Setor hoteleiro investe no pré-moldado
Copa do Mundo e Olimpíadas exigem ampliação rápida no número de leitos e sistema construtivo ajuda a cumprir cronograma apertado
O setor hoteleiro corre contra o tempo para conseguir atender as demandas que virão por aí em 2014 e 2016, com Copa do Mundo e Olimpíadas. Atualmente, o país dispõe de 1,1 milhão de leitos e, segundo a Associação Brasileira da Indústria de Hotéis (ABIH), vai precisar gerar, nas cidades envolvidas com os eventos, pelo menos mais 100 mil vagas em três anos. A expectativa é de que em 2014 e em 2016 o Brasil receba um fluxo de 500 mil turistas a mais do que o normal nos meses de junho, julho e agosto.
Pré-moldados agilizam obras
Diante da carência de leitos, e do prazo curto para construir novos hotéis, o setor descobriu as estruturas pré-moldadas em concreto para agilizar as obras. Já há empreendimentos na Bahia, em Santa Catarina e no Rio de Janeiro sendo erguidos através deste sistema.
A Associação Brasileira da Construção Industrializada de Concreto (ABCIC) tem prestado consultoria e ressalta as vantagens do modelo construtivo:
1) Menores prazos para entrega, unindo maior velocidade à redução dos custos fixos, proporcionando a garantia de retorno financeiro rápido.
2) Maior qualidade, produtividade e redução de desperdícios, limpeza dos canteiros de obras.
3) Agrega sustentabilidade, qualificação de mão de obra e mudanças culturais à construção civil.
4) Maior resistência ao fogo.
Segundo a diretora-executiva da ABCIC, Iria Doniak, a opção pelos pré-fabricados de concreto reduz, em média, 50% o tempo de construção, em relação a uma obra convencional. Ela estima que, por isso, não será apenas o setor hoteleiro que irá abraçar este sistema construtivo. As obras de infraestrutura, assim como os estádios e os demais complexos esportivos devem se beneficiar dos pré-moldados. Sem contar que o sistema vai poder servir também para a construção de pontes, viadutos, aeroportos e outras obras estruturais, diz.
Especificamente sobre edifícios pré-moldados, o aperfeiçoamento do sistema hoje permite que se ergam empreendimentos com até 40 andares, como já ocorre na Bélgica. No Brasil, o recorde é de 24 andares - o Pátio Dom Luís, em Fortaleza, um composto de shopping e com torres comerciais e residenciais de 20 e 24 pavimentos. Em comum, essas obras estão sendo construídas com pilares moldados in loco, lajes alveolares e vigas pré-fabricadas de concreto protendido.
Custo x benefício
Antes de optar pelo sistema de pré-moldados, é preciso uma análise de viabilidade com base no custo x benefício. A avaliação deve levar em consideração localização, tipo de terreno, acessibilidade, distância da fábrica e aspectos de logística. Outro aspecto é o tipo de estrutura pré-fabricada a ser utilizada e a capacidade de carga de equipamentos envolvidos. Às vezes, um estudo de viabilidade, por determinadas condições do terreno, vãos ou condições arquitetônicas, poderá apontar para uma estrutura mista. Por exemplo, parte da estrutura moldada in loco e parte pré-fabricada ou estrutura pré-fabricada de concreto e cobertura metálica, como é no caso dos estádios, cita Iria Doniak, lembrando que construções em pré-moldado têm carga tributária mais baixa, o que ajuda a desonerar os empreendimentos.
Entrevistada: Iria Doniak, diretora-executiva da ABCIC: iria@abcic.org.br
Site: www.abcic.org.br
Texto complementar
BNDES cria linha de crédito especial para hotéis
O BNDES lançou no início de 2010 um programa que vai destinar até R$ 1 bilhão à construção, reforma, ampliação e modernização de hotéis. Batizado de BNDES ProCopa Turismo, o incentivo vai preparar a rede hoteleira do país para o aumento de demanda ocasionado pela Copa, induzindo ainda o comprometimento ambiental do setor ao oferecer condições mais favoráveis aos projetos que levem em conta a preocupação com a eficiência energética e a sustentabilidade ambiental.
Os prazos máximos de amortização, inéditos para o setor, poderão chegar a até 12 anos para modernização de unidades existentes e até 18 anos para construção de novas unidades. Poderão ter o benefício de ampliação do prazo de financiamento empreendimentos que obtiverem certificação de eficiência energética e construção sustentável.
Caso seja apresentada certificação de eficiência energética, os projetos de reforma, modernização e ampliação poderão ter seu prazo estendido para até 10 anos. No caso de construção de novas unidades, esse prazo poderá chegar a 15 anos.
Já para obter o benefício máximo de prazo (12 e 18 anos, respectivamente) os proponentes devem apresentar certificação de construção sustentável que, além da eficiência energética, agrega outras exigências, como racionalização do uso da água e gestão de resíduos. Nas operações diretas, os juros do programa variam entre 6,9% (micro, pequena e média empresa) e até 8,8% (grande empresa), mais o spread de risco. Para se candidatar aos recursos do programa, os proponentes devem encaminhar seus pedidos até 31/12/2012.
O programa permitirá também a realização de operações diretas a partir de R$ 3 milhões (normalmente, operações de até R$ 10 milhões são realizadas por meio de agentes financeiros). Para grandes empresas, a participação máxima do BNDES será de 80% dos investimentos totais, sendo que para MPMEs este percentual pode atingir 100%.
Fonte: Agência Brasil
Jornalista responsável Altair Santos MTB 2330 Vogg Branded Content
Reunião: um mal necessário?
Com planejamento e liderança é possível tornar as reuniões mais produtivas
Você acha reuniões de trabalho desgastantes, ultrapassadas ou inúteis? Saiba que muitas pessoas pensam como você. E de fato, em muitos casos, quando a reunião não é bem planejada e executada, o resultado pode ser um verdadeiro fracasso. Por outro lado, reuniões presenciais continuam sendo importantes para definições e tomadas de decisão.
Para a consultora empresarial e autora do livro A Arte de liderar Vivenciando mudanças num mundo globalizado, Sonia Jordão, quando estamos vendo as pessoas é mais fácil captar as mensagens enviadas através do corpo. Assim podemos mudar de atitude se julgar interessante. Ela também alerta para o fato de que muitas pessoas ainda não se sentem à vontade em reuniões pela internet, por exemplo.
A falta de planejamento está entre as principais causas de reuniões improdutivas. Outro fator apontado por Sonia é o despreparo de quem conduz a reunião. Segundo ela, para o sucesso do encontro, é fundamental que a reunião seja conduzida por alguém capacitado que saiba direcionar os assuntos e os participantes adequadamente. Para a consultora, a reunião torna-se desnecessária se for apenas para repasse de informações. O objetivo de agendar uma reunião deve ser decidir alguma coisa.
Confira algumas dicas simples para tornar as reuniões mais produtivas:
Antes da reunião
* Anote todos os pontos que precisam ser decididos na reunião.
* Selecione criteriosamente quem realmente deve participar, ou seja, quem está envolvido diretamente com os assuntos da pauta. Para algumas pessoas, o envio da ata para acompanhamento pode ser suficiente.
* Verifique o dia e horário em que a maior parte dos participantes estará disponível.
* Divulgue a pauta com antecedência a todos os participantes para verificar se há mais algum item a ser tratado e para que eles possam se preparar com dados e ideias.
* Delimite um tempo para a reunião que seja suficiente para expor, debater e concluir o assunto. Acredito que, a partir de 3 horas, nenhuma reunião consegue ser produtiva, alerta Sonia.
* No dia da reunião confira se todos os preparativos estão em ordem e faça de tudo para que não haja atrasos.
Durante a reunião
* É importante deixar todos falarem, evite que alguém monopolize o assunto.
* Se for preciso, interrompa delicadamente quem estiver se excedendo. Se o problema for tempo, simplesmente alerte: Fulano, poderia concluir sua exposição? Nosso tempo está expirando.
* Indique quem pediu a palavra primeiro.
* Se durante a reunião surgirem novas ideias e assuntos que não estavam previamente na pauta, anote-os e oriente as pessoas que esses assuntos poderão ser tratados em outra ocasião.
* Registre a discussão em uma ata, de maneira que ela contenha tudo o que for necessário para que qualquer pessoa possa saber o que foi tratado, mesmo não tendo participado. O ideal é que o responsável por redigir seja uma pessoa que goste de escrever e tenha boa memória e capacidade de anotar os tópicos tratados na reunião sugere Sonia.
Após a reunião
* Crie o hábito de definir os responsáveis e os prazos para todas as decisões que forem tomadas na reunião. Assim, se precisar de mais alguma coisa, após a reunião, o responsável entra em contato com os interessados.
* Envie a ata a todos os participantes e permita que eles sugiram ajustes ou acrescentem dados. Dê um prazo para que eles se manifestem. Faça as alterações necessárias e envie novamente a ata com as considerações finais.
* Faça um balanço de como foi a reunião. Verifique o que pode ser melhorado, o que deve ser eliminado, o que poderia ter sido feito e não foi. Aplique as melhorias nas próximas reuniões e confira o resultado.
Texto complementar
FAZENDO REUNIÕES PRODUTIVAS
Os líderes precisam se encontrar regularmente com seus liderados e com seus superiores hierárquicos para discutir como as coisas estão evoluindo. Um item da pauta poderia ser comparar seus planos de desenvolvimento e descobrir o que está funcionando e o que não está funcionando nas atividades uns dos outros.
Para conseguir uma reunião produtiva é importante que todos estejam preparados e saibam o que esperar. Para tanto, a reunião deve ser organizada e a pauta planejada e o líder desta deve cuidar para que a pauta seja cumprida e os integrantes precisam atingir um consenso antes de terminar a reunião. Além disso, deve ser facilitada a democracia e a participação de todos os integrantes do grupo, motivando-os a opinar e propor idéias, de modo a propiciar a comunicação e a tomada de decisões, levando em conta os pontos a favor e contra.
É fundamental escutar a todos. Às vezes só se escuta o que dizem determinadas pessoas do grupo, geralmente aquelas que falam melhor e tem maior fluência. Isso deve ser evitado para que não se deixe de ouvir com atenção aos tímidos, aos que se expressam com menos clareza ou aos que têm uma opinião distinta. Escutar significa ter a capacidade de receber o que o outro quer dizer da forma mais próxima a que ele está sentindo e pensando.
O líder deve promover a participação do grupo na tomada de decisões. Na vida de uma organização decisões devem ser tomadas continuamente, cabendo ao líder conduzir este processo e preocupar-se para que todos participem ativamente deste. É necessário deixar claras as alternativas que estão em jogo e possibilitar que as pessoas dêem argumentos para apoiar uma ou outra alternativa. Daí ser necessário facilitar a integração do grupo, confrontando a opinião de uns com as dos outros possibilitando, assim, que todos se escutem e destacando as opiniões mais significativas.
Existem algumas regras que fazem com que as reuniões sejam rápidas e com melhores resultados. Uma delas é pedir a todos que desejam apresentar um problema que se preparem antes respondendo às perguntas: Qual é o problema? Quais são suas causas? Quais são as possíveis soluções? Qual é a melhor solução possível? E, finalmente, escrevendo: Esta é a solução que recomendo.
Com isso, obtém-se muito mais ação para que as coisas corram bem. Essas quatro perguntas para resolver problemas podem ser usadas em memorandos ou cartas tão eficazmente como em reuniões. Podem também ser usadas em conversações telefônicas. Algumas vezes a melhor solução pode ser a combinação de duas ou mais das possíveis soluções oferecidas.
Se você for o responsável pela direção da reunião é bom que procure seguir as seguintes regras:
Procure começar a reunião com uma breve explicação do problema. Veja, em seguida, se os participantes compreenderam o problema;
Questione as causas do problema;
Faça resumos com freqüência do que foi discutido até então;
Peça as soluções possíveis, buscando ter as evidências que comprovem a praticidade de cada solução;
Após o problema ter sido suficientemente discutido, faça um resumo final e proceda, então, à sua votação;
O ideal é que todas as soluções apontadas tenham responsáveis e prazo para execução;
Sempre que for conveniente, nomeie uma pessoa ou uma comissão encarregada de verificar se a decisão foi tomada corretamente e no tempo previsto;
Evite expressar suas idéias pessoais e só o faça depois que os outros as tenham expressado. Seu objetivo principal é dirigir e não participar calorosamente da discussão;
Seja flexível. No entanto, se você tem mais de doze pessoas em uma reunião, procure garantir que a pessoa que queira falar obtenha a sua autorização. Essa pessoa deverá levantar a mão e você, ao dar a sua autorização, deve mencionar o seu nome ou acenar afirmativamente com a cabeça. Outra forma é fazer uma bolinha de papel e só permitir que fale aquele que estiver com a bolinha na mão;
Mantenha a reunião ativa, sem se desviar do tema. Garanta que seja rápida, com exposições curtas. Intervenha quando alguém quiser falar muito ou com demasiada freqüência, assim como quando alguém sair do tema, reforce: O assunto que estamos discutindo é... Por favor, não se afaste do tema;
Procure fazer com que todos participem da reunião, porém evite perguntar diretamente a cada um a sua opinião.
Quando você participa de uma reunião, você obtém melhores resultados se todos os participantes observarem as regras seguintes:
Fale do seu lugar sem se levantar, a não ser em uma grande assembléia;
Fale de maneira breve, resumida e sobre o tema que se discute;
Preocupe-se com o seu tom de voz. Fale sempre em tom de conversação, mas garanta que todos os participantes estejam ouvindo;
Admita só uma solução do problema de cada vez;
Apóie cada solução que for sugerida para o problema que se discute, desde que tudo indique que dará resultado;
Apresente evidências que demonstrem que a solução proposta é coerente;
Evite expressar suposições ou generalidades numa reunião;
Ouça atentamente a todos os participantes;
Não interrompa quando outra pessoa estiver falando;
Em vez de fazer afirmações diretas, faça perguntas;
Se alguém fizer alguma afirmação com a qual você não concordar não discuta, mas pergunte a essa pessoa por que pensa dessa maneira. Se a pergunta vier em tom amigável, não causará ressentimentos e lhe permitirá averiguar por que a pessoa pensa daquele modo. Dessa maneira você poderá obter informações muito valiosas.
Você pode fazer um algo a mais para que as reuniões fiquem ainda melhores:
Ao invés de simplesmente seguir a pauta, discuta as coisas certas e inclua itens mais importantes e urgentes nela;
Aproveite os estilos e preferências dos membros na distribuição das tarefas ao invés de simplesmente começar e terminar a reunião na hora marcada;
Passe a maior parte do tempo tomando decisões e não apenas relatando e compartilhando informações;
Envolver todos os membros da equipe nas reuniões é fundamental, porém você pode fazer mais: inclua parceiros internos, clientes e fornecedores na reunião.
Extraído do livro A Arte de Liderar Vivenciando mudanças num mundo globalizado de Sonia Jordão
Contato da entrevistada:
E-mail: sonia@soniajordao.com.br
Visite os portais: www.soniajordao.com.br e www.tecerlideranca.com.br
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Cresce otimismo na indústria de materiais de construção
Em fevereiro, segundo termômetro da associação, 78% dos fabricantes estavam confiantes no desempenho das vendas
O cenário da indústria de materiais de construção aponta para a superação da crise financeira internacional. De acordo com o termômetro da Associação Brasileira da Indústria de Materiais de Construção (ABRAMAT) - sondagem realizada entre as empresas que fazem parte da associação -, 78% dos fabricantes de materiais estão otimistas quanto ao desempenho das vendas no curto prazo, para o mês de fevereiro. No mês anterior, esse indicador era de 71%.
O índice de otimismo é de 75% quanto às ações do governo voltadas para o setor da construção civil nos próximos 12 meses. A prorrogação da desoneração do IPI reduzido e a proximidade do início de projetos para a Copa do Mundo são fatores determinantes para essa recuperação, comenta Melvyn Fox, presidente da entidade. Também influencia a retomada do número de empreendimentos oferecidos pelas construtoras.
A perspectiva de atendimento à demanda segue estável. De acordo com o termômetro, o nível de capacidade instalada utilizado está em 86%. Isso ainda não é preocupante, mas é um sinal de alerta de que investimentos na capacidade de produção serão necessários em breve, lembra Fox. Cerca de 60% das indústrias de materiais têm pretensão de investir nos próximos 12 meses. Houve crescimento em relação a janeiro de 2009, auge da crise, quando apenas 37% planejavam investir.
Fonte: ABRAMAT
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Brasil mede o grau de inovação de sua indústria
Com incentivo governamental, construção civil se mobiliza para atingir o nível dos principais setores inovadores do país
Sete em cada dez reais investidos em Pesquisa e Desenvolvimento (P&D) no Brasil vêm do caixa das empresas privadas. No entanto, ainda se investe pouco em inovação no País. Os recursos equivalem a 1% do Produto Nacional Bruto (PNB), ante 3,17% no Japão e 2,61% nos Estados Unidos. Para aumentar esses investimentos e possibilitar maior competitividade internacional ao produto brasileiro é que o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), como o com apoio da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), retomou a Pesquisa de Inovação Tecnológica (Pintec).
O levantamento engloba as empresas brasileiras com mais de 500 empregados. O resultado será divulgado em julho de 2010. A economista Fernanda Vilhena, responsável pela Pintec, destaca a importância da pesquisa no auxílio da elaboração de políticas públicas para o setor da inovação. O governo utiliza a Pintec como uma referência para os indicadores de inovação e de P&D para elaborar políticas específicas, disse. Ela lembrou, também, que a Pintec é fonte de vários trabalhos acadêmicos que pesquisam o fenômeno da inovação.
Estão sendo entrevistadas 16,3 mil empresas em todo o país, dos setores industrial, de telecomunicações, de informática e de P&D. Foram selecionadas aquelas que participam com mais de 1% do Valor da Transformação Industrial (VTI). Como a primeira pesquisa foi realizada em 2000, seguida de outras duas em 2003 e 2005, o levantamento atual pegará dados de 2006, 2007 e 2008. Na Pintec 2005, o Paraná possuía 10,4% das empresas industriais inovadoras do Brasil, com a segunda maior taxa de inovação (40,5) e representando 4,5% do total de gastos em P&D no país.
Ainda de acordo com a última Pintec, a taxa de inovação nas indústrias brasileiras se mantém estável em torno de 33,4%. A pesquisa investiga se as empresas lançaram produtos novos no mercado (com uma tecnologia inovadora) ou se utilizaram processos novos na produção. As questões incluem também os gastos efetuados no esforço inovador, pessoal ocupado em P&D, impactos da inovação, além de fontes de financiamento público ou privado; formas de proteção, como registro de patentes; cooperação e parceria; e obstáculos enfrentados no processo inovador.
Um panorama da inovação na construção civil
Segundo a Pintec 2005, os setores brasileiros com as maiores taxas de inovação no período foram o automobilístico, o de equipamentos de informática, o de instrumentação médico-hospitalares, instrumentos de precisão e ópticos e o de equipamentos para automação industrial, cronômetros e relógios.
A construção civil aparece discretamente no levantamento. Há um consenso de que, até então, a inovação não era uma prática comum na construção civil brasileira. Especialistas são categóricos ao afirmar que, apesar de responder por uma fatia significativa do Produto Interno Brasileiro (PIB), cerca de 16%, o setor ainda não se industrializou por completo, não deu um salto tecnológico significativo. "A inovação na construção civil começou a ser significativa a partir do final dos anos 1990, mas ainda está aquém do que de fato precisaria ser para melhorar os patamares de produtividade, reduzir custos, avançar na qualidade, segurança e impacto ambiental, explica a engenheira civil, mestre e doutora em engenharia, Maria Angélica Covelo Silva, diretora da NGI Consultoria e Desenvolvimento.
Mas o setor começa a mudar esse perfil, sobretudo por causa do Programa Brasileiro da Qualidade e Produtividade do Habitat (PBQP-Habitat), que envolve toda a cadeia produtiva da construção civil e conta com o apoio do Comitê Nacional de Desenvolvimento Tecnológico (CTECH). Criado formalmente em 1998, o PBQP-H investe em ações para qualificação de construtoras e de projetistas, melhoria da qualidade de materiais, formação e requalificação de mão de obra, normalização técnica, capacitação de laboratórios, aprovação técnica de tecnologias inovadoras, comunicação e troca de informações. A meta é o aumento da competitividade no setor, a melhoria da qualidade de produtos e serviços, a redução de custos e a otimização do uso dos recursos públicos.
A inovação tecnológica na construção civil também começa a ganhar incentivo do governo federal. Além de estimular a participação das empresas do setor no PBQP-H, o Ministério das Cidades criou, em 2007, o Sistema Nacional de Avaliação Técnica (Sinat), que nasceu para avaliar as novas tecnologias a serem utilizadas no processo de construção. Com o lançamento do programa Minha Casa, Minha Vida, também foi instituído o Sistema de Qualificação de Materiais Componentes e Sistemas Construtivos (SiMaC), no âmbito do PBQP-H. A função do SiMaC é avaliar e monitorar a fabricação de materiais e componentes para a construção civil, para elevar a qualidade, atendendo às políticas do Sistema Nacional de Metrologia (Sinmetro), em harmonia com o Sistema Brasileiro de Avaliação da Conformidade (SBAC). De acordo com a coordenadora geral do PBQP-H, Maria Salette de Carvalho Weber, o SiMaC permitirá que o BNDES e a Caixa Econômica Federal tenham mais eficácia em cadastros para linhas de financiamento.
Mas no entender do Fórum Permanente das Relações Universidade-Empresa (UNIEMP), o governo poderia criar um organismo similar à Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária) para a construção civil. "Em trinta anos de funcionamento, e atuando em várias frentes, a Embrapa foi responsável pela criação de novas tecnologias que proporcionaram um aumento expressivo da produtividade agrícola no Brasil. Se tivesse sido criada uma Embrapa da construção civil, certamente este setor também teria gerado e agregado progressos tecnológicos expressivos", avalia o conselheiro do UNIEMP, Walter Cirillo. Para ele, a alternativa salutar, além das medidas já tomadas, seria a reunião de diferentes competências - empresas, universidades, institutos de pesquisa e entidades do setor -, visando à promoção de ações inovadoras na construção civil brasileira.
Entrevistados:
Fernanda Vilhena, coordenadora da Pesquisa de Inovação Tecnológica (Pintec): paulo.encarnacao@ibge.gov.br (Assessor de imprensa Paulo Encarnação, da Coordenação de Comunicação Social IBGE)
Fórum Permanente das Relações Universidade-Empresa (UNIEMP): info@uniemp.org.br
Maria Salette de Carvalho Weber, coordenadora geral do PBQP-H: snh@cidades.gov.br
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Fibras para Concreto
Fibras de diversos tipos e composições ajudam a reforçar características importantes para o concreto
Créditos: Engº Jorge Aoki - Gerente de Assessoria Técnica da Itambé
As fibras para concreto vêm aos poucos ocupando um espaço significativo como material componente. Assim como os aditivos líquidos, tudo indica que sua utilização será quase obrigatória em poucos anos. Hoje em dia, não se imagina mais elaborar uma dosagem sem incorporar um aditivo polifuncional ou superplastificante, não só pela questão econômica, mas técnica também, pois em determinadas aplicações o resultado final é incomparável. Podemos dizer que, nestas últimas três décadas, os aditivos foram os que mais evoluíram como materiais componentes do concreto.
Será que agora "a bola da vez" são as fibras? Ou as adições como metacaulim e sílica ativa? Quem ganha com esta "briga" são os tecnologistas, pois podem dispor de muitos recursos para dosar um bom concreto. Vale lembrar que estes materiais não são "milagrosos", ou seja, não são como uma poção mágica que adicionamos em um concreto ruim e, de repente, tudo fica bom. Eles são ótimos para reforçar ou melhorar uma característica que o concreto já tenha ou alterar alguma propriedade que queremos reduzir como a retração. Portanto, o segredo sempre é fazer uma boa dosagem.
Na realidade, fibras, aditivos e adições se completam e podem ser utilizados em conjunto com ótimos resultados.
Evolução dos tipos de fibras e suas aplicações
As fibras são fabricadas em diversos materiais, diâmetros e comprimentos. Podem ser usadas praticamente em qualquer tipo de concreto, inclusive combinadas, para atender simultaneamente a finalidades diferentes. Assim, podemos precisar de um reforço no concreto para altas temperaturas e um aumento do módulo de deformação ao mesmo tempo.
Hoje no mercado encontramos diversos tipos de fibras: polipropileno, aço, vidro, nylon, poliéster, carbono, sintética, celulose, amianto, sisal e fibras vegetais.
No passado, as fibras para concreto eram utilizadas apenas para evitar a retração ou reforçar a resistência mecânica. Mas, atualmente diversas aplicações foram incorporadas. Um bom exemplo é o uso de fibras de polipropileno em concretos submetidos a altas temperaturas ou com grande risco de incêndio. Nesta situação, ocorre a extinção das fibras e em seu lugar surgem diversos canais interligados na massa de concreto, que aliviam a pressão interna gerada pelo vapor d'água e evitam o desplacamento.
Outro avanço importante foi a redução do diâmetro, do comprimento e da flexibilidade das fibras. No passado, para se evitar a retração era usada uma fibra de polipropileno em forma de ráfia, que ficava aparente na superfície do concreto, prejudicando muito a textura e o acabamento. Nesta nova geração, após o concreto estar endurecido, não percebemos mais a presença das fibras.
Outra dificuldade do passado também foi reduzida bastante - a mistura das fibras no concreto. Antes as fibras eram separadas manualmente e colocadas na correia transportadora dos agregados aos poucos para ficarem distribuídas homogeneamente. Com as novas dimensões e outra boa evolução - as embalagens hidrossolúveis - a mistura fica muito facilitada. Nas utilizações convencionais a dosagem varia de 600 a 900 g/m3.
Ainda nesta questão da fissuração por retração e reforço na estrutura do concreto as fibras de aço também são largamente utilizadas. Obtidas a partir do arame trefilado, lã de aço ou ainda chapas de aço cortadas, tem como característica o módulo de deformação alto o que facilita seu desempenho nestes objetivos. As dosagens são muito variadas, dependendo da finalidade, e sua utilização vai desde o concreto convencional até o pavimento rígido, passando por pisos, pátios e estacionamentos.
Mais recentes no mercado, dois outros tipos de fibras estão incorporando tecnologia ao concreto: as fibras de vidro e as macrofibras sintéticas estruturais.
As fibras de vidro são obtidas em um processo de fusão de sílica, diferentes, porém, do que conhecemos como fiberglass, utilizada na indústria automobilística e outras. Têm módulo de elasticidade muito alto e atendem bem às questões de retração e reforço estrutural do concreto. As macrofibras sintéticas são formadas por monofilamentos sintéticos e tem a finalidade principal de substituir armaduras e fibras de aço até certo grau de solicitação. Podem ser utilizadas em pisos, pavimentos com grande solicitação de tráfego e pré-fabricados em geral. Também são fornecidas em embalagens hidrossolúveis o que facilita sua mistura no concreto.
As fibras, de maneira geral, podem melhorar de fato outras propriedades do concreto como a ductibilidade (capacidade de se deformar) ou a baixa permeabilidade, mas ainda não temos normas brasileiras para o concreto reforçado com fibras - CRF e os profissionais da construção civil, projetistas e construtores, precisam conhecer melhor as características destes materiais. Mas o avanço já é muito bom.
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Improviso é o grande vilão das obras
Construções com canteiros planejados geram economia, menos acidentes de trabalho e cumprem cronograma de entrega
O sucesso de uma construção começa pelo canteiro de obras. Mas como planejar esse que vai ser o QG de um empreendimento? Para responder a essa e outras perguntas, os engenheiros civis Tarcísio Abreu Saurin e Carlos Torres Formoso lançaram o livro Planejamento de Canteiro de Obras e Gestão de Processos. Na entrevista abaixo, Tarcísio Abreu Saurin descreve a importância da organização e destaca que o improviso ainda impera em obras que não sofrem fiscalização. Em contrapartida, afirma que nas grandes cidades do Brasil o nível de planejamento já se equipara ao de países desenvolvidos. Confira:
O quanto o planejamento de um canteiro de obras influencia no sucesso de uma obra?
Dizer em termos financeiros é difícil, pois tem dezenas de fatores que influenciam. Mas ele tem uma influência fundamental, embora difícil de quantificar, para combater perdas de materiais e, especialmente, para melhorar as condições de trabalho. Um canteiro bem planejado vai permitir que os materiais sejam transportados nas instâncias menores possíveis e em condições que preservam a integridade física deles. Os funcionários vão estar menos expostos a riscos, já que não estarão circulando num canteiro desorganizado, com materiais que possam despencar sobre eles ou ser pisoteados. Mas, basicamente, o planejamento tem impacto na redução da perda de materiais e uma melhoria na prevenção a acidentes de trabalho.
O planejamento de um canteiro de obras passa também pela logística de compra e entrega dos suprimentos no local de uma obra ou isso é outro departamento?
Com certeza, porque as entregas de materiais no canteiro de obras têm que ser coordenadas com o planejamento de canteiro para que sejam entregues materiais em quantidades que o canteiro tenha espaço para estocar e que o canteiro tenha instalações para estocar estes materiais da forma como eles exigem. Por exemplo, cimento exige que exista uma área coberta para estocagem, um piso nivelado, um estrado para colocar o produto em cima. Já o uso de PVC exige um armário específico para colocação, já que são materiais de grande dimensão. Especialmente materiais de grande porte exigem esta integração maior com o setor de compras, pois são materiais que vão ocupar bastante espaço no canteiro.
Quais os problemas mais comuns detectados em um canteiro de obras?
O problema mais comum em termos genéricos é o improviso. É não haver, por exemplo, esta integração do planejamento de canteiro com as outras áreas da empresa. É chegar material no canteiro de obras e não ter um local adequado para estocá-lo, obrigando, por exemplo, descarregar o produto na calçada ou em um local que ofereça risco de acidentes. Entre os fatores que causam este problema está a existência de fiscalização do Ministério do Trabalho nas cidades. Localidades onde não existe fiscalização forte, a tendência é que as construtoras não se preocupem muito, especialmente com questões ligadas às áreas de vivência dos funcionários. Neste caso, os canteiros de obras não têm vestiário, não têm banheiro, não têm um refeitório. Já em obras nas cidades maiores, e que são fiscalizadas, as construtoras se preocupam mais em fazer um canteiro organizado.
Quanto um investimento em aprimoramento da mão de obra da construção civil ajuda no planejamento de um canteiro de obras?
Certamente ajuda muito, especialmente para manter o canteiro limpo e organizado. Tem uma prática que é largamente utilizada pelas construtoras e utilizada na indústria, chamada 5s, que é um programa de origem japonesa de organização e limpeza das instalações industriais. Ele foi estendido para a construção civil e implica, entre outras coisas, que os funcionários tenham disciplina para colocar os materiais e os equipamentos nos locais corretos, e que exista identificação visual dos locais para estocar cada material e cada equipamento. Isto exige disciplina e o treinamento dos funcionários é fundamental para obter sucesso.
Uma obra que começa sem organização em seu canteiro de obras pode aumentar em quanto o atraso no cronograma da obra?
O único dado que eu conheço mais próximo a isso é em relação a acidentes de trabalho, onde o custo de uma obra pode encarecer em 10%. E a organização do canteiro de obras influencia nisso.
Hoje, no Brasil, como as empresas tratam do planejamento do canteiro de obras? A maioria já se deu conta da importância ou não?
As construtoras de médio e grande porte estão num estágio bastante bom em relação a isso e, especialmente nas cidades maiores, onde a fiscalização é eficaz, a qualidade do canteiro de obras sem dúvida teve uma evolução muito grande nos últimos 15 anos. Estas construtoras de médio e grande porte realmente têm canteiros muito bem organizados, com equipamentos industrializados, com contêineres que são aproveitados de uma hora para outra. Elas têm uma preocupação com todos os equipamentos de segurança e de armazenagem de materiais.
Comparando com outros países, como está o Brasil em relação ao planejamento de canteiro de obras?
As construtoras de médio e grande porte das grandes cidades estão num nível equivalente ao de países desenvolvidos. As práticas utilizadas aqui são as mesmas usadas nos Estados Unidos, na Europa ou no Japão.
Programas como PAC e Minha Casa, Minha Vida, além de eventos como Copa e Olimpíadas, devem levar o país a aprimorar a forma de planejar suas obras?
Eu acredito que sim, pois as obras relativas a estes eventos vão ser frequentemente obras de grande porte, obras bastante complexas que envolverão muitos recursos, prazos longos, muitos intervenientes e muitos fornecedores de várias construtoras no mesmo canteiro de obras. Pela complexidade dos empreendimentos, será fundamental o investimento em gestão de planejamento de canteiro de obras.
O Brasil, hoje, já forma profissionais especializados em planejamento de canteiros de obras?
No Brasil, já existem faculdades enfatizando a gestão de empreendimentos de construção civil. É uma tendência e vêm surgindo vários cursos de engenharia de produção civil que agregam o planejamento de canteiros de obras. Além disso, já existe uma série de cursos de especialização no Brasil inteiro na área de gestão empreendimentos da construção civil que acabam trabalhando estas questões de canteiros de obras.
Este profissional seria uma fusão de engenheiro com administrador de empresas?
Eu diria que é a fusão de um engenheiro civil com um engenheiro de produção.
Entrevistado: Tarcísio Abreu Saurin: saurin@ufrgs.br
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Projeto e Execução de Estruturas de Concreto
Seminário irá discutir as principais tendências e desafios para projeto e execução de estruturas de concreto
A PINI promoverá em São Paulo, no dia 16 de março, o seminário Projeto e Execução de Estruturas de Concreto. De acordo com Eric Cozza, diretor de redação da PINI, o objetivo do evento é reunir profissionais reconhecidos para discutir as principais tendências de projeto e execução de estruturas de concreto: avanços e desafios relacionados à racionalização de custos, conformidade técnica, desempenho e durabilidade das estruturas.
Segundo Cozza, com o lançamento do plano habitacional Minha Casa, Minha Vida e a realização da Copa do Mundo de 2014 e dos Jogos Olímpicos de 2016, o patrimônio construído no Brasil alcançará, em breve, um novo patamar e que, por isso, o evento faz parte de uma discussão fundamental. Alguns dados já divulgados pelo governo brasileiro comprovam essa expectativa. Apenas para sediar a Copa do Mundo, o Brasil deverá investir até R$ 20,1 bilhões em obras.
Um dos principais desafios do setor será atender a esta demanda. Novos processos e tecnologias deverão ser implementados para garantir o aumento da produtividade. Apenas atender a cronogramas e custos não será suficiente, a otimização de recursos será fundamental, sem detrimento, é claro, da qualidade.
É isso o que ressalta o diretor da PINI: Para chegar lá sem perdas de qualidade e com custos competitivos, novos parâmetros de projeto, novas metodologias de planejamento, sistemas construtivos industrializados e tecnologias avançadas devem tomar conta dos canteiros de obras em todo o País avalia. E o concreto certamente ocupará posição de destaque em muitas obras.
Para Cozza a cultura de utilização de estruturas de concreto é muito forte no meio técnico nacional. Os avanços dessa tecnologia no século XX permitiram o surgimento de uma nova expressão arquitetônica no mundo, com destaque para os mestres brasileiros do movimento modernista. E agora, mais do que nunca, é a hora de discutir e planejar o futuro das estruturas de concreto no país.
Pré-moldados de concreto
Os pré-moldados de concreto, tradicionalmente utilizados como sistemas construtivos de galpões, têm evoluído consideravelmente do ponto de vista técnico e estético. Cada vez mais eles se apresentam como uma solução viável e vantajosa para diversos tipos de obras. Além das obras industriais, os segmentos habitacional e comercial e obras de infraestrutura como passarelas, terminais de aeroportos, pontes e viadutos podem se beneficiar deste sistema construtivo. Além disso, a tendência é que os pré-moldados prevaleçam na construção de novos estádios, como já ocorreu em obras do Pan-americano do Rio.
Programação do evento:
* Desafios e Tendências Tecnológicas para o Concreto Estrutural - Luiz Carlos Pinto da Silva Filho (Escola de Engenharia)
* Tendências de Projeto de Estruturas de Concreto no Brasil - Virgílio Augusto Ramos (Cia. de Engenharia Civil)
* Normas e Aspectos de Durabilidade, Resistência e Desempenho Relacionados às Estruturas de Concreto - Inês Laranjeiras Battagin (CB-18 ABNT)
* Novas Aplicações e o Futuro dos Pré-Moldados de Concreto no Brasil - Eng. Francisco Pedro Oggi (Empório do Pré-Moldado)
* Casos de Execução de Estruturas de Concreto da Cyrela - Engenheiro Antônio Carlos Zorzi (diretor técnico da Cyrela).
Cozza explica que as palestras terão abordagens específicas, mas que serão complementares entre si. Ou seja, cada uma delas poderá despertar diferentes discussões e dúvidas. De qualquer forma, as questões centrais talvez sejam: a continuidade do ciclo de crescimento da indústria da construção civil permitirá investimentos em inovações relacionadas à tecnologia do concreto estrutural? A utilização de pré-moldados de concreto ganhará novas tipologias e alcançará um novo patamar no Brasil? Como aliar velocidade de execução, custo competitivo e bom desempenho estrutural?.
Público-alvo:
O público-alvo será formado por diretores e coordenadores técnicos de construtoras, engenheiros de obras, projetistas de estruturas, arquitetos, tecnólogos, professores, pesquisadores, estudantes e todos os envolvidos nas áreas de projeto e execução de estruturas de concreto. Todo profissional envolvido com as etapas de projeto e execução de obras necessita de atualização tecnológica constante nessa área argumenta Cozza.
SERVIÇO
Seminário: Projeto e Execução de Estruturas de Concreto
Data: 16 de março de 2010
Local: Milenium Centro de Convenções. Rua Doutor Bacelar, 1043 - Vila Mariana - São Paulo
Horário: 9h às 17h
Informações e inscrições: (11) 2173-2474 / 2465 ou eventos@pini.com.br
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Projetos para as estações da Linha 4-Amarela de Metrô de São Paulo aliam estética à qualidade funcional
Geometria de tendência circular permite a percepção de amplitude espacial para evitar a sensação de clausura e de confinamento comum em espaços subterrâneos
Créditos: Vanda Pereira Cúneo - Assistente de Marketing
A equipe de projetos do Metrô de São Paulo optou pela valorização da iluminação e ventilação naturais ao desenvolver o conceito arquitetônico das onze estações da futura Linha 4-Amarela, que liga a região da Luz ao bairro Vila Sônia, atualmente em construção.
"O uso de condicionantes arquitetônicos aliado a materiais empregados no acabamento possibilitou a criação de amplos espaços, criando situações novas à percepção do usuário", explica Ivan Piccoli, coordenador de projetos do Metrô. "A geometria, de tendência circular, permite ainda a percepção de amplitude espacial, o que evita a sensação de clausura e de confinamento, comum em espaços subterrâneos", acrescenta.
Dois exemplos desse conceito arquitetônico adotado pelo Metrô na Linha 4 são as estações Butantã e Pinheiros. A primeira, apesar de retangular, terá suas áreas de acesso e circulação totalmente iluminadas pela luz natural vinda da cobertura transparente. A segunda, por sua vez, seguirá a tendência circular apontada por Piccoli e terá também fechamento em vidro, o que valoriza o uso de iluminação e ventilação naturais.
Além do aproveitamento de elementos naturais, os arquitetos do Metrô ainda optaram pela utilização de novas tecnologias e sistemas construtivos para melhorar a circulação e seguranças dos usuários nos espaços internos das estações. Um exemplo é o mezanino metálico preso ao teto por tirantes e suspenso sobre as plataformas, que já foi empregado na estação Alto do Ipiranga, na Linha 2-Verde e também será utilizado na Linha 4-Amarela. Segundo Piccoli, essa solução, importada do Metrô de Bilbao, na Espanha, proporciona uma melhor distribuição dos passageiros nas estações, além de um resultado estético diferente.
A tecnologia também será usada no túnel que vai interligar a Linha 4-Amarela com a Linha 2-Verde, na região da avenida Paulista. No local, ao invés dos saguões convencionais, em que os usuários andam de um lado para o outro, os arquitetos projetaram a instalação uma esteira rolante com cerca de 100 metros de extensão.
As plataformas de embarque das novas estações ainda terão portas de 2,5 metros de altura feitas em vidro laminado, que se abrirão somente quando o trem parar na plataforma. Esse dispositivo já existe em estações dos metrôs de Londres, Paris e Hong Kong e visa oferecer mais segurança aos passageiros.
Por fim, outro aspecto arquitetônico adotado da Linha 4-Amarela é a utilização de materiais de cores vivas para destacar elementos construtivos das novas estações, criando novas possibilidades de percepção do espaço, ao invés da monotonia do concreto armado cinza. Essas cores poderão ser vistas nos revestimentos e pisos de todas as estações. Com o intuito de aliar durabilidade à beleza, as novas unidades terão revestimentos coloridos e em aço inox e piso de porcelanato.
Linha 4-Amarela
Com extensão de 12,8 quilômetros e 11 estações, a Linha 4-Amarela será implantada em duas etapas. Na primeira, em 2010, serão inauguradas seis estações: Butantã, Pinheiros, Faria Lima, Paulista, República e Luz, além da entrada em operação do pátio de manutenção Vila Sônia. Já na segunda fase, prevista para 2012, serão entregues as estações intermediárias Fradique Coutinho, Oscar Freire, Higienópolis-Mackenzie, São Paulo/Morumbi e Vila Sônia.
Fonte: Piniweb
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Ponte de concreto vence a força do rio Negro
Governo do Amazonas constroi no rio Negro a mais extensa ponte sobre água doce do Brasil
No Amazonas, sobre o rio Negro, está em construção a maior ponte em ambiente de água doce do Brasil. A obra é também a segunda maior do mundo, perdendo apenas para a Ciudad Bolivar, que cruza o rio Orinoco, na Venezuela. Utilizando a tecnologia de concreto resfriado, o empreendimento, quando pronto, vai medir três mil, quinhentos e noventa e cinco metros contra os três mil e seiscentos da ponte venezuelana.
Por causa das enchentes no rio Negro em 2009 as maiores já registradas desde 1953 -, o cronograma sofreu atraso e a inauguração da ponte estaiada será em outubro deste ano. Até o final de janeiro, das 246 estacas que sustentam a construção, restam apenas duas para serem cravadas. A ponte e o anel rodoviário em seu entorno têm um orçamento de R$ 574 milhões. Apesar de contar com financiamento do BNDES, ela não faz parte do rol de construções do PAC.
Atualmente, a travessia do rio Negro para Manaus é feita por balsas que levam até 40 minutos para cruzar de uma margem a outra. Com a ponte, o trajeto levará menos de 10 minutos. A projeção é que a construção receba um fluxo semanal próximo dos 15 mil veículos. No entanto, como a construção foi planejada para suportar o crescimento da região até 2060, seu projeto pode receber o dobro do fluxo de veículos esperado em sua inauguração.
Com isso, a expectativa é de que a obra faça a economia de Manaus e região metropolitana dar um salto. Os trinta municípios vizinhos da capital poderão compartilhar de todos os benefícios que decorrem do projeto da Zona Franca de Manaus. Além disso, ao norte, a ponte facilitará a conexão com Roraima e com os países caribenhos. Ao sul, permitirá a ligação com a BR-319 e o restante do país por rodovia, explica René Levy, secretário da Região Metropolitana de Manaus.
A construção da ponte é hoje o empreendimento que mais emprega mão de obra em Manaus. Atualmente, são mais de 3.300 trabalhadores diretos e 8 mil indiretos. A ponte é construída pelo consórcio Rio Negro, formado pelas construtoras Camargo Corrêa e Construbase.
Etapas da obra
Os trabalhos de construção avançam em etapas diversificadas que envolvem as sondagens, fundações, cravação, concretagem de tabuleiros e das estacas de camisas metálicas, que medem até 70 metros. Na margem esquerda do rio, onde fica Manaus, já foram concluídos 25 vãos, totalizando 1.125 metros de tabuleiro. Também neste trecho, da margem esquerda, o trabalho de lançamento de vigas longarinas continua, para posterior conclusão de toda a concretagem do tabuleiro do lado de Manaus.
No apoio central da ponte, que mede 55 metros de altura, foi concluída em janeiro a concretagem da laje de travamento, que servirá de suporte para o mastro central, de onde se originará o tabuleiro que sustentará os dois vãos centrais de 200 metros cada um. Já foi iniciada a concretagem da primeira camada para construção do mastro central, que mede 103 metros.
Na margem direita do rio Negro, em Iranduba, a 25 quilômetros da capital, as atividades se concentram na parte viária e na cravação, escavação e concretagem de camisas metálicas (tubos) e construção de pilares. Neste trecho já estão prontos 14 pilares. Dos 246 tubos previstos para a obra, faltam apenas dois para serem cravados no leito do rio.
Além da fábrica de camisas metálicas, o consórcio Rio Negro colocou em funcionamento, em Iranduba, o pátio de fabricação de vigas. Também entrou em operação, o carrelone, um equipamento que faz o transporte das vigas longarinas com mais rapidez até o local de lançamento no vão. Os trabalhos preliminares de sondagens no rio Negro, no início da obra, revelaram a necessidade de utilização de equipamentos especiais para a execução do empreendimento, devido às peculiaridades da região Amazônica, explica o gerente de obras do consórcio Rio Negro, Henrique Domingues.
Algumas das dificuldades citadas pelos engenheiros do Consórcio Rio Negro são as grandes lâminas dágua, a forte correnteza e profundidades que chegam a 70 metros em alguns trechos do percurso da Ponte. Entre os equipamentos especiais necessários na obra está um guindaste com capacidade para movimentar até 300 toneladas, utilizado para posicionar as estacas no leito do rio.
Texto complementar
Volume de concreto equivale a dois Maracanãs
Entrevista com o secretário da Região Metropolitana de Manaus, René Levy, sobre aspectos especiais da ponte que cruzará o rio Negro.
A ponte é a maior do Brasil sobre ambiente de água doce. O projeto se inspira em algum outro já construído ou ele apresenta inovações que a tornam uma obra diferenciada?
O projeto utiliza a tecnologia de Stay, já aplicada em outras pontes no Brasil como em outros países. Mas a diferença dela para as demais é o marque central e os dos dois vãos livres ao redor deste marque central, que tem 172 metros de altura, a partir do nível de água, e vãos livres de 55 metros de altura por 200 de largura. Isso vai dar à ponte um formato em diamante e ela poderá ser vista a uma distância de até 30 quilômetros.
Em termos de sistema construtivo, há alguma novidade empregada na construção da ponte?
Nós tivemos alguns desafios muito grandes. Primeiro, por que estamos construindo num rio gigantesco, onde o menor trecho é exatamente este onde estamos construindo. Segundo, pelo vazio científico que se tinha da região, o que obrigou investigações geológicas para a implantação das fundações. A obra exigiu camisas metálicas de grandes proporções. Nós temos a menor delas em torno de dois metros e vinte centímetros de diâmetro e a maior de dois metros e meio de diâmetro. Elas estão cravadas num leito absolutamente desconhecido e com uma força dágua respeitável. Tínhamos pouco conhecimento da corrente e das profundidades variáveis do rio. Isso torna a obra um desafio diário e exige novidades tecnológicas, como a aplicação de blocos de coroamento em casca para suportar a força do rio Negro e suas cheias.
O concreto empregado na obra tem algum componente diferenciado?
Uma curiosidade é que é um concreto resfriado, em função do volume necessário para fazer a concretagem das fundações, que às vezes alcançam mais de 90 metros de comprimento e que demoram algo em torno de dez horas para concretar. Então houve a necessidade de se resfriar o concreto. O material é misturado com gelo para que haja uma cura homogênea e se evite qualquer área de fragilidade.
O rio Negro, pela sua dimensão, tem exigido estratégias de engenharia diferenciadas para a realização da obra?
Como eu citei anteriormente, o grande desafio era o desconhecimento geológico, geotécnico e hidrológico do rio. Para a obra suportar todo esse impacto, posso afirmar que há, submerso no rio Negro, um volume de concreto equivalente ao estádio Maracanã. E sobre as águas do rio haverá um outro Maracanã em concreto.
Características do projeto
* Comprimento total da ponte 3.595 m
* Número de vãos 73
* Extensão do trecho estaiado 400,0 m
* Extensão do vão central 2 x 200,0 m
* Largura da seção tipo 20,70 m
* Largura da seção estaiada 24,60 m
* Altura do vão central 55 m
* Altura do mastro central 103 m
* Número total de estais 56 m
* Total de vigas pré-moldadas 213
* Número total de estacas escavada 246
* Volume de concreto por estaca: 2.800 sacos de cimento
Curiosidades
* Concreto Estrutural (m3) 138.000 equivalente a 25 prédios de 20 andares
* Aço CA-50 (toneladas) 12.300 equivalente 20 balsas cheias de aço
* Aço CP-190 RB (toneladas) 1.630
* Aço CP-172 RB (toneladas) 570
* Cimento um milhão de sacas de cimento
* Vigas Pré-moldadas 45 metros (peças) 213
* Pilares /apoios (unidades) 74
* Base de Solo-Areia-Seixo (m3) 47.000
* Revestimento Betuminoso (toneladas) 72.000
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Confiança vira exigência do mercado
Cultura autoritária, com alta concentração de poder, começa a tornar-se um traço de rejeição diante do avanço da gestão por lealdade
Conquistar confiança nem sempre é fácil. Para obter credibilidade é necessário ser convincente, objetivo e consciente das próprias ações. Se nas relações interpessoais isso se torna difícil, o que dirá dentro de uma empresa? A organização, além de possuir colaboradores, produtos e serviços, tem também vínculo com investidores, parceiros, acionistas e outra infinidade de interlocutores. Saber agregar o valor da confiança para toda essa cadeia é essencial para a estabilidade da companhia e sua marca. É isso que prega o especialista em gestão por confiança, Marco Tulio Zanini, autor do livro Confiança - O Principal Ativo Intangível de uma Empresa, e que na entrevista a seguir dá dicas de como dar e receber confiança. Confira:
O modelo de gestão que as empresas adotavam até pouco tempo atrás era a supervisão direta e o controle hierárquico dos colaboradores. Hoje, a gestão por confiança já conseguiu substituir esse modelo ou ela ainda é pouco usada nas corporações?
O modelo tradicional, baseado em controle formal com supervisão direta, é ainda a realidade em grande parte das empresas. No entanto, em algumas indústrias, este modelo já não apresenta a mesma eficiência que apresentou no passado. E isso se deve basicamente ao aumento da demanda pelo trabalho mais especializado, com a aplicação mais intensiva do conhecimento no processo produtivo. Empresas que operam com processos produtivos, que demandam alta especialização da mão-de-obra, e contratos de trabalho de longo prazo, têm maior necessidade de desenvolver relações mais consensuais e cooperativas, baseadas em confiança.
Não é meio utópico imaginar que uma empresa será gerida apenas pelo sistema de confiança mútua, sem que haja um controle da produção?
Certamente que, mesmo quando falamos em sistemas produtivos onde a confiança é um elemento de extrema relevância, há a necessidade de algum controle dos processos e normas. Não se pode argumentar em direção a sistemas produtivos que sejam geridos unicamente pelas relações de confiança, com a ausência total de controles. Normas e regras, como as regras de segurança, por exemplo, são críticas em algumas indústrias de alto risco, e quando bem empregadas geram confiabilidade e reforçam as relações de confiança. A emergência do tema confiança, no entanto, deve-se ao extremo oposto. Uma grande parte dos sistemas de produção no Brasil carece de relações de confiança, ou seja, são extremamente ineficientes porque há o abuso do emprego do controle direto.
Os colaboradores já estão preparados para aderir à gestão por confiança ou ainda precisam ter a tutela do gerente, meio como a de um pai sobre um filho?
No Brasil convivemos com um ambiente empresarial extremamente diversificado quanto à qualidade da gestão. Em geral, somos mais ineficientes do que os países que apresentam culturas igualitárias, onde os indivíduos percebem-se como iguais e os problemas que surgem em todos os níveis são tratados sob esta lógica da igualdade. Desperdiçamos muito nosso potencial humano numa cultura autoritária de alta concentração de poder. A premissa de que os colaboradores precisam da tutela do gerente, numa lógica paternalista, nasce desta cultura de desigualdade onde se assume que os indivíduos hierarquicamente superiores devem dirigir os demais que estão sob sua direção. Assumimos que aqueles que são hierarquicamente inferiores precisam de instrução, regras e treinamento para apresentarem um bom desempenho. Esta crença já é um traço de uma cultura que consegue resultados muito negativos quanto à capacidade de gerar autonomia na base.
O quanto o modelo de gestão por confiança pode representar em economia para as empresas?
Não podemos quantificar exatamente, pois varia de acordo com o valor que se pretende entregar ao mercado. Mas um modelo de gestão baseado em confiança pode representar verdadeiramente uma revolução na criação e entrega de valor ao mercado. Por definição, e observação prática, as sociedades de alta confiança são mais eficientes e capazes de gerarem sustentabilidade quando comparadas às sociedades de baixa confiança. Segundo pesquisas do Banco Mundial, a economia das nações tem nos mostrado isso. Países que apresentam maiores níveis de confiança tendem à riqueza. Ao contrário, países com menores níveis de confiança tendem à pobreza. Nas empresas, guardando-se às proporções, a mesma lógica se aplica. Empresas sustentáveis são aquelas que compartilham valores e possuem uma boa governança - base para a manutenção das relações de confiança entre os diversos públicos de interesse.
Como se implanta uma gestão por confiança ou a DPC (Direção por Confiança) numa empresa?
A implantação de um novo modelo de gestão baseado em confiança demanda um diagnóstico e uma análise particular em cada caso, como base para um processo de mudança bem estruturado, levando-se em consideração o ambiente industrial e a cultura de um país e de uma organização. Em geral, busca-se criar consistência, integridade e transparência na gestão, tratando de mecanismos formais e informais. É importante, no entanto, que a implantação deste modelo esteja associada a uma estratégia de entrega de valor ao mercado, com o apoio do conselho e encabeçado pela alta administração da empresa, ou seja, esta decisão cabe a estes sujeitos em primeiro lugar.
A gestão por confiança funciona num ambiente onde haja colaboradores descontentes?
Em qualquer empresa sempre haverá colaboradores descontentes. No entanto, quando este descontentamento se torna uma epidemia organizacional, gerar confiança pode ser uma tarefa extremamente penosa. O importante é analisamos o porquê do descontentamento e tratar a sua causa. É ai que começamos a gerar confiança.
O que uma empresa deve fazer se quiser mudar seu modelo de gestão baseado no autoritarismo e no paternalismo para a gestão por confiança?
Em geral, deverá criar um sistema que reconheça e premie o mérito e o bom desempenho, definindo regras claras, com transparência. Deve estar claro para todos dentro da empresa como as pessoas estão sendo promovidas, remuneradas e consideradas no plano de sucessão da empresa. É preciso criar mecanismos que possam inibir as relações baseadas em lealdade pessoal, e incentivar relações profissionais baseadas no mérito. Deve estar claro o que se espera de cada indivíduo, e como este é avaliado por seus superiores. Além disso, é necessário que as pessoas possam compartilhar valores e práticas que apontem para esta direção, contrários à manutenção de práticas de abuso de poder e favoritismos.
O mundo mergulhou, entre 2008 e 2009, numa crise global desencadeada pela falta de confiança. Como as corporações passarão a encarar o quesito confiança daqui por diante?
Certamente, com maior seriedade. O resgate da confiança é sempre mais penoso e custoso para as organizações. No entanto, a confiança deverá emergir de novos modelos e políticas de governança corporativa que assegurem a boa conduta dos indivíduos nos negócios de interesse coletivo. É necessário que este novo modelo de governança comunique maior credibilidade, assegurando ainda mais a boa conduta daqueles que possuem obrigações e responsabilidades fiduciárias com seus diversos públicos. Esta credibilidade deve assegurar o restabelecimento das relações de confiança no mercado.
Há um país em que o modelo de gestão por confiança esteja mais arraigado do que em outros lugares? Países como Noruega, Finlândia e Suécia são economias fortes, e modelos de sociedades de alta confiança com alta percepção de igualdade. São exemplos da compatibilidade entre alta produtividade e alta qualidade de vida. A base desta confiança institucionalizada está na percepção de igualdade entre os indivíduos, um valor presente na celebração de contratos, decisões e criação de políticas sociais.
E no Brasil, como anda a implantação deste modelo?
Temos ilhas de excelência que apresentam soluções extremante autênticas e inovadores em gestão. Mas ainda são poucos os exemplos. No geral, no Brasil, somos extremamente ineficientes para implementarmos modelos de gestão baseados em confiança. Isso porque admiramos muito a confiança como um valor, mas em nossas práticas cotidianas acabamos assumindo, de maneira informal, as características de uma sociedade de desiguais, com baixa confiança. Práticas de concentração de poder, falta de autonomia e dificuldades de se estabelecer a noção de mérito são frequentes. No entanto, os exemplos de modelos de gestão baseado em relações de confiança são crescentes. É necessário dedicar tempo para a construção de um modelo de gestão estratégica de pessoas alinhadas a uma entrega de valor consistente ao mercado, onde a confiança se evidencie como uma competência distinta, e um diferencial competitivo.
Email do entrevistado: Assessoria de imprensa: borgeslivia@hotmail.com
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