Financiamento habitacional garante a expansão da economia

Fundos habitacionais ultrapassam os R$ 4 bilhões em investimentos e garantem a liderança brasileira no mercado imobiliário

Por: Michel Mello

O Brasil é líder em crescimento e volume de transações imobiliárias comerciais. Esse movimento de retomada, crescimento e expansão desses mercados aliado às políticas públicas de financiamento habitacional, como o Programa Minha Casa Minha Vida, e às linhas de crédito oriundas da caderneta de poupança e do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) colocam o país no topo do ranking.

Com as linhas de crédito habitacional está mais fácil realizar o sonho da casa própria

Segundo levantamento publicado por consultores da Jones Lang LaSalle que trata de investimentos e serviços imobiliários, os volumes globais de investimento direto em imóveis comerciais foram da ordem de US$ 66 bilhões no segundo trimestre de 2010. Esse número é semelhante ao primeiro trimestre, o que demonstra um crescimento linear e consistente. Quando comparado ao volume de investimentos do mercado imobiliário registrado no ano de 2008, durante o período da crise financeira, o valor dos aportes financeiros praticamente dobra. Para os consultores, o crescimento mais forte foi registrado no Brasil, onde os volumes relativos ao segundo trimestre triplicaram em comparação com o primeiro trimestre, chegando a níveis recordes.

Isso demonstra um aumento da confiança por parte dos investidores. Enquanto os mercados se aquecem novamente, surge uma tendência diferenciada nas dinâmicas regionais. Considerando as Américas do Norte, Central e do Sul, o Brasil é líder no crescimento imobiliário. E essa retomada se deve em parte a recursos dos programas sociais como o Plano Nacional de Habitação (PlanHab) do governo federal, como o Programa Minha Casa Minha Vida, e as linhas de crédito com investimentos da ordem de R$ 50 bilhões da caderneta de poupança e R$ 19 bilhões do FGTS, até o final de 2010.

Déficit habitacional

O crescimento das metrópoles brasileiras criou cinturões de pobreza ao redor dos centros urbanos. A falta de infraestrutura em habitação é um grande paradigma a ser solucionado pelos governos de todo o mundo. A saída para a questão da habitação são investimentos públicos em financiamento habitacional. De acordo com o Órgão das Nações Unidas para o Desenvolvimento da Habitação (Un-Habitat), o maior desafio para o desenvolvimento local e global no século XXI é o déficit habitacional. Por isso, a agência elabora um plano de ações bi-anual em cada região do globo.

Minha Casa Minha Vida

Para corrigir este déficit habitacional o governo federal vem ampliando as linhas de crédito e facilitando acesso de uma parcela maior da população a esse tipo de financiamento. O programa Minha Casa Minha Vida da Caixa Econômica Federal tem como objetivo garantir moradia com segurança e sustentabilidade para todos os brasileiros. Os financiamentos são definidos a partir da renda mensal familiar.

A Caixa Econômica Federal fechou o balanço do primeiro semestre de 2010 com um total de R$ 34,1 bilhões de crédito para a compra da casa própria, sendo assinalados mais de 575 mil contratos. Segundo balanço divulgado, no último dia 19 de julho, desse total R$ 16,4 bilhões foram destinados ao Programa Minha Casa Minha Vida (PMCMV).

De acordo com o banco, o volume de recursos para o crédito habitacional, nos primeiros seis meses deste ano, representa um crescimento de 95,1% em relação ao mesmo período do ano passado e já é maior que todo o montante aplicado em moradia no ano 2008, quando foram emprestados R$ 23,3 bilhões. O número já chega a quase sete vezes ao que foi emprestado em 2003.

Fundo de Garantia

Para ter acesso aos recursos do Fundo de Garantia os trabalhadores podem utilizar o valor acumulado para compra de um imóvel residencial, desde que atendam as exigências da Caixa Econômica Federal, que é a gestora dos recursos.

O FGTS pode ser utilizado para a compra de habitações ou para a construção. O financiamento é de até 100% do valor do imóvel, com prazo de até 30 anos para pagar. A Carta de Crédito do FGTS é uma linha de financiamento que utiliza os subsídios oriundos do Fundo de Garantia.  Para imóveis novos ou na planta, os empréstimos alcançaram o valor de mais de R$ 20,8 bilhões. O número de unidades financiadas chegou a 301.405 no ano de 2010. Já os recursos investidos no financiamento de imóveis usados aumentaram 39% nos primeiros seis meses do ano, com relação ao mesmo período em 2009, saltando de R$ 9,6 bilhões para R$ 13,3 bilhões.

Programa de Arrendamento Residencial

O Programa de Arrendamento Residencial (PAR), do Ministério das Cidades, é financiado pelo Fundo de Arrendamento Residencial (FAR) e é executado pela Caixa Econômica Federal.
O PAR foi criado para ajudar estados e municípios a atenderem à necessidade de moradia da população de baixa renda, especificamente aquelas famílias que recebem até R$ 1.800,00 e vivem em centros urbanos. Funciona mediante construção e arrendamento de unidades residenciais, com opção de compra do imóvel ao final do período contratado.

Mercado aquecido

Linhas de créditos mais acessíveis e financiamentos com juros baixos resultam em um grande volume de crédito e um grande movimento no setor de habitação, o que coloca o Brasil à frente no segmento. Essas ações conjuntas visam dirimir o déficit habitacional em um curto período de tempo. Os mercados se aquecem. A cadeia produtiva da construção civil está a pleno funcionamento e envolve fornecedores de materiais, construtoras, incorporadoras até as vendas finais de imóveis na planta. Para dar uma ideia, o Índice de Vendas de Imóveis Novos Sobre a Oferta (VNSO) está acima da média considerada ideal na cidade de Curitiba de acordo com dados da Associação dos Dirigentes das Empresas do Mercado Imobiliário (Ademi-PR).

Para o presidente da Ademi do Paraná, Gustavo Selig, “isso comprova que a procura por imóveis é superior a oferta. Este alto índice deve permanecer por mais quatro anos, dada a demanda reduzida no passado. Porém, com a estabilização do consumo o índice de vendas deve se manter entre 8% a 10%”. “Há cerca de cinco anos atrás eram raras as opções de financiamento para o comprador. Quando existiam, os critérios para se habilitar ao empréstimo eram muito rigorosos, o que dificultava a aprovação do contrato, afirma Selig. 

Entrevistado
Gustavo Selig
- Presidente da Associação dos Dirigentes das Empresas do Mercado Imobiliário (Ademi-PR).
- Diretor da Hestia Construções e Empreendimentos.
- Formado em engenharia civil pela Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUC)
- Mestre em Administração de Empresas Fundação Getúlio Vargas (FGV).
Email: gustavo@hestia.com.br

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O conceito de cidades planejadas de Jaime Lerner (Podcast)

O arquiteto e urbanista, Jaime Lerner fala de qualidade de vida em cidades bem planejadas e com estruturas sustentáveis

Por: Vanessa Bordin
Jaime Lerner

Currículo:

Arquiteto, urbanista e prefeito de Curitiba e governador do Paraná, por dois mandatos. Participou da criação do Instituto de Planejamento Urbano de Curitiba e, em 1990, recebeu prêmio máximo para o meio ambiente, como o prefeito responsável por tornar Curitiba a capital verde do Brasil. Atualmente é consultor das Nações Unidas para assuntos de urbanismo.

Clique no player abaixo e ouça a entrevista.

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O espaço conquistado pela alvenaria estrutural

O que parecia ser o foco de construções habitacionais populares hoje é mais reconhecido em prédios altos

Por: Vanessa Bordin
A estrutura consiste numa base muito bem elaborada com fundação e estrutura em pilares e vigas apenas até o pavimento térreo

Seguindo a série de reportagens sobre sistemas construtivos no país, o Massa Cinzenta aborda agora, outro tema: alvenaria estrutural. Ela se destaca como um sistema construtivo racionalizado, no qual os elementos que desempenham a função estrutural são de alvenaria, ou seja, os próprios blocos de concreto.

Esse sistema tem conquistado, recentemente, mais espaço nas construções do Brasil, apesar de ser a forma mais antiga usada pela humanidade, como na construção da Muralha da China, entre os anos de 1300 e 1600. A volta da classe C ao mercado consumidor de imóveis e o empenho da engenharia nacional em se fortalecer no mercado são alguns dos motivos que estão alavancando essa tecnologia no país.

A alvenaria estrutural vem sendo utilizada pelo meio técnico brasileiro, atraída pela redução de custos proporcionada pelo sistema. A possibilidade de construir edifícios altos tem enterrado alguns velhos preconceitos, como o de usar a alvenaria somente em construções baixas. E as obras que envolvem prédios, sejam residenciais ou comerciais, se tornaram apenas um dos exemplos em que esse sistema pode ser empregado com sucesso.

A Vanderli Gai e Cia Ltda é uma empresa paranaense, com sede em Curitiba, e que produz bloco vazado de concreto há mais de dez anos. Segundo o proprietário, Jorge Tadeu Gai, a alvenaria estrutural é um dos sistemas construtivos que mais emprega o bloco de concreto. Recentemente, a empresa participou da construção de uma grande obra em Santa Catarina, na qual utilizou esse sistema. A obra, feita de alvenaria e blocos estruturais, levou vantagem em alguns requisitos como tempo e custo. “A construção em alvenaria estrutural é mais rápida porque os blocos são montados prontos. Assim você ganha dos dois lados: na entrega do prazo e no custo do empreendimento por utilizar esse tipo de material que é mais simples e mais barato no mercado”, destaca.

Especificações técnicas

Há dois tipos de alvenaria estrutural: a simples e a armada. A alvenaria estrutural simples é composta apenas de blocos de alvenaria e argamassa. Os reforços metálicos, nesses casos, apenas se limitam em cintas, vergas, na amarração entre paredes e nas juntas horizontais com o objetivo de evitar fissuras localizadas.

Já a alvenaria estrutural armada se caracteriza por ter alguns vazados verticais dos blocos, preenchidos com graute, ou seja, micro-concreto de grande fluidez, envolvendo barras e fios de aço, funcionando como armadura convencional.

Segundo Jorge Gai a alvenaria armada é o sistema mais usado hoje em dia. “Você consegue aumentar a resistência do projeto e isso traz mais benefício para a obra. É, portanto, uma grande tendência no Brasil e acredito que a alvenaria estrutural tome o espaço da convencional e em pouco tempo”, ressalta Gai.

Vantagens

As vantagens mais imediatas da alvenaria estrutural são: a redução de custo e o menor prazo de execução. Estes fatores são muito positivos no atual cenário do mercado imobiliário, que está cada vez mais aquecido. É nesse contexto que aparecem as vantagens da alvenaria estrutural, por ser uma maneira simples, rápida e barata de se construir.

Roberto Dalledone Machado

Utilizar blocos com diferentes resistências numa construção de alvenaria também é um diferencial, mas os maiores ganhos do sistema estão relacionados com a racionalização oferecida ao construtor. É o que destaca o engenheiro civil e mestre em Estruturas da UFPR, Roberto Dalledone Machado. Segundo ele, grandes projetos podem ser elaborados em alvenaria estrutural visando à agilidade dos serviços na obra.

Se a construção empregar, por exemplo, pré-moldados de concreto (lajes, escadas e vergas) em composição com a alvenaria, a madeira e os carpinteiros podem ser dispensados do canteiro. Como os blocos vazados permitem a passagem das tubulações elétricas e hidráulicas, também não há necessidade de quebrar paredes. Portanto, a somatória dessas vantagens resulta em redução de desperdício de materiais e economia no uso de concreto.

Desvantagens

Uma das desvantagens é que as paredes não poderão ser removidas futuramente. De acordo com o engenheiro da UFPR, essa é uma das principais limitações. “Se o projeto não for elaborado especificamente para alvenaria, deixa de ser compensador, porque a alvenaria pressupõe padronização”, avalia Dalledone.

Onde pode ser usada

Hoje a alvenaria estrutural pode ser utilizada numa ampla gama de obras como:

- imóveis residenciais; pode ser usada tanto para fazer casas em projetos únicos, como para conjuntos habitacionais de sobrados e para prédios de três a 20 pavimentos, com ou sem subsolos.

- imóveis comerciais; prédios de escritório pequenos e médios, consultórios, escolas, hospitais de até 20 andares, contando ainda com salões comerciais e industriais de pequeno e médio porte e de prédios públicos como igrejas e auditórios.

Curiosidade

A alvenaria estrutural é uma das formas mais antigas de construção empregadas pelo homem. Ao longo dos séculos obras importantes utilizaram esse sistema construtivo. Entre elas estão os blocos de pedra da Catedral de Notre Dame (Paris – 1250), o Parthenon construído entre 480 a. C e 323 a.C (na Grécia), a Muralha da China, construída entre 1368 e 1644. Já em 1950, surgiram as primeiras normas com procedimento de cálculos na Europa e América do Norte, acarretando um crescimento forte da alvenaria estrutural em todo mundo.

No Brasil, os primeiros prédios em alvenaria estrutural foram construídos, em 1966, com quatro pavimentos em alvenaria armada em blocos de concreto, no conjunto habitacional Central Parque da Lapa, em São Paulo.

Entrevistados
Roberto Dalledone Machado
- Engenheiro civil graduado pela Universidade de Brasília (UnB)
- Mestre em Estruturas pela Universidade Federal do Paraná (UFPR)
- Doutor em Engenharia Mecânica pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)
Email: rdm@ufpr.br

Jorge Tadeu Gai
- Proprietário da Vanderli Gai e Cia Ltda/Curitiba
Email: gai@onda.com.br

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A mudança caminha ao lado do crescimento

A mudança de comportamento empresarial, para ser bem sucedida, deve partir da vida pessoal

Por: Lilian Júlio
Roberto Belotti

Mudar é a premissa do crescimento e da competitividade. Esta é uma das afirmações de Roberto Belotti, palestrante, professor de pós-graduação e diretor da R. Belotti Cursos e Treinamentos Empresariais. “As empresas que não pensam em mudanças não serão competitivas”, explica. Além disso, ele afirma que as mudanças devem envolver tanto a vida profissional quanto a pessoal. Mas, como estar preparado para uma mudança?

Belotti conta que muitas pessoas dizem não ter nada contra a mudança – desde que ela envolva apenas os outros. “As pessoas dizem ‘mudar é importante, mas eu não preciso mudar’. Por isso, o mais importante é a mudança de atitude, alterar a forma de pensar”, declara. O maior desafio perante uma transformação é convencer os envolvidos de que ela é necessária, principalmente, em uma empresa. “Existe uma dificuldade muito grande de sair do status quo, porque não se sabe o que vem pela frente”, diz.

Mudanças empresariais

Em uma empresa a falta de mudança pode significar a ruína da organização. “Bill Gates dizia que nós devemos tornar nossos produtos obsoletos antes que os concorrentes o façam. É disso que precisamos: inovação e criatividade”, explica Belotti. Ele ainda conta que para criar é preciso mudar – e numa empresa deve-se pensar na cultura da empresa.

“Você não pode pensar em fazer mudanças numa organização sem levar em conta a cultura da empresa. Elas envolvem a revisão de paradigmas e isso pode ser multiplicado entre os colaboradores”, afirma. Este trabalho cabe a um líder, o gestor da mudança: é ele quem vai ser o responsável por mostrar por que a mudança é essencial para a empresa. “O item primordial é a flexibilidade – ninguém muda sendo inflexível”, revela.

A flexibilidade e o jogo de cintura são importantes para se adaptar à nova realidade. Roberto  Belotti cita uma frase de Charles Darwin para ilustrar essa situação: “não é o mais forte que sobrevive, nem o mais inteligente. E sim aquele que melhor souber adaptar-se às mudanças”. Ele conta que esta frase deve ser o lema da vida corporativa e que saber adaptar-se às novidades é fator sine qua non para o sucesso.

O consultor cita um exemplo recente de empresa que quebrou seus paradigmas e, como consequência, teve um sucesso maior do que o esperado. A Fiat lançou, no início de maio deste ano, o novo Uno. “Pela primeira vez na história, a liderança de vendas do Gol (da Volkswagen) está ameaçada: o tempo de espera pelo novo Uno chega a 90 dias”, conta Belotti. Ele justifica essa situação pelo desejo do consumidor e diz que as pessoas procuram um carro novo e não apenas um zero quilômetro. “Elas querem mudanças, novos projetos, inovações – e isso não apenas no setor automobilístico, mas em tudo na vida”, afirma.

Profissional e pessoal

Belotti diz que as mudanças aplicadas nas organizações devem ser compartilhadas e experimentadas, também, na vida pessoal e que um dos requisitos para o ser humano viver bem é saber adaptar-se ao mundo e não ter medo de novidades. “Antes de sermos profissionais somos seres humanos e, portanto, a mudança tem que partir da vida pessoal”.

Para quem presencia suas palestras, Belotti sempre dá um recado: a mudança não pode ser limitada a um aspecto da vida. “É preciso mudar atitudes e estar aberto às mudanças necessárias para a competitividade. Quem pensa em transformações é competitivo e terá emprego em qualquer lugar – estará sempre pensando em como ajudar a empresa a melhorar”, afirma. No entanto, ele alerta: é preciso entender o que pode e o que não pode ser mudado.

“Existe uma frase muito famosa utilizada, inclusive, nos Alcoólicos Anônimos, que deve ser nossa oração diária”, declara. A frase? “Dê-me forças para mudar o que pode ser mudado. Paciência para aceitar o que não pode ser mudado. E sabedoria para distinguir uma da outra”.

(Leia mais sobre o papel do gestor na matéria “Mudanças Organizacionais devem envolver toda a empresa”, aqui no Massa Cinzenta http://www.cimentoitambe.com.br/massa-cinzenta/mudancas-organizacionais-devem-envolver-toda-a-empresa/)

 

Entrevistado
Roberto Belotti
Currículo
- Diretor da R. Belotti Cursos e Treinamentos Empresariais Ltda.
- Engenheiro, advogado e professor de cursos de pós-graduação na Universidade Federal do Paraná (UFPR)
- Especialista em Administração de Pessoas e Psicologia do Trabalho pela UFPR
- Mestre em Administração e Recursos Humanos pela Universidade de Extremadura (Espanha)
Email: contato@rbelotti.com.br

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Arquitetos constroem primeiro edifício com turbina eólica acoplada

A capital inglesa tem o primeiro prédio do mundo com hélices instaladas no topo, gerando 8% da energia consumida

Créditos: Vanda Pereira Cúneo – Assistente de Marketing

Os arquitetos estão indo cada dia mais longe em busca de edifícios sustentáveis. O exemplo mais recente vem de Londres, onde os profissionais da Brookfield Europe construíram um edifício de 148 metros de altura e, nos seus últimos andares, as turbinas eólicas, já acopladas no projeto inicial, geram parte da energia gasta no edifício, representando uma economia para o edifício e um alívio para a natureza.

Os 42 andares da Torre Strata serão ocupados por cerca de mil moradores distribuídos nos 408 apartamentos de até 170 mil metros quadrados. Cerca de 8% de toda a energia consumida por essas pessoas virá das turbinas instaladas no topo do prédio.

Juntas, elas podem produzir até 50MWh de eletricidade por ano. Esse artifício, junto a outros como uso de ventilação natural, fachada térmica de alto desempenho, recuperação do calor, lâmpadas de baixa energia e controle de iluminação farão com que o prédio emita até 73,5% menos CO2 que um edifício similar.

Os responsáveis pela obra informaram ainda que 96% do lixo gerado ao longo da construção foi reciclado e que o condomínio ainda terá um sistema de reaproveitamento de água cinza.

Os apartamentos, que chegam a custar £ 2,5 milhões de libras (cerca de R$ 6.630 milhões) serão entregues no inicio de abril e reforçam a exigência do Reino Unido de ter apenas construções com zero carbono até 2019.

Fonte: EcoDesenvolvimento


A escolha do concreto nas pavimentações (Podcast)

O presidente da ABCP, Renato Giusti, responsável pela entidade nacional de caráter técnico da indústria do cimento no país, fala das tecnologias utilizadas pelo Brasil para os pavimentos de concreto.

Por: Vanessa Bordin 
Renato Giusti

Currículo:

Engenheiro Metalúrgico, com 25 anos de experiência como executivo de grandes empresas cimenteiras do país, atual presidente da Associação Brasileira de Cimento Portland (ABCP), membro do conselho deliberativo da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), entre outros.

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Empowerment: delegando responsabilidades

Descentralizar a tomada de decisões pode trazer benefícios para sua empresa. Conheça o empowerment e saiba como aplicá-lo.

Por: Camila Braga

Resolver os problemas sem ter que consultar o gerente, pedir autorização ao superior, esperar confirmação do departamento responsável. Tomar decisões de forma imediata, diretamente com o cliente e obter resultados rápidos. Essa é a proposta do empowerment, forma de gestão empresarial em que se delega não só a execução de tarefas aos funcionários, mas, também, o poder de resolução de problemas.

Gerar autonomia responsável é um dos melhores investimentos que uma empresa pode fazer

Esta prática de gestão descentralizada, que remonta à década de 80, vem sendo aplicada nas melhores e mais lucrativas empresas do mundo e trazendo grandes benefícios: agilidade e alto índice de satisfação do cliente. Alguns cases de sucesso são o da GE sob o comando inicial de Jack Welch, além de Google, Apple, Microsoft, Odebrecht, 3M e Gerdau. “Sem essa autonomia individual de seus funcionários, as empresas não teriam a agilidade necessária para garantir sua competitividade e a sustentabilidade dos negócios”, ressalta o consultor e economista Carlos Hilsdorf, referência nacional em desenvolvimento humano.

Posso aplicar na minha empresa?

O empowerment não está restrito apenas às empresas multinacionais. Toda a companhia pode e precisa estar preparada para adotar essa cultura. Segundo Hilsdorf, o empowerment pode ser utilizado em qualquer empresa, independentemente do porte. “Gerar autonomia responsável é um dos melhores investimentos que uma empresa pode fazer. É possível aplicá-lo em qualquer tamanho de empresa, desde que os colaboradores possuam pertinência e competência para receberem a atribuição de novas responsabilidades que impactam, e muito, na percepção da empresa pelo cliente. É comum que pequenas empresas não façam um bom recrutamento e seleção, paguem mal seus colaboradores e com isso obtenham pessoas com menor qualificação, neste caso, delegar autonomia a pessoas despreparadas pode ser desastroso”, diz.

Passo a passo

A implementação do empowerment se dá de cima para baixo, de um nível hierárquico mais alto para um mais inferior, podendo ser iniciado em qualquer subnível hierárquico. Não obedece necessariamente um passo a passo. Conforme explica o consultor Hilsdorf, “não se trata de um treinamento específico sobre empowerment, pode ser uma palestra de sensibilização e conscientização sobre o tema e as novas responsabilidades advindas da implementação desta prática de gestão, seguidas de processos de treinamento e capacitação em competências-chave para o bom exercício do empowerment por todos os envolvidos”.

Sem perder o controle

Mas até que ponto dar autonomia aos funcionários? Como deixar o poder decisório nas mãos de um empregado sem correr o risco de que ele tome a decisão equivocada? Hilsforf comenta que a aplicação prática do empowerment está atrelada ao bom senso. Se a decisão a ser tomada está acima da competência daquele cargo, então se deve recorrer ao seu superior. “O limite da liberdade de tomada de decisão é o limite da competência e das atribuições concedidas a cada profissional. Empowerment jamais significará que todos estarão aptos a tudo, mas que um maior número de pessoas estará apto a realizar muito mais do que realizava antes”.

Observações sobre empowerment

A seguir, o economista Carlos Hilsdorf dá algumas dicas e fornece algumas informações para que esta técnica de gestão empresarial venha a ser aplicada com maior eficiência:

• Empowerment é um processo que transforma a visão em ação, removendo barreiras e aumentando exponencialmente a produtividade dos indivíduos e da organização.

• Empowerment é um processo, não pode ser estabelecido por decreto e leva tempo para ser efetivamente consolidado.

• Empowerment pressupõe que cada líder possa usar na totalidade todo o conhecimento, habilidades, atitudes e experiência de todos os seus colaboradores.

• O processo deve ser adaptado ao estilo de liderança que a empresa possui no momento e o nível de competência de seus colaboradores.

• Empowerment só começa quando começamos a compartilhar de maneira clara e absolutamente transparente a informação. As pessoas não podem tomar boas decisões sobre negócios na ausência de informação de qualidade.

• O Empowerment só avança quando delegamos autonomia estabelecendo as atribuições que deixam claro a cada colaborador a sua “fronteira de autonomia”, até onde ele pode ir com sua competência atual e quando deve recorrer a um nível superior.

• O empowerment só se efetiva quando a autonomia e responsabilidades delegadas às equipes passa a funcionar como se “substituísse a hierarquia”, ou seja, as pessoas agem de maneira autogerenciada e automotivada e a própria equipe com o apoio do líder revê seus limites, metas e desafios.

• É necessário estabelecer metas de curtíssimo prazo, facilmente atingíveis "quick wins", para que sucessos sucessivos possam alimentar a implementação eficaz do empowerment.

Entrevistado:
Carlos Hilsdorf
Considerado pelo mercado empresarial um dos 10 melhores palestrantes do Brasil. Economista, Pós-Graduado em Marketing pela FGV, consultor e pesquisador do comportamento humano. Palestrante do Congresso Mundial de Administração (Alemanha) e do Fórum Internacional de Administração (México). Autor do best seller Atitudes Vencedoras, apontado como uma das cinco melhores obras do gênero. Presença constante nos principais Congressos e Fóruns de Administração, RH, Liderança, Marketing e Vendas do país e da América Latina. Referência nacional em desenvolvimento humano

Contato:
www.carloshilsdorf.com.br

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Clube da Reforma busca aumentar a qualidade das construções

Visando auxiliar a população de baixa renda, a iniciativa reúne indústria, varejo e sociedade.

Por: Lilian Júlio
Valter Frigieri Junior

Na hora de construir uma casa muitas famílias brasileiras acabam optando por fazer isso sem a ajuda de uma construtora – é o mercado de autoconstrução, que abriga 70% das moradias do país. De acordo com dados da Associação Brasileira de Cimento Portland (ABCP) são cerca de 14 milhões de operações de construção realizadas por ano nas quais os próprios moradores escolhem os materiais da obra, contratam profissionais sem a qualificação necessária e desenvolvem o projeto. Para melhorar a qualidade dessas construções a ABCP criou o Clube da Reforma.

O que mais preocupa os idealizadores do clube é a falta de capacitação profissional: por causa dela as residências acabam tendo sérios problemas, como infiltração, rachaduras e desconforto térmico. Para resolver estes problemas o Clube da Reforma atua em quatro frentes: assistência técnica, comunicação, crédito e multiplicação. “O mercado de autoconstrução (ou autogestão) é muito grande, porém desorganizado. Algumas instituições já trabalham para reverter este quadro e o trabalho do Clube da Reforma é reunir todas essas ações e agir em conjunto com a sociedade”, explica o idealizador do Clube da Reforma, Valter Frigieri Junior.

Atuação do Clube da Reforma

Os trabalhos do Clube da Reforma começaram há 10 meses, quando a ABCP montou a estrutura primária do projeto. “Nós organizamos a casa – como funcionaria o Clube, quem faria parte da coordenação, como aconteceria o relacionamento com a sociedade. O próximo passo é buscar entidades parceiras – empresas produtoras, varejo, organizações sociais – para colocar em prática nosso objetivo: melhorar a qualidade das construções brasileiras, principalmente, as moradias da população de baixa renda”, afirma Frigieri, que também é gerente nacional de mercado da ABCP.

Mesmo, efetivamente, antes de buscar parceiros, cerca de 40 organizações já declararam seu apoio ao Clube. “Como nossa intenção é trabalhar em nível nacional, precisamos de mais parceiros – nesse primeiro momento, buscamos empresas já com tradição no mercado”, declara Frigieri. A meta do Clube da Reforma é, até 2014, influenciar um milhão de moradias por todo o Brasil – e para isso irá trabalhar com quatro temas – pilares do projeto. “Tudo parte da assistência técnica – a criação de cursos, cartilhas, treinamentos, liberação de crédito, além de dicas técnicas para a população de baixa renda”, explica.

Além da assistência técnica, o Clube da Reforma irá promover a liberação de crédito para reformas (dentro dos padrões de qualidade) e também a comunicação, para que a população tome conhecimento de que existe uma frente que luta para aumentar a qualidade das edificações. “Tudo o que for produzido pelas entidades não será propriedade do Clube e, sim, da sociedade. Qualquer um – varejo, empresas, organizações sociais – pode usar o material, afinal a multiplicação do conhecimento é direito de todos”, afirma Frigieri.

Para ajudar o Clube da Reforma é preciso fazer parte de uma organização – empresarial ou social. “Nesse primeiro momento não será possível a participação da pessoa física, mas já estamos criando mecanismos de interação para que todo cidadão possa contribuir com essa causa”, finaliza Frigieri.

Para conhecer o Clube da Reforma acesse www.clubedareforma.com.br.

Entrevistado:
Valter Frigieri Junior
Currículo:
- Engenheiro de Produção e Mestre em Engenharia pela Escola Politécnica da USP com especialização em Gestão da Engenharia e da Tecnologia.
- Professor de Estratégia da Fundação Vanzolini.
- Participou da equipe de consultoria que desenvolveu os processos de mudança na Método Engenharia.
- Cocriador da Comunidade da Construção.
- Atualmente é gerente nacional de mercado da Associação Brasileira de Cimento Portland (ABCP), e foi um dos idealizadores do Clube da Reforma – que hoje coordena pela ABCP.

Email:
marta.oliveira@abcp.org.br (Assessoria de Imprensa)

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Maior estátua religiosa do mundo é feita de concreto

O monumento Alto de Santa Rita, no Rio Grande no Norte, é a maior imagem católica do mundo superando a marca do Cristo Redentor.

Por: Vanessa Bordin
Alto de Santa Rita maior estátua religiosa do mundo

Com 56 metros de altura, a estátua do Alto de Santa Rita, localizada às margens da BR-226, na cidade de Santa Cruz, no Rio Grande do Norte, a pouco mais de 100 quilômetros da capital do estado, foi inaugurada em junho deste ano e apresenta um recorde: é a maior estátua religiosa construída em concreto armado do mundo, superando a marca do Cristo Redentor, no Rio de Janeiro, que possui 38 metros.

Por se tratar de uma obra turística, a imagem da Santa Rita de Cássia, padroeira do município, faz parte de um complexo que conta com praça, auditório, restaurante, lanchonetes, igreja e museu. São projetos paralelos, que foram construídos no mesmo espaço do monumento, disponíveis para milhares de pessoas que visitam o local diariamente. A obra, que iniciou em junho de 2008 e levou pouco mais de dois anos para ser concluída, recebeu investimentos na ordem de R$ 6 milhões, sendo pouco mais de R$ 3,4 milhões oriundos do governo federal e R$ 1 milhão do governo estadual.

 

O objetivo

A ideia de construir o complexo turístico na cidade partiu, já alguns anos, do ex-prefeito de Santa Cruz, Antonio Lourenço de Farias, considerado o idealizador do projeto, juntamente, com monsenhor Aerton Sales. No entanto, foi o atual prefeito do município, José Péricles Farias da Rocha, que em 2008 começou o planejamento. O projeto foi criado visando uma alternativa de renda para o município, além da agricultura familiar.

A prefeitura de Santa Cruz escolheu o Monte Carmelo como o local mais apropriado para a realização da obra de Santa Rita e encaminhou a proposta do complexo ao Ministério do Turismo. O lugar tem uma altitude média de 300 metros e é chamado de Monte Carmelo por ser um ponto de peregrinação dedicado a Nossa Senhora do Carmo. Já era visitado desde os anos 20 como ponto de oração e hoje recebe a homenagem à Santa Rita de Cássia.

A obra

Contrução da estátua feita em concreto armado

Segundo Kleiton Matias da Costa, coordenador de projetos, orçamentos e medições da prefeitura de Santa Cruz, após a liberação de verbas dos governos estadual e federal foi iniciado o processo de licitação, que teve como vencedora a construtora A. Gaspar, de Natal, no Rio Grande do Norte. Já o escultor responsável pela criação da imagem de Santa Rita foi o paraibano Alexandre Azedo Lacerda que tem no currículo projetos como o Memorial Frei Damião e o Cristo Rei, ambos na Paraíba.

O primeiro passo da obra, segundo Matias, foi demolir um antigo cruzeiro que havia no Monte Carmelo. “Aos poucos o terreno foi sendo preparado para a execução dos moldes em gesso para as formas externas da imagem da Santa Rita”, explica o coordenador de projetos de Santa Cruz.

Foi alugado um galpão onde a imagem foi moldada em tamanho natural com seções de cinco metros. “Depois de feita toda estrutura e as oito grandes colunas de concreto, com várias lages e contraventamento, os moldes começaram a ser montados no local e concretados, enquanto as outras partes do complexo eram executadas, como a igreja e o auditório”, destaca Matias.

O arquiteto e escultor, Alexandre Lacerda, disse que diferentemente da construção de um edifício qualquer, em que as plantas e cortes dão as informações técnicas para os projetos complementares (estrutura, hidráulica, elétrica, especiais, etc.), na construção de uma escultura, como a do Alto de Santa Rita, a principal fonte de informação é um modelo reduzido, ou seja, uma imagem feita em maquete, de onde se retiram todos os elementos tridimensionais para a realização do projeto.

Para Lacerda, ter desenvolvido uma escultura deste porte foi um grande desafio. “A vitória sobre a complexidade da forma escultórica, da beleza da capa de concreto, com oito centímetros de espessura, nos deixam realizados e com o desejo de um desafio ainda maior”, ressalta o artista;

A engenheira Catarina Issa, uma das responsáveis pela obra, destacou que a espessura da capa de concreto foi projetada para evitar um sobrepeso e calculada em oito centímetros dando mais leveza à obra. No entanto, este cálculo varia de acordo com cada projeto estrutural.

A engenheira ainda ressaltou o processo de construção. “Tivemos muitas pessoas envolvidas em todas as etapas, principalmente no início da execução, quando utilizamos explosivos no local. Após essa etapa, foi feito um concreto de regularização, onde foram gastos mil sacos de cimento. Assim o espaço estaria pronto para receber a estátua”, informa Catarina. Segundo ela, o volume de concreto estrutural utilizado para a estrutura em concreto armado, feita com nove lajes a cada cinco metros, foi de 1.300 m3.

Serviço

O Alto de Santa Rita é coordenado pela paróquia da cidade de Santa Cruz. Está aberto para visitação de segunda a sábado, das 7h às 18h, com palestras, confissões, além da exibição de vídeos sobre a história de Santa Rita de Cássia. Aos domingos são realizadas missas a partir das 10h, seguidas da bênção do Santíssimo Sacramento, às 11h30. Entrada gratuita.

Curiosidades

- Altura do Monte Carmelo (Alto do Cruzeiro): 115 m
- Altura total de Santa Rita de Cássia: 56 m, sendo 6 m de pedestal e 8 m de resplendor (equivale a um edifício de 18 andares)
- Altura da estátua de Santa Rita de Cássia: 50 m, sendo 8 m de resplendor
- Altura da cruz: 10 m
- Área da praça e complexo turístico: 4.400 m2
- Volume de aterro: 2.600 m3

Entrevistado:
Alexandre Azedo Lacerda
- Arquiteto e Urbanista pela Universidade Federal de Pernambuco
-  Escultor
- Professor de arquitetura na Universidade Federal da Paraíba.

Email:
esculturaazedo@yahoo.com.br

Entrevistada:
Catarina Issa
- Engenheira civil pela Universidade Potiguar (UnP).
- Pós-graduada em Gerenciamento de Obras da Construção Civil, também pela UnP.
- Atualmente é responsável pela execução de obras da construtora A. Gaspar.

Email:
catarinaissa@agaspar.com.br

Entrevistado:
Kleiton Matias da Costa
- Coordenador de projetos, orçamentos e medições da prefeitura de Santa Cruz.

Email:
kleitondesign@hotmail.com

Jornalista responsável: Silvia Elmor – MTB 4417/18/57 – Vogg Branded Content