Cresce a procura por construções sustentáveis
Empreendimentos que diminuem as agressões ao meio ambiente são tendência no mundo todo, estimulando a procura pelo selo LEED, de sustentabilidade
Por: Lilian Júlio
O conceito de sustentabilidade está presente em diversos setores da sociedade e tem conquistado o respeito da construção civil. No entanto, são poucos os empreendimentos brasileiros com o selo LEED, voltado para edificações sustentáveis. A razão, de acordo com o Green Building Council (GBC) Brasil, instituição responsável por conceder a certificação de sustentabilidade, é o custo inicial elevado dos materiais de construção para esse nicho.

No entanto, de acordo com o gerente de marketing da rede de lojas Leroy Merlin, Marco Gala, a venda de produtos voltados para a construção sustentável cresceu 30% no último ano. Isso pode significar o início do processo de mudanças em favor do meio ambiente. O gerente técnico do GBC Brasil, Marcos Casado, concorda com a afirmação: “há algum tempo já existe no mercado essa nova demanda por produtos com menor impacto ao meio ambiente”.
Selo LEED
Certificado pelo GBC, o selo LEED (Leadership in Energy and Environmental Design) é concedido às edificações que proporcionam economia de recursos naturais (água, energia elétrica, etc), que não degradam novas áreas verdes e que sejam construídas em torno de estações de transporte público, para evitar o estímulo à poluição.
Atualmente, existem 16 empreendimentos no país certificados e outros 180 registrados para obter o selo. “Apesar do crescimento da procura pela certificação e também por materiais sustentáveis esses números representam apenas 1% do mercado brasileiro”, avalia Casado. Os trabalhos do GBC Brasil iniciaram em 2008 e a certificação LEED foi adaptada à realidade brasileira.
Investimento futuro
Os produtos que causam menor impacto ao meio ambiente possuem um valor mais elevado, no entanto, o investimento compensa, afirma Marcos Casado: “são produtos com alta eficiência energética e baixo consumo, além de usarem menos recursos naturais”. Entre esses produtos encontramos arejadores de torneiras, que impedem o gotejamento constante, válvulas de descarga com duplo fluxo (para resíduos líquidos e sólidos), lâmpadas frias (que duram quatro vezes mais que as comuns), além de produtos com baixa emissão de compostos orgânicos voláteis, de reuso e com conteúdos reciclados.
Casado justifica que a pequena parcela de empreendimentos sustentáveis se deve ao custo da obra, que é cerca de 7% maior do que uma construção convencional. “Porém, não é levado em conta que o investimento é recuperado em, no máximo, três anos devido à redução de custos na operação desses prédios, com economia de água e energia elétrica”, defende o gerente técnico.
Construção sustentável no Brasil
Mesmo considerando que as construções sustentáveis representam uma pequena parcela do mercado nacional, a procura e a execução destes empreendimentos vêm aumentando. “O conceito da construção sustentável tem crescido exponencialmente no país”, explica Casado. Prova deste crescimento é a procura pelo selo LEED: em janeiro de 2009, existiam 100 empreendimentos registrados para obter a certificação; hoje esse número é de 180.
Além de contribuir para a preservação do meio ambiente uma construção sustentável traz retorno econômico. O custo da obra acaba sendo maior porque utiliza tecnologias mais modernas, como sistemas de aproveitamento de águas pluviais e tratamentos de água, e este valor gasto a mais é recuperado em pouco tempo. “A venda do empreendimento é mais rápida, além da redução dos custos operacionais da edificação”, revela Casado.
Os gastos são reduzidos a partir da diminuição do consumo de água (que gira em torno de 40%), do consumo de energia elétrica (30%) e a redução da produção de resíduos (que atinge 70%). Um exemplo de empreendimento sustentável de sucesso é a agência Granja Viana do Banco Real, em Cotia (São Paulo), que foi o primeiro prédio da América do Sul a receber o selo de construção sustentável.
Empreendimento sustentável
A agência Granja Viana do Banco Real, em Cotia (SP), foi a primeira edificação a receber o selo LEED no Brasil. Segundo a assessoria de imprensa do banco, a iniciativa de construir um prédio de acordo com as normas da certificação contribui para a imagem da empresa. “É um reconhecimento da estratégia de sustentabilidade que vem sendo disseminada pelo Banco Real”.

- Cobertura Verde: no lugar das telhas convencionais o prédio possui terra e vegetação como telhado, o que melhora o isolamento térmico e acústico. A escolha foi feita com base em espécies nativas e que precisam de pouca água.
- Espaço: um quarto do terreno é ocupado por áreas verdes.
- Água: o prédio possui um sistema de captação de água da chuva, que é reaproveitada nas descargas de vasos sanitários. A estrutura dos banheiros conta com torneiras com sensores e bacias sanitárias com válvulas de descarga duplo fluxo, evitando o desperdício de água. Além disso, o esgoto é tratado e a água aproveitada para irrigação do telhado e da área verde. Com estas medidas o consumo de água potável foi reduzido em 85%.

- Energia: 78% dos ambientes têm acesso à iluminação natural, com redução do consumo de energia elétrica. O prédio utiliza energia solar fotovoltaica e todos os ambientes possuem sensores de presença que desligam a iluminação quando o espaço não está ocupado.
- Materiais: o cimento utilizado na construção foi produzido com resíduos de fornos siderúrgicos, as tintas não continham solventes, os carpetes são feitos com fibras de garrafas PET e a madeira (inclusive dos móveis) é certificada pelo Forest Stewardship Council (FSC).
Obtendo a certificação LEED
Para receber a certificação do GBC, a concepção, construção e operação da edificação devem seguir conceitos de sustentabilidade ambiental. “O selo LEED leva em conta questões como espaço sustentável, eficiência do uso da água, energia e atmosfera, materiais e recursos, qualidade ambiental interna e inovação e processos”, detalha Marcos Casado. A construção recebe pontos (no mínimo 40 de 110), e de acordo com esta pontuação, a certificação é enquadrada entre quatro categorias:
- Certificado verde (40 a 49 pontos)
- Certificado prata (50 a 59 pontos)
- Certificado ouro (60 a 79 pontos)
- Certificado platina (80 a 110 pontos)
O processo para obter a certificação LEED é feito, primeiramente, na plataforma online do GBC International. Os interessados devem preencher formulários específicos e enviar toda a documentação, como projetos, memórias de cálculo, relatórios e registros fotográficos. Feito isto, o GBC irá analisar toda a documentação e conceder ou não a certificação.
Conheça as construções brasileiras que já receberam a certificação LEED:
- Banco Real Agencia Bancaria Granja Viana (Cotia – SP)
- Rochavera Corporate Towers - Torre B (São Paulo – SP)
- Ventura Corporate Towers - Torre Leste (Rio De Janeiro – RJ)
- Eldorado Business Tower (São Paulo – SP)
- Morgan Stanley (São Paulo – SP)
- Delboni Auriemo - Dumont Villares (São Paulo – SP)
- Centro de Distribuição Bomi Matec (Itapevi – SP)
- Edifício Cidade Nova – Bracor (Rio De Janeiro – RJ)
- WTorre Nacoes Unidas 1 e 2 (São Paulo – SP)
- Centro de Cultura Max Feffer (Pardinho – SP)
- Torre Vargas 914 (Rio De Janeiro – RJ)
- Escritório Brasken (São Paulo – SP)
- Pão de Açúcar – Loja Indaiatuba (Indaiatuba SP)
- Mc Donalds – Riviera São Lourenço (Bertioga – SP)
- Fleury Medicina e Saúde – Rochaverá Corporate Towers (São Paulo – SP)
- Laboratório Boehringer Ingelheim (São Paulo – SP)
Entrevistado: Marcos Casado
- Gerente técnico do Green Building Council Brasil
- Engenheiro civil
VOCÊ ACREDITA QUE IRÁ AUMENTAR O NÚMERO DE EMPREENDIMENTOS SUSTENTÁVEIS NO BRASIL?
Jornalista responsável: Silvia Elmor – MTB 4417/18/57 – Vogg Branded Content
Cresce a procura por construções sustentáveis
Empreendimentos que diminuem as agressões ao meio ambiente são tendência no mundo todo, estimulando a procura pelo selo LEED, de sustentabilidade
Por: Lilian Júlio
O conceito de sustentabilidade está presente em diversos setores da sociedade e tem conquistado o respeito da construção civil. No entanto, são poucos os empreendimentos brasileiros com o selo LEED, voltado para edificações sustentáveis. A razão, de acordo com o Green Building Council (GBC) Brasil, instituição responsável por conceder a certificação de sustentabilidade, é o custo inicial elevado dos materiais de construção para esse nicho.

No entanto, de acordo com o gerente de marketing da rede de lojas Leroy Merlin, Marco Gala, a venda de produtos voltados para a construção sustentável cresceu 30% no último ano. Isso pode significar o início do processo de mudanças em favor do meio ambiente. O gerente técnico do GBC Brasil, Marcos Casado, concorda com a afirmação: “há algum tempo já existe no mercado essa nova demanda por produtos com menor impacto ao meio ambiente”.
Selo LEED
Certificado pelo GBC, o selo LEED (Leadership in Energy and Environmental Design) é concedido às edificações que proporcionam economia de recursos naturais (água, energia elétrica, etc), que não degradam novas áreas verdes e que sejam construídas em torno de estações de transporte público, para evitar o estímulo à poluição.
Atualmente, existem 16 empreendimentos no país certificados e outros 180 registrados para obter o selo. “Apesar do crescimento da procura pela certificação e também por materiais sustentáveis esses números representam apenas 1% do mercado brasileiro”, avalia Casado. Os trabalhos do GBC Brasil iniciaram em 2008 e a certificação LEED foi adaptada à realidade brasileira.
Investimento futuro
Os produtos que causam menor impacto ao meio ambiente possuem um valor mais elevado, no entanto, o investimento compensa, afirma Marcos Casado: “são produtos com alta eficiência energética e baixo consumo, além de usarem menos recursos naturais”. Entre esses produtos encontramos arejadores de torneiras, que impedem o gotejamento constante, válvulas de descarga com duplo fluxo (para resíduos líquidos e sólidos), lâmpadas frias (que duram quatro vezes mais que as comuns), além de produtos com baixa emissão de compostos orgânicos voláteis, de reuso e com conteúdos reciclados.
Casado justifica que a pequena parcela de empreendimentos sustentáveis se deve ao custo da obra, que é cerca de 7% maior do que uma construção convencional. “Porém, não é levado em conta que o investimento é recuperado em, no máximo, três anos devido à redução de custos na operação desses prédios, com economia de água e energia elétrica”, defende o gerente técnico.
Construção sustentável no Brasil
Mesmo considerando que as construções sustentáveis representam uma pequena parcela do mercado nacional, a procura e a execução destes empreendimentos vêm aumentando. “O conceito da construção sustentável tem crescido exponencialmente no país”, explica Casado. Prova deste crescimento é a procura pelo selo LEED: em janeiro de 2009, existiam 100 empreendimentos registrados para obter a certificação; hoje esse número é de 180.
Além de contribuir para a preservação do meio ambiente uma construção sustentável traz retorno econômico. O custo da obra acaba sendo maior porque utiliza tecnologias mais modernas, como sistemas de aproveitamento de águas pluviais e tratamentos de água, e este valor gasto a mais é recuperado em pouco tempo. “A venda do empreendimento é mais rápida, além da redução dos custos operacionais da edificação”, revela Casado.
Os gastos são reduzidos a partir da diminuição do consumo de água (que gira em torno de 40%), do consumo de energia elétrica (30%) e a redução da produção de resíduos (que atinge 70%). Um exemplo de empreendimento sustentável de sucesso é a agência Granja Viana do Banco Real, em Cotia (São Paulo), que foi o primeiro prédio da América do Sul a receber o selo de construção sustentável.
Empreendimento sustentável
A agência Granja Viana do Banco Real, em Cotia (SP), foi a primeira edificação a receber o selo LEED no Brasil. Segundo a assessoria de imprensa do banco, a iniciativa de construir um prédio de acordo com as normas da certificação contribui para a imagem da empresa. “É um reconhecimento da estratégia de sustentabilidade que vem sendo disseminada pelo Banco Real”.

- Cobertura Verde: no lugar das telhas convencionais o prédio possui terra e vegetação como telhado, o que melhora o isolamento térmico e acústico. A escolha foi feita com base em espécies nativas e que precisam de pouca água.
- Espaço: um quarto do terreno é ocupado por áreas verdes.
- Água: o prédio possui um sistema de captação de água da chuva, que é reaproveitada nas descargas de vasos sanitários. A estrutura dos banheiros conta com torneiras com sensores e bacias sanitárias com válvulas de descarga duplo fluxo, evitando o desperdício de água. Além disso, o esgoto é tratado e a água aproveitada para irrigação do telhado e da área verde. Com estas medidas o consumo de água potável foi reduzido em 85%.

- Energia: 78% dos ambientes têm acesso à iluminação natural, com redução do consumo de energia elétrica. O prédio utiliza energia solar fotovoltaica e todos os ambientes possuem sensores de presença que desligam a iluminação quando o espaço não está ocupado.
- Materiais: o cimento utilizado na construção foi produzido com resíduos de fornos siderúrgicos, as tintas não continham solventes, os carpetes são feitos com fibras de garrafas PET e a madeira (inclusive dos móveis) é certificada pelo Forest Stewardship Council (FSC).
Obtendo a certificação LEED
Para receber a certificação do GBC, a concepção, construção e operação da edificação devem seguir conceitos de sustentabilidade ambiental. “O selo LEED leva em conta questões como espaço sustentável, eficiência do uso da água, energia e atmosfera, materiais e recursos, qualidade ambiental interna e inovação e processos”, detalha Marcos Casado. A construção recebe pontos (no mínimo 40 de 110), e de acordo com esta pontuação, a certificação é enquadrada entre quatro categorias:
- Certificado verde (40 a 49 pontos)
- Certificado prata (50 a 59 pontos)
- Certificado ouro (60 a 79 pontos)
- Certificado platina (80 a 110 pontos)
O processo para obter a certificação LEED é feito, primeiramente, na plataforma online do GBC International. Os interessados devem preencher formulários específicos e enviar toda a documentação, como projetos, memórias de cálculo, relatórios e registros fotográficos. Feito isto, o GBC irá analisar toda a documentação e conceder ou não a certificação.
Conheça as construções brasileiras que já receberam a certificação LEED:
- Banco Real Agencia Bancaria Granja Viana (Cotia – SP)
- Rochavera Corporate Towers - Torre B (São Paulo – SP)
- Ventura Corporate Towers - Torre Leste (Rio De Janeiro – RJ)
- Eldorado Business Tower (São Paulo – SP)
- Morgan Stanley (São Paulo – SP)
- Delboni Auriemo - Dumont Villares (São Paulo – SP)
- Centro de Distribuição Bomi Matec (Itapevi – SP)
- Edifício Cidade Nova – Bracor (Rio De Janeiro – RJ)
- WTorre Nacoes Unidas 1 e 2 (São Paulo – SP)
- Centro de Cultura Max Feffer (Pardinho – SP)
- Torre Vargas 914 (Rio De Janeiro – RJ)
- Escritório Brasken (São Paulo – SP)
- Pão de Açúcar – Loja Indaiatuba (Indaiatuba SP)
- Mc Donalds – Riviera São Lourenço (Bertioga – SP)
- Fleury Medicina e Saúde – Rochaverá Corporate Towers (São Paulo – SP)
- Laboratório Boehringer Ingelheim (São Paulo – SP)
Entrevistado: Marcos Casado
- Gerente técnico do Green Building Council Brasil
- Engenheiro civil
VOCÊ ACREDITA QUE IRÁ AUMENTAR O NÚMERO DE EMPREENDIMENTOS SUSTENTÁVEIS NO BRASIL?
Jornalista responsável: Silvia Elmor – MTB 4417/18/57 – Vogg Branded Content
Brasil se prepara para a Copa do Mundo de 2014
Doze cidades irão sediar os jogos e o setor da construção civil começa a planejar a recuperação dos estádios
Por: Vanessa Bordin – Vogg Branded Content
A partir deste mês, o Massa Cinzenta vai apresentar uma série de reportagens sobre as reformas nos estádios e a preparação do Brasil para sediar a Copa do Mundo de 2014. Esta é a primeira matéria, abrindo a rede de informações sobre concreto e curiosidades nos estádios brasileiros. A próxima irá abordar o novo estádio de Natal (RN).
No mês de junho começam os jogos da Copa do Mundo na África do Sul, mas em quatro anos será a vez do Brasil receber as delegações internacionais. Em algumas cidades que vão sediar os jogos da Copa de 2014 os estádios já começaram a passar por reformas e em outras a FIFA determinou que fossem construídos novos prédios. E o concreto armado é um dos elementos mais sugeridos para ser utilizado nas obras.

A reforma e a construção de novos estádios no Brasil começaram em janeiro deste ano. Segundo informações da FIFA, a conclusão dos empreendimentos está prevista até dezembro de 2012, sendo que no ano seguinte o país deverá sediar a Copa das Confederações. Os estádios do Morumbi, em São Paulo, e do Mineirão, em Minas Gerais, são os alvos das grandes reformas.
Patologias do concreto
As duas primeiras etapas de reforma do Estádio Governador Magalhães Pinto – Mineirão – somam R$ 11,6 milhões, oriundos tanto do setor público como do privado, pois assim como o Maracanã, a arena é pública. No Mineirão, no entanto, estão previstos reforços estruturais, correção de patologias no concreto, rebaixamento do gramado e demolição do anel inferior da arquibancada.
Muitas foram as obras de concreto armado realizadas no país, a partir da década de 50, e o Mineirão é um exemplo. A falta de manutenção destas estruturas neste longo período causou um quadro de deteriorização que, em certos casos, tem como única solução a demolição total e a reconstrução. O fenômeno da carbonatação é um dos principais agentes nestas patologias de longo prazo. Seu aparecimento se deve principalmente à falta de cuidados na fase de construção, que tem como consequência o surgimento de porosidades, trincas e fissuras, porta aberta para a penetração de agentes agressivos como o CO2 mais presente nos grandes centros. A consequência mais grave para o concreto armado provocado pela carbonatação é a perda da proteção das armaduras e a inevitável corrosão.
Hoje em dia, porém, as tecnologias da construção civil permitem e oferecem mais durabilidade aos materiais empregados em obras de grande natureza como estádios. Pode-se reduzir ou até interromper a evolução da carbonatação, por exemplo, por meio de impermeabilização. Porém, todos os cuidados do processo de concretagem devem ser observados para garantir a necessária vida útil das estruturas.
Reformas do Mineirão
A reforma do estádio será feita em três etapas:
- A primeira será feito um reforço na estrutura das bases de sustentação e na cobertura do estádio.
- A segunda, que deve começar agora em junho, serão a modernização da arquibancada e a instalação de cadeiras.
- Por último, o rebaixamento do campo e a criação do Memorial do Esporte – espaço que irá reunir a história de todas as modalidades esportivas praticadas no estado de Minas Gerais.
O projeto vai preservar a fachada original e, além disso, vai ser construída uma área multiuso no acesso ao estádio ligando o Mineirão ao ginásio do Mineirinho para facilitar o fluxo do público.
Capacidade atual do Mineirão: Pouco mais de 75 mil torcedores, sendo o 2º maior estádio do Brasil, ficando atrás apenas do Maracanã, no Rio de Janeiro.
Após reforma para a Copa de 2014: Previsão de pouco mais de 69 mil torcedores. Redução do número de assentos devido à construção das novas salas e a implementação das novas estruturas de concreto no projeto exterior.
Cidades sedes
O Brasil vai receber os jogos da Copa em 12 cidades:
- Belo Horizonte (MG)
- Brasília (DF)
- Cuiabá (MT)
- Curitiba (PR)
- Fortaleza (CE)
- Manaus (AM)
- Natal (RN)
- Porto Alegre (RS)
- Recife (PE)
- Rio de Janeiro (RJ)
- Salvador (BA)
- São Paulo (SP)
Exigências da FIFA na recuperação dos estádios
Abertura da Copa do Mundo de 2014: a previsão é que aconteça em São Paulo, no estádio do Morumbi, que deverá ter, pelo menos, 60.000 assentos.
Encerramento da Copa do Mundo de 2014: a previsão é que aconteça no Maracanã, no Rio de Janeiro, e o estádio deverá contar com mais de 80.000 lugares.
Demais estádios: precisam ter pelo menos 40.000 assentos.
Assentos nos estádios: a recomendação da FIFA é de que todos os espectadores tenham cadeiras individuais numeradas, com encosto de pelo menos 30 centímetros de altura.
Acessos: os corredores de entrada e saída devem ser largos para facilitar o acesso dos espectadores.
A tribuna de imprensa deve ser bem equipada; é recomendada a proximidade a hospitais; e estacionamento próximo a arena para atender a demanda dos torcedores.

A entrevista a seguir é com o presidente da Associação Brasileira de Engenharia e Consultoria Estrutural (ABECE), Marcos Monteiro, que fala sobre o trabalho da ABECE em relação aos estádios brasileiros.
1 – Como está o andamento das obras em estádios para a Copa aqui no Brasil?
O setor da construção civil está muito preocupado. Aqueles problemas que estamos acostumados a encontrar em obras públicas, e que gostaríamos de não ver repetidos, já estão ocorrendo. Dificuldades nas licitações, recursos na justiça, falta de planejamento e de financiamento. Um bom exemplo é Belo Horizonte, que fez um planejamento sério, aprovado pela FIFA, e vem cumprindo seu cronograma rigorosamente. É um exemplo que deveria ser seguido pelas demais sedes.
2 – Qual é o trabalho da ABECE nesse caso? Qual a responsabilidade da entidade?
A ABECE, como entidade representativa do setor, vem participando das diversas discussões setoriais, com o objetivo de conscientizar os órgãos públicos da necessidade de que se faça um planejamento sério, não só das obras que envolvem a construção ou reforma dos estádios, mas, também, de toda a infraestrutura necessária para abrigar eventos desse porte. O grande benefício previsto pelos organizadores do evento são os legados na área de transportes, saneamento, reurbanização, entre outros. Mas, apenas com transparência na concepção, planejamento e execução é que poderemos ter certeza que esse legado será positivo.
3 – Há algum tipo de fiscalização das obras?
Esse é outro ponto de muita preocupação. Uma fiscalização adequada deve se basear nos planejamentos efetuados e nos projetos desenvolvidos. Se o planejamento é deficiente e os projetos são desenvolvidos “a toque de caixa”, todo o processo de fiscalização fica prejudicado, pois, a qualquer momento, pode-se alegar que as falhas durante a execução devem-se a deficiências do início do projeto (planejamento e projetos). Infelizmente, as sinalizações que já vêm do governo vão em outra direção: como o tempo começa a ficar escasso, já se começa a falar da liberação de contratações emergenciais, dispensa de licitação e outras medidas que podem gerar um grande passivo para o país, como já ocorreu em sedes anteriores (a Grécia, por exemplo).
4 – E com relação às intervenções em estádios?
Basicamente, temos suas situações: estádios que serão reformulados e os que serão demolidos para a construção de novas arenas. Na primeira situação, estão o Mineirão, Arena da Baixada (Curitiba), Castelão (Fortaleza), Beira-Rio (Porto Alegre), Maracanã (Rio de Janeiro) e Morumbi (São Paulo). Nesses estádios estão previstas intervenções de diversas naturezas para adequá-los às exigências da FIFA. Essas intervenções passam pela necessidade de demolição de estruturas e alteração de nível do gramado para melhorar as condições de visibilidade dos jogos, pela construção de novas arquibancadas e adequação das existentes, entre outras.
5 – Nas reformas do Mineirão, por exemplo, são estimados reforços na patologia do concreto. O senhor saberia dizer quais são essas patologias?
Como sabemos, as estruturas de concreto devem sofrer manutenções preventivas para evitar a sua deterioração. Os estádios brasileiros em geral e, em especial, os públicos, raramente têm passado por procedimentos de vistoria e manutenção preventiva. Assim, pequenos problemas na estrutura, que poderiam ser facilmente recuperados a custos baixos, com o avanço da degradação tornam-se problemas graves, de solução mais complexa e envolvendo grandes custos de recuperação. Essas intervenções vão desde a recuperação de fissuras até a necessidade de recuperação de estruturas cujas armaduras já se encontram em processo de corrosão e a necessidade de substituição do material de vedação de juntas.
6 – O que o senhor pode falar sobre o uso de concreto, nos estádios em geral, para a Copa de 2014?
Por suas próprias características de concepção e utilização, com grandes vãos, grande acesso ao público e carregamentos dinâmicos, as arenas esportivas precisam de estruturas robustas e funcionais. Por esse motivo, o concreto armado é o material preferencial para sua execução. Por outro lado, a necessidade de racionalização e de maior produtividade na execução dos estádios abrirá uma grande oportunidade para a utilização de sistemas em concreto pré-moldado. É importante salientar que, apesar de termos construído poucos estádios nos últimos anos, os projetistas estruturais brasileiros estão afinados com as tecnologias disponíveis e estão amplamente capacitados para enfrentar os desafios que serão impostos para execução dessas novas estruturas.
Veja mais uma matéria da série especial da preparação para a Copa de 2014: “Estádio de Brasília é inspirado em Niemeyer”
Entrevistado
Marcos Monteiro
-Engenheiro Civil pela Escola de Engenharia da Universidade Mackenzie
- Pós-Graduado pela EPUSP (Escola Politécnica da Universidade de São Paulo)
- MBA em Engenharia pela Escola de Administração Mauá do Instituto Mauá de Tecnologia
- Professor da disciplina Estruturas de Concreto Armado I na Escola de Engenharia Mauá do Instituto Mauá de Tecnologia
- Sócio diretor da Planear Engenharia e presidente da ABECE na gestão 2008-2010
Emails: prefixocom@terra.com.br; abece@abece.com.br
Jornalista responsável: Silvia Elmor – MTB 4417/18/57 – Vogg Branded Content
Brasil se prepara para a Copa do Mundo de 2014
Doze cidades irão sediar os jogos e o setor da construção civil começa a planejar a recuperação dos estádios
Por: Vanessa Bordin – Vogg Branded Content
A partir deste mês, o Massa Cinzenta vai apresentar uma série de reportagens sobre as reformas nos estádios e a preparação do Brasil para sediar a Copa do Mundo de 2014. Esta é a primeira matéria, abrindo a rede de informações sobre concreto e curiosidades nos estádios brasileiros. A próxima irá abordar o novo estádio de Natal (RN).
No mês de junho começam os jogos da Copa do Mundo na África do Sul, mas em quatro anos será a vez do Brasil receber as delegações internacionais. Em algumas cidades que vão sediar os jogos da Copa de 2014 os estádios já começaram a passar por reformas e em outras a FIFA determinou que fossem construídos novos prédios. E o concreto armado é um dos elementos mais sugeridos para ser utilizado nas obras.

A reforma e a construção de novos estádios no Brasil começaram em janeiro deste ano. Segundo informações da FIFA, a conclusão dos empreendimentos está prevista até dezembro de 2012, sendo que no ano seguinte o país deverá sediar a Copa das Confederações. Os estádios do Morumbi, em São Paulo, e do Mineirão, em Minas Gerais, são os alvos das grandes reformas.
Patologias do concreto
As duas primeiras etapas de reforma do Estádio Governador Magalhães Pinto – Mineirão – somam R$ 11,6 milhões, oriundos tanto do setor público como do privado, pois assim como o Maracanã, a arena é pública. No Mineirão, no entanto, estão previstos reforços estruturais, correção de patologias no concreto, rebaixamento do gramado e demolição do anel inferior da arquibancada.
Muitas foram as obras de concreto armado realizadas no país, a partir da década de 50, e o Mineirão é um exemplo. A falta de manutenção destas estruturas neste longo período causou um quadro de deteriorização que, em certos casos, tem como única solução a demolição total e a reconstrução. O fenômeno da carbonatação é um dos principais agentes nestas patologias de longo prazo. Seu aparecimento se deve principalmente à falta de cuidados na fase de construção, que tem como consequência o surgimento de porosidades, trincas e fissuras, porta aberta para a penetração de agentes agressivos como o CO2 mais presente nos grandes centros. A consequência mais grave para o concreto armado provocado pela carbonatação é a perda da proteção das armaduras e a inevitável corrosão.
Hoje em dia, porém, as tecnologias da construção civil permitem e oferecem mais durabilidade aos materiais empregados em obras de grande natureza como estádios. Pode-se reduzir ou até interromper a evolução da carbonatação, por exemplo, por meio de impermeabilização. Porém, todos os cuidados do processo de concretagem devem ser observados para garantir a necessária vida útil das estruturas.
Reformas do Mineirão
A reforma do estádio será feita em três etapas:
- A primeira será feito um reforço na estrutura das bases de sustentação e na cobertura do estádio.
- A segunda, que deve começar agora em junho, serão a modernização da arquibancada e a instalação de cadeiras.
- Por último, o rebaixamento do campo e a criação do Memorial do Esporte – espaço que irá reunir a história de todas as modalidades esportivas praticadas no estado de Minas Gerais.
O projeto vai preservar a fachada original e, além disso, vai ser construída uma área multiuso no acesso ao estádio ligando o Mineirão ao ginásio do Mineirinho para facilitar o fluxo do público.
Capacidade atual do Mineirão: Pouco mais de 75 mil torcedores, sendo o 2º maior estádio do Brasil, ficando atrás apenas do Maracanã, no Rio de Janeiro.
Após reforma para a Copa de 2014: Previsão de pouco mais de 69 mil torcedores. Redução do número de assentos devido à construção das novas salas e a implementação das novas estruturas de concreto no projeto exterior.
Cidades sedes
O Brasil vai receber os jogos da Copa em 12 cidades:
- Belo Horizonte (MG)
- Brasília (DF)
- Cuiabá (MT)
- Curitiba (PR)
- Fortaleza (CE)
- Manaus (AM)
- Natal (RN)
- Porto Alegre (RS)
- Recife (PE)
- Rio de Janeiro (RJ)
- Salvador (BA)
- São Paulo (SP)
Exigências da FIFA na recuperação dos estádios
Abertura da Copa do Mundo de 2014: a previsão é que aconteça em São Paulo, no estádio do Morumbi, que deverá ter, pelo menos, 60.000 assentos.
Encerramento da Copa do Mundo de 2014: a previsão é que aconteça no Maracanã, no Rio de Janeiro, e o estádio deverá contar com mais de 80.000 lugares.
Demais estádios: precisam ter pelo menos 40.000 assentos.
Assentos nos estádios: a recomendação da FIFA é de que todos os espectadores tenham cadeiras individuais numeradas, com encosto de pelo menos 30 centímetros de altura.
Acessos: os corredores de entrada e saída devem ser largos para facilitar o acesso dos espectadores.
A tribuna de imprensa deve ser bem equipada; é recomendada a proximidade a hospitais; e estacionamento próximo a arena para atender a demanda dos torcedores.

A entrevista a seguir é com o presidente da Associação Brasileira de Engenharia e Consultoria Estrutural (ABECE), Marcos Monteiro, que fala sobre o trabalho da ABECE em relação aos estádios brasileiros.
1 – Como está o andamento das obras em estádios para a Copa aqui no Brasil?
O setor da construção civil está muito preocupado. Aqueles problemas que estamos acostumados a encontrar em obras públicas, e que gostaríamos de não ver repetidos, já estão ocorrendo. Dificuldades nas licitações, recursos na justiça, falta de planejamento e de financiamento. Um bom exemplo é Belo Horizonte, que fez um planejamento sério, aprovado pela FIFA, e vem cumprindo seu cronograma rigorosamente. É um exemplo que deveria ser seguido pelas demais sedes.
2 – Qual é o trabalho da ABECE nesse caso? Qual a responsabilidade da entidade?
A ABECE, como entidade representativa do setor, vem participando das diversas discussões setoriais, com o objetivo de conscientizar os órgãos públicos da necessidade de que se faça um planejamento sério, não só das obras que envolvem a construção ou reforma dos estádios, mas, também, de toda a infraestrutura necessária para abrigar eventos desse porte. O grande benefício previsto pelos organizadores do evento são os legados na área de transportes, saneamento, reurbanização, entre outros. Mas, apenas com transparência na concepção, planejamento e execução é que poderemos ter certeza que esse legado será positivo.
3 – Há algum tipo de fiscalização das obras?
Esse é outro ponto de muita preocupação. Uma fiscalização adequada deve se basear nos planejamentos efetuados e nos projetos desenvolvidos. Se o planejamento é deficiente e os projetos são desenvolvidos “a toque de caixa”, todo o processo de fiscalização fica prejudicado, pois, a qualquer momento, pode-se alegar que as falhas durante a execução devem-se a deficiências do início do projeto (planejamento e projetos). Infelizmente, as sinalizações que já vêm do governo vão em outra direção: como o tempo começa a ficar escasso, já se começa a falar da liberação de contratações emergenciais, dispensa de licitação e outras medidas que podem gerar um grande passivo para o país, como já ocorreu em sedes anteriores (a Grécia, por exemplo).
4 – E com relação às intervenções em estádios?
Basicamente, temos suas situações: estádios que serão reformulados e os que serão demolidos para a construção de novas arenas. Na primeira situação, estão o Mineirão, Arena da Baixada (Curitiba), Castelão (Fortaleza), Beira-Rio (Porto Alegre), Maracanã (Rio de Janeiro) e Morumbi (São Paulo). Nesses estádios estão previstas intervenções de diversas naturezas para adequá-los às exigências da FIFA. Essas intervenções passam pela necessidade de demolição de estruturas e alteração de nível do gramado para melhorar as condições de visibilidade dos jogos, pela construção de novas arquibancadas e adequação das existentes, entre outras.
5 – Nas reformas do Mineirão, por exemplo, são estimados reforços na patologia do concreto. O senhor saberia dizer quais são essas patologias?
Como sabemos, as estruturas de concreto devem sofrer manutenções preventivas para evitar a sua deterioração. Os estádios brasileiros em geral e, em especial, os públicos, raramente têm passado por procedimentos de vistoria e manutenção preventiva. Assim, pequenos problemas na estrutura, que poderiam ser facilmente recuperados a custos baixos, com o avanço da degradação tornam-se problemas graves, de solução mais complexa e envolvendo grandes custos de recuperação. Essas intervenções vão desde a recuperação de fissuras até a necessidade de recuperação de estruturas cujas armaduras já se encontram em processo de corrosão e a necessidade de substituição do material de vedação de juntas.
6 – O que o senhor pode falar sobre o uso de concreto, nos estádios em geral, para a Copa de 2014?
Por suas próprias características de concepção e utilização, com grandes vãos, grande acesso ao público e carregamentos dinâmicos, as arenas esportivas precisam de estruturas robustas e funcionais. Por esse motivo, o concreto armado é o material preferencial para sua execução. Por outro lado, a necessidade de racionalização e de maior produtividade na execução dos estádios abrirá uma grande oportunidade para a utilização de sistemas em concreto pré-moldado. É importante salientar que, apesar de termos construído poucos estádios nos últimos anos, os projetistas estruturais brasileiros estão afinados com as tecnologias disponíveis e estão amplamente capacitados para enfrentar os desafios que serão impostos para execução dessas novas estruturas.
Veja mais uma matéria da série especial da preparação para a Copa de 2014: “Estádio de Brasília é inspirado em Niemeyer”
Entrevistado
Marcos Monteiro
-Engenheiro Civil pela Escola de Engenharia da Universidade Mackenzie
- Pós-Graduado pela EPUSP (Escola Politécnica da Universidade de São Paulo)
- MBA em Engenharia pela Escola de Administração Mauá do Instituto Mauá de Tecnologia
- Professor da disciplina Estruturas de Concreto Armado I na Escola de Engenharia Mauá do Instituto Mauá de Tecnologia
- Sócio diretor da Planear Engenharia e presidente da ABECE na gestão 2008-2010
Emails: prefixocom@terra.com.br; abece@abece.com.br
Jornalista responsável: Silvia Elmor – MTB 4417/18/57 – Vogg Branded Content
Construções sustentáveis são tendências no Brasil (Podcast)
O Engº José Marques Filho fala sobre a tendência do uso de materiais que tornam a obra mais sustentável. Explica a mudança depois da publicação de novas normas técnicas na construção civil e o concreto pré-moldado com foco sustentável na construção.
Por: Vanessa Bordin - Branded Content Vogg

Currículo:
Mestre em Engenharia Civil pela Universidade de São Paulo e doutor em Engenharia Civil pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Atualmente é engenheiro civil consultor da Companhia Paranaense de Energia (Copel); coordenador colaborador do Comitê Brasileiro de Barragens; e professor adjunto da Universidade Federal do Paraná. Tem experiência na área de Engenharia Civil, com ênfase em Projetos de Grandes Estruturas e Tecnologia do Concreto, atuando principalmente nos seguintes temas: concreto, barragens, CCR, laboratório de concreto e caracterização.
Clique no player abaixo e ouça um resumo da entrevista. Para ouvir a entrevista na íntegra clique aqui.
Jornalista Responsável: Silvia Elmor - MTB 4417/18/57 - Vogg Branded Content
Construções sustentáveis são tendências no Brasil (Podcast)
O Engº José Marques Filho fala sobre a tendência do uso de materiais que tornam a obra mais sustentável. Explica a mudança depois da publicação de novas normas técnicas na construção civil e o concreto pré-moldado com foco sustentável na construção.
Por: Vanessa Bordin - Branded Content Vogg

Currículo:
Mestre em Engenharia Civil pela Universidade de São Paulo e doutor em Engenharia Civil pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Atualmente é engenheiro civil consultor da Companhia Paranaense de Energia (Copel); coordenador colaborador do Comitê Brasileiro de Barragens; e professor adjunto da Universidade Federal do Paraná. Tem experiência na área de Engenharia Civil, com ênfase em Projetos de Grandes Estruturas e Tecnologia do Concreto, atuando principalmente nos seguintes temas: concreto, barragens, CCR, laboratório de concreto e caracterização.
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Obras rápidas: qual o melhor sistema construtivo?
Alvenaria estrutural pode ser um exemplo, mas os especialistas apontam os pré-moldados como uma solução eficiente
Por: Vanessa Bordin – Vogg Branded Content
O ritmo das construções no Brasil está bastante acelerado. É possível fazer uma obra rápida com alvenaria convencional desde que se tenham várias frentes de trabalho. Entre os sistemas apontados como boas soluções para os cronogramas apertados estão os sistemas pré-fabricados, seja porque se evita o desperdício de material na obra, seja porque facilita a execução de outros subsistemas presentes no edifício, agilizando a obra.
Um dos motivos para o crescimento do número de construções rápidas no país é o incentivo da iniciativa pública em programas habitacionais, como o Minha Casa, Minha Vida, do Governo Federal. O projeto serve de exemplo porque envolve um número muito grande de residências - 1 milhão - a serem concluídas num prazo muito curto de tempo. Mas, a escolha correta do sistema construtivo e um bom planejamento são essenciais para a execução de obras rápidas.

Para o professor e pesquisador da USP nessa área, doutor em arquitetura, Paulo Eduardo Fonseca de Campos, a arquitetura pode lançar mão de sistemas construtivos industrializados para fazer frente aos cronogramas apertados de entrega das obras. Para ele, isso depende, fundamentalmente, de aliar a solução industrializada a um bom planejamento, que determine com clareza as prioridades.
O uso de sistemas industrializados, além de uma maior rapidez e eficiência, deve-se pautar por uma arquitetura de qualidade, que nada tem a ver com a uniformidade e a monotonia. “Mas, o mais importante em obras rápidas é pensarmos na construção industrializada como um todo e os benefícios dela para a sociedade. A Copa de 2014 e as Olimpíadas de 2016 são outros exemplos de circunstâncias únicas que nos fazem olhar com mais atenção para o cenário da construção civil no País”, avalia.
O professor defende que essas são grandes oportunidades para o setor da construção civil adquirir conhecimento e expertise a partir da utilização de novas tecnologias. “É a chance de se desenvolver soluções industrializadas para infraestrutura e construções esportivas, mas que poderão se estender para a área de moradias também, na medida em que serão construídos edifícios para alojar atletas olímpicos, por exemplo”, acredita Campos.
Materiais
Segundo o pesquisador da USP há várias alternativas tecnológicas que podem atender às chamadas obras rápidas, tais como os pré-fabricados de concreto, cuja qualidade vem ganhando muito com o emprego de novos materiais, caso do concreto de alto desempenho e dos materiais compostos à base de cimento, como o GFRC-Glass Fiber Reinforced Concrete ou, simplesmente, concreto reforçado com fibra de vidro. “E hoje em dia também não podemos deixar de pensar, mesmo em obras rápidas, na sustentabilidade.
Por isso a importância de se utilizar os pré-fabricados de concreto, que garantem qualidade e desperdício praticamente “zero” de material”, ressalta Paulo Eduardo Fonseca.
O professor Paulo Eduardo destacou que na hora de optar por uma tecnologia é preciso, primeiro, estudar a forma mais apropriada de empregá-la na obra e isso implica, diretamente, no resultado final. “Cada tecnologia tem uma forma adequada de ser aplicada. Um bom projeto, normalmente, consegue aliar uma boa arquitetura a um projeto estrutural, igualmente, bem resolvido, empregando as tecnologias mais adequadas”, define.
No entanto, o doutor em arquitetura da USP, disse que o país está defasado em termos de construção industrializada para habitação, já que nos últimos vinte anos houve uma perda da excelência que o Brasil detinha na área, provocada pela falta de investimentos no setor. “Não havia programas de governo que incentivassem as empresas a produzir para esta área. Mas podemos correr contra o tempo perdido e investir ainda mais no setor”, revela Paulo Eduardo Fonseca.
Tendências
Além do concreto de alto desempenho, o uso do microconcreto de alto desempenho também pode se tornar uma tendência em obras rápidas no Brasil, assim como já vem ocorrendo com o concreto auto-adensável. “Com o concreto auto-adensável, por exemplo, podemos eliminar a vibração mecânica. Isso resulta em economia de tempo e redução nos investimentos iniciais para implantação de uma unidade de produção”, afirma o professor.
Quanto ao custo das tecnologias, especialistas mostraram, durante um seminário sobre Obras Rápidas, realizado em maio pela editora Pini, em São Paulo, que não há muitas diferenças. Os novos sistemas adotados em obras rápidas ainda estão em fase de consolidação e já têm custo competitivo em relação aos convencionais e as perspectivas são de melhoria quanto à eficiência dessas novas tecnologias.
“Os novos meios de produção, de acordo com o emprego dessas novas tecnologias em obras rápidas, são essenciais para o controle da qualidade, o que favorece o crescimento acelerado da construção industrializada no país”, conclui Paulo Eduardo Fonseca.
Entrevistado:
Paulo Eduardo Fonseca de Campos
- Arquiteto graduado pela PUC de Campinas (1981).
- Mestre em Engenharia Civil pela EPUSP (1989).
- Doutor em Arquitetura e Urbanismo pela FAUUSP (2002).
- É professor doutor da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo.
- Ocupa, atualmente, o cargo de Coordenador Acadêmico do LAME-Laboratório de Modelos e Ensaios da FAUUSP.
- Sócio-diretor da PRECAST Desenvolvimento de Produto, empresa especializada no desenvolvimento de sistemas e componentes construtivos industrializados (1997-2007).
- Foi Diretor Técnico da ABCIC-Associação Brasileira da Construção Industrializada em Concreto (Biênio 2003-2004).
Email: pfonseca@usp.br
Jornalista responsável: Silvia Elmor – MTB 4417/18/57 – Vogg Branded Content
Obras rápidas: qual o melhor sistema construtivo?
Alvenaria estrutural pode ser um exemplo, mas os especialistas apontam os pré-moldados como uma solução eficiente
Por: Vanessa Bordin – Vogg Branded Content
O ritmo das construções no Brasil está bastante acelerado. É possível fazer uma obra rápida com alvenaria convencional desde que se tenham várias frentes de trabalho. Entre os sistemas apontados como boas soluções para os cronogramas apertados estão os sistemas pré-fabricados, seja porque se evita o desperdício de material na obra, seja porque facilita a execução de outros subsistemas presentes no edifício, agilizando a obra.
Um dos motivos para o crescimento do número de construções rápidas no país é o incentivo da iniciativa pública em programas habitacionais, como o Minha Casa, Minha Vida, do Governo Federal. O projeto serve de exemplo porque envolve um número muito grande de residências - 1 milhão - a serem concluídas num prazo muito curto de tempo. Mas, a escolha correta do sistema construtivo e um bom planejamento são essenciais para a execução de obras rápidas.

Para o professor e pesquisador da USP nessa área, doutor em arquitetura, Paulo Eduardo Fonseca de Campos, a arquitetura pode lançar mão de sistemas construtivos industrializados para fazer frente aos cronogramas apertados de entrega das obras. Para ele, isso depende, fundamentalmente, de aliar a solução industrializada a um bom planejamento, que determine com clareza as prioridades.
O uso de sistemas industrializados, além de uma maior rapidez e eficiência, deve-se pautar por uma arquitetura de qualidade, que nada tem a ver com a uniformidade e a monotonia. “Mas, o mais importante em obras rápidas é pensarmos na construção industrializada como um todo e os benefícios dela para a sociedade. A Copa de 2014 e as Olimpíadas de 2016 são outros exemplos de circunstâncias únicas que nos fazem olhar com mais atenção para o cenário da construção civil no País”, avalia.
O professor defende que essas são grandes oportunidades para o setor da construção civil adquirir conhecimento e expertise a partir da utilização de novas tecnologias. “É a chance de se desenvolver soluções industrializadas para infraestrutura e construções esportivas, mas que poderão se estender para a área de moradias também, na medida em que serão construídos edifícios para alojar atletas olímpicos, por exemplo”, acredita Campos.
Materiais
Segundo o pesquisador da USP há várias alternativas tecnológicas que podem atender às chamadas obras rápidas, tais como os pré-fabricados de concreto, cuja qualidade vem ganhando muito com o emprego de novos materiais, caso do concreto de alto desempenho e dos materiais compostos à base de cimento, como o GFRC-Glass Fiber Reinforced Concrete ou, simplesmente, concreto reforçado com fibra de vidro. “E hoje em dia também não podemos deixar de pensar, mesmo em obras rápidas, na sustentabilidade.
Por isso a importância de se utilizar os pré-fabricados de concreto, que garantem qualidade e desperdício praticamente “zero” de material”, ressalta Paulo Eduardo Fonseca.
O professor Paulo Eduardo destacou que na hora de optar por uma tecnologia é preciso, primeiro, estudar a forma mais apropriada de empregá-la na obra e isso implica, diretamente, no resultado final. “Cada tecnologia tem uma forma adequada de ser aplicada. Um bom projeto, normalmente, consegue aliar uma boa arquitetura a um projeto estrutural, igualmente, bem resolvido, empregando as tecnologias mais adequadas”, define.
No entanto, o doutor em arquitetura da USP, disse que o país está defasado em termos de construção industrializada para habitação, já que nos últimos vinte anos houve uma perda da excelência que o Brasil detinha na área, provocada pela falta de investimentos no setor. “Não havia programas de governo que incentivassem as empresas a produzir para esta área. Mas podemos correr contra o tempo perdido e investir ainda mais no setor”, revela Paulo Eduardo Fonseca.
Tendências
Além do concreto de alto desempenho, o uso do microconcreto de alto desempenho também pode se tornar uma tendência em obras rápidas no Brasil, assim como já vem ocorrendo com o concreto auto-adensável. “Com o concreto auto-adensável, por exemplo, podemos eliminar a vibração mecânica. Isso resulta em economia de tempo e redução nos investimentos iniciais para implantação de uma unidade de produção”, afirma o professor.
Quanto ao custo das tecnologias, especialistas mostraram, durante um seminário sobre Obras Rápidas, realizado em maio pela editora Pini, em São Paulo, que não há muitas diferenças. Os novos sistemas adotados em obras rápidas ainda estão em fase de consolidação e já têm custo competitivo em relação aos convencionais e as perspectivas são de melhoria quanto à eficiência dessas novas tecnologias.
“Os novos meios de produção, de acordo com o emprego dessas novas tecnologias em obras rápidas, são essenciais para o controle da qualidade, o que favorece o crescimento acelerado da construção industrializada no país”, conclui Paulo Eduardo Fonseca.
Entrevistado:
Paulo Eduardo Fonseca de Campos
- Arquiteto graduado pela PUC de Campinas (1981).
- Mestre em Engenharia Civil pela EPUSP (1989).
- Doutor em Arquitetura e Urbanismo pela FAUUSP (2002).
- É professor doutor da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo.
- Ocupa, atualmente, o cargo de Coordenador Acadêmico do LAME-Laboratório de Modelos e Ensaios da FAUUSP.
- Sócio-diretor da PRECAST Desenvolvimento de Produto, empresa especializada no desenvolvimento de sistemas e componentes construtivos industrializados (1997-2007).
- Foi Diretor Técnico da ABCIC-Associação Brasileira da Construção Industrializada em Concreto (Biênio 2003-2004).
Email: pfonseca@usp.br
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Mão de obra especializada é fator decisivo para setor da construção civil
Para crescer cada vez mais a área da construção civil precisa receber mais investimentos na qualificação do profissional
Por: Lilian Julio – Vogg Branded Content
A escassez de mão de obra qualificada se tornou um problema no dia a dia de muitas empresas e, no segmento da construção civil, não é diferente. Segundo dados do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), o setor é um dos quatro no país que, este ano, sofrerão com a falta de qualificação profissional. E para evitar este cenário é que muitas empresas brasileiras, como concreteiras, pré-fabricados, artefatos de cimento e construtoras, passaram a investir em cursos profissionalizantes aos funcionários.

O déficit de trabalhadores preparados para atender a demanda da construção civil no país, de acordo com a pesquisa do Ipea, será de pouco mais de 38 mil pessoas. A previsão do instituto é para o ano de 2010. A falta de profissionais qualificados vem sendo agravada pelo salto econômico e crescimento da construção civil nos últimos anos, impulsionada, principalmente, por grandes obras públicas.
A previsão do Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de São Paulo (SindusCon-SP) é de que o segmento da construção industrializada cresça em torno de 8,8% no Brasil, só este ano. E, por isso, o mercado exige mais preparo profissional de quem for atuar em obras.
Soluções
Para solucionar este problema a qualificação precisa ser estimulada. “O ideal é que seja uma ação conjunta entre empresas, governo e profissionais”, afirma o engenheiro civil, Marcelo Ulsenheimer, gerente técnico comercial da empresa Blocaus.
De acordo com Marcio Alencoi, profissional do ramo da construção civil há mais de 15 anos, leitor do Blog Massa Cinzenta e que idealizou um curso de capacitação, o perfil do profissional de construção civil mudou. “Há alguns anos era o peão de obra, mas hoje é um colaborador da empresa. Temos mais garantias, então precisamos oferecer cada vez mais um trabalho melhor”, avalia Alencoi.

É possível ainda aprender no próprio canteiro de obras. “Via de regra os profissionais acabam aprendendo a função sem cursos formais, no próprio local de trabalho”, afirma Luiz Roberto Gasparetto, coordenador técnico da escola Senai Orlando Laviero Ferraiuolo, em São Paulo. “A capacitação no canteiro é sempre muito rápida e existem elementos importantes para a construção civil que não são trabalhados nestes momentos”, analisa. De acordo com Gasparetto estes elementos são: a normatização, a segurança, o orçamento, as propriedades dos materiais, o processo construtivo e a preservação do meio ambiente. “Quando é um profissional qualificado ele procura seguir todas as normas. Se não tem essa formação pode comprometer o resultado final da obra”, pondera Gasparetto.
João Alves Junior, encarregado de suprimentos da Sial Construções, concorda. “Quando o profissional não é qualificado temos um prejuízo muito grande durante o processo da obra, que envolve perda de tempo, retrabalho e desperdício de material”, afirma Junior. “Dois fatores interferem no resultado final: qualidade de material e mão de obra, ou seja, se não tivermos uma mão de obra competente, o bom material será ineficiente”.
Além do resultado final da obra ser comprometido, a falta de qualificação da mão de obra prejudica o próprio trabalhador. “Ele acaba sendo um simples fazedor de tarefas. Quando passa por uma formação ele conhece o processo construtivo e pode até questionar os métodos de trabalho, e assim a probabilidade de cometer um erro grave na obra é menor”, afirma Gasparetto.

Iniciativas
A Sial Construções é um exemplo de empresas que apostaram em cursos profissionalizantes dentro do ambiente de trabalho, focando nos trabalhadores. “Procuramos sempre treinar os profissionais, seja na própria obra ou mandando-os para uma escola técnica e arcando com as despesas de um curso mais formal”, afirma Junior.
Outra empresa que segue essa tendência é a Blocaus, que promove mensalmente um curso de assentador de blocos de concreto (seu principal produto) juntamente com a Cimento Itambé e a Associação Brasileira de Cimento Portland (ABCP). “Existe uma carência muito grande de mão de obra qualificada. Esse dia gasto no nosso curso é recuperado em uma semana de trabalho, pois os trabalhadores aprendem a executar a obra de forma correta”, afirma Marcelo Ulsenheimer, gerente técnico comercial da Blocaus. (veja mais informações sobre o curso abaixo).
A Cimento Itambé desde 1998 tem um programa de treinamento de mão de obra para a construção civil totalmente gratuito. É o TIMÃO, que já realizou 1.494 palestras para 38.125 pessoas de todos os níveis de trabalhadores. Atende todos os segmentos da construção civil e universidades, com mais de 20 temas. Mais detalhes no site da Itambé (www.cimentoitambe.com.br), onde as solicitações podem ser feitas para o público da região sul.
Cursos
- O curso promovido pela Blocaus, juntamente com a Cimento Itambé e a ABCP, possui carga horária de 8 horas. “Sabemos que a pessoa não vai sair dali especialista, mas a nossa intenção é que saiba para que serve cada bloco da alvenaria estrutural e como utilizá-lo da melhor forma”, explica Marcelo Ulsenheimer.
- O curso existe há 10 anos e surgiu da necessidade de expandir o mercado para a alvenaria estrutural.
- É realizado na fábrica da Itambé, no município de Balsa Nova, e o transporte é custeado pelas empresas. “O curso é gratuito e é procurado por várias construtoras que enviam grupos de funcionários para a capacitação”, disse Ulsenheimer.
- O curso de Alencoi é dividido em quatro módulos:
- Auxiliar de pedreiro, carpinteiro, ferreiro e pedreiro.
- Cada módulo possui carga horária de 50 horas, mas ainda é um projeto piloto.
Opiniões
Apesar das iniciativas de algumas empresas, é necessário que haja mais investimento nessa área. “Mais empresas deveriam se empenhar em treinar a mão de obra, porque assim todos vão sair ganhando”, afirma Ulsenheimer. “Até mesmo os sindicatos do setor podem promover cursos de capacitação para os filiados, e assim a categoria poderá ganhar melhores salários”, sugere João Junior, da Sial.
“A capacitação da mão de obra é de extrema importância e todos devem se preocupar com ela”, explica Gasparetto coordenador técnico da escola Senai. “Todo o processo construtivo vai ter qualidade na medida em que utiliza um projeto bem elaborado, materiais certificados e profissionais qualificados. O conjunto é importante para o sucesso da obra”, ressalta.
A responsabilidade de qualificação não deve partir apenas das empresas. “O governo tem uma visão de investir na qualificação profissional, mas a construção civil está sendo deixada de lado. Fora das empresas é muito difícil achar cursos sobre isso”, explica Marcio Alencoi. “Foi percebendo essa necessidade que também resolvi criar um curso de capacitação em módulos”, argumenta ele.
Entrevistados
Marcio Alencoi
- Estudante de Edificações
- Trabalhador da construção civil há mais de 15 anos
- Morador de Canoas, no Rio Grande do Sul, está promovendo um curso na sua região para qualificar a mão de obra da construção civil.
- Leitor do Massa Cinzenta
Email: tecmarcioalencoi@gmail.com
Luiz Roberto Gasparetto
- Coordenador técnico da escola Senai Orlando Laviero Ferraiuolo, em São Paulo.
- Trabalha há 19 anos no Senai com formação profissional, e há 12, especificamente, na Construção Civil.
Email: lgaspare@sp.senai.br
João Alves Junior
- Encarregado de suprimentos na Sial Construções.
- Está na empresa há 18 anos e atua na área da construção civil há 22 anos.
Email: compras01@sial.eng.br
Marcelo Ulsenheimer
- Engenheiro civil com pós-graduação em Planejamento e Gerenciamento Estratégico.
- Trabalha com alvenaria estrutural há 10 anos.
- Gerente técnico comercial da Blocaus.
Email: marcelo@blocaus.com.br
Pergunta: AS EMPRESAS DO SETOR DEVEM SER AS GRANDES INCENTIVADORAS DA QUALIFICAÇÃO DA MÃO DE OBRA DOS PROFISSIONAIS DA CONSTRUÇÃO CIVIL? COMENTE A SEGUIR.
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Mão de obra especializada é fator decisivo para setor da construção civil
Para crescer cada vez mais a área da construção civil precisa receber mais investimentos na qualificação do profissional
Por: Lilian Julio – Vogg Branded Content
A escassez de mão de obra qualificada se tornou um problema no dia a dia de muitas empresas e, no segmento da construção civil, não é diferente. Segundo dados do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), o setor é um dos quatro no país que, este ano, sofrerão com a falta de qualificação profissional. E para evitar este cenário é que muitas empresas brasileiras, como concreteiras, pré-fabricados, artefatos de cimento e construtoras, passaram a investir em cursos profissionalizantes aos funcionários.

O déficit de trabalhadores preparados para atender a demanda da construção civil no país, de acordo com a pesquisa do Ipea, será de pouco mais de 38 mil pessoas. A previsão do instituto é para o ano de 2010. A falta de profissionais qualificados vem sendo agravada pelo salto econômico e crescimento da construção civil nos últimos anos, impulsionada, principalmente, por grandes obras públicas.
A previsão do Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de São Paulo (SindusCon-SP) é de que o segmento da construção industrializada cresça em torno de 8,8% no Brasil, só este ano. E, por isso, o mercado exige mais preparo profissional de quem for atuar em obras.
Soluções
Para solucionar este problema a qualificação precisa ser estimulada. “O ideal é que seja uma ação conjunta entre empresas, governo e profissionais”, afirma o engenheiro civil, Marcelo Ulsenheimer, gerente técnico comercial da empresa Blocaus.
De acordo com Marcio Alencoi, profissional do ramo da construção civil há mais de 15 anos, leitor do Blog Massa Cinzenta e que idealizou um curso de capacitação, o perfil do profissional de construção civil mudou. “Há alguns anos era o peão de obra, mas hoje é um colaborador da empresa. Temos mais garantias, então precisamos oferecer cada vez mais um trabalho melhor”, avalia Alencoi.

É possível ainda aprender no próprio canteiro de obras. “Via de regra os profissionais acabam aprendendo a função sem cursos formais, no próprio local de trabalho”, afirma Luiz Roberto Gasparetto, coordenador técnico da escola Senai Orlando Laviero Ferraiuolo, em São Paulo. “A capacitação no canteiro é sempre muito rápida e existem elementos importantes para a construção civil que não são trabalhados nestes momentos”, analisa. De acordo com Gasparetto estes elementos são: a normatização, a segurança, o orçamento, as propriedades dos materiais, o processo construtivo e a preservação do meio ambiente. “Quando é um profissional qualificado ele procura seguir todas as normas. Se não tem essa formação pode comprometer o resultado final da obra”, pondera Gasparetto.
João Alves Junior, encarregado de suprimentos da Sial Construções, concorda. “Quando o profissional não é qualificado temos um prejuízo muito grande durante o processo da obra, que envolve perda de tempo, retrabalho e desperdício de material”, afirma Junior. “Dois fatores interferem no resultado final: qualidade de material e mão de obra, ou seja, se não tivermos uma mão de obra competente, o bom material será ineficiente”.
Além do resultado final da obra ser comprometido, a falta de qualificação da mão de obra prejudica o próprio trabalhador. “Ele acaba sendo um simples fazedor de tarefas. Quando passa por uma formação ele conhece o processo construtivo e pode até questionar os métodos de trabalho, e assim a probabilidade de cometer um erro grave na obra é menor”, afirma Gasparetto.

Iniciativas
A Sial Construções é um exemplo de empresas que apostaram em cursos profissionalizantes dentro do ambiente de trabalho, focando nos trabalhadores. “Procuramos sempre treinar os profissionais, seja na própria obra ou mandando-os para uma escola técnica e arcando com as despesas de um curso mais formal”, afirma Junior.
Outra empresa que segue essa tendência é a Blocaus, que promove mensalmente um curso de assentador de blocos de concreto (seu principal produto) juntamente com a Cimento Itambé e a Associação Brasileira de Cimento Portland (ABCP). “Existe uma carência muito grande de mão de obra qualificada. Esse dia gasto no nosso curso é recuperado em uma semana de trabalho, pois os trabalhadores aprendem a executar a obra de forma correta”, afirma Marcelo Ulsenheimer, gerente técnico comercial da Blocaus. (veja mais informações sobre o curso abaixo).
A Cimento Itambé desde 1998 tem um programa de treinamento de mão de obra para a construção civil totalmente gratuito. É o TIMÃO, que já realizou 1.494 palestras para 38.125 pessoas de todos os níveis de trabalhadores. Atende todos os segmentos da construção civil e universidades, com mais de 20 temas. Mais detalhes no site da Itambé (www.cimentoitambe.com.br), onde as solicitações podem ser feitas para o público da região sul.
Cursos
- O curso promovido pela Blocaus, juntamente com a Cimento Itambé e a ABCP, possui carga horária de 8 horas. “Sabemos que a pessoa não vai sair dali especialista, mas a nossa intenção é que saiba para que serve cada bloco da alvenaria estrutural e como utilizá-lo da melhor forma”, explica Marcelo Ulsenheimer.
- O curso existe há 10 anos e surgiu da necessidade de expandir o mercado para a alvenaria estrutural.
- É realizado na fábrica da Itambé, no município de Balsa Nova, e o transporte é custeado pelas empresas. “O curso é gratuito e é procurado por várias construtoras que enviam grupos de funcionários para a capacitação”, disse Ulsenheimer.
- O curso de Alencoi é dividido em quatro módulos:
- Auxiliar de pedreiro, carpinteiro, ferreiro e pedreiro.
- Cada módulo possui carga horária de 50 horas, mas ainda é um projeto piloto.
Opiniões
Apesar das iniciativas de algumas empresas, é necessário que haja mais investimento nessa área. “Mais empresas deveriam se empenhar em treinar a mão de obra, porque assim todos vão sair ganhando”, afirma Ulsenheimer. “Até mesmo os sindicatos do setor podem promover cursos de capacitação para os filiados, e assim a categoria poderá ganhar melhores salários”, sugere João Junior, da Sial.
“A capacitação da mão de obra é de extrema importância e todos devem se preocupar com ela”, explica Gasparetto coordenador técnico da escola Senai. “Todo o processo construtivo vai ter qualidade na medida em que utiliza um projeto bem elaborado, materiais certificados e profissionais qualificados. O conjunto é importante para o sucesso da obra”, ressalta.
A responsabilidade de qualificação não deve partir apenas das empresas. “O governo tem uma visão de investir na qualificação profissional, mas a construção civil está sendo deixada de lado. Fora das empresas é muito difícil achar cursos sobre isso”, explica Marcio Alencoi. “Foi percebendo essa necessidade que também resolvi criar um curso de capacitação em módulos”, argumenta ele.
Entrevistados
Marcio Alencoi
- Estudante de Edificações
- Trabalhador da construção civil há mais de 15 anos
- Morador de Canoas, no Rio Grande do Sul, está promovendo um curso na sua região para qualificar a mão de obra da construção civil.
- Leitor do Massa Cinzenta
Email: tecmarcioalencoi@gmail.com
Luiz Roberto Gasparetto
- Coordenador técnico da escola Senai Orlando Laviero Ferraiuolo, em São Paulo.
- Trabalha há 19 anos no Senai com formação profissional, e há 12, especificamente, na Construção Civil.
Email: lgaspare@sp.senai.br
João Alves Junior
- Encarregado de suprimentos na Sial Construções.
- Está na empresa há 18 anos e atua na área da construção civil há 22 anos.
Email: compras01@sial.eng.br
Marcelo Ulsenheimer
- Engenheiro civil com pós-graduação em Planejamento e Gerenciamento Estratégico.
- Trabalha com alvenaria estrutural há 10 anos.
- Gerente técnico comercial da Blocaus.
Email: marcelo@blocaus.com.br
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