Fórum Mundial debateu gargalos estruturais do Brasil
Fórum Urbano Mundial focalizou déficit habitacional, atraso nas obras da Copa 2014 e problemas das grandes cidades
No final de março, o Rio de Janeiro sediou o 5º Fórum Urbano Mundial. Além de debater os problemas das cidades em todo o planeta, o FUM 5 focalizou também nos gargalos estruturais do Brasil. Déficit habitacional, atrasos nas obras para a Copa do Mundo de 2014 e problemas das regiões metropolitanas, como saneamento básico, foram os temas relevantes tratados no evento.
Sobre déficit habitacional, o FUM 5, que é um evento promovido pela ONU-Habitat (organismo da ONU voltado para habitação), avaliou como positivo o programa Minha Casa, Minha Vida, que se propõe a combater a falta de moradia para as famílias brasileiras. No fórum, o Ministério das Cidades mostrou números que apontam a redução do déficit de 6,3 milhões para 5,8 milhões de domicílios, segundo dados da Fundação João Pinheiro. O novo indicador mostra que 82% do déficit habitacional brasileiro está localizado nas principais áreas metropolitanas do país.
Para apontar soluções aos centros urbanos brasileiros, nasceu o projeto Cidade-Brasil, que é coordenado pelo arquiteto Renato Balbim e que, no FUM 5, ganhou a adesão de especialistas franceses. O objetivo do plano é conter a periferização das grandes cidades e possibilitar a ampliação do acesso à habitação pelo mercado formal. No momento, temos 25 planos de reabilitação em áreas urbanas, com destaque para os projetos de Recife, Salvador e da Zona Portuária do Rio de Janeiro, destacou Balbim.
O organismo Aliança das Cidades, através de seu diretor-geral William Cobbett, destacou o esforço do Brasil em enfrentar seus problemas estruturais. Há uma vontade política incrível no Brasil, de liderança em iniciativas como a urbanização das favelas. Quais são os países no mundo que possuem um Ministério das Cidades?, indagou.
Copa 2014
O FUM 5 debateu também o ritmo das obras para a Copa de 2014 e revelou que o cenário atual é preocupante, o que pode deixar o Brasil em uma posição difícil perante o mundo se houver atrasos. O alerta foi feito pelo presidente do Sindicato Nacional das Empresas de Arquitetura e Engenharia (Sinaeco), João Alberto Viol, durante palestra no fórum. Em 2010, nós já deveríamos estar iniciando obras. A nossa pergunta é: onde estão os planos que vão possibilitar a realização da Copa do Mundo?, argumentou.
O presidente do Sinaeco teme que a falta de planejamento atrapalhe a resolução de problemas estruturais das cidades brasileiras que vão sediar jogos da Copa, como trânsito engarrafado, sujeira, desordem e problema de infraestrutura nos aeroportos. A Copa é uma oportunidade única para darmos um salto para a modernidade. Os olhos do mundo estarão voltados para nós e precisamos decidir se seremos vitrine ou vidraça, alertou Viol.
Um dos gargalos do país está relacionado ao saneamento básico das cidades. Durante o FUM 5, o Ministério das Cidades divulgou o 4º Relatório Nacional de Acompanhamento dos Objetivos do Desenvolvimento do Milênio (ODM). Os dados do documento revelam que o déficit em saneamento aponta para uma grande diferença entre o Brasil rural e urbano. Enquanto nas cidades a água tratada chega a 91,6% das famílias, no interior o índice é bem menor: 27,4%. O estado com maior oferta de água tratada é São Paulo, com 98,9% das residências atendidas. Na ponta oposta está o Pará, onde só 51,5% da população possui acesso ao serviço. A rede de esgoto também apresenta uma grande diferença entre campo e cidade, chegando a 80,5% nas áreas urbanas e a 23,1% nas zonas rurais. A proporção de famílias atendidas por ambos os serviços - água e esgoto - subiu de 62,3%, em 1992, para 76%, em 2008.
Para a ONU-Habitat, cinco aspectos são avaliados para se determinar a qualidade da moradia: acesso à água limpa, saneamento, qualidade dos materiais da moradia, densidade de habitantes por casa e segurança da posse. Segundo a ONU, 10,4 milhões de brasileiros passaram a ter acesso a esses cinco itens e deixaram de viver em condição de favelização durante a década passada.
Os números, no entanto, ainda estão longe do ideal. Em projeção feita pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), o Brasil precisará de pelo menos 56,5 anos para reduzir à metade o atual déficit de saneamento básico. O economista Marcelo Néri, coordenador do estudo, disse que o investimento de R$ 40 bilhões até 2010 previsto no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) do governo federal é um bom primeiro passo, mas insuficiente. "Há um longo caminho entre o acesso ao recurso e o gasto. Não é fácil, por exemplo, um prefeito gastar bem os recursos. Esse é um problema geral, mas na área de saneamento é mais grave porque é algo subterrâneo, que as pessoas não têm consciência da importância. E afeta principalmente quem não vota: as crianças. Ou seja, é uma causa frágil e que precisa de participação da sociedade", disse.
Email dos entrevistados: Ministério das Cidades: wuf5@cidades.gov.br e sonia.barbosa@cidades.gov.br
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Brasil persegue o conforto térmico ideal
Rede de universidades estuda a eficiência energética de sistemas construtivos e fornece soluções à construção civil
No Brasil, a preocupação com o conforto térmico é recente. Começou a ser levada em conta pela construção civil a partir de 2005, quando entrou em vigor a norma NBR 15220 Desempenho térmico de edificações , da ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas). Dividida em cinco partes, ela conduziu o setor a desenvolver pesquisas sobre materiais adequados para cada tipo de clima e, sobretudo, adaptar os projetos a conceitos como fator de calor solar, ventilação cruzada e resistência térmica.
Boa parte destas novas estratégias construtivas foi desenvolvida dentro das universidades brasileiras. Programas como o RePEESC (Rede de Pesquisa em Eficiência Energética de Sistemas Construtivos), criado em 2004, e ainda em atividade, têm sido decisivos para que o país agregue conforto térmico às edificações. Uma das etapas mais importantes do projeto foi realizar estudos de materiais convencionais e novos materiais, desenvolvidos por empresas ou pelos próprios pesquisadores.
Entre as novidades, o programa desenvolveu um bloco de concreto leve, com argamassa de cimento e resíduo de EPS (poliestireno expandido) reciclado, cujo desempenho mostrou-se adequado para edificações climatizadas, como shoppings, hospitais e auditórios, proporcionando significativa redução da energia consumida por condicionadores de ar. Outro estudo envolvendo cimento foi o que produziu placas de concreto celular espumoso com diferentes densidades, além de um novo material compósito para fechamento de lajes, batizado de Iso-Blok. Constituído de concreto celular espumoso e resíduo polimérico, a inovação motivou a indústria a produzi-lo em escala comercial.
Um dos quartéis generais das pesquisas do RePEESC é o LTC (Laboratório de Transferência de Calor) da UFRN (Universidade Federal do Rio Grande do Norte). O centro de estudo, coordenado pelo professor George Santos Marinho, contou com a adesão de outras quatro universidades: UFPI (Universidade Federal do Piauí), UFCG (Universidade Federal de Campina Grande), UFAL (Universidade Federal de Alagoas) e UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina), além do INPE-CRN (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais e Centro Regional do Nordeste).
O RePEESC também tem o incentivo do Programa de Tecnologia de Habitação (Programa Habitare) da FINEP (Financiadora de Estudos e Projetos) e da Caixa Econômica Federal. Por isso, os sistemas construtivos pesquisados pelas universidades envolvidas podem ser aplicados no Minha Casa, Minha Vida, desde que sigam a norma 15220 da ABNT. É importante que as normas norteiem a aprovação dos projetos, principalmente se considerarmos que a Caixa Econômica Federal está diretamente envolvida com o Programa Habitare, onde atuam pesquisadores que contribuíram para elaborar as normas sobre desempenho térmico da ABNT, avalia George Santos Marinho.
Casa Eficiente
Uma das conclusões dos estudos desenvolvidos no RePEESC é de que um bom nível de conforto térmico não pode levar em conta apenas sistemas construtivos ou o microclima de uma região. São combinações de fatores que vão determinar se a edificação foi bem ou mal sucedida no item conforto térmico. A situação ideal é aquela em que a combinação das características do meio e dos materiais resulte em conforto térmico e baixo consumo de energia, explica George Santos Marinho, de cuja opinião compartilha o professor José Antônio Bellini da Cunha Neto, da UFSC. O conforto térmico não tem só a ver com o clima. Tem a ver também com a ocupação da edificação no terreno, diz.
Por isso, a fase de projeto da obra é decisiva. Inclusive, para que a busca do conforto térmico não encareça a construção. Nesta hora, os três mandamentos básicos são:
1) Posicionar a casa corretamente no terreno.
2) Dar preferência à face norte aos ambientes que devem ser mais intensamente iluminados.
3) Conhecer as características de insolação e o regime de ventos da região.
Foi perseguindo esses conceitos que a UFSC desenvolveu, junto com a Eletrosul e a Eletrobras, o projeto Casa Eficiente. Em Florianópolis, a obra hoje é considerada uma vitrine de consumo racional de energia e conforto ambiental. A construção mostrou que a combinação de vários sistemas construtivos pode coexistir numa obra. Nela, elementos como concreto, madeira de florestamento, tijolos e telhas cerâmicas estão harmoniosamente assentados na edificação, desempenhando cada um uma função, e todos em nome do conforto térmico.
Entrevistados:
George Santos Marinho é graduado em Física pela UFRN, com doutorado em Termociências pela USP. Professor do Programa de Pós-Graduação em Ciência e Engenharia de Materiais da UFRN e Coordenador do Laboratório de Transferência de Calor da UFRN.
Email: gmarinho@ct.ufrn.br
José Antônio Bellini da Cunha Neto, pesquisador do LMTP (Laboratório de Meios Porosos e Propriedades Termofisicas) da UFSC.
Email: bellini@lmpt.ufsc.br
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Há três décadas produzindo qualidade
Fábrica de artefatos Beira-Rio, em São Bento do Sul, é uma das mais antigas parceiras da Cimento Itambé
Um dos mais antigos parceiros da Cimento Itambé completou 30 anos de atividade em fevereiro deste ano. Fundada pelo empresário Antônio Drevek, a fábrica de artefatos de cimento Beira-Rio é hoje uma das mais importantes do setor nas regiões norte de Santa Catarina e sul do Paraná.
Localizado em São Bento do Sul (SC), o empreendimento expandiu e hoje agrega também a Lanal Material de Construção, com duas lojas na cidade. Drevek conta com o apoio dos quatro filhos para gerenciar os negócios, mas aos 67 anos não abre mão de estar à frente da fábrica de artefatos.
Ele conta que começou o negócio com outros quatro sócios, mas aos poucos foi comprando as cotas até tornar-se dono da Beira-Rio. De meio-fios e lajotas, hoje a indústria de médio porte fabrica tubos de concreto para saneamento básico, palanques para cercas, fossa, filtros anaeróbicos, bocas de lobo, lajes convencional e treliçada, atuando também na pavimentação com lajotas.
Juntas, a Beira-Rio e a Lanal empregam 80 funcionários. Temos planos de expansão da fábrica, por que as perspectivas de negócios estão crescendo e isso é bom para nós e para quem trabalha conosco, diz Antônio Drevek, que há 20 anos utiliza apenas Cimento Itambé em seus artefatos. Nossos produtos são fabricados com material de primeira linha, afirma.
Para a empresa, qualidade e segurança é nosso compromisso, devemos isso a nossos clientes.
Concorrência
Segundo Antônio Drevek, um dos segredos da longevidade e do sucesso de sua fábrica é o investimento em qualidade. A concorrência no setor é grande e construir produtos confiáveis é o que faz a diferença, explica.
Segundo dados do Sindicato Nacional da Indústria de Produtos de Cimento (Sinaprocim), existem atualmente no Brasil 7 mil empresas voltadas para a fabricação de artefatos de cimento.
No entanto, o organismo estima que apenas 30% destas fábricas seguem as normas da ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas) ou atendem as certificações do Programa Brasileiro de Qualidade e Produtividade do Habitat (PBQP-H). A Beira-Rio orgulha-se de fazer parte deste seleto grupo.
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Voluntariado Empresarial
Serviço de responsabilidade social é cada vez mais incentivado por empresas
O trabalho voluntário está se tornando uma rotina frequente para boa parte das empresas no país. De acordo com a pesquisa Perfil do Voluntariado Empresarial no Brasil, realizada em 2007 pela ONG RioVoluntário, esse tipo de atividade já é institucionalizada em pelo menos 45% das mais de 90 empresas que participaram da análise. O motivo dessa popularização é explicado em parte pelos resultados positivos que as empresas obtêm na parte organizacional.
É o que explica Alcione Andrade, assessora de imprensa do Centro de Ação Voluntária (CAV) de Curitiba. Segundo ela, o incentivo corporativo ao colaborador em ajudar a sociedade traz benefícios à própria organização, por estimular sua proatividade e criatividade em outros projetos. Dessa maneira, o funcionário desenvolve habilidades que serão úteis no dia-a-dia da empresa, explica.
Com uma estrutura totalmente planejada pelos próprios funcionários, o programa Força Voluntária, criado pela Itaipu Binacional, é um exemplo desse incentivo. Criado há mais de cinco anos, o programa é todo criado a partir de ideias propostas pelo colaborador, que planeja as atividades e tem autonomia para dar o direcionamento que desejar. À empresa cabe apenas coordenar o projeto e incentivar os funcionários. A coordenadora da Força Voluntária, Lilian Paparella, explica como o processo é iniciado. Tudo começa com o incentivo da empresa, que promove palestras de sensibilização e campanhas internas e externas para que o colaborador se sinta apoiado a realizar um trabalho desse tipo. Entretanto, a decisão de realizar ou não o serviço é inteiramente do funcionário. Segundo Lilian, é muito importante que ele não se sinta obrigado ou coagido ao voluntarismo e, por isso, a organização precisa deixar claro que não realizá-lo não é um problema.
Consultoria
Conjuntamente ao crescimento do voluntarismo corporativo, as consultorias do ramo também se expandiram nos últimos anos. Esse tipo de prestação de serviços se mostrou importante devido a alguns equívocos frequentes que algumas empresas cometem quando resolvem criar um projeto de voluntariado. A assessora Alcione lembra de alguns mais comuns: Não é raro a empresa querer direcionar o serviço voluntário para uma instituição de sua escolha, e às vezes até mesmo procurar beneficiar a própria empresa ao invés da sociedade. A consultoria de voluntarismo atende justamente no processo da gestão desse serviço. Além de criar soluções para dar autonomia ao funcionário que deseja se voluntariar, a consultoria também se certifica de que o incentivo da empresa forneça uma contra-partida que facilite o serviço, como promover reuniões e ceder espaço físico para as atividades propostas pelos colaboradores.
O Papel da Empresa
Uma das ações propostas pela Itaipu para incentivar a criatividade e o interesse de seus colaboradores pelo serviço voluntário é o Banco de Projetos, que faz repasses financeiros a instituições filantrópicas escolhidas pelos próprios funcionários e com base em projetos desenvolvidos por eles. Em 2010 serão selecionados oito novos projetos, e cada um deles receberá um auxílio financeiro de dez mil reais. A proposta é uma tentativa da empresa de realizar um projeto com a maior participação possível de seus funcionários.
Para voluntários vocacionais, a empresa tem o papel fundamental de conciliar sua responsabilidade social ao prazer do funcionário. É o caso de Cristiane Fraga Pimenta, colaboradora da Itaipu. Voluntária durante boa parte de sua vida, participa da Força Voluntária desde sua criação, em 2005. Tenho muito mais facilidade em realizar o trabalho com o incentivo da empresa, que deixa tudo mais organizado, explica Cristiane, que realiza projeto junto a instituições infantis, como o Laca (Lar de Apoio a Crianças e Adolescentes), além de um grupo de escoteiros ambos já beneficiados pela Itaipu por meio do Banco de Projetos.
Embora a empresa não possa compensar o voluntarismo com prêmios ou dinheiro, Cristiane se sente gratificada por exercer sua cidadania: Acredito que eu sou mais beneficiada pelo meu trabalho voluntário do que as pessoas ou instituições a quem eu auxilio.
Entrevistados:
Alcione Andrade é formada em Publicidade e Propaganda pela Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUC-PR), e também possui especialização em Gestão e Sustentabilidade pela Fundação Dom Cabral. Ela é assessora de comunicação do Centro de Ação Voluntária de Curitiba há um ano, onde trabalha também com consultoria e análise de projetos.
Lilian Paparella é coordenadora do programa Força Voluntária da Itaipu Binacional desde 2003. Ela está na empresa há 21 anos, e é formada em Secretariado Executivo Trilingue pela Faculdade União das Américas (Uniamérica).
Cristiane Fraga Pimenta trabalha na Itaipu desde 1987 como mão-de-obra contratada. Em 1996 passou a fazer parte do quadro efetivo da administração da empresa. É formada em Administração de Empresas pela antiga Facisa (hoje Unioeste), de Foz do Iguaçu.
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Venda de material de construção cresce 19% em fevereiro
Segundo a Abramat, esse é o quarto mês com variação positiva
As vendas de materiais de construção no Brasil avançaram 19% em fevereiro na comparação com o mesmo mês do ano passado, mas recuaram 4,15% em relação a janeiro.
Os dados foram divulgados nesta terça-feira pela Associação Brasileira da Indústria de Materiais de Construção (Abramat).
Segundo a entidade, a queda na comparação mensal pode ser atribuída ao menor número de dias úteis em fevereiro.
- No acumulado do primeiro bimestre deste ano tivemos alta de 16,31%. Assim, mantemos a estimativa de fechar 2010 com um crescimento em torno de 15% -, disse o presidente da Abramat, Melvyn Fox, em comunicado.
Nos últimos 12 meses, o varejo de materiais de construção acumula queda nas vendas de 7,68%. Em fevereiro, as vendas de materiais básicos aumentaram 22,06% em relação ao mesmo período do ano passado, mas recuaram 4,45% ante janeiro.
Já as vendas de materiais de acabamento no mês passado cresceram 13,42% sobre fevereiro de 2009 e caíram 3,56% sobre o primeiro mês deste ano.
De acordo com a Abramat, fevereiro foi o quarto mês com variação positiva das vendas de materiais na relação anual. Para os próximos meses, a entidade estima a continuidade desse movimento, apoiado na manutenção da desoneração do Imposto Sobre Produtos Industrializados (IPI) sobre os materiais de construção e no avanço das obras do programa "Minha Casa, Minha Vida".
- A extensão do IPI reduzido para materiais de construção pode beneficiar ainda mais o consumidor 'formiguinha'. As reformas e ampliações autogeridas de moradias serão um fator primordial para manter a demanda aquecida -, acrescentou o presidente da Abramat.
Fonte: O Globo
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Aberto novo edital para obra rodoviária
Dnit publica edital de licitação para obras no Anel Rodoviário de Belo Horizonte
O Dnit (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes) publicou o edital de concorrência pública para as obras de revitalização do Anel Rodoviário de Belo Horizonte. A reforma nos 31,6 km do sistema será dividida em dois lotes, com prazo de execução previsto para três anos. O investimento do governo federal pode chegar a 837,6 milhões de reais.
O projeto prevê intervenções em 17 pontos, principalmente nos acessos, como os entroncamentos com as avenidas Amazonas e Pedro II. Estão previstas, ainda, a construção de 11 trincheiras, seis viadutos e oito passarelas.
Cada lote da licitação possui 15,8 km. O lote 1 é dividido em dois segmentos e deverá ter valor máximo de 281,7 milhões de reais. O primeiro segmento refere-se aos 13,67 km entre a saída para a MG-437 (Sabará) e o trevo do Bairro Califórnia, no entroncamento com a BR-040, sentido Brasília. Já o segundo segmento tem 2,13 km e destina-se às melhorias no entroncamento com a MG-435, sentido Caeté.
O lote 2 da concorrência prevê mudança em outros 15,8 km do Anel Rodoviário e é considerado mais complexo do que o primeiro, já que envolve intervenções em trechos onde ocorre o maior número de acidentes. O valor a ser liberado pelo Dnit para essa etapa é de 555,9 milhões de reais, quase o dobro do primeiro lote. Os recursos serão empregados em alterações desde o trevo de acesso ao Viaduto da Mutuca, na BR-356, até o Shopping Del Rey.
A concorrência, do tipo menor preço, é aberta a empresas de todo o País. As propostas deverão ser entregues no dia 5 de maio, às 09h30, na sede do Dnit em Brasília. Clique aqui para acessar o edital da licitação.
Fonte: PINIweb
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Brasil descobre a engenharia de confiabilidade
Especialização começa a chamar a atenção das empresas e de algumas das principais universidades do país
A engenharia da confiabilidade tem como foco a otimização de produtos ou processos que proporcionem o melhor desempenho com o menor custo. O grande desafio é fazer as companhias perceberem sua importância na redução de impactos ao meio ambiente, por exemplo. A confiabilidade é bastante flexível e pode ser aplicada em diversas áreas, como engenharia e desenvolvimento de produtos, qualidade, pós-vendas, manutenção e linhas de produção.
Para difundir o tema, ocorrerá um simpósio em São Paulo em maio deste ano para falar de confiabilidade. O evento tem entre os protagonistas o consultor sênior da ReliaSoft, Denis Mazzei. Trata-se de um dos principais especialistas do Brasil no assunto. Na entrevista a seguir, ele revela a aplicabilidade da Engenharia de Confiabilidade, principalmente no setor da construção civil. Confira:
No Brasil, o que deve fazer quem quiser se especializar em engenharia de confiabilidade?
Dependendo do nível que se deseja de especialização no tema, posso citar dois caminhos conhecidos do público industrial: as pós-graduações Lato-Sensu e Stricto-Sensu. Esta última, com direito a título, se dá quando o engenheiro, por exemplo, defende uma tese segundo um projeto desenvolvido voltado à engenharia de confiabilidade e suas aplicações. Já em São Paulo, a especialização Lato-Sensu é trabalhada por algumas universidades de ponta e vem ganhando muito terreno no segmento da manutenção. Desde já recomendo que se avalie bem o conteúdo técnico programático oferecido pela entidade educadora para que não se tenha surpresas ao final da especialização, já que neste nível torna-se mais abrangente no tema quando comparado ao anterior. Em qualquer uma delas, a região Sudeste surge no pódio destas qualificações, com bons investimentos em São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais. Além destes, posso citar os treinamentos rápidos que encontramos no mercado geralmente ditados por consultorias e assessorias que nivelam o profissional ao uso da metodologia com foco na análise e interpretação da Engenharia de Confiabilidade Aplicada.
Quais escolas já ministram o curso?
As melhores pós-graduações Lato ou Stricto-Sensu estão na FEI (Faculdade de Engenharia Industrial), na USP (Universidade de São Paulo), que possuem currículos nos dois graus, e na UNICAMP (Universidade de Campinas), que trabalha o tema também em uma pós-graduação focada à gestão de ativos para o nível Lato-Sensu e que vale destacar. No Rio de Janeiro, a UFRJ (Universidade federal do Rio de Janeiro) tem bons programas no tema, e, em Florianópolis, a UFSC (Universidade federal de Santa Catarina) possui cadeiras em ambas as qualidades. Em Minas Gerais, a PUC (Pontifícia Universidade Católica) inicia neste ano uma pós-graduação em confiabilidade também em nível Lato-Sensu.
A especialização em engenharia de confiabilidade exige que o profissional tenha uma formação em engenharia?
Depende do nível de especialização desejada pelo profissional. A graduação de engenharia é muito solicitada pelas pós-graduações quando no tema da Confiabilidade. Isto se explica facilmente, pois o assunto envolve conceitos e definições que constroem o ciclo básico de formação de todo engenheiro. Se o nível de especialização buscado é para o uso da metodologia, com interpretações para o convívio operacional, objetivando aplicações práticas e rápidas sem o mérito docente, as já mencionadas consultorias são uma excelente opção para os técnicos e outras áreas de ciências exatas.
A requisição deste profissional já é perceptível no mercado brasileiro?
Sem compararmos com outras categorias, o mercado ainda é muito restrito, industrialmente falando. Posso dizer que em anos de exercício profissional, esta categoria teve sua taxa média de profissionais triplicada. Ou seja, passou a ser um interessante diferencial possuir esta habilidade ou competência no mercado, porém com restrições nas grandes empresas ou aquelas que acompanham a tecnologia e as novas tendências. O site CRP - https://www.reliasoft.org/crp/crps.aspx - é um importante veículo internacional no qual encontramos os profissionais mais dedicados do mercado profissional no tema confiabilidade aplicada.
Em quais países a engenharia de confiabilidade está bem difundida?
Sem dúvida alguma, os Estados Unidos são referência na condução, aplicação e tratamento quando nos referimos ao tema. Embora de natureza sueca, seu mais famoso artigo foi apresentado em 1951 nos Estados Unidos: a A Statistical Distribution Function of Wide Applicability , honrado com medalhas de ouro pela ASME (American Society of Mechanical Engineers) em 1972. O artigo apresentava estudos de casos com a distribuição de Weibull que é de longe, a função estatística mais utilizada entre os engenheiros de confiabilidade. O engenheiro Waloddi Weibull conduziu seus estudos de Fratura, Fadiga e Confiabilidade, que tiveram ampla aplicação na engenharia de projeto durante mais de trinta anos e, historicamente, um requisito nato da sociedade americana ainda hoje.
Com quais ferramentas o engenheiro de confiabilidade trabalha?
Eu costumo utilizar o termo ferramentas para softwares e/ou sistemas que facilitam e dinamizam a vida profissional do engenheiro ou técnico. E, assim sendo, posso garantir que diante de uma infinidade de metodologias e técnicas que um engenheiro precisa compreender e utilizar, a aplicação da engenharia de confiabilidade pede o uso de softwares dedicados e práticos quanto à interpretação dos resultados analisados. As metodologias e teorias fundamentais do tema vão desde análises quantitativas como a LDA (Life Data Analysis), a SRA (System Reliability Analysis), a RGA (Reliability Growth Analysis), a FTA (Fault Tree Analysis) dentre outras e também análises qualitativas como a FMEA (Failure Mode and Effects Analysis) e o FRACAS (Failure Reporting Corrective Actions System), por exemplo.
O simpósio que o ReliaSoft promove está relacionado ao desenvolvimento sustentável. Dentro deste conceito, qual a aplicação da engenharia de confiabilidade na construção civil?
O tema é neutro e isto significa que, seja qual for a segmentação do mercado profissional, a sua aplicação é viável e sempre rentável quando afirmamos seus benefícios. No caso da construção civil, e dentro do conceito do desenvolvimento sustentável, com certeza o desperdício de materiais e a segurança operacional do usuário final são questões mais precisamente tratadas. O 8.º Simpósio Internacional de Confiabilidade, que será realizado em maio de 2010, em São Paulo, trará mais de trinta excelentes materiais que aplicam o tema confiabilidade e este ano mostrarão os benefícios gerados também para o mundo sustentável.
Na construção civil, a engenharia de confiabilidade poderia ser aplicada também na escolha dos materiais, valorizando durabilidade da obra, custo e sustentabilidade?
A engenharia de confiabilidade é também utilizada para seleção e especificação de materiais. Estuda o comportamento de vida e, com isso, a durabilidade do elemento de estudo com todas as métricas que acompanham este ciclo. Define com mais exatidão analítica os custos envolvidos tanto no projeto como na operação e manutenção, o que acaba definindo uma gestão mais apurada e linearmente precisa na tomada decisória das melhorias realmente necessárias. A sustentabilidade é uma tendência mundial que traz um conceito social, em minha opinião, extremamente importante por que lida com a questão do esgotamento dos recursos naturais do qual nos foi concebido. A engenharia de confiabilidade tem total parceria neste sentido.
Na engenharia civil há algum case que possa ser citado?
Na engenharia civil uma aplicação que vem ganhando muito know-how é a Confiabilidade Estrutural. Tal teoria avalia variáveis que validam uma estrutura segundo os aspectos, como o cisalhamento e resistência que são muito importantes para o segmento. Existem já muitas aplicações em estruturas de torres quanto aos extremos esforços que surgem com grandes tornados e ventos sobre elas. Na USP de São Carlos, o professor André Beck é um pioneiro brasileiro que ministra esta teoria e possui vários cases experimentais.
A engenharia de confiabilidade envolve equipamentos e projetos ou ela trata também do aspecto humano, podendo ajudar na montagem de uma equipe de profissionais, por exemplo?
Sem dúvida, o tema se mostra aplicável em quaisquer cenários que se deseja encontrar o comportamento de vida funcional de um objeto. O objeto humano é passível de falha e, portanto, estudar seu comportamento traz inúmeros benefícios. A profissão das Estatísticas ministra a Análise de Sobrevivência que, por teoria, acompanha a metodologia da confiabilidade e muito tem se aplicado desde a diagnose ao tratamento e pesquisa no campo da medicina. Escolher uma equipe de profissionais, por exemplo, envolve conhecer aspectos comportamentais cujas variáveis são estudadas pela Confiabilidade Humana. O tema já existe e se trabalha justamente nesta direção, a fim de buscar as melhorias mais atrativas e a melhor harmonia profissional seja numa equipe de trabalho, seja em toda a organização. Vale destacar o volume 10 da coleção do professor Doutor Carlos Amadeu Pallerosi, que relata exatamente a teoria e prática já conhecida deste tema.
Quem é o entrevistado
O engenheiro mecânico Denis Mazzei, formado pela Faculdade de Engenharia Industrial (FEI), atua há nove anos como consultor da ReliaSoft. Mazzei iniciou sua atuação em confiabilidade como engenheiro da EMBRAER, onde realizou análises de confiabilidade e disponibilidade para o mercado de defesa (área militar).
Como consultor de confiabilidade da ReliaSoft, Mazzei atuou na implementação da metodologia na Petrobras e também ministra treinamentos em todos os países da América do Sul para empresas como Mineração Rio do Norte, RECAP (Refinaria de Capuava), Johnson&Johnson, MWM International, Scania, Mectrom, TV Globo, Pan America, PDVSA, entre outras.
Contato com Denis Mazzei - Carolina Mendes: carolina.mendes@2pro.com.br (assessoria de imprensa)
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Obras ágeis e com qualidade
É função do engenheiro fazer uma análise consistente dos sistemas disponíveis com o objetivo de otimizar o trinômio prazo x qualidade x custo final
Executar empreendimentos com agilidade sem perder a qualidade é um dos atuais desafios da construção civil brasileira. Além de encarar prazos apertados e falta de profissionais capacitados, o setor ainda se depara com a necessidade de se adaptar a novos processos e tecnologias. O resultado é uma corrida contra o tempo em busca de soluções rápidas e viáveis para atender a demanda.
No caso da Copa de 2014, as cidades-sede dos jogos têm até 31 de dezembro de 2012 para apresentar as obras de estádios e infraestrutura, que já deverão estar prontas para receber a Copa das Confederações em 2013. Desburocratização e menos rigidez na fiscalização são algumas medidas previstas pelo governo para facilitar o cumprimento dos prazos estipulados. Já no caso das obras do programa Minha Casa, Minha Vida a questão será conciliar agilidade e qualidade a um orçamento reduzido.
Para falar sobre o assunto, o Massa Cinzenta entrevistou o presidente da Associação Brasileira de Engenharia e Consultoria Estrutural (ABECE), engenheiro Marcos Monteiro. Confira a entrevista:
Os prazos para a construção de obras públicas e privadas para atender a demanda da Copa do Mundo e das Olimpíadas são suficientes? O que o setor da construção civil deverá fazer para que as obras fiquem prontas em tempo hábil, sem perder a qualidade?
Os prazos, principalmente, no que diz respeito à Copa do Mundo, já começaram a ficar apertados; especialmente, se levarmos em consideração que o primeiro evento da Copa de 2014 é a Copa das Confederações, realizada um ano antes. Esse evento, que deveria ser um teste para a Copa, com certeza já está prejudicado. Temos que considerar que obras de instalações esportivas, infraestrutura e as demais que cercam eventos dessa envergadura, implicam em tempos de execução entre três e quatro anos. Quanto ao que deve ser feito para que as obras sejam executadas em tempo hábil, sem perder a qualidade, existe um tripé que deve servir de apoio para qualquer obra de engenharia: Projetos, Planejamento e Fiscalização. Se qualquer uma dessas pernas for deficiente, seja qual for o motivo, teremos problemas na execução.
Os maiores desafios serão burocráticos ou a fase de execução das obras é a que mais preocupa?
O que mais preocupa, sem dúvida, é a burocracia. Teríamos que já ter o planejamento global de todas as obras a serem licitadas. Temos as mais diversas demandas: água, esgoto, iluminação pública, instalações esportivas, estacionamentos, hospitais, transporte (urbano, aeroportuário, marítimo, etc.), entre outras obras que se inter-relacionam em função das demandas dos eventos e dos cadernos de encargos. Esse planejamento das cidades sede começa agora, de maneira lenta, a ser conhecido. Daí, teremos o grande problema que afeta as obras: como os prazos ficam apertados demais, os projetos são feitos de maneira atabalhoada e o planejamento da execução acontece junto com a obra. Essa situação leva aos problemas já conhecidos: projetos inadequados, licitações mal feitas, planejamento inexistente, obras sendo feitas sem orçamento adequado, retrabalhos, aditivos contratuais, serviços mal executados pela falta de fiscalização, etc.
Atualmente, existem diversas opções de sistemas construtivos que permitem a realização de obras com mais agilidade e qualidade. Portanto, em relação à parte técnica, há alguma coisa que ainda impeça a realização de obras dentro destes requisitos?
Talvez, o principal entrave na utilização de sistemas industrializados (sistemas pré-moldados ou estruturas metálicas), seja a falta de conhecimento, por parte dos executores, sobre as possibilidades que cada sistema oferece e os custos e prazos do processo completo. Como os sistemas convencionais têm um histórico conhecido acabam sendo a primeira opção considerada. Mas, hoje temos grande facilidade para obter informações e fazer análises adequadas de diferentes sistemas estruturais. Essa é uma das principais funções do engenheiro: fazer uma análise consistente dos sistemas disponíveis, objetivando otimizar o trinômio prazo x qualidade x custo final.
Como o setor está lidando com a escassez de mão de obra? Essa falta, sobretudo de profissionais qualificados, pode interferir no atraso e até mesmo na qualidade das obras?
Esse é um fator que já nos trouxe preocupação há dois anos e, sem dúvida, voltará a trazer. É verdade que várias ações vêm sendo conduzidas para formar profissionais para a construção civil, em especial, pelo SENAI. Mas, ainda assim, acredito que teremos problemas com a escassez de mão de obra, o que trará para a construção pessoas sem a formação adequada, o que compromete a qualidade do produto final. Daí, a importância da fiscalização. Se a fiscalização, seja em obras públicas ou privadas, não for eficiente, teremos problemas não só com os custos dos empreendimentos, mas também com os resultados obtidos.
Qual a importância do planejamento para a execução de uma obra com agilidade e qualidade?
O planejamento é o roteiro para execução de uma obra. Um planejamento bem feito irá prever não só o cronograma de execução, mas também a ordenação dos serviços e como eles se inter-relacionam, o dimensionamento das equipes para execução desses serviços, os quantitativos de materiais a serem empregados e o momento em que deverão estar disponíveis, as datas chave de entregas parciais de serviços, além dos desembolsos necessários em cada uma dessas fases. Portanto, um bom planejamento fornece informações importantíssimas para que se tomem ações corretivas caso os prazos não estejam sendo cumpridos, bem como fornece à fiscalização instrumentos para atuar de forma adequada. Por outro lado, é importante observar que um planejamento adequado pode ser efetuado a partir de projetos executivos bem elaborados, compatibilizados e detalhados.
As construtoras precisarão mudar a forma de gerenciar a obra? O que ainda pode ser melhorado na gestão?
Na verdade, o que precisa ser mudada é a cultura do improviso, do jeitinho brasileiro. Todo curso de graduação ou pós-graduação enfatiza a importância do planejamento e da utilização de ferramentas de gestão. O grande problema é o choque de realidade que o profissional vive ao chegar em uma obra. Pressões com relação a prazos e custos, projetos e planejamento inconsistentes, empreiteiros com grande rotatividade e outros problemas que dificultam, se não inviabilizam, a implantação do discurso de transformar a obra em uma linha de montagem.
Em um evento realizado no início do ano, em Brasília, o presidente Lula pediu "menos rigor" ao Tribunal de Contas da União e aos órgãos ambientais na fiscalização dos projetos e obras da Copa de 2014. O objetivo seria o de agilizar o andamento dos preparativos para o Mundial. Se, por um lado, a fiscalização menos dura pode contribuir para agilizar os processos, por outro, a falta de uma fiscalização mais rígida poderá fazer com que as obras percam qualidade, sejam mais caras e tragam danos ao ambiente. Como equilibrar isso?
A premissa da pergunta, a meu ver, é totalmente verdadeira. Afrouxar a fiscalização implica em obras mais caras, com menos qualidade e com maiores danos ao meio ambiente. E já vimos na história recente o quanto é perigoso o discurso que os fins justificam os meios. O que temos é que repensar os sistemas de fiscalização e licenciamento ambiental. É de conhecimento público inúmeras estórias de rigor excessivo nessas ações, muito além das exigências da legislação, em função da preocupação dos funcionários públicos em serem acusados de conivência ou leniência. Já passou do momento de se realizar um trabalho conjunto entre os três poderes para que estabeleçam critérios inteligentes e eficientes para fiscalização e licenciamentos, simplificando a legislação, tornando as regras claras ao fiscalizador e ao fiscalizado, removendo os entraves à produção e ao crescimento sustentável.
Em algumas regiões que receberão a Copa, o Ministério Público criou um grupo especial para acompanhar o planejamento e a execução das obras, como é o caso de Cuiabá. Porém, em relação à qualidade, quem fará este acompanhamento?
Creio que esse é um importante papel do Ministério Público. Mas, para que esse acompanhamento alcance os objetivos desejados, é de extrema importância que o órgão se estruture com a criação de um grupo técnico, formado por profissionais experientes, que se preocupe não só com os aspectos formais do contrato, mas sim com a adequação dos serviços executados. Esse acompanhamento deve ser anterior ao início da execução, avaliando os projetos desenvolvidos, as exigências da licitação e as informações prestadas aos participantes, e os compromissos assumidos pelo vencedor. Daí percebe-se a importância de que os órgãos públicos forneçam, na fase de licitação, não apenas os projetos básicos, mas os projetos executivos completos. Apenas dessa forma, a licitação fornecerá todas as informações necessárias a todos os participantes, uniformizando o nível de informações e dando ao Ministério Público e ao grupo técnico de apoio ferramentas para realizar uma fiscalização adequada.
E-mail de contato: Assessoria de imprensa da ABECE: jornalista Rosana Córnea, da Prefixo Comunicação: prefixocom@terra.com.br
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Novo horizonte tecnológico na construção
Investimento em pesquisa, intercâmbio e inovação faz surgir um novo modelo para a construção civil brasileira
A busca de intercâmbio na construção civil brasileira é um acontecimento relativamente recente. O marco é 1996, quando o governo federal criou o PBQP-H (Programa Brasileiro da Qualidade e Produtividade do Habitat). O instrumento nasceu com metas claras: melhorar a qualidade do habitat e agregar tecnologia à cadeia produtiva do setor. A partir daí foi que as empresas acordaram para a necessidade de fomentar seus colaboradores a trocar conhecimento e a investir em inovação.
O PBQP-H envolveu um conjunto de ações que estimularam uma reviravolta na construção civil, antes considerada excessivamente artesanal. Passados 14 anos da implantação do programa, o setor hoje coleciona avanços que vão desde a qualidade dos materiais até a qualificação de mão de obra, passando por normalização técnica, capacitação de laboratórios e a incorporação de tecnologias inovadoras.
Indústria do cimento e do concreto
Um dos vértices da cadeia produtiva da construção civil que mais ganhou com o investimento em pesquisa, intercâmbio e tecnologia foi a indústria do concreto. Segundo o consultor do Sindicato da Indústria da Construção Civil do Paraná (Sinduscon-PR), Marcos Kahtalian, o Brasil atualmente é referência mundial em pesquisa em concreto. O setor hoje produz um material de qualidade indiscutível. Por quê? Porque houve investimento em pesquisa e na evolução dos materiais, como o cimento, por exemplo.
Para Kahtalian, a indústria cimenteira se posiciona, dentro da cadeia produtiva da construção civil, entre as líderes em destinação de recursos para a pesquisa. É um setor que compete de igual para igual com a metalurgia, a cerâmica e a indústria de plásticos e PVC. São os que mais agregam inovação à construção civil, diz.
A entrada no mercado brasileiro de construtoras estrangeiras, como a norte-americana CH2MHill, que chega ao país para prospectar negócios em geração de energia, petroquímica e infraestrutura de portos e aeroportos, também estimula o setor a buscar intercâmbio. Quem hoje não investir em procurement internacional (aquisição de tecnologias fora do Brasil) vai ficar para trás, atesta Maurício Vizeu de Castro, diretor de Desenvolvimento de Negócios da Método Engenharia, uma das principais construtoras de São Paulo, e que recentemente tornou-se parceira da CH2MHill.
Minha Casa, Minha Vida
Através do programa habitacional Minha Casa, Minha Vida, o governo federal lançou em março mais um incentivo ao aprimoramento da construção civil. Acordo entre Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), o Ministério das Cidades e a Caixa Econômica Federal pretendem assegurar mais qualidade e tecnologia aos programas habitacionais e de infraestrutura.
O acordo, que também exige o atendimento dos materiais componentes e sistemas construtivos ao Sistema de Avaliação da Conformidade de Serviços e Obras (Siac) do PBQP-H, inclui obras do Programa Minha Casa, Minha Vida e do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).
O Siac tem como objetivo avaliar, do nível A ao D, a conformidade do sistema de gestão da qualidade das empresas de serviços e obras, considerando as características específicas da atuação dessas empresas no setor da construção civil, e baseando-se na série de normas ISO 9000.
O objetivo é enquadrar as construções às normas do PBQP-H. No caso dos programas habitacionais, as empresas que contratarem serviços e empreendimentos junto à Caixa, cuja somatória seja de até 500 unidades habitacionais, deverão ter no mínimo nível D no PBQP-H e o prazo para atingir o nível A será de 24 meses.
Já as empresas que contratarem de 501 a 750 unidades habitacionais deverão ter, no mínimo, nível C, e têm 18 meses para chegar ao nível A. De 751 a 1000 unidades, nível B, e até 12 meses para chegar ao nível A. Já para as empresas, cuja somatória fique acima de 1000 unidades, as empresas terão que ter nível A, o mais elevado.
O acordo terá vigência de 12 meses. Para o presidente da CBIC, Paulo Safady Simão, a importância do acordo está em garantir a qualidade dos projetos nessa área e induzir as empresas incluídas no programa a aperfeiçoar, cada vez mais, seus projetos e suas práticas.
Emails dos entrevistados:
Marcos Kahtalian é professor de Marketing de Serviços da UniFAE - Centro Universitário e consultor do Sinduscon-PR: marcosk@swi.com.br
Método Engenharia: Assessoria de imprensa: carolina.braziel@metodo.com.br
Ministério das Cidades: Assessoria de imprensa: sonia.barbosa@cidades.gov.br
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Kandovan Village
Casas esculpidas em rochas vulcânicas
Créditos: Vanda Pereira Cúneo - Assistente de Marketing
Kandovan é uma cidade turística perto de Osku e Tabriz, Irã. É famosa por suas casas especiais que estão dentro de rochas esculpidas. Algumas das casas têm pelo menos 700 anos e ainda são habitadas.
O que faz Kandovan aldeia tão singular é que muitas das suas casas foram feitas em cavernas localizadas em forma de cone, naturalmente formada pelas cinzas vulcânicas comprimidas que faz a paisagem parecer uma colônia gigante de cupim.
Devido à forma das residências, seus moradores são conhecidos como residentes de caverna moderna ou troglotidas (pessoa que vive em caverna).
A forma cônica se deve às cinzas vulcânicas e fragmentos de rochas expelido durante uma erupção do Monte Sahand, endurecido e modelado durante vários anos.
A combinação da paisagem natural e única e a maneira como os habitates adaptaram o ambiente, tornou Kandovan um destino popular para visitantes.
Cerca de 300.000 turistas visitam por ano a vila com 670 habitantes e o hotel caverna com 10 quartos acomoda os visitantes que desejam permanecer no local.
Utilização de cavernas como Habitação Humana
O material endurecido dos pilares é forte o suficiente para funcionar como paredes e pisos de uma casa enquanto permitindo, inclusive, uma maior formação de cavernas. O material também é um isolante eficiente e as casas trogloditas têm a reputação de ser muito eficiente em relação a energia, mantendo-se fresca no verão e quente no inverno.
A maioria das casas da caverna possuem entre dois e quatro andares de altura. Em uma típica casa de quatro andares, no chão ou primeiro andar é usado como um abrigo de animais, nos próximos dois andares são utilizados como áreas residenciais, e no piso superior é usado para armazenamento. Há relatos de túneis ligando as torres de propriedade de uma pessoa ou família.
Fonte: Heritage Institute
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