Abcic premia obras que utilizam Pré-Fabricados de Concreto

Shopping Trimais Places venceu as categorias Edificações e Voto Popular.
Crédito: Abcic

A Associação Brasileira da Construção Industrializada de Concreto (Abcic) anunciou recentemente os vencedores do 11º Prêmio Obra do Ano em Pré-Fabricados de Concreto, nas categorias Edificações, Infraestrutura e Pequenas Obras.

Criada em 2011, a premiação prestigia as empresas pré-fabricadoras e os arquitetos e engenheiros projetistas de estruturas que usam o sistema construtivo em seus projetos.

Para a engenheira Íria Doniak, presidente executiva da ABCIC e vice-presidente da Federação Internacional do Concreto (fib) na gestão 2023-2024, o Prêmio Obra do Ano celebra o trabalho dos associados e empresários em prol do desenvolvimento do sistema construtivo, da disseminação da tecnologia, da evolução dos projetos e das obras. “É um dos momentos que mais gosto do ano, celebrando com os nossos associados e dando honra para aqueles que têm honra”, enfatizou. 

Edificações & Voto popular

O Shopping Trimais Places, em São Paulo (SP) foi vencedor de duas categorias: Edificações e Voto Popular. As estruturas pré-fabricadas de concreto foram fornecidas pela Leonardi, e o projeto arquitetônico é de Jayme Lago Mestieri (Jayme Lago Mestieri Arquitetura) e o projeto estrutural é do engenheiro Marcelo Cuadrado Marin, da Leonardi.

Em seus 120.000 m², a estrutura foi composta por 13.491 elementos, sendo que 18.932 m³ são peças em concreto pré-fabricado, entre pilares, vigas, painéis, lajes alveolares, escadas e estruturas de contraventamento. 

Outro diferencial desta obra é que ela conta com diversas tecnologias construtivas, como: estrutura pré-moldada de concreto, moldada in loco e metálica; fachadas ventiladas, peles de vidro unitizadas e brises, vedações em alvenaria de blocos de concreto e drywall e revestimentos em pedras, entre outras.

Duplicação da Rodovia SP-270 (Raposo Tavares) utilizou solução industrializada em vigas pré-moldadas de concreto protendido.
Crédito: Abcic

Por fim, vale ressaltar que a construção fez o uso intensivo do BIM (Building Information Modeling), com entrega até a 7ª dimensão: Gestão da manutenção. 

Infraestrutura

A duplicação da Rodovia SP-270 (Raposo Tavares) foi a obra vencedora nesta categoria. O trecho compreendido vai do km 86+900 ao 89+700, em Sorocaba (SP). A obra incluiu a construção de nova pista no sentido capital, com duas faixas de rolamento e acostamento pavimentado. Além disso, foram implantados dispositivos de segurança como defensas metálicas e barreiras rígidas para segregar as duas pistas em toda a extensão deste segmento. Foram construídos também novos viadutos no km 87+300, km 88+800, km 89+100 e 89+300.

Com investimento de R$ 46 milhões, a obra foi iniciada em abril de 2022 e concluída em junho do mesmo ano. Dentre os desafios enfrentados estão a diminuição de prazo, mitigação dos aspectos ambientais, redução do impacto com a ferrovia e com a rodovia Raposo Tavares SP-270.

Outra questão enfrentada foi a volatilidade no mercado de aço durante o período da pandemia. Também foi necessário o desenvolvimento de uma solução alternativa (solução industrializada em vigas pré-moldadas de concreto protendido) e a aprovação do projeto junto à Rumo e à CCR, devido à sua curvatura e esconsidade. O projetista responsável pela obra foi o engenheiro Catão Francisco Ribeiro (Enescil Engenharia de Projetos). 

Pequenas Obras

Cemitério Vertical - PAF é o primeiro cemitério ecológico totalmente coberto do país.
Crédito: Abcic

Por fim, nesta categoria, o vencedor foi o Cemitério Vertical – PAF, localizado em Franco da Rocha (SP). O grande diferencial desta obra é que se trata do primeiro cemitério ecológico totalmente coberto do país.

A construção conta com equipamentos que garantem a eficiência na filtragem dos gases gerados oriundos da decomposição da matéria orgânica. Em seu edifício principal, foi utilizada uma estrutura pré-fabricada de concreto composta de pilares, vigas de apoio do piso, vigas de travamento, lajes alveolares, rampas de acesso, módulos de escada, vigas de cobertura e terças para apoio das telhas metálicas. Para realizar o fechamento externo, foram usados painéis de concreto armado com acabamento natural. O cemitério foi projetado pelo escritório de arquitetura Topo Projetos, com projeto estrutural do engenheiro Flavio Isaia (IGA Engenharia e Consultoria) e estruturas pré-fabricadas fornecidas pela Leonardi. 

Fontes
Associação Brasileira da Construção Industrializada de Concreto (Abcic) 

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Marina Pastore
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Prefeitura de São Paulo planeja investir R$ 4,6 bilhões em obras de mobilidade

Ao todo, estão previstas 20 ações de mobilidade na capital paulista.
Crédito: Envato

Antes do jogo entre Brasil e Suíça pela Copa do Mundo de 2022, a cidade de São Paulo bateu o recorde de lentidão do ano: 472 km. Situações como esta são corriqueiras na capital paulista. E, para ampliar a mobilidade da cidade, o prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), planeja executar um pacote viário avaliado em mais de R$ 4,6 bilhões até 2024.

Com o caixa atual de R$ 32,6 bilhões, a Prefeitura também prevê incrementar a arrecadação com a venda de títulos imobiliários para a realização das obras.

Obras a serem realizadas 

Ao todo, estão previstas 20 ações de mobilidade – a maioria delas na zona Sul da capital. Uma das principais é a ampliação da Marginal do Pinheiros, em um trecho de 8 km, que vai da avenida Guido Caloi, na altura da ponte João Dias, até a ponte Vitorino Goulart, em Interlagos. No entanto, em publicação do jornal da USP (Universidade de São Paulo), o arquiteto e urbanista Nabil Bonduki, relator do Plano Diretor Estratégico de São Paulo em 2002 e 2014, apontou que esta é a última área verde que ainda beira um rio na cidade de São Paulo e que essa ação pode trazer impactos ambientais.

Nesta mesma região, a Prefeitura projeta ainda realizar a duplicação de 825 metros da Avenida Senador Teotônio Vilela.

O pacote planeja também a construção de corredores rápidos de ônibus BRTs da Radial Leste e da Avenida Aricanduva, além de pontes, viadutos e túneis para desafogar o trânsito. Um dos exemplos é o cruzamento das Avenidas do Estado com a Santos Dumont, um foco histórico de congestionamento. Já entre a avenida Domingos de Morais com a rua Sena Madureira, a ideia é construir um túnel para melhorar o tráfego de veículos. O pacote também quer tirar do papel o túnel na Avenida Chucri Zaidan, zona sul.

Outra obra prevista é a reforma de calçadões no centro da capital paulista. Em novembro de 2022, Prefeitura de São Paulo, por meio da SPObras, já deu ordem de serviço para início das obras de requalificação dos calçadões do Triângulo Histórico. De acordo com a Prefeitura de São Paulo, as obras foram divididas em dois lotes, com 22 meses previstos para sua execução total. Serão requalificadas 23 ruas, com investimentos de R$ 63 milhões. Um novo calçamento de concreto garantirá acessibilidade universal. Além disso, deverá ser instalado novo mobiliário urbano, que criará áreas de convivência; nova sinalização turística; nova iluminação funcional e cênica de edifícios históricos; reestruturação da infraestrutura subterrânea de drenagem; e implantação de valas técnicas para melhor ordenamento das redes de telecomunicações.

Fontes
Prefeitura de São Paulo 

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Pesquisa da CNI aponta disparidades entre infraestrutura de transporte

Principal gargalo de infraestrutura em todas as regiões é o transporte, com média nacional de 73%.
Crédito: Envato

Uma pesquisa da Confederação Nacional da Indústria (CNI) apontou que as regiões brasileiras têm uma enorme diferença em relação às condições de infraestrutura e logística. Os dados mostraram que somente 25% dos entrevistados do Norte e do Nordeste consideram boas ou ótimas as condições de infraestrutura da região. A média nacional ficou em 56%. A pesquisa ouviu 2.500 empresários de indústrias de médio e grande portes de todo o país.

Ao mesmo tempo, 64% dos empresários do Sudeste creem que as condições de infraestrutura regional podem ser consideradas boas ou ótimas. Na região Sul, por sua vez, 57% dos empresários mostraram-se satisfeitos. Na região Centro Oeste, a aprovação foi de 46%.  

“A pesquisa da CNI revela o quadro da nossa infraestrutura de transportes e como isso penaliza o setor produtivo. Quando nós avaliamos, por exemplo, a situação das nossas rodovias, ferrovias e portos do Norte e Nordeste, fica muito evidente a disparidade da qualidade desses ativos em relação ao Sul e ao Sudeste, por exemplo. Isso evidencia a necessidade de mais investimentos, para que possamos reduzir o déficit de infraestrutura e, principalmente, este desbalanceamento entre as regiões. Nós temos, por exemplo, condições de rodovias que penalizam o transporte mais utilizado no Brasil para cargas, que é por meio de caminhões. É preciso que o país invista mais em infraestrutura – não só com recursos públicos, mas também com recursos privados para que possamos reduzir o custo logístico de produzir e transportar no Brasil”, afirma o gerente de Transporte e Mobilidade Urbana da CNI, Matheus de Castro.

Gargalos

A pesquisa também apontou que o principal gargalo de infraestrutura em todas as regiões é o transporte, com média nacional de 73%. No Norte, o índice é ainda maior – de 82%. Na sequência, aparecem o Sul (81% apontam o transporte como maior gargalo), Nordeste (76%), Centro-Oeste (73%) e Sudeste (68%).  

Ao mesmo tempo, a infraestrutura das rodovias foi a maior reclamação dos empresários, mencionada por 88% dos entrevistados do Norte e por 62% do Sudeste. 

Em seguida, a infraestrutura das ferrovias foi citada como um dos maiores gargalos para o transporte de carga no país – a maior parte, 40% entre os empresários do Sudeste, e a menor, 18% do Norte. A pesquisa revelou ainda que os serviços de transporte por rodovias são avaliados como bons ou ótimos por 46% dos empresários. Entre as regiões, destaca-se o Sudeste, onde 59% consideram os serviços de transporte rodoviário bons ou ótimos. Em contraste aparece o Norte, com índice de somente 9% bom ou ótimo.  

“Nós utilizamos o transporte rodoviário excessivamente. Isso se revela na pesquisa com os industriais. Os entrevistados da região Sudeste afirmaram que utilizam o caminhão para distâncias, em média, de 600 km ou mais. No caso do Norte, essas distâncias chegam a superar 1.700 km em média. Essa utilização excessiva do caminhão traz uma eficiência para quem produz e para quem transporta essas mercadorias, com custos econômicos e sociais para toda a sociedade. Dessa forma, nós precisamos aumentar o investimento em outros modais de transporte, principalmente o ferroviário. Desta forma, poderemos transportar mercadorias de menor valor agregado, em distâncias superiores, sem necessitar sempre do modal rodoviário”, afirma Castro

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Matheus de Castro é gerente de Transporte e Mobilidade Urbana da Confederação Nacional da Indústria (CNI).

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Custos da construção civil desaceleram para 0,38% em outubro

Região Centro-Oeste apresentou a maior variação regional em outubro devido ao acordo coletivo no Mato Grosso.
Crédito: Envato

Em outubro, o Sistema Nacional de Pesquisa de Custos e Índices da Construção Civil (Sinapi), uma produção conjunta do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e da Caixa Econômica Federal, divulgou o Índice Nacional da Construção Civil que foi de 0,38%. Este resultado foi 0,06 ponto percentual abaixo da taxa de setembro (0,44%). Com isso, também foi a menor taxa desde julho de 2020

O índice também foi menor que no mesmo mês de 2021, quando o Sinapi registrou 1,01%. O acumulado nos últimos doze meses foi para 12,41%. Este índice ficou pouco abaixo dos 13,11% registrados nos doze meses imediatamente anteriores. O acumulado no ano fechou em 10,64%.

“Estamos captando um ritmo de desaceleração em relação ao período da pandemia de Covid-19, o que vem trazendo o índice para patamares mais próximos da série histórica pré-pandemia”, afirma o gerente da pesquisa, Augusto Oliveira.

Custo Nacional da Construção por metro quadrado

Em setembro, o custo nacional da construção, por metro quadrado, fechou em R$ 1.669,19. Já em outubro, este índice subiu para R$ 1.675,46, sendo R$ 1.000,36 relativos aos materiais e R$ 675,10 à mão de obra.

Parcela dos materiais x mão de obra

A parcela dos materiais cresceu 0,04%, percentual 0,49 p.p. inferior ao do mês anterior (que registrou 0,53%). Segundo Oliveira, foram os materiais que puxaram as altas na época da pandemia e têm sido o balizador da desaceleração em 2022.

A parcela da mão de obra, com taxa de 0,88% em outubro, aumentou 0,57 p.p. em relação ao mês anterior (0,31%). 

Os acumulados no ano foram: 9,93% (materiais) e 11,70% (mão de obra). Já os acumulados em doze meses ficaram em 12,60% (materiais) e 12,07% (mão de obra), respectivamente.

Região Centro-Oeste tem a maior variação mensal

Embora o Mato Grosso do Sul tenha apresentado índice negativo, a Região Centro-Oeste apresentou a maior variação regional em outubro, 1,59%. De acordo com o Sinapi, este aumento se deve, principalmente, pelo acordo coletivo observado no estado do Mato Grosso.

Com alta na parcela de materiais e reajuste observado nas categorias profissionais, Mato Grosso foi o estado com a maior variação mensal, 4,89%. Em seguida, vêm os estados de Roraima (3,64%), Pará (2,55%) e Alagoas (2,64%). Todos eles índices altos devido a um reajuste na parcela da mão de obra.

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Augusto Oliveira é gerente da pesquisa Índice Nacional da Construção Civil (Sinapi).

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Torre Sucupira utiliza pré-moldados em sua estrutura

Para construção da Torre Sucupira, foram utilizadas 3 gruas para a movimentação e instalação dos sistemas pré-fabricados.
Crédito: OR

Localizado próximo a um dos cartões-postais de São Paulo, a Ponte Estaiada, o complexo multiuso Parque da Cidade foi concebido numa área de “brownfield”, ou seja, agregou-se valor recuperando-se uma área degradada. Um dos destaques deste empreendimento é a Torre Sucupira, que utilizou pré-moldados em sua construção.

A solução estrutural eleita para a execução da Torre Sucupira foi o sistema com pilares parede compondo um núcleo rígido, além de pilares retangulares moldados com fôrmas metálicas e sistema de pré-vigas. 

“Foram realizados diversos estudos com diferentes tipos de estruturas e a que trouxe um melhor custo-benefício foi a solução escolhida e adotada”, afirma Caroline Torossi, engenheira da OR, que faz incorporação e construção de empreendimentos residenciais, corporativos e loteamentos.

Segundo Torossi, o sistema escolhido, que é de pré-vigas e laje alveolar com 3 gruas, tinha o valor de R$ 17.218.208,10 e prazo de 11 meses. Já a estrutura convencional moldada “in loco”, ficava em R$ 17.465.714,72 e prazo de 18 meses.

Benefícios do uso de pré-moldados

De acordo com Torossi, esta técnica foi utilizada como forma de promover sustentabilidade em toda a cadeia de produção do edifício. Dentre os benefícios, é possível destacar:

  • Redução de 7 meses no prazo de estrutura, em relação à opção moldado in loco;
  • Redução de mão de obra indireta, pois as peças eram produzidas na fábrica de pré-moldados;
  • Redução da geração de resíduos;
  • Diminuição do número de caminhões no fluxo de transporte (redução na geração de CO₂).

Lajes pré-moldadas

As lajes da Torre Sucupira também são pré-moldadas. “As lajes alveolares foram escolhidas devido a todos os benefícios dos sistemas pré-fabricados já informados e também pelo fato de trazer uma maior agilidade na montagem reduzindo os custos indiretos. Além de que as lajes alveolares protendidas permitem vencer maiores vãos”, informa Torossi.

Empreendimento tem 5 subsolos e foi realizado contenção em parede diafragma com tirantes provisórios e permanentes.
Crédito: OR

Para fazer as lajes alveolares, foram considerados os seguintes índices:

- Sobrecarga do térreo: 2,2 tf/m²

- Garagens – subsolo: considerar 100 + 300 kg/m²

- As cargas utilizadas para dimensionamento das lajes do pavimento são: permanente = 150 kg/m² e acidental = 500 kg/m²

Fundação e uso de estruturas pré-moldadas no subsolo

Localizado próximo à Marginal Pinheiros, o empreendimento tem 5 subsolos e foi realizada contenção em parede diafragma com tirantes provisórios e permanentes. “Devido ao fato de haver rochas na cota de apoio da fundação, foi realizado sistema de fundação direta com sapatas”, afirma Torossi. A taxa média de compressão da rocha foi de 12 a 15 kg/cm².

No subsolo e embasamento, foi utilizado o sistema com pilares, vigas e lajes pré-fabricadas. 

Logística com pré-moldados

Considerando que o sistema pré-fabricado exige uma demanda grande de equipamentos para a sua montagem, foram utilizadas 3 gruas para a movimentação e instalação dos sistemas pré-fabricados o que fez com que o prazo de montagem reduzisse

A tabela abaixo mostra a diferença do uso de uma, duas ou três gruas:

Table

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Caroline Torossi é engenheira da OR

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Como o resultado das eleições influenciará a construção civil?

“Casa Verde e Amarela” deverá voltar a ser “Minha Casa, Minha Vida” em novo governo.
Crédito: Ministério do Desenvolvimento Regional

No final do último mês, o segundo turno das eleições definiu o novo presidente do Brasil. A partir de janeiro de 2023, Luis Inácio Lula da Silva assumirá a presidência. Diante deste novo cenário e transição de governo, o que os setores de construção civil e imobiliário podem esperar diante desta mudança?

De acordo com Jonata Tribioli, especialista em Mercado Imobiliário e CEO da Neoin, empresa que atua na área de cotas de financiamento imobiliário, uma das prioridades do presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, é colocar as classes menos favorecidas de volta no Orçamento da União, através da construção de moradia popular para milhões de brasileiros. Uma das promessas do novo governo é a volta da Faixa 1 para o programa “Minha Casa, Minha Vida”, isto é, a população com renda de até dois salários mínimos.

Além disso, Tribioli acredita que a tendência é que as negociações de compra e venda continuem crescendo e de forma exponencial. “O mercado imobiliário é um segmento muito sólido no Brasil, sendo uma classe de ativos consolidada e que sempre foi vista como uma reserva de valor, principalmente quando falamos de imóveis residenciais”, afirma Tribioli.

Minha Casa, Minha Vida

Ao analisar os dois mandatos anteriores de Luís Inácio Lula da Silva na presidência, Tribioli, aponta que as construtoras de baixa renda tendem a ser as mais beneficiadas com esse terceiro governo.

“A habitação social é um dos principais pilares de um governo de esquerda. Lembrando que o programa MINHA CASA MINHA VIDA foi concedido pelo presidente eleito. Nos governos petistas de Lula e Dilma Rousseff, o setor foi responsável pela criação de 1,2 milhões de empregos e a contratação de 5,5 milhões de financiamentos habitacionais”, destaca Tribioli.

Para Tribioli, há a possibilidade do segmento de alto padrão sofrer retração. “Mas sempre devemos considerar o histórico de resiliência do segmento”, reflete. 

Aumento de juros e fluxo de investimentos

Em entrevista para a Infomoney, o presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), José Carlos Martins, reforçou que o ponto-chave para o segmento é a regularidade no fluxo de investimentos

“Não dá para viver de uma solução única, que um dia coloca uma montanha de dinheiro e, de repente, morre tudo. Isso aconteceu com o PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), lançado em 2007 pelo governo do PT. Sem continuidade, não posso investir pesado em tecnologia, maquinário e capacitação. Perco a oportunidade de ser mais produtivo”, afirmou ao veículo Infomoney.

Crédito: Ministério do Desenvolvimento Regional

Tribioli lembra que o presidente da ABRAINC, Luiz França, diz que apesar do aumento nos juros, há boas perspectivas para o setor, pois a taxa dos financiamentos imobiliários é atrelada à remuneração da poupança e ela não sobe na proporção da Selic.

“De acordo com a Brain Inteligência Imobiliária, 62% dos empresários acreditam na melhora do setor imobiliário em 2023. A pesquisa foi realizada com 356 empresários da área, com o objetivo central de coletar suas percepções sobre o desempenho do setor e das empresas neste ano, além das perspectivas para o futuro”, explica Tribioli.

Entender em quanto tempo o novo governo consegue dar condição para o Banco Central começar a baixar juros é uma questão-chave, na opinião de Tribioli. “Essa movimentação estimula atividades econômicas e pode fazer com que qualquer esfriamento do mercado imobiliário seja mais curto e menos agressivo”, comenta Tribioli.

O vice-presidente de relações institucionais do Sindicato da Construção Civil do Estado de São Paulo (SindusCon-SP), Yorki Estefan, afirmou em entrevista à Infomoney que é imprescindível manter em ordem as contas públicas para que os juros possam cair.

“O dinheiro (para o subsídio) tem de sair do Orçamento. Não adianta investir explodindo as contas do governo. Porque aí gera mais inflação e, consequentemente, juros mais altos”, defendeu.

Fontes

Jonata Tribioli é especialista em Mercado Imobiliário e CEO da Neoin, empresa que atua na área de cotas de financiamento imobiliário.

Yorki Estefan é vice-presidente de relações institucionais do Sindicato da Construção Civil do Estado de São Paulo (SindusCon-SP).

José Carlos Martins é presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC).

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Residência para o curso de engenharia civil é necessária?

No Paraná, Programa de Residência Técnica em Projetos e Obras Públicas (Restec POP) oferece formação focada em edificações e em infraestrutura viária de transportes.
Crédito: Envato

Ao terminar a faculdade de Medicina, se o recém-formado desejar se especializar em uma área, ele deve fazer a residência. Neste período, ele irá fazer um treinamento em serviço. Na área de Engenharia Civil, ainda não há uma regulamentação nesse sentido, mas existem discussões sobre a possibilidade de virar uma lei

Durante o evento online “O Engenheiro Civil e as Inovações na Indústria da Construção”, realizado pelo Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Distrito Federal (Crea-DF), este tema voltou à discussão. O presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), José Carlos Martins, defendeu a criação da residência nos cursos de Engenharia. Neste sentido, Martins defendeu um mutirão na linha da residência e do respeito à profissão de engenheiro para levar essa bandeira ao Congresso Nacional.

Dionyzio Klavdianos, presidente da Comissão de Materiais, Tecnologia, Qualidade e Produtividade (Comat) da CBIC, destacou a importância da boa formação do engenheiro e da capacitação de mão de obra

“É muito necessário ter um engenheiro capaz, um profissional com boa formação. Além disso, é importante observar a condição das universidades de dar este suporte. Hoje, cada vez mais, por conta da questão salarial, temos visto que os engenheiros que estão se formando estão se tornando empreendedores. É algo muito bom, uma vez que eles montam a empresa e vão participar da cadeia da construção e se tornar parceiros de grandes incorporadoras ou de grandes empresas de infraestrutura nessas áreas antecessoras ao processo construtivo, para que possam atuar em algum serviço específico. Mas eu não sei se eles estão tendo essa base necessária. Um exemplo é a questão do BIM. Parece que é fácil um engenheiro que está em formação captar essa questão da tecnologia. Mas precisa do hardware e do software, que não são baratos. Mais do que nunca precisamos de parcerias. Nesse sentido, a empresa precisa também ter essa noção. Falta capacitação de mão de obra. Não basta contratar o novo profissional e exigir dele uma série de condições – pode ser que por diversos motivos ele não consiga desempenhar. A empresa tem que estar aberta para a inovação”, pontua Klavdianos

Fátima Có, presidente do Crea-DF, ressaltou a necessidade da capacitação dos profissionais e um trabalho conjunto para valorizar a profissão. “Temos que trabalhar para uma residência na engenharia para a valorização da profissão”, afirma. 

Iniciativas do governo

No Paraná, profissionais recém-formados em Arquitetura e Urbanismo e em Engenharia Civil podem participar do Programa de Residência Técnica em Projetos e Obras Públicas (Restec POP), que é oferecido pelo Governo do Estado. O foco dele é edificações e em infraestrutura viária de transportes

“A proposta desse programa é contribuir para a promoção de serviços públicos mais eficientes para a população paranaense, proporcionando tecnologia e inovação nos segmentos de Engenharia Civil e Arquitetura e Urbanismo, além do aperfeiçoamento contínuo nas áreas de edificações e infraestrutura viária de transportes”, destaca a professora Gabriela Mazureki Campos Bahniuk, coordenadora-geral do programa na Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG).

Esta não é a primeira iniciativa neste sentido. Em 2021, a Prefeitura de Porto Alegre abriu seleção para o Programa de Residência Técnico Superior. Ele se destina a profissionais recém-formados em diversos cursos superiores, incluindo o de Engenharia Civil

Fonte
Reportagem com base no seminário “O Engenheiro Civil e as Inovações na Indústria da Construção”, do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Distrito Federal (Crea-DF), e também em divulgação da Superintendência Geral de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (Seti), do Governo do Estado do Paraná

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COP27: Aumento da construção gera alta de emissão de carbono

Emissões de carbono pela construção civil cresceram 5% em 2021.
Crédito: Envato

Durante as negociações climáticas da COP27, no Egito, foi apresentado um documento da Organização das Nações Unidas (ONU) que apontou que as emissões de carbono pela construção civil cresceram 5% em 2021, sendo 2% maior que no pico pré-pandemia, em 2019.

Intitulado Relatório de Status Global para Edifícios e Construção (Buildings-GSR), ele fornece um instantâneo anual do progresso do setor de edifícios e construção em escala global e analisa o status de políticas, finanças, tecnologias e soluções para monitorar se o setor está alinhado com as metas do Acordo de Paris. Ele também fornece evidências às partes interessadas para persuadir os formuladores de políticas e a comunidade geral de edifícios e construção a agir.

O relatório de 2022 constata que, apesar de um aumento substancial no investimento e sucesso em nível global, reduzindo a intensidade energética dos edifícios, o consumo total de energia e as emissões de CO₂ do setor aumentaram em 2021 acima dos níveis pré-pandêmicos. 

De acordo com a ONU, a demanda de energia dos edifícios aumentou cerca de 4% de 2020 para 135 EJ – o maior aumento nos últimos 10 anos. As emissões de CO₂ das operações de edifícios atingiram um recorde histórico de cerca de 10 GtCO2, um aumento de cerca de 5% em relação a 2020 e 2% acima do pico anterior em 2019.

Neste ritmo, a organização aponta que não será possível cumprir as metas estabelecidas no acordo de Paris. 

“No entanto, o setor pode mudar. Por exemplo, o aumento dos custos dos combustíveis fósseis torna o investimento em eficiência energética mais atrativo – embora a erosão do poder de compra possa desacelerar investimento. A solução passa por direcionar os investimentos em construção de baixo e zero carbono por meio de recursos financeiros e não incentivos financeiros, especialmente para aqueles que são mais vulneráveis ​​a choques de preços de energia. Também há oportunidades em repensar os materiais. O setor pode reduzir seu impacto por exemplo, olhando para materiais alternativos e cimento descarbonizante. O uso de materiais alternativos é particularmente relevante para o continente africano, foco especial do relatório. Grande parte das novas habitações e o estoque nas próximas décadas será construído na África. Para evitar o aumento das emissões e criar edifícios que são resilientes aos impactos das mudanças climáticas, os países devem olhar para a construção sustentável de materiais e técnicas, em que o continente é rico”, afirma Inger Andersen, subsecretária-Geral da Organização das Nações Unidas e Diretor Executivo do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente.

Emissões na indústria do cimento brasileira

De acordo com Paulo Camillo Penna, presidente da Associação Brasileira de Cimento Portland (ABCP) e do Sindicato Nacional da Indústria do Cimento (SNIC), hoje a indústria brasileira do cimento apresenta um dos menores índices de emissão específica de CO₂ no mundo, graças a ações mitigadoras que vêm sendo implementadas pelo setor nas últimas décadas. “Enquanto o mundo em média emite 620 quilos de CO₂ por tonelada de cimento, a indústria brasileira emite 564 quilos. Além disso, de acordo com a Get the Numbers Right (GNR), em 2014, o Brasil tinha 15% de uso de combustíveis alternativos (entre biomassa e resíduos industriais) para produção do cimento. Em 2019, este índice subiu para 31%. Embora seja um número bom e tenha ocorrido uma aceleração, ainda é longe da média dos países europeus, que é de 50%. Em países como Alemanha e Áustria, chega a 90%”, aponta 

Segundo o Roadmap Tecnológico do Cimento, há uma meta de redução da intensidade carbônica em 33% até 2050 no Brasil, com base nos valores atuais. Veja iniciativas da indústria do cimento para reduzir os impactos ambientais.

Fontes

Paulo Camillo Penna é presidente da Associação Brasileira de Cimento Portland (ABCP) e do Sindicato Nacional da Indústria do Cimento (SNIC).

2022 Global Status Report For Buildings And Construction

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Imóveis para logística ganham espaço após pandemia

Centro logístico deve ter fácil acesso a rodovias, boa resistência do solo, pé direito alto e segurança.
Crédito: MBIGUCCI

Com a pandemia e aumento das vendas online, uma tendência que se fortaleceu no mundo foi a do aumento dos galpões logísticos. Um bom exemplo disso é a gestora de investimentos Blackstone, que tem atuação em 37 países e US$ 577 bilhões em imóveis. Hoje, 80% do seu portfólio está nos segmentos de logística, casas de aluguel e hospitalidade (hotéis e casas de repouso). 

No Brasil, o cenário de galpões logísticos no país espera 2.746.195 m² de estoque para 2023, sendo o segundo maior valor previsto para um só ano, atrás somente do ano de 2022, de acordo com a Binswanger Brazil, empresa de consultoria imobiliária. As regiões com previsão de apresentar os maiores volumes de novo estoque são:

  1. Cajamar: 493.229 m²
  2. Guarulhos: 458.958 m²
  3. Fortaleza: 327.720 m²
  4. Grande ABC: 238.878 m²
  5. Região Metropolitana de Belo Horizonte: 162.157 m²

Ainda segundo dados da Binswanger Brazil, considerando o total a ser entregue em 2023, 948.126 m² já estão em construção, contra os 1.789.069 m² ainda em projeto. Essa entrega conta com 1.286.381 m² a serem entregues no primeiro semestre e 1.459.814 m² no segundo.

Considerando os estados, a previsão é que São Paulo apresente o maior volume de entregas, com 1.579.634 m², seguido por Minas Gerais e Ceará, com respectivos 354.531 m² e 327.720 m².

Vacância

Atualmente, a vacância em galpões logísticos encontra-se em 11,4%, de acordo com a Binswanger Brazil. Entretanto, o grande volume de novo estoque a ser observado no quarto trimestre de 2022 e ao longo do ano de 2023 gera dúvidas com relação à capacidade do mercado em absorver esse volume. Segundo a empresa de consultoria imobiliária, a previsão é que 2022 e 2023 somados alcancem um volume de novo estoque acima de 5 milhões de m², valor nunca observado em um período de 2 anos. Ao mesmo tempo, o maior volume de absorção líquida já observado no cenário brasileiro foram os 2.309 mil m² em 2021.

“Considerando o comportamento histórico do mercado nacional, ou seja, sua absorção líquida histórica, e ponderando com o estoque a ser observado em 2023, a tendência é de aumento dessa vacância já em 2023 para patamares próximos ou superiores à taxa de equilíbrio de mercado de 15%. Nesse caso de aumento da vacância, os desenvolvedores podem postergar as entregas conforme a resposta do mercado em termos de absorção, principalmente considerando que o cenário de alta absorção é principalmente oriundo do crescimento do e-commerce na economia depois da pandemia, fato que nunca havia sido observado no cenário brasileiro”, informa a Binswanger Brazil.

Como construir imóveis voltados para logística?

Milton Bigucci Junior, diretor técnico da MBIGUCCI – empresa que tem Centros Logísticos em São Paulo e está construindo o terceiro, diz que um terreno bom para logística deve estar próximo às rodovias, rodoanel, com fácil acesso. Além disso, as ruas próximas devem ter fácil acesso para as carretas. “É preciso ter uma área de manobra dentro do estacionamento também bem extensa, onde as carretas possam manobrar sem atrapalhar o trânsito nas vias locais”, aponta Junior. 

Outra característica importante é que o terreno não pode ter um custo muito alto, para não inviabilizar a locação. “Normalmente, o valor do metro quadrado deve ser abaixo de R$ 1.000, uma vez que que estes imóveis normalmente são feitos para locação”, pontua Junior.

A resistência do solo deve ser boa, uma vez que a carga do piso desses galpões costumam ser muito altas. “O ideal é que suporte em torno ou acima de 6 toneladas por metro quadrado. Se o solo for bom, ele não precisa ter grandes reforços para suportar essa carga, então a construção sai um pouco mais barata”, esclarece Junior.

Ainda, um centro logístico deve ter um pé direito alto, com pelo menos 12 m de altura e ter bem-feitorias “reuso de água, tratamento de esgoto, carga elétrica (precisa prestar atenção para que as empresas possam funcionar sem problemas), abastecimento de água, documentação do corpo de bombeiros, entre outros. Normalmente, os locatários deste tipo de empreendimento prezam muito pela segurança. Então itens como guarita blindada, sala de segurança fora da guarita ou até do próprio condomínio, com as câmeras, gravação e monitoramento do centro logístico”, destaca Junior.  

Entrevistado

Milton Bigucci Junior é diretor técnico da MBIGUCCI

Contato
MBIGUCCI: imprensa@mbigucci.com.br

Jornalista responsável
Marina Pastore
DRT 48378/SP


Apartamentos de 9 m² fazem sucesso no Japão

Período médio de vacância de um estúdio QUQURI é de cerca de 14 dias.
Crédito: Spilytus

Já pensou viver em um apartamento de apenas 9 m²? Localizada em Tóquio, no Japão, a imobiliária Spilytus tem oferecido imóveis deste tamanho desde 2015. O projeto, que tem o nome de QUQURI (lê-se Kukuri e significa “casulo” em grego), tem feito sucesso especialmente entre os jovens.

Com aluguéis que vão de 20.000 ienes a 30.000 ienes por mês (em torno de US$ 145 a US$ 215), estes apartamentos geralmente estão localizados em regiões centrais, próximos a comércios e estações de metrô, o que facilita a vida dos moradores. Muitos preferem morar nestes pequenos estúdios no lugar de enfrentar o desgaste de locomoção até áreas mais afastadas. 

De acordo com a Spilytus, a empresa seleciona áreas com demanda durante todo o ano, como Ebisu, Nakameguro e Shinjuku. “Diz-se que o período médio de vacância de um estúdio em Tóquio é de 29,7 dias, mas no caso de QUQURI, é de cerca de 14 dias”, informa a Spilytus.

Projeto

No QUQURI, o objetivo era oferecer uma "planta baixa" mais eficiente e confortável de morar em um cômodo com área de 9 m². Um dos truques utilizados pela empresa para criar mais espaço foi a adoção de um mezanino.

“Os investidores tendem a se concentrar na ‘área numérica’. No entanto, os inquilinos veem apenas a ‘área realmente utilizável’. Normalmente, as pessoas tentam imaginar onde e quais móveis serão instalados e como elas irão morar. Os moradores não veem sentido em ocupar espaços em corredores de que não precisam. Mesmo em uma sala com a mesma área, a usabilidade mudará completamente dependendo da ‘planta’”, aponta a Spilytus.

Apartamentos de 9m² no Brasil?

Será que esta moda pegaria por aqui? De acordo com Danielly Barboza, diretora de projetos da DRF Studio Décor, isso é possível de acontecer. 

Mezanino é um dos truques utilizados para ampliar o espaço.
Crédito: Spilytus

“Temos visto investidores apostando muito em apartamentos pequenos, visando locação para estudantes, locações rápidas para pessoas que vêm a São Paulo a negócios e ficam pouco tempo. Eu acho que essa tendência vai pegar sim!”, pontua.

Como otimizar espaços em apartamentos pequenos?

Para quem se interessar por este tipo de imóvel, Danielly tem algumas dicas para trazer conforto e aconchego a imóveis pequenos. “Precisamos planejar muito bem cada espaço, escolher o piso e as cores certas para dar sensação de amplitude”, afirma. Confira algumas estratégias:

 1. Cores escuras deixam o ambiente pesado e com a sensação de ser menor do que de fato é. Já as cores claras nas paredes trazem leveza, deixam o ambiente parecendo mais “amplo” e mais iluminado.

 2. Usar o mesmo piso em todo o apartamento (studio) também dá a sensação de amplitude por não segmentar os ambientes. Portanto, escolha pisos lisos e com poucas texturas.

 3. Outra dica é optar por móveis planejados, assim há aproveitamento total dos espaços

 4. Espelhos são o recurso mais conhecido quando falamos em trazer amplitude para um ambiente. Esses acessórios trazem profundidade e claridade. Pode abusar do tamanho.

 5. Use armários com portas de correr para não interferir na circulação ao abrir. Use e abuse dos nichos e prateleiras para organizar e facilitar o dia a dia.

Entrevistada

Danielly Barboza é diretora de projetos da DRF Studio Décor

Contato
contato@drfstudiodecor.com.br

Jornalista responsável
Marina Pastore
DRT 48378/SP