Copa 2014 deve gerar 3,5 milhões de empregos na construção civil
Previsão da Associação Brasileira de Engenharia Industrial é que a cada R$ 1 milhão de investimentos no setor serão criadas 58 vagas
A Copa do Mundo no Brasil pode mudar a vida de muitos brasileiros. Para os fanáticos por futebol, é a chance de assistir aos jogos da seleção. Já para outros, será a oportunidade de conseguir emprego. Isso porque em alguns setores, como o da construção, haverá grande demanda.
No caso da construção, a Abemi (Associação Brasileira de Engenharia Industrial) estima que o setor seja responsável pela criação de 3,5 milhões de empregos. Especialistas preveem ainda que, a cada R$ 1 milhão de investimentos na construção civil, serão criadas 58 vagas de emprego, sendo 33 diretas e 25 indiretas.
Na opinião do diretor-presidente da Abemi, Carlos Maurício Lima de Paula Barros, as áreas da construção que mais devem empregar são as empresas de projeto, consultorias, edificações e construção industrial.
Investimentos
A preparação do país para a Copa do Mundo em 2014 deve transformar o Brasil, assim será muito fácil percorrer as cidades e encontrar obras e mais obras. Essa expectativa permite ao setor fazer planos para reiniciar a trajetória de crescimento interrompida por conta da crise econômica mundial. Com isso, as contratações irão aumentar para atender toda essa demanda.
Engana-se quem pensa que essa procura por profissionais do setor de construção só ocorrerá nas 12 cidades-sede que irão sediar os jogos da Copa e que, por isso, deverão se adequar às exigências da Fifa. "Tais melhorias deverão acontecer também em cerca de 200 municípios vizinhos que receberão seleções e, principalmente, turistas", ressalta Barros.
Na avaliação de especialistas no setor, a construção civil deverá ganhar maior participação no PIB (Produto Interno Bruto) a partir do ano que vem. "A Copa do Mundo de 2014 vai aumentar os investimentos em infraestrutura pelo menos até o ano da sua realização, aquecendo a construção civil em diversos segmentos", diz Barros.
O otimismo das empresas é impulsionado pelo volume de investimentos prometidos para o setor, que variam de R$ 60 bilhões a R$ 100 bilhões.
Fonte: Folha de Londrina
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Procuram-se engenheiros. De novo
Recuperação da construção civil volta a expor carência de profissionais no país. Déficit só deve ser suprido daqui a três anos
Mal começou a recuperação econômica e o setor de construção civil já se depara com a disputa por engenheiros. O setor foi um dos menos atingidos pela crise econômica e um dos que mais rapidamente voltou a crescer, graças à resistência do mercado interno e a estímulos como o pacote habitacional "Minha Casa, Minha Vida", lançado em março.
No primeiro semestre de 2009, foram criadas 3,1 mil vagas para profissionais com diploma universitário na construção civil, de acordo com o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged). O número ainda está longe dos 7 mil postos criados no mesmo período de 2008, ano considerado excepcional, mas já está próximo das 3,5 mil vagas criadas nos primeiros seis meses de 2007.
De acordo com o presidente do Conselho Federal de Engenharia, Arquitetura e Agronomia (Confea), Marcos Túlio de Melo, mesmo com um ritmo menor de abertura de postos de trabalho, o reaquecimento já trouxe de volta a disputa por engenheiros. "Ainda temos um déficit grande de profissionais que só vai ser suprido daqui a dois ou três anos", diz. Um dos retratos desse déficit é a relação entre profissionais registrados no Confea e a abertura de vagas, que até outubro de 2008 se manteve abaixo das vagas abertas no mercado formal.
Melo diz que o aquecimento do mercado começou há três anos, como um reflexo do investimento em infraestrutura. "Em 2009, teremos um mercado puxado principalmente pela construção civil, que está fortemente aquecida, em todos os Estados", diz.
No ano passado, a disputa por engenheiros elevou os salários pagos no setor. De acordo com o presidente do Confea, o salário de um profissional sênior, que era de cerca de R$ 6 mil reais saltou para até R$ 18 mil em alguns casos. "Havia uma disputa brutal no primeiro trimestre do ano passado", diz.
Após a crise, no entanto, algumas empresas estão mais cautelosas em relação à oferta de maiores salários. "Temos visto empresas que oferecem outras formas de atrativo, como cursos e planos de carreira para os profissionais", diz o gerente da divisão de engenharia da consultoria de recrutamento Robert Half, Roberto Britto.
Na consultoria, que tem presença internacional, o Brasil foi um dos países que mais se manteve aquecido durante a crise. A área de engenharia, uma exclusividade do País, é a que tem o melhor desempenho.
As incorporadoras Gafisa e Tenda, pertencentes ao mesmo grupo, adotaram essa linha de estímulos para atrair os profissionais. Em 20 de julho, as empresas abriram as inscrições para o programa Comece Bem, que pretende contratar jovens engenheiros civis e de Produção no segundo semestre. "Vamos fornecer para o profissional um período formação profissional", diz Rodrigo Pádua, diretor de Recursos Humanos da Gafisa. Segundo ele, o grupo pretende se fortalecer para um crescimento que virá no curto e médio prazo.
Outro atrativo da empresa, de acordo com Pádua, é a solidez econômica, um atributo que passou a ser relevante após a crise. "Agora, o profissional está mais seletivo, principalmente porque, após a crise, muitas empresas que pareciam que iriam virar grandes se tornaram pouco representativas."
Além do programa para novos profissionais a Gafisa já tem um programa de desenvolvimento de lideranças estruturado. "Atualmente, cerca de 70% dos nossos cargos de gestão são formados internamente", diz Pádua. Graças a essa possibilidade de ascensão, Pádua diz que a incorporadora não enfrentou problemas no ano passado, quando a disputa por profissionais foi mais intensa.
A possibilidade de evolução na carreira foi o principal motivo que levou o engenheiro civil Tiago de Oliveira Evangelista, de 27 anos, a mudar de emprego. Ele trabalhava num escritório especializado em grandes edifícios e há uma semana começou a trabalhar na construtora Homex do Brasil, que trabalha com a habitação popular. "Percebi que teria maior oportunidade de desenvolvimento profissional nessa área", diz.
Para as construtoras menores, a procura fica mais difícil. "Tive de contratar uma pessoa especializada para buscar um engenheiro em Santos", diz o sócio-diretor da Etemp Engenharia, José Carlos Molina. Britto, da Robert Half, diz que, após a crise, os profissionais passaram a exigir um salário maior para mudar de emprego. "Muitos têm medo da mudança e, para trocar de emprego, pedem agora um salário mais alto", afirma ele.
Para o presidente do Confea, a carência de profissionais só vai acabar quando se construir um plano nacional para a formação de engenheiros planejado pelo Ministério da Educação. "Hoje, a falta de engenheiros é um dos gargalos do Brasil, responsável, por exemplo, pelo atraso no PAC (Programa de Aceleração do Crescimento)", diz.
Fonte: jornal O Estado de S. Paulo
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A cor do cimento e a cor do concreto
Estudos científicos do material comprovam que é mito acreditar que quanto mais escuro o cimento mais resistente ele é
Créditos: Engº. Carlos Gustavo Marcondes - Assessor Técnico Comercial Itambé
O cimento mais escuro é melhor ou pior que o cimento mais claro? Como a cor do cimento influencia na cor do concreto? O que provoca a diferenciação de cor em um concreto aparente? O que a cor do concreto pode dizer sobre ele? Estas são algumas perguntas curiosas a respeito de um dos materiais mais utilizados no planeta: o cimento.
É comum a associação da cor do cimento à sua resistência. Comumente se diz que quanto mais escuro o cimento mais resistente ele é. Será? A resposta é não. A cor do cimento não interfere na qualidade do produto. Isto porque o produto respeita diversas normas técnicas para ser produzido e comercializado - e estas devem ser cumpridas pelos fabricantes a fim de respeitar o código de defesa do consumidor.
A cor do cimento está basicamente relacionada com a origem de suas matérias primas (calcário, filito, quartzito e magnetita) e adições (gipsita, cinza pozolânica, escória de alto-forno e fíler calcário).
As cinzas pozolânicas, por exemplo, possuem diversas tonalidades em função dos óxidos metálicos que contêm e podem, por isso, ter colorações que variam desde o esbranquiçado até ao cinzento-escuro, incluindo variedades avermelhadas e rosa, alterando assim a cor do cimento.
As diferenças de tonalidades do cimento vão de um cinza mais claro para um mais escuro e até mesmo um cinza esverdeado ou puxando para o marrom. E como cada fabricante possui um fornecedor diferente de matérias-primas, um mesmo tipo de cimento pode apresentar diferentes tonalidades de acordo com o fabricante. Logo, em uma obra com concreto aparente é recomendável a utilização de apenas um tipo e marca de cimento de um mesmo fabricante.
Cuidados com o concreto aparente para uma coloração homogênea
Quando se confecciona o concreto aparente, ou seja, sem pintura ou revestimentos, busca-se obter um concreto com coloração homogênea. Para isso, alguns cuidados são necessários:
* O excesso de água, além de provocar eflorescência, deixa o concreto mais claro do que aquele com fator água/cimento baixo. Assim, é importante que na dosagem seja mantido o mesmo fator água/cimento para garantir uniformidade de cores.
* A proporção dos materiais componentes do concreto pode influenciar também na sua coloração. Por isso, deve-se obedecer a um rigoroso critério. É preferível a utilização de balanças para dosar o concreto ao invés de fazê-lo por volume (caixas, pás, baldes etc.).
* A mistura do concreto deve garantir a perfeita homogeneidade do produto final, para evitar diferenças de tonalidades entre uma mistura e outra.
* Embora os agregados influenciem pouco na cor do concreto, cuidados quanto à seleção de baixos teores de materiais pulverulentos, controle de granulometria e homogeneidade dos agregados sempre se faz necessário. O ideal é não mudar o fornecedor durante o período de consumo de concreto pela obra.
* Um fator que também pode influenciar na coloração é a variação no processo de cura. A falta de cura resulta em um concreto poroso e isto pode causar eflorescências, que se manifestam por meio de manchas esbranquiçadas na superfície do concreto. As eflorescências são depósitos de sais na superfície do concreto. Normalmente estes são removidos com ácido clorídricos diluídos em água e, de acordo com Adam Neville, quando as eflorescências são removidas com este ácido a superfície do concreto pode tornar-se mais escura.
* Outro defeito superficial no concreto aparente é o surgimento de manchas escuras de forma irregulares, visíveis conforme a direção da luz. Sua origem é completamente diferente das eflorescências. São compactos de pasta de cimento quase sem poros e podem estar relacionados à agregação de partículas grossas de cimento, pouco hidratadas, em locais onde o fator água/ cimento é muito baixo. Trata-se de falta de hidratação e, portanto, de produção de hidróxido de cálcio, que resulta uma cor mais escura.
O concreto também pode ter sua coloração alterada devido ao ataque por sulfatos. As consequências do ataque por sulfatos não compreendem somente a desagregação por expansão e fissuração, mas também a perda de resistência do concreto devido à perda de coesão na pasta de cimento e à perda de aderência entre a pasta de cimento e as partículas de agregado. Os concretos atacados por sulfatos têm uma aparência esbranquiçada característica.
Por último, os concretos com agregados silicosos ou calcários mostram uma mudança de cor, com relação à temperatura. Como essa mudança é devida à presença de certos compostos de ferro, são diferentes as respostas dos diversos concretos. Esta mudança de cor é permanente, de modo que a temperatura máxima atingida durante um incêndio, por exemplo, pode ser estimada posteriormente. Como curiosidade, a sequência de cores é aproximadamente a seguinte: rosada ou vermelha, entre 300ºC e 600ºC; cinza, até cerca de 900ºC, e amarela, acima de 900ºC.
Assim, a resistência residual do concreto pode ser aproximadamente avaliada e, geralmente, é suspeito o concreto cuja cor tenha mudado para além da rosada e além da cor cinza, pois o concreto provavelmente estará friável e/ou poroso.
Como se pode perceber, existem diversos cuidados a serem adotados para que o concreto não tenha divergências de tonalidades. Mesmo o concreto aparente sendo confeccionado dentro das melhores práticas, é recomendável algum tipo de tratamento superficial com produtos específicos para esta finalidade, a fim de facilitar a manutenção e evitar o acúmulo de fuligens provenientes do tráfego de automóveis.
Referências Bibliográficas:
NEVILLE, Adam M. - Propriedades do Concreto - São Paulo: PINI, 1997.
ISAIA, Geraldo C. - Concreto: Ensino,Pesquisa e Realizações -São Paulo: IBRACON, 2005.
Jornalista responsável - Altair Santos MTB 2330 -Tempestade Comunicação
Uma nova construção civil está nascendo
Opção por sistemas construtivos que priorizem a sustentabilidade é caminho sem volta, revelam pesquisadores
Em um futuro que não está muito distante, a construção civil, como a conhecemos, deixará de existir. Além de sofrer mudanças conceituais, ela tenderá a passar também por uma transformação de nomenclatura. Será definida como construção civil sustentável e estará voltada para a redução do impacto ambiental. Esta foi a principal conclusão extraída do 2.º Simpósio do Conselho Brasileiro de Construção Sustentável (CBCS), que aconteceu no final de agosto, em São Paulo.
De fato, as mudanças já começaram. Hoje não se inicia uma obra sem levar em consideração o sistema construtivo mais adequado ao projeto, além da busca pelo menor custo com energia e pela diminuição do consumo de água. Neste quesito, a tecnologia é cada vez mais aliada da construção civil.
Prédio verde
Segundo Marcelo Takaoka, presidente do Conselho Deliberativo do CBCS, recente pesquisa do World Business Council for Sustainable Development (WBCSD) mostrou que um edifício construído com base em conceitos de sustentabilidade pode reduzir seu impacto ambiental de 20% a 30%.
Outro dado mostrado por Takaoka, que no simpósio palestrou sobre a relação entre as mudanças climáticas e a construção civil, é que os consumidores estão cada vez mais interessados em edificações adequadas ao conceito de prédio verde. Isto já reflete nos negócios das incorporadoras. Edifícios erguidos com tecnologia verde alcançam uma valorização de até 10% no mercado, segundo a própria pesquisa da WBCSD, revela.
Hoje, sabe-se que o impacto da construção civil é em torno de 30% sobre o consumo de energia, 40% sobre os recursos naturais e de 30% sobre a água. No entanto, se as obras forem construídas de modo que seus usuários economizem energia e água ao longo da vida útil do edifício, esse impacto tende a sofrer uma redução de até 80%. É neste ponto que estamos tentando conscientizar as pessoas, no sentido de construir prédios que sejam eficientes quando estiverem habitados, explica Marcelo Takaoka.
Países como Inglaterra e Holanda, além do estado da Califórnia, nos Estados Unidos, já possuem legislação que privilegiam a construção de prédios verdes. No Brasil, a cidade de São Paulo caminha para ser a primeira a ter lei neste sentido. Existem iniciativas pipocando no mundo inteiro, cada uma com suas características. Isto, aos poucos, vai mudando o setor da construção civil como um todo. O mundo rema para a construção civil sustentável, explica o presidente do Conselho Deliberativo do CBCS.
Materiais de construção sustentáveis
Em relação aos efeitos destas mudanças sobre o setor de material de construção, Marcelo Takaoka considera que eles já podem ser notados. Hoje não se começa uma obra sem avaliar se determinado material é mais ou menos adequado à finalidade que ele está se propondo, e se ele está de acordo com o local em que a obra é executada. Questões como o transporte do material, por exemplo, influenciam muito na construção, diz. Por fim, ele cita uma frase do professor Vanderley Moacyr John, docente da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo e coordenador geral da Conferência Latino-Americana de Construção Sustentável: Não existe material bom ou ruim para a construção civil. Existe material adequado ao fim a que ele se destina.
Entrevistado:
Marcelo Takaoka é presidente do Conselho Deliberativo do CBCS, coordenador do Comitê Temático Econômico e Financeiro do CBCS, membro do Conselho do SBCI, do Conselho de Administração da Bolsa de Valores Sociais e Ambientais, membro do Conselho do Greenpeace Brasil, membro do Conselho do Instituto Ethos, doutor em Engenharia Civil, pesquisador do Núcleo de Real Estate e Professor do MBA de Real Estate do Programa de Educação Continuada da Escola Politécnica.
Email: comunicacao@cbcs.org.br
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Empreendimento ecológico em forma de libélula
O edifício Dragonfly propõe a reinserção da natureza no cotidiano das grandes metrópoles
Créditos: Vanda Pereira Cúneo - Assistente de Marketing
O projeto Dragonfly é um edifício ecológico "em forma de libélula" que foi desenvolvido pela empresa Vincent Callebaut Architectures para resolver o problema da poluição e reconectar a população de Nova York à natureza. Sua estrutura conta com duas torres simétricas transparentes, no formato de asas, que se conectam por meio de uma estufa, climatizada graças ao sistema interno de recolhimento de energia solar. Todas as paredes são preenchidas com hortas e a água utilizada é coletada, tratada e reaplicada nas plantações. Além da arquitetura inteira focada no ideal verde, o projeto do edifício ainda destaca uma belíssima vista do skyline de Nova York.
Com áreas residenciais e comerciais cercadas de jardins, orquidários, pontes suspensas, plantações de arroz e surpreendentemente fazendas cheias de animais, o empreendimento terá como objetivo a produção de alimentos que possam satisfazer os habitantes da cidade. Tudo o que for colhido nesse universo verde será distribuído com maior rapidez e facilidade. Consequentemente, a circulação dos grandes caminhões que, hoje, transportam produtos agrícolas do campo para a metrópole será bastante reduzida.
Fonte: Revista Casa e Jardim
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Concrete Show, realizada em São Paulo, superou todas as expectativas
Feira, que fechou com R$ 500 milhões em negócios, mostra que construção civil é a locomotiva do país
A 3.ª edição da Concrete Show South America, que como o próprio nome diz é a maior feira da cadeia de concreto da América Latina, superou todas as expectativas. Os organismos envolvidos na realização do evento, que aconteceu na última semana de agosto, saíram convictos de que a indústria da construção civil será a grande alavanca para mover a economia brasileira nos próximos 10 anos, pelo menos. Temos muito trabalho pela frente: PAC, Copa 2014, moradias, estradas e saneamento. O crescimento do país passa pela construção civil, disse Renato Giusti, presidente da ABCP (Associação Brasileira de Cimento Portland).
Na avaliação do dirigente da ABCP, a Concrete Show mostrou com competência a força do setor. Os números comprovam isso. As mais de 300 empresas participantes da feira geraram aproximadamente R$ 500 milhões em negócios. O evento ficou 58% maior que a edição anterior e atraiu 18 mil profissionais do setor. A resposta dada pela Concrete Show, sobretudo aos organismos de governo presentes na feira, foi absurdamente positiva. Tivemos ainda 16 expositores internacionais, o que ativou parcerias além fronteiras. Enfim, foi uma amostra de que a cadeia do setor confia no Brasil, afirmou Wagner Lopes, presidente da Associação Brasileira das Empresas de Concretagem (ABESC).
Além de gerar negócios e das projeções otimistas, a 3.ª Concrete Show foi responsável por apresentar as principais novidades e inovações tecnológicas do universo do concreto, que foram desde lançamento de produtos, sistemas construtivos, máquinas e equipamentos, até serviços da cadeia do concreto. Entre os destaques deste ano tivemos os sistemas construtivos para a habitação social. Muitos dos nossos expositores são da área de sistemas industrializados, máquinas e equipamentos e enxergaram na Concrete Show uma ferramenta para alavancar seus negócios ainda mais agora com o anúncio do governo, revelou Claudia Godoy, diretora da feira.
O interesse por habitações sociais está relacionado ao plano Minha Casa Minha Vida, e que prevê investimentos de R$ 34 bilhões para a execução de 1 milhão de moradias, sendo 400 mil destinadas às famílias com renda de até três salários mínimos e o restante para as famílias com renda de até 10 salários mínimos. Por isso, só no segmento fôrmas para paredes de concreto, 15 empresas expuseram seus produtos. O evento apresentou as principais inovações tecnológicas em produtos e serviços do universo do concreto, contou Cláudia Godoy. Entre eles, robô destruidor operado por controle remoto, verniz antipichação, argamassa antimofo, produto capaz de tingir piso cimentício, desmoldante ecologicamente correto e máquinas de corte e dobra de aço.
Concrete Congress
O crescimento da Concrete Show repercutiu também no evento paralelo à feira, o 3.º Concrete Congress. Em relação a 2008, os seminários, palestras, fóruns e workshops cresceram 30%. Os auditórios ficaram pequenos. Em um dos seminários, sobre parede de concreto em habitações populares, o espaço podia abrigar 300 pessoas e tivemos de abrir as portas para quem estava de fora, mas interessado no tema, pudesse acompanhar, relatou Wagner Lopes, da ABESC. O Concrete Congress teve 12 seminários e 110 palestrantes.
Para Jorge Aoki, gerente de Assessoria Técnica da Cimento Itambé, o evento serviu para uma profunda troca de informações. A Concrete Show reuniu a cadeia dos principais participantes do universo do concreto e mostrou as tendências mundiais para o setor. Produtos e serviços foram expostos para um público muito específico e, por isso, permitiu um grande intercâmbio. Além disso, a realização de diversos seminários sobre o tema do evento preencheu o grande volume de informações técnicas passadas aos participantes nos três dias da feira, avaliou.
Entre os que participaram da grade de conteúdo estava o engenheiro Cesar Zanchi Daher, diretor da Daher Tecnologia em Engenharia, de Curitiba. Segundo ele, a Concrete Show, hoje, está melhor do que eventos internacionais.
Encontramos na feira, e nas palestras, colegas de trabalho de diversas localidades do país. É um evento de grande representatividade para o segmento do concreto. E quanto mais novidades a feira reunir, mais o setor da construção civil a prestigiará, reforçou o engenheiro Roberto José Falcão Bauer.
Conselheiro da Anapre (Associação Nacional de Pisos e Revestimentos de Alto Desempenho) e do Sinduscon-SP, Bauer fez o seguinte diagnóstico: A cada ano aumenta o envolvimento dos profissionais e das associações com os eventos realizados em paralelo à feira. As salas estão sempre lotadas e o conteúdo é qualificado. Acredito que sejam necessários espaços maiores para atender ao público no próximo ano.
Realizada em uma área de 28 mil m², no Transamérica Expo Center, em São Paulo, a Concrete Show pode mudar de espaço em 2010. Para a 4.ª edição, os promotores do evento pensam em um lugar mais amplo. Se continuar neste ritmo de crescimento, a mudança será inevitável, afirmou Wagner Lopes, da ABESC. Como é uma plataforma para lançamentos de produtos, reforço de marca, join-ventures, vendas e networking, a Concrete Show tornou-se um evento de negócios que cresceu 135% em relação ao ano passsado. Por isso, pensar em uma área maior para o evento é natural daqui por diante, afirmou Cláudia Godoy.
Texto complementar
Dados nacionais da construção civil
Segundo o levantamento realizado até maio deste ano, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a maioria das regiões do país registrou aceleração no Índice Nacional da Construção Civil, com exceção do Nordeste, onde recuou de 0,64% em abril para 0,26% em maio. A maior taxa mensal foi verificada no Sudeste (2,16%), enquanto a menor foi observada no Norte (0,61%). Os números são calculados pelo IBGE, em convênio com a Caixa Econômica Federal, a partir do Sistema Nacional de Pesquisa de Custos e Índices da Construção Civil (Sinapi), criado em 1969.
O setor da construção civil foi um dos que mais contribuíram para o saldo positivo de 106,2 mil novas vagas com carteira assinada criadas no mercado de trabalho. O número foi registrado em abril pelo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho. O estudo foi divulgado em 18 de agosto pelo ministro Carlos Lupi. A construção civil gerou 13.338 postos e apresentou o quarto mês consecutivo de crescimento. É o segundo melhor desempenho registrado pelo setor em 2009, superado apenas pelo desempenho de março, quando 16.123 postos foram criados.
Em 2008, as empresas do segmento bateram recorde de produção de concreto - 30 milhões de m³ -, 25% maior que o ano anterior. Com a perspectiva de que o programa Minha Casa, Minha Vida possa andar a pelo vapor neste segundo semestre, a previsão do setor é que o volume de produção de concreto se aproxime do recorde do ano passado.
Entrevistados:
Claudia Godoy, diretora da Sienna Interlink, promotora da Concrete Show: armando@novasoma.com.br (assessoria de imprensa da Concret Show)
Renato Giusti, presidente da ABCP (Associação Brasileira de Cimento Portland): dcc@abcp.org.br
Wagner Lopes, presidente da Associação Brasileira das Empresas de Concretagem (ABESC): wlopes@abesc.org.br
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Relação interpessoal não existe sem trabalho em equipe
Um bom clima organizacional, que incentiva o relacionamento saudável entre os colaboradores, torna competição e concorrência benéficas à empresa
Não basta ser competente, é preciso saber se relacionar no trabalho e fora dele. O que parece ser uma tarefa fácil, tem-se tornado um desafio cada vez maior para os profissionais. A concorrência, as comunicações virtuais e as mudanças comportamentais criaram obstáculos para a chamada relação interpessoal. A pergunta é: como superá-los para atingir equilíbrio nos relacionamentos? Essa e outras respostas são apontadas pela coach e consultora em recursos humanos, Cristina Bresser. Confira a entrevista:
A relação interpessoal abrange tanto a vida pessoal quanto a profissional de uma pessoa. No entanto, é na profissional que se sente mais dificuldades para colocá-la em prática. Por que isso ocorre?
Na vida pessoal, temos meses, anos para construir relacionamentos. Quando um profissional é contratado por uma empresa, espera-se que ele desenvolva relacionamentos pessoais que envolvam troca de informações, de conhecimento e adquira a confiança dos seus colegas quase que imediatamente, pois não há tempo a perder. Então, o profissional se vê obrigado a vencer barreiras culturais, que são frequentes e até naturais num ambiente de trabalho em relação a um novato, num curto espaço de tempo.
Quando se fala em relação interpessoal não se está falando em relação intrapessoal. Qual a diferença entre elas?
Comunicação intrapessoal é a comunicação que uma pessoa tem consigo mesma - corresponde ao diálogo interior onde debatemos as nossas dúvidas, perplexidades, dilemas, orientações e escolhas. Está, de certa forma, relacionada com a reflexão. Este é um tipo de comunicação em que o emissor e o receptor são a mesma pessoa, e pode ou não existir um meio por onde a mensagem é transmitida. Um exemplo do primeiro tipo é a criação de diários. Já a comunicação interpessoal é um método de comunicação que promove a troca de informações entre duas ou mais pessoas. Cada pessoa, que passamos a considerar como interlocutor, troca informações baseadas em seu repertório cultural, sua formação educacional, vivências, emoções, toda a bagagem que traz consigo.
Concorrência e competição passaram a ser palavras citadas como empecilhos para a relação interpessoal no trabalho. Será que elas têm tanta culpa assim?
É mais fácil culpar terceiros ou culpar situações que estão fora da esfera de influência da empresa, do que fazer uma análise critica do próprio desempenho e do clima da empresa em que se trabalha. As relações interpessoais dependem, sobretudo, de pessoas. Se existe um bom relacionamento interpessoal dentro de uma empresa, é porque as pessoas que nela trabalham se sentem confortáveis e possuem um bom clima organizacional, que incentiva o relacionamento saudável entre os colaboradores dentro e fora da empresa. Já atuei em empresas que os happy hours e almoços em grupos - de até 30 colaboradores, às vezes - eram organizados quase que semanalmente pelos próprios funcionários, de maneira espontânea, ou seja, sem planejamento ou intervenção do RH, chefia, etc. Então, competição e concorrência são fatores de crescimento e desenvolvimento para profissionais bem resolvidos, que atuam em equipe e sabem que a empresa só cresce se houver crescimento de todos que nela atuam, como equipe. E ambas são benéficas, pois desafiam profissionais e empresas a buscar o seu melhor desempenho, a excelência nas suas áreas de atuação.
Com relação às comunicações virtuais (Msn, Orkut, etc), no que elas mudaram as relações interpessoais?
Como ferramentas tecnológicas, elas podem ser benéficas ou não, dependendo do uso que se faz delas. Se o profissional usá-las para aumentar e alimentar o seu networking, e para aumentar o poder de comunicação e visibilidade da sua empresa, elas são ferramentas praticamente gratuitas de crescimento. Se usar durante seu horário de trabalho para trocar fofocas e amenidades com os amigos, ele está enganando a empresa, usando recursos que não lhe pertencem no horário que a empresa lhe paga para trabalhar.
Houve empresas que mudaram a relação com os empregados, permitindo que eles trabalhassem em casa, e depois, a pedido dos próprios empregados, voltaram ao sistema tradicional? O que pode ter dado errado nesta mudança?
Neste caso, falta maturidade profissional do empregado e um sistema de aferição de carga horária e produtividade à distância, muito simples de se instalar na casa do colaborador. Em São Paulo, em razão do trânsito caótico, existem várias empresas aéreas e de telefonia que mantêm seus funcionários trabalhando em casa (com telemarketing, atendimento online de clientes, etc.) que funcionam muito bem, graças a um dispositivo acoplado ao PC do colaborador, onde através da sua digital ele registra o horário de início e término de trabalho. Mas para que funcione, o colaborador não pode ter filhos pequenos em casa nem animais de estimação ou qualquer outro motivo que distraia sua atenção. Ou seja, ele tem que ficar durante aquele período, centrado nas suas atividades profissionais. É uma alternativa bastante viável em face aos engarrafamentos diários de até 4 horas que enfrentam todos os dias na capital paulista.
No que o ambiente de trabalho reflete nas relações interpessoais?
Se considerar que um adulto passa em média 8 horas dormindo e entre 8 e 10 horas trabalhando, o ambiente de trabalho reflete na grande maioria das relações interpessoais de um profissional. Se vai refletir de maneira positiva ou negativa, vai depender de como esta pessoa se relaciona no trabalho.
Um bom relacionamento interpessoal no trabalho reflete na qualidade de vida do profissional, ou seja, ele tem mais chances de se relacionar bem na vida pessoal?
Sem dúvida que sim. Não conheço uma pessoa que tenha um mau relacionamento no trabalho e chegue em casa contente, tratando a esposa e os filhos de maneira afetuosa. Isso seria um antagonismo.
Muitas vezes, porém, o inverso não ocorre: o profissional tem bons relacionamentos interpessoais na vida privada, mas não consegue isso no profissional. Por que isso não acontece?
Na maioria das vezes, isso acontece porque ele aceitou um emprego numa empresa que tem uma cultura completamente diversa da sua. Ou seja, ele é uma pessoa mais aberta, menos formal, e na empresa todos primam pelo formalismo. Ou vice-versa. O importante, é que a cultura do profissional e da empresa sejam alinhadas.
Há casos em que o relacionamento interpessoal no trabalho entra na vida privada do profissional, ou seja, ele (ou ela) passa a se relacionar afetivamente com um colega de trabalho. No que isso ajuda ou atrapalha?
Vai ajudar ou atrapalhar dependendo da maturidade e da postura profissional do casal. Atualmente, pelo fato de passarmos a maior parte do nosso tempo (enquanto estamos acordados) dentro do trabalho, é natural que aconteçam relacionamentos afetivos. Se o casal souber se portar de maneira adequada, sem ferir as normas de ética e conduta da empresa, não vai atrapalhar em nada o desempenho dos dois. Pelo contrário, pode servir de incentivo, uma vez que ambos terão mais assuntos em comum para discutir e poderão se apoiar mutuamente no trabalho. O problema maior é quando o casal se separa. Aí, então, ambos têm que ter muito discernimento, postura profissional e discrição para não lavar roupa suja na frente dos colegas de trabalho.
No caso de comandantes e comandados, qual a relação interpessoal ideal?
A relação ideal é a mesma em todos os sentidos, quer seja entre subordinados e superiores ou entre pares: respeito, cordialidade, admiração pela capacidade e reconhecimento do talento do outro, ética, empatia e um forte sentimento de equipe. Os melhores resultados só são alcançados quando todos numa empresa trabalham como um time, focado nos resultados, buscando um objetivo comum e o crescimento profissional de todos os membros do grupo.
Quem é a entrevistada
Cristina Bresser é formada em Comunicação Visual pela UFPR. Tem Certificate of Proficiency in English pela Cambridge University; Certificação Internacional de Coaching pelo Integrated Coaching Institute; Cursos de Mediação para atuar como Facilitadora na Resolução de Conflitos; Técnicas de Negociação e Comunicação, Atendimento ao Cliente.
É também coach e consultora em recursos humanos, atua em processos de Coaching, Outplacement, Seleção de Executivos e Treinamento, e durante 20 anos tem atuado em contratação e treinamento de executivos e profissionais da área educativa e do comércio varejista. Possui artigos sobre assuntos ligados a recursos humanos publicados em jornais e revistas, tais como: Folha de Londrina, Jornal do Estado, Jornal Indústria e Comércio, O Estado do Paraná, Gazeta do Povo, Revista Vencer, Revista Amanhã e site Bom Líder.
Email: crisbresser@hotmail.com
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Recrutadores preferem profissionais com tempo nas empresas
Na hora da admissão, quem contrata encara a estabilidade nos empregos anteriores como maturidade profissional
Embora recentemente as gerações mais jovens de profissionais mudem de emprego com maior freqüência - a chamada geração Y -, uma característica não tem sofrido mudança no mercado de trabalho nos últimos anos: os recrutadores continuam observando se o profissional é muito instável nas experiências anteriores ou não. De acordo com a pesquisa A Contratação, a Demissão e a Carreira dos Executivos Brasileiros, realizada pela Catho Online, 89,3% dos presidentes e diretores de empresas têm alguma restrição a profissionais que passam por períodos curtos dentro de cada empresa.
Gerentes e supervisores também não veem com bons olhos a curta permanência nas experiências profissionais anteriores. De acordo com a pesquisa, 84% deles possuem restrições. Estes dados refletem o pensamento do empregador, que valoriza profissionais que permanecem muito tempo nas empresas. Assim, há como investir neste capital humano, para que ele cresça juntamente com a organização, atribui Adriano Meirinho, diretor de marketing da Catho Online.
A pesquisa também apurou que a estabilidade empregatícia considerada desejável é de três anos e meio. Esse índice vem se mantendo constante em pesquisas realizadas anteriormente. Profissionais mais maduros e de níveis hierárquicos mais elevados tendem a considerar um tempo ligeiramente maior, próximo a quatro anos.
Sobre a Pesquisa
A pesquisa A Contratação, a Demissão e a Carreira dos Executivos Brasileiros foi realizada entre os meses de março e abril deste ano. A análise contou com a opinião de 16.207 participantes, que responderam a um formulário online com 299 perguntas, questionando sobre estas três dimensões da vida do profissional. Foram levadas em consideração apenas as respostas de profissionais que trabalham em empresas privadas e que possuem mais de 18 anos de idade. Esta pesquisa é realizada pela Catho Online desde 1988.
Fonte: assessoria de imprensa da Catho Online
Jornalista responsável Altair Santos MTB 2330 Tempestade Comunicação
Venda de material de construção sobe 7,6% em julho
"Minha Casa, Minha Vida" deve favorecer ainda mais o setor até o final do ano
As vendas internas de materiais de construção mostraram alta de 7,6% em julho na comparação com o mês imediatamente anterior e queda de 12,2% ante julho de 2008, antecipou nesta terça-feira o presidente da Associação Brasileira da Indústria de Materiais de Construção (Abramat), Melvyn Fox.
Fox afirmou que a alta verificada nas vendas em julho na comparação mês a mês foi a maior do ano. "Os números estão mostrando uma mudança de comportamento", afirmou.
O boletim oficial da Abramat com o desempenho do setor em julho deverá ser divulgado na quarta-feira.
No acumulado dos sete meses de 2009, o setor ainda mostra retração de 15,45% no faturamento total deflacionado frente ao registrado no mesmo intervalo de 2008. Até o final do ano, entretanto, a indústria de materiais de construção acredita que conseguirá zerar essa perda.
- Ainda trabalhamos com a expectativa de estabilidade nas vendas em relação a 2008, o que representará um resultado muito bom considerando-se o desempenho da primeira metade do ano - disse Fox.
Para o presidente da Abramat, as vendas de materiais de construção de agosto a dezembro serão beneficiadas pelo início de obras no âmbito do programa do governo "Minha Casa, Minha Vida" e pela redução dos imóveis em estoque, o que estimulará a construção de novos empreendimentos.
- Além disso, a comparação dos três últimos meses do ano será favorecida, uma vez que o último trimestre de 2008 foi muito fraco - acrescentou.
Em julho, conforme a Abramat, a taxa de utilização da capacidade instalada da indústria ficou em 83 por cento, aproximando-se dos níveis pré-crise - em setembro de 2008, esse índice foi de 88%.
Outro indicador que sinaliza para uma virada no ânimo da indústria de construção civil é o de intenção de investimentos nos próximos 12 meses. Em pesquisa realizada neste mês, 43% das empresas do setor indicaram essa pretensão, ante 33% em maio.
Fonte: JB Online - 18/08/2009
Jornalista responsável Altair Santos MTB 2330 Tempestade Comunicação
Arquitetos defendem casas inseridas no contexto das cidades
Arquitetos e urbanistas enviaram um manifesto à Caixa Econômica Federal e ao Ministério das Cidades propondo mudanças na cartilha do Programa Minha Casa, Minha Vida
Arquitetos e urbanistas enviaram, no final de maio, um manifesto à Caixa Econômica Federal e ao Ministério das Cidades propondo mudanças na cartilha do programa Minha Casa, Minha Vida.
Assinado pela Federação Nacional dos Arquitetos (FNA), pela Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Planejamento Urbano e Regional (Anpur) e pelo Instituto Nacional dos Arquitetos, o documento defende que os projetos residenciais do programa habitacional levem em conta o contexto das cidades e que sejam evitados os erros que o extinto Banco Nacional de Habitação (BNH) cometeu entre os anos 50 e 70, quando foram construídos grandes depósitos de pessoas.
Mudanças propostas
As mudanças propostas, além de questionar o pé-direito das casas, de 2,2 metros, e a área mínima de 35 metros quadrados, o manifesto, assinado por cinco mil arquitetos e urbanistas, também fez observações quanto à largura das calçadas para as residências, calculadas em 50 centímetros, o que impediria a mobilidade de cadeirantes. Mas o que mais preocupou o setor foi a questão da inserção urbana dos futuros conjuntos habitacionais. É preciso todo cuidado para que essas unidades habitacionais não se transformem em guetos e acabem estigmatizadas como áreas pobres, sem proximidade de inserção com o resto da cidade, avalia Elson Manoel Pereira, secretário-executivo da Anpur, organismo ligado ao Centro de Filosofia e Ciências Humanas da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC).
A Anpur avalia ainda que a aquisição dos terrenos para a construção das casas é o grande dilema do programa habitacional. Na concepção dos urbanistas, será necessário que o governo consiga baratear o acesso à terra urbanizada. Há muitos terrenos de estatais ociosos que podem ser usados. Só que se está fazendo um cálculo economicista, de se buscar terrenos baratos e distantes dos centros urbanos. Defendemos, além de uma unidade confortavelmente construída, uma unidade habitacional confortavelmente inserida, ressalta Elson Manoel Pereira, completando: O BNH cometeu entre os anos 50 e 70 o erro de construir grandes depósitos de pessoas nas periferias, sem inserção destas pessoas nas cidades. É isso que precisa ser evitado agora.
O manifesto encaminhado ao governo também alertou para a padronização do projeto. Para FNA, Anpur e Instituto Nacional dos Arquitetos, as plantas, os sistemas construtivos e os materiais empregados nas obras devem levar em conta as questões regionais. Um país que tem uma Amazônia quente, úmida e com muita chuva, que tem uma realidade nordestina de clima semi-árido e outra realidade do sul do país, necessita de variáveis construtivas. Não haver uma única solução. Seria a mesma coisa que construir a mesma casa na Espanha e na Suécia. Deve-se pensar em casas com desempenho térmico e longevidade da construção, diz trecho do manifesto encaminhado à Caixa Econômica Federal e ao Ministério das Cidades.
Segunda via
FNA, Anjur e Instituto Nacional de Arquitetos sugerem que há outras opções para que o Brasil reduza o déficit habitacional de 7 milhões de casas, do que simplesmente sair construindo casas. O acesso à casa, o acesso à moradia, não precisa ser necessariamente o acesso à casa própria. O Brasil pode adotar, por exemplo, medidas que já acontecem em outros países, como o aluguel subsidiado. Isso ajudaria a superar a difícil equação de fornecer a uma família que ganha menos de três salários mínimos um imóvel de 40 mil reais. Então, a solução habitacional poderia agregar o aluguel subsidiado para famílias de baixa renda e tirar do Programa Minha Casa, Minha Vida o peso da solução economicista e torná-lo, de fato, um programa que resolva o problema habitacional brasileiro, diz Elson Manoel Pereira, apontando para uma segunda via apoiada por arquitetos e urbanistas.
Entrevistado: Elson Manoel Pereira, secretário-executivo da Anjur: elsonp@cce.ufsc.br ou
Site da Anjur: www.anpur.org.br
Texto complementar
Curitiba busca modelo habitacional em São Paulo
Representantes da Secretaria Municipal de Urbanismo e da Companhia de Habitação Popular (Cohab) de Curitiba estiveram em São Paulo, no final de maio, para conhecer a atuação do governo paulista na resolução de problemas habitacionais, especialmente ações relacionadas à urbanização de favelas e à regularização fundiária. Cerca de vinte profissionais, lideranças comunitárias e presidentes de associações curitibanas assistiram a uma apresentação sobre o panorama da política habitacional do Estado e visitaram o Projeto Pantanal, maior intervenção em favelas realizada pela CDHU.
O diretor presidente da Cohab de Curitiba, Mounir Chaowiche, elogiou o Projeto Pantanal, desenvolvido pela CDHU em uma área de cerca de 908 mil m2 na zona Leste da Capital, onde estão localizados as ocupações de União de Vila Nova, Vila Nair e o empreendimento Vila Jacuí. Mais de 8 mil famílias estão sendo beneficiadas com novas moradias, obras de urbanização e ações sociais. "Curitiba tem muitas ocupações irregulares, são cerca de 25 mil famílias que necessitam de atendimento habitacional. Pretendemos levar a experiência do que aprendemos em São Paulo e trabalhar com as comunidades em nosso município", disse Mounir.
O programa São Paulo de Cara Nova, que está revitalizando casas nas ruas já urbanizadas de União de Vila Nova, chamou a atenção dos visitantes. Trata-se de uma ação pioneira do governo paulista que pretende valorizar a paisagem urbana da periferia de São Paulo. O projeto-piloto está recuperando inicialmente a fachada de 300 casas com pintura, reboque e chapisco das paredes externas, conforme projeto cromático assinado pelo arquiteto Ruy Ohtake, a partir de cores escolhidas pelos próprios moradores.
O trabalho de pintura é realizado por jovens desempregados da comunidade que passam por cursos de capacitação e recebem bolsa no período de execução dos serviços. O programa São Paulo de Cara Nova será estendido para as demais casas de União de Vila Nova e para outras áreas que são alvos de projetos de urbanização da companhia. "A revitalização do bairro aumenta a auto-estima e restaura a qualidade de vida das famílias. Seria muito interessante tentar promover o Curitiba de Cara Nova", disse Mounir Chaowiche.
Outro ponto que chamou a atenção da delegação paranaense foi o Programa Cidade Legal. Por meio dele, a Secretaria de Estado da Habitação fornece apoio técnico às prefeituras na regularização e na averbação de parcelamentos de solo e núcleos habitacionais para fins residenciais, públicos ou privados. Uma equipe especializada indica o melhor caminho e os trâmites necessários para agilizar e desburocratizar o processo de legalização e de registro de imóveis.
O secretário municipal de Urbanismo de Curitiba, Luiz Fernando de Souza Jamur, disse que a questão da regularização fundiária é tratada de forma diferenciada pelo governo paulista e que os procedimentos utilizados deverão ser aproveitados na cidade. "A agilidade do processo de regularização que o 'Cidade Legal' proporciona é o ponto alto do programa. Pretendemos regularizar até o fim de 2010, mais de 110 núcleos com aproximadamente de 20,4 mil imóveis, sendo que os processos estabelecidos pelo programa vão nos ajudar a alcançar essa meta", explicou Jamur.
Fonte: SH/CDHU - Comunicação Social
Jornalista responsável Altair Santos MTB 2330 Tempestade Comunicação