Comunicação vira alicerce da boa construção
Se fazer entender pelo canteiro de obras é hoje um dos pontos chave para que o projeto tenha uma gestão eficiente
A utilização eficiente da comunicação é considerada, atualmente, como um dos fatores de sucesso para a gestão de projetos na indústria da construção civil. Para isso, é preciso que ocorram mudanças no papel da liderança, com a adoção de novos conceitos e na forma de compreender a organização da construção. "O canteiro de obras hoje exige da liderança novos paradigmas da produção", defende o engenheiro e professor da Unioeste (Universidade Estadual do Oeste do Paraná) Ricardo Rocha de Oliveira.
Integrante do GESTCON (Grupo de Gestão da Construção), ele avalia que a diferença entre construções que cumprem o cronograma e não desperdiçam material, para aquelas que operam de forma caótica, passa pela liderança e comunicação na gestão da construção civil. Como atingir isso, é o que ele explica na entrevista a seguir. Confira:
Daria para dizer que há um vácuo entre o que se ensina na teoria e o que a construção civil é, na prática, e que, por isso, se criam problemas de comunicação?
Ricardo - É preciso discutir e desenvolver teorias que sejam fundamentadas e utilizadas nas práticas da construção civil. Atualmente a maior parte das teorias apresenta a comunicação de uma forma limitada e, às vezes, equivocada. O processo de comunicação é visto somente como a circulação de informação para dar a conhecer o que deve ser feito, como deve ser feito e quem faz o quê. O processo de comunicação deve ser pensado através de perspectivas mais amplas, na forma como as pessoas efetivamente fazem no seu dia-a-dia. Esse processo deve ser compreendido como um sistema de interações entre pessoas e grupos que se interligam e se influenciam mutuamente. A melhor forma hoje de compreender essa interação é como uma conversação. As conversações são formas eficazes de compreender e desenvolver um processo de comunicação adequado à gestão das obras na construção civil.
Uma comunicação bem direcionada no canteiro de obras é capaz de tornar a construção mais ágil e ajudá-la a não atrasar o cronograma?
Ricardo - Na concepção de comunicação como conversações é preciso entender que o papel dos responsáveis pelas obras é o de um líder. A ação dos líderes deve estar voltada para a articulação e ativação de uma rotina de conversações que criam as conexões de compromissos para se atingir os objetivos estabelecidos para aquela construção, tais como prazo e qualidade. Nessa compreensão, a tarefa do líder passa a ser produzir confiança entre as pessoas participantes da rede de compromissos para permitir que os diversos grupos se enxerguem dentro de desempenhos factíveis e possam aprender a conectar os interesses de cada um aos interesses gerais do projeto.
Como os cursos de engenharia têm lidado com o choque cultural do engenheiro saído dos bancos acadêmicos e seus subordinados, muitas vezes, com baixa qualificação?
Ricardo - Em geral, os cursos de engenharia ainda apresentam uma maior atenção à formação com relação aos aspectos técnicos. No entanto, está havendo uma grande evolução nos últimos anos, na busca de introduzir aspectos sócio-comportamentais ao conjunto de competências desenvolvidas durante a formação acadêmica. Hoje há exigência de estágio em todos os cursos de graduação, como um processo de interação entre a teoria ensinada nas universidades e a vivência prática necessária à adaptação do profissional ao seu campo de trabalho. Outras boas iniciativas têm ocorrido nos processos de qualificação de profissionais em cursos de pós-graduação (especialização, mestrado e doutorado). Vários trabalhos são desenvolvidos em estudos em empresas construtoras e em ambientes de obras, com o desenvolvimento dos profissionais nesse processo. Algumas construtoras têm buscado parcerias com programas de pós-graduação e absorvido esses profissionais. Para o entendimento de comunicação e liderança como conversações esse processo é muito importante. Os profissionais interagem e começam a compreender formas de se relacionar com pessoas e grupos de diferentes origens. Esse processo é o que forma líderes, eles passam a compreender que é necessário conversar adequadamente em ocasiões distintas, usar diferentes meios de comunicação e diferentes formas de linguagem para diferentes públicos.
Qual o caminho para que um responsável por um projeto consiga liderar o canteiro de obras?
Ricardo - Ao compreender o papel fundamental das conversações para o gerenciamento das obras, o líder passa a ter uma função de produzir a confiança necessária de forma que as pessoas unam seus interesses, coordenem ações, aprendam e façam inovações juntas. O papel do líder passa a ser o de moldar as circunstâncias onde os grupos envolvidos desenvolvam um entendimento compartilhado, cultivam a construção de compromissos e produzam intenções coerentes, através do uso de conversações adequadas. A liderança inicia, facilita e participa dessas conversações. Para se tornar líder o profissional deve desenvolver habilidades relacionadas à comunicação: ouvir atentamente e considerar opiniões divergentes; detectar diferenças entre os requisitos necessários para o gerenciamento da obra e a cultura existente nos vários grupos com que trabalha; ser o responsável por identificar os tipos de interação existentes e desencadear formas para adicionar, modificar e suprimir conversações necessárias à obtenção dos resultados do projeto.
Hoje, a base da pirâmide da construção civil - os operários -, já está melhor qualificada. Esse é o caminho: entender que a gestão da obra depende de um trabalho coletivo?
Ricardo - A melhoria na qualificação dos operários é um fator necessário para o desenvolvimento do setor da construção. Não é possível pensar em um melhor desempenho das obras sem profissionais com competência em todos os níveis, do estratégico ao operacional. As obras são organizações dependentes da articulação e coordenação de vários grupos. Quanto mais qualificados forem os operários, melhor a comunicação. É primordial que eles saibam ouvir e falar com colegas e superiores. Também devem compreender melhor os textos aos quais as obras se referenciam, tais como instruções de trabalho, cronogramas e projetos de arquitetura e engenharia, para desenvolver conversações mais embasadas. Há muitas sugestões e contribuições originadas de pessoal operacional, devido à sua proximidade e a experiência na execução das obras. Um líder compreende que essas contribuições podem ser aproveitadas para melhorar os trabalhos, além de criar um clima agradável, ao ouvir e considerar as opiniões de todos. A tarefa de liderança no gerenciamento das obras deve encampar a busca do desenvolvimento de aspectos de comunicação dos recursos humanos.
Existem casos em que os operários respeitam mais o mestre de obras do que o engenheiro, pois consideram que o primeiro tem uma longa experiência em canteiro de obras e o segundo tem apenas a teoria. Como solucionar um impasse desses?
Ricardo - Há algumas propostas inovadoras de organização de obras que tem abolido ou reduzido a presença do mestre de obras. No entanto, na maioria dos canteiros a figura do mestre de obras ainda é bastante importante no gerenciamento dos trabalhos, justamente por ter uma linguagem e desenvolver conversações com os operários de obras mais facilmente que boa parte dos engenheiros. Ao estruturar uma organização da obra com a presença do mestre é preciso deixar claro as esferas de competência desse profissional e do engenheiro. Em alguns momentos é preciso delegar para ganhar confiança e em outros definir parâmetros e limites necessários ao desempenho das tarefas. Ao considerar as conversações como fundamental à gestão das obras, o engenheiro como líder deve estruturar e articular uma rotina adequada de conversações com esse e outros profissionais da obra, para manter claro o papel de cada um na gestão. Um líder efetivo tem a compreensão de que as diferenças não devem ser ignoradas, mas alvo de conversações para se atingir um alinhamento do grupo na obtenção dos objetivos de custo, prazo e qualidade da obra.
No que a tecnologia da informação, por exemplo, pode ajudar a resolver conflitos de comunicação na construção civil?
Ricardo - A tecnologia da informação é uma aliada à melhoria da comunicação e cada vez mais presente nas obras. É impossível pensar as obras atualmente sem a incorporação de rotinas com apoio de computadores e uso de programas e outros recursos da tecnologia da informação na coordenação de orçamentos, prazos e processos gerenciais de suprimentos. No entanto, o potencial que as tecnologias da informação apresentam deve ser complementado por uma compreensão do processo como as pessoas e as organizações usam e compartilham as informações produzidas. Nesse sentido, considero que a tecnologia da informação é fundamental, mas o que ela produz só se torna comunicação quando interpretada pelas pessoas. Por isso, deve-se ampliar a concepção e usar a tecnologia da informação como aliada aos processos de gestão, ao considerar a comunicação um processo humano e levar em conta pontos de vista gerenciais e organizacionais.
Entrevistado
Ricardo Rocha de Oliveira:
- Graduação: Engenharia Civil pela UEL - Universidade Estadual de Londrina (1988)
- Mestrado em Engenharia pela UFSC - Universidade Federal de Santa Catarina (1993)
- Está em fase de conclusão de doutorado pelo PPGEC - Programa de Pós-Graduação em Engenharia Civil da UFSC, com o tema Gestão de Obras e Comunicação como um processo de tradução de conversações em texto
- Professor da Unioeste - Universidade Estadual do Oeste do Paraná, desde1995. Atua em disciplinas da área de Gestão e Economia da Construção e Planejamento e Controle de Obras
- Coordenador de Projetos de Pesquisa na área de Gestão, Qualidade e Produtividade de Obras Habitacionais de Interesse Social
- Autor de 46 trabalhos científicos publicados em diversos eventos da área de construção civil
- Autor do capítulo Metodologia para melhoria da qualidade e produtividade em obras habitacionais de caráter repetitivo, no livro Inovação, Gestão da Qualidade & Produtividade e Disseminação do Conhecimento na Construção Habitacional. Publicado pela: ANTAC - Associação Nacional de Tecnologia do Ambiente Construído em 2003
- Tem experiência profissional em construção civil, com ênfase em Gestão da Construção
E-mail: rroliveira@ecv.ufsc.br ou rroliveira@unioeste.br
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Especialistas debatem tendências na execução de estruturas de concreto
Seminário realizado discutiu racionalização de custos, conformidade técnica, desempenho e durabilidade do insumo
A PINI realizou, no mês de abril, em São Paulo, o seminário Projeto e Execução de Estruturas de Concreto. O evento discutiu temas como a racionalização de custos, conformidade técnica, desempenho e durabilidade do insumo. O público, que lotou o auditório do Centro de Convenções Milenium, conferiu palestras de cinco profissionais reconhecidos no mercado nacional. Confira, a seguir, os principais destaques do encontro:
Estudos e tecnologia do concreto
A primeira palestra foi ministrada por Luiz Carlos Pinto da Silva Filho, coordenador da pós-graduação em Engenharia Civil da UFRGS (Universidade Federal do Rio Grande do Sul) e diretor regional do Ibracon (Instituto Brasileiro do Concreto).
Segundo Luiz Carlos, não há, no Brasil, estatísticas e dados suficientes sobre o concreto. Há necessidade, por exemplo, de novos modelos sobre a fadiga do material. Na opinião do diretor do Ibracon, o conhecimento de tais informações seria fundamental para o melhor uso do concreto, face à sua crescente complexidade.
Aliando produtividade à boa saúde
Estatísticas apontam: profissionais que dedicam alguns minutos do dia para exercícios físicos no ambiente de trabalho melhoram a produtividade e descartam chances de futuras doenças
"Se por um lado a medicina vem avançando nos últimos anos em diagnósticos, a saúde da população brasileira não", é o que diz a fisioterapeuta, doutora em ergonomia da Universidade de São Carlos, em São Paulo, Ana Beatriz de Oliveira. Estatísticas recentes mostram que aumentou o número de pessoas no Brasil com problemas de coluna e, na maioria dos casos entre pessoas de 25 a 40 anos, decorrentes da falta de exercícios físicos. "O trabalho em excesso, numa só posição, cansa os músculos e pode provocar as mialgias, dores nos músculos do corpo", explica Ana Beatriz.
No Brasil, os homens são os que menos adotam exercícios terapêuticos no trabalho. De acordo com a Associação Brasileira de Medicina, 70% do público que segue a medicina complementar é formado por mulheres.
Segundo a doutora da Universidade de São Carlos existe uma série de exercícios simples que pode ser feita no próprio ambiente de trabalho de forma rápida, em pequenas pausas. As recomendações valem para profissionais que trabalham em escritórios e que passam muito tempo sentados.
Deixar alguns objetos, como impressoras e pastas com documentos, longe da mesa de trabalho é uma dica para que o profissional levante e caminhe um pouco. A doutora acredita que o ideal é fazer esse exercício a cada uma hora. "Ao levantar o profissional pode alongar o pescoço mexendo a cabeça para cima e para baixo e movimentar os ombros, isso já vai proporcionar uma sensação de relaxamento e na hora em que a pessoa voltar ao trabalho se sentirá bem melhor", revela.
A respiração como boa aliada
"O profissional que trabalha em escritórios acaba depositando todo o estresse do dia a dia na região dos ombros, por isso as dores são comuns nessa região e, neste caso, o que deve ser feito é controlar a respiração", diz a fisioterapeuta. Respirar melhor ajuda a aliviar as tensões. "Ao inspirar e expirar o abdômen é contraído, fortalecendo a musculatura da barriga", explica. Outra dica importante e que traz benefícios é respirar profundamente, várias vezes ao dia.
Ambiente adequado
No ambiente de trabalho o profissional pode adequar a terapia ao espaço físico para se exercitar. "Como, por exemplo, alongando os pés, levantando o calcanhar e contraindo as panturrilhas. Isso pode ser feito várias vezes ao dia e vai auxiliar a circulação sanguínea e acelerar os batimentos do coração por alguns minutos, o que é ótimo para quem passa muito tempo sentado", destaca Ana Beatriz.
Para evitar as mialgias, a fisioterapeuta acrescenta que todo profissional deve sentar-se encostado na cadeira com um ângulo de 100°, isso significa que a pessoa deve estar um pouco inclinada para trás, apoiando a região lombar na cadeira e aliviando a dos ombros. "Todas essas medidas são simples e podem ser adotadas em qualquer ambiente de escritório com facilidade", recomenda.
As pernas e os pés devem formar um ângulo de 90° e os pés devem estar sempre em contato com o chão. Para os profissionais que trabalham sentados usando o computador o ideal é ter um apoio para as mãos ao utilizar o teclado, que preferencialmente, não deve ficar muito afastado do corpo. O centro da tela do computador deve estar alinhado à altura dos olhos do profissional. E, quanto aos braços, o mais adequado é deixá-los na posição semi-refletida, ou seja, nem muito esticados e nem totalmente dobrados. "Isso tudo evita futuras lesões nas articulações, como tendinite e bursite", explica a doutora.
"O que os profissionais precisam saber é que se esses exercícios terapêuticos forem seguidos, diariamente, a resistência física melhora consideravelmente", complementa Ana Beatriz.
A prática de pequenos exercícios ao longo do dia pode evitar mialgias e futuras doenças na coluna.
Currículo
- Graduação em Fisioterapia pela Universidade Federal de São Carlos
- Doutorado em Fisioterapia, na área de Fisioterapia Preventiva/Ergonomia pela Universidade Federal de São Carlos
- Aprimoramento em Segurança e Saúde Ocupacional pelo Instituto Sueco de Vida no Trabalho (Arbetslivsinstitutet)
- Professora do Departamento de Fisioterapia e do Programa de Pós-Graduação em Fisioterapia da Universidade Federal de São Carlos
- Atuação na área de biomecânica ocupacional, saúde e segurança ocupacional e prevenção de lesão musculoesquelética
E-mail: biaoliveira@gmail.com
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Disseminando novas ferramentas e tendências para a construção civil
Sinduscon-RS promove seminários durante o ano de 2010 para empresários e engenheiros de todo país com foco no mercado interno e externo
A CII/Sinduscon-RS (Comissão da Indústria Imobiliária, do Sindicato das Indústrias da Construção Civil no Estado do Rio Grande do Sul) iniciou no dia 27 de abril um ciclo de seminários para o ano de 2010, com o propósito de atualização das empresas do setor, independente do porte, com as novas tendências do mercado, que vem sendo praticadas em nível nacional e internacional. No primeiro módulo realizado, o foco foi gestão, sendo abordados os temas governança corporativa, importância dos indicadores e adoção de estratégias para obter sucesso num cenário altamente competitivo. Para o vice-presidente do Sinduscon-RS, coordenador da CII, Mauro Touguinha, os eventos buscam desmistificar a ideia de que novas tecnologias são adequadas somente às grande empresas. Nosso objetivo é apresentar ferramentas viáveis e eficientes também para as micro, pequenas e médias empresas, cerca de 90% do universo de filiados do Sinduscon-RS, salientou. Nos próximos módulos serão abordados os temas produto (junho), financiamentos (agosto) e vendas (outubro).
O tema gestão atraiu cerca de 70 pessoas, entre empresários e profissionais no Teatro do Sinduscon-RS. Na primeira palestra Jairo Gudis, cofundador do Instituto Brasileiro de Governança Corporativa RS, mostrou os benefícios da ferramenta de gestão, que é viável a todas as empresas, independente do porte ou segmento econômico. Para o mercado imobiliário, que vive um momento de grandes oportunidades, Gutis salientou os benefícios da boa Governança Corporativa: menor custo de capital, melhor desempenho da organização, soluções alternativas de conflitos entre sócios, menor risco empresarial, maior valor da companhia e, em função da transparência que envolve a ferramenta, melhor acesso a recursos financeiros externos, devido, obviamente, a uma melhor análise do grau de risco das empresas.
Na palestra Indicadores: Ferramenta para o Sucesso de Gestão, o consultor da Quality Inn, Newton Dri, salientou que ainda não descobriram melhor método de se retroalimentar os negócios, que não seja através de um controle rigoroso de indicadores, que demonstram se as estratégias das empresas são as mais adequadas para se atingir os seus principais objetivos. São os indicadores que demonstram os pontos fortes e os pontos fracos das atuações das organizações, quando se avalia resultados quanto a lucros, satisfação de clientes, qualidade de produção, custos, receitas, despesas, possibilitando, inclusive, uma percepção de como estão os negócios, quando comparado com os demais concorrentes do mercado.
Finalizando o primeiro módulo do Seminários Sinduscon-RS 2010, o diretor executivo da Inex Marketing, Henri Peixoto Krause, provocou os empresários presentes a uma reflexão sobre a diferença entre eficiência operacional e estratégia em si. Krause afirma que o latino não tem a cultura de pensar e, muito menos, definir estratégias nos negócios. A ferramenta permite que as empresas compreendam melhor os conceitos envolvendo seus negócios e o comportamento de seus clientes. Estudos e pesquisas mais direcionados aumentam o grau de acertos, concluiu.
Fonte: Sinduscon Rio Grande do Sul
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Conheça alguns pavilhões da ExpoXangai 2010
Exposição que abriu em 1° de maio reúne 190 países e mais de 50 organizações internacionais. Arquitetos e designers entraram na disputa pelo pavilhão mais chamativo
As portas da World Expo 2010 em Xangai foram abertas para o público no dia 1° de maio. Com o tema Melhor Cidade, Melhor Vida, o evento reúne 190 países e mais de 50 organizações internacionais, divididos em cinco zonas da exposição dentro do distrito de Pudong. A previsão é que 70 milhões de pessoas visitem o evento até seu término, dia 31 de outubro.
Levantando uma preocupação internacional sobre desenvolvimento urbano sustentável, a Expo 2010 conta com mais de 100 pavilhões, cujas próprias estruturas arquitetônicas circulam sobre o tema. O Brasil finalmente terá um pavilhão próprio - a última vez foi em 1970, quando Paulo Mendes da Rocha projetou o pavilhão em Osaka. Durante 40 anos, dividimos pavilhões-padrão com outros países, como na última Expo, em Zaragoza, ou até mesmo quando se fez um concurso: em 1992, apesar de ter havido um concurso com projeto de Alvaro Puntoni, Angelo Bucci e José Oswaldo Vilela, decidiu-se não construir um pavilhão e dividir um com outros países.
O pavilhão do Brasil, desenvolvido pelo escritório Fernando Brandão, possui uma fachada produzida com pedaços sobrepostos de madeira reciclada e pintada de verde, apoiados em uma estrutura metálica. Brandão foi vencedor do concurso criado pela AsBEA (Associação Brasileira dos Escritórios de Arquitetura) em parceria com a APEX (Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos) - em um concurso fechado aos associados AsBEA, em que os interessados tiveram de apresentar um projeto de ideias em dez dias.
Brandão criou a marca de um "Brasil de braços abertos", como o arquiteto explica, com dois parênteses invertidos, instalado na frente do Pavilhão. A ideia de pulsação, por sua vez, está em toda fachada com os pequenos pedaços de madeira que parecem estar vibrando. Fã dos irmãos Campana, Brandão explica que tentou se apropriar da linguagem da dupla de designers para a criação dessa fachada.
Localizado na zona C da Expo, o projeto foi desenvolvido em um pavilhão de 1500m², que os organizadores da exposição alugam aos países que optam em não construir uma edificação própria. Com um mezanino apenas para os comissários e imprensa, o pavilhão possui um pavimento de 900 m² de área útil, dividido em seções que trazem vídeos interativos da produtora O2 sobre as torcidas de futebol, os cotidianos dos trabalhadores, as festas comemorativas, a diversidade racial, o turismo e a sustentabilidade.
Outros pavilhões
Há de tudo na Expo para chamar a atenção, e arquitetos e designers entraram na disputa pelo pavilhão mais chamativo. Alguns atraem por serem inusitados, outros pela boa arquitetura.
Um dos mais bem comentados é o pavilhão da Dinamarca, assinado pelo escritório BIG com a Arup e a 2+1 - interessante não apenas pelo ponto de vista estrutural e arquitetônico, mas também pelo espírito dinamarquês que representa. O pavilhão tem a forma de um looping, e os visitantes podem conhecê-lo em uma das 1500 bicicletas disponíveis na entrada - o objetivo é experimentar o jeito urbano de viver no país.
O pavilhão britânico, assinado pelo escritório do arquiteto Thomas Heatherwick e orçado em 42 milhões de dólares é um dos mais comentados. Chamado de "Seed Cathedral", o projeto lembra um ouriço, com mais de 60 mil hastes de acrílico transparente presos na fachada. As organizações britânicas explicam que o formato arrojado é justamente para romper com a visão tradicional que os chineses têm do Reino Unido.
Outro pavilhão que gerou muita polêmica foi o da Holanda. Desenvolvido pelo designer John Kormeling, o projeto é chamado "Joy Street". Diferentes estruturas urbanas que se tornam harmoniosas por um estilo lúdico, em uma planta no formato de oito - número que segundo as tradições chinesas corresponde à sorte e à fortuna. Kormeling tentou encarnar os estilos arquitetônicos clássicos da Holanda, dentro de uma lógica em que os fatores sustentáveis de construção fossem respeitados.
Mais do que buscar suas origens nacionais, a Turquia desenvolveu um pavilhão com um design que alude aos períodos antes da civilização. Com o tema "Cradle of Civilization", o pavilhão possui uma fachada inspirada na região de assentamento Catalhoyuk do período neolítico, em que uma estrutura vermelha está sobre o pavilhão pintado de bege.
O pavilhão do país-sede fica na parte central da Expo, com 63 m de altura - no mínimo o triplo de qualquer outro pavilhão. O projeto é do arquiteto chinês He Jingtang, que propôs a celebração de diversos elementos tradicionais chineses - entre eles, a arquitetura, a caligrafia, a jardinagem e o planejamento urbano. Chamado "The Crown of the East" tem marcadas sua verticalidade e simetria. A cobertura é inspirada na dougong, uma técnica construtiva milenar no oriente.
Dentro desta cartela de cores também está o Pavilhão da Espanha, apelidado pelos visitantes como "o cesto". Com o tema "From the City of Our Parents to the City of Our Children", a Espanha desenvolveu um pavilhão em que uma estrutura de aço recebe uma vestimenta feita com mais 8 mil painéis de vime na cor marrom, bege e preto - todos tecidos à mão por artesãos na província de Shandong. Este tipo de tecelagem é uma tradição antiga tanto na Espanha quanto na China. O projeto é do escritório catalão Miralles Tagliabue Embt.
Já o pavilhão da Suécia, cujo tema é "Spirit of Innovation", é composto por quatro edifícios cúbicos, dispostos de forma com que os espaços vazios entre eles formem uma cruz, semelhante à bandeira do país. A fachada tem um design que lembra a grade de uma cidade, já as paredes internas estão cobertas de imagens que lembram a natureza. Com 3 mil m², todo o pavilhão está interligado por passarelas elevadas, que levam os visitantes para os espaços de exposições, loja, café e um grande pátio coberto. O pavilhão foi projetado pelo escritório Sweco, especializado em design e engenharia sustentável.
Inovação também era tema do pavilhão de Israel. Com a proposta de "Innovation for Better Life", o edifício israelense feito pelo designer Haim Dotan, aparenta ser dois tipos de edificações se entrelaçando. Enquanto um é todo feito de pedra, o outro é de vidro transparente. A ideia foi evidenciar pela arquitetura dualidades como tecnologia e cultura antiga judaica, passado e futuro. O pavilhão é composto basicamente por três áreas: o jardim, que recebe os visitantes que entram no prédio; o "Hall da Luz", que é a parte do edifício em vidro; e do "Hall of Innovations", a outra lateral do edifício, que simboliza os laços com a terra e história, e necessidade da reciclagem dos recursos naturais.
Fonte: Piniweb 03/05/2010
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Conheça alguns pavilhões da ExpoXangai 2010
Exposição que abriu em 1° de maio reúne 190 países e mais de 50 organizações internacionais. Arquitetos e designers entraram na disputa pelo pavilhão mais chamativo
As portas da World Expo 2010 em Xangai foram abertas para o público no dia 1° de maio. Com o tema Melhor Cidade, Melhor Vida, o evento reúne 190 países e mais de 50 organizações internacionais, divididos em cinco zonas da exposição dentro do distrito de Pudong. A previsão é que 70 milhões de pessoas visitem o evento até seu término, dia 31 de outubro.
Levantando uma preocupação internacional sobre desenvolvimento urbano sustentável, a Expo 2010 conta com mais de 100 pavilhões, cujas próprias estruturas arquitetônicas circulam sobre o tema. O Brasil finalmente terá um pavilhão próprio - a última vez foi em 1970, quando Paulo Mendes da Rocha projetou o pavilhão em Osaka. Durante 40 anos, dividimos pavilhões-padrão com outros países, como na última Expo, em Zaragoza, ou até mesmo quando se fez um concurso: em 1992, apesar de ter havido um concurso com projeto de Alvaro Puntoni, Angelo Bucci e José Oswaldo Vilela, decidiu-se não construir um pavilhão e dividir um com outros países.
O pavilhão do Brasil, desenvolvido pelo escritório Fernando Brandão, possui uma fachada produzida com pedaços sobrepostos de madeira reciclada e pintada de verde, apoiados em uma estrutura metálica. Brandão foi vencedor do concurso criado pela AsBEA (Associação Brasileira dos Escritórios de Arquitetura) em parceria com a APEX (Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos) - em um concurso fechado aos associados AsBEA, em que os interessados tiveram de apresentar um projeto de ideias em dez dias.
Brandão criou a marca de um "Brasil de braços abertos", como o arquiteto explica, com dois parênteses invertidos, instalado na frente do Pavilhão. A ideia de pulsação, por sua vez, está em toda fachada com os pequenos pedaços de madeira que parecem estar vibrando. Fã dos irmãos Campana, Brandão explica que tentou se apropriar da linguagem da dupla de designers para a criação dessa fachada.
Localizado na zona C da Expo, o projeto foi desenvolvido em um pavilhão de 1500m², que os organizadores da exposição alugam aos países que optam em não construir uma edificação própria. Com um mezanino apenas para os comissários e imprensa, o pavilhão possui um pavimento de 900 m² de área útil, dividido em seções que trazem vídeos interativos da produtora O2 sobre as torcidas de futebol, os cotidianos dos trabalhadores, as festas comemorativas, a diversidade racial, o turismo e a sustentabilidade.
Outros pavilhões
Há de tudo na Expo para chamar a atenção, e arquitetos e designers entraram na disputa pelo pavilhão mais chamativo. Alguns atraem por serem inusitados, outros pela boa arquitetura.
Um dos mais bem comentados é o pavilhão da Dinamarca, assinado pelo escritório BIG com a Arup e a 2+1 - interessante não apenas pelo ponto de vista estrutural e arquitetônico, mas também pelo espírito dinamarquês que representa. O pavilhão tem a forma de um looping, e os visitantes podem conhecê-lo em uma das 1500 bicicletas disponíveis na entrada - o objetivo é experimentar o jeito urbano de viver no país.
O pavilhão britânico, assinado pelo escritório do arquiteto Thomas Heatherwick e orçado em 42 milhões de dólares é um dos mais comentados. Chamado de "Seed Cathedral", o projeto lembra um ouriço, com mais de 60 mil hastes de acrílico transparente presos na fachada. As organizações britânicas explicam que o formato arrojado é justamente para romper com a visão tradicional que os chineses têm do Reino Unido.
Outro pavilhão que gerou muita polêmica foi o da Holanda. Desenvolvido pelo designer John Kormeling, o projeto é chamado "Joy Street". Diferentes estruturas urbanas que se tornam harmoniosas por um estilo lúdico, em uma planta no formato de oito - número que segundo as tradições chinesas corresponde à sorte e à fortuna. Kormeling tentou encarnar os estilos arquitetônicos clássicos da Holanda, dentro de uma lógica em que os fatores sustentáveis de construção fossem respeitados.
Mais do que buscar suas origens nacionais, a Turquia desenvolveu um pavilhão com um design que alude aos períodos antes da civilização. Com o tema "Cradle of Civilization", o pavilhão possui uma fachada inspirada na região de assentamento Catalhoyuk do período neolítico, em que uma estrutura vermelha está sobre o pavilhão pintado de bege.
O pavilhão do país-sede fica na parte central da Expo, com 63 m de altura - no mínimo o triplo de qualquer outro pavilhão. O projeto é do arquiteto chinês He Jingtang, que propôs a celebração de diversos elementos tradicionais chineses - entre eles, a arquitetura, a caligrafia, a jardinagem e o planejamento urbano. Chamado "The Crown of the East" tem marcadas sua verticalidade e simetria. A cobertura é inspirada na dougong, uma técnica construtiva milenar no oriente.
Dentro desta cartela de cores também está o Pavilhão da Espanha, apelidado pelos visitantes como "o cesto". Com o tema "From the City of Our Parents to the City of Our Children", a Espanha desenvolveu um pavilhão em que uma estrutura de aço recebe uma vestimenta feita com mais 8 mil painéis de vime na cor marrom, bege e preto - todos tecidos à mão por artesãos na província de Shandong. Este tipo de tecelagem é uma tradição antiga tanto na Espanha quanto na China. O projeto é do escritório catalão Miralles Tagliabue Embt.
Já o pavilhão da Suécia, cujo tema é "Spirit of Innovation", é composto por quatro edifícios cúbicos, dispostos de forma com que os espaços vazios entre eles formem uma cruz, semelhante à bandeira do país. A fachada tem um design que lembra a grade de uma cidade, já as paredes internas estão cobertas de imagens que lembram a natureza. Com 3 mil m², todo o pavilhão está interligado por passarelas elevadas, que levam os visitantes para os espaços de exposições, loja, café e um grande pátio coberto. O pavilhão foi projetado pelo escritório Sweco, especializado em design e engenharia sustentável.
Inovação também era tema do pavilhão de Israel. Com a proposta de "Innovation for Better Life", o edifício israelense feito pelo designer Haim Dotan, aparenta ser dois tipos de edificações se entrelaçando. Enquanto um é todo feito de pedra, o outro é de vidro transparente. A ideia foi evidenciar pela arquitetura dualidades como tecnologia e cultura antiga judaica, passado e futuro. O pavilhão é composto basicamente por três áreas: o jardim, que recebe os visitantes que entram no prédio; o "Hall da Luz", que é a parte do edifício em vidro; e do "Hall of Innovations", a outra lateral do edifício, que simboliza os laços com a terra e história, e necessidade da reciclagem dos recursos naturais.
Fonte: Piniweb 03/05/2010
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Sideral Pré-Moldados: investimento certo em estruturas de concreto
Empresa do Paraná completa 21 anos e amplia a produção para os pré-fabricados com os olhos no futuro
A utilização do concreto pré-moldado vem sendo muito analisada por empresas do setor da construção civil no Brasil, já que em países da Europa, como Bélgica e Holanda, o uso desse produto explodiu nos últimos cinco anos, na construção de prédios. Dados da FIB (Federação Internacional do Concreto) revelam que este ano o pré-moldado deve ser usado em maior escala nas construções industriais e comerciais, como em galpões de fábricas e prédios menores de até quatro andares. Acompanhando este cenário, a Sideral Pré-Moldados, parceira da Cimento Itambé, comemora em 2010, 21 anos de atuação no setor e se prepara para o crescimento da demanda.
Pesquisas recentes da Federação Internacional do Concreto apontam que o uso de pré-moldados pode reduzir em 50% o tempo de finalização de uma construção. E justamente pensando num mercado cada vez mais promissor, a Sideral se especializou na produção dos pré-fabricados.
Um dos engenheiros responsáveis pelo departamento técnico da Sideral Pré-Moldados, João Luiz Rezende, confirma a estatística da FIB. Para ele, o pré-moldado ainda não é tão utilizado no Brasil como nos outros países da Europa, mas o produto representa um benefício considerável numa obra. Como as estruturas de concreto já estão prontas, os pré-moldados aceleram o ritmo da obra, facilitam a limpeza do local e evitam o desperdício de cimento e areia, destaca.
A empresa
A Sideral Pré-Moldados começou suas atividades com a produção voltada para as pequenas peças, como lajes e outros artefatos. No entanto, com o crescimento da demanda e as oportunidades encontradas no mercado brasileiro, nesses 21 anos, a empresa ampliou a produção para obras pré-moldadas, centrais de subestação, linhas de distribuição e transmissão com postes de alta tensão com até 50 metros de altura.
Esses produtos têm sido o carro-chefe da empresa que tem nos estados do Paraná, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e São Paulo seus principais mercados.
A empresa, localizada em Balsa Nova, município da região metropolitana de Curitiba (PR), conta, atualmente, com um quadro de 80 funcionários diretos, além de uma rede de prestadores de serviço espalhados por todo o país.
Segundo o engenheiro da Sideral, João Luiz Rezende, a demanda do mercado foi um dos motivos que impulsionou a fabricação dos pré-moldados no Brasil. O crescimento da construção civil no país e a consequente boa fase da economia pós-crise internacional foram importantes para que a Sideral investisse nesse ramo. Hoje, somos especialistas na fabricação de pré-moldados e linhas de transmissão, ou seja, investimos para crescer e nos tornarmos mais competitivos, salienta Rezende.
Investimentos
Com a abertura dos pré-moldados no mercado, a Sideral ampliou recentemente a fábrica para atender a demanda, passando a contar com uma área construída de 12 mil metros quadrados para movimentação de guinchos e pontes rolantes na circulação das estruturas prontas. Toda a produção passa por rigorosos testes de qualidade na própria empresa, onde também são realizadas avaliações de resistência do material, oferecendo a garantia de toda a linha de concreto para o consumidor.
Esse investimento, segundo o presidente da Sideral Pré-Moldados, Elcio Czarnik, tem o objetivo de garantir a continuidade do crescimento da empresa, expandindo as parcerias no Brasil.
Somente em 2009, foram produzidos 12 mil metros cúbicos de concreto em peças pré-moldadas. Para este ano, a previsão da empresa é fabricar 15 mil metros cúbicos do produto. Estamos numa boa fase, investimos em infraestrutura e esperamos como retorno um crescimento de 25% em 2010, destaca o presidente da Sideral Pré-Moldados, Elcio Czarnik.
Localização
Sideral Pré-Moldados: Avenida das Indústrias, 1463, Balsa Nova Paraná (Região metropolitana de Curitiba)
E-mail: comercial@sideralpremoldados.com.br
Vogg Branded Content Jornalista responsável Vanessa Bordin MTB 00779
Casa inteligente: ela existe, e funciona
Automação residencial deixa a ficção e se torna realidade
Antes vista como ficção, a automação residencial já é realidade no Brasil. O conceito de arquitetura sustentável estimulou o desenvolvimento de sistemas que hoje geram economia de água e de energia elétrica nos empreendimentos habitacionais. Não são apenas as casas que começam a atrair esse tipo de tecnologia. No Rio de Janeiro, no final do ano passado, foi entregue o primeiro edifício brasileiro totalmente automatizado: o Riserva Uno, com 212 apartamentos, construído na Barra da Tijuca.
O que permite que a automação residencial comece a ganhar mercado é o avanço tecnológico, que gerou microprocessadores cada vez menores e mais eficientes para gerenciar as casas inteligentes. Cada um deles vem com hardware e software específicos para determinadas funções. Para se ter uma ideia, é possível que numa peça do tamanho de um grão de arroz caiba um sistema que vai controlar, por exemplo, as persianas de um ambiente, potencializando a iluminação natural do local.
No Brasil, a empresa que lidera o segmento de tecnologia residencial é a Ihouse. À frente do empreendimento está Leonardo Senna, irmão do tricampeão mundial de Fórmula 1, Ayrton Senna. Após intensa pesquisa no exterior, desenvolvemos uma solução que se adaptasse às necessidades atuais do Brasil, com mínimo impacto na instalação e proporcionando a gestão eficiente de consumo de energia elétrica e de água pelos consumidores, explica.
Cálculos da Ihouse mostram que a automação residencial pode reduzir o consumo de energia e de água em até 40%. Quanto ao custo de implantação de um sistema como esse, há pacotes que partem de R$ 5 mil e podem chegar até a R$ 200 mil. É importante frisar que itens de automação agregam valor ao imóvel, o que, no médio prazo, dilui o custo, diz Leonardo Senna.
Um argumento de que automatizar a casa não é futilidade está no serviço que os microprocessadores prestam quando se monitora o consumo de energia elétrica da residência e se detecta onde ocorre o desperdício. Com um monitor de leitura fácil, a automação possibilita visualizar a lista de ambientes ou equipamentos que mais consomem ou estão consumindo energia elétrica. O gasto por ambiente ou equipamento é apresentado no painel de cristal líquido do produto de três formas diferentes:
* Modo instantâneo: consumo no exato momento da consulta, sendo atualizado a cada um minuto
* Opção acumulada: soma do consumo iniciado após a leitura pela empresa concessionária de energia elétrica até a data de consulta
* Previsão para o mês: estimativa mensal baseada no consumo médio dos últimos dias
O produto ainda traz o opcional de acesso a relatórios via internet. Exibidos em forma de gráficos coloridos e de fácil compreensão, eles mostram o consumo por ambiente e por equipamento durante o mês, no dia-a-dia, ou destaca os pontos de maior consumo de energia elétrica, por exemplo. Com o uso do Snapgrid, a família poderá identificar onde há desperdício e, assim, adotar novos hábitos de consumo. A utilização consciente da energia elétrica irá refletir na diminuição do valor da conta de luz e na preservação do planeta, afirma Senna.
Tirando dúvidas
Uma residência só pode receber automação se o projeto for concebido durante a construção ou uma casa já pronta tem condições de ser adaptada para receber sistemas de automação?
Leonardo Senna - Os sistemas da nova geração podem ser colocados numa residência pronta porque não se baseiam em centrais enormes e com necessidade de muita tubulação para interligação. Os novos sistemas podem ser instalados em caixas 4x4 de mercado. Nas versões com fio necessitam de apenas um cabo para serem interligados. Os sem fio não precisam de interligação.
A automação torna-se mais eficaz em uma residência particular ou em um ambiente corporativo?
Leonardo Senna - Ela tem aplicação nos dois casos, especialmente agora com a preocupação crescente com a arquitetura sustentável.
Texto complementar
O que são Snapgrid, Smarthydro, Smartshower, Smartdoor, Smartgate, Smarteye Pro, Smartstop e Smartboiler?
Snapgrid: monitora 24h por dia o gasto de energia elétrica, em quilovates ou reais, de ambientes ou equipamentos pré-determinados pelo usuário.
Smarthydro: monitora o consumo de água de toda a residência. Ele avisa quantos litros foram utilizados e emite mensagens de alerta quando o limite é ultrapassado. Por outro lado, mensagens de voz parabenizam o proprietário se o consumo for racional.
Smartshower: equipamento que gerencia o consumo de água durante o banho. Ele avisa quantos litros foram utilizados. Quando os banhos se tornam demorados, mensagens de alerta são emitidas para o usuário. Se os banhos forem mais rápidos, mensagens de voz parabenizam o proprietário.
Smartdoor: dispensa chaves ou cartões magnéticos para abrir a porta de casa. Um moderno software, instalado no produto, permite abrir rapidamente as portas por leitura biométrica (identificação da impressão digital) ou por senhas numéricas programadas. Desta forma, basta posicionar o dedo no leitor biométrico ou digitar uma senha para liberar a abertura da fechadura. Outra inovação do Smartdoor é o comando a distância, pelo celular (via internet). Isso permite liberar a trava da porta da casa a qualquer hora e onde quer que esteja, cadastrar um novo usuário e verificar o relatório de acessos.
Smartgate: sistema que integra câmeras com um software de reconhecimento de placas e um banco de dados. Estrategicamente localizadas, as câmeras captam e identificam a placa do carro para verificar se a mesma está cadastrada. Caso a placa esteja cadastrada no sistema, o segurança é informado qual o andar e o apartamento do proprietário do veículo para que possa liberar a entrada ou, sendo da preferência do condomínio, o portão pode ser aberto automaticamente. Se o carro não estiver cadastrado, o segurança é alertado e pode solicitar a identificação do motorista.
Smarteye Pro: sistema de segurança instalado na guarita do prédio. O sistema é formado por câmeras digitais interligadas com um PC e softwares que permitem monitorar e gravar as imagens das áreas comuns do edifício.
Smartstop: um sistema de sensores instalados na garagem orienta o veículo quando ele entra na garagem. A luz fica primeiro verde, depois amarela e, por último, vermelha, alertando que o carro já atingiu a distância mínima da parede.
Smartboiler: água quente controlada e monitorada a distância, via celular. Permite chegar em casa e encontrar a banheira pronta para o banho.
Entrevistado: Leonardo Senna (Karina Mosmann, assessora de imprensa): karina@planin.com
Jornalista Responsável - Altair Santos MTB 2330 - Vogg Branded Content
À prova de fogo
Efeito de altas temperaturas no concreto
Créditos: Engª. Giovana Medeiros - Assessora Técnico Comercial Itambé
Fonte de destruição e progressivamente transformado em um manancial de calor, o fogo, quando descontrolado, causa pânico e assombro a qualquer pessoa. Sua ocorrência é gerada por muitos fatores, normalmente descuido ou negligência, mas sempre com impacto muito grande. No Brasil, embora estudado há vários anos, a segurança contra incêndios só ganhou impulso na área de estruturas com a publicação da NBR 14432:2000 - Exigências de resistência ao fogo de elementos construtivos de edificações - Procedimento. A norma foi atualizada e hoje está em vigor a NBR 14432:2001.
Comparadas aos demais elementos estruturais, principalmente aos fabricados em aço, estruturas de concreto possuem uma vantagem primordial que é resistir ao calor. Desta forma, em muitos projetos, o concreto é indicado para utilização como proteção passiva das próprias estruturas de aço. Determinadas estruturas em concreto são viabilizadas quando se coloca no custo o prêmio de seguro da edificação.
Embora o concreto apresente uma redução de sua capacidade estrutural quando exposto a altas temperaturas, normalmente resiste à ação do calor por um tempo considerável sem chegar ao colapso. Abaixo, a imagem de um edifício de concreto que sofreu colapso por ocasião do incêndio.
Enquanto o aço comum derrete a 500°C, o concreto nesta temperatura também sofre danos significativos, porém com possibilidade de recuperação. Estruturas que possuem maior risco necessitam de armaduras protegidas por um cobrimento adicional de concreto, ficando assim mais isoladas.
A redução da resistência à compressão depende da taxa do aquecimento no momento do incêndio. Perdas de 20% de resistência acontecem entre 200 e 500°C e aos 700°C costumam ser perdidos 80% da resistência original. A dilatação térmica costuma levar ao lascamento da camada de cobertura das armaduras. É importante salientar que a velocidade de resfriamento, nestes casos de incêndio é sempre muito grande, pois a idéia é bloquear o fogo. Porém, esta queda brusca de temperatura pode ocasionar outros danos, em função do diferencial térmico entre as regiões resfriadas e partes internas da estrutura. Em situações de incêndio o concreto não queima, mas produz fumaça, emite gases tóxicos e promove uma barreira ao fogo.
A utilização de agregados carbonáticos costuma melhorar a resistência do concreto a altas temperaturas. Podem-se empregar também fibras plásticas ou de polipropileno que derretem e liberam espaços para o vapor sair, evitando lascamentos. Também a utilização de argilas expandidas como agregado graúdo permite resistência maior ao fogo, pela dificuldade de obtenção do chamado cimento refratário ou aluminoso.
Devido a todos estes fatores que podem ocorrer em estruturas de concreto submetidas a altas temperaturas, é importante que um projeto apresente um bom layout, rotas de fuga bem posicionadas, ambientes compartimentados e escadas pressurizadas. Por mais adequado que possa ser um material anti-incêndio, a prevenção e os cuidados com equipamentos elétricos e de fácil combustão ainda é a melhor atitude para garantir a necessária segurança para o trabalho e o lazer da população.
Email da articulista: giovana.medeiros@cimentoitambe.com.br
Jornalista Responsável - Altair Santos MTB 2330 - Vogg Branded Content