Normas técnicas focam o desempenho das edificações

Nova normativa da ABNT, que ainda gera dúvidas no setor da construção civil, será um parâmetro de qualidade para os consumidores

Residências que não oferecem conforto ambiental e prédios que em poucos anos de uso apresentam problemas estruturais estão entre os alvos da Norma de Desempenho das Edificações (NBR 15.575) da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), que entrou em vigor em maio de 2010, mas passará a ser exigida em empreendimentos com projetos protocolados nas prefeituras a partir de 12 de novembro deste ano.

Objeto de discussão no setor da construção civil, a normativa será uma ferramenta legal para que os consumidores tenham a confiança de que os sistemas que compõem os edifícios, como a estrutura, instalações hidrossanitárias, fachadas e coberturas, atendam a requisitos mínimos de desempenho ao longo de uma determinada vida útil.

A presidente do Instituto Brasileiro de Avaliações e Perícias de Engenharia do Paraná (Ibape-PR) e ex-conselheira do Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia do Estado do Paraná (Crea-PR), Vera Lúcia de Campos Correa Shebdalj, diz que os critérios para definição da vida útil e do desempenho estão embasados nas necessidades dos usuários de imóveis, como segurança, conforto, funcionalidade e durabilidade. “Ao contrário das normas prescritivas, que definem como os sistemas devem ser construídos, essa visa o desempenho explorando a questão do conforto dos usuários”, analisa.

A NBR 15.575 sugere o desempenho de prédios habitacionais de até cinco pavimentos, mas a expectativa da ABNT é que os parâmetros se tornem referência para outros tipos de edifício.

Principais pontos

O texto é dividido em seis partes que devem ser aplicadas simultaneamente para atender a todos os quesitos. O sistema elétrico não é contemplado por integrar um conjunto mais amplo de normas. “Muito do que está ali não é novo para os arquitetos e engenheiros, porque faz referência às normas já existentes e que deveriam ser cumpridas”, diz o engenheiro civil e professor da Pontifícia Universidade Católica do Paraná, Luiz Fernando Crema.

Aspectos de saúde e salubridade são pontos importantes, destacando-se a estanqueidade à água de chuva e à umidade do solo e o conforto termoacústico no interior das unidades.

As edificações devem ser planejadas com índices que atendam às características climáticas da região e em acordo com as condições do entorno. Também deve ser considerada a transmissão sonora de um ambiente para outro. “Essa não é a primeira cartilha que aborda o tema do conforto acústico, a diferença é que a NBR 15.575 diz como medir os níveis de decibéis pelo desempenho de materiais e sistemas”, explica o engenheiro e superintendente do Comitê Brasileiro da Construção Civil (ABNT/CB-02), Carlos Alberto de Moraes Borges.

Para o presidente do Sindicato da Indústria da Construção Civil no Paraná (Sinduscon-PR), Hamilton Pinheiro Franck, entre os avanços está o reconhecimento de empresas e profissionais sérios e a determinação da responsabilidade de todos os agentes, dos incorporadores aos usuários. “Se é exigida vida útil de 20 anos do sistema hidrossanitário, por exemplo, o projeto deve determinar a periodicidade de inspeções, prazos para a substituição de peças e condições de manutenção que levarão a se atingir a longevidade esperada”, ressalta.

A partir da vigência da norma, o comprador, ao adquirir o imóvel, deve ser informado sobre a vida útil da edificação e como fazer a manutenção conforme previsto no manual elaborado pelos construtores e incorporadores. “É como um carro. A fábrica dá a garantia, mas o comprador sabe que precisará trocar óleo na quilometragem certa. É preciso que os construtores elaborem manuais completos e de fácil compreensão”, alerta Crema.

A nova normatização não sugere qual método construtivo deve ser utilizado.“A norma está concentrada no desempenho do conjunto. Isso serve como balizador para o desenvolvimento de novos produtos que comprovem ter o desempenho exigido”, destaca o pesquisador do Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo (IPT), Ércio Thomaz.

A indústria de materiais de construção também deverá se adequar, comprovando que o produto oferecido atende o desempenho desejado. “Os institutos de pesquisa terão papel fundamental nesse processo. É preciso incentivar a criação de outros órgãos com a capacidade de testar e certificar produtos, porque os construtores passarão a exigir a contrapartida da indústria”, aponta Crema.

Impacto no mercado

Após apresentação da NBR 15.575, muitos temas entraram em discussão. O presidente da Associação dos Dirigentes de Empresas do Mercado Imobiliário no Estado do Paraná, Gustavo Selig, teme que haja impacto nos custos, especialmente nas habitações de interesse social, como as construções para o programa do governo federal, Minha Casa, Minha Vida. “As margens de lucro são reduzidas nesse segmento. É preciso fazer um estudo criterioso para viabilizar essas obras”, diz.

Entre as definições da normativa está um limite oficial contra a redução de metragem, garantindo ao usuário realizar atividades essenciais com um nível mínimo de conforto. A norma não especifica a área mínima para cada unidade nem para cada ambiente, mas exige cômodos com dimensões capazes de acolher móveis e equipamentos de tamanho padrão.

Para o pesquisador do IPT, que participou da elaboração da norma, a indústria da construção não sentirá impacto de custo. “Se fizermos a decomposição em preço inicial, mais os custos de operação e manutenção, veremos que a tendência é empatar ou reduzir custos.” Crema acrescenta outro ponto. “O fato de ser uma residência de interesse social não pode significar falta de qualidade. Uma família levará uma vida inteira para pagar o imóvel, que precisa ser durável e confortável”, comenta.

Para Thomaz e Crema, a saída para a viabilidade econômica dos empreendimentos populares é o investimento em tecnologia, desde que testada e comprovada a eficácia. “Não adianta lançar um novo sistema construtivo sem saber se resiste ao tempo. Há um bom movimento de pesquisa, mas, por vezes, sem muito critério antes de lançar no mercado”, critica Crema.

Projetos integrados ganham mais importância

A NBR 15.575 ao determinar os parâmetros de desempenho das edificações fará com que o trabalho de projetistas e especificadores de materiais se torne ainda mais importante, assim como o acompanhamento da obra. “A figura do profissional (engenheiro ou arquiteto) que unifica os projetos, arquitetônico, estrutural, elétrico e todos os outros será de máxima importância. Os construtores precisarão ter controle do começo ao fim da obra, estando atentos também para a formulação de um manual de uso bem redigido, de forma clara para a compreensão dos usuários”, diz o professor de Engenharia Civil da PUC-PR, Luiz Fernando Crema.

Para o pesquisador do IPT, Ércio Thomaz, a norma incentiva medidas preventivas na concepção e construção dos edifícios, o que diminui patologias. “A norma permite a definição da responsabilidade de cada agente envolvido, criando condições de rastreabilidade. Em alguns casos, responsabilizava-se o construtor, mesmo que o problema estivesse no projeto. A partir desse momento, passa a existir a responsabilidade compartilhada e parâmetros para regular o mercado e ações judiciais”, destaca.

Na opinião de Crema e da presidente do Ibape-PR, Vera Lúcia de Campos Correa Shebdalj, um passo urgente é a capacitação das equipes de engenharia e arquitetura, reciclagem de projetistas e introdução do ensino do conceito de desempenho nas universidades.

 

Fonte: Gazeta do Povo  - 20/06/2010


Normas técnicas focam o desempenho das edificações

Nova normativa da ABNT, que ainda gera dúvidas no setor da construção civil, será um parâmetro de qualidade para os consumidores

Residências que não oferecem conforto ambiental e prédios que em poucos anos de uso apresentam problemas estruturais estão entre os alvos da Norma de Desempenho das Edificações (NBR 15.575) da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), que entrou em vigor em maio de 2010, mas passará a ser exigida em empreendimentos com projetos protocolados nas prefeituras a partir de 12 de novembro deste ano.

Objeto de discussão no setor da construção civil, a normativa será uma ferramenta legal para que os consumidores tenham a confiança de que os sistemas que compõem os edifícios, como a estrutura, instalações hidrossanitárias, fachadas e coberturas, atendam a requisitos mínimos de desempenho ao longo de uma determinada vida útil.

A presidente do Instituto Brasileiro de Avaliações e Perícias de Engenharia do Paraná (Ibape-PR) e ex-conselheira do Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia do Estado do Paraná (Crea-PR), Vera Lúcia de Campos Correa Shebdalj, diz que os critérios para definição da vida útil e do desempenho estão embasados nas necessidades dos usuários de imóveis, como segurança, conforto, funcionalidade e durabilidade. “Ao contrário das normas prescritivas, que definem como os sistemas devem ser construídos, essa visa o desempenho explorando a questão do conforto dos usuários”, analisa.

A NBR 15.575 sugere o desempenho de prédios habitacionais de até cinco pavimentos, mas a expectativa da ABNT é que os parâmetros se tornem referência para outros tipos de edifício.

Principais pontos

O texto é dividido em seis partes que devem ser aplicadas simultaneamente para atender a todos os quesitos. O sistema elétrico não é contemplado por integrar um conjunto mais amplo de normas. “Muito do que está ali não é novo para os arquitetos e engenheiros, porque faz referência às normas já existentes e que deveriam ser cumpridas”, diz o engenheiro civil e professor da Pontifícia Universidade Católica do Paraná, Luiz Fernando Crema.

Aspectos de saúde e salubridade são pontos importantes, destacando-se a estanqueidade à água de chuva e à umidade do solo e o conforto termoacústico no interior das unidades.

As edificações devem ser planejadas com índices que atendam às características climáticas da região e em acordo com as condições do entorno. Também deve ser considerada a transmissão sonora de um ambiente para outro. “Essa não é a primeira cartilha que aborda o tema do conforto acústico, a diferença é que a NBR 15.575 diz como medir os níveis de decibéis pelo desempenho de materiais e sistemas”, explica o engenheiro e superintendente do Comitê Brasileiro da Construção Civil (ABNT/CB-02), Carlos Alberto de Moraes Borges.

Para o presidente do Sindicato da Indústria da Construção Civil no Paraná (Sinduscon-PR), Hamilton Pinheiro Franck, entre os avanços está o reconhecimento de empresas e profissionais sérios e a determinação da responsabilidade de todos os agentes, dos incorporadores aos usuários. “Se é exigida vida útil de 20 anos do sistema hidrossanitário, por exemplo, o projeto deve determinar a periodicidade de inspeções, prazos para a substituição de peças e condições de manutenção que levarão a se atingir a longevidade esperada”, ressalta.

A partir da vigência da norma, o comprador, ao adquirir o imóvel, deve ser informado sobre a vida útil da edificação e como fazer a manutenção conforme previsto no manual elaborado pelos construtores e incorporadores. “É como um carro. A fábrica dá a garantia, mas o comprador sabe que precisará trocar óleo na quilometragem certa. É preciso que os construtores elaborem manuais completos e de fácil compreensão”, alerta Crema.

A nova normatização não sugere qual método construtivo deve ser utilizado.“A norma está concentrada no desempenho do conjunto. Isso serve como balizador para o desenvolvimento de novos produtos que comprovem ter o desempenho exigido”, destaca o pesquisador do Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo (IPT), Ércio Thomaz.

A indústria de materiais de construção também deverá se adequar, comprovando que o produto oferecido atende o desempenho desejado. “Os institutos de pesquisa terão papel fundamental nesse processo. É preciso incentivar a criação de outros órgãos com a capacidade de testar e certificar produtos, porque os construtores passarão a exigir a contrapartida da indústria”, aponta Crema.

Impacto no mercado

Após apresentação da NBR 15.575, muitos temas entraram em discussão. O presidente da Associação dos Dirigentes de Empresas do Mercado Imobiliário no Estado do Paraná, Gustavo Selig, teme que haja impacto nos custos, especialmente nas habitações de interesse social, como as construções para o programa do governo federal, Minha Casa, Minha Vida. “As margens de lucro são reduzidas nesse segmento. É preciso fazer um estudo criterioso para viabilizar essas obras”, diz.

Entre as definições da normativa está um limite oficial contra a redução de metragem, garantindo ao usuário realizar atividades essenciais com um nível mínimo de conforto. A norma não especifica a área mínima para cada unidade nem para cada ambiente, mas exige cômodos com dimensões capazes de acolher móveis e equipamentos de tamanho padrão.

Para o pesquisador do IPT, que participou da elaboração da norma, a indústria da construção não sentirá impacto de custo. “Se fizermos a decomposição em preço inicial, mais os custos de operação e manutenção, veremos que a tendência é empatar ou reduzir custos.” Crema acrescenta outro ponto. “O fato de ser uma residência de interesse social não pode significar falta de qualidade. Uma família levará uma vida inteira para pagar o imóvel, que precisa ser durável e confortável”, comenta.

Para Thomaz e Crema, a saída para a viabilidade econômica dos empreendimentos populares é o investimento em tecnologia, desde que testada e comprovada a eficácia. “Não adianta lançar um novo sistema construtivo sem saber se resiste ao tempo. Há um bom movimento de pesquisa, mas, por vezes, sem muito critério antes de lançar no mercado”, critica Crema.

Projetos integrados ganham mais importância

A NBR 15.575 ao determinar os parâmetros de desempenho das edificações fará com que o trabalho de projetistas e especificadores de materiais se torne ainda mais importante, assim como o acompanhamento da obra. “A figura do profissional (engenheiro ou arquiteto) que unifica os projetos, arquitetônico, estrutural, elétrico e todos os outros será de máxima importância. Os construtores precisarão ter controle do começo ao fim da obra, estando atentos também para a formulação de um manual de uso bem redigido, de forma clara para a compreensão dos usuários”, diz o professor de Engenharia Civil da PUC-PR, Luiz Fernando Crema.

Para o pesquisador do IPT, Ércio Thomaz, a norma incentiva medidas preventivas na concepção e construção dos edifícios, o que diminui patologias. “A norma permite a definição da responsabilidade de cada agente envolvido, criando condições de rastreabilidade. Em alguns casos, responsabilizava-se o construtor, mesmo que o problema estivesse no projeto. A partir desse momento, passa a existir a responsabilidade compartilhada e parâmetros para regular o mercado e ações judiciais”, destaca.

Na opinião de Crema e da presidente do Ibape-PR, Vera Lúcia de Campos Correa Shebdalj, um passo urgente é a capacitação das equipes de engenharia e arquitetura, reciclagem de projetistas e introdução do ensino do conceito de desempenho nas universidades.

 

Fonte: Gazeta do Povo  - 20/06/2010


ABCP e IAB lançam concurso para estudantes de Arquitetura e Urbanismo

O concurso é válido em todo território nacional e as inscrições já estão abertas

A Associação Brasileira de Cimento Portland (ABCP) está promovendo o Prêmio Soluções para Cidades 2010, destinado a premiar 3 (três) projetos elaborados por estudantes de graduação em Arquitetura e Urbanismo, regularmente matriculados em faculdades brasileiras, orientados por professor(a) arquiteto(a) dos quadros de suas faculdades, sobre o tema Mobiliário Urbano em Praças Públicas. O prêmio é organizado pelo Instituto de Arquitetos do Brasil - Departamento São Paulo (IAB/SP).

Serão 5 (cinco) elementos de mobiliário urbano a serem elaborados em produtos à base de cimento, como: bancos, postes de iluminação, lixeiras, bicicletário e um elemento de livre escolha. Os prêmios a serem conferidos aos três primeiros colocados têm os seguintes valores:
1º Prêmio - R$ 5.000,00
2º Prêmio - R$ 3.000,00
3º Prêmio - R$ 2.000,00

Cronograma:
09 de junho de 2010 - Lançamento do Edital e abertura das inscrições.
13 de agosto de 2010 - Encerramento das inscrições e consultas.
16 de agosto de 2010 - Entrega dos trabalhos.
19 de agosto de 2010 até às 18h - Data limite para o recebimento dos trabalhos postados até o 16 de agosto de 2010.
20 à 23 de agosto de 2010 - Análise dos trabalhos pela Comissão de Seleção.
27 de agosto de 2010 - Divulgação dos resultados.

Veja o regulamento no site: www.abcp.org.br

Fonte: ABCP - 22/06/2010


Saiba como manter sua empresa competitiva (Podcast)

Saiba como fidelizar consumidores e manter sua empresa competitiva

Por: Vanessa Bordin – Branded Content Vogg

O consumidor moderno está no controle e representa um desafio para as empresas, que buscam estratégias para manterem-se competitivas. O consultor em gestão empresarial, Waldez Ludwig, fala sobre inovação e qualidade e desvenda o perfil desse novo consumidor.

 
 
 

 

Waldez Luiz Ludwig

Currículo: Waldez Luiz Ludwig

 

- Professor, consultor em gestão empresarial e palestrante. Graduado em Psicologia pela Universidade de Brasília. Há 15 anos, atua como consultor independente, dedica-se à pesquisa da vanguarda em cenários e tendências da gestão das organizações, especialmente em temas ligados a estratégias competitivas, mercado de trabalho, perfil profissional, criatividade e inovação, melhoria da qualidade e desenvolvimento do capital intelectual.

Clique no player abaixo e ouça um resumo da entrevista. Para ouvir a entrevista na íntegra clique aqui.

Jornalista responsável: Silvia Elmor – MTB 4417/18/57 – Vogg Branded Content


Saiba como manter sua empresa competitiva (Podcast)

Saiba como fidelizar consumidores e manter sua empresa competitiva

Por: Vanessa Bordin – Branded Content Vogg

O consumidor moderno está no controle e representa um desafio para as empresas, que buscam estratégias para manterem-se competitivas. O consultor em gestão empresarial, Waldez Ludwig, fala sobre inovação e qualidade e desvenda o perfil desse novo consumidor.

 
 
 

 

Waldez Luiz Ludwig

Currículo: Waldez Luiz Ludwig

 

- Professor, consultor em gestão empresarial e palestrante. Graduado em Psicologia pela Universidade de Brasília. Há 15 anos, atua como consultor independente, dedica-se à pesquisa da vanguarda em cenários e tendências da gestão das organizações, especialmente em temas ligados a estratégias competitivas, mercado de trabalho, perfil profissional, criatividade e inovação, melhoria da qualidade e desenvolvimento do capital intelectual.

Clique no player abaixo e ouça um resumo da entrevista. Para ouvir a entrevista na íntegra clique aqui.

Jornalista responsável: Silvia Elmor – MTB 4417/18/57 – Vogg Branded Content


O 82º ENIC oferece propostas para a construção civil do país

Uma das questões levantadas durante o Encontro envolve recursos para crédito imobiliário

Por: Lilian Julio

Solenidade de abertura do 82º ENIC em Maceió, com a presença do presidente Lula, ministros e representantes do Sinduscon e CBIC de todo país

Entre os dias 09 e 11 de junho ocorreu na capital de Alagoas um dos maiores eventos da construção civil do país. É o Encontro Nacional da Indústria da Construção (ENIC) realizado pela 82ª vez. O evento acontece uma vez por ano em capitais e cidades brasileiras reunindo engenheiros, empresários do setor e estudantes de arquitetura e engenharia.
O 82º ENIC foi promovido pela Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) e do Sinduscon de Alagoas e recebeu no dia da abertura a presença do presidente Lula, que defendeu a importância do aquecimento do setor da construção para o desenvolvimento da economia do país.

Debates

Entre os temas que foram abordados durante o ENIC está o financiamento imobiliário. O esgotamento das fontes desses recursos foi o assunto principal na reunião da Comissão de Indústria Imobiliária (CII), no segundo dia do evento. De acordo com o presidente da Comissão, João Crestana, há uma necessidade urgente de se buscar alternativas para o crédito imobiliário. “As projeções mais recentes apontam uma futura escassez dos recursos da poupança e do fundo de garantia”, afirma Crestana.

A falta de financiamento também contribui para aumentar ainda mais o déficit habitacional no Brasil – que atualmente está em 7 milhões de moradias. “Essa carência de unidades habitacionais requer R$ 2 trilhões, enquanto o volume disponível de recursos das linhas de crédito para tal finalidade (poupança e FGTS) é de apenas R$ 465 bilhões”, adverte o diretor executivo da Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip), Natalino Gazonato. “Se continuar nesse ritmo os recursos irão acabar em dois anos”, afirma.

Marcos Holanda, presidente do Sinduscon-AL

Além dos temas envolvendo recursos, a 82ª edição do ENIC teve seu foco na sustentabilidade que, de acordo com o presidente do Sinduscon-AL Marcos Holanda, é o maior desafio para as empresas da construção civil. Para ele o ENIC serviu como incentivo para que práticas mais sustentáveis fossem apresentadas, buscando a conscientização do setor. “Pretendemos, a partir de agora, consolidar esse conceito sustentável até o final de 2010 para que no próximo ENIC, em junho do ano que vem, possamos mostrar o que já foi feito”, destaca Holanda.

O Programa de Construção Sustentável apresentado durante o ENIC engloba temas como água, mudanças climáticas, desenvolvimento humano, energia, resíduos, materiais e sistemas, meio ambiente, infraestrutura e desenvolvimento urbano. Outros tópicos, como poder de compra e inovação tecnológica, também foram abordados em discussões durante o evento.

Lançamento

Durante o evento a CBIC lançou o portal do Programa de Inovação Tecnológica (PIT), uma iniciativa que visa estudar, analisar e definir diretrizes para o desenvolvimento, difusão e avaliação de inovações tecnológicas da construção civil brasileira.

O PIT tem como principal objetivo transformar a inovação tecnológica em um caminho estratégico das empresas que buscam um diferencial competitivo.

Para o presidente do Sinduscon-AL o encontro é uma grande possibilidade de estreitar laços e tornar o setor mais unido. “Este evento é um dos mais importantes do país e este ano batemos o recorde de público de todas as edições já realizadas, o que significa mais interesse da classe”, revela Holanda.

Programação do ENIC

Entre os temas mais abordados durante o evento, as palestras focaram as discussões em projetos como:
- Programa Minha Casa, Minha Vida
- Fonte de Recursos de financiamento
- Meio ambiente, infraestrutura e desenvolvimento urbano
- Urbanismo
- Legislação ambiental e licenciamento de empreendimentos
- Gestão de resíduos sólidos
- Eficiência energética das edificações
- Sistemas sustentáveis

Público

Participaram do 82º ENIC cerca de duas mil pessoas. Entre os inscritos nas palestras e apresentações de propostas somaram 1.320 pessoas, entre engenheiros e estudantes de universidades, que tiverem um espaço para divulgar projetos, também voltados para o apelo das construções mais sustentáveis, visando um planeta melhor.

Entrevistado: Marcos Holanda
- Engenheiro Civil formado em 1983 pela Universidade Federal de Alagoas (UFAL);
- Fez mestrado em Engenharia de Estrutura na Universidade de São Paulo (USP);
- Foi Conselheiro do Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia de Alagoas (CREA);
- Atualmente, além de presidente do Sindicato da Indústria da Construção do Estado de Alagoas – Sinduscon, gestão 2007/2011 é, também, vice- presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), gestão 2008/2011;
- Professor do Curso de Engenharia da Universidade Federal de Alagoas, e Presidente Diretor da Empresa Nacional de Engenharia e Construções Ltda. (ENENGI).
Email: presidente@sinduscon-al.com.br

Jornalista responsável: Silvia Elmor – MTB 4417/18/57 – Vogg Branded Content


O 82º ENIC oferece propostas para a construção civil do país

Uma das questões levantadas durante o Encontro envolve recursos para crédito imobiliário

Por: Lilian Julio

Solenidade de abertura do 82º ENIC em Maceió, com a presença do presidente Lula, ministros e representantes do Sinduscon e CBIC de todo país

Entre os dias 09 e 11 de junho ocorreu na capital de Alagoas um dos maiores eventos da construção civil do país. É o Encontro Nacional da Indústria da Construção (ENIC) realizado pela 82ª vez. O evento acontece uma vez por ano em capitais e cidades brasileiras reunindo engenheiros, empresários do setor e estudantes de arquitetura e engenharia.
O 82º ENIC foi promovido pela Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) e do Sinduscon de Alagoas e recebeu no dia da abertura a presença do presidente Lula, que defendeu a importância do aquecimento do setor da construção para o desenvolvimento da economia do país.

Debates

Entre os temas que foram abordados durante o ENIC está o financiamento imobiliário. O esgotamento das fontes desses recursos foi o assunto principal na reunião da Comissão de Indústria Imobiliária (CII), no segundo dia do evento. De acordo com o presidente da Comissão, João Crestana, há uma necessidade urgente de se buscar alternativas para o crédito imobiliário. “As projeções mais recentes apontam uma futura escassez dos recursos da poupança e do fundo de garantia”, afirma Crestana.

A falta de financiamento também contribui para aumentar ainda mais o déficit habitacional no Brasil – que atualmente está em 7 milhões de moradias. “Essa carência de unidades habitacionais requer R$ 2 trilhões, enquanto o volume disponível de recursos das linhas de crédito para tal finalidade (poupança e FGTS) é de apenas R$ 465 bilhões”, adverte o diretor executivo da Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip), Natalino Gazonato. “Se continuar nesse ritmo os recursos irão acabar em dois anos”, afirma.

Marcos Holanda, presidente do Sinduscon-AL

Além dos temas envolvendo recursos, a 82ª edição do ENIC teve seu foco na sustentabilidade que, de acordo com o presidente do Sinduscon-AL Marcos Holanda, é o maior desafio para as empresas da construção civil. Para ele o ENIC serviu como incentivo para que práticas mais sustentáveis fossem apresentadas, buscando a conscientização do setor. “Pretendemos, a partir de agora, consolidar esse conceito sustentável até o final de 2010 para que no próximo ENIC, em junho do ano que vem, possamos mostrar o que já foi feito”, destaca Holanda.

O Programa de Construção Sustentável apresentado durante o ENIC engloba temas como água, mudanças climáticas, desenvolvimento humano, energia, resíduos, materiais e sistemas, meio ambiente, infraestrutura e desenvolvimento urbano. Outros tópicos, como poder de compra e inovação tecnológica, também foram abordados em discussões durante o evento.

Lançamento

Durante o evento a CBIC lançou o portal do Programa de Inovação Tecnológica (PIT), uma iniciativa que visa estudar, analisar e definir diretrizes para o desenvolvimento, difusão e avaliação de inovações tecnológicas da construção civil brasileira.

O PIT tem como principal objetivo transformar a inovação tecnológica em um caminho estratégico das empresas que buscam um diferencial competitivo.

Para o presidente do Sinduscon-AL o encontro é uma grande possibilidade de estreitar laços e tornar o setor mais unido. “Este evento é um dos mais importantes do país e este ano batemos o recorde de público de todas as edições já realizadas, o que significa mais interesse da classe”, revela Holanda.

Programação do ENIC

Entre os temas mais abordados durante o evento, as palestras focaram as discussões em projetos como:
- Programa Minha Casa, Minha Vida
- Fonte de Recursos de financiamento
- Meio ambiente, infraestrutura e desenvolvimento urbano
- Urbanismo
- Legislação ambiental e licenciamento de empreendimentos
- Gestão de resíduos sólidos
- Eficiência energética das edificações
- Sistemas sustentáveis

Público

Participaram do 82º ENIC cerca de duas mil pessoas. Entre os inscritos nas palestras e apresentações de propostas somaram 1.320 pessoas, entre engenheiros e estudantes de universidades, que tiverem um espaço para divulgar projetos, também voltados para o apelo das construções mais sustentáveis, visando um planeta melhor.

Entrevistado: Marcos Holanda
- Engenheiro Civil formado em 1983 pela Universidade Federal de Alagoas (UFAL);
- Fez mestrado em Engenharia de Estrutura na Universidade de São Paulo (USP);
- Foi Conselheiro do Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia de Alagoas (CREA);
- Atualmente, além de presidente do Sindicato da Indústria da Construção do Estado de Alagoas – Sinduscon, gestão 2007/2011 é, também, vice- presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), gestão 2008/2011;
- Professor do Curso de Engenharia da Universidade Federal de Alagoas, e Presidente Diretor da Empresa Nacional de Engenharia e Construções Ltda. (ENENGI).
Email: presidente@sinduscon-al.com.br

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NBR 7212 será revisada para acompanhar a evolução do Concreto Dosado em Central

Após 26 anos a NBR 7212 – Execução do Concreto Dosado em Central volta a ser discutida pela ABNT no âmbito do CB-18 – Comitê Brasileiro de Cimento, Concreto e Agregados

Por: Engª. Giovana Medeiros – Assessora Técnico Comercial Itambé

Concreto dosado em central

O concreto é um dos materiais da construção mais utilizados em nosso país e no mundo. A busca constante da qualidade, a necessidade da redução de custos e a racionalização dos canteiros de obras, fazem com que o concreto dosado em central seja cada vez mais utilizado.

Desta forma, podemos observar que, nos últimos anos, as concreteiras atingiram um alto nível de desenvolvimento, impulsionadas principalmente pela evolução na área de tecnologia de concreto e sistemas de automação.
 
Este crescimento tecnológico não foi acompanhado pela NBR 7212 e agora completando seus 26 anos, a norma será discutida pela Comissão de Estudos 18:300.10 da Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT.

O Engº Arcindo Maior, coordenador da Comissão de Estudos e consultor da Associação Brasileira das Empresas de Serviço de Concretagem – ABESC, descreve abaixo a importância desta revisão:

1. Para o senhor, qual a importância da revisão da NBR 7212?
Entendo que essa revisão é muito importante, pois a versão em vigor é de dezembro de 1984 e, 26 anos é muito tempo.

2. Neste período de tempo a tecnologia do concreto, em sua opinião, mudou bastante em relação aos materiais componentes, equipamentos e controle de qualidade?
Tudo mudou muito: os aditivos, os equipamentos de dosagem, os caminhões betoneira, a possibilidade de fazer ajustes de forma rápida nos traços.

3. Quais os principais itens da NBR 7212 que o senhor acha imprescindível revisar?
Pontos que acho importante:
- Como pedimos o concreto;
- Quando aferimos os equipamentos;
- A análise estatística deveria ser reformulada.
Alem disso, é importante referenciar as normas que foram atualizadas e que influenciam a NBR 7212, tais como a qualidade da água. Também acredito que temos de revisar essa norma com base no que virá pela frente: muita tecnologia.

4. Neste período de 26 anos, o senhor acha que a conscientização dos usuários do concreto mudou no sentido do recebimento, aplicação e outros cuidados que se deve ter com o mesmo?
Acho que sim. Felizmente os usuários de hoje são mais exigentes, o que é bom para as empresas associadas da ABESC.

A Comissão de Estudos que revisará esta Norma foi instalada no dia 09 de junho passado e tem como coordenador Arcindo A. Vaquero y Mayor e secretário Luiz Henrique Sartori.

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Sistemas construtivos: placa cimentícia

Entre seus benefícios estão a agilidade na execução da obra e a boa resistência às intempéries climáticas

Por: Tatiane Franco

A partir deste mês, o Massa Cinzenta inicia uma série de reportagens sobre sistemas construtivos. E a primeira delas tem como enfoque as placas cimentícias. Elas se destacam por apresentar aplicações diferentes na construção civil como vedação de paredes, pisos elevados, placas leves para forros, placas para fachadas e revestimento para pisos. A utilização deste sistema construtivo garante uma obra mais limpa, com menor desperdício de materiais e eliminação de trabalho no canteiro de obra.

Cláudio Oliveira, da ABCP, fala sobre as aplicações do sistema construtivo

Segundo o gerente do Projeto Indústria da Associação Brasileira de Cimento Portland (ABCP), Cláudio Oliveira, a grande vantagem de optar por esse sistema construtivo é com relação ao tempo de execução da obra. “Se compararmos com o sistema convencional, o sistema industrializado dá mais agilidade à obra. No entanto, a utilização das placas cimentícias deve estar prevista e definida no projeto do empreendimento. De nada adianta optar por esse sistema se não tiver mão de obra especializada. Se os profissionais não souberem trabalhar com as placas, a obra pode demorar o mesmo tempo da convencional”, explica. Oliveira ainda salienta que a obra tem que estar preparada para o sistema industrializado e a construção deve ser encarada como uma linha de montagem.

A relação custo benefício do sistema compensa. Ao longo da vida útil da edificação, a manutenção é mais fácil, pois as peças podem ser removidas integralmente e reaproveitadas. Outras vantagens desse sistema construtivo estão relacionadas ao conforto térmico e acústico. No entanto, o gerente da área de indústria da ABCP ressalta que essas características só serão observadas se utilizado um material isolador entre as placas. O sistema ainda apresenta outros pontos positivos: baixo peso estrutural, resistência à impacto e umidade e compatibilidade com a maioria dos tipos de revestimentos.

Dependendo da aplicação, as placas cimentícias têm como concorrentes diretos a alvenaria com bloco de concreto, alvenaria com bloco cerâmico, paredes de concreto moldadas no local e os pré-fabricados de concreto. De acordo com Oliveira, cada sistema construtivo tem sua aplicação e cabe aos engenheiros responsáveis optar por aquele que mais se adapte às especificidades do projeto. Ele destaca que, se o quesito principal for o tempo, as placas cimentícias são a melhor opção.

Casa construída com placas cimentícias

Apesar dos benefícios de se utilizar esse sistema construtivo, as estatísticas apontam um percentual pequeno de uso das placas no Brasil. “Se analisarmos o mercado específico das peças para vedação de parede, as placas cimentícias ocupam menos de 3% do setor. Já nos EUA esse percentual chega a 80%. Ainda temos uma restrição cultural, pois as pessoas acreditam que se trata de um sistema mais frágil, o que não é verdade”, assegura Cláudio Oliveira.

Paredes de vedação

Compostas por cimento, agregados e fibras, as placas cimentícias para vedação de paredes são utilizadas em ambientes internos e externos, tanto em empreendimentos comerciais quanto nos residenciais. A facilidade de modulação é o grande atrativo desse sistema, lembra o gerente da ABCP. “Em uma casa construída com paredes de vedação é possível mudar a estrutura interna e ainda aproveitar a peça”. Ele ainda destaca que muitas empresas estão investindo em acabamentos diferenciados para atrair o público como texturas e placas imitando madeira.

Concorrendo diretamente com as placas de gesso, as paredes de vedação de concreto possuem vantagens: contam com boa resistência à umidade e ao calor – características que não são observadas na concorrente. Por estes motivos, podem ser usadas em locais úmidos, como banheiros, ou expostos à chuva, em áreas externas, tornando-se mais competitivas. Também podem ser empregadas em fachadas, beirais e módulos construtivos.

Outras  aplicações

Empreendimento com acabamento de placas cimenticias imitando madeira

As placas cimentícias utilizadas como os pisos elevados, se destacam como uma solução prática e sofisticada para qualquer ambiente, como área comum de edificações residenciais e comerciais. Consiste na suspensão de placas por meio de pequenos pilares feitos à base de tubo PVC, tijolo, ou recipiente plástico, preenchidos com argamassa seca. A principal vantagem deste sistema é a facilidade de manutenção de cabos de lógica, elétrica e hidráulica que serão instalados sob ele. Os pisos elevados são menos propensos a rupturas e, de acordo com Cláudio Oliveira, proporcionam mais segurança à obra.

Outra aplicação desse sistema construtivo são as placas leves para forros, que foram desenvolvidas para atender às exigências atuais da arquitetura e engenharia. Apresenta como principais características a durabilidade, estabilidade, praticidade no manuseio, resistência ao fogo, facilidade de corte, além de permitir diversos tipos de acabamento. De acordo com Cláudio Oliveira Silva da ABCP, a entidade está desenvolvendo uma placa com densidade menor, feita de concreto celular, ainda sem prazo para chegar ao mercado.
 

Próxima edição: A próxima edição do Massa Cinzenta irá abordar o sistema construtivo: alvenaria estrutural.
 

Entrevistado: Cláudio Oliveira Silva
- Engenheiro Civil - pela Universidade de Guarulhos, 1993.
- Mestre em Engenharia na área de materiais de construção pela Escola Politécnica da USP, 2003.
- Doutorando em Engenharia na área de materiais pela Escola Politécnica da USP.
- Especialização em Marketing pela ESPM, 2005.
- Pós-graduação em Administração Industrial - Escola Politécnica da USP – 2009.
- Gerente da Área da Indústria de pré-fabricação na ABCP – responsável pelo desenvolvimento de produtos à base de cimento, coordenação da ABCP das Associações de fabricantes - ABCIC, BlocoBrasil, ABTC e Anfatecco.
- Representante da ABCP no Consitra e CBCS. Coordenador da norma de pavimento intertravado da ABNT.
Email: claudio.silva@abcp.org.br

 

Jornalista responsável: Silvia Elmor – MTB 4417/18/57 – Vogg Branded Content


Sistemas construtivos: placa cimentícia

Entre seus benefícios estão a agilidade na execução da obra e a boa resistência às intempéries climáticas

Por: Tatiane Franco

A partir deste mês, o Massa Cinzenta inicia uma série de reportagens sobre sistemas construtivos. E a primeira delas tem como enfoque as placas cimentícias. Elas se destacam por apresentar aplicações diferentes na construção civil como vedação de paredes, pisos elevados, placas leves para forros, placas para fachadas e revestimento para pisos. A utilização deste sistema construtivo garante uma obra mais limpa, com menor desperdício de materiais e eliminação de trabalho no canteiro de obra.

Cláudio Oliveira, da ABCP, fala sobre as aplicações do sistema construtivo

Segundo o gerente do Projeto Indústria da Associação Brasileira de Cimento Portland (ABCP), Cláudio Oliveira, a grande vantagem de optar por esse sistema construtivo é com relação ao tempo de execução da obra. “Se compararmos com o sistema convencional, o sistema industrializado dá mais agilidade à obra. No entanto, a utilização das placas cimentícias deve estar prevista e definida no projeto do empreendimento. De nada adianta optar por esse sistema se não tiver mão de obra especializada. Se os profissionais não souberem trabalhar com as placas, a obra pode demorar o mesmo tempo da convencional”, explica. Oliveira ainda salienta que a obra tem que estar preparada para o sistema industrializado e a construção deve ser encarada como uma linha de montagem.

A relação custo benefício do sistema compensa. Ao longo da vida útil da edificação, a manutenção é mais fácil, pois as peças podem ser removidas integralmente e reaproveitadas. Outras vantagens desse sistema construtivo estão relacionadas ao conforto térmico e acústico. No entanto, o gerente da área de indústria da ABCP ressalta que essas características só serão observadas se utilizado um material isolador entre as placas. O sistema ainda apresenta outros pontos positivos: baixo peso estrutural, resistência à impacto e umidade e compatibilidade com a maioria dos tipos de revestimentos.

Dependendo da aplicação, as placas cimentícias têm como concorrentes diretos a alvenaria com bloco de concreto, alvenaria com bloco cerâmico, paredes de concreto moldadas no local e os pré-fabricados de concreto. De acordo com Oliveira, cada sistema construtivo tem sua aplicação e cabe aos engenheiros responsáveis optar por aquele que mais se adapte às especificidades do projeto. Ele destaca que, se o quesito principal for o tempo, as placas cimentícias são a melhor opção.

Casa construída com placas cimentícias

Apesar dos benefícios de se utilizar esse sistema construtivo, as estatísticas apontam um percentual pequeno de uso das placas no Brasil. “Se analisarmos o mercado específico das peças para vedação de parede, as placas cimentícias ocupam menos de 3% do setor. Já nos EUA esse percentual chega a 80%. Ainda temos uma restrição cultural, pois as pessoas acreditam que se trata de um sistema mais frágil, o que não é verdade”, assegura Cláudio Oliveira.

Paredes de vedação

Compostas por cimento, agregados e fibras, as placas cimentícias para vedação de paredes são utilizadas em ambientes internos e externos, tanto em empreendimentos comerciais quanto nos residenciais. A facilidade de modulação é o grande atrativo desse sistema, lembra o gerente da ABCP. “Em uma casa construída com paredes de vedação é possível mudar a estrutura interna e ainda aproveitar a peça”. Ele ainda destaca que muitas empresas estão investindo em acabamentos diferenciados para atrair o público como texturas e placas imitando madeira.

Concorrendo diretamente com as placas de gesso, as paredes de vedação de concreto possuem vantagens: contam com boa resistência à umidade e ao calor – características que não são observadas na concorrente. Por estes motivos, podem ser usadas em locais úmidos, como banheiros, ou expostos à chuva, em áreas externas, tornando-se mais competitivas. Também podem ser empregadas em fachadas, beirais e módulos construtivos.

Outras  aplicações

Empreendimento com acabamento de placas cimenticias imitando madeira

As placas cimentícias utilizadas como os pisos elevados, se destacam como uma solução prática e sofisticada para qualquer ambiente, como área comum de edificações residenciais e comerciais. Consiste na suspensão de placas por meio de pequenos pilares feitos à base de tubo PVC, tijolo, ou recipiente plástico, preenchidos com argamassa seca. A principal vantagem deste sistema é a facilidade de manutenção de cabos de lógica, elétrica e hidráulica que serão instalados sob ele. Os pisos elevados são menos propensos a rupturas e, de acordo com Cláudio Oliveira, proporcionam mais segurança à obra.

Outra aplicação desse sistema construtivo são as placas leves para forros, que foram desenvolvidas para atender às exigências atuais da arquitetura e engenharia. Apresenta como principais características a durabilidade, estabilidade, praticidade no manuseio, resistência ao fogo, facilidade de corte, além de permitir diversos tipos de acabamento. De acordo com Cláudio Oliveira Silva da ABCP, a entidade está desenvolvendo uma placa com densidade menor, feita de concreto celular, ainda sem prazo para chegar ao mercado.
 

Próxima edição: A próxima edição do Massa Cinzenta irá abordar o sistema construtivo: alvenaria estrutural.
 

Entrevistado: Cláudio Oliveira Silva
- Engenheiro Civil - pela Universidade de Guarulhos, 1993.
- Mestre em Engenharia na área de materiais de construção pela Escola Politécnica da USP, 2003.
- Doutorando em Engenharia na área de materiais pela Escola Politécnica da USP.
- Especialização em Marketing pela ESPM, 2005.
- Pós-graduação em Administração Industrial - Escola Politécnica da USP – 2009.
- Gerente da Área da Indústria de pré-fabricação na ABCP – responsável pelo desenvolvimento de produtos à base de cimento, coordenação da ABCP das Associações de fabricantes - ABCIC, BlocoBrasil, ABTC e Anfatecco.
- Representante da ABCP no Consitra e CBCS. Coordenador da norma de pavimento intertravado da ABNT.
Email: claudio.silva@abcp.org.br

 

Jornalista responsável: Silvia Elmor – MTB 4417/18/57 – Vogg Branded Content