construtoras e consumidores”, revela.

A Comissão de Estudo de Coordenação Modular para Edificações vai receber a colaboração de acadêmicos e profissionais da construção civil, que voluntariamente vão oferecer contribuições técnicas. “Além da demanda do Ministério, existe um consenso na área acadêmica de que a coordenação modular é importante e vai trazer benefícios para todos, já que vai otimizar os gastos e os desperdícios. A partir do sistema de compartilhamento da ABNT, chamado live link, vamos receber contribuições de profissionais de todo o país”, disse Borges.

Coordenação Modular

Nos Estados Unidos, é comum encontrar nas redes de comércio produtos com o termo do-it-yourself, que traduzido significa “faça você mesmo”. Os produtos estimulam a pessoa participar na sua montagem. Isso é possível porque as fabricantes americanas adotaram um padrão de coordenação modular no qual permite encaixes perfeitos dos materiais de construção.

A população brasileira ainda não conta com uma norma como a usada pelos Estados Unidos e Europa. Para se ter uma idéia, o padrão internacional de coordenação modular existente e aplicados por vários países existe desde 1983 (ISO 6513:1982). Os especialistas consideram que o Brasil está com 16 anos de atraso em relação à qualidade adotada para modulação.

Esse novo padrão vai beneficiar a construção de mutirões de habitação de interesse social, como o programa Minha Casa Minha Vida, uma vez que as indústrias vão desenvolver novos materiais com procedimentos mais sustentáveis com a padronização de medidas, que vão evitar os desperdícios. Por conseqüência, também abrirá o mercado brasileiro para o internacional, que consome um produto sustentável e com medidas exatas.

Menor custo

O consumidor será beneficiado com a redução de gastos nas obras, já que haverá um ajuste modular no qual vai evitar a quebra de um tijolo, por exemplo, para se encaixar naquele cantinho que ficou faltando completar. Outro benefício será a facilidade para reformas ou manutenção da casa, uma vez que os materiais de construção vão ter dimensões exatas.

O diretor do departamento de competitividade industrial do ministério do desenvolvimento, Marcos Otávio Prates, revela que o Brasil vem experimentando um crescimento no mercado da construção civil. “A questão modular é importante. No ano passado, o sistema imobiliário do país movimentou R$ 30 bilhões. O mercado de habitação está crescendo e as normas estão muito defasadas para aumentar a produtividade”, revela.

De acordo com Prates, hoje as construtoras criaram um padrão próprio para construir. “Elas fazem a encomenda diretamente para as fábricas com as dimensões que usam. Estamos num caos dimensional. Ao estabelecer uma regra voluntária, de composição de medidas, o prazo da entrega da obra é reduzido, a qualidade técnica é maior, o desperdício é reduzido e o consumidor é beneficiado”, esclarece.
A edição da nova norma para modulação é a primeira etapa que o governo precisará realizar para equiparar o Brasil com a qualidade internacional. “A expectativa é que até o final deste ano a nova norma já esteja pronta. Mas ainda será necessário investir em qualificação e principalmente conscientização dos benefícios que trará para todo mundo, já que a aplicação dessa norma é voluntária”, afirma Prates.

A nova norma modular terá base em seis normas internacionais. São elas:
• ISO 1791:1983, que define os termos necessários para a concepção e construção de edifícios de acordo com a coordenação modular;
• ISO 1006:1983, que estabelece o valor do módulo básico para ser usado na coordenação modular de edifícios;
• ISO 2848:1984, princípios e regras da coordenação modular;
• ISO 6513:1982, séries de medidas multimodulares preferíveis para dimensões modulares;
• ISO 6514:1982, que determina os valores dos incrementos submodulares;
• ISO 1040:1983, que define as medidas dos multimódulos para dimensões coordenadoras horizontais.

ABNT
As Normas Técnicas Brasileiras são uma referência mundial para as empresas e a certificação garante conceitos, análises e estratégias que podem ser adotadas por empreendimentos que buscam se tornar competitivos com padrão internacional de qualidade.

No Brasil, cerca de 10 mil empresas têm certificação em conformidade com a ABNT. Já no exterior, as organizações certificadas em qualidade estão perto da marca de 1 milhão. A ABNT disponibiliza as Normas Técnicas Brasileiras para os profissionais de engenharia, arquitetura e agronomia do Brasil. O profissional pode escolher as normas e efetuar o pagamento diretamente na tela do seu computador. Basta acessar o site da ABNT e seguir as instruções.

Fonte: Correio Braziliense – 03/07/09.

Jornalista responsável – Altair Santos MTB 2330 – Tempestade Comunicação


Lançada etiqueta que classifica edifícios conforme o consumo de energia

Construções participantes do programa serão analisadas em três aspectos: envoltório, sistema de iluminação e condicionamento de ar

A Eletrobrás e o Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (Inmetro) lançaram no dia 2 de julho a Etiqueta de Eficiência Energética de Edificações Comerciais, de Serviços e Públicos, que vai classificar os prédios conforme seu consumo de energia. A iniciativa faz parte do Programa Brasileiro de Etiquetagem (PBE).

As construções participantes do programa serão analisadas em três aspectos: envoltório (fachada e entorno), sistema de iluminação e condicionamento de Ar. A partir dessa avaliação, os edifícios receberão etiquetas que vão de A (melhor nível de eficiência,) até E (pior qualificação). Na fase inicial do projeto, a participação é voluntária, mas, gradualmente, ela passará a ser obrigatória. Há ainda previsão de incluir os prédios residenciais na classificação.

A intenção é facilitar o entendimento da eficiência energética das construções “para que o consumidor possa escolher o melhor prédio de acordo com seus interesses de ter uma conta de energia menor e de poder contribuir para resolver o problema da sustentabilidade do mundo”, ressaltou o presidente do Inmetro, João Jornada.

Para o presidente do Sindicato da Indústria da Construção Civil de São Paulo, Sergio Watanabe, embora possa levar a aumento no preço dos imóveis, a etiqueta terá um apelo para o consumidor. Ele explicou que, “apesar de o valor subir no primeiro momento, os edifícios economicamente sustentáveis devolverão esse aumento de preço durante a manutenção da edificação em seu período de vida útil”.

A incorporação de edifícios antigos também está entre os objetivos do programa. Segundo João Jornada, “uma boa reforma” pode proporcionar economia de até 30% na conta de luz de um condomínio.

O presidente da Eletrobrás, José Antonio Muniz, destacou que a adequação das construções brasileiras à necessidade de sustentabilidade ambiental “gera um impacto enorme no papel do Brasil como player na questão da emissão de gases causadores do efeito estufa”.

Fonte: Agência Brasil

Jornalista responsável – Altair Santos MTB 2330 – Tempestade Comunicação


Empresas são desafiadas a se conectar às redes sociais

Intenção de fidelizar clientes é o que mais motiva as corporações a recorrerem às novas mídias. Especialistas, no entanto, alertam para os prós e os contras

Twitter, MySpace, Facebook e Orkut são algumas das dezenas de ferramentas das redes sociais que recentemente passaram a despertar a atenção das empresas. Motivo: as corporações estão em busca de respostas para se aproximar cada vez mais dos consumidores. As antenadas já mantêm equipes somente para atuar neste segmento de mídia, tentando um contato com o público-alvo e verificando formas de melhorar a imagem.

Luciano Salamacha: palavra-chave para as empresas que entram nas redes sociais é transparência
Luciano Salamacha

Há também as que resistem, acreditando que as redes sociais são mero modismo e não trarão as respostas de que necessitam. Quem tem razão? Ambas. O que ocorre, explica o professor do Instituto Superior de Administração e Economia da Fundação Getúlio Vargas (ISAE/FGV), Luciano Salamacha, é que as redes sociais não vão funcionar em todas as empresas. Tudo depende muito do nicho em que elas atuam. “Se a empresa obtiver eficácia, as redes sociais vão entrar para o seu dia a dia. Caso contrário, serão vistas como modismo”, diz.

Ainda segundo Salamancha, quando você tem um mercado mais específico, dá para trabalhar bem nas redes sociais. Agora, quando se vai para atividades empresariais que dependem de mais experiência, de contato, de desenvolvimento, talvez as redes sociais não sejam relevantes. Veja o caso de uma empresa que vende móveis. Ela não consegue induzir o consumidor a sair de casa para comprar um guarda-roupa da marca tal. Isso funciona bem com a indústria automobilística e da moda, por exemplo.”

Sérgio Coelho
Sérgio Coelho

No entanto, independentemente de seu nicho de atuação, a empresa que quiser entrar nas redes sociais precisa saber que aquele ambiente não é dela. É como se estivesse entrando na casa de uma pessoa. Por esse motivo é que se prega tanto a necessidade de critérios de transparência e de entrega de valor. Como explica Sérgio Coelho, diretor de mídia da Midiaweb – empresa especializada em internet. “A rede social é do povo. Então, quando uma empresa adentra esse mundo precisa entender que, em um primeiro momento, está ali como intrusa”, afirma.

Transparência

A palavra-chave para as empresas que entram nas redes sociais é transparência. Há casos de algumas que sondam o ambiente como usuários comuns. Fazer isso é perigoso, explica Luciano Salamacha. “Não considero isso ético e não considero uma atitude com longevidade garantida. Ao contrário, acredito que as empresas devem assumir o seu papel dentro destas comunidades declarando efetivamente qual é o seu propósito e o que eles estão fazendo. A opção pelo anonimato é muito perigosa”, alerta.

Sérgio Coelho cita a Nike como modelo em transparência. “Ela desenvolve redes para atletas e promove comunidades, convidando as pessoas que gostam de corrida, de futebol e outras modalidades. O moderador da rede dá dicas bacanas, promove debates e estimula as comunidades a criarem seus próprios conteúdos. Cabe aos empresários perceber o que seu público pensa e, a partir disso, se aprimorar”, diz.

No universo empresarial brasileiro, os especialistas admitem que são poucos os donos de empresas que já entenderam bem o que é e para que servem as redes sociais. No entender de Luciano Salamacha, o que acontece é um choque de gerações. “As decisões ainda são tomadas pela geração X, que são aqueles nascidos entre 1965 e 1978, mas é a geração Y, nascida entre 1979 e 1992, que efetivamente mais conhece as redes sociais. Trazer e gerenciar estas pessoas nas empresas ainda está sendo um desafio.”

Sérgio Coelho recomenda que essa identificação seja feita por especialistas no assunto. “Quando se decide investir em redes sociais é preciso ter o suporte de uma empresa especialista, capaz de criar, monitorar as redes e seus resultados.” Para ele, a grande maioria das empresas ainda precisa conhecer as oportunidades das redes sociais. “Porém, quando apresentamos os dados sobre os usuários brasileiros da rede e quando deixamos claro o quanto este mercado é promissor, os empresários abrem os olhos para a necessidade de investir em redes sociais”, garante.

Entrevistados:
Luciano Salamacha - Email: luciano@salamacha.com.br
Site: www.salamacha.com.br

Sérgio Coelho - Email: sergio@midiaweb.com.br

Textos complementares

Benefícios que uma empresa tem ao adotar as redes sociais
* Capacidade de geração on-line de informação.
* Possibilidade de mapear e rastrear clientes.
* Customização da mensagem.
* Capacidade de construir conceitos.
* Difusão da marca.

Investir em mídias sociais aumenta receita de empresas, diz estudo
Segundo uma pesquisa realizada pela Altimer Group e Wetpaint, as empresas que investem em mídias sociais apresentam melhores resultados e receitas. A pesquisa foi feita com as 100 empresas mais valiosas do mundo, apontadas pela Business Week.

O investimento em mídias sociais representou um crescimento, em média, de 18% nos últimos 12 meses. As empresas que investiram menos ou se mostraram pouco engajadas diminuíram 6%, em média, na receita no mesmo período.

Starbucks, Dell, eBay, Google e Microsoft lideram a lista das empresas mais engajadas na mídia social e com melhores resultados, seguidas pela Thomson Reuters, Nike, Amazon, SAP, Tie - Yahoo!/Intel.

O estudo considerou como mídias sociais canais como blogs, Facebook, Twitter, wiki e fóruns de discussão.

Fonte: comunique-se.com.br

Definição para redes sociais
Redes sociais são comunidades on-line em que as pessoas podem se agrupar e compartilhar ideias, perspectivas, opiniões, experiências. Utilizam como ferramentas das mídias sociais texto, imagem, áudio e vídeo. As redes sociais podem ser definidas como uma forma diferente de se expressar.

Jornalista responsável – Altair Santos MTB 2330 – Tempestade Comunicação


Arquitetura Bioclimática vira referência para construções

Conceitos que levam em consideração o clima e o ambiente ganham relevância na elaboração de obras

Marta Adriana Bustos Romero: Brasil é referência em Arquitetura Bioclimática graças à Norma ABNT do Zoneamento Bioclimático Brasileiro
Marta Adriana Bustos Romero

Construções que respeitam o meio onde estão inseridas, levando em consideração os aspectos climáticos e culturais. A isso se denomina Arquitetura Bioclimática. O conceito é relativamente novo e completou 10 anos em 2008.

Uma das principais referências mundiais é a revolução arquitetônica feita na região portuária de Lisboa (Portugal), para receber a Expo 1998. “Lá foram aproveitados princípios de uso das tecnologias passivas para a climatização dos edifícios do evento. As obras revitalizaram o local sem agredir a energia do ambiente. É, sem dúvida, um excelente exemplo de bioclimatismo”, explica a professora da UnB (Universidade de Brasília), Marta Adriana Bustos Romero.

Autora de uma coleção de livros sobre o assunto, a especialista defende que todo repertório do meio ambiente urbano (edifícios, vegetação, praças e mobiliário urbano) deve ser desenhado em combinação com o objetivo de satisfazer as exigências de conforto do homem e da interação social. “Em resumo, a concepção arquitetônica deve servir de mediadora entre o homem e o meio onde a obra é construída”, diz, citando que o Brasil é referência em Arquitetura Bioclimática graças à Norma ABNT do Zoneamento Bioclimático Brasileiro. “Ela balizou governos e organismos de classe e os fez interagirem sobre o tema, além de estimular certificações que colocam o país entre um dos que têm leis mais modernas sobre o assunto”, revelou.

Marta Adriana Bustos Romero cita alguns cases de construções grandiosas, mas que não se tornaram invasivas. Uma delas é o Shopping Galeria, em Campinas, cuja obra utilizou técnicas de acondicionamento ambiental passivo, sem o uso intensivo de ar condicionado. “Trata-se de um shopping aberto, com um tratamento paisagístico muito bem realizado”, diz. Ela também ressalta edificações que preservaram fachadas antigas como bons exemplos de Arquitetura Bioclimática: “Tudo o que preserva a cultura e faz parte da identidade do homem se entende como bioclimático”.

A tese defendida pela pesquisadora é que se todas as obras aplicassem conceitos bioclimáticos, levando em conta aspectos e critérios como localização, ventos, incidência de raios solares, vegetação e qualidade do ambiente construído, hoje não se falaria tanto em patologias da construção. “Infelizmente, algumas edificações já prontas, e doentes, estão buscando as respostas no bioclimatismo para se curarem. O custo desta recuperação é um desperdício, caso elas tivessem sido erguidas sob preceitos bioclimáticos”, atesta.

Bem nascidos
Para a professora da UnB, dois grandes projetos em andamento no Brasil, que são o programa habitacional Minha Casa, Minha Vida e a construção de estádios para a Copa de 2014, estão bem nascidos sob o ponto de vista do bioclimatismo. “O projeto Minha Casa, Minha Vida prevê o uso da energia solar térmica em substituição aos chuveiros elétricos. Além disso, está prevista a aplicação de outras soluções sustentáveis como o reaproveitamento de água, sistemas de coleta e tratamento de esgoto e uso de madeira de origem certificada. Também, no programa, as tecnologias e materiais ambientalmente sustentáveis vão variar dependendo da região do país. Isso é propriamente arquitetura bioclimática”, comenta.

Sobre os estádios, Marta Adriana Bustos Romero afirma que o Brasil deve perseguir modelos de dois recentes acontecimentos esportivos: as Olimpíadas de Sidney, em 2000, na Austrália, e a Copa do Mundo de 2006, na Alemanha. “Esse dois eventos incorporaram os princípios do bioclimatismo e se aproximaram o máximo possível de construções sustentáveis. Cito o estádio de Allianz Arena, em Munique, como modelar. Ele faz a reutilização de águas pluviais, tem elementos zenitais bloqueadores do sol e painéis-membrana de ETFE (etileno-tetrafluoretileno), formando almofadas infladas resistentes a mudanças climáticas. Isso funciona como colchão de ar com propriedades de isolamento térmico, entre outros princípios”, diz, mostrando que tecnologia e Arquitetura Bioclimática são compatíveis, e não o contrário.

Entrevistada
Marta Adriana Bustos Romero: romero@unb.br
Graduação pela Universidad de Chile e pela Pontifícia Universidade Católica de Campinas (1978), Especialização em Arquitetura na Escola de Engenharia, USP de São Carlos (1980). Mestrado em Planejamento Urbano pela Universidade de Brasília (1985) e Doutorado em Arquitetura - Universitat Politecnica de Catalunya (1993), Pós Doutorado em Lanscape Architecture na PSU (2001). Atualmente é professora Associada I da Universidade de Brasília. Tem experiência na área de Arquitetura e Urbanismo, com ênfase em Tecnologia da Arquitetura e do Urbanismo, atuando principalmente nos seguintes temas: sustentabilidade, bioclimatismo, desenho urbano, espaço público e arquitetura e clima. Líder do Grupo de Pesquisa “A Sustentabildade em Arquitetura e Urbanismo”, coordena o Laboratório de Sustentabilidade Aplicada - LaSUS. Coordena Curso de Especialização à Distancia, Lato Sensu "Reabilita - Reabilitação Ambiental Sustentável Arquitetônica e Urbanistica".
Autora das obras: Princípios Bioclimáticos para o Desenho Urbano,
Sistemas Construtivos, As Modalidades de Construção Tecnologicamente Significativas, Arquitetura Bioclimática dos Espaços Públicos e Reabilitação Ambiental Arquitetônica e Urbanística.

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Peso, massa ou densidade?

Na engenharia civil, são tantas as designações que não é de se estranhar que causem desordens

Créditos: Engº. Carlos Gustavo Marcondes - Assessor Técnico Comercial Itambé

Sabe-se que peso nada mais é que uma força gravitacional sofrida por um corpo. Matematicamente, peso é igual a massa multiplicada pela aceleração da gravidade, que na terra é de 9,80665 m/s² (P = m * g).

A massa é uma grandeza física diferente. É a quantidade de matéria que constitui um corpo. Exemplo: quanto maior for a massa de um planeta, maior será a força gravitacional que ele exerce sobre os corpos colocados à sua superfície.
Já a densidade é a relação entre a massa de um corpo sobre o volume que esse mesmo corpo ocupa. A diferença é que, neste caso, a água é normalmente usada como referencial. Por exemplo: quando se fala que tal material possui uma densidade 4, quer dizer que tem uma massa volúmica 4 vezes superior a da água. A densidade da água à pressão normal e à temperatura de 25ºC, é de 1,00 g/cm³, já a 4ºC é de 1,03 g/cm³.

Se estes três conceitos já confundem, o que dizer de densidade de massa, densidade de massa teórica, massa específica normal, densidade absoluta, densidade aparente, massa unitária, peso específico?

Na engenharia civil, são tantas as designações que não é de se estranhar que causem desordens, até mesmo entre os mais experientes.

Com intuito de facilitar o entendimento destes termos é que foram listadas abaixo algumas designações e suas respectivas normas.

Veja o resumo abaixo.

Densidade de massa
Norma NBR 13278:2005 Argamassa para assentamento e revestimento de paredes e tetos - Determinação da densidade de massa e do teor de ar incorporado. Calcula densidade da argamassa no estado fresco, considera os vazios existentes na argamassa e serve para calcular o teor de ar incorporado na argamassa.

Densidade de massa teórica
É expressa em g/cm³ e é calculada considerando um corpo sólido, sem vazios.

Densidade de massa aparente
Norma NBR 14086:2004 Argamassa colante industrializada para assentamento de placas cerâmicas - Determinação da densidade de massa aparente. O resultado é expresso em g/cm³. Determina a massa da argamassa em estado solto. Na prática, se destina ao trabalho de assentamento de placas cerâmicas em pisos e paredes, pelo método da camada fina.

Massa especifica normal
NBR 6118:2003 Projeto de estruturas de concreto – Procedimento. Este termo aplica-se a concretos que depois de secos em estufa possuem massa específica compreendida entre 2.000 kg/m³ e 2.800 kg/m³.

Massa unitária
NM 45:2006 Agregados - Determinação da massa unitária e do volume de vazios (substituiu a NBR 7251:1982). É a relação entre a massa do agregado lançado em um recipiente e o volume desse recipiente. No entanto, a amostra é seca em estufa e, por isso, é usada também para calcular o índice de volume de vazios. Tem-se o resultado expresso em kgf/m³.

Massa específica
NM 52:2002 Determinação de massa específica e massa específica aparente. É a relação entre a massa do agregado seco e seu volume, excluindo os poros permeáveis. Expressa em g/cm³.

Massa especifica aparente
É a relação entre a massa do agregado seco e seu volume, incluindo os poros permeáveis.

Massa especifica relativa
É a relação entre a massa da unidade de volume de um material - incluindo os poros permeáveis e impermeáveis - a uma temperatura determinada e a massa de um volume igual de água destilada, livre de ar, a uma temperatura estabelecida. O conceito de massa específica relativa pode ser aplicado tanto à massa específica quanto à massa específica aparente, dividindo os resultados obtidos pela massa específica da água. Trata-se de uma grandeza adimensional, devendo ser expressa sempre em função da temperatura.

Massa especifica na condição seca
NBR 9935:2005 - Agregados - Terminologia. É a relação entre a massa do agregado seco e seu volume, excluídos os vazios permeáveis.

Massa especifica na condição saturada superfície seca
É a relação entre a massa do agregado na condição saturada, mas com a superfície seca, e o seu volume, excluídos os vazios permeáveis, que são descontinuidades diretamente ligadas à superfície externa do agregado e que, na condição saturada superfície seca, são passíveis de reter água.

Massa unitária no estado solto
NM 45 Agregados - Determinação da massa unitária e do volume de vazios. É o quociente da massa do agregado lançado em recipiente com o seu volume. Normalmente é usada para calcular o índice de volume de vazios. É expressa em kg/m³.

Massa unitária no estado compactado seco
É o quociente da massa do agregado lançado e compactado em recipiente e o seu volume. Também usada para cálculo do volume de vazios.

Mas e se for preciso dimensionar um silo de cimento, por exemplo, o que devo usar? Ou ainda, se a areia ou brita estiver no pátio (soltas) qual seria o conceito equivalente? Para estas questões, deve ser usada a densidade aparente ou massa unitária, isto é, do cimento ou material (brita e ou areia) solto considerando os vazios existentes entre os grãos.

No caso do cimento, este número varia de acordo com o tipo de cimento, mas para efeito prático são considerados valores entre 1,35 t/m³ e 1,40 t/m³. Não são raros os casos onde involuntariamente, ao invés de massa unitária, algumas pessoas usam massa específica. A massa específica dos cimentos também varia com o tipo e o fabricante.

Dos cimentos produzidos pela Itambé, este número fica entre 2,82 g/cm³ a 3,12 g/cm³. O mais leve refere-se ao CP IV-32 e o mais pesado ao CP V-ARI. A título de curiosidade, um saco de cimento com 50 kg tem em média 36 litros ou 0,036 m³.

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