Japão ganha arranha-céu mais alto do país
O Japão acaba de ganhar seu arranha-céu mais alto, o Mori JP Tower, localizado em Tóquio. Com 330 metros de altura, a construção conta com 64 andares.
O edifício, um dos vários presentes no empreendimento, será multifuncional, abrigando residências, hotéis de renome, espaços de escritórios, um centro médico universitário, lojas de varejo e restaurantes. Além disso, abrigará a maior escola internacional do centro de Tóquio.
O prédio foi concebido pelo renomado escritório de arquitetura norte-americano Pelli Clarke & Partners. Uma das estruturas de menor altura do empreendimento foi projetada pelo conceituado Heatherwick Studio, sediado no Reino Unido.
Bairro de Azabudai Hills
O projeto foi construído na região de Azabudai Hills – que é um bairro “estreito” que corta a cidade de leste a oeste. Este distrito foi habitado por pequenas casas de madeira e alguns prédios, só que muitos estão se deteriorando. Desde 1989, o Conselho de Reestruturação de Cidades foi estabelecido e, desde então, ele vem planejando a área de Toranomon-Azabudai.
O conceito de Azabudai Hills é o de uma Vila Urbana moderna, um amplo espaço aberto no coração de Tóquio repleto de vegetação exuberante que reúne as pessoas para construir uma nova comunidade.
Infraestrutura do Azabudai Hills
Azabudai Hills cria um oásis urbano verde com aproximadamente 24.000 m² de áreas arborizadas, destacando-se sua praça central com cerca de 6.000 m². O complexo abrangerá uma área total de aproximadamente 861.700 m², contendo cerca de 214.500 m² de espaços comerciais, aproximadamente 1.400 unidades residenciais e a imponente Mori JP Tower. Este empreendimento de uso misto terá capacidade para abrigar cerca de 20.000 funcionários e 3.500 residentes, além de atrair 30 milhões de visitantes anualmente.
Projeto do Mori JP Tower
A Mori JP Tower se eleva sobre o distrito de Azabudai Hills com sua fachada de vidro. Ela é projetada para evocar uma flor de lótus, com uma coroa apresentando quatro pétalas de vidro curvas.
Sustentabilidade
O empreendimento utiliza 100% de energia renovável. Os moradores podem rastrear a origem de sua energia por meio do Sistema de Rede de Energia do Mori Building. Tecnologias sustentáveis em todo o distrito incluem o uso de calor proveniente de esgoto para reduzir as emissões de CO2. Medidas de conservação de água incluem armazenamento de água da chuva e tratamento para reutilização, reciclagem de águas residuais e equipamentos economizadores de água que reduzem o consumo em 40% em comparação ao padrão LEED.
Segurança na estrutura
Para reforçar a segurança da infraestrutura urbana, o Mori Building implementou recursos resistentes a terremotos, garantindo a continuidade das operações empresariais mesmo diante de tremores de magnitude semelhante ao do terremoto Hanshin-Awaji, o maior já ocorrido no Japão. Além disso, a Mori JP Tower está equipada com um sistema de cogeração e sistemas de aquecimento/refrigeração de distrito em seu subsolo. Isso permite que o Mori Building forneça 100% da eletricidade e do calor necessários em todo o complexo de Azabudai Hills em caso de desastre, por meio de geradores de emergência. Adicionalmente, Azabudai Hills contará com aproximadamente 6.000 m² de abrigo, capaz de acolher temporariamente até 3.600 pessoas em emergências.
Segundo o Azabudai Hills Fact Book 2023, o empreendimento utiliza componentes de concreto e aço, conferindo alta resistência para garantir o equilíbrio das estruturas. Dispositivos de controle de vibração são estrategicamente instalados em áreas centrais para reduzir o tremor durante terremotos, conferindo assim uma alta resistência sísmica. Além disso, grandes dispositivos de controle de vibração, conhecidos como "amortecedores de massa ativa", serão empregados para minimizar o balanço dos edifícios em condições de ventos fortes.
Assista ao vídeo aqui.
Fontes
Azabudai Hills/Mori JP Tower
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A opinião dos entrevistados não reflete necessariamente a opinião da Cia. de Cimento Itambé.
FEICON-SP e 98º ENIC acontecem em São Paulo
Entre os dias 02 e 05 abril, aconteceu em São Paulo a FEICON, feira do setor de construção civil e arquitetura que conta com a presença dos principais players e o maior mix de produtos dos segmentos de acabamentos, estruturas, instalações e externos.
Durante o evento, também foi realizada a 98ª edição do Encontro Nacional da Indústria da Construção (ENIC), que reúne economistas, representantes do poder público e da iniciativa privada para debater o cenário da indústria do setor, os rumos econômicos e apresentar projetos. Dentre os temas debatidos em 2024 estão o uso da inteligência artificial, demanda por engenheiros no Brasil, incentivo à formalização, agenda ESG, déficit habitacional, custos administrativos de obras públicas, entre outros.
Confira o que foi destaque nos eventos:
FEICON: destaque para soluções sustentáveis
Como tem acontecido nos demais eventos do setor de construção civil, a sustentabilidade e soluções para reduzir os impactos ao meio ambiente também geraram interesse na FEICON.
“Penso que as marcas, em função das políticas de ESG em suas empresas, começaram a olhar de forma diferente para os 3 pilares da sustentabilidade: meio ambiente, social e financeiro. Outro ponto forte foi o aumento de programas de recolhimento de resíduos ao longo dos últimos anos no Brasil. Isso fez com que diferentes empresas tivessem matéria-prima à disposição", afirma Iza Valadão, engenheira, PhD. em materiais e sustentabilidade e embaixadora da FEICON.
Dentre as soluções apresentadas está o Cabo Elétrico Sustentável (SIl), que é produzido a partir da cana-de-açúcar, utilizando 100% de material reciclado. Outra novidade apresentada foi a sauna eco-friendly, que é confeccionada em madeira proveniente de plantação da própria empresa e vidro, produtos brasileiros, 100% recicláveis. Ainda, outra solução foi o Isolamento Acústico Sustentável para pisos e paredes, fabricado com matéria-prima renovável - lã de garrafas PET.
Ainda sobre sustentabilidade, uma tecnologia presente na feira foi o bloco de concreto celular, que simplifica o desenvolvimento da obra, oferecendo resistência e facilidade para cortes. Ideal para construir estruturas com passagem de canos e fios, é leve e possui ótimas propriedades de isolamento térmico e acústico. Além disso, é produzido com menos energia e emite menos CO2 que o concreto tradicional.
Outra novidade foi a argamassa antitérmica acústica e antichamas para paredes, que pode ser usada em paredes de alvenaria em geral, gesso acartonado (drywall) e placa cimentícia.
98° ENIC
Durante o evento, foram discutidos vários tópicos relacionados ao universo da construção civil. Confira:
- Uso do BIM para reduzir custos das operações e pegada de carbono: durante o painel “Benefícios do BIM na gestão de projetos complexos – aplicação e resultados”, a Reta Engenharia apresentou o case da construção de uma hidrelétrica, no qual ao usar o BIM, conseguiu reduzir em 11,28% os custos da operação e em 40% a pegada de carbono estimada.
- Impacto da Reforma Tributária na industrialização da construção: neste painel, Ana Maria Castelo, pesquisadora da Fundação Getúlio Vargas (FGV), ressaltou que a atual predominância de processos artesanais nos canteiros de obras revela a urgência de avançar na adoção de métodos industrializados. No entanto, durante o debate, foi ressaltado também o papel da tributação como um dos entraves à produtividade e a transição para o novo sistema tributário, que exigirá cuidados e atenção para minimizar possíveis efeitos negativos.
- Futuro da Habitação e do Mercado Imobiliário: O painel destacou o avanço do programa Minha Casa Minha Vida (MCMV) no país. Ely Wertheim, vice-presidente da Indústria Imobiliária da CBIC, apontou que as contratações de imóveis em São Paulo voltaram fortes, no último ano as vendas somaram mais de 70 mil unidades, das quais cerca de 50% das unidades vendidas foram enquadradas como MCMV.
- Custos administrativos de obras públicas: este painel trouxe o debate a respeito das despesas indiretas, mobilização e desmobilização de equipamentos, seguro de garantia e adequação das exigências do órgão contratante. Para Rafael Sacchi, vice-presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), é essencial que os contratos reflitam preços justos e produtividades adequadas, a fim de garantir a sustentabilidade e competitividade das empresas do setor.
- Enfrentamento do déficit habitacional: durante o debate, Inês Magalhães, vice-presidente de habitação da Caixa Econômica Federal, ressaltou a importância da habitação como um desafio global e seu impacto em áreas como educação e saúde. A vice-presidente destacou a necessidade de políticas habitacionais eficazes e parcerias entre governo, Estados e municípios para enfrentar esse desafio de forma abrangente.
- Inteligência Artificial na construção civil: esta sessão abordou o uso da IA na análise e processamento de dados. O CEO da Brickup, Rafael Souza, apontou que estes dados podem ser utilizados não apenas para aumentar a produtividade, mas também para promover a saúde e segurança dos colaboradores. Já para Luís Felipe Veloso, COO na Morada.ai, a IA tem potencial para impulsionar as vendas, podendo tornar os canteiros mais eficientes e ágeis.
Fontes
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Déficit habitacional do Brasil chega a 6,2 milhões de famílias
Em coletiva de imprensa, a Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) apontou que mais de 6,2 milhões de famílias vivem em residências inadequadas ou não têm moradia no Brasil. Estes dados são de 2022 e representam um aumento de 5% no déficit habitacional quando comparado a 2019.
O levantamento da CBIC também apontou que aproximadamente 75% do déficit atual (quase cinco milhões de moradias), estão concentrados na faixa 1 do Minha Casa, Minha Vida (MCMV), que abrange famílias com renda até R$ 2.640,00. O valor médio das habitações para esta faixa de renda é de R$ 135 mil.
Em São Paulo (SP), ocorre uma situação peculiar: 20,7% das unidades residenciais estão vazias – isso corresponde a 58,7 mil domicílios. Ao comparar com o Censo de 2010, essa região representava 7,5% do total de habitações vazias em São Paulo; doze anos depois, essa proporção avançou para 8,7%. No Brasil, dos 90 milhões de domicílios existentes no país em 2022, 12% (ou 11 milhões) estavam vagos.
Para o presidente do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Cimar Azeredo, houve esvaziamento dos centros urbanos. “Trabalho remoto, migração para cidades como Petrópolis e Nova Friburgo, no caso do Rio. O número de domicílios aumentou 34%, são mais 23 milhões de domicílios mapeados, parte expressiva, de residências de uso ocasional. Isso explica a própria redução da média de moradores. É processo contínuo, não é novo, de agora", afirmou.
Investimento para equacionamento do déficit habitacional
De acordo com o estudo feito pela CBIC, a demanda por novos domicílios nos próximos 10 anos é estimada em 6,6 milhões. Esta mesma análise apontou que para zerar imediatamente o déficit habitacional, seriam necessários R$ 961,54 bilhões. No entanto, o estudo lembra que o volume de recursos anunciados para o MCMV para o período 2023-26, somados às contrapartidas resulta em R$ 394,1 bilhões, ou seja, tem-se uma lacuna de R$ 567,46 bilhões.
Ao mesmo tempo, este levantamento da CBIC considera que se este investimento fosse feito, haveria um incremento no PIB da Construção da ordem de R$ 444,51 bilhões, o que somado aos efeitos sobre os fornecedores e os decorrentes do gasto da renda gerada nos dois primeiros (induzidos), alcançaria R$ 1,07 trilhão. A respeito dos efeitos sobre arrecadação e emprego, o estudo apontou que seriam R$ 284,17 bilhões adicionais e 4,5 milhões de postos de trabalho, respectivamente.
“Considerando os efeitos totais, um aporte dessa magnitude teria um impacto muito forte na economia, alcançando um incremento de 10% sobre o PIB. No entanto, um aporte único desse montante é pouco provável, seja por conta das limitações relativas às fontes de recursos ou mesmo dos recursos físicos – mão de obra e materiais. Assim, uma meta de longo prazo mostra-se mais crível”, destaca o estudo.
Se fosse considerado o prazo de 10 anos, seria necessário um investimento de R$ 1,975 trilhão para dar conta do déficit (6,26 milhões de habitações) e da demanda por novas moradias nos próximos 10 anos (6,599 milhões de habitações). De acordo com a CBIC, este investimento aumentará o PIB da Construção Civil em R$ 913 bilhões, o que corresponderia a um incremento de 8,7%, enquanto o PIB do País cresceria R$ 2,204 trilhões, ou seja, alta de 21%. Além disso, a arrecadação de tributos no setor aumentaria em R$ 584 bilhões, e a arrecadação total do país em R$ 1,228 trilhão. Por fim, este investimento seria capaz de gerar 9,175 milhões de postos de trabalho na Construção e 25,7 milhões na economia.
“O estudo mostrou os impactos sobre emprego, renda e tributos, mas os benefícios totais vão muito além, na medida em que o acesso a uma moradia adequada traz vários outros ganhos muitas vezes imensuráveis”, informou o documento.
Soluções para o déficit habitacional
Na opinião do vice-presidente de Habitação de Interesse Social da CBIC, Clausens Duarte, os recursos necessários para sanar o déficit também podem ser mobilizados a partir da parceria com a iniciativa privada. Entretanto, para realizar este movimento, é necessária uma melhoria na segurança jurídica, garantindo um ambiente de negócios mais propício para os investimentos. “O desafio de garantir moradia digna é de todos, é do país. E a parceria com a iniciativa privada pode contribuir com os recursos necessários para enfrentarmos esse desafio. Mas é preciso maior segurança empresarial para um ambiente de negócios mais atrativo aos investimentos”, destacou durante a coletiva de imprensa.
Para o presidente da CBIC, Renato Correia, investir na construção gera uma retroalimentação na economia, já que o recurso destinado a obras gera emprego, renda para a população e garante moradia, mobilidade e saneamento. “A construção consegue fazer o casamento perfeito da competitividade da economia com a inclusão social. O que nós entregamos não é um recurso que vai e não volta. O efeito de se investir na construção é muito grande, com geração de novos postos de trabalho, mais famílias conquistam sua casa própria e cidadania, melhora a infraestrutura urbana das cidades e garante ao setor produtivo os instrumentos necessários para manter a economia girando. Habitação e infraestrutura reduzem o passivo social e ainda trazem os ganhos pelo aumento dos investimentos. É momento do poder público priorizar a construção como alavanca para enfrentar e resolver os desafios sociais do Brasil”, defendeu.
Com relação ao Centro de São Paulo, em 2023, a Prefeitura lançou uma série de ações para atrair 220 mil novos moradores ao longo dos próximos 20 anos. Dentre as medidas, estão: maior agilidade e segurança à emissão de alvarás; incentivos fiscais, como isenção e redução de impostos; expansão do perímetro de abrangência das áreas de incentivo, incluindo mais vias; e regulamentação do Projeto de Intervenção Urbana – PIU Setor Central.
Ainda, o retrofit tem sido utilizado como uma solução para os centros das capitais brasileiras. Para Renata Borges, professora do curso de Arquitetura e Urbanismo da Estácio, o Retrofit é uma forma sustentável de utilização de edificações. “Edifícios antigos, geralmente sem uso e degradados em áreas urbanas são revitalizados e passam por atualizações que permitem que sejam ocupados novamente”, comentou em entrevista ao Massa Cinzenta.
Fontes
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Renata Borges é Arquiteta e Urbanista, formada pela Universidade do Grande ABC em 2001, especialista lato sensu em Arquitetura e Iluminação pelo IPOG-SP (2016). É mestranda em Arquitetura e Urbanismo, na área de concentração de Tecnologia da Arquitetura, subárea Conforto Ambiental, Eficiência Energética e Ergonomia, com foco de pesquisa em Iluminação Elétrica e Human Centric Lighting. Professora nos cursos de Design de Interiores e de Arquitetura e Urbanismo desde 2005. Atua no mercado desde 1997, e como arquiteta desde 2001 em escritório próprio, nas áreas de arquitetura de interiores residenciais e comerciais, projetos de iluminação e nas áreas legais da arquitetura, saúde, segurança contra incêndio e meio ambiente. Atualmente, é professora do curso de Arquitetura e Urbanismo da Estácio.
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Como a inteligência artificial está influenciando a construção civil?
A escassez de mão de obra é um dos principais problemas enfrentados na construção civil atualmente. Durante o evento “Quintas da CBIC”, Eduardo Aroeira, vice-presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), apontou que uma das grandes preocupações na construção civil é a falta e a baixa qualidade de mão de obra. Seria o investimento em tecnologia artificial uma forma de contornar esta escassez?
Para Guilherme Bechara, gerente de soluções em engenharia da Construtora Barbosa Mello, a tecnologia permite preencher essa lacuna de formação de pessoas e falta de interesse. “Em áreas específicas, podemos substituir com a inteligência das máquinas ou da tecnologia que temos disponível. Temos muita dificuldade de encontrar auxiliares, e estamos conseguindo com esse uso de tecnologia, substituir essa mão de obra menos qualificada”, comentou Bechara durante o “Quintas da CBIC”.
Veja abaixo como a inteligência artificial irá impactar em diferentes frentes:
Inteligência artificial na arquitetura
De acordo com Alexandre Kuhn, arquiteto, CEO e cofundador da Redraw, a inovação na arquitetura já é aplicada há muitos anos. “Esse é o caso de sistemas como Grasshopper e Rhino, que há cinco anos, utilizam algoritmos para definir parâmetros de projetos e gerar soluções arquitetônicas. O que acontece agora é que a IA está acelerando esse processo, integrando cada vez mais funções que, antes, eram exclusivas dos arquitetos. E o que resta para esse profissional? Penso que o contato humano sempre vai existir. Os clientes nunca deixarão de optar por conversar com um profissional, porque isso é o que lhes traz confiança e os afasta dos receios da IA. Mas o arquiteto, ao mesmo tempo, não pode ficar para trás. Ele precisa se reinventar e estudar a tecnologia para saber aplicá-la em seu dia a dia”, comenta Kuhn.
Inteligência artificial na construção civil
Diego Barreto, vice-presidente de Finanças e Estratégia do iFood, e Sandor Caetano, Chief Executive Officer do PicPay, escreveram o livro “"O Cientista e o Executivo - Como o iFood utilizou a inteligência artificial para redefinir processos, criar vantagem competitiva e se tornar um case mundial de sucesso". Na obra, eles avaliam o uso de inteligência artificial em vários setores.
Para os autores, na construção civil, setor que historicamente dependente de muitos processos manuais, a IA impulsiona a inovação. A capacidade de gerar projetos arquitetônicos rapidamente, considerando inúmeros cenários, revoluciona a concepção e a execução de planos. A IA viabiliza a escolha eficiente de soluções, promovendo eficiência construtiva e redução de custos.
“A IA pode ser aplicada para otimizar sistemas complexos. Na construção, tecnologias semelhantes podem melhorar o uso de recursos, a logística de materiais e a gestão de resíduos, e ainda redefinem o design arquitetônico por meio de simulações que levam em conta fatores climáticos, estruturais e de uso do espaço”, enfatiza Diego Barreto.
Para Wanderson Leite, fundador do EuConstruindo.com e da Prospecta Obras, há muitas formas de aplicar a IA na rotina deste setor, indo desde a captação de dados em tempo real da construção dos canteiros no território, até no apoio em cenários de risco, monitoramento, e muitas outras funcionalidades que permitem uma maior otimização e segurança aos profissionais do segmento.
“Considerando, especificamente, a melhora da experiência do consumidor no ramo, um dos maiores usos desta ferramenta está no aspecto financeiro envolvido nas obras. Até hoje, é muito comum observar enormes dificuldades destes clientes em realizar suas construções com o melhor custo-benefício. Infelizmente, se tornou “normal” ter más experiências em encontrar boas lojas com orçamentos adequados e dentro do prazo estipulado, o que desencadeia um enorme efeito dominó prejudicial ao andamento do projeto. Mesmo sendo uma situação muito usual atualmente, o investimento da IA pode ajudar a reverter essa realidade com excelentes resultados. Uma de suas maiores contribuições está, justamente, em servir como uma ponte entre quem precisa construir e quem vende os insumos necessários para isso – estreitando o relacionamento entre as partes e tornando o planejamento da obra muito mais eficiente através da captura de dados em tempo real sobre as empresas do setor. Na prática, com a ajuda desta tecnologia, ela conseguirá solicitar as demandas dos consumidores em seus projetos e enviá-los às empresas do setor, de forma que elas mesmas entrem em contato com seu público-alvo oferecendo seus orçamentos para facilitar a compra dos materiais necessários”, comenta Leite.
Inteligência artificial em equipamentos
Durante o evento “Quintas da CBIC”, Guilherme Bechara, gerente de soluções de engenharia da Construtora Barbosa Mello (CBM), comentou a respeito do uso de inteligência artificial em equipamentos não tripulados.
De acordo com Bechara, esta automação tem trazido bons resultados para a empresa. “Ninguém no mundo levantou mais material com equipamentos não tripulados do que a CBM. Em 2023, batemos o recorde com 3 milhões de m3 de materiais escavados”, conta. No caso, a escavadeira 3D, que possui cockpit externo que permite que ela seja operada remotamente trouxe um salto de mais de 20% na produtividade da empresa no exercício de escavação e movimentação de solo.
Neste mesmo evento, Higor Reis, executivo de negócios da SODEP Sistemas, contou sobre o trabalho desenvolvido com hardwares embarcados nos equipamentos, que transferem dados e informações para um servidor local ou na nuvem.
“Todos esses dados vão para central de monitoramento, que compila os dados com IA e gera relatórios. No nosso caso, a IA vem tomando certas responsabilidades e decisões mais efetivas a partir dos inputs e do histórico de produção baseado no cenário dos equipamentos para gerenciá-los dentro do despacho. Estamos tirando essa decisão do ser humano para que a máquina indique onde é a melhor alocação dos equipamentos, a forma mais fácil de produzir e o cenário onde vou conseguir atingir capacidade de produção”, explica.
Fontes
Eduardo Aroeira é vice-presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC).
Guilherme Bechara é gerente de soluções em engenharia da Construtora Barbosa Mello.
Alexandre Kuhn é arquiteto, CEO e cofundador da Redraw.
Diego Barreto é vice-presidente de Finanças e Estratégia do iFood.
Sandor Caetano é Chief Executive Officer do PicPay.
Wanderson Leite é fundador do EuConstruindo.com e da Prospecta Obras.
Higor Reis é executivo de negócios da SODEP Sistemas.
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Guilherme Bechara – Guilherme.bechara@cbmsa.com.br
Alexandre Kuhn - suporte@redraw.pro
Diego Barreto e Sandor Caetano - Assessoria de imprensa - isabela@makebuzz.com.br
Wanderson Leite - assessoria de imprensa - nathalia@informamidia.com.br
Higor Reis - higor.reis@sodep.com.br
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Com R$ 2 bilhões de investimentos, Aeroporto de Congonhas será reestruturado
O Aeroporto de Congonhas recebe aproximadamente 22 milhões de passageiros por ano e é o segundo mais movimentado do Brasil, ficando atrás apenas do Aeroporto Internacional de Guarulhos, com cerca de 41 milhões. Com o intuito de melhorar sua produtividade e proporcionar maior comodidade aos viajantes, o local receberá R$ 2 bilhões em investimentos para serem utilizados em obras de ampliação e modernização. Com isso, será possível que 29,5 milhões de pessoas usem o aeroporto a cada ano.
O anúncio foi feito no final de março pelo ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, ao lado de representantes da nova gestora do terminal, a Aena Brasil. A previsão é de que metade dos projetos de melhorias sejam concluídos até 2026, e o total deles, até 2028.
"Nosso objetivo é poder ofertar mais qualidade de serviço à população”, disse o ministro durante a cerimônia. “As obras que serão realizadas vão trazer planejamento e desenvolvimento para o Estado de São Paulo, mas, sobretudo, melhoria aos passageiros que vêm visitar o Estado, que hoje é referência não só no Brasil, mas no mundo”, disse Costa Filho.
Nova estrutura para Congonhas
De acordo com a Aena Brasil, alguns dos principais desafios atuais do aeroporto têm a ver com as pontes de embarque insuficientes e os espaços limitados no terminal e nos acessos ao local. Por isso, uma das metas é realizar a expansão do terminal de embarque e desembarque, com uma nova área integrada de 105 mil metros quadrados, tamanho maior do que o dobro do espaço atual.
Também estão previstas 19 novas pontes de embarque, que irão garantir 70% ou mais de possibilidade de embarques, além de um futuro check-in com novo salão para abrigar 72 posições amplas e acessíveis (podendo chegar a 108) e novo píer, que terá 36 metros de largura e 330 metros de comprimento. O projeto inclui, ainda, a ampliação do canal de inspeção (de 10 para 17) e outros 13 leitores automáticos para cartão de embarque.
Além disso, o aeroporto vai contar com novos hangares e pátios para aviação comercial (com 215.000 m²), novo terminal de cargas e a inclusão de portões reversíveis capazes de acomodar voos internacionais. Outra meta é realizar a requalificação de pistas e pátios, promovendo reforço estrutural e adequação das pistas de rolagem.
Bagagens e circulação
Os benefícios previstos no projeto incluem um novo sistema de processamento de bagagens no Aeroporto de Congonhas, que será mais rápido e inteligente e poderá chegar a 10 carrosséis (atualmente, são 3). O número de esteiras para restituição de malas aumentará para 7, em vez das 5 atuais, totalizando 228 metros de extensão.
Em relação à circulação no entorno do local, que sempre é motivo de reclamação por parte dos passageiros, pelo fato de o aeroporto estar localizando dentro da cidade de São Paulo, o projeto prevê melhorias no acesso viário, com uma área exclusiva de meio-fio para embarque e desembarque, com incremento de 250 metros.
Melhorias de acesso ao aeroporto
Em relação à circulação no entorno do local, que sempre é motivo de reclamação por parte dos passageiros, pelo fato de o aeroporto estar localizando dentro da cidade de São Paulo, o projeto prevê melhorias no acesso viário, com uma área exclusiva de meio-fio para embarque e desembarque, com incremento de 250 metros.
Também haverá bolsão para carros de aplicativos e de locadoras, além de uma praça "pick-up" para o embarque nesses carros de aplicativos, facilitando a saída dos passageiros do aeroporto. Outra novidade será o acesso direto ao metrô, por meio da Linha Ouro - segundo a Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM), a entrega da linha está prevista para 2026, com cerca de 7 km de extensão e oito estações, no total.
Fontes
Aena Brasil
Ministério de Portos e Aeroportos
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Fabiana Seragusa
Vogg Experience
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Escassez de mão de obra preocupa construção civil; industrialização busca nova geração
A falta de trabalhadores na construção civil é um problema que não vem de hoje. Durante uma palestra realizada em janeiro deste ano, o vice-presidente de Tecnologia e Qualidade do SindusCon-SP (Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de São Paulo), Jorge Batlouni Neto, fez questão de relembrar um estudo da Abramat (Associação Brasileira da Indústria de Materiais de Construção) e da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo, de 2007, que já alertava para este problema.
O conteúdo falava sobre a falta de motivação para se trabalhar na construção civil, devido aos salários pouco atrativos, à precariedade na contratação, às condições adversas de trabalho e ao grande desgaste físico. "Em 2007, já estava claríssimo o diagnóstico de como é o trabalhador na construção civil", diz Batlouni Neto, referindo-se aos desafios que precisam ser enfrentados.
Durante a apresentação, o vice-presidente de Tecnologia e Qualidade do SindusCon-SP também destacou que a idade média do trabalhador da construção está crescendo muito, ou seja, que "eles estão ficando mais velhos dentro do canteiro". Uma pesquisa do PNAD (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios), de 2004, mostrava que a idade média desse trabalhador era de 36,1 anos, e outro levantamento mais recente, de 2013, já indicou que a idade passou para 38,3 anos. "E tem uma tendência a aumentar cada vez mais", afirmou Batlouni Neto. Para simbolizar esse retrato atual, ele cita frases como "o filho do mestre de obras quer ser engenheiro" e "o filho do pedreiro não quer ser pedreiro".
Importância da industrialização
Íria Doniak, presidente executiva da Abcic (Associação Brasileira da Construção Industrializada de Concreto), diz que a escassez de mão de obra na construção civil é geral, "porém, a indústria, por ter uma estrutura organizada para a continuidade dos processos, possibilita um maior interesse do funcionário por permanência, devido às oportunidades de avanços e desenvolvimento de carreira e um ambiente propício à inovação, que enseja novos aprendizados e conhecimentos técnicos".
Ela também ressalta que todos os cuidados voltados à integridade, segurança, e saúde ocupacional possibilitam melhor qualidade de vida e auxiliam na redução do turnover (taxa de rotatividade de colaboradores) - em dezembro de 2023, o SindusCon-SP e a Falconi lançaram uma pesquisa inédita chamada Práticas de Gestão de Pessoas na Construção Civil, que realizou um levantamento de informações sobre o perfil dos trabalhadores do setor, com dados sobre turnover, remuneração e benefícios.
"A indústria brasileira de pré-fabricados, em relação às indústrias dos países desenvolvidos, como alguns países europeus e Estados Unidos, tem um menor grau de automação. A tendência, à medida em que a mão de obra se torne mais escassa, é passar para um grau de automação mais elevado e lançar mão de mais tecnologia com novas ferramentas, incluindo a robotização", afirma Íria Doniak. "Em termos de construção civil em geral, é importante se levar em conta que não estamos somente falando de mão de obra operacional, mas também intelectual. Em outras áreas, como projetos, por exemplo, há uma evasão de jovens talentos do país e falta de estímulo por salários baixos e ciclos de descontinuidade."
Maior interesse da nova geração
A presidente executiva da Abcic explica que a industrialização traz diversos benefícios à construção civil, como maior produtividade e previsibilidade, atendimento de cronogramas ousados, redução de custos e desperdícios bem como a diminuição das emissões de carbono. "A questão da mão da obra também é importante no que se refere à industrialização, pois há uma maior qualificação dos profissionais que vão atuar na etapa construtiva, o que contribui para a retenção de talentos no setor e um maior interesse por parte da nova geração, devido ao uso de tecnologia e inovação."
Outro ponto a ser considerado, de acordo com a especialista, é que as estruturas pré-fabricadas de concreto são produzidas e fornecidas pela indústria, e o canteiro de obras se transforma em um canteiro de montagem, com um número menor de profissionais dentro desse ambiente, colaborando para aumentar a segurança e diminuir os riscos de acidente. "Existem muitos esforços sendo realizados para uma maior industrialização da construção civil brasileira, tanto é que o uso das estruturas pré-fabricadas de concreto tem se ampliado em segmentos distintos e em diversas tipologias."
Ela explica que, contudo, no mercado imobiliário, que detém a maior parte das obras do país, há ainda muito espaço a crescer. "Pois o que temos visto é um movimento de racionalização da obra, que é uma etapa anterior à industrialização. É importante ressaltar que os diversos tipos de sistemas construtivos industrializados podem ser utilizados em conjunto, ou seja, mesclando parte deles, de forma completa e até híbrido com a construção convencional, o que resulta em versatilidade", diz Íria Doniak.
"O Programa Construa Brasil precisa ser mais impulsionado. O atual governo, através do MDIC [Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços], adotou o programa que se iniciou no governo anterior em três eixos, desburocratização, digitalização e industrialização. Mas precisa de mais tração para avançar em temas fundamentais que se constituem em barreiras importantes para que a industrialização da construção avance, como a questão tributária e sistemas de financiamento, além de avançar incluindo novas disciplinas nas escolas de engenheira e arquitetura das universidades."
Fontes
Íria Doniak, presidente executiva da Abcic
SindusCon-SP (Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de São Paulo)
Jornalista responsável
Fabiana Seragusa
Vogg Experience
A opinião dos entrevistados não reflete necessariamente a opinião da Cia. de Cimento Itambé.
Piracicaba terá 45 km de vias em pavimento urbano de concreto
Em dezembro de 2023, a Prefeitura de Piracicaba (SP), por meio da Semuttran (Secretaria Municipal de Mobilidade Urbana, Trânsito e Transportes), deu início à aplicação de pavimento urbano de concreto em suas vias. A ação começou pela rua Professor Benedito de Andrade, no Unileste, e deve englobar 32 pontos do município, contemplando cerca de 45 km de avenidas e ruas da cidade com intenso fluxo de veículos.
As obras fazem parte de um pacote de recape com material asfáltico e de concreto, que deve beneficiar 258 km de vias de Piracicaba. Este projeto deve acontecer em quatro etapas.
De acordo com a Prefeitura de Piracicaba, nesta primeira fase de pavimentação será utilizado o PUC (Pavimento Urbano de Concreto), para tráfego leve e para tráfego pesado, com alternância do dimensionamento (espessura) das camadas de concreto.
O prefeito de Piracicaba, Luciano Almeida, destacou que o foco é nas principais vias do município, nas entradas de Piracicaba e ruas com maior fluxo de veículos. Ainda segundo Almeida, a cidade tem 1.800 km de malha asfáltica e cerca de 85% deste pavimento encontra-se com a vida útil vencida.
“Nos últimos 18 anos, não ocorreram serviços de recapeamento asfáltico, então resolvemos fazer um projeto parrudo, com concreto, por conta da maior durabilidade”, afirmou Almeida.
Teste com o pavimento de concreto e preparação das vias
Antes de fazer a aplicação do material nas vias, foi feita uma placa teste e o desempenho foi satisfatório, de acordo com o engenheiro Evandro Oriani Sotto, da Semuttran. Ainda segundo informações de Sotto, não houve retração do concreto, que é um indicador de resultado positivo. Após esta etapa, foi iniciada a aplicação definitiva do pavimento de concreto. “É uma tecnologia inovadora, que tem grande durabilidade”, destacou Sotto.
Em alguns casos, os trabalhos que antecedem a pavimentação incluem a extensão da rede de drenagem de águas pluviais, com demarcação topográfica, escavação, assentamento dos tubos, execução de poço de visita e execução de boca de lobo, além de terraplenagem, compactação, e camadas de pedras e BGS (Brita Graduada Simples).
Vantagens do pavimento de concreto urbano
De acordo com a Prefeitura do Município de Piracicaba, o pavimento de concreto tem maior durabilidade, diminui o custo com manutenção de veículos e a possibilidade de ocorrência de acidentes, agiliza o trânsito e diminui a poluição, pois não deforma quando há aceleração, frenagem e provas de cargas dos veículos. “Há menor interferência de manutenção preventiva e corretiva; maior segurança do usuário devido a macro e microtexturas; melhor reflexão da luz na superfície do pavimento; economia de até 30% nos gastos com iluminação pública e redução na temperatura ambiente em até 5 ºC, devido à superfície clara”, informou o órgão.
Andamento das obras
Em março de 2024, as avenidas Conde do Pinhal, Limeira e 1° de Agosto (sentido Piracicaba – São Pedro) foram liberadas após a aplicação do pavimento de concreto. Atualmente, a obra de asfaltamento prossegue na avenida 1º de Agosto, seguindo na mesma direção, desde o posto de gasolina Rezendão até a passagem de pedestres (Arcelormittal).
Fonte
Prefeitura de Piracicaba (SP) e Semuttran (Secretaria Municipal de Mobilidade Urbana, Trânsito e Transportes).
Contato
semuttran@piracicaba.sp.gov.br
Jornalista responsável
Marina Pastore
DRT 48378/SP
A opinião dos entrevistados não reflete necessariamente a opinião da Cia. de Cimento Itambé.
Maringá é a cidade com melhor saneamento do Brasil
A cidade de Maringá (PR) foi a primeira colocada na 16ª edição do Ranking do Saneamento 2024. No top 20, também estão outros municípios paranaenses como Cascavel, Ponta Grossa, Foz do Iguaçu e Londrina. Produzido pelo Instituto Trata Brasil (ITB), em parceria com GO Associados, este estudo avalia os 100 municípios mais populosos do Brasil.
Junto com São José do Rio Preto (SP) e Campinas (SP), Maringá alcançou a pontuação máxima disponível. Isso significa que estas cidades conquistaram a universalização do saneamento, de acordo com o Marco Legal do Saneamento. Isto, é, possuem 99% de sua população com acesso à água tratada e 90% com coleta e tratamento de esgoto. Como critério de desempate entre as três primeiras colocadas, foram considerados os níveis de cobertura nos três indicadores da dimensão “Nível de Atendimento” (Indicador de Atendimento Total de Água, Indicador de Atendimento Total de Esgoto e Indicador de Tratamento Total de Esgoto).
Por outro lado, o panorama nacional mostra que mais de 32 milhões de brasileiros vivem sem acesso à água e cerca de 90 milhões não são atendidos com o serviço de coleta de esgoto, além de apenas 52,2% do esgoto ser tratado. Neste sentido, quais são as iniciativas realizadas pelo Paraná que podem inspirar outras regiões?
Investimento
Uma das respostas para o destaque do Paraná no ranking pode estar no investimento destinado ao saneamento. De acordo com o estudo, os 20 melhores municípios tiveram um investimento anual médio no período de 2018 a 2022 de R$ 201,47 por habitante. No entanto, este valor ainda é cerca de 13% abaixo do patamar nacional médio para a universalização. Por outro lado, os 20 piores municípios tiveram um investimento anual médio no período de 2018 a 2022 de R$ 73,85 por habitante, cerca de 68% abaixo do patamar nacional médio para a universalização.
Outro estudo recente da Trata Brasil, intitulado “Benefícios Econômicos da Expansão do Saneamento no Paraná”, mostrou também que em 2005, a rede de distribuição de água (que era de 40 mil quilômetros de extensão em 2005), passou para 72,9 mil quilômetros em 2022. Este valor representa uma taxa de crescimento de 3,6% ao ano. Ainda neste período, a rede de coleta de esgoto aumentou de 19 mil quilômetros para 42,2 mil quilômetros, o que representa um aumento de 4,8%.
Se forem considerados os valores corrigidos, tem-se que entre 2005 e 2022 foram investidos R$ 22,1 bilhões em obras de manutenção e expansão de redes de água e de esgoto no Paraná. Este valor corresponde a R$ 1,23 bilhão por ano na média do período, segundo o estudo da Trata Brasil.
Divisão de microrregiões
De acordo com o Instituto Água e Saneamento, a regionalização da gestão dos serviços de saneamento básico é um dos grandes eixos do novo marco legal. No Paraná, a proposta de regionalização do saneamento básico, presente na Lei Complementar n° 237/2021 (aprovada em 09/07/2021), propõe a criação de três microrregiões dos serviços públicos de abastecimento de água e de esgotamento sanitário: Oeste, Centro-leste e Centro-litoral.
Eduardo Pimentel, secretário das Cidades (Secid), declarou que o Paraná tem condições de alcançar antecipadamente as metas definidas pelo Marco do Saneamento porque trabalha com regionalização e possibilidades de potencializar os contratos com prestadores de serviços.
Futuro do saneamento no Paraná
De acordo com estudos elaborados pela Fundação para Pesquisa e Desenvolvimento da Administração, Contabilidade e Economia (Fundace), seriam necessários investimentos de R$ 3,1 bilhões para a ampliação dos serviços de captação, tratamento e distribuição de água para 100% da população dos municípios paranaenses. Com relação à questão de coleta de esgoto, deverão ser aplicados R$ 13 bilhões para cumprir o determinado pelo Marco do Saneamento, segundo o mesmo estudo do Fundace.
Na opinião de Luana Pretto, presidente-executiva do Instituto Trata Brasil, o estudo “Benefícios Econômicos da Expansão do Saneamento no Paraná” sugere que o Paraná percorre o caminho para alcançar a universalização do saneamento básico. Consequentemente, isso deve trazer um crescimento relevante para o estado.
“Uma vez que leve o acesso de água e coleta e tratamento de esgoto universalizados aos habitantes, serão notáveis os ganhos para os habitantes do estado. Serão mais de R$ 47 bilhões em benefícios, com destaque para o aumento de renda do trabalho com a expansão, que será de mais de R$ 26 bilhões”, conclui Luana.
Fontes
Instituto Trata Brasil
Eduardo Pimentel, secretário das Cidades (Secid)
Fundação para Pesquisa e Desenvolvimento da Administração, Contabilidade e Economia (Fundace)
Contatos
imprensa@tratabrasil.org.br
editor@secom.pr.gov.br
Jornalista responsável
Marina Pastore
DRT 48378/SP
A opinião dos entrevistados não reflete necessariamente a opinião da Cia. de Cimento Itambé.
Thomas Gomes assume a presidência da Ademi-PR
Há 45 anos, a Associação dos Dirigentes de Empresas do Mercado Imobiliário do Paraná (Ademi-PR) tem seguido o objetivo de promover o desenvolvimento de empresas do setor imobiliário no Paraná, o que inclui construtoras, incorporadoras, imobiliárias, fornecedores, startups e profissionais liberais. Neste ano de 2024, o engenheiro Thomas Gomes, head de incorporação da Life Capital Partners (LCP), foi eleito presidente da Ademi-PR. Para saber mais sobre o cenário do mercado imobiliário, a equipe do Massa Cinzenta conversou com o novo presidente. Confira:
Como você avalia o desempenho do mercado imobiliário no Paraná nos últimos anos e quais são suas expectativas para o biênio 2024-2025?
Thomas Gomes: Costumo afirmar que o desempenho do mercado no Paraná, especialmente nos últimos dois ou três anos (pós-pandemia), embora enfrentasse diversas dificuldades e cenários desfavoráveis, manteve-se positivo. Conseguimos superar, até mesmo, as expectativas estabelecidas para os anos de 2022 e 2023. Embora sempre esperemos melhores resultados, conseguimos superar significativamente as perspectivas que tínhamos. Apesar de muitas vezes o cenário não ser tão otimista, registramos um crescimento considerável tanto no mercado de Curitiba quanto no Paraná como um todo.
Olhando especificamente para 2024, para o qual temos acesso a mais dados, observamos um cenário econômico e setorial mais favorável para o segmento imobiliário. Com a queda da taxa de juros e a inflação controlada, tanto no aspecto dos materiais e serviços quanto na macroeconomia e insumos da população, espera-se um ambiente mais propício para a construção civil e a incorporação imobiliária. Além disso, há aspectos como as políticas relacionadas ao FGTS, ao programa Minha Casa Minha Vida e possíveis incentivos para incorporadores de empreendimentos econômicos, que podem alimentar ainda mais as expectativas positivas para o segmento em 2024.
Quanto a 2025, ainda é necessário avaliar o desenrolar do cenário ao longo deste ano, mas é esperada uma continuidade do que se observa em 2024. No entanto, no Brasil, é comum dizer que até mesmo o passado é incerto, pois não temos as variáveis a nosso favor. Apesar disso, conseguimos prosperar e o setor sempre demonstrou grande resiliência.
Quais são os principais desafios que você enxerga para o setor imobiliário neste momento, considerando as incertezas nos âmbitos político, fiscal e tributário?
Thomas Gomes: Os principais desafios que enfrentamos realmente estão ligados à incerteza enfrentada pelo empresariado, especialmente no que diz respeito às questões políticas, fiscais e tributárias. Em particular, a questão do controle de gastos do setor público e a reforma tributária. Esta última ainda não está clara para a maioria das pessoas, e isso gera uma grande preocupação, principalmente para o setor da construção, pois não sabemos ao certo como essas mudanças irão impactar nos empreendimentos. Mesmo para aqueles envolvidos na elaboração dessas reformas, ainda há falta de clareza, o que nos leva a buscar uma compreensão mais precisa sobre o alcance dessas medidas - se terão um impacto significativo ou não. Superar esse desafio é crucial para que possamos desenvolver nossas atividades de incorporação e construção com maior segurança.
Além disso, enfrentamos os desafios típicos do mercado consumidor e da competição, que são naturais e, de fato, benéficos para os consumidores, pois proporcionam uma variedade maior de produtos no mercado. Especialmente no mercado paranaense e curitibano, a barra é elevada em todos os setores, o que é positivo.
Embora também exista uma preocupação constante com os materiais, até o momento estamos lidando com um ambiente relativamente controlado nesse aspecto. No entanto, agora é crucial que compreendamos melhor esse cenário, especialmente nos três aspectos mencionados, para que possamos produzir com maior tranquilidade.
Quais são as iniciativas/projetos que a Ademi-PR pretende implementar ou priorizar para apoiar o crescimento e o desenvolvimento das empresas associadas nos próximos dois anos?
Thomas Gomes: Acredito que a Ademi-PR não é uma instituição propensa a "inventar moda". Nosso plano não envolve grandes inovações no que diz respeito ao formato. Essencialmente, nossa intenção é dar continuidade aos trabalhos iniciados nas gestões anteriores, priorizando iniciativas e projetos que fomentem um ambiente propício para a geração de negócios dentro das empresas associadas e, por extensão, para o mercado como um todo.
Nós nos destacamos como um dos poucos ambientes no Paraná onde praticamente toda a cadeia produtiva está representada e interage entre si. Essa interação gera um ambiente extremamente fértil, possibilitando uma maior coesão entre os associados e o compartilhamento de uma base de dados crucial para as decisões envolvendo fornecedores, instituições bancárias, incorporadores, construtores e imobiliárias. Isso nos permite ser mais assertivos em nossos lançamentos e nas estratégias de vendas de maneira geral.
Como você enxerga a relação entre o mercado imobiliário e as questões ambientais e de sustentabilidade?
Thomas Gomes: Atualmente, o mercado imobiliário, e a economia como um todo, não pode se desvincular das questões ambientais e de sustentabilidade. O que antes era considerado um diferencial agora é visto como um pré-requisito essencial. A construção e a incorporação, em particular, tendem a ser atividades bastante ostensivas do ponto de vista ambiental, portanto, é imperativo adotar e implementar todas as medidas possíveis para mitigar esse impacto.
Essas medidas não se aplicam apenas diretamente, mas também ao longo de toda a cadeia produtiva. Atualmente, há incentivos por parte dos bancos financiadores de obras e até mesmo a própria cadeia produtiva está mais consciente. Produtores, empreendedores e profissionais liberais têm uma compreensão cada vez maior do impacto que suas atividades têm no meio ambiente.
A relação entre atividade produtiva e sustentabilidade é intrínseca; uma não pode existir sem a outra. Portanto, percebo um ambiente bastante receptivo às práticas sustentáveis. Embora ainda haja muito espaço para melhorias, como sempre há, já se observa uma grande receptividade por parte dos agentes da indústria.
Em relação à tecnologia e inovação, quais são os planos da Associação para incentivar a adoção de novas soluções e práticas dentro das empresas associadas?
Thomas Gomes: Este é um ponto que discutimos extensivamente: tecnologia e inovação já não são mais diferenciais, são necessidades. Acredito que todos devem buscar se renovar, atualizar e adotar tecnologia para otimizar ainda mais o ambiente produtivo. Hoje em dia, todos têm à disposição uma variedade de ferramentas que devem ser utilizadas, e que podem trazer benefícios significativos em termos de produtividade e qualificação profissional.
Há uma série de avanços que devem ser implementados rapidamente para que o setor produtivo seja ainda mais dinâmico e eficiente. A Ademi-PR, de modo geral, incentiva fortemente essa mentalidade. Inclusive, recentemente abrimos uma categoria voltada para startups de tecnologia, com mensalidades reduzidas, visando promover um ambiente de intercâmbio entre essas empresas e os incorporadores, imobiliárias e outros fornecedores. O objetivo é facilitar a interação entre aqueles que desenvolvem essas tecnologias geniais e aqueles que as utilizarão, promovendo uma troca enriquecedora de ideias e soluções.
Entrevistado
Thomas Gomes, é engenheiro e foi diretor de desenvolvimento imobiliário da incorporadora MDGP e fundador da Huma Engenharia, atualmente é head de incorporação da gestora de recursos Life Capital Partners, além de ser o presidente da Associação dos Dirigentes de Empresas do Mercado Imobiliário do Paraná (Ademi-PR) para o biênio 2024-2025.
Contato
tgomes@lifecapitalpartners.com.br
Jornalista responsável
Marina Pastore
DRT 48378/SP
A opinião dos entrevistados não reflete necessariamente a opinião da Cia. de Cimento Itambé.
Projeto de lei propõe direcionar recursos para pavimentação de concreto
Um projeto de lei que tramita na Câmara dos Deputados, PL 2068/23, prevê que o governo destine 20% dos recursos orçamentários reservados à pavimentação em geral para a pavimentação de concreto em vias públicas (ruas, praças e calçadas) e demais obras de infraestrutura urbana sob responsabilidade do Poder Público.
O texto do projeto ainda defende que o pavimento de concreto seja incluído nos editais de licitação e nos contratos celebrados com empresas especializadas. Outra exigência é que os órgãos e entidades do Poder Público sejam responsáveis pela fiscalização das obras de pavimentação para averiguar se a lei está sendo cumprida. Caso contrário, devem ser aplicadas as sanções previstas em legislação específica aos contratados que descumprirem as obrigações estabelecidas.
Outro ponto abordado no texto do PL 2068/23 é que a adoção do pavimento de concreto deve atender às normas técnicas aplicáveis e considerar as especificidades e necessidades de cada projeto, a fim de garantir a eficiência, segurança e qualidade das obras realizadas.
Andamento do PL 2068/23
Segundo as últimas atualizações da Câmara dos Deputados, o PL 2068/23 estaria aguardando parecer do Relator na Comissão de Desenvolvimento Urbano (CDU).
PL destaca os benefícios do pavimento rígido
De acordo com o autor do projeto, o deputado Capitão Augusto (PL-SP), a adoção do pavimento de concreto pelo poder público traz inúmeros benefícios em termos de custo, desempenho, segurança e sustentabilidade. “Essa alternativa se mostra mais vantajosa do que o asfalto tradicional e alinha-se às demandas e necessidades da sociedade e do meio ambiente”, declarou.
No texto apresentado, o deputado menciona também que o pavimento de concreto tem um custo inferior ao do asfalto e apresenta maior competitividade a longo prazo. “Isso se deve à sua durabilidade e alto desempenho, resultando em menores despesas com manutenção e reparos. Além disso, o uso de insumos nacionais na produção do concreto favorece a economia local e reduz a dependência de importações”, informa.
Ainda, o texto do PL também cita que o pavimento de concreto contribui para a redução da temperatura ambiente e promove a economia de energia elétrica. “Isso ocorre porque a superfície de concreto reflete mais luz solar, diminuindo o efeito de ilha de calor nas áreas urbanas e reduzindo a demanda por climatização nos edifícios próximos. Além disso, o menor impacto ambiental do concreto em comparação ao asfalto reforça o compromisso do poder público com a sustentabilidade”, explica.
Por fim, outro benefício levantado pelo projeto de lei é com relação à segurança e qualidade das vias. Segundo o texto apresentado, o concreto possui ótima resistência às deformações e maior resistência à abrasão dentre outras características, reduzindo a incidência de buracos e irregularidades no pavimento. “Isso resulta em uma alta taxa de segurança para motoristas e pedestres, diminuindo o risco de acidentes e melhorando a mobilidade urbana”, destaca.
Fontes
PL 2068/23 e deputado Capitão Augusto (PL-SP).
Contato
dep.capitaoaugusto@camara.leg.br
Jornalista responsável
Marina Pastore
DRT 48378/SP
A opinião dos entrevistados não reflete necessariamente a opinião da Cia. de Cimento Itambé.