Projetos sustentáveis nas grandes metrópoles
A tendência de uma densidade urbana mais alta para os próximos anos pede projetos sustentáveis para as grandes metrópoles
Camila Braga
A migração das áreas rurais para as áreas urbanas e o consequente crescimento das cidades foi um dos temas que dominaram o II Simpósio Internacional de Sustentabilidade em Arquitetura e Urbanismo (Sisau), promovido pela Associação Brasileira dos Escritórios de Arquitetura (Asbea). O arquiteto Bruno Moser, do escritório Foster and Partners, do Reino Unido, quantifica a questão: “até 2030, 1 bilhão de pessoas estarão vivendo em cidades na China. Isso significa que serão necessárias muitas construções para abrigar tanta gente. Estima-se que serão construídos 50 mil arranha-céus nesse tempo – dez vezes mais que Nova Iorque”.
Este ponto influi diretamente na questão da densidade urbana. Essa densidade representa o número de habitantes ou habitações por uma unidade de terra – geralmente utiliza-se hectare como referência em áreas urbanas. Nas grandes metrópoles, a densidade fica mais alta quanto mais próximo ao centro e, por conseguinte, mais próximo das facilidades de comércio, economia, educação e serviços.
“Para resolver essa questão é necessário pensar o urbanismo de um modo diferente daquele praticado até agora. Se faz necessário que engenheiros, arquitetos, urbanistas, políticos e planejadores de um modo geral entendam que a sustentabilidade significa o habitar aqui e agora. E habitar com qualidade em uma cidade acessível”, completa Moser.
Mobilidade urbana
Quanto maior a densidade urbana, mais complicada é a locomoção dentro dos espaços urbanos. A mobilidade urbana foi outro tema levantado por Bruno Moser durante sua apresentação, que comparou os diferentes meios de transporte: “um ônibus pode substituir 35 carros. Um trem então, até mil carros, isso sem mencionar os aspectos de consumo de energia, de ocupação de espaço. Às vezes, andar 7 km a pé é mais rápido que se deslocar com veículos e achar lugar para estacionar”.
Moser falou ainda sobre a percepção do uso do carro em diferentes metrópoles: “numa comparação, 88,5% das viagens de curto trajeto (entre 5 e 15 km) nos EUA são feitas por carro. Já na China, 65% das viagens são feitas de bicicletas ou caminhando”.
Não só na China o uso da bicicleta é incentivado. As principais cidades da Europa, como Paris, Barcelona, Roma e Londres, possuem sistemas em que a bicicleta é serviço público e é possível retirá-la num ponto da cidade e devolvê-la em outro, utilizando as ciclo-faixas da cidade. Em relação ao Brasil, onde as distâncias são maiores, Bruno acredita que o ideal seria prover mobilidade onde há alta concentração populacional, ao invés de implantar na cidade toda.
Projetos internacionais sustentáveis
Para atender a essa demanda de crescimento das cidades de maneira sustentável, Bruno Moser mostrou alguns dos principais projetos desenvolvidos pelo escritório Foster and Partners em todo o mundo, como a Trafalgar Square, em Londres, que foi fechada ao tráfego, possibilitando um maior acesso dos pedestres à National Gallery e à praça em geral.
Outro projeto de destaque do escritório apresentado no simpósio foi o City Park, em Hong Kong, projetado para que as pessoas mudem a maneira como vivenciam a cidade, segundo o arquiteto. Com 23 hectares de dimensão, o parque abrigará espaços públicos e privados, com foco na sustentabilidade. Na opinião de Moser, o foco é atrair a atividade cultural e “não ser um espaço para que as pessoas tenham que pagar para entrar”. Mais sobre esse grandioso projeto, acesse: http://www.wkcdauthority.hk/pe2/en/conceptual/foster/en/index.html.
Entrevistado
Bruno Moser
>> Currículo
- Sócio do escritório Foster and Partners, do Reino Unido.
- Mestre em arquitetura pela Eidgenössische Technische Hochschule Zürich - ETH.
- Integra a equipe de carbono neutro no projeto Masdar, em Abu Dhabi, Emirados Árabes.
Contato: http://www.fosterandpartners.com
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Gastão Santos Sales e as fachadas ventiladas (Podcast)
A construção sustentável na arquitetura é a prioridade para o arquiteto Gastão Santos Sales, da Piratininga Arquitetos Associados. Ele falou sobre a reciclagem e a reutilização de materiais nos canteiros de obras. Além, é claro, de esclarecer questões sobre as fachadas ventiladas
Por: Michel Mello
Currículo: Gastão Santos Sales
- Arquitetura e Urbanismo pela Universidade Federal do Ceará.
- Mestre em Arquitetura e Urbanismo pela Universidade de São Paulo.
- Atualmente é arquiteto pleno, colaborador do escritório Piratininga Arquitetos Associados.
- Professor assistente de ensino da Universidade São Judas Tadeu.
Clique no player abaixo e ouça a entrevista.
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Sustentabilidade aos 9 bilhões de habitantes
O futuro sustentável das cidades depende fundamentalmente da organização da sociedade civil
Por: Camila Braga
Há alguns dias os jornais de todo país noticiavam as eleições, como a festa da democracia, dia em que grande parte dos brasileiros foi às urnas para escolher seus representantes e exercer a cidadania. Não na opinião do advogado Fabio Tokars, que falou sobre o futuro das cidades no II Simpósio Internacional de Sustentabilidade em Arquitetura e Urbanismo, realizado dias 05 e 06 de outubro, em Curitiba (PR). Tokars acredita que o exercício da cidadania não é feito somente com o voto, mas principalmente com a organização da sociedade civil após as eleições, especialmente em temas como o planejamento da questão de sustentabilidade urbana.
O crescimento populacional, e consequentemente das cidades, foi um dos temas amplamente destacado durante o simpósio. E a forma de abordá-lo foi marcante no questionamento do advogado: “projeta-se que a população em 2050 ultrapasse os 9 bilhões. Toda essa gente precisa comer, precisa se vestir, precisa se locomover. Enfim, precisa consumir. Aliás, toda essa gente vai consumir mais do que individualmente consumimos hoje. No contexto de uma civilização focada no consumo e na satisfação de necessidades artificialmente criadas, estima-se que a economia mundial, em 2050, produzirá quatro vezes mais bens e serviços do que produz hoje. Precisamos construir uma nova história. As coisas não estão indo para o rumo que gostaríamos”, ressalta, mencionando o sociólogo britânico Anthony Giddens, conhecido como pai da terceira via.
Tokars vai além e questiona: “se multiplicarmos por seis a produção industrial que temos hoje (o que acompanharia o crescimento da população nos próximos anos), não poderemos mais frear a produção de dióxido de carbono. Há uma necessidade urgente de ação. Mas ação de quem? Dos cidadãos? Do governo? Do mercado?”.
Ação e reação
Para demonstrar o efeito de ações promovidas por cidadãos em relação à sustentabilidade, Fabio Tokars cita um exemplo da própria plateia: “que significância tem um prédio verde em Manhattan, no meio de vários prédios cinza? Vai neutralizar alguma coisa? E por isso vou deixar de morar nele?”, provoca. Lembrando que verde é o jargão utilizado para se referir à sustentável. Neste caso, pode ser que o prédio tenha sido construído de maneira sustentável ou tenha características sustentáveis.
Engana-se também, segundo o palestrante, quem pensa que a solução do problema vem dos mercados ou da indústria, e que basta uma chaminé a menos e a emissão de dióxido de carbono, que está em 380 ppm (parte por milhão) e se eleva de 2 a 4 ppm ao ano, pode ser refreada. Para que alguma mudança significativa no mercado ocorra é preciso que haja uma forte redução do consumo supérfluo, uma conscientização geral da população e dos CEOs (Chief Executive Officer) das principais indústrias. Em relação ao dióxido de carbono, estima-se que se esta concentração atingir 560 ppm, a humanidade não poderá sobreviver.
Já referente aos representantes políticos, mais uma vez, questiona: “o governo vai resolver o nosso problema? Vai atender às demandas de sustentabilidade? Só se houver uma efetiva pressão por parte da sociedade civil, que seja capaz de alterar os resultados de uma eleição. Atualmente, as eleições são decorrência principalmente de campanhas de marketing, sem grande debate popular quanto aos projetos de governo.”, provocando uma reflexão em todos os que estavam no evento.
Sujeitos da ação
Se por um lado o povo fica dependendo de interesses maiores no momento das eleições, por outro, assume um poder muito mais importante, qual seja, de frear o poder real. “O que existe na sociedade civil são grupos de pressão. Somente no momento em que começarmos imediatamente a trabalhar é que teremos algo de concreto. Temos que fazer com que as instituições comecem a agir de acordo com o posicionamento sustentável”, afirma.
E para que as mudanças de comportamento ocorram, não basta apenas que se criem leis no sentido de proibir certas condutas. É necessário não só combater atos lesivos ao meio ambiente, mas criar leis que incentivem a inovação tecnológica necessária à alteração do destino de nosso planeta, salientou Tokars. “O Brasil tem todas as condições materiais de ser líder do século XXI”, concluiu.
Entrevistado
Fabio Tokars
- Graduação em Comunicação Social - Jornalismo pela Universidade Federal do Paraná (UFPR).
- Graduação em Direito pela Faculdade de Direito de Curitiba.
- Especialização em Metodologia do Ensino Superior pela Faculdade de Direito de Curitiba.
- Mestrado e doutorado em Direito das Relações Sociais pela Universidade Federal do Paraná.
- Atua especialmente no estudo do Direito Societário e dos Fundamentos Econômicos do Direito Empresarial.
- Professor de Direito Empresarial na Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUC-PR), onde também é Administrador Universitário, e no Unicuritiba, onde leciona em turmas de Graduação e de Pós-Graduação Stricto Sensu-Mestrado.
Contato: flt@marinsbertoldi.com.br
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Simpósio Internacional de Sustentabilidade em Arquitetura e Urbanismo 2010
Evento discute a arquitetura além das perspectivas atuais da construção e incorpora inovações
Por: Michel Mello
O segundo Simpósio Internacional de Sustentabilidade em Arquitetura e urbanismo – Sisau 2010, realizado pela Associação Brasileira dos Escritórios de Arquitetura – AsBEA aconteceu, simultaneamente, nos três estados da região Sul do país, nas capitais: Curitiba, Florianópolis e Porto Alegre. O simpósio foi oficialmente lançado pelo presidente da Asbea/PR, Gustavo Pinto, que ressaltou “a proposta de sustentabilidade em uma mensagem positiva e responsável, por um mundo melhor”.
Diretrizes para um mundo sustentável
A proposta desse evento foi a de discutir e criar um debate que produza ao final 10 ideias inovadoras, que possam influenciar as diretrizes em termos de projetos, arquitetos e engenheiros e todos os demais tomadores de decisão. Para o diretor de sustentabilidade da AsBEA/PR, Frederico Carstens, “a receita que a nossa civilização nos oferece é um resultado negativo. E isso é resultado direto do extrativismo”.
Carstens aponta para o atual momento de ruptura da sociedade onde: “a indústria de materiais, técnicas e sistemas construtivos e projetos precisam incorporar novas tecnologias, já que o mundo pede novas soluções em planejamento urbano”.
Habitação vertical
O arquiteto espanhol Jose Enrique Domingues, do escritório Cervera e Pioz e responsável pela palestra: “Habitações Biônicas” definiu o modelo de cidade horizontal como: “irracional e insustentável. Para ele é preciso inovar em termos de habitações. A solução, segundo o arquiteto, é a construção de torres verticais, ou torre biônica, que segue conceitos da bioarquitetura e busca a inspiração de projetos em estudos realizados com elementos naturais.
“A ideia de desenvolvimento horizontal está fadada ao insucesso. E traz muitos problemas, de energia, habitação, espaço. A torre biônica é um novo conceito estrutural com soluções em modelos naturais, como estrutura radicular, energia eólica, solar e bioreatores de matriz energética a partir do cultivo de algas que são à base dos biocombustíveis, além de cisternas para captar a água da chuva e zonas verdes dentro das cidades verticais.
Engenharia sustentável
Para o arquiteto americano Sergio Coscia, da RMJM Architects, é importante reduzir o uso de materiais em busca de uma engenharia sustentável. Ele destacou a utilização de vidros como forma de reduzir o consumo de energia elétrica em edificações.
“É importante sabermos que é possível reduzir todos os elementos de uma obra e tornando assim, a construção ou edificação sustentável. Com o uso de novos materiais, podemos reduzir os custos com iluminação em 25% dos materiais”, afirma Coscia.
Vidros e janelas
Para a engenheira civil Cristiane Vieira, da Cebrace Vidros, é importante incorporar novidades, tendências e alta tecnologia nas construções. Ela destacou que as paredes still frame podem reduzir entre 25 a 40% a entrada de luz solar, complementando a luminosidade de escritórios. E com isso diminuindo, também, os gastos com luz elétrica. Além do apelo estético, existem vidros, atualmente, que são autolimpantes, vidros verdes e duplos. Para cada tipo de necessidade, há uma solução possível em termos de novos materiais.
A casa viva
O arquiteto Antonio Gonçalves, da Hauer Arquitetura, destacou a iniciativa do futuro da arquitetura com a palestra: A casa viva. Onde ousou prever o que seria da arquitetura do século XXII: elementos orgânicos e inteligentes estariam presentes em projetos, materiais e sistemas construtivos.
Nanotecnologia
Para o sociólogo, Paulo Martins, da Rede de Pesquisa em Nanotecnologia em Meio Ambiente – Renanosomo, a atual realidade aponta para a convergência da tecnologia em quatro áreas: Biotecnologia, Nanotecnologia, Informática e Aprendizagem Cognitiva.
Ele destacou que o uso de nanotecnologia em cimento e concreto pode aumentar a resistência dos materiais em 334%. Fazendo com que esses materiais aguentem uma força de compressão de até 1113%. O nanocimento permitirá revestimentos especiais de alta durabilidade, concreto transparente, aerogel entre outras.
Biotecnologia
Para Marcelo Gravina, professor titular do Departamento de Fitopatologia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), o uso de Organismos Geneticamente Modificados (OGM) apresenta diversas aplicações. Desde a produção de alimentos em larga escala até a produção de algodão colorido, flores coloridas artificialmente e novas vacinas apresentadas sob a forma de alimentos.
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Torre biônica
A solução sustentável para o crescimento das cidades está na criação de cidades verticais
Por: Camila Braga
Ouvir um arquiteto falar em cidades verticais pode parecer estranho, já que até o momento todas as cidades que conhecemos são horizontais. Não para o arquiteto espanhol, Jose Enrique Dominguez Garcia, diretor de projetos do escritório Cervera e Pioz, de Madrid, Espanha. Jose Enrique foi um dos palestrantes do II Simpósio Internacional de Sustentabilidade em Arquitetura e Urbanismo, realizado nos dias 05 e 06 de outubro em Curitiba, onde se discutiu temas relacionados ao consumo energético das cidades e sustentabilidade.
A solução apresentada foi a chamada torre biônica. Um projeto arquitetônico apresentado pela primeira vez em 1997 e que prevê a criação de cidades verticais em torres em regiões superpopulosas, como alguns países da Ásia.
Tais torres teriam mais de um quilômetro de altura e em seus andares seriam localizados os bairros desta nova cidade. A ideia da sustentabilidade está incorporada desde o princípio, utilizando, por exemplo, moinhos de vento no topo do empreendimento – local não habitado – para aproveitar a energia eólica. Para gerar energia também serão utilizados painéis fotovoltaicos que aproveitarão a luz do sol.
Dimensões
O projeto inicial prevê que a cidade vertical seja construída numa torre de 1.228 m de altura, onde trafegarão aproximadamente 360 elevadores: “poderemos, inclusive, utilizar alguma tecnologia parecida com a usada na Torre de Dubai”, ressaltou Garcia Dominguez. Cada interseção, ou “andar” desta torre, terá o tamanho aproximado de um campo de futebol.
Com relação aos materiais, ainda não é possível prever a quantidade que será demandada de concreto, aço ou vidro: “temos um projeto, mas é impossível predeterminar sem ter uma demanda específica, já que não há ainda uma previsão de construção da torre”, explica o arquiteto espanhol.
Outro ponto que merece destaque é que, diferentemente da edificação de um prédio, a construção da torre biônica é prevista para ser realizada em etapas, com a consequente ocupação de cada área construída. “O projeto da torre prevê sua construção em etapas, para que se autossustente, ou seja, construir alguns andares e fazer com que ele gere energia para novos andares tal como na natureza. Construir uma base e botar para funcionar”, diz.
Arquitetura biônica
O princípio da arquitetura biônica em que se baseia a ideia do projeto da cidade vertical é buscar na natureza soluções para algumas necessidades e que estratégias o mundo natural fornece que podem ser aplicadas nas diferentes áreas da ciência.
Além da torre biônica, o escritório Cervera e Pioz tem alguns outros projetos na área de arquitetura biônica, como o Tai-Da Financial Commerce, em Chengdu, na China, cuja estrutura externa se assemelha a de um cactus. Obras inspiradas na natureza são a base da proposta da construção de um espaço urbano como esse.
Os arquitetos idealizadores do projeto se basearam no crescimento estrutural das árvores para o projeto da torre. Segundo Dominguez Garcia, a arquitetura tradicional foi contrastada com a biônica: “para ganhar em resistência, preferimos vários elementos rígidos e estruturados, ao invés de concentrar esforços em apenas poucos elementos”, finaliza.
Entrevistado
Jose Enrique Dominguez Garcia
>> Currículo
- Arquiteto, especialista em novos materiais construtivos.
- Diretor de projetos do escritório Cervera & Pioz, de Madri, Espanha.
- Integra a equipe do projeto “Torre Biônica” e cidades verticais.
Contato: jed@cerveraandpioz.com
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Sustentabilidade é tema de encontro internacional
Simpósio amplia as fronteiras entre teoria e prática com o debate entre mestres e estudantes
por: Michel Mello
O tema sustentabilidade é premissa urgente em obras e edificações por todo o país. No segundo Simpósio Internacional de Sustentabilidade em Arquitetura e Urbanismo – Sisau 2010, promovido pela Associação Brasileira de Escritórios de Arquitetura – AsBEA, e que acontece simultaneamente nas capitais do sul do país, entre os dias 05 e 07 de outubro, profissionais de renome vieram debater pautas relacionadas ao assunto e de relevada importância para engenheiros, arquitetos, estudantes, professores e demais interessados no tema. Todos na busca por uma arquitetura realmente sustentável.
Para a estudante, Katerine Heim Weber, do 4º ano de arquitetura da Universidade Positivo, é muito importante debater o futuro da arquitetura e aplicar elementos da arquitetura sustentável. “Com certeza irei desenvolver projetos sob uma nova perspectiva após esse evento”, afirma Katerine. Ela participou da primeira edição do simpósio em 2009 e afirma que participará sempre que puder.
A professora, Marcia Keiko Ono Adriazola, que ministra aulas da disciplina de projetos no Departamento de Arquitetura da Universidade Tecnológica Federal do Paraná – UTFPR, levantou a importância da sustentabilidade no meio acadêmico, principalmente, no setor de arquitetura e urbanismo: "não só já existem leis federais que versam sobre a sustentabilidade, mas nós, da UTFPR, estamos tentando implantar diversas ações neste sentido, como reutilizar a água da chuva e elaborar projetos com teto verde, além do programa de gerenciamento de resíduos sólidos que já existe na Universidade", afirma.
Segundo ela, os alunos demonstram grande interesse pelo tema de sustentabilidade, um interesse que já vem de casa: "a nossa geração foi ensinada a separar o lixo, já a juventude de hoje tem uma preocupação quase que natural com o meio ambiente", complementa.
Já o profissional de gestão comercial, Leonardo Cordeiro Neto, acredita que a sustentabilidade em projetos e o reaproveitamento dos materiais são urgentes, devido à escassez das matérias-primas. “É importante criar novos conceitos e implantá-los em canteiros de obras no país”, destaca.
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A nanotecnologia aplicada à construção (Podcast)
As novidades trazidas pela nanotecnologia aplicadas ao concreto e ao cimento: concreto transparente, cimento de alta durabilidade e maior compressão e resistência. Saiba mais sobre as novas tecnologias em nanoconcreto e nanocimento na entrevista com o pesquisador Paulo Martins
Por: Michel Mello
Currículo: Paulo Martins
- Mestrado em Desenvolvimento Agrícola na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).
- Doutor em Ciências Sociais pela Unicamp.
- Pesquisador do Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo, há 22 anos.
- Coordenador da Rede de Pesquisa em Nanotecnologia, Sociedade e Meio Ambiente - RENANOSOMA.
- Coordenador do CNPq do grupo de pesquisa "Nanotecnologia, Sociedade e Meio Ambiente".
Clique no player abaixo e ouça a entrevista.
A gestão de empresas e o mundo dos negócios (Podcast)
O economista e professor José Pio Martins é o atual reitor da Universidade Positivo. Especialista em gestão, ele comenta quais os maiores desafios para as empresas obterem sucesso no atual e competitivo mundo dos negócios
Por: Michel Mello
Currículo: José Pio Martins
Economista, professor, executivo com experiência em cargos de direção no setor privado e no setor público. É comentarista da Rádio CBN, de Curitiba (PR), e escreve para o jornal a Gazeta do Povo. Também é autor do livro "Educação Financeira ao Alcance de Todos".
Clique no player abaixo e ouça agora um resumo da entrevista. Para ouvir a entrevista na íntegra clique aqui.
II Simpósio Internacional de Sustentabilidade em Arquitetura e Urbanismo
O Massa Cinzenta fará a cobertura do evento
Por: Tatiane Franco
Acontece no mês de outubro de 2010, simultaneamente nas cidades de Curitiba (PR), Florianópolis (SC) e Porto Alegre (RS), entre os dias 05, 06, 07 e 08, o II Simpósio Internacional de Sustentabilidade em Arquitetura e Urbanismo (Sisau). A proposta do evento ousa em termos de inovação, planejamento e sustentabilidade. O tema desta edição é: “Por uma nova mentalidade na arquitetura”. E o objetivo desta segunda edição do Sisau é produzir ao final do evento um manifesto com 10 ideias viáveis para a aplicação da sustentabilidade na arquitetura.
O Massa Cinzenta fará a cobertura do evento que acontece nos dias 05 e 06 de outubro, em Curitiba, com entrevistas exclusivas e podcasts com os palestrantes. O encontro é promovido pela Associação Brasileira dos Escritórios de Arquitetura do Paraná (AsBEA-PR) e já estão confirmadas as presenças de renomados arquitetos nacionais, além de palestrantes internacionais como: Michael Tymoff, da Fundação Bill Clinton; o arquiteto Brandon Haw, da Foster + Partner Architects; José Henrique Dominguez, da Cervera & Pioz Architects; Dorte Mandrup Poulsen, da Denmark Architects; Gustavo Restrepo, da Colômbia; e Sérgio Coscia, da RMJM Architects; entre outros.
Saiba mais sobre o evento acessando o site (www.simposiosustentabilidade.com.br).
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Copa 2014: modernização do estádio Beira-Rio
Reforma das arquibancadas prevê a utilização de 2.400 m³ de concreto em estruturas pré-moldadas e 1.350 m³ em estruturas de concreto moldadas in loco
Marina Pastore
O dia 29 de julho de 2010 ficará marcado para os torcedores do Sport Club Internacional. Nesta data, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva inaugurou as obras de revitalização do estádio Beira-Rio, em Porto Alegre (RS), com o objetivo de sediar alguns jogos da Copa do Mundo de 2014. Este complexo esportivo que inclui o estádio e uma nova área de lazer ganhou o nome de Gigante Para Sempre.
Segundo Pedro Antônio Affatato, 1º vice-presidente do clube e vice-presidente financeiro, “o projeto deve ficar pronto até 2012, para atender as exigências da Fifa e para sediar a Copa das Confederações, que acontecerá em 2013”.
O projeto para a modernização do Beira-Rio deverá ser feito em duas fases. A primeira delas diz respeito à reforma do estádio. A segunda prevê a construção de um complexo com hotéis, centro de eventos e estacionamentos. O clube ainda tem uma ambição: sediar um dos jogos da semifinal. “Ainda não sabemos se isso acontecerá, mas estamos fazendo o possível para nos credenciarmos”, relata Affatato.
Revitalização do Beira-Rio
De acordo com Affatato, o estádio do Beira-Rio terá duas grandes modificações. A primeira diz respeito à nova cobertura. “Atualmente, ela abriga 40% da arquibancada. Agora ela será toda feita em estrutura metálica e deverá abranger 100%”, conta. Para realizar esta obra, serão necessárias 400 mil toneladas de aço.
A outra grande alteração no campo será com relação ao posicionamento da arquibancada. Ainda segundo o vice-presidente, esta área deverá ser expandida e as cadeiras deverão ficar mais próximas ao campo. Com isso, haverá também uma ampliação na capacidade do estádio do Internacional que, de acordo com Affatato, passará de 56 mil a 62 mil.
O vice-presidente do Internacional também relata que as arquibancadas utilizarão uma grande quantidade de pré-moldados de concreto. Serão utilizados 2.400 m³ de concreto na estrutura pré-moldada, enquanto as estruturas de concreto moldadas in loco empregarão 1.350 m³ do mesmo material.
Algumas obras serão realizadas para atender às exigências da Fifa. Os vestiários, por exemplo, deverão ser simétricos – atualmente, o do Internacional é superior ao do time visitante. Além disso, há algumas alterações a serem feitas nos sanitários do estádio e nos acessos. A sala de imprensa também deverá passar por reformas para adequação do tamanho e terá 1.339,4 m².
No momento, a obra está no estágio do estaqueamento, isto é, estão construindo as bases para a grande estrutura. Affatato informa que 20% das 130 estacas necessárias já foram colocadas.
Entretanto, o clube ainda não está trabalhando com nenhuma construtora ou consórcio. “A obra foi aprovada há cerca de 40 dias. Hoje, o Inter está fazendo tudo com dinheiro do ‘próprio bolso’”, afirma Affatato. O custo total da primeira fase de modernização do estádio ficará em R$ 150 milhões, valor que será pago com recursos do próprio clube, provenientes da venda do estádio dos Eucaliptos e também por meio da comercialização de camarotes e suítes (espaços que incluem uma antessala para receber reuniões e eventos, além de assentos com vista para o campo e uma área comum com bares).
Uma das inovações deste projeto é a construção de um espaço chamado de Skyboxes. São áreas VIP’s que ficarão posicionadas atrás das traves e terão cerca de 800 m² de circulação, quase 3.000 m² reservados para os camarotes e aproximadamente 40 m² para os banheiros. Este espaço será construído no local onde, atualmente, estão as marquises.
Complexo Gigante para Sempre
Com a construção do Complexo Gigante para Sempre, os visitantes do Beira-Rio poderão usufruir de várias opções de lazer:
- Hotel: poderá ser utilizado tanto por visitantes como pelos times visitantes e até para concentração do próprio Inter.
- Centro de eventos: o Gigantinho passará por uma reforma e será adequado para receber todo tipo de espetáculos e convenções.
- Estacionamento: terão duas possibilidades de estacionamentos. Uma delas em um edifício com altura inferior a das copas das árvores existentes, causando o menor impacto possível na paisagem do parque. O outro será embaixo de uma esplanada. A entrada e a saída de ambos serão feitas pelas avenidas Padre Cacique e Beira-Rio.
- Área de esporte e lazer: este local, voltado para o rio Guaíba, abrigará um museu do Internacional, uma loja do clube, praça de alimentação e restaurantes panorâmicos. Os campos suplementares ganharão nova disposição, o que permitirá o treinamento de várias equipes ao mesmo tempo - profissionais, categorias de base e times visitantes. O complexo também terá um centro de treinamento com academia, departamento de fisioterapia, centro médico, saunas e vestiários.
- Marina: também será construída na orla do Guaíba e oferecerá acesso ao complexo.
De acordo com Affatato, esta segunda fase do projeto ainda não foi aprovada e só quando isso acontecer que teremos definições sobre as construtoras, os parceiros e os consórcios. O vice-presidente ainda explica que como a segunda fase do projeto deverá fazer interferências no meio ambiente, haverá uma demora maior na aprovação.
Entrevistado:
Pedro Antônio Affatato
- 1ºvice-presidente do Sport Club Internacional.
- Vice-presidente de Finanças do Sport Club Internacional.
- Engenheiro civil, pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUC-RS).
Contato: http://www.internacional.com.br/