Pontes estaiadas: novidades no Brasil

Os resultados do III Congresso Nacional de Pontes e Estruturas revelam: a principal tendência para este setor da construção civil no país são as pontes estaiadas

A China, um dos países mais desenvolvidos economicamente do mundo, foi um dos primeiros a investir na tecnologia de pontes estaiadas. No Brasil, o setor de obras de arte da construção civil está em crescimento devido a um melhor planejamento e qualidade na execução das obras.

Esta é a principal tendência para o Brasil, resultado de um encontro entre 250 profissionais da área de engenharia e arquitetura do país e do exterior, no III Congresso Nacional de Pontes e Estruturas, realizado no final do mês de abril, no Rio de Janeiro, pela ABPE (Associação Brasileira de Pontes e Estruturas) e pelo grupo brasileiro da IABSE (Associação Internacional de Engenharia Estrutural).

Pontes estaiadas

Ponte estaiada sobre o rio Pinheiros, em São Paulo: tendência no Brasil

O conceito de pontes estaiadas no Brasil pode ser considerado moderno. O modelo estaiado é uma opção de tecnologia para a construção de pontes, além dos modelos de ponte fixa e ponte pênsil. A sustentação dos tabuleiros é feita através de cabos de aço fixados em pilares de concreto moldados no local. A fixação dos cabos pode ser feita em forma de leque - um ponto fixo no pilar, ou forma de harpa - cabos paralelos partindo de vários pontos do pilar. "Hoje, no Brasil, há um investimento maior nesse tipo de estrutura, tanto do setor público como do privado, porque os órgãos públicos e as empresas estão percebendo o potencial da construção civil e isto tem contribuído, significativamente, para o desenvolvimento das regiões onde as pontes são contruídas", destaca Gilberto do Valle, presidente da Associação Brasileira de Pontes e Estruturas.

Congresso

Entre vários projetos e estudos apresentados durante o III Congresso Nacional de Pontes e Estruturas, Valle destacou os que apontaram o uso de concreto de alto desempenho, de alta resistência e auto adensável, indicados para concretagem de peças densamente armadas e estruturas pré-moldadas de grandes obras, como a ponte Octávio Frias de Oliveira, que atravessa o rio Pinheiros, em São Paulo. Esta ponte estaiada tem como base um único pilar central em forma de "xis" e a distribuição dos cabos foi projetada em forma de leque.

Outro destaque do congresso foram os projetos apresentados das pontes sobre o rio Negro, no Amazonas, onde foi utilizado concreto resfriado e um volume de 2.800 sacos de cimento por estaca; e o projeto da ponte sobre o rio Poty, em Terezina (PI), a primeira ponte do mundo com mirante e elevadores panorâmicos instalados em um pilar central.

Ponte Vasco da Gama, em Portugal, também no estilo estaiada

Ambos os projetos foram feitos no estilo de pontes estaiadas que se tornaram referência nacional e internacional, como explica o presidente da ABPE. "Esta é, sem dúvida, a maior tendência do Brasil. Mas, precisamos entender que, as medidas discutidas e vistas durante o congresso, servem de base para novos empreendimentos. No entanto, a mudança de aplicação dessas tendências na construção civil de estruturas e pontes não é súbita e sim, gradativa", avalia.

O Congresso Nacional de Pontes e Estruturas é realizado de dois em dois anos no Rio de Janeiro, mas há uma grande expectativa dos organizadores de que o próximo, em 2012, também aconteça em São Paulo, abrindo as possibilidades de discussão de obras e análise de futuros projetos entre associações, como o Ibracon (Instituto Brasileiro de Concreto) e profissionais da área.

Está marcado para setembro o Congresso Internacional de Estruturas e Pontes, em Veneza, na Itália. A ABPE já está acompanhando engenheiros brasileiros que irão participar expondo projetos feitos aqui no Brasil. Ainda não foram divulgados os trabalhos do Brasil inscritos no Congresso Internacional.

Pontes e concreto

Gilberto Barbosa do Valle - presidente da ABPE

De acordo com o presidente da ABPE, há também uma questão muito importante e que deve ser implantada por engenheiros na execução de uma obra: um planejamento para evitar o chamado colapso progressivo. Este estudo foi debatido durante o Congresso no Rio de Janeiro e traz uma abordagem voltada para o cuidado na construção. Segundo Gilberto do Valle, com o passar do tempo a estrutura de uma ponte pode ir se deteriorando e, por isso, antes de construir um empreendimento como esse se deve projetar levando em conta as forças da natureza. "Nestes casos, a escolha do material como o concreto, pode ser fundamental para a qualidade da obra", revela.

Outro fator importante destacado por ele é com relação à sustentabilidade. "Qualquer material utilizado numa obra de ponte, vai gerar algum impacto ao meio ambiente", diz. Ainda segundo Gilberto do Valle, esses congressos nacionais são de extrema importância para o setor, uma vez que a construção de obras de arte no país tem sido melhor planejada. "Tenho uma impressão positiva quanto ao crescimento de estruturas de pontes. Há mais qualidade nos processos contrutivos de pontes no Brasil e, por isso, vejo um volume maior de obras em várias regiões.", afirma.

Entrevistado

Gilberto Barbosa do Valle - Presidente da ABPE (Associação Brasileira de Pontes e Estruturas)
E-mail: gdovalle@projest.eng.br
Site: www. abpe.org.br

GLOSSÁRIO:
Obras de arte - estruturas da construção civil realizadas de forma única, especial, como, por exemplo, pontes e viadutos;

Se você gostou da matéria e tem interesse em saber mais o sobre as pontes inovadoras recém construídas no Brasil, como a ponte sobre o rio Poty, em Terezina (PI), deixe seu comentário a seguir.


Crescimento do mercado dos pré-fabricados (Podcast)

Cresce o setor de pré-moldados no Brasil. País avança em qualidade no uso do material

Iria Doniak

Currículo: Engenheira civil, graduada pela PUC-PR, em 1988, atua no setor de concreto desde 1986. O foco de sua atuação tem sido a construção pré-fabricada.

Clique no player abaixo e ouça agora um resumo da entrevista. Para ouvir a entrevista na íntegra clique aqui.


Rodoanel: 32% da obra foi pavimentada com concreto

O trecho sul do Rodoanel em SP interliga as principais rodovias do estado e mostra que o concreto pode ter um custo-benefício satisfatório a longo prazo

A escolha do pavimento em uma das maiores obras do país, o trecho sul do Rodoanel, em São Paulo, chama a atenção pelo uso de tecnologias na construção da rodovia. São 32% de pavimento rígido e 68% de asfalto, escolhidos através de uma análise geológica - realizada antes do projeto ser executado.

O trecho sul do Rodoanel, em São Paulo, inaugurado no final de março deste ano, interliga as rodovias Anchieta e Imigrantes, além do ABC paulista a outras pistas importantes, como Bandeirantes, Castelo Branco, Raposo Tavares e Régis Bittencourt. O empreendimento tem 61,4 quilômetros de extensão e é o mais importante do Rodoanel, pelo seu impacto no trânsito e no transporte de carga.

A obra, que iniciou no final de 2007, levou pouco mais de trinta meses para ser concluída e foi projetada pela Dersa (Companhia de Desenvolvimento Rodoviário do Estado de São Paulo) que utilizou o pavimento rígido em 132 pontes, viadutos e acessos, o que equivale a 20 km de extensão de todo o Rodoanel.

A obra

Ponte sobre a represa Billings, mais de 1000 metros de concreto pré-moldado fabricado no canteiro de obras

Uma obra dessa natureza foi fruto de intensos estudos para avaliar os impactos ambientais, envolvendo, inclusive, pesquisadores de universidades. Tudo isso porque uma das pontes - a mais importante delas com mais de 1000 metros de extensão -, que faz ligação entre o trecho sul e a região metropolitana de São Paulo, cruza a represa Billings. As licenças ambientais permitiram o investimento no local e hoje a ponte sobre a represa tem um movimento diário em torno de cem mil veículos. Ela foi construída com concreto pré-moldado e, devido à sua grandiosidade, as peças tiveram que ser feitas no canteiro industrial.

De acordo com o diretor de engenharia da Dersa, Pedro da Silva, a escolha do material, principalmente no caso das pontes, se deu devido à boa relação custo-benefício e à alta resistência do material. A companhia estima assegurar a durabilidade do concreto utilizado no pavimento através da análise técnica de engenheiros, que acompanharam a evolução de cada um dos trechos do Rodoanel sul.

Benefícios do concreto

Para o diretor de engenharia da Dersa o uso de tecnologias para construção de rodovias tem crescido no país, principalmente em estradas feitas somente de concreto. "O Brasil está começando a explorar mais o concreto e isso é muito positivo. Optamos por fazer uma parte da obra do Rodoanel só de pavimento rígido (32% de pontes e viadutos) e o restante da rodovia de asfalto, sendo que, em alguns trechos estratégicos, como nos principais cruzamentos, utilizamos o pavimento semirrígido", explica Pedro da Silva. Segundo ele, o concreto disponibiliza, além de mais vida útil à estrada, mais segurança aos motoristas. Ainda de acordo com o diretor da Dersa, a previsão é de que o concreto das pontes e dos viadutos não exija manutenção nos próximos dez anos. "Mas é importante frisar que cada obra tem a sua particularidade", destaca.

Números da obra

A construção do trecho sul do Rodoanel exigiu investimento do governo do estado de São Paulo e do governo federal de R$ 5 bilhões, sendo R$ 3,2 bilhões referentes às obras brutas e o restante, R$ 1,8 bilhão, destinados às compensações ambientais, desapropriações e reassentamentos.

Estiveram envolvidos no projeto 11 mil trabalhadores e cinco empreiteiras. Estima-se que o Rodoanel deve desafogar 43% do movimento de veículos pesados, cerca de 80 mil caminhões que trafegam pela Avenida Bandeirantes e mais 200 mil veículos, correspondentes a 47% da frota de carros que passam diariamente pela Marginal Pinheiros.

Especificidades técnicas

No total da obra, foram utilizados 348 mil metros cúbicos de concreto moldado, 458 mil metros cúbicos de pavimento de concreto, 380 mil metros cúbicos de areia, outros 327 mil metros cúbicos de material betuminoso, além de 540 mil metros cúbicos de pedras.

Uma curiosidade: o volume de material betuminoso empregado na obra seria suficiente para encher 23.240 caminhões, com capacidade para 14 metros cúbicos; e o volume de pedras, 38.780 caminhões do mesmo tamanho.

 

Entrevistado
Pedro da Silva - Diretor de engenharia da Dersa
E-mail: imprensa@dersa.sp.gov.br


Rodoanel: 32% da obra foi pavimentada com concreto

O trecho sul do Rodoanel em SP interliga as principais rodovias do estado e mostra que o concreto pode ter um custo-benefício satisfatório a longo prazo

A escolha do pavimento em uma das maiores obras do país, o trecho sul do Rodoanel, em São Paulo, chama a atenção pelo uso de tecnologias na construção da rodovia. São 32% de pavimento rígido e 68% de asfalto, escolhidos através de uma análise geológica - realizada antes do projeto ser executado.

O trecho sul do Rodoanel, em São Paulo, inaugurado no final de março deste ano, interliga as rodovias Anchieta e Imigrantes, além do ABC paulista a outras pistas importantes, como Bandeirantes, Castelo Branco, Raposo Tavares e Régis Bittencourt. O empreendimento tem 61,4 quilômetros de extensão e é o mais importante do Rodoanel, pelo seu impacto no trânsito e no transporte de carga.

A obra, que iniciou no final de 2007, levou pouco mais de trinta meses para ser concluída e foi projetada pela Dersa (Companhia de Desenvolvimento Rodoviário do Estado de São Paulo) que utilizou o pavimento rígido em 132 pontes, viadutos e acessos, o que equivale a 20 km de extensão de todo o Rodoanel.

A obra

Ponte sobre a represa Billings, mais de 1000 metros de concreto pré-moldado fabricado no canteiro de obras

Uma obra dessa natureza foi fruto de intensos estudos para avaliar os impactos ambientais, envolvendo, inclusive, pesquisadores de universidades. Tudo isso porque uma das pontes - a mais importante delas com mais de 1000 metros de extensão -, que faz ligação entre o trecho sul e a região metropolitana de São Paulo, cruza a represa Billings. As licenças ambientais permitiram o investimento no local e hoje a ponte sobre a represa tem um movimento diário em torno de cem mil veículos. Ela foi construída com concreto pré-moldado e, devido à sua grandiosidade, as peças tiveram que ser feitas no canteiro industrial.

De acordo com o diretor de engenharia da Dersa, Pedro da Silva, a escolha do material, principalmente no caso das pontes, se deu devido à boa relação custo-benefício e à alta resistência do material. A companhia estima assegurar a durabilidade do concreto utilizado no pavimento através da análise técnica de engenheiros, que acompanharam a evolução de cada um dos trechos do Rodoanel sul.

Benefícios do concreto

Para o diretor de engenharia da Dersa o uso de tecnologias para construção de rodovias tem crescido no país, principalmente em estradas feitas somente de concreto. "O Brasil está começando a explorar mais o concreto e isso é muito positivo. Optamos por fazer uma parte da obra do Rodoanel só de pavimento rígido (32% de pontes e viadutos) e o restante da rodovia de asfalto, sendo que, em alguns trechos estratégicos, como nos principais cruzamentos, utilizamos o pavimento semirrígido", explica Pedro da Silva. Segundo ele, o concreto disponibiliza, além de mais vida útil à estrada, mais segurança aos motoristas. Ainda de acordo com o diretor da Dersa, a previsão é de que o concreto das pontes e dos viadutos não exija manutenção nos próximos dez anos. "Mas é importante frisar que cada obra tem a sua particularidade", destaca.

Números da obra

A construção do trecho sul do Rodoanel exigiu investimento do governo do estado de São Paulo e do governo federal de R$ 5 bilhões, sendo R$ 3,2 bilhões referentes às obras brutas e o restante, R$ 1,8 bilhão, destinados às compensações ambientais, desapropriações e reassentamentos.

Estiveram envolvidos no projeto 11 mil trabalhadores e cinco empreiteiras. Estima-se que o Rodoanel deve desafogar 43% do movimento de veículos pesados, cerca de 80 mil caminhões que trafegam pela Avenida Bandeirantes e mais 200 mil veículos, correspondentes a 47% da frota de carros que passam diariamente pela Marginal Pinheiros.

Especificidades técnicas

No total da obra, foram utilizados 348 mil metros cúbicos de concreto moldado, 458 mil metros cúbicos de pavimento de concreto, 380 mil metros cúbicos de areia, outros 327 mil metros cúbicos de material betuminoso, além de 540 mil metros cúbicos de pedras.

Uma curiosidade: o volume de material betuminoso empregado na obra seria suficiente para encher 23.240 caminhões, com capacidade para 14 metros cúbicos; e o volume de pedras, 38.780 caminhões do mesmo tamanho.

 

Entrevistado
Pedro da Silva - Diretor de engenharia da Dersa
E-mail: imprensa@dersa.sp.gov.br


Durabilidade dos concretos reciclados (Podcast)

Pesquisas em concreto apontam durabilidade do material em obras da construção civil.

Paulo Helene

Currículo: Engenheiro civil, com pós-doutorado na Universidade da Califórnia; especialista em Patologia das Construções pelo Instituto Eduardo Torroja, em Madri. Professor titular da Universidade de São Paulo.

Clique no player abaixo e ouça agora um resumo da entrevista. Para ouvir a entrevista na íntegra clique aqui.


Liderança paternalista: a preferida entre brasileiros

Estudo afirma que aplicar a gestão paternalista apresenta melhores resultados com funcionários brasileiros

O modelo de liderança paternalista, que relaciona a ação do gestor com proteção, amizade e familiaridade, é o preferido entre brasileiros. Essa afirmação surgiu após a recente publicação na revista científica Thunderbird International Business Review (publicada bimestralmente nos EUA) de um artigo produzido pelo brasileiro Alfredo Behrens. O estudo realizado por Behrens, que é professor e pesquisador do Profuturo (Programa de Estudos do Futuro) e da FIA (Fundação Instituto de Administração), avaliou a preferência de alunos de MBA do Brasil e da Europa.

Alfredo Behrens. "O papel do gestor é lutar por seus colaboradores".

Behrens conta que para descobrir qual estilo de gestor é o preferido entre os trabalhadores foram disponibilizados seis vídeos curtos, sem áudio, representando cada estilo de liderança. Além do paternalista e do intelectual  - no qual o líder conquista a admiração de seus colaboradores pelo seu conhecimento - , outros quatro modelos de liderança foram citados na pesquisa: o estilo coercivo, que força a concordância imediata de seus subordinados; o autoritário, focado na motivação e inserção dos colaboradores no plano geral da empresa; o democrático, que atua através da análise e aceitação das ideias dos funcionários; e o líder modelo, que estabelece altos níveis para o desempenho da equipe e dá o exemplo de funcionário ideal.

Para realizar o estudo, o pesquisador contou com o apoio de colegas docentes de MBA no Brasil e no continente europeu, que apresentaram os vídeos aos seus alunos e coletaram as preferências dos grupos. "O estilo de liderança preferido entre os estudantes europeus é o do líder com foco intelectual - dois terços da amostra pesquisada preferiram este modelo. O percentual no Brasil foi o mesmo, porém o tipo de líder escolhido foi o paternal e protecionista", afirma o professor.

Para confirmar as constatações da pesquisa o professor realizou um pequeno questionário informal durante uma palestra na UFPR (Universidade Federal do Paraná). "Mostrei os mesmos seis vídeos e fizemos uma rápida enquete. Os alunos de graduação confirmaram o perfil brasileiro, com a preferência pelo líder paternalista", conta Behrens.

Preconceito

Os termos paternalista e protecionista normalmente possuem uma conotação pejorativa quando ligados à liderança. Isso acontece devido ao pré-conceito de que um amigo não pode cobrar resultados como um chefe. "O papel do gestor paternalista é lutar pelos seus colaboradores, principalmente, quando estes estiverem vulneráveis", analisa o professor. "Cuidar um do outro não significa confundir a relação, principalmente, em um país como o Brasil onde a hierarquia é uma característica tão presente na sociedade", afirma Alfredo Behrens.

Uma dica para garantir o respeito às hierarquias é que o chefe seja competente. "Quando o líder atua mais pela força do cargo em detrimento do caráter podem ocorrer rebeldias dos funcionários", afirma o professor. Para ser um líder paternalista e garantir o sucesso das suas ações o gestor deve saber delegar. "Ele deve ser um líder autêntico e deixar que seus colaboradores cresçam com ele, assim todos terão oportunidades para progredir profissionalmente e a empresa terá maiores resultados", ressalta o professor.

História

A preferência brasileira por uma liderança paternalista é justificada pela história nacional de lutas e insurreições populares. "Os líderes nacionais são sempre carismáticos e a política brasileira é voltada ao impacto populista", explica Behrens. A população se subordina ao juízo do líder em troca de proteção e uma ação semelhante ocorre na relação empresarial. "Se a população prefere um modelo populista na política, preferirá, também, um com o mesmo perfil nas empresas. O profissional só irá se dedicar totalmente a esse chefe se acreditar que ele será capaz de protegê-lo", afirma o pesquisador.

Alfredo Behrens defende que a liderança deve ser moldada ao que é esperado pelo colaborador. "Quando a liderança é adequada à realidade dos funcionários e ao que eles esperam de um líder a empresa torna-se mais produtiva", afirma.

Entrevistado
Alfredo Behrens - Economista com PhD pela Universidade de Cambridge
Professor de Gestão Intercultural no MBA Internacional da FIA (Fundação Instituto de Administração)
Autor do livro Culture and Management in the Americas, pela Stanford University Press, 2009. Este livro foi finalista do Prêmio Jabutí em 2008 e que também foi recomendado pela Época Negócios como um dos melhores livros de negócios do ano.
http://www.alfredobehrens.com/

Caso você queira saber mais sobre os outros modelos de gestão citados nessa matéria, deixe um comentário a seguir.


Liderança paternalista: a preferida entre brasileiros

Estudo afirma que aplicar a gestão paternalista apresenta melhores resultados com funcionários brasileiros

O modelo de liderança paternalista, que relaciona a ação do gestor com proteção, amizade e familiaridade, é o preferido entre brasileiros. Essa afirmação surgiu após a recente publicação na revista científica Thunderbird International Business Review (publicada bimestralmente nos EUA) de um artigo produzido pelo brasileiro Alfredo Behrens. O estudo realizado por Behrens, que é professor e pesquisador do Profuturo (Programa de Estudos do Futuro) e da FIA (Fundação Instituto de Administração), avaliou a preferência de alunos de MBA do Brasil e da Europa.

Alfredo Behrens. "O papel do gestor é lutar por seus colaboradores".

Behrens conta que para descobrir qual estilo de gestor é o preferido entre os trabalhadores foram disponibilizados seis vídeos curtos, sem áudio, representando cada estilo de liderança. Além do paternalista e do intelectual  - no qual o líder conquista a admiração de seus colaboradores pelo seu conhecimento - , outros quatro modelos de liderança foram citados na pesquisa: o estilo coercivo, que força a concordância imediata de seus subordinados; o autoritário, focado na motivação e inserção dos colaboradores no plano geral da empresa; o democrático, que atua através da análise e aceitação das ideias dos funcionários; e o líder modelo, que estabelece altos níveis para o desempenho da equipe e dá o exemplo de funcionário ideal.

Para realizar o estudo, o pesquisador contou com o apoio de colegas docentes de MBA no Brasil e no continente europeu, que apresentaram os vídeos aos seus alunos e coletaram as preferências dos grupos. "O estilo de liderança preferido entre os estudantes europeus é o do líder com foco intelectual - dois terços da amostra pesquisada preferiram este modelo. O percentual no Brasil foi o mesmo, porém o tipo de líder escolhido foi o paternal e protecionista", afirma o professor.

Para confirmar as constatações da pesquisa o professor realizou um pequeno questionário informal durante uma palestra na UFPR (Universidade Federal do Paraná). "Mostrei os mesmos seis vídeos e fizemos uma rápida enquete. Os alunos de graduação confirmaram o perfil brasileiro, com a preferência pelo líder paternalista", conta Behrens.

Preconceito

Os termos paternalista e protecionista normalmente possuem uma conotação pejorativa quando ligados à liderança. Isso acontece devido ao pré-conceito de que um amigo não pode cobrar resultados como um chefe. "O papel do gestor paternalista é lutar pelos seus colaboradores, principalmente, quando estes estiverem vulneráveis", analisa o professor. "Cuidar um do outro não significa confundir a relação, principalmente, em um país como o Brasil onde a hierarquia é uma característica tão presente na sociedade", afirma Alfredo Behrens.

Uma dica para garantir o respeito às hierarquias é que o chefe seja competente. "Quando o líder atua mais pela força do cargo em detrimento do caráter podem ocorrer rebeldias dos funcionários", afirma o professor. Para ser um líder paternalista e garantir o sucesso das suas ações o gestor deve saber delegar. "Ele deve ser um líder autêntico e deixar que seus colaboradores cresçam com ele, assim todos terão oportunidades para progredir profissionalmente e a empresa terá maiores resultados", ressalta o professor.

História

A preferência brasileira por uma liderança paternalista é justificada pela história nacional de lutas e insurreições populares. "Os líderes nacionais são sempre carismáticos e a política brasileira é voltada ao impacto populista", explica Behrens. A população se subordina ao juízo do líder em troca de proteção e uma ação semelhante ocorre na relação empresarial. "Se a população prefere um modelo populista na política, preferirá, também, um com o mesmo perfil nas empresas. O profissional só irá se dedicar totalmente a esse chefe se acreditar que ele será capaz de protegê-lo", afirma o pesquisador.

Alfredo Behrens defende que a liderança deve ser moldada ao que é esperado pelo colaborador. "Quando a liderança é adequada à realidade dos funcionários e ao que eles esperam de um líder a empresa torna-se mais produtiva", afirma.

Entrevistado
Alfredo Behrens - Economista com PhD pela Universidade de Cambridge
Professor de Gestão Intercultural no MBA Internacional da FIA (Fundação Instituto de Administração)
Autor do livro Culture and Management in the Americas, pela Stanford University Press, 2009. Este livro foi finalista do Prêmio Jabutí em 2008 e que também foi recomendado pela Época Negócios como um dos melhores livros de negócios do ano.
http://www.alfredobehrens.com/

Caso você queira saber mais sobre os outros modelos de gestão citados nessa matéria, deixe um comentário a seguir.


Itambé lança o novo blog Massa Cinzenta!

O Massa Cinzenta Itambé mudou e, com as novidades, você só tem a ganhar! O canal de comunicação especializado em construção civil agora está mais moderno, dinâmico e interativo:

Novas categorias como Área Técnica, Gestão, Sustentabilidade, Inovação e Mercado, Universidade e Pesquisa.

Entrevistas exclusivas com personalidades renomadas, em formato Podcast e MP3.

Conteúdo exclusivo voltado para o mercado da construção civil projetado especialmente para profissionais e estudantes da área.

A interação com o leitor ficou ainda maior. Agora, além dos comentários, você pode participar sugerindo temas e entrevistados.

Tudo isso, em um novo layout, com um visual moderno, agradável e de fácil navegação.

• E você que acompanha o blog Itambé Empresarial, não precisa se preocupar, pois ele migrará seu conteúdo para o novo Massa Cinzenta, que ficará mais completo e interessante.

Esperamos que você goste das mudanças, pois elas foram pensadas para você.

Bem vindo ao Novo Massa Cinzenta Itambé!


Congresso do Crea-PR irá debater a sustentabilidade na construção civil

Evento que acontece no final de maio no Paraná também irá discutir o exercício da profissão entre profissionais de todo país

por: Vanessa Bordin – Vogg Branded Content

Entre os dias 26 a 28 de maio, será realizado o 7º Congresso Estadual de Profissionais do  Crea-PR (Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia do Paraná), em Foz do Iguaçu. Entre os diversos temas que serão abordados, o foco estará na discussão sobre sustentabilidade na construção civil. Devem participar em torno de 350 pessoas do Paraná, além de profissionais de outros estados.

As propostas que serão abordadas durante o evento vieram de debates entre engenheiros, arquitetos e estudantes de universidades de 35 cidades no Paraná, realizados no mês de março. Entre os assuntos mais interessantes, levantados durante esses encontros do Crea, está o aprimoramento do modelo de gestão e de certificação do acervo técnico, ou seja, como implementar novas possibilidades de exercer as profissões de engenharia, arquitetura e agronomia. Também, estiveram em destaque a discussão de como incentivar a prática da sustentabilidade, pensando na preservação do meio ambiente e dos recursos naturais, e a utilização correta dos materiais, como, por exemplo, o concreto, para que não haja desperdício.

Segundo Joel Krüger, presidente do Crea-PR, outra discussão importante que deve permear o debate do congresso estadual será a necessidade da criação de um exame de proficiência para os recém-formados. “Hoje apenas o curso de Direito exige uma prova para certificar a profissão. Queremos implantar esse modelo também dentro dos cursos de Agronomia, Arquitetura e Engenharia. Isso daria mais suporte aos futuros profissionais”, destaca Krüger.
O 7º Congresso Estadual de Profissionais do Crea-PR vai contar com a participação de cinco palestrantes de outros estados, entre eles estão: o presidente do Conselho Nacional do Crea, Marcos Tulio de Melo; o presidente do Crea da Bahia, Jonas Dantas dos Santos; e o diretor nacional da Usina Hidrelétrica de Itaipu, Jorge Samek.
Conselho Nacional e a sustentabilidade

Segundo Joel Krüger, o Conselho Nacional se reúne de três em três anos para ouvir o que foi debatido nos conselhos regionais e tentar por em prática as medidas solicitadas nos estados. “Este ano a nossa expectativa é de que o comitê paranaense leve para o Congresso Nacional, que será realizado no segundo semestre deste ano, a sustentabilidade. Temos base para apresentar bons projetos e defendê-los também, vai depender dos resultados no final de maio, de nosso congresso em Foz”, revela o presidente do Crea-PR.

Ele deu exemplos de sustentabilidade como: reutilização da água, captação da água da chuva em residência, mecanismos que incentivem o uso de materiais ambientalmente corretos e uso racional da energia. “Cada projeto, cada material, tem a sua particularidade. O cimento, por exemplo, pode ser mais utilizado na construção de casas, pois o produto tem uma boa durabilidade e apresenta boa relação custo-benefício. Mas, é preciso analisar a cadeia produtiva num todo. Há uma universidade do Paraná em que os alunos aprendem como reutilizar o pó do mármore e transformá-lo em tijolos. Esses são exemplos de que a sustentabilidade pode ser feita e depende só de nós. No entanto, ela é urgente. É a saúde do planeta que está em questão”, finaliza o presidente do Crea-PR.

Outros estados

O mesmo congresso que acontecerá no final de maio no Paraná também será realizado em outros estados, envolvendo profissionais dos Creas regionais de cada capital do país. No segundo semestre do ano haverá, ainda, um encontro nacional reunindo os participantes de todos os Creas para aprovação das medidas finais – que devem ser colocadas em prática dentro de três anos. No Rio Grande do Sul, o congresso regional será realizado já no próximo dia 16 de maio, na Assembléia Legislativa de Porto Alegre.
Entrevistado: Joel Krüger - Presidente do Crea-PR
E-mail: comunicacao@crea-pr.org.br

FRASE FINAL: Em sua opinião, a criação de um exame de proficiência para os recém formados nos cursos de Agronomia, Arquitetura e Engenharia seria um ganho para o mercado? Participe dessa discussão e deixe um comentário a seguir!

Jornalista responsável: Silvia Elmor – MTB 4417/18/57 – Vogg Branded Content


Comunicação vira alicerce da boa construção

Se fazer entender pelo canteiro de obras é hoje um dos pontos chave para que o projeto tenha uma gestão eficiente

Ricardo Rocha de Oliveira

A utilização eficiente da comunicação é considerada, atualmente, como um dos fatores de sucesso para a gestão de projetos na indústria da construção civil. Para isso, é preciso que ocorram mudanças no papel da liderança, com a adoção de novos conceitos e na forma de compreender a organização da construção. "O canteiro de obras hoje exige da liderança novos paradigmas da produção", defende o engenheiro e professor da Unioeste (Universidade Estadual do Oeste do Paraná) Ricardo Rocha de Oliveira.

Integrante do GESTCON (Grupo de Gestão da Construção), ele avalia que a diferença entre construções que cumprem o cronograma e não desperdiçam material, para aquelas que operam de forma caótica, passa pela liderança e comunicação na gestão da construção civil. Como atingir isso, é o que ele explica na entrevista a seguir. Confira:

Daria para dizer que há um vácuo entre o que se ensina na teoria e o que a construção civil é, na prática, e que, por isso, se criam problemas de comunicação?
Ricardo - É preciso discutir e desenvolver teorias que sejam fundamentadas e utilizadas nas práticas da construção civil. Atualmente a maior parte das teorias apresenta a comunicação de uma forma limitada e, às vezes, equivocada. O processo de comunicação é visto somente como a circulação de informação para dar a conhecer o que deve ser feito, como deve ser feito e quem faz o quê. O processo de comunicação deve ser pensado através de perspectivas mais amplas, na forma como as pessoas efetivamente fazem no seu dia-a-dia. Esse processo deve ser compreendido como um sistema de interações entre pessoas e grupos que se interligam e se influenciam mutuamente. A melhor forma hoje de compreender essa interação é como uma conversação. As conversações são formas eficazes de compreender e desenvolver um processo de comunicação adequado à gestão das obras na construção civil.

Uma comunicação bem direcionada no canteiro de obras é capaz de tornar a construção mais ágil e ajudá-la a não atrasar o cronograma?
Ricardo - Na concepção de comunicação como conversações é preciso entender que o papel dos responsáveis pelas obras é o de um líder. A ação dos líderes deve estar voltada para a articulação e ativação de uma rotina de conversações que criam as conexões de compromissos para se atingir os objetivos estabelecidos para aquela construção, tais como prazo e qualidade. Nessa compreensão, a tarefa do líder passa a ser produzir confiança entre as pessoas participantes da rede de compromissos para permitir que os diversos grupos se enxerguem dentro de desempenhos factíveis e possam aprender a conectar os interesses de cada um aos interesses gerais do projeto.

Como os cursos de engenharia têm lidado com o choque cultural do engenheiro saído dos bancos acadêmicos e seus subordinados, muitas vezes, com baixa qualificação?
Ricardo - Em geral, os cursos de engenharia ainda apresentam uma maior atenção à formação com relação aos aspectos técnicos. No entanto, está havendo uma grande evolução nos últimos anos, na busca de introduzir aspectos sócio-comportamentais ao conjunto de competências desenvolvidas durante a formação acadêmica. Hoje há exigência de estágio em todos os cursos de graduação, como um processo de interação entre a teoria ensinada nas universidades e a vivência prática necessária à adaptação do profissional ao seu campo de trabalho. Outras boas iniciativas têm ocorrido nos processos de qualificação de profissionais em cursos de pós-graduação (especialização, mestrado e doutorado). Vários trabalhos são desenvolvidos em estudos em empresas construtoras e em ambientes de obras, com o desenvolvimento dos profissionais nesse processo. Algumas construtoras têm buscado parcerias com programas de pós-graduação e absorvido esses profissionais. Para o entendimento de comunicação e liderança como conversações esse processo é muito importante. Os profissionais interagem e começam a compreender formas de se relacionar com pessoas e grupos de diferentes origens. Esse processo é o que forma líderes, eles passam a compreender que é necessário conversar adequadamente em ocasiões distintas, usar diferentes meios de comunicação e diferentes formas de linguagem para diferentes públicos.

Qual o caminho para que um responsável por um projeto consiga liderar o canteiro de obras?
Ricardo - Ao compreender o papel fundamental das conversações para o gerenciamento das obras, o líder passa a ter uma função de produzir a confiança necessária de forma que as pessoas unam seus interesses, coordenem ações, aprendam e façam inovações juntas. O papel do líder passa a ser o de moldar as circunstâncias onde os grupos envolvidos desenvolvam um entendimento compartilhado, cultivam a construção de compromissos e produzam intenções coerentes, através do uso de conversações adequadas. A liderança inicia, facilita e participa dessas conversações. Para se tornar líder o profissional deve desenvolver habilidades relacionadas à comunicação: ouvir atentamente e considerar opiniões divergentes; detectar diferenças entre os requisitos necessários para o gerenciamento da obra e a cultura existente nos vários grupos com que trabalha; ser o responsável por identificar os tipos de interação existentes e desencadear formas para adicionar, modificar e suprimir conversações necessárias à obtenção dos resultados do projeto.

Hoje, a base da pirâmide da construção civil - os operários -, já está melhor qualificada. Esse é o caminho: entender que a gestão da obra depende de um trabalho coletivo?
Ricardo - A melhoria na qualificação dos operários é um fator necessário para o desenvolvimento do setor da construção. Não é possível pensar em um melhor desempenho das obras sem profissionais com competência em todos os níveis, do estratégico ao operacional. As obras são organizações dependentes da articulação e coordenação de vários grupos. Quanto mais qualificados forem os operários, melhor a comunicação. É primordial que eles saibam ouvir e falar com colegas e superiores. Também devem compreender melhor os textos aos quais as obras se referenciam, tais como instruções de trabalho, cronogramas e projetos de arquitetura e engenharia, para desenvolver conversações mais embasadas. Há muitas sugestões e contribuições originadas de pessoal operacional, devido à sua proximidade e a experiência na execução das obras. Um líder compreende que essas contribuições podem ser aproveitadas para melhorar os trabalhos, além de criar um clima agradável, ao ouvir e considerar as opiniões de todos. A tarefa de liderança no gerenciamento das obras deve encampar a busca do desenvolvimento de aspectos de comunicação dos recursos humanos.

Existem casos em que os operários respeitam mais o mestre de obras do que o engenheiro, pois consideram que o primeiro tem uma longa experiência em canteiro de obras e o segundo tem apenas a teoria. Como solucionar um impasse desses?
Ricardo
- Há algumas propostas inovadoras de organização de obras que tem abolido ou reduzido a presença do mestre de obras. No entanto, na maioria dos canteiros a figura do mestre de obras ainda é bastante importante no gerenciamento dos trabalhos, justamente por ter uma linguagem e desenvolver conversações com os operários de obras mais facilmente que boa parte dos engenheiros. Ao estruturar uma organização da obra com a presença do mestre é preciso deixar claro as esferas de competência desse profissional e do engenheiro. Em alguns momentos é preciso delegar para ganhar confiança e em outros definir parâmetros e limites necessários ao desempenho das tarefas. Ao considerar as conversações como fundamental à gestão das obras, o engenheiro como líder deve estruturar e articular uma rotina adequada de conversações com esse e outros profissionais da obra, para manter claro o papel de cada um na gestão. Um líder efetivo tem a compreensão de que as diferenças não devem ser ignoradas, mas alvo de conversações para se atingir um alinhamento do grupo na obtenção dos objetivos de custo, prazo e qualidade da obra.

No que a tecnologia da informação, por exemplo, pode ajudar a resolver conflitos de comunicação na construção civil?
Ricardo - A tecnologia da informação é uma aliada à melhoria da comunicação e cada vez mais presente nas obras. É impossível pensar as obras atualmente sem a incorporação de rotinas com apoio de computadores e uso de programas e outros recursos da tecnologia da informação na coordenação de orçamentos, prazos e processos gerenciais de suprimentos. No entanto, o potencial que as tecnologias da informação apresentam deve ser complementado por uma compreensão do processo como as pessoas e as organizações usam e compartilham as informações produzidas. Nesse sentido, considero que a tecnologia da informação é fundamental, mas o que ela produz só se torna comunicação quando interpretada pelas pessoas. Por isso, deve-se ampliar a concepção e usar a tecnologia da informação como aliada aos processos de gestão, ao considerar a comunicação um processo humano e levar em conta pontos de vista gerenciais e organizacionais.

Entrevistado
Ricardo Rocha de Oliveira:
- Graduação: Engenharia Civil pela UEL - Universidade Estadual de Londrina (1988)
- Mestrado em Engenharia pela UFSC - Universidade Federal de Santa Catarina (1993)
- Está em fase de conclusão de doutorado pelo PPGEC - Programa de Pós-Graduação em Engenharia Civil da UFSC, com o tema Gestão de Obras e Comunicação como um processo de tradução de conversações em texto
- Professor da Unioeste - Universidade Estadual do Oeste do Paraná, desde1995. Atua em disciplinas da área de Gestão e Economia da Construção e Planejamento e Controle de Obras
- Coordenador de Projetos de Pesquisa na área de Gestão, Qualidade e Produtividade de Obras Habitacionais de Interesse Social
- Autor de 46 trabalhos científicos publicados em diversos eventos da área de construção civil
- Autor do capítulo Metodologia para melhoria da qualidade e produtividade em obras habitacionais de caráter repetitivo, no livro Inovação, Gestão da Qualidade & Produtividade e Disseminação do Conhecimento na Construção Habitacional. Publicado pela: ANTAC - Associação Nacional de Tecnologia do Ambiente Construído em 2003
- Tem experiência profissional em construção civil, com ênfase em Gestão da Construção
E-mail: rroliveira@ecv.ufsc.br ou rroliveira@unioeste.br

Vogg Branded Content - Jornalista responsável Vanessa Bordin MTB 00779