Pesquisa aponta otimismo no mercado de concreto

Levantamento feito com os associados da BlocoBrasil, identifica macrotendências setoriais do mercado de pré-fabricados leves

A crise econômica mundial parece não ter abalado a indústria brasileira de concreto. Dados da pesquisa semestral realizada no início de agosto, pela Associação Nacional da Indústria de Blocos de Concreto (BlocoBrasil), apontaram otimismo e grandes expectativas para a atividade econômica do setor no segundo semestre de 2009. O objetivo da pesquisa, feita com os associados da BlocoBrasil, foi identificar as macrotendências setoriais do mercado pré-fabricados leves (blocos e pisos) de concreto e a expectativa de crescimento dos fabricantes.

Os resultados apontaram que 62% dos industriais do setor esperam que o desempenho da empresa cresça em até 20% nos próximos seis meses. Enquanto o restante estima que o desempenho fique acima dos 20% de crescimento, em relação a 2008. Dentre os fatores responsáveis por essa melhora na indústria de concreto, o programa habitacional do governo, o aquecimento do mercado imobiliário pelas novas condições de financiamento e a economia aquecida foram os mais citados.

De acordo com a pesquisa, nenhum associado da BlocoBrasil prevê redução das atividades neste segundo semestre. Pelo contrário, caso seja necessário aplicar alguma mudança na empresa, será somente para acompanhar o aumento da demanda e o crescimento da indústria. As empresas apontam medidas positivas, tais como contratar mais funcionários e adquirir novos equipamentos. “O mercado brasileiro da construção civil continua em ritmo muito forte, confirmando a reação da economia brasileira após o abalo do último trimestre de 2008”, afirma o arquiteto Carlos Alberto Tauil, diretor executivo da BlocoBrasil.

Fonte: Mandarim Comunicação

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Reforma do MEC vai unificar cursos de engenharia

Engenharia Civil e Arquitetura e Urbanismo foram poupados, mas não escaparão de uma reestruturação curricular

Álvaro Cabrini Júnior, presidente do Crea-PR: reformulação vai melhorar a fiscalização dos profissionais
Álvaro Cabrini Júnior, presidente do Crea-PR

Os cursos de engenharia serão os primeiros a passar pela reformulação que o Ministério da Educação (MEC) está fazendo nas graduações universitárias. O objetivo é revisar projetos pedagógicos, o que vai resultar na fusão de alguns cursos e na extinção de outros. O Brasil conta, atualmente, com quase 26 mil graduações. O MEC quer reduzi-los a sete mil, no máximo.

No caso dos cursos de engenharia, são 258, que passarão a um total de 22. “A medida pretende orientar melhor os estudantes no momento de escolha de suas profissões, além de contribuir para que os setores de recursos humanos de empresas, órgãos públicos e terceiro setor tenham maior clareza na identificação da formação necessária aos seus quadros de pessoal”, explica Nair Rúbia Baptista, assessora de Comunicação Social do ministério.

As unificações devem se concretizar até o final do primeiro semestre de 2010. A proposta de revisão das diretrizes dos cursos foi disponibilizada em consulta pública e duas mil contribuições da sociedade civil foram recebidas. Atualmente, o MEC trabalha na compilação e na avaliação das propostas encaminhadas, para em seguida ser formulado o documento final.

Entre as engenharias, extraoficialmente já se sabe que os cursos de Engenharia de Automação e Sistemas, de Automação Empresarial, de Controle e Automação Industrial e de Instrumentação, Automação e Robótica passarão a ser chamados de Engenharia de Controle e Automação.

Pelo sombreamento curricular, ou seja, ter disciplinas coincidentes, cogitou-se unir os cursos de Engenharia Civil e Arquitetura e Urbanismo, mas a forte resistência derrubou a ideia. “Foi só uma suposição. Nunca houve um documento sobre isso”, contesta Francisco José Teixeira Coelho Ladaga, assessor da presidência do Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura do Paraná (Crea-PR). No entanto, segundo o MEC, é “muito provável que Engenharia Civil e Arquitetura e Urbanismo também passem por revisões curriculares”.

Polêmica à parte, a reformulação pedagógica em curso tem aprovação unânime. O próprio José Teixeira Coelho Ladaga apoia a medida. “Isso vem resguardar as profissões tradicionais e evitar a proliferação de subtítulos com pessoas menos capacitadas para exercer a função que elas realmente devem e são obrigadas a fazer. Eu acho que o MEC está correto nesta posição”, afirma.

Da mesma forma pensa o presidente do Crea-PR, Álvaro Cabrini Júnior. “Isso vai representar uma volta à nomenclatura básica que existia antigamente e vai evitar a criação indiscriminada de cursos. Até o conselho regional e o Confea (Confederação Federal de Engenharia, Arquitetura e Agronomia) vão ter melhores condições de exercer as suas funções, que é fiscalizar as profissões regulamentadas em defesa da sociedade”, afirmou.

Professor Mauro Lacerda, diretor do setor de tecnologia da UFPR: no futuro, uma revisão também na legislação que rege a profissão de engenheiro
Professor Mauro Lacerda, diretor do setor de tecnologia da UFPR

Na avaliação do diretor do setor de tecnologia da Universidade Federal do Paraná (UFPR), Mauro Lacerda, a decisão do MEC vai permitir, no futuro, uma revisão também na legislação que rege a profissão de engenheiro. “Ela já se tornou obsoleta, uma vez que foi instituída em meados do século passado e não acompanhou a evolução da formação profissional dentro das peculiaridades de cada área, o que hoje exige grandes esforços para definir as atribuições profissionais e suas certificações”, avaliou.

Ainda segundo o professor Mauro Lacerda, a reforma não terá problemas de ser absorvida pelo mundo acadêmico, seja na área de graduação ou pós-graduação. “A mudança preconizada trará uma melhor organização curricular e isso vai facilitar a adaptação, tanto de docentes como balizar melhor a formação dos estudantes em cada área”, diz. A assessoria de comunicação do MEC confirma a avaliação do professor da UFPR. “Assim como os referenciais ajudarão na orientação aos alunos, os professores também serão beneficiados pela medida”, confirma Nair Rúbia Baptista.

Para conferir a lista dos cursos de engenharia que vão passar por reformulações clique no link abaixo:
http://portal.mec.gov.br/dmdocuments/convergencia_denominacao.pdf

Entrevistados:
Diretor do setor de tecnologia da UFPR: Mauro Lacerda: mauro@tecnologia.ufpr.br
Assessoria de Comunicação Social: rubia.baptista@mec.gov.br
Assessoria de Comunicação do Crea-PR: comunicacao@crea-pr.org.br

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Sustentabilidade é tema do IBRACON 2009

Evento abordará o uso do concreto para obras de infraestrutura sustentáveis

Logo 51 CBC

De 6 a 10 de outubro acontece, em Curitiba, o Congresso Brasileiro do Concreto, maior fórum nacional e latino-americano de debates sobre a tecnologia do concreto e suas aplicações em obras civis. Promovido pelo Instituto Brasileiro do Concreto (IBRACON), a 51ª edição do congresso irá abordar o tema “Concreto para obras de infraestrutura Sustentáveis”.

O evento é uma oportunidade de trocar experiências e conhecimentos com especialistas nacionais e estrangeiros sobre os variados aspectos associados à pesquisa e à aplicação do concreto no país e no mundo. “Discutir a sustentabilidade, muito mais do que oportuno, é indispensável” analisa José Marques Filho, diretor regional do IBRACON no Paraná, reforçando a importância do tema escolhido para o evento deste ano.

José Marques Filho
José Marques Filho

Um dos maiores desafios, segundo José Marques, é que não é possível parar (o setor da construção) para pensar nas melhores estratégias. “Temos que encontrar as soluções com o ‘ônibus andando’” argumenta.

Para atender às necessidades das gerações atuais e futuras é fundamental que os profissionais do setor se preparem para implementar novos processos, para desenvolver pesquisas e novas tecnologias, que sejam capacitados a propagar as mudanças e que estejam dispostos a contribuir para um mundo mais sustentável. É o que confirma o diretor regional do IBRACON: “O concreto é um dos materiais mais utilizados na infraestrutura das cidades, no Brasil e no mundo. E toda a cadeia que envolve a sua produção afeta o ambiente, seja através da emissão de gases poluentes, da geração de resíduos ou do uso dos recursos naturais. Por tudo isso, devemos pensar na sustentabilidade do planeta em longo prazo”.

O lado positivo é que cada vez mais a indústria da construção civil está se adequando aos conceitos de sustentabilidade. Um exemplo prático é a reutilização e a transformação de resíduos industriais e resíduos de construção e demolição. Além de favorecer a economia dos recursos naturais, essa atitude contribui para reduzir os danos à natureza causados pela disposição desses resíduos ao ar livre.

Outro exemplo é o significativo aproveitamento de resíduos industriais na produção de cimento, com a utilização de adições como a cinza pozolânica e a escória de alto forno. “Além das adições, o uso de combustíveis alternativos de resíduos industriais, a contínua melhoria dos filtros para retenção de particulados e o desenvolvimento de novas tecnologias na produção, contribuem muito para a manutenção deste importante conceito – a sustentabilidade do planeta” explica o engenheiro Jorge Aoki, Gerente de Assessoria Técnica da Itambé.

Pensando no futuro

Para que o evento seja efetivo e tenha continuidade, José Marques diz que serão feitas diversas ações complementares como a criação de documentos sobre o que foi discutido; um livro de boas práticas voltado aos engenheiros; e o lançamento de um concurso com o tema Sustentabilidade do Concreto.

Cimento Itambé expõe curiosidades do concreto no IBRACON 2009

No stand da Cimento Itambé que estará presente no IBRACON 2009, estudantes e profissionais do setor poderão conhecer diversas “Curiosidades do Concreto”. De acordo com Jorge Aoki o objetivo “é mostrar materiais brasileiros não convencionais que usamos na composição do concreto em determinadas regiões e também tecnologias diferenciadas em obras de alguns países”.

Confira a programação do IBRACON 2009:

* 41 sessões de Palestras Técnico-Científicas;
* 2 Workshops sobre Temas Controversos;
* 6 Conferências Plenárias com palestrantes internacionais;
* 2 Concursos Estudantis;
* 1 Mesa Redonda sobre “Os Materiais Cimentícios na Indústria de Gás e Óleo”;
* 1 Seminário Eletrobrás de Construção e Manutenção de Obras Civis;
* 1 Seminário de Sustentabilidade;
* Cursos de Atualização Profissional;
* Sessões Pôsteres;
* Feira de Produtos e Serviços para a Construção – Feibracon;
* Palestras Técnico-Comerciais e Reuniões Institucionais.

Paralelamente, acontecerá o VII Simpósio EPUSP sobre Estruturas de Concreto, que irá abordar os tópicos:

1. Projeto e Métodos Construtivos de Estruturas Complexas
2. Modernização de Códigos de Projeto
3. Monitoração de Estruturas
4. Aspectos Inovadores na Análise e Projeto de Estruturas

Palestrantes

Michel Lorrain, professor da Université Paul Sabatier de Toulouse, França, irá apresentar seu estudo de padronização dos ensaios de aderência entre o aço e o concreto.

Peter Marti, professor do Institute of Structural Engineering de Zurique, na Suíça, abordará o Impacto da Análise-Limite no Projeto de Estruturas de Concreto.

Cristian Boller, professor do Fraunhofer Institute of Nondestructive Testing, na Alemanha, vai expor o tema do gerenciamento da infraestrutura civil com base no monitoramento da saúde estrutural.

James Wight, professor do Departamento de Engenharia Civil e Ambiental da Universidade de Michigan, nos Estados Unidos, falará sobre as diretrizes das normas técnicas atuais para o projeto de estruturas de concreto.

Alberto Carpinteri, professor do Departamento de Engenharia Estrutural e Geotecnica da Politécnica de Torino, na Itália, discutirá a aplicação da mecânica de fratura não-linear na avaliação da capacidade rotacional de vigas de concreto armado.

Carlos Eduardo Moreira Maffei, professor do Departamento de Estruturas e Fundações da USP, debaterá sobre os principais fatores intervenientes no mecanismo de colapso da estrutura do Túnel do Metrô de São Paulo.

Público-alvo do evento:
Estudantes, pesquisadores, professores, técnicos, calculistas, tecnologistas, vendedores técnicos, marqueteiros, diretores e gerentes de empresas, empresários, construtores, funcionários públicos e outros agentes da cadeia da construção civil.

Mais informações no site www.ibracon.org.br

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Concreto ciclópico

Antiga técnica de construção conhecida pelos gregos ainda é utilizada, sobretudo em fundações, muros de arrimo e barragens

Créditos: Engª Naguisa Tokudome – Assessora Técnico Comercial Itambé

Usina Hidrelétrica Salto Forqueta
Usina Hidrelétrica Salto Forqueta

O termo “ciclópico” teve origem na Grécia antiga, onde foram erguidos fortes com blocos de pedra gigantes - colocados uns sobre os outros, sem argamassa. O emprego de grandes rochas reduzia o número de juntas e, consequentemente, os pontos fracos da alvenaria. Os gregos acreditavam que somente criaturas místicas conhecidas como ciclópicos, seres gigantes de um olho só, poderiam ser fortes o suficiente para manipular grandes blocos.

Atualmente, esta técnica ainda é utilizada, porém o tamanho das rochas foi reduzido e o concreto adicionado na composição. As aplicações do concreto ciclópico são diversas, sendo normalmente usado em fundações, muros de arrimo, barragens e outras estruturas.

Basicamente, trata-se de um concreto convencional com a adição de pedra de mão, também conhecida como matacão ou pedra marroada. Esta é uma rocha bruta de granulometria variada com grande dimensão (geralmente acima de 10 cm) obtida na primeira britagem.

O método construtivo e o controle tecnológico são similares ao processo convencional, porém não é usual o emprego da armadura na estrutura. Após a montagem da fôrma, o concreto é lançado em camadas de 50 centímetros e então vibrado. A pedra limpa e saturada de água é incorporada à massa manualmente e posicionada a uma distância aproximada de 15 centímetros entre elas.

Pedra Marroada
Pedra Marroada

A pedra de mão não é considerada na dosagem do concreto e é colocada separadamente para não danificar as lâminas internas (facas) do caminhão betoneira. Esta rocha deve ter o mesmo padrão de qualidade da brita utilizada na dosagem.

A resistência à compressão do concreto, a proporção entre concreto/pedra de mão e o recobrimento da rocha devem atender às especificações determinadas pelo engenheiro responsável da obra ou pelo órgão contratante.

Quando aplicada esta técnica na construção de muros de arrimo, o concreto elimina a capacidade drenante. Portanto, é necessário implantar um sistema de drenagem no tardoz (lado em contato com o solo) para aliviar a pressão na estrutura.

Apesar de ter um método de execução simples, o emprego do concreto ciclópico é recomendado em peças de grandes dimensões e com maquinário específico. Em pequenas obras, pode gerar problemas de recebimento, armazenamento e transporte interno da rocha.

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Ponte da Amizade terá obra "gêmea"

Nova obra sobre o rio Paraná, entre Foz do Iguaçu e Paraguai, começa a ser construída no primeiro trimestre de 2010

Ponte da Amizade: erguida há mais de 40 anos, obra vai ganhar uma construção gêmea até 2012
Ponte da Amizade: erguida há mais de 40 anos, obra vai ganhar uma construção gêmea até 2012

Vinte anos depois de sua idealização, a segunda ponte ligando o Brasil ao Paraguai tende a ser inaugurada em 2012. O projeto começa a sair do papel no primeiro trimestre de 2010 e terá como ponto de partida a região de Porto Meira, em Foz do Iguaçu (PR), e ponto de chegada em Presidente Franco, no país vizinho. Com 800 metros de comprimento e 17,5 metros de largura, será uma obra "gêmea" da Ponte da Amizade.

O processo de licitação já foi definido pelo Dnit (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transporte). A empresa vencedora foi a Vetec Engenharia Ltda. e o valor global da obra foi orçado em R$ 3.192.012,78. O prazo para a execução está estimado em 330 dias. A próxima etapa, já em andamento, é finalizar o estudo de impacto ambiental, que deverá ser concluído ainda neste semestre. Previamente, está definido que a nova ponte será erguida a uma distância de 10 quilômetros ao sul da Ponte da Amizade, que também cruza o rio Paraná.

O local da construção, no entanto, pode sofrer mudanças por dois motivos: influenciado pelo estudo de impacto ambiental ou por questões políticas. Em recente visita ao Brasil, o presidente paraguaio Fernando Lugo trouxe uma reivindicação que foi encaminhada para estudo do Dnit. Pediu que a nova ponte, em vez de desembocar em Presidente Franco, tivesse como ponto de chegada Ciudad del Este - como já ocorre com a Ponte da Amizade. "Essa alteração, porém, só será possível se não alterar a viabilidade técnica e econômica da obra", informa o departamento de comunicação do Dnit.

A construção da nova ponte entre Brasil e Paraguai será integralmente bancada pelo governo brasileiro, ao contrário do que ocorreu com a Ponte da Amizade, entre os anos 1950 e 1960, que recebeu recursos binacionais. Outra alteração em relação à construção antiga pode se dar no projeto arquitetônico. Por enquanto, prevalece a ideia de que a nova ponte seja estaiada e não com o vão em forma de arco, como é a Ponte da Amizade. "O importante é que, independentemente do projeto arquitetônico, a obra será baseada nos mais modernos métodos executivos", afirma a assessoria do Dnit.

Outra ponte

Neste mês, no Encomex Mercosul (Encontro de Comércio Exterior do Mercosul), que reuniu os municípios lindeiros ao lago de Itaipu, foi encaminhada aos governos do Brasil e do Paraguai a ¨Carta do Foro Binacional Brasil/Paraguai¨. No documento, se reforçou a necessidade de serem iniciados os estudos de viabilidade da ponte ferroviária, ligando Salto del Guairá, no Paraguai, à Guaíra, no Paraná, e Novo Mundo, no Mato Grosso do Sul. Em relação a essa obra, o governo sul mato-grossense já assumiu o compromisso de custear o projeto de engenharia junto à comissão para a consolidação do projeto da Ferroeste - grupo criado pelo governo federal em conjunto com o Paraná e o Mato Grosso do Sul com o objetivo de agilizar a ampliação da ferrovia.

Outra obra considerada estratégica para Brasil e Paraguai é a construção do ramal da Ferroeste, entre Guarapuava e Paranaguá. O vice-ministro de comércio do Paraguai, Agustín Perdomo, depois do foro bilateral, disse que os setores público e privado paraguaios estão convencidos da ¨importância do projeto da Ferroeste para a redução dos custos das operações comerciais do país¨. Perdomo ressaltou que já se articula uma ¨engenharia jurídica para constituir uma grande empresa ferroviária continental¨.

Segundo Perdomo, o projeto da Ferroeste ¨renovou a vontade de seu país ter uma ferrovia¨, não somente como opção nacional: ¨Queremos que o Paraguai seja um caminho de conexão ferroviária intercontinental entre o Atlântico e o Pacífico¨. Para ele, o projeto do corredor bioceânico, passando pelo Paraguai, ¨é fundamental e já está atrasado muito tempo¨.

Curiosidades sobre a Ponte da Amizade

* Em 1962, a obra estabeleceu o recorde mundial de vão (290ms) em ponte de concreto armado e arco engastado. Em 26 de março de 1965, a ponte foi entregue ao tráfego.

* O projeto é de autoria do engenheiro paulista José Rodrigues Leite de Almeida, formado na Escola Politécnica de São Paulo.

* A Ponte da Amizade possui o comprimento total de 552,4m, sendo 303m do arco.

* A construção foi ganha em concorrência pública pelo consórcio de duas firmas. Construtora Rabello S.A. (a firma que construiu quase na mesma época o Palácio da Alvorada, em Brasília) e a Sotege-Sociedade de Terraplanagem e Grandes Estruturas Ltda.

Entrevistados:
Assessoria de comunicação do Dnit, em Brasília: ascom@dnit.gov.br
Assessoria de comunicação da Ferroeste: ferroeste@pr.gov.br

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Construção civil versus acidentes de trabalho

Setor está ganhando a batalha ao investir em equipamentos e tecnologia de segurança. Agora, é o trabalhador quem precisa fazer a sua parte

O emprego da tecnologia na criação de máquinas mais seguras e novos equipamentos de proteção, tanto individuais quanto coletivos, além de programas de segurança com a participação de órgãos de governo, empregadores e empregados, criou um novo ambiente de trabalho na construção civil. Hoje o setor, segundo dados de 2008 dos ministérios da Previdência Social e do Trabalho e Emprego, é o 7.º no ranking de acidentes de trabalho entre as atividades econômicas.

Esta posição, acredita o engenheiro José Luiz Souza, presidente da Associação Paranaense dos Engenheiros de Segurança (APES), pode despencar ainda mais se as recentes iniciativas conseguirem atingir seu objetivo central, que é alterar a cultura do setor. “Antes, reclamava-se da falta de equipamentos de segurança; hoje, a meta é conscientizar os trabalhadores a utilizarem os equipamentos”, explica.

Outro fator que contribuiu para o decréscimo de acidentes foi a evolução da legislação. Para o ano que vem, a APES entende que virá o golpe fatal nos acidentes de trabalho dentro da construção civil. Entrará em vigor o novo seguro para acidentes de trabalho. Ele vai variar de 0,5% a 6% da folha de pagamento e vai pesar no bolso das empresas que não investirem em segurança. “Imagine, 6% da folha de pagamento de uma grande empresa é dinheiro suficiente para investir bastante em segurança do trabalho”, avalia José Luiz Souza.

Mas se a lei é moderna, e coloca o Brasil entre os países com uma das regulamentações mais consistentes do mundo, a fiscalização ainda é falha. As delegacias regionais do trabalho não têm gente suficiente para poder autuar. A solução reside em parcerias. No Paraná, um convênio entre o Crea (Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura), a Delegacia Regional do Trabalho e o Corpo de Bombeiros reforçou a fiscalização em torno de 30%.

Dados coletados entre os Sinduscon de cada estado revelam que no universo do setor da construção civil brasileira 92% das empresas são de micro e pequeno porte, com média de 30 empregados. Os acidentes mais comuns são quedas de andaime, choque elétrico, soterramento e o trabalhador ser atingido por algum objeto. Especificamente, entre as pequenas empresas instaladas no Paraná, a APES trabalha para que elas apliquem as normas OHSAS 18000, relativas à saúde e segurança do trabalho. “Depois de nossas ações, sentimos uma adesão maior às normas”, diz o presidente da Associação Paranaense dos Engenheiros de Segurança.

Redução da informalidade, insistência nos cursos de treinamento e modernização dos equipamentos de segurança são algumas das mudanças que se percebe na construção civil. “O foco está na prevenção”, alerta José Luiz Souza. Por isso, para um canteiro de obras ser declarado seguro, ele precisa ter o seguinte kit básico para os operários: óculos e cinto de segurança, protetor auricular, luvas, uniforme, capacete e botas. É o conhecido EPI (Equipamento de Proteção individual). Com esses itens, e a cultura de que eles precisam ser utilizados, o risco de acidentes cai para menos de 70%, apontam as estatísticas.

Texto complementar

Você sabia?

* Boa parte dos acidentes de trabalho ocorre antes do horário do almoço. Estudos revelam que operários que iniciam o turno sem se alimentar têm crises de hipoglicemia (baixa taxa de açúcar no sangue) e acabam vítimas de tonturas e até desmaios por volta do meio-dia, principalmente se trabalhando em dias quentes.

* Uma obra segura é aquela que tem alvará de construção emitido pela prefeitura local, foi fiscalizada e liberada pela Delegacia Regional do Trabalho e pelo Crea, tem responsável técnico permanentemente no local e municia o canteiro da obras com equipamentos aprovados pelas normas de segurança.

* As atividades econômicas com mais ocorrências de acidentes de trabalho são, pela ordem, segundo anuário do ministério da Previdência Social e do Ministério do Trabalho e Emprego:

1.º) Indústria de Transformação
2.º) Transporte, Armazenagem e Comunicação
3.º) Comércio, Reparação de Veículos Automotores
4.º) Objetos Pessoais e Domésticos
5.º) Agricultura, Pecuária, Silvicultura e Exploração Florestal
6.º) Atividades Imobiliárias, Aluguéis e Serviços Prestados às Empresas
7.º) Construção Civil

Entrevistado: José Luiz Souza presidente da APES, Associação Paranaense dos Engenheiros de Segurança: joseluizs@bomjesus.com.br ou comunicacao@crea-pr.org.br

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Um enorme pátio chinês

Zaha Hadid Architects divulga projeto do maior edifício comercial já planejado em Beijing

Créditos: Vanda Pereira Cúneo - Assistente de Marketing

Um enorme pátio chinês
Um enorme pátio chinês

O estúdio da arquiteta britânica Zaha Hadid acaba de divulgar detalhes sobre o projeto Chaoyangmen SOHO III, que será desenvolvido no centro da cidade de Beijing, na China. Baseada em um tradicional pátio chinês (correspondente ao átrio interno), a construção terá 334.000 m² de área, dos quais 166 mil serão destinados a escritórios e 86 mil a uma parte comercial com bancos, lojas de conveniência, posto de gasolina etc.

Um enorme pátio chinês (interior do edifício)
Um enorme pátio chinês (interior do edifício)

O desenho do projeto idealiza uma arquitetura sem esquinas ou transições repentinas de forma. Fortemente inspirado na natureza, Chaoyangmen SOHO III contará com um jardim em faixa que comporá toda a parte frontal externa.
Cercado de espaços ao ar livre, escritórios e residências, o empreendimento será localizado no anel rodoviário Leste 2 da cidade, a oeste do edifício-sede do Ministério dos Negócios Estrangeiros e ao sul de seus precedentes Chaoyangmen SOHO I e II. Até o momento, este é o maior projeto comercial da região.

Fonte: Revista Casa e Jardim

Jornalista responsável - Altair Santos MTB 2330 - Vogg Branded Content


Um raio x da engenharia brasileira

Em entrevista exclusiva, Joseph Young, diretor editorial da Revista O Empreiteiro, fala sobre o ranking que lista as maiores empresas do país no setor

O ranking da engenharia brasileira já é, há décadas, a bíblia do setor
O ranking da engenharia brasileira já é, há décadas, a bíblia do setor

O tradicional ranking da engenharia brasileira trouxe no mês de julho sua 38.ª edição. Elaborada pela revista O Empreiteiro, a lista revela as 500 maiores empresas do país nos segmentos de construção, projeto e consultoria, montagem mecânica e elétrica e serviços especiais de engenharia.

A versão 2009 do ranking foi elaborada de acordo com o faturamento das empresas em 2008. No ano passado, as construtoras expandiram sua receita bruta em 49%, em média. Trata-se do melhor resultado desde 1995.

Apesar de não estarem nas primeiras posições da lista, as empresas do Sul do país também apresentaram crescimento. Na avaliação do diretor editorial da revista O Empreiteiro, Joseph Young, além do bom momento econômico do Brasil, o PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) também foi responsável pela melhora significativa do nível de atividade das construtoras e das empresas de engenharia no geral. “Havia uma demanda reprimida desde os anos 80, que o programa ajudou a destravar, ainda que não completamente”, afirmou.

Joseph Young revela mais detalhes do ranking na entrevista a seguir.

Ao longo das 38 edições do ranking, se percebe muitas alterações entre as primeiras posições. Isso tem a ver com as empresas mais envolvidas com obras de infraestrutura?
A verdade é outra. No passado, a economia brasileira teve diversas crises econômicas, planos econômicos, novas moedas e inflação que chegou a 80% ao mês. Isso foi extremamente prejudicial para a capacidade de investimento dos governos e se refletiu em algumas construtoras tradicionais, que desapareceram por conta das crises. Boa parte delas trabalhava para o governo e não recebia. Ou, quando recebia, a inflação já tinha comido metade do valor da dívida. Um exemplo é a construtora Rabelo, que trabalhou na construção de Brasília, trabalhou na Argélia, construiu a universidade de Argel, e hoje não existe mais. Assim com a construtora CCDE, que também não existe mais. Estes são dois exemplos bastante eloquentes de como a crise dizimou grandes empresas e fez o ranking sofrer alterações ao longo destes anos. Hoje, se aparecem na lista algumas das mais antigas, é porque elas foram as sobreviventes. São aquelas que conseguiram driblar as crises sucessivas. São as grandes sobreviventes da engenharia brasileira.

Como nasceu a ideia do ranking da engenharia brasileira?
O ranking não é uma ideia nova. Uma das maneiras de mensurar a competência de uma empresa, as condições do mercado, principalmente quando essas condições mudam, é aferir o quanto ele continua faturando. Usamos o critério do faturamento bruto, pois achamos que é o que espelha melhor a capacidade de geração de caixa de uma empresa. É claro que poderia ter outros critérios como lucro, etc. A ideia é reunir numa única fonte uma avaliação das empresas de engenharia do Brasil divididas em quatro categorias. Então, o ranking abrange construtoras, projetistas, empresas de montagem industrial, também chamada de construção mecânica e elétrica, e os prestadores de serviços especializados em construção.

O que a presença de uma empresa no ranking da engenharia brasileira muda em relação ao seu perfil e aos negócios que ela passa a atrair?
O ranking da engenharia brasileira já é, há décadas, a bíblia do setor. As empresas que estão no ranking sempre se referem a este fato como uma credencial a mais. Naturalmente, existem outros, como a ISO de qualidade a respeito das ações da empresa, que também é outra credencial. Então, existem vários outros parâmetros de natureza internacional, que as empresas já têm. Mas, especificamente sobre o ranking, o fato de uma empresa estar dentro dele há muitos anos é uma credencial no setor.

Em relação à região Sul, observa-se no ranking que as empresas estão em posição intermediária. Algumas vezes, elas estão atrás de empresas do Norte/Nordeste. Há algum diagnóstico para que isso aconteça?
Nestas ultimas três décadas foram criadas algumas novas fronteiras, como no Pará e no Maranhão. O projeto Ferro-Carajás da Vale, que era uma empresa estatal há pouco mais de 20 anos, abriu uma nova fronteira econômica. Criou-se toda uma cadeia de prestadores de serviços de fabricantes, que hoje já está consolidada na região. Então, isso significa que as construtoras que estão na região Norte também foram beneficiadas pelo surgimento desta nova fronteira. No Nordeste, um exemplo recente é o complexo industrial portuário de Suape, em Pernambuco, que também representa uma nova fronteira econômica. Naturalmente, as construtoras do Nordeste, os projetistas e os prestadores de serviços de uma forma geral estão se beneficiando destes polos de atividades regionais.

Com os recentes programas de incentivo à construção, como PAC, Minha Casa, Minha Vida e Copa 2014, deu para sentir mudanças no ranking, no sentido de que algumas empresas já cresceram apoiadas nestes projetos governamentais?
Sem dúvida, o PAC, que já faz uns dois anos que o governo vem priorizando, a despeito de problemas de gerenciamento e lentidão de recursos financeiros, é o principal responsável pela melhora significativa do nível de atividade das construtoras e das empresas de engenharia no geral. Eu diria que os resultados de 2008 espelham este fato. O programa Minha Casa, Minha Vida só foi anunciado agora. Então os efeitos só vão se sentir ao longo de 2010 e 2011, assim como a Copa de 2014.

No ano passado a engenharia experimentou seu melhor momento após vários anos. Qual a perspectiva para este ano, que vai refletir no ranking de 2010?
Este ano é, de certa forma, uma continuação de 2008. Só que a crise global impediu ou atrasou a assinatura de novos contratos e serviços em empreendimentos de porte, que sofreram paralisações ou foram reduzidos ou suspensos. Então, as entidades do setor hoje estão mais preocupadas com o que vai acontecer em 2010 e 2011. Porque eles vão sentir os empreendimentos que foram suspensos ou reprogramados este ano. Portanto, os efeitos da crise global vão se refletir no faturamento de 2010 e 2011.

Hoje qual é a grande obra no país que deve influenciar no ranking dos próximos anos?
Não tem uma grande obra, mas diversas obras de porte. Por exemplo, na área de hidroelétrica têm duas usinas do complexo do rio Madeira que, com certeza, vão influenciar positivamente em toda a cadeia de produção do setor, que começa no projetista, passa pela construtora, a empresa de montagem industrial, empresas prestadoras de serviços e até os fabricantes de insumos e equipamentos. Em transporte de massa, acho que as obras do metrô de São Paulo e de outras capitais, como Salvador e Fortaleza, também vão refletir. As futuras etapas de concessões rodoviárias a nível federal e estadual também são perspectivas de melhores resultados nos próximos anos. Sem falar nas melhorias urbanas e nos complexos esportivos que a Copa do Mundo de 2014 vão implicar nas cidades sedes. A perspectiva que o setor de engenharia e construção tem é muito positiva para os próximos anos.

No que os entraves burocráticos atrapalham no desempenho da engenharia no Brasil?
Burocracia é aquilo que o Luiz Fernando Santos Reis, presidente do SINICON (Sindicato Nacional da Indústria da Construção Pesada), resume no Tribunal de Contas da União (TCU) e nos órgãos ambientais do governo. Estas duas áreas são as que hoje mais interrompem obras e atrasam licenciamentos. Quer dizer, uma obra que poderia ser concluída em cinco anos acaba levando sete, oito anos.

Por que grandes multinacionais da engenharia não investem no mercado brasileiro?
Esta é uma história antiga, mas basicamente porque o mercado de engenharia brasileira é fechado. Ele tem uma série de barreiras oficiais e técnicas que desestimula, pelo menos em grande número, as empresas estrangeiras. Isso não impediu, entretanto, que empresas multinacionais que souberam se adaptar às condições brasileiras ingressassem aqui. Um exemplo é a Impregilo, uma construtora italiana que há muitos anos está instalada no país. Outro exemplo é a Skanska, empresa de montagem industrial que pertence a um grupo sueco, e que também está aqui há mais de uma década.

Por outro lado, há empresas brasileiras da engenharia que já são multinacionais. O ranking leva em consideração o desempenho destas empresas fora do país?
Não leva porque normalmente o faturamento no exterior destas empresas acaba consolidado numa subsidiária no exterior. Nos critérios que usamos, de certa forma os resultados das empresas brasileiras já embutem resultados e projetos no exterior.

Entrevistado: Joseph Young, diretor editorial da revista O Empreiteiro: josephyoung@terra.com.br

Texto complementar

Ranking do ranking

Confira as empresas do Sul do Brasil posicionadas entre as 500 melhores, de acordo com o segmento de atuação.

Construtoras
C.R. Almeida-PR (16.º)
Toniolo, Busnello-RS (37.º)
Cesbe-PR (45.º)
Grupo Thá-PR (54.º)
Plaenge-PR (55.º)
Goldsztein-RS (60.º)
Conpasul-RS (61.º)
Goldsztein Cyrela-RS (66.º)
J. Malucelli-PR (70.º)
Ivai-PR (74.º)
Gel Engenharia-PR (82.º)
A. Yoshi-PR (89.º)
Brasília Guaíba –RS (95.º)
Sultepa-RS (105.º)
Castilho-PR (108.º)
Pedrasul-RS (110.º)
Viero-RS (113.º)
FMM Engenharia-PR (114.º)
Stein-SC (124.º)
Lavitta-PR (131.º)
Premold-RS (134.º)
Zita-SC (135.º)
Vanguard Home (139.º)
Ernesto Woebcke-RS (143.º)
Pelotense-RS (144.º)
Sulcon-RS (151.º)
Andrade Ribeiro-PR (158.º)
Melnick-RS (160.º)
Bortoncello-RS (169.º)

Construção mecânica e elétrica
Intecnial-RS (9.º)
Elco-PR (34.º)
Emisa Plaenge-PR (44.º)

Projeto e Consultoria
Interterchne-PR (19.º)
Prosul-SC (24.º)
STE-RS (34.º)
Ecoplan-RS (35.º)
Magna-RS (36.º)
Veja Engenharia-PR (46.º)
JPPA-RS (70.º)
Dalcon-PR (79.º)
Beck de Souza-RS (84.º)
MPB Saneamento-SC (85.º)
Simon-RS (95.º)
Unidec-PR (102.º)
Andrade&Rezende-PR (103.º)

Serviços especiais de engenharia
Medabil-RS (3.º)
Brafer-PR (8.º)
Esteio-PR (37.º)
Manoel Marchetti-SC (38.º)
Engefoto-PR (46.º)
Aeroimagem-PR (62.º)
Ispersul-RS (77.º)
Aeromapa-PR (78.º)

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Geração Y, seja bem-vinda

Empresas estão cada vez mais preparadas para mostrar aos nascidos a partir de 1980 que há, sim, espaço para eles desenvolverem suas virtudes nas corporações

Sílvia Branquinho: Coordenadora de Desenvolvimento de Pessoas da Cimento Itambé
Sílvia Branquinho: Coordenadora de Desenvolvimento de Pessoas da Cimento Itambé

Multidisciplinar, mas também impaciente, ansiosa e egoísta. Em tese, esta é a definição que o mundo corporativo dá à chamada geração Y. Mas será que na prática é assim mesmo que se comportam os profissionais nascidos depois de 1980? Para a Coordenadora de Desenvolvimento de Pessoas da Cimento Itambé, Sílvia Branquinho, esses são conceitos que ajudam o gestor a decodificar as características de uma geração que chega ao mercado, mas não significa necessariamente que todos tenham comportamentos iguais. “Assim como as empresas, cada indivíduo tem a sua particularidade. Então, o importante é saber como extrair o melhor do colaborador. E isso se dá através de treinamento e desenvolvimento de competências e liderança”, afirma.

Sidnei Oliveira
Sidnei Oliveira

Autor do livro Geração Y, Era das Conexões – Tempo dos Relacionamentos, o consultor em gestão empresarial Sidnei Oliveira destaca que a principal característica da geração Y é a conectividade. “É o jovem que vê conexões em coisas do cotidiano que aparentemente não têm ligação nenhuma, que soam abstratas para outras gerações. Por exemplo, ele pode conectar uma experiência de trabalho com uma experiência de lazer, o que é inconcebível para gerações anteriores. Expressões como “primeiro o trabalho, depois o lazer” não fazem sentido para ele”, explica. “Isto tem a ver com o fato de a internet pertencer a esta geração, o que tornou a comunicação dela mais rápida e a faz ser mais flexível também”, completa Sílvia Branquinho.

Os conceitos de geração Y já levam alguns setores, sobretudo o financeiro e o tecnológico, a dar preferência aos nascidos após 1980. São empresas que buscam profissionais que atendam às demandas rápidas do mercado e que também têm um perfil inovador. No entanto, não significa que a geração Y não encontre espaço em corporações mais tradicionais. Neste caso, prevalece a velha máxima: a pessoa certa no lugar certo. “O importante é aliar a capacidade técnica com a comportamental e mostrar que uma empresa se dá a partir de diferenças pessoais. É o que a gente chama de unidade na diversidade. Para isso, a negociação é o melhor caminho para que eles se adaptem ao nosso ambiente de trabalho”, define Sílvia Branquinho.

A fim de evitar os chamados conflitos de gerações – sobretudo entre as X (nascidos entre 1965 e 1979) e Y -, o papel do gestor é cada vez mais importante para harmonizar estilos e personalidades de cada um. De certa forma, coube às lideranças empresariais esta função de buscar entender a geração Y, já que as escolas acordaram tarde para o tema. Só a partir da segunda metade dos anos 90 é que disciplinas como relação interpessoal e liderança passaram a integrar os currículos de alguns cursos, principalmente os da área técnica. “Hoje o desafio está justamente em mostrar a eles que a experiência e a vivência dos mais velhos são válidas e importantes para seu desenvolvimento, e que isso não vai impedi-los de deixar sua marca no projeto que estão vivendo”, destaca Sidnei Oliveira.

O ponto de equilíbrio, ressalta o consultor, é fazer a geração Y entender que o momento de ela liderar está se aproximando, mas ainda não chegou. “Esse é o papel dos atuais líderes tradicionais e experientes. Eles têm de descobrir que precisam desenvolver novos líderes em uma geração de profissionais que são questionadores por natureza, muito bem formados e informados, ambiciosos, focados em resultados de curto prazo e motivados por desafios e reconhecimento”, diz Sidnei Oliveira. “Um aspecto fundamental para esta formação é o foco de equipe, até mesmo pela característica de certa “impaciência”, esta competência pode ficar relegada, o que de certa forma pode impactar nos resultados globais. Isto precisa ser trabalhado, finaliza Sílvia Branquinho.

Site do entrevistado: Sidnei Oliveira: http://www.sidneioliveira.com.br

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Empreendedorismo no Brasil

Pesquisas revelam a alta capacidade de empreendedorismo do brasileiro, mas em termos de educação empreendedora ainda há muito chão pela frente

“Acredito muito no Brasil e boa parte dos nossos problemas só será resolvida com muita educação e empreendedorismo”
Jerônimo Mendes

Por que tantas empresas brasileiras fecham antes de completarem cinco anos? Quais são as maiores dificuldades? O que é preciso fazer para que o empreendimento dê certo? Essas são algumas questões que vem à mente quando se fala em empreendedorismo no Brasil. Para o administrador e consultor de empresas, Jerônimo Mendes, é preciso considerar os dois tipos de empreendedores: o que abre o negócio por necessidade e o que abre por iniciativa. Geralmente quem empreende por necessidade toma uma atitude precipitada quando a pressão financeira vem. E nesse caso, a falta de planejamento e de estratégias contribui para aumentar ainda mais o índice de mortalidade das empresas.

No entanto, nesta entrevista o consultor organizacional diz que com apoio, incentivo e crédito por parte do governo e com planejamento, foco, determinação e persistência por parte dos empreendedores, o Brasil tem tudo para se tornar o país do empreendedorismo.

O Brasil é, de fato, o país do empreendedorismo?
Ainda não, mas tem tudo para se transformar no maior de todos. Temos tecnologia, demanda, força de vontade, escolas, gente para trabalhar. O que falta é apoio, incentivo e acesso ao crédito. A Lei das Micro, Pequenas e Médias Empresas, conhecida como Super Simples, reduziu em parte a burocracia, mas não facilitou o acesso ao crédito, conforme anunciado com toda pompa pelo Governo. O crédito continua restrito e, assim como nos Estados Unidos, creio que menos de 3% dos interessados consegue dinheiro para empreender. Você pode ter um bom plano de negócio, mas, como empreendedor iniciante, ainda não tem credibilidade e isso só se conquista depois de não precisar mais do crédito. É meio contraditório. Contudo, acredito muito no Brasil e boa parte dos nossos problemas só será resolvida com muita educação e empreendedorismo.

Há uma cultura, que é a do empregado, que se vê demitido e então decide usar seus recursos em um empreendimento, mas sem muito planejamento. Essa é a regra geral do empreendedor brasileiro ou isso está mudando?
Isso ainda existe, em menor proporção, entretanto, de uma forma ou de outra, ex-empregados continuam tentados a empenhar todos os recursos no seu negócio, muitas vezes sem o mínimo de planejamento. O fato é que planejamento demanda tempo, dinheiro e dedicação e, como regra geral, o brasileiro prefere arriscar sem planejar, imaginando que a experiência é suficiente para decolar no empreendimento e pode eliminar essa etapa. Não há nada que sobreviva sem planejamento, foco, determinação e persistência. Esses são pressupostos básicos para quem deseja empreender.

A informalidade pode ser vista como uma forma de empreendedorismo? Qual a diferença?
As pesquisas conduzidas pelo GEM (Global Entrepreneurship Monitor), coordenador mundial sobre a questão do empreendedorismo no mundo, consideram a informalidade também, dividindo os negócios em empreendedorismo por iniciativa e empreendedorismo por necessidade. Particularmente, como defendi no meu livro, considero empreendedor todo aquele cidadão que, independentemente das condições, tomou a iniciativa e empreendeu por conta própria e risco. A única diferença está na classificação. Empreender por iniciativa demonstra vontade de empreender e de seguir o próprio caminho, de maneira formal ou informal, e empreender por necessidade significa que você faz o que faz por uma questão de sobrevivência.

Em termos de números, a crise atual afetou o empreendedorismo no Brasil ou ela causou efeito contrário, e estimulou o empreendedorismo no país?
Os números do empreendedorismo variam de acordo com a situação econômica de cada país. Em tempos de crise, as pessoas tendem a empreender mais, pois a oferta de empregos no mercado formal de trabalho diminui. De acordo com as pesquisas do GEM, iniciadas em 1999, a relação entre iniciativa e necessidade vem se equilibrando, ou seja, as pessoas já estão empreendendo mais por iniciativa, diferente dos números obtidos no início da pesquisa quando os empreendimentos surgiam muito mais por necessidade. Nesse sentido, devemos reconhecer o trabalho do SEBRAE que tem contribuído muito para melhorar essa estatística. Acredito que existe uma consciência mundial em torno da importância do empreendedorismo e os governos sabem que não existe outra saída. Penso que ainda voltaremos aos índices anteriores da Revolução Industrial onde mais de 80% das pessoas atuavam como empreendedores nas profissões passadas de pai para filho: ferreiros, escultores, pintores, marceneiros etc. Daí a importância cada vez maior da especialização.

Em recente artigo seu, o empreendedor do futuro, o senhor afirma: o grande desafio será o empreendedorismo sustentável, integrado ao ritmo da natureza, incapaz de comprometer a sobrevivência das próximas gerações. Como conseguir isso?
Não imagino que seja possível obter essa consciência coletiva na nossa geração. Como eu sempre digo, acredito mais nos netos dos meus netos. Apesar do esforço das ONG’s e de alguns países, é difícil criar uma consciência em torno da necessidade de preservação. O desequilíbrio entre consumo e a necessidade de preservação é grande. Enquanto uma minoria trabalha para estimular o consumo consciente, a grande maioria trabalha para vender mais aparelhos de TV, carros, telefones celulares, computadores etc., portanto, a única alternativa é a educação pelo exemplo que vem de casa. Se os pais não derem o exemplo, dificilmente livrarão os filhos da influência da mídia e a mídia é impiedosa, ela precisa desse desequilíbrio para sobreviver. Infelizmente, ela tem mais influência sobre o meio do que nós, entretanto, não se deve perder a esperança. Por mínimo que seja, cada um deve fazer a sua parte. E o empreendedor não pode se furtar a isso.

Qual o perfil do empreendedor brasileiro?
De acordo com o último relatório do GEM (2008), a Taxa de Empreendedores em Estágio Inicial (TEA) foi de 12,02%. Isso significa que, de cada 100 brasileiros, 12 realizavam alguma atividade empreendedora, pelo menos até o momento da pesquisa. Dentre os 43 países pesquisados, o Brasil ficou em 13º lugar no ranking de empreendedorismo, com aproximadamente 15 milhões de empreendedores. Isso confirma a alta capacidade de empreendedorismo do brasileiro, entretanto, apesar de apresentar características positivas para empreender, como força de vontade, iniciativa, ousadia, predisposição para o risco moderado e persistência, o brasileiro atua muito na informalidade, pensa que não precisa pagar impostos, oscila muito entre a vontade de empreender e a vontade de ser empregado, continua avesso à tecnologia e não aceita ou não entende o planejamento como ferramenta de crescimento e de sustentabilidade. Em termos de educação empreendedora, temos ainda muito chão pela frente.

Há quem defenda a tese de que nossas escolas não preparam as novas gerações para o empreendedorismo, ou seja, prega-se ainda a cultura do emprego. É isso mesmo, o que precisa mudar?
De fato, não preparam. Existem poucas iniciativas nesse sentido. Somos filhos da Revolução Industrial e ainda carregamos a sina de que o emprego formal e a carteira profissional assinada são sinônimos de segurança. Os dois lados têm vantagens e desvantagens, portanto, o que importa é o foco de atuação. Ser empregado exige postura diferente de ser empreendedor. O fato é que não dá para ser empregado pensando o tempo todo em ser empreendedor e vice-versa. Primeiro, decida o que você quer, depois, empenhe toda a sua energia para fazer bem feito aquilo que, com muito trabalho e persistência, lhe dará dinheiro algum dia. Dependendo do seu posicionamento, você consegue ser feliz em qualquer um dos lados, mas precisa decidir corretamente o que quer para evitar desperdício de energia. Se dependesse de mim, o empreendedorismo seria difundido nas escolas desde a idade pré-escolar.

Quando é que o empreendedor percebe que fez a opção certa?
Não existe opção certa, existe aquela que dá certo. O tempo dirá se a opção foi correta ou não, entretanto, quanto mais o empreendimento estiver alinhado com a sua profissão, experiência e, principalmente, vocação, maior a chance de prosperar. Tudo na vida é uma questão de escolhas e quanto mais acertada a escolha, menor a dor. Por essas e outras razões é que somente 60% das empresas sobrevivem ao primeiro ano de funcionamento. Empreender e prosperar é coisa para pessoas fortes de espírito, cujo único lema é “vencer ou vencer”.

Qual a avaliação que o senhor faz do empreendedor que monta um negócio com a seguinte ideia: abrir um empreendimento, trabalhar por 10 anos, ganhar dinheiro, passar o negócio para frente e ir curtir a vida?
Não é tão simples assim. Qualquer negócio exige, no mínimo, de 10 a 20 anos para se consolidar. O tempo médio de vida das empresas ao redor do mundo é de 40 anos. Conta-se nos dedos quantas empresas têm mais de 40 anos. Se isto for possível e esse for o desejo do empreendedor, não vejo nada de mais. Como disse anteriormente, tudo é uma questão de escolha. Aliás, essa é a opção de muitos executivos que conheço, entretanto, quando pensam em curtir a vida, a energia não é mais a mesma e eles acabam voltando para a ativa. A essência do ser humano está no trabalho, na contribuição, na valorização e no reconhecimento. O segredo está no equilíbrio entre a vida pessoal e profissional.

Existe uma receita de sucesso para quem deseja empreender?
Penso que sim. No meu livro – MANUAL DO EMPREENDEDOR (Atlas) - explorei o conhecimento de alguns pesquisadores sobre o assunto e também me baseei na minha própria pesquisa realizada com pequenos e médios empreendedores da Região Metropolitana de Curitiba e batizei de A Receita de Sucesso nos Negócios. Antes de empreender, a leitura deve ajudar na decisão, portanto, divido aqui a experiência sobre o assunto:

* Desenvolva uma estratégia convincente e clara.
* Comunique a essência da visão e da missão; não perca o principal objetivo de vista; mantenha o foco.
* Crie um diferencial nos seus produtos e serviços; é a sua vantagem competitiva.
* Não há segredos; somente o trabalho duro dará resultados.
* Nada é mais importante do que um fluxo de caixa positivo.
* Se você ensina uma pessoa a trabalhar para outras, você a alimenta por um ano; se você a estimula a ser empreendedor, você a alimenta, e a muitas outras, durante toda a vida.
* Um negócio bem-sucedido, antes de ser técnico ou financeiro, é fundamentalmente um processo humano; as pessoas são importantes.
* Realizar com o sentido de contribuir é mais importante do que ganhar dinheiro.
* A sorte favorece os que são persistentes; enquanto a sorte não vem, continue caminhando.
* A felicidade é um fluxo de caixa positivo.

Entrevistado: Jerônimo Mendes: jeronimo.mendes@consult.com.br
Administrador, Consultor e Professor Universitário
Mestre em Organizações e Desenvolvimento Local pela UNIFAE – Curitiba/PR
Autor dos livros:
* Manual do Empreendedor: como construir um empreendimento de sucesso
* Oh, Mundo Cãoporativo! Lições e Reflexões
* Benditas Muletas

Vogg Branded Content – Jornalista responsável Caroline Veiga DRT/PR 04882