Construção industrializada: quando usar?

Sistema construtivo ganha mercado, mas não são todas as obras que se podem beneficiar dele. Saiba quando optar pelo pré-fabricado

A construção industrializada hoje já ocupa um bom espaço nas obras de grandes dimensões do país, principalmente, naquelas cujos prazos de execução são fatores determinantes.

A evolução de fabricantes e projetistas que atuam no segmento tornou o sistema construtivo capacitado para atender as mais variadas tipologias de obras - desde pequenos galpões até estádios e shopping centers.

Outra vantagem da construção industrializada é que ela praticamente transforma o canteiro de obras em uma linha de montagem, evitando desperdício de material e atendendo melhor os requisitos de sustentabilidade.

José Luiz V.C.Varela, diretor da ABECE

Para o diretor da Associação Brasileira de Engenharia e Consultoria Estrutural (ABECE), José Luiz V.C.Varela, o sucesso da construção industrializada exige que o setor seja mais rigoroso com o perfil das obras. Motivo: o sistema construtivo tem características específicas e não cabe em qualquer projeto.

Na entrevista a seguir, José Luiz V. C. Varela explica quando se deve optar pela construção industrializada e quais cuidados tomar para que a obra não corra nenhum risco de ter sua qualidade comprometida. Confira:

Hoje é possível transformar o canteiro de obras em uma linha de montagem, dada às soluções prontas que existem, a começar por estruturas pré-fabricadas. Mas quando é vantagem optar pelos sistemas construtivos industrializados?
Varela
- As estruturas pré-fabricadas no Brasil já são muito competitivas em diversos tipos de obras, como shopping centers, edifícios comerciais, galpões de pequeno porte, edifícios industriais de grande porte, centros de distribuição e construções escolares. Já no segmento de construções voltadas à habitação ainda é pequena a penetração do pré-fabricado, se comparado às edificações anteriormente citadas. Diria que as vantagens dos sistemas pré-fabricados aumentam mais em obras que são modulares, onde se tem um número grande de repetições de peças semelhantes.

Daria para dizer que se trata de um sistema construtivo para obras de maior dimensão?
Varela
- Sim. Mas é bom que fique claro que tudo que exigir a execução em concreto moldado in-loco, na maioria dos casos, é viável ser projetado e montado com estruturas pré-fabricadas. Boa parte da produção de pré-fabricados no Brasil tem origem em projetos que foram originalmente desenvolvidos para serem executados em concreto moldado in-loco e o pré-fabricado se mostrou uma alternativa de menor custo e prazo de execução.

É possível, então, afirmar que a opção por sistemas construtivos industrializados acelera a obra em comparação com o canteiro tradicional?
Varela - Sem dúvida, pois o tempo gasto para escavações é o mesmo para as duas alternativas. Na situação moldado in-loco, normalmente, executa-se toda a fundação e, posteriormente, se dá início à execução do edifício andar por andar. Hoje em dia, nos edifícios correntes, a média é executar um pavimento entre cinco a oito dias. No caso do pré-fabricado, na medida em que se tenha um número de fundações executadas, já é possível se iniciar a montagem de pilares que podem ser, por exemplo, de 18 metros, o que permite a montagem de seis pavimentos com 3 metros de pé direito de uma só vez. Quanto ao ganho de tempo, em shopping centers, por exemplo, a obra é executada em menos de 50% do tempo que levaria se fosse executada em concreto moldado in-loco.

Quando se opta por estruturas pré-fabricadas de concreto, quais cuidados o contratante deve observar?
Varela - Hoje contamos com a ABCIC (Associação Brasileira da Construção Industrializada de Concreto), que congrega a maioria das boas empresas de pré-fabricados do país. A entidade conta com um trabalho de certificação de seus associados através de auditorias independentes, que procuram implantar um programa de qualidade da produção, e após o cumprimento deste é emitido um selo de qualidade. A engenheira Iria Doniak, diretora executiva da associação, vem, nestes últimos anos, fazendo um grande trabalho, percorrendo várias capitais brasileiras divulgando a construção pré-fabricada e promovendo cursos sobre o tema. Portanto, é recomendável que aqueles que forem pela primeira vez contratar um fabricante de pré-fabricados contatem a ABCIC. Outro cuidado a ser tomado é na contratação dos projetistas, que devem ter experiência nesta modalidade de estrutura, que exige bom conhecimento no detalhamento geométrico das peças.

Em qual nível se encontra a construção industrializada do Brasil hoje e como está a fatia do mercado que ela ocupa atualmente?
Varela - Temos empresas qualificadas para fabricar e montar estruturas pré-fabricadas no mesmo nível que qualquer outro país industrializado. Uma limitação que existia era a falta de equipamento para içamento de peças pesadas. Porém, com o reaquecimento do mercado da construção, empresas locadoras de equipamentos começaram a suprir esta deficiência. Quanto à fatia do mercado de pré-fabricados, estima-se que ele ocupe algo em torno de 6% do total do volume de concreto produzido no país para edificações.

O canteiro de obras da construção industrializada gera mais ou menos empregos?
Varela - Se compararmos a mão de obra por área de estrutura executada, a construção industrializada necessita de bem menos funcionários. Por outro lado, exige uma mão de obra mais qualificada, principalmente, na produção e na operação da logística de estocagem, transporte e montagem, o que significa maior remuneração.

Em termos de segurança, a obra industrializada é mais ou menos segura do que os sistemas tradicionais de construção?
Varela - As estruturas pré-fabricadas para edificações têm que ser dimensionadas com o mesmo grau de segurança das estruturas moldadas in-loco, pois ambas têm que atender as mesmas normas de carregamento e dimensionamento, excetuando a NBR 9062/2003, que trata de projeto e execução de estruturas pré-moldadas, com verificações e dimensionamentos específicos para este tipo de estrutura.

Quem opta pelo sistema industrializado tem menos chance de a obra apresentar erros?
Varela - No caso dos pré-fabricados, se deve dar especial atenção na fase de detalhamento da geometria das peças que irão ser produzidas. Como várias das peças de uma estrutura têm um certo número de repetições, algum erro detectado apenas na fase de montagem pode implicar na perda de várias peças que já foram produzidas.

O que deve ser levado em consideração antes de se optar por um sistema construtivo industrializado? Tipo de empreendimento, localização geográfica e logística são fundamentais?
Varela - Na fase de projetos todas estas variáveis têm que ser levadas em conta. Como disse anteriormente, em princípio, qualquer tipo de edificação corrente pode ser projetada em pré-fabricados. A condição geográfica não é impedimento para se usar pré-moldados, pois a execução em canteiro, desde que seguidos os controles de qualidade na produção, são viáveis em termos de custos e prazos. O que vai limitar o tamanho e peso das peças são os equipamentos de movimentação e içamento que teremos disponíveis na região da obra.

No que programas como PAC e Minha Casa, Minha Vida têm servido para impulsionar os sistemas construtivos industrializados no Brasil?
Varela - Os fabricantes de sistemas que produzem kits de moradias populares em paineis pré-fabricados tiveram um grande impulso com o programa Minha Casa, Minha Vida. Já o PAC, na parte relativa a obras de infraestrutura, deve ativar os fabricantes que atuam no segmento de produção de vigas pré-fabricadas para as pontes.

Entrevistado:
José Luiz V.C.Varela, diretor da ABECE (Associação Brasileira de Engenharia e Consultoria Estrutural)
Rosana Córnea (assessoria de imprensa): prefixocom@terra.com.br

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Maior prédio comercial movido a energia solar do mundo é inaugurado na China

Empreendimento tem cinco leques de painéis solares instalados na cobertura, que ocupam uma área de cinco mil m², gerando 95% da energia necessária para o local

Créditos: Vanda Pereira Cúneo - Assistente de Marketing

A China inaugurou em Dezhou, no noroeste do país, o maior prédio comercial movido a energia solar do mundo. O empreendimento, conhecido como Altar do Sol e da Lua, possui cinco leques de painéis solares instalados na cobertura, que ocupam uma área de cinco mil m², gerando 95% da energia necessária para o local.

O edifício de 75 mil m² abrigará escritórios, centros de pesquisa científica, salas de reunião e treinamento, um centro de exposições e hotel. Além dos painéis solares, que economizam mais de 30% mais energia do que a meta de economia estipulada pelo governo, a concepção do projeto do prédio também foi ecoeficiente, exigindo apenas 1% da quantidade de aço que foi utilizada na construção do Ninho do Pássaro, um dos estádios olímpicos de Pequim.

Já com relação ao design, segundo o governo chinês, o prédio é inspirado em um relógio de sol e nos caracteres chineses para sol e lua. A cor branca adotada na fachada simboliza energia limpa, além de ajudar a refletir a luz do sol, reduzindo o calor.

O prédio será sede do 4º Congresso Mundial sobre Cidades Solares, que será realizado em 2010.

Empreendimento é conhecido como Altar do Sol e da Lua
Painéis geram 95% da energia necessária para o edifício
Cinco leques de painéis solares ocupam área de cinco mil m²
Cor branca da fachada simboliza energia limpa, além de ajudar a refletir a luz do sol, reduzindo o calor

Fonte: Pini

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Interoceânica leva o Brasil ao Pacífico

Rodovia é hoje a maior obra da engenharia sul-americana e realizará o sonho de ligar dois oceanos

Ponte sobre o rio Acre

Um corredor rodoviário que facilite ao Brasil escoar sua produção agrícola e industrial para a Ásia está prestes a se concretizar em 2011. No ano que vem será concluída a rodovia Interoceânica, que ligará a capital do Acre, Rio Branco, com as cidades portuárias de San Juan de Marcona, Matarani e Illo, no Peru, passando pela Bolívia.

Com 2,6 mil quilômetros de extensão, a obra é hoje o maior desafio à engenharia sul-americana, já que corta a Amazônia peruana e os Andes. Idealizada em 1994, o empreendimento trinacional é liderado pelo Consórcio de la Infraestrutura de Integración Sur Americana (Conirsa), que engloba as empreiteiras brasileiras Odebrecht, Andrade Gutierrez, Camargo Corrêa e Queiroz Galvão. Ao todo, 3.800 operários dos três países trabalham na construção da rodovia.

Rodovia Interoceânica

A nova rota Atlântico-Pacífico tem custo estimado de US$ 1,8 bilhão, dos quais o governo brasileiro está financiando US$ 450 milhões. Outra parte do investimento vem dos governos da Bolívia e do Peru e de Parcerias Público-Privadas (PPPs), o que fará com que a rodovia tenha trechos com pedágio. Mesmo assim, estima-se que o custo do transporte será mais barato do que o atualmente cobrado pelo Canal do Panamá - hoje a principal ligação entre os dois oceanos.

Segundo Gilberto Siqueira, secretário de planejamento do Acre, a redução de milhas de navegação fará com que o novo corredor atraia, inclusive, exportações de países europeus. “Estima-se uma economia de 80 dólares por tonelada, o que não é pouco. Seremos uma concorrência forte ao canal do Panamá, com potencial de atrair, a partir do porto de Suape, em Pernambuco, exportações europeias que precisem chegar à Ásia”, avalia.

Secretário Gilberto Siqueira

O cálculo estimado é que entre Rio Branco e os portos peruanos o trajeto pela Interoceânica seja percorrido em 72h. Do Canal do Panamá aos terminais do Peru, um navio leva pelo menos uma semana de viagem. A competitividade tende a mudar a economia da região. “A rodovia mudará a geopolítica do estado. O Acre passará a ser a saída do Brasil para a economia asiática”, diz Gilberto Siqueira. Segundo João Francisco Salomão, presidente da Federação das Indústrias do Estado do Acre, a construção da rodovia já atrai indústrias para a região. “Todo dia recebemos consultas de empresas interessadas em se instalar por aqui”, afirma.

Megaobra

Trecho em construção nos Andes: obra é o maior desafio da engenharia sul-americana

Chamada de la Carretera Interoceánica, a partir da Bolívia, a rodovia exige que sejam vencidos dois enormes obstáculos naturais: a Amazônia peruana, com muitos rios e vegetação densa, e a Cordilheira dos Andes, que tem 8 mil quilômetros de extensão e atinge quase 7 mil metros de altura em seu ponto máximo, o pico Aconcágua. Por isso, obras em concreto são fundamentais para vencer as barreiras. “Parece inacreditável, mas a rodovia tem 207 pontes. A maior parte delas no trecho de transição entre a floresta e a cordilheira”, disse o engenheiro Paolo Rocha, gerente de qualidade do consórcio Conirsa.

A megaobra não conta com túneis, mas tem um trecho que se esgueira pelas encostas andinas a mais de 4,5 mil metros de altitude, no ponto mais alto da estrada. Neste trajeto, há trechos que lembram a Estrada da Graciosa, no litoral paranaense. A estrada inclina-se a 45 graus e obriga os veículos a andarem a 40 km/h. Apesar da lentidão, por questões de segurança, será possível cruzar a parte peruana da estrada em 40h. Superado o obstáculo, avista-se o Pacífico – o ponto final da Interoceânica.

Texto complementar

Brasil e Chile investem na Bioceânica

Em recente visita ao Brasil, o presidente chileno Sebastián Piñera assinou, junto com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, acordos para a construção de uma outra rodovia que ligará os oceanos Atlântico e Pacífico.

Trata-se da Bioceânica, que sairá do Porto de Santos, em São Paulo, e chegará aos portos de Arica e Iquique, no Pacífico. A rodovia terá 3,8 mil quilômetros e cruzará Brasil, Bolívia, Paraguai, Argentina e Chile. O projeto estava em discussão desde 2007 e o próximo passo será a definição dos consórcios que irão tocar a obra. A Bioceânica utilizará trechos de rodovias já construídas nos cinco países.

Entrevistados:
- Gilberto Siqueira, secretário de planejamento do Acre - Antônia Tainá Pires da Silva, assessora de imprensa: tainapires.ac@gmail.com
- João Francisco Salomão, presidente da Federação das Indústrias do Estado do Acre : presidencia@fieac.org.br

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Traçar o perfil desejado é fundamental na hora de escolher um novo funcionário

Consultores de recursos humanos afirmam que o primeiro passo para uma boa contratação é traçar claramente os objetivos e habilidades que o novo funcionário deve ter

Anderson Belea

Apesar da grande oferta de mão de obra, muitas empresas encontram dificuldade na hora de contratar um novo funcionário. Segundo o consultor comercial, Anderson Belea, da Consultoria em Recursos Humanos RH Internacional, para garantir o sucesso da nova contratação é fundamental o preparo do profissional que fará a seleção. “O responsável por essa tarefa deve conhecer profundamente os valores da empresa e também as atividades a serem desempenhadas pelo novo funcionário”, afirma Belea.

A mesma opinião é compartilhada por Jonas Kaffka, diretor da Holden Consultoria e RH. “Sempre direcionamos o trabalho do profissional de recursos humanos que fará a contratação para que ele tenha um esboço detalhado daquilo que a empresa está buscando no novo funcionário”, diz. “Com esta orientação a empresa poderá explorar ao máximo o momento de entrevista e seleção, a fim de avaliar se o candidato realmente tem o perfil desejado”, resume Kaffka.

Anderson Belea ressalta que antes do início do processo de seleção a empresa deve definir as competências que serão úteis para a vaga em questão. “Conhecimentos, formação, experiência – todos os itens exigidos devem ser definidos antes, para que não ocorram confusões durante a seleção”, explica. Somente depois de definidos estes quesitos é que a empresa deve começar a divulgar a vaga e receber os currículos dos candidatos.

A entrevista

Com os currículos dos candidatos em mãos, a sugestão dos consultores é que o recrutador selecione, no máximo, cinco finalistas para cada vaga, para que o processo não se prolongue. Kaffka ensina como otimizar ainda mais o processo. “Antes de convocar o candidato para entrevista, podemos verificar por telefone os objetivos profissionais e pretensões salariais, evitando chamar candidatos que não estejam alinhados com os aspectos básicos da vaga em questão”, afirma.

No início da entrevista, o recrutador deve apresentar-se, detalhar a vaga e a proposta salarial, deixando bem claro o que a empresa exige e oferece. “A entrevista deve trabalhar perguntas abertas, com o entrevistado sempre falando mais que o entrevistador”, afirma Belea. O consultor ainda comenta sobre a análise da postura do candidato, que depende da função a ser exercida. Por exemplo: espera-se que candidatos para vagas comerciais sejam dinâmicos, persuasivos, de boa desenvoltura verbal e articulação de ideias. Para um engenheiro, espera-se que ele seja objetivo e técnico, demonstrando solidez nas suas afirmações e argumentações. “Tudo depende das exigências da vaga”, analisa o consultor da RH Internacional.

Para complementar o processo é interessante que a empresa aplique testes psicológicos e técnicos aos candidatos, com o objetivo de confirmar as impressões do entrevistador. “Cabe salientar que nenhum teste pode oferecer 100% de confiabilidade, mas reduz o risco de interpretações equivocadas”, ressalta Belea.

Processo final

Dentro de um processo seletivo, normalmente, apenas um profissional é contratado. “No momento de dispensar um candidato é muito importante deixar claro que o fato de não ter sido selecionado não significa que ele não esteja apto a exercer a profissão”, explica Jonas Kaffka. A franqueza é imprescindível, mas a cautela também é necessária. “É comum comunicar a eliminação do candidato por e-mail, agradecendo a participação e informando que alguns pré-requisitos não foram atendidos, mas que manterão seu nome no banco de dados para próximas seleções”, revela Belea. “E jamais mencionar argumentos que afetem moralmente o candidato ou que possam ser interpretados como preconceituosos”.

Dar a notícia de que o entrevistado foi contratado é a parte mais agradável do processo. “É interessante falar sobre a contratação por telefone, informando os procedimentos e documentações necessárias para efetivar sua contratação”, analisa Belea. Kaffka ainda comenta que o contato pessoal é importante. “A empresa pode chamar o candidato para uma conversa em sua sede, e aí sim dar entrada com o processo de admissão. Assim a relação empresa-colaborador se fortalece já no início do contrato”, analisa.

Entrevistados:
Anderson Belea - Profissional com formação em Administração/MKT pela Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM) atua há quatro anos como consultor comercial no setor de Serviços em Recursos Humanos, pela RH Internacional, para empresas de médio e grande portes, nacionais e multinacionais.
Contato: andersonbelea@rhi.com.br

Jonas Kaffka é diretor da Holden Consultoria e RH, desde 1998, atuando com seleção de profissionais para empresas de toda a América do Sul.
Contato: jonas@holdenrh.com.br

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FEICON BATIMAT apresenta inovações para o setor

Mais do que um evento para lançamento de produtos, a edição 2010 transformou-se em um catalisador de novos conceitos para edificações

FEICON BATIMAT 2010: realizada na primeira semana de abril, em São Paulo

A FEICON BATIMAT (Feira Internacional da Indústria da Construção) não pode mais ser considerada um evento apenas de produtos e serviços oferecidos pela cadeia da construção civil. Ela tornou-se um catalisador de inovações. Por isso, a cada ano - já está na décima oitava edição – atrai cada vez mais o interesse do setor.

Países como Alemanha, Argentina, China, Espanha, Estados Unidos, França, Itália, Coreia do Sul, Portugal e Turquia veem a feira como uma oportunidade de trocar informações e verificar tendências da construção civil. “O alto nível técnico das empresas nacionais e do exterior que participam da FEICON BATIMAT se traduz em referência anual para o mercado”, diz Jair Saponari, organizador do evento.

Entre os 597 expositores da FEICON BATIMAT, bateram recorde de visitação aqueles que apresentaram os seguintes produtos:

* Casa em placas de concreto que podem ser montadas e desmontadas em cinco dias.
* Portas ocultas, que permitem maior aproveitamento de áreas internas.
* Equipamentos para banheiros que dispensam o uso da descarga.
* Novos sistemas de isolamento acústico de janelas, que não alteram o visual da fachada do prédio ou da casa.
* Caça-ruídos, feitos de borracha reciclada de pneu.
* Chuveiros e banheiros “inteligentes”, que economizam água e energia.
* Luminárias LED, que utilizam apenas a luz solar como fonte de energia e funcionam sem a necessidade de energia elétrica nem fiação.
* Sistemas integrados de monitoramento para segurança residencial.

Em paralelo a FEICON BATIMAT, aconteceu a 12ª Feira Internacional da Indústria da Iluminação – Expolux. Jair Saponari, diretor de feiras da Reed Exhibitions Alcantara Machado, empresa responsável pela organização da feira, comenta que o ponto alto do evento deste ano foi o cenário positivo gerado pelo bom momento do mercado da construção e iluminação. “O destaque da FEICON BATIMAT 2010 e da EXPOLUX foi comprovado, inclusive, pela visita de autoridades do governo”, explicou.

A justificativa do sucesso, segundo Saponari, foi a união entre as duas feiras. “Elas tinham sido separadas e, em 2010, voltaram a compor a Semana Internacional da Indústria da Construção e Iluminação, e isso deu um novo gás ao evento”. Participar de feiras como a FEICON é importante tanto para o produtor quanto para o consumidor. “Esses eventos conseguem reunir as maiores marcas de varejo em um só lugar, facilitando o contato entre as empresas e estreitando parcerias entre as marcas, sem contar que servem de vitrine para os expositores apresentarem seus produtos ao mercado”, finaliza Saponari.

Simpósios

Neste ano, a FEICON BATIMAT apresentou também um fórum de debates sobre tendências da construção civil, realizando simpósios e seminários. Entre eles, o Seminário Gestão de Custos e Produção de Empreendimentos Imobiliários, Metodologias de Trabalho para um Novo Ciclo de Crescimento da Construção Civil; a 2ª Conferência Internacional de Arquitetura FEICON BATIMAT, que discutiu a programação de obras a serem executadas nas cidades-sede da Copa do Mundo; e o Seminário Green Building Council: Construindo um Brasil Sustentável.

Paralelamente aos debates, a rodada internacional de negócios da FEICON BATIMAT atraiu compradores de Angola, Chile, Emirados Árabes e Panamá, além de empresas nacionais, confirmando a expectativa do setor para 2010. “A retomada no ritmo das vendas gerou ânimo extra na feira”, disse Cláudio Conz, presidente da ANAMACO (Associação Nacional dos Comerciantes de Material de Construção).

Com grandes expectativas, o setor trabalha com previsão de faturar entre 10% e 12% a mais este ano, se comparado ao exercício de 2009. São índices que superam até mesmo o crescimento projetado para o PIB (Produto Interno Bruto) do país para 2010, entre 5% e 6%.

E-mails dos entrevistados:
Assessoria de imprensa da FEICON BATIMAT
Tuca Castro: tuca.castro@reedalcantara.com.br
Sheila Pala: sheila.pala@reedalcantara.com.br
Elaine Tessarolo: elaine.tessarolo@reedalcantara.com.br

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Por que o Morumbi não serve para a Copa do Mundo?

Presidente da CBF, Ricardo Teixeira, diz que novo projeto não capacita o estádio, mas consultor do Sinaenco discorda

Morumbi precisa aumentar área de imprensa, arquibancadas e visibilidade dos torcedores

O presidente da CBF (Confederação Brasileira de Futebol), Ricardo Teixeira, afirmou que o estádio do Morumbi, em São Paulo, não deverá receber a cerimônia de abertura da Copa do Mundo de 2014. Segundo ele, o projeto elaborado por Ruy Ohtake em parceria com o escritório alemão GMP (Gerkan, Marg und Partner) não atenderia a todas as exigências da Fifa para abrigar o jogo de estreia da competição.

"Faço questão de dizer que o problema é com o estádio, não com a cidade. Eles (os projetistas) mandaram uma nova proposta e ela novamente não se enquadra no projeto que a Fifa exige. A impressão que dá é que estão fazendo coisas paliativas", afirmou Teixeira. "Para pretensão de abertura de Copa do Mundo, as necessidades que a Fifa exige são muito superiores àquelas que estão sendo propostas", completou.

Os problemas técnicos mencionados por Teixeira seriam os pontos cegos de visibilidade e a área pequena para a imprensa. Este problema poderia ser resolvido aproveitando uma parte da área da arquibancada, porém, a capacidade do estádio ficaria abaixo da permitida para receber a cerimônia de abertura da Copa. "A solução para aumentar a capacidade seria rebaixar o gramado e, com isso, tirar a pista de atletismo, aproximando as arquibancadas e ganhando mais lugares. Isso já foi feito na última modificação do projeto e, em tese, (a sugestão) foi aceita pela Fifa", explica Jorge Hori, urbanista e consultor do Sinaenco (Sindicato Nacional das Empresas de Arquitetura e Engenharia Consultiva).

"Ainda há outras pendências que a Fifa exige no entorno do estádio, como uma área de 80 mil m² para a instalação de tendas, chamadas de village, que ainda não foi contemplada no projeto. Há também o problema do estacionamento, mas isso dá para ser resolvido", acredita Hori.

De acordo com o especialista, apesar destas falhas técnicas do Morumbi, o estádio ainda é a melhor opção na cidade para a Copa. "Até daria tempo de fazer um novo estádio em Pirituba ou em Itaquera, onde ainda há espaço, mas seria um investimento enorme e inviável", afirma.

Quanto ao Morumbi ter ou não capacidade de receber a cerimônia de abertura dos jogos, Jorge Hori é enfático: "A Fifa e a CBF não teriam nenhuma outra alternativa, a não ser fazer a abertura e o encerramento no estádio do Maracanã, no Rio de Janeiro". Segundo Hori, Brasília e Belo Horizonte também eram opções para a abertura dos jogos, mas a crise política comprometeu Brasília e a capital mineira não tem a estrutura hoteleira necessária para o evento. "Haverá uma negociação, mas no fim o (estádio do) São Paulo vai acabar recebendo a abertura da Copa", finaliza.

Fonte: Piniweb

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Inscrições abertas para o II Prêmio ANAPRE de Planicidade e Nivelamento

A premiação destacará obras com área maior que 2.000 m2 e que contemplem as especificações dos índices de planicidade e nivelamento

Estão abertas as inscrições para a segunda edição do Prêmio ANAPRE de Planicidade e Nivelamento, concurso promovido pela ANAPRE (Associação Nacional de Pisos e Revestimentos de Alto Desempenho) em parceria com a SIKA.

Podem concorrer ao Prêmio empresas associadas executoras de pisos que tenham construído, no período de 1º de maio de 2009 a 30 de maio de 2010, obras com área mínima de 2.000 metros quadrados com projeto de piso que contemple as especificações dos índices de planicidade e nivelamento. É necessário também que tenham FNumbers medidos por profissional certificado pelo fornecedor do equipamento de medição e que o piso esteja com 100% de sua área medida e avaliada.

A empresa participante poderá inscrever quantas obras quiser e, com estas, estará automaticamente concorrendo ao título de vencedora e/ou ganhadora de menção honrosa.

As informações de cada obra concorrente serão verificadas, avaliadas de acordo com os critérios estabelecidos no regulamento e validadas/julgadas por uma comissão julgadora constituída por membros da diretoria da ANAPRE, da SIKA e de profissionais que representam a sociedade.

Vencerá o concurso a empresa executora que obtiver o maior índice de desempenho construtivo obtido pela soma corrigida dos índices globais de planicidade e nivelamento e será concedida uma menção honrosa à segunda classificada.

A empresa vencedora será contemplada com um troféu e com uma viagem para participação no World of Concrete 2011, em Las Vegas (USA) e será entregue uma placa alusiva ao evento à segunda colocada.

A premiação ocorrerá durante o 4º Seminário de Pisos e Revestimentos de Alto Desempenho, promovido pela ANAPRE na Concrete Show South America 2010, que acontecerá no mês de agosto no Transamérica Expo Center, em São Paulo (SP).

As inscrições devem ser efetuadas até o dia 30 de junho de 2010 por intermédio do endereço www.anapre.org.br/premio2010 onde constam todos os detalhes sobre o regulamento. Outras informações podem ser obtidas pelo telefone (11) 3231-0067 ou pelo e-mail anapre@anapre.org.br.

Sobre a ANAPRE
A ANAPRE é a entidade de classe que reúne projetistas de piso, executores de pisos de concreto, fabricantes de insumos para pisos de concreto e para revestimentos de alto desempenho, fabricantes de revestimentos, consultores, fabricantes de equipamentos e laboratórios de pesquisas e de ensaios de materiais preocupados com o futuro do segmento, estabelecendo procedimentos, práticas recomendadas e promovendo a constante discussão sobre a normalização dos vários tipos de revestimentos e suas aplicações. Fundada oficialmente em 30 de abril de 2004, conta com filiados em diversos Estados e investe, atualmente, na constituição de regionais que visam não só difundir as ações mais amplas do setor como discutir questões locais e, ainda, na promoção da capacitação do mercado por meio de ações em universidades, cursos e seminários.

Fonte: Prefixo Comunicação – Assessoria de Comunicação da ANAPRE

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Mulheres na construção civil

Elas são maioria nas universidades e, aos poucos, vão conquistando espaço nos postos de trabalho

Segundo dados no Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), entre os anos de 2002 e 2008, a participação feminina nos postos formais de trabalho registrou crescimento de 40,9% contra 34,5% dos homens. E elas, cada vez mais, vêm conquistando espaço em profissões, tradicionalmente, masculinas. Na área da construção civil, este cenário não é diferente.

Carolina Stilhano

Uma pesquisa realizada pela Catho Online, em março de 2010, aponta que 18,43% dos profissionais da área Industrial/Engenharia são mulheres. “Hoje não há mais restrição das empresas na hora de selecionar novos empregados – preferir um funcionário homem ou mulher é item discriminatório”, explica Carolina Stilhano, gerente de comunicação da Catho Online.

Com o objetivo de discutir formas de inclusão da mulher no mercado de trabalho e em cargos de liderança, o Conselho Federal de Engenharia, Arquitetura e Agronomia (Confea) criou um Grupo de Trabalho (GT) para debater esta questão, principalmente, nas profissões regulamentadas pelo órgão. “Apesar do significativo crescimento da participação feminina na construção civil, se comparado com outras áreas profissionais, ele está bem abaixo. Ainda é preciso muito trabalho para equilibrar esses números”, explica a arquiteta e urbanista Ana Karine de Sousa, uma das participantes do GT do Confea.

Ana Karine Batista de Sousa

Dentre as áreas da construção civil, as mulheres se destacam mais no ramo da arquitetura, avalia Ana Karine. “A mulher tem muita sensibilidade e esta é uma característica fundamental para a arquitetura”, explica.

Mudanças à vista

Nas universidades, as mulheres são maioria. Na Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR) 70% dos alunos dos cinco anos do curso de Arquitetura e Urbanismo são mulheres. “Na minha sala, por exemplo, dos 60 alunos 50 são mulheres e eu vejo isso também nos outros anos”, afirma a estudante do 4° ano, Luciana Ribeiro. Já no curso de Engenharia Civil o número é menor, apenas 35%. No entanto, esta estatística mostra como será o futuro da construção civil: uma área cada vez mais ocupada pela presença feminina.

Luciana escolheu seguir a profissão de arquiteta por afinidade com o trabalho. “Sempre gostei de desenho, de pensar nos ambientes e em como melhorá-los. Acho essa parte da rotina do arquiteto muito interessante e estimulante”, explica Luciana.

Bárbara Boeing tem 24 anos e é recém-formada em Engenharia Civil pela Universidade Federal do Paraná (UFPR). Ela conta que, mesmo entre as colegas que estão saindo da faculdade, a maioria escolhe focar suas carreiras na área de projetos. “Engenheiras civis de obras, mesmo, são poucas. Eu, na verdade, não conheço nenhuma além de mim”, diz Bárbara.

Sua rotina é dividida entre o escritório e as obras. Para ela, o que leva muitas mulheres a trabalhar apenas com projetos é o ambiente de uma obra. “São muitos homens e o engenheiro tem que coordenar toda a obra. Mas eu nunca tive problemas, muito pelo contrário: todos me respeitam, principalmente, por ser a única mulher no meio daquele universo masculino”, revela.

Entrevistadas:
Carolina Stilhano - atua há mais de 10 anos em Assessoria de Imprensa e Jornalismo Corporativo. Pós-graduada em Marcas e Marketing com especialização em Comunicação Empresarial e Interna. Formada em Jornalismo pela PUC-SP, com pós-graduação em Marcas e Marketing (Propriedade Intelectual) e também em Comunicação Empresarial. Após trabalhar em empresas como Fedex e Qualidade Produções, hoje é gerente de comunicação da Catho Online.
E-mail: cstilhano@catho.com.br

Ana Karine Batista de Sousa - Formada em Arquitetura e Urbanismo pela Universidade Federal do Piauí, é especializada em Ciências Ambientais e possui MBA em Gestão de Obras e Gerenciamento da Construção Civil. Ex-diretora Geral Da Mútua Piauí (Caixa de Assistência dos Profissionais do Crea Piauí), é proprietária do escritório Ana Karine Arquitetura e Interiores e Conselheira Federal do Confea.
E-mail: anakarineb@gmail.com

Bárbara Boeing - Recém-formada em Engenharia Civil pela Universidade Federal do Paraná (UFPR), trabalha na Construtora Harbor.
E-mail: barbaraboeing@hotmail.com

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Placas Cimentícias

Com o crescimento da construção civil as placas cimentícias ganham novamente espaço no mercado

Créditos: Engª. Giovana Medeiros - Assessora Técnico Comercial Itambé

As placas cimentícias surgiram na década de 70, mas sua utilização se tornou cada vez mais frequente devido ao crescimento do mercado de construção industrializada. Sua aplicação é destinada a fachadas, forros, paredes com steel frame, paredes internas e externas, entre outras.

Atualmente, a arquitetura moderna tem conferido muito valor e atenção às placas cimentícias, devido ao seu efeito estético quando empregada ao natural, simulando assim um concreto aparente. Nas obras elas têm se destacado pela qualidade, rapidez de instalação e limpeza durante sua montagem.

As placas são resultantes da mistura de cimento Portland, agregados, adições ou aditivos, e reforçada com fibras, fios, filamentos ou telas. Suas principais características são: elevada durabilidade, grande resistência a impactos e à umidade, baixo peso próprio, baixo custo, além de ser compatível com quase todos os tipos de revestimentos.

É de grande relevância garantir que profissionais qualificados acompanhem a execução das placas cimentícias, para evitar trincas, destacamentos, folgas e juntas malfeitas que comprometem não apenas a estética como o sistema de vedação da parede. Deve-se atentar que cada aplicação, requer cuidados específicos, indicados pelos próprios fabricantes. Caso não se tenha em mente a função que o material deve exercer, pode ocorrer uma indicação de uso inapropriado.

As placas para uso externo, por exemplo, devem apresentar maior resistência, para suportar as variações climáticas, o contato com a umidade e com a insolação direta. No caso de aplicação em fachadas, indicado na Figura 1, as solicitações dos ventos e das cargas horizontais também devem ser levadas em consideração.

Figura 1

O primeiro passo em direção a padronização e qualidade dos produtos ofertados ao mercado brasileiro acaba de ser dado. A NBR 15498 - Placa plana cimentícia sem amianto, que vigora desde agosto de 2007, é a primeira norma nacional a estabelecer os requisitos, métodos de ensaio e as condições de recepção das placas planas cimentícias reforçadas com fibras, fios, filamentos ou telas. Portanto, fica a expectativa que esta norma fomente ainda mais melhorias nos produtos e serviços beneficiando o consumidor final.

Jornalista Responsável - Altair Santos MTB 2330 - Vogg Branded Content


Setor da engenharia se une contra a corrupção

Movimento nacional se alia a organismos de fiscalização para combater desvio de recursos em obras públicas

Um movimento coordenado pelo sistema Confea/CREA, lançado em fevereiro deste ano, pretende combater a corrupção em obras públicas. Com o apoio de ONGs como Transparência Brasil e Instituto Ethos, entre outros organismos de defesa do cidadão, a ação foi oficialmente batizada de “Movimento pela Ética e Anticorrupção no Setor Tecnológico”.

Obras públicas servindo de dutos para escoar desvios de recursos não é uma exclusividade do Brasil. Dados da Sociedade Americana de Engenheiros Civis (ASCE) e do Centro de Infraestrutura Global de Anticorrupção (GIACC, sigla em inglês) revelam que a corrupção no setor gera um prejuízo mundial de até US$ 300 bilhões por ano. As perdas ou danos em um projeto podem resultar de uma ampla variedade de atividades de corrupção, como apropriação indevida de recursos, suborno, extorsão, fraude, cartéis, peculato e abuso de poder.

Marcos Túlio de Melo, presidente do Confea/CREA

Com o movimento anticorrupção lançado no Brasil, o Sistema Confea/CREA segue orientação do Conselho Mundial dos Engenheiros Civis (WCCE), que recomenda às organizações profissionais a criação de mecanismos que possam ajudar na fiscalização de obras. Para Marcos Túlio de Melo, presidente do Confea/CREA que também ocupa a vice-presidência do WCCE, o combate à corrupção deve levar ao aperfeiçoamento de processos licitatórios e também provocar mudanças na legislação. É o que ele explica na entrevista a seguir. Confira:

Como surgiu a ideia deste movimento anticorrupção?
O envolvimento das organizações profissionais da engenharia no combate à corrupção é estimulado pelo Conselho Mundial dos Engenheiros Civis e já foi adotada em alguns países. No Brasil, atuam diversas organizações de combate à corrupção e defesa da ética, como a Transparência Brasil, o Instituto Ethos, o Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral e a Associação Brasileira contra a Corrupção e a Impunidade (Abracci). Queremos agora focar na área tecnológica, que é onde estão concentrados os grandes investimentos do país.

O movimento anticorrupção vai focalizar nas obras públicas voltadas para os eventos Copa do Mundo 2014 e Olimpíadas 2016 ou pretende abranger todas as obras públicas em construção?
Pretende abranger todas as obras e serviços de nossa área da atuação. Como profissional, diretor ou proprietário, o engenheiro, o arquiteto ou o agrônomo tem conhecimento suficiente para propor medidas que evitem a corrupção. Por exemplo, hoje um dos grandes problemas é a falta de projeto técnico executivo detalhado de obras ou serviço em processo de contratação. A ausência de projetos provoca a elevação dos custos ou mesmo a paralisação das obras. Nos dois casos, o prejuízo maior é da sociedade.

Como o movimento se articula para fiscalizar? Haverá participação de organismos como Tribunal de Contas e Ministério Público?
A fiscalização é feita pelos conselhos regionais (CREAs) em parceria com outros órgãos públicos. Junto ao Tribunal de Contas, Ministério Público e Corregedoria da União e dos Estados, pretendemos realizar parcerias para identificar os riscos de corrupção e propor medidas que os minimizem, seja na legislação, seja nos procedimentos dos órgãos públicos e das empresas.

Quais seriam os casos emblemáticos de obras que tiveram malversação de dinheiro?
Existem muitos casos já levantados em relatórios do Tribunal de Contas da União e em relatórios da Polícia Federal, que saem toda semana na mídia. Mas não podemos nos contentar só com as denúncias. Precisamos de medidas concretas para acabar com a corrupção. Um bom exemplo é o projeto de lei 6616/2009, apresentado pelo Executivo, que tipifica a prática de suborno como crime hediondo.

Além de apurar irregularidades, o movimento pretende também sugerir propostas para reduzir casos de corrupção em obras?
O movimento não vai apurar irregularidades. O que pretendemos é identificar os gargalos e situações que permitem a corrupção e assim buscar soluções que possam ser adotadas pelo poder público e pelas empresas. A ONG Transparência Brasil e a Controladoria Geral da União fizeram um excelente trabalho com a elaboração do Mapa de Risco da Corrupção. O objetivo do projeto é capacitar gestores a levantarem os riscos e conscientizar sobre a necessidade de reduzi-los. Esta é uma das ferramentas que pretendemos discutir em parceria com as entidades profissionais e empresariais.

Existe um número de quanto o país perde, em dinheiro, com esse problema de corrupção em obras?
Este é um dos estudos que o movimento poderá desenvolver, em parceria com ONGs e organismos de controle da União e dos Estados. Mas quando falamos em corrupção não podemos esquecer que existem dois lados: o do corrupto e o do corruptor. Então, o problema não está só em quem contrata, mas também em quem executa. Portanto, além de combater a impunidade, precisamos conscientizar a todos para extirpar a prática da corrupção em todos os meios. As empresas não podem ter receio de perder negócios. O Relatório Global de Corrupção 2009, elaborado pela ONG da Transparência Internacional, demonstra que a maioria das empresas que adotaram procedimentos anticorrupção melhorou seus negócios.

Textos complementares

Brasil perde R$ 100 bilhões por ano com corrupção

O gasto com corrupção no Brasil está estimado em R$ 100 bilhões, cerca de 4,3% do Produto Interno Bruto (PIB) – dados referentes a 2008. O custo anual para a União representa duas e meia arrecadações da extinta CPMF. Isso significa um gasto anual per capita de R$ 800,00 ou de R$ 67,00 por mês. Segundo dados do Banco Mundial, caso a corrupção fosse estancada no país, a renda per capita brasileira poderia passar dos R$ 9.743,00 para R$ 16.394,80, o que representaria um crescimento de 68,72%.

Para o fundador, e ex-presidente da ONG Transparência Internacional, Peter Eigen, o Brasil pode ser considerado um exemplo positivo e negativo de como combater a corrupção. A ambiguidade do país está caracterizada, segundo ele, pela não implementação da convenção internacional da OCDE (Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico), lançada em 1999, que criminaliza a cobrança de subornos por parte de empresas que atuam no exterior.

Por outro lado, reconhece que os brasileiros já conseguiram alguns importantes avanços no que diz respeito ao combate à corrupção – incluindo o afastamento de governantes. O segredo do sucesso nesse tipo de iniciativa, segundo ele, é a mobilização da sociedade civil cobrando punições.

Para ele, países que figuram com frequência entre os menos corruptos, como a Finlândia, a Dinamarca, a Suécia e a Islândia têm um alto nível de transparência, permitindo o acesso do público aos arquivos do governo. “Há uma liberdade de informação que torna possível aos cidadãos ir a qualquer agência do governo e solicitar informações. Isso tem um tremendo impacto sobre os funcionários públicos, que ficam com menos coragem de cometer irregularidades”.

Na sua visão, no Brasil pode-se encontrar exemplos de como se deve combater a corrupção e, também, de como não se deve. Argumenta que o sistema de combate à corrupção pode ser fantástico, pode haver excelentes leis penais, imprensa independente, ombudsman, mas sem um sistema judiciário independente, todo o resto é inútil. “Todo o sistema precisa passar por uma revisão das próprias pessoas”, concluiu.

Fonte: Transparência Internacional

Mianmar é o mais corrupto

Mianmar (ex-Birmânia) é a nação com os maiores índices de corrupção do mundo, segundo o relatório da organização Transparência Internacional (TI). O Índice de Percepção da Corrupção destaca que esse fenômeno continua ´fortemente´ associado à pobreza, que castiga países como Mianmar e Somália, que aparecem nos últimos lugares da lista da TI.

O índice analisa 180 países e territórios, e os qualifica com uma pontuação de 0 a 10 (de mais a menos corrupção). Três de cada quatro nações obtiveram pontuações inferiores a 5. Entre às nações latino-americanas, as melhores posições são do Chile e Uruguai, enquanto as piores são do Haiti, da Venezuela e do Equador.

Países mais corruptos do mundo
Mianmar
Somália
Iraque
Haiti
Tonga
Uzbequistão

Fonte: Transparência Internacional

Email do entrevistado:
Marcos Túlio de Melo, presidente do Confea/CREA
Assessoria de imprensa: Aloísio Lopes (aloisio.lopes@confea.org.br)

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