Prédio de 15 andares é construído em seis dias

Na China, uma edificação de 15 pavimentos foi construída em apenas seis dias. Com a fundação pronta, a estrutura foi feita em materiais pré-moldados

Qual é o tempo de construção de um prédio de 15 andares? Na China, uma edificação de 15 pavimentos foi construída em seis dias. A fundação já estava pronta e a estrutura do prédio estava concluída em menos de 48 horas. O restante do tempo foi usado para o acabamento da obra.

O edifício é o Hotel Arca em Changsha e demorou somente seis dias para ser concluído, e isso graças aos materiais pré-fabricados utilizados a partir do momento em que a construção foi definida. Depois bastava colocar cada peça em seus respectivos lugares.

O empreendimento apresenta conforto térmico de acordo com normas chinesas, sua construção está dentro das leis ambientalmente corretas. O edifício possui nível 9 de segurança contra terremotos, as paredes são a prova de som, possui isolamento térmico, a iluminação é toda de LED, além de um sistema que garante a circulação do ar, com três níveis de purificação.

Os moradores da cidade de Changsha (长沙), na China, tiveram uma grande surpresa: em seis dias, a partir de uma fundação nasceu um novo hotel. O edifício é moderno, com isolamento térmico e acústico e capacidade para resistir a eventos sísmicos. O segredo dessa construção é que os componentes foram pré-fabricados e depois montados no local.

Changsha é a capital da província de Hunan. A cidade se localiza as margens do rio Xiang, na zona centro sul da China. O município tem uma área de 11.819 quilômetros quadrados e uma população de 6.017.600 (2003 estimativa intercensitário), a área urbanizada, tem cerca de 2,7 milhões de pessoas.

Veja o vídeo: http://www.youtube.com/watch?v=0_O1LeMQ3A8

Fonte: Tecnisa Idéias

Jornalista responsável: Silvia Elmor – MTB 4417/18/57 – Vogg Branded Content

Os desafios da economia brasileira para 2011 (Podcast)

O economista e ex-ministro da Fazenda, Maílson da Nóbrega, fala sobre os rumos da política fiscal para o ano de 2011, Programa de Aceleração do Crescimento (PAC II) e obras da Copa 2014

Por: Michel Mello
Mailson da Nóbrega

Currículo: Maílson Ferreira da Nóbrega
- Economista e ministro da Fazenda no período 1988/1990.
- Atuou como consultor técnico e chefe da Divisão de Análise de Projetos do Banco do Brasil.
- Foi chefe da Coordenadoria de Assuntos Econômicos do Ministério da Indústria e do Comércio.
- Exerceu o cargo de secretário-geral do Ministério da Fazenda.
- Foi diretor executivo do European Brazilian Bank (Eurobraz), em Londres.
- Como ministro, presidiu vários órgãos, entre os quais o Conselho Monetário Nacional e o Conselho de Política Fazendária (Confaz).
- Sócio da Tendências Consultoria Integrada, empresa de consultoria econômica e política sediada em São Paulo.

Clique no player abaixo e ouça agora um resumo da entrevista. Para ouvir a entrevista na íntegra clique aqui.


Os desafios da engenharia militar

Os desafios da carreira da engenharia que vão além dos canteiros de obras

Por: Michel Mello
A engenharia militar atua na execução de algumas das obras do PAC

O Massa Cinzenta inaugura uma série sobre profissões em que retrata os vários segmentos de mercado onde atuam os profissionais da engenharia. Para inaugurar esta série começamos com o perfil do engenheiro militar. Esse profissional tem a missão de desenvolver tecnologia no âmbito de defesa estratégica e tecnológica. Também atuam em obras como construção e ampliação das rodovias, a transposição do rio São Francisco e obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).

 

IME

Para atender ao desenvolvimento da questão tecnológica e militar no país, o Exército Brasileiro (EB) criou o Instituto Militar de Engenharia (IME), resultado da fusão da Escola Técnica do Exército com o Instituto Militar de Tecnologia, isso no ano de 1959.

O instituto se destaca por ter formado inúmeras gerações de engenheiros, civis e militares, que em muito contribuíram para o desenvolvimento da engenharia nacional. Não só no desempenho exclusivo da atividade profissional, mas também na qualidade de professores ou mesmo de fundadores de instituições de ensino espalhadas pelo Brasil.

A admissão aos cursos de graduação é oferecida tanto a militares, oriundos da Academia Militar das Agulhas Negras (AMAN), quanto a civis, com escolaridade correspondente ao Ensino Médio, e realizada através de dois concursos de admissão distintos. O acesso aos cursos de pós-graduação é feita através de um processo de seleção acadêmica e exame médico.

Atualmente, o IME forma oficiais engenheiros militares da ativa e da reserva, sendo que a graduação em engenharia tem a duração de cinco anos junto à formação militar, que dura o mesmo tempo, para os optantes pela carreira e de um ano para os optantes pela reserva. Além disso, o instituto também admite engenheiros, homens e mulheres formados em instituições civis.

O coronel do Quadro de Engenheiros Militares (QEM), Marcelo Eschiletti Caldas Rodrigues, especialista em engenharia elétrica, fala que tinha o “desejo de ser engenheiro, mesmo antes de ingressar na Academia Militar das Agulhas Negras”. Atualmente o coronel serve no Departamento de Engenharia e Construção (DEC), em Brasília (DF).

Missões

Para o engenheiro militar, “as missões mais marcantes foram aquelas realizadas na África, em virtude das condições enfrentadas. Uma lição aprendida foi a humildade, após a conclusão do curso de mestrado, quando constatei que a falta de conhecimento técnico não é motivo de vergonha e, sim, motivação para a busca das soluções”.

Atualmente, o coronel Eschiletti participa do processo de reestruturação do DEC e de um estudo sobre a viabilidade de implantação de um sistema de monitoramento do consumo de energia no Exército Brasileiro.

Ele destaca que na carreira de engenheiro militar não conheceu a rotina. “Tenho exercido as mais diferentes funções, em diversas organizações militares. O Exército me proporcionou um curso de graduação, um de pós-graduação e cursos na área de gerenciamento. Foram apresentados desafios e oportunidades de exercer minhas atividades na área de formação”, enfatiza o coronel.

“A carreira do engenheiro militar oferece várias oportunidades em termos de capacitação profissional, vários tipos de atividades: ensino, pesquisa, atuação como engenheiro de campo ou como projetista, em diversas áreas da engenharia (civil, elétrica, eletrônica, telecomunicações, mecânica, cartografia, computação, química, materiais), e a possibilidade de morar em diferentes regiões do país e, em alguns casos, inclusive no exterior” esclarece.

Atuação

Atualmente, existem engenheiros de fortificação e construção (engenharia civil) trabalhando na Missão de Paz, no Haiti; nas obras de duplicação da BR – 101 e nas obras de interligação do Rio São Francisco com as bacias do Nordeste Setentrional, no nordeste; nas obras da BR – 319 e BR – 163, na Amazônia; nos aeroportos de Guarulhos, em São Paulo; São Gonçalo do Amarante, em Natal; e no Porto de São Francisco do Sul, em Santa Catarina etc.

“Temos engenheiros mecânicos e de materiais trabalhando no desenvolvimento da nova família de carros blindados do Exército; engenheiros de computação desenvolvendo sistemas de gerenciamento e de apoio à decisão, quer na área administrativa, quer na área operacional; engenheiros mecânicos, eletrônicos e de telecomunicações trabalhando em fábricas e arsenais ou desenvolvendo pesquisas no Centro Tecnológico do Exército, no Rio de Janeiro; engenheiros cartógrafos realizando inúmeros projetos ao longo de todo o território nacional. Enfim, o leque de oportunidades da engenharia militar é bastante amplo”, conclui o coronel Eschiletti.

Aluno

Heymann: Acredito que a formação militar é importante, pois ela transmite valores fundamentais, como a disciplina e a hierarquia, dois princípios básicos da carreira

O primeiro tenente Rafael Rocha Heymann, aluno do último ano, do curso de Engenharia Eletrônica do IME, afirma que “desde cedo eu tive interesse na carreira militar. Paralelo a isso, sempre tive facilidade nas matérias da área de exatas, como matemática e a física, além da curiosidade referente ao funcionamento, em termo de hardware, dos computadores e equipamentos eletrônicos em geral. Daí o desejo em realizar o curso de Engenharia Eletrônica”.

Heymann enfatiza, “desta forma, vi no IME uma oportunidade de alcançar estas duas metas profissionais. Somado a isso, acredito que seja gratificante pesquisar, projetar e produzir equipamentos úteis para a força, visando o desenvolvimento e a soberania nacional”.

Sobre o curso de formação ele diz: “Vários aspectos positivos são responsáveis pela tradição do IME em formar engenheiros de alto nível. Eu diria que os recursos humanos, selecionados através de um dos mais difíceis vestibulares do país, é o fator principal que o destaca em relação às outras instituições de formação de engenheiros”.

Formação militar

“Acredito que a formação militar é importante, pois ela transmite valores fundamentais, como a disciplina e a hierarquia, dois princípios básicos da carreira. Além disso, aprendemos a ter uma postura adequada como militares do Exército Brasileiro, mantendo o respeito, a camaradagem e a seriedade. Com o passar dos anos, a vivência nos ensina outras duas características importantes: a iniciativa e o bom senso” destaca o aluno. “No contexto geral, gosto muito do conceito de turma que é valorizado nas escolas militares. No âmbito do meu curso, engenharia eletrônica, eu gosto de poder trabalhar com a produção tecnológica cada vez mais presente na vida do ser humano, a eletrônica, bem como acompanhar a sua evolução tecnológica”, conclui Heymann.

Serviço militar

A vida no IME começa antes mesmo de ser aluno. Na adaptação, os estudantes têm o primeiro contato com a vida militar, aprendendo condutas básicas, começando a fazer ordem unida, executando o primeiro tiro de fuzil e, por fim, realizando a cerimônia de entrada pelos portões. No decorrer dos anos, a vida acadêmica é marcada por muito estudo.
 
Outro momento marcante ocorre no início do terceiro ano, quando os alunos saem do ciclo básico e escolhem a sua especialização: engenharia eletrônica, elétrica, telecomunicações, de computação, mecânica de armamento, mecânica de automóveis, materiais, cartográfica, de fortificação e construção ou química.

Atividades militares

“Durante o curso de formação de oficial, temos as atividades militares que incluem: apresentações e provas referentes às normas e regulamentos próprios da atividade militar; atividades e avaliações físicas constantes com formaturas gerais”, ressalta Heymann. “Também realizamos anualmente um acampamento em que ocorrem os treinamentos militares, onde executamos tiro de fuzil e pistola. Treinamentos para desfiles em dias festivos. Culminando, no último ano, com a cerimônia de encerramento e saída pelo portão como formandos”, esclarece.

Sobre as dificuldades o tenente Heymann conclui: “acredito que a grande dificuldade para o aluno no IME é conciliar a atividade acadêmica com a atividade militar. Pois, além do alto grau de exigência e dificuldade das avaliações na parte acadêmica, vivemos numa disciplina militar, com suas normas, condutas e atividades peculiares”.
 

Origem

Em 15 de janeiro de 1699, o Rei de Portugal sancionou uma Carta Régia que criava um curso de formação de soldados técnicos no Brasil Colônia. Esse curso tinha por objetivo capacitar os soldados nas técnicas de construção de fortificações, a fim de promover a defesa da colônia contra as incursões de outras nações.

Em 1795, foi criada no Recife (PE) uma Aula de Geometria, acrescida, em 1809, do estudo de cálculo integral, mecânica e hidrodinâmica, lecionados pelo Capitão Antonio Francisco Bastos. Essa aula existiu até 1812.

Engenharia Militar no Brasil

A Academia Real Militar, com data de fundação de 1811, mudou de nome quatro vezes: Imperial Academia Militar, em 1822; Academia Militar da Corte, em 1832; Escola Militar, em 1840; e Escola Central, a partir de 1858. Ali se formavam não apenas oficiais do Exército, mas, principalmente, engenheiros, militares ou civis, pois a Escola Central era a única escola de engenharia existente no Brasil.

>> Entrevistados:
Coronel do Quadro de Engenheiros Militares Marcelo Eschiletti Caldas Rodrigues
>> Currículo:
- Graduado em engenharia elétrica pelo Instituto de Engenharia Militar (IME).
- Pós-graduado em engenharia elétrica na Universidade de Brasília (UnB).
- Oficial de Gabinete do Ministro do Exército.
- Serviu como engenheiro da Seção de Engenharia do Departamento de Operações de Paz da Organização das Nações Unidas (ONU).
- Assistente do Chefe do Departamento de Engenharia e Construção do Exército (DEC).
>> Contato: dec@dec.eb.mil.br

Primeiro tenente Rafael Rocha Heymann
>> Currículo:
- Aluno do quinto ano do curso de engenharia elétrica do Instituto Militar de Engenharia (IME).
>> Contato: depq@ime.eb.br

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Copa 2014: Estádio do Mineirão inova sem perder suas características fundamentais

Readequação do estádio se deve a excelente qualidade do projeto original

Por: Michel Mello
Imagem do Complexo da Pampulha com os estádios do Mineirão e Mineirinho modernizados

O Estádio Governador Magalhães Pinto, ou Mineirão, é o segundo maior estádio de futebol do Brasil em tamanho, ficando atrás apenas do Maracanã. O projeto de construção da arena é da década de 1940 e surgiu com a ideia de construir em Belo Horizonte um estádio para acompanhar a evolução do futebol no estado de Minas Gerais. A partir do anúncio das cidades sede da Copa 2014, a escolha de Belo Horizonte foi uma opção considerada certa, devido às qualidades e características do projeto do Mineirão. A partir daí, houve a seleção das propostas onde foi escolhido o escritório Gustavo Penna Arquitetos Associados, que teve a consultoria da empresa alemã Von Gerkanm Marg und Partners (GMP).

Para o arquiteto Ricardo Gomes Lopes, coordenador do Projeto Arquitetônico do Novo Mineirão do escritório Gustavo Penna Arquitetos e Associados, “o novo projeto representa uma mudança de paradigma ocorrida na forma de se assistir a partidas de futebol – que vem de um esporte que é voltado para espectadores. Quem vai ao estádio, quer uma experiência diferenciada, antigamente o Mineirão comportava em torno de 120 mil espectadores. Após as reformas, esse número cairá pela metade, serão 68 mil cadeiras, mas os torcedores contarão com mais conforto, serviços e maior proximidade do campo de jogo”.

Ricardo: A qualidade do projeto original permitiu uma readequação completa do estádio que pode ser modernizado sem perder as suas características originais

O novo Mineirão continuará como o segundo maior estádio do Brasil. Ainda está previsto a revalorização de área urbana de Belo Horizonte e contribuição para recuperação do Conjunto Arquitetônico e de Lazer da Pampulha.

No passado, o estádio foi construído utilizando-se amortecedores para o anel superior da arquibancada. Essa característica fez com que, a partir de movimento das torcidas, o estádio nesse setor vibrasse. “O novo projeto prevê acréscimo lateral nas vigas de sustentação do anel superior, além da adição de cabos protendidos que aumentam a força de tensão da estrutura”.

Havia problema em relação a um desnível existente entre as alas oeste e leste do estádio. Para a adaptação da arena às especificações da Fédération Internationale de Football Association (Fifa) esse desnível foi completamente retirado. Na fase atual estão acontecendo obras de rebaixamento do gramado, que chegaram até o bloco de fundação do estádio. Esse trabalho é bastante complexo e envolve a contenção de blocos e corte de cintas. 

 

 Elipse

A elipse será mantida no anel superior. No anel inferior será feita uma reconfiguração das arquibancadas para, desta forma, aproximar os assentos do campo em cerca de 30 metros, adequando-se aos mais modernos padrões internacionais que são recomendados pela Fifa.

Sustentabilidade

A sustentabilidade é um elemento essencial e indispensável para as obras da Copa 2014. As obras do projeto de modernização do Estádio Governador Magalhães Pinto estão na fase que prevê a demolição de estruturas e o rebaixamento do campo de jogo e, em acordo com o conceito de Estádio Verde, todos os resíduos resultantes dessas intervenções estão sendo reaproveitados.

Serão realizadas:

Reaproveitamento da água de chuva para irrigação do gramado, jardins e limpeza das áreas externas;

• Geração de energia elétrica através da captação de energia solar, por meio de células fotovoltaicas instaladas na cobertura existente e na nova cobertura;

• Reaproveitamento dos resíduos da construção civil no próprio canteiro de obras;

• Incentivo ao transporte público, através de dois terminais de ônibus no empreendimento, e às formas alternativas de transporte, como bicicletas (bicicletário) e vagas preferenciais para car pool (dois ou mais passageiros por veículos);

Retrofit de edificação – nesse conceito edificações mais antigas podem ser remodeladas para novos usos. É também uma atualização tecnológica de um elemento ou espaço existente ao invés de se construir algo novo;

• Locais de convívio público em áreas abertas e em contato com áreas verdes como esplanada e áreas adjacentes externas;

Iluminação de alta eficiência e baixo consumo (LED) e sistema elétrico inteligente;

• Reaproveitamento do calor do sistema de ar-condicionado para aquecimento de água dos vestiários de jogadores e sanitários da área VIP;

• Sistemas de válvulas de descargas com duplo acionamento e torneiras com fechamento automático;

• Sistema de coleta seletiva de lixo e armazenamento de resíduos sólidos.

Modernização do estádio

A modernização do Mineirão prevê o rebaixamento do gramado em 3 m, a demolição da geral e do anel inferior de arquibancadas. Além disso, o projeto conta com um novo anel inferior de cadeiras, mais próximo do gramado que avançou em cerca de 30 m em relação ao projeto original. Isso garante melhores condições de visibilidade do campo de jogo. Destaque também para a nova cobertura sobre o novo anel inferior, em estrutura metálica e policarbonato translúcido, complementar à cobertura de concreto existente.
 
No setor oeste, serão construídos dois níveis para assentos VIP e VVIP com camarotes e assentos diferenciados, áreas de apoio exclusivas, lounges executivos, restaurantes e acessos independentes. Haverá a criação de uma esplanada pública em todo o entorno do estádio no nível de acesso pela Avenida Abrahão Caram.

Está prevista também a criação de dois pavimentos em níveis abaixo da esplanada, aproveitando-se o desnível do terreno, para estacionamentos, áreas comerciais e de apoio ao funcionamento do estádio com acessos pelas avenidas Oscar Paschoal, Abrahão Caram e Avenida C. O contato destas áreas com as avenidas lindeiras permite que as áreas comerciais possam ter funcionamento independente durante os dias de jogo e assim garantir outras formas de sustentabilidade econômica para o empreendimento.

Fachada

O arquiteto Ricardo Gomes destaca: “A arquitetura do estádio do Mineirão e sua imagem são consideradas referências iconográficas, como imagens ou pinturas, que representam a cidade de Belo Horizonte. Além disso, o conjunto do estádio e o Mineirinho são tombados em conjunto com o Complexo Arquitetônico da Pampulha. Por isso, não pode haver alterações na vista a partir da lagoa. Portanto, a fachada não pode ser modificada e todas as novas intervenções devem estar restritas ao interior do estádio ou, externamente, abaixo do nível do tombamento, que foi parâmetro conceitual determinante para o projeto de modernização”.

Os pórticos existentes também serão recuperados estruturalmente, o acabamento será feito em concreto aparente e revitalizado com preenchimentos de fissuras superficiais, polimento e aplicação de proteção das superfícies em poliuretano bicomponente, a base de água, transparente, com proteção antigrafite.

Torcedores

O padrão Fifa considera o conforto dos torcedores como algo fundamental. Por isso, a obra prevê:

• Novos acessos ao estádio com entradas exclusivas e separadas para veículos e pedestres;

• Estacionamento com 3.900 vagas para veículos, sendo 3.200 cobertas;

• Criação de esplanada de público em torno de todo o estádio. Área controlada e segura contando com acessos aos estacionamentos, sanitários, áreas de apoio para venda de bebidas e alimentos, áreas para montagem de palcos e realização de eventos pré-jogo;

• Criação de novas áreas de circulação de público no anel inferior e otimização destas áreas no anel superior com áreas de apoio, novos sanitários e lanchonetes, seguindo os padrões internacionais recomendados pela Fifa;

• Serão 100% dos lugares em assentos (eliminação da geral), sendo 95% cobertos. Todos serão numerados, ergonômicos e feitos em um resistente material à base de polímero inquebrável e à prova de fogo. Os assentos VIPs serão mais largos e confortáveis e os assentos da arquibancada superior se fecham automaticamente assim que o ocupante se levanta;

• Segurança das rotas de emergência ligadas entre o campo e as vias de trânsito. Novos postos policiais, todos com acesso independente e seguro a partir do piso térreo e com vista para a área de jogo, podendo assim controlar a comunicação com os espectadores. Controle total da entrada de torcedores, com catracas eletrônicas, a partir do acesso à esplanada onde é feito o primeiro controle e realizadas as revistas. Segundo ponto de controle nos portões de acessos aos diversos setores. Monitoramento por câmeras de segurança de todas as áreas internas e das áreas externas no entorno imediato ao estádio.

Cronograma

O cronograma atual está em dia e se encontra na fase de finalização da segunda etapa de obras, que é o rebaixamento do gramado e demolição da geral. O término da obra está previsto para dezembro de 2012.

A quantidade de concreto utilizada é 154.100 m³, e de aço serão 12.450 toneladas. De acordo com o planejamento da obra, a estimativa é de que média de operários durante a 3ª etapa de obras seja de 1.188 homens. Sendo que o pico máximo de operários deve atingir os 2.258 homens. Vale destacar que o número de operários é estimado pelo Governo de Minas e é apenas um referencial. O valor total da obra está orçado em R$ 743,4 milhões.

O foco das intervenções, que acontecem até o final deste ano, está na demolição de estruturas e na remoção de terra. A previsão é de que a demolição da geral e de parte da arquibancada inferior gere aproximadamente 3,8 mil m3 de concreto e 1,4 mil m2 de alvenaria. Já o rebaixamento do campo de jogo, 90% concluído, implicará a retirada de 68,8 mil m3 de terra. Ao todo, estima-se que serão utilizados 5.700 caminhões para a retirada de todo o entulho gerado durante as obras.

>> Entrevistado
Ricardo Gomes Lopes
>> Currículo
- Graduado em Arquitetura e Urbanismo pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).
- Coordenador do Projeto Arquitetônico do Novo Mineirão pelo escritório Gustavo Penna Arquiteto e Associados.
>> Contato: ricardo@gustavopenna.com.br

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Vaso sanitário em argamassa de cimento

Projeto pode ser uma alternativa para Habitações de Interesse Social (HIS)

Por: Michel Mello

O vaso sanitário de argamassa de cimento pretende ser uma solução para reduzir custos em projetos de habitação popular. Nessas Habitações de Interesse Social (HIS) ele pode substituir o vaso de cerâmica, aproveitando a argamassa de cimento, abundante nos canteiros de obra. Essa solução agrega valores estéticos, bom desempenho hidráulico (6 litros) com baixo custo e atende as mesmas normas técnicas que as louças sanitárias.

Déficit habitacional

A falta de acesso ao saneamento básico está entre as causas dos baixos índices de qualidade de vida da população brasileira. Os esgotos a céu aberto, falta de fossa séptica e a poluição dos recursos hídricos são agravantes dessa situação. O Brasil possui um déficit habitacional de mais de 20 anos. Esse atraso em relação às moradias é um dos responsáveis pela criação dos bolsões de pobreza, favelas e cortiços nos centros urbanos e em grande parte das cidades brasileiras. Para acabar com essa mazela social surgem os programas de financiamento habitacional, como o Programa Minha Casa Minha Vida (PMCMV) do governo federal que procura ampliar o acesso à moradia da população.

Desenho

Munz: A produção dos vasos sanitários em argamassa de cimento através da forma de fabricação torna possível a produção com preços abaixo do mercado

A ideia do vaso foi tema de um Trabalho de Conclusão de Curso da Universidade Federal do Paraná (UFPR), dos alunos Denis Munz e Lígia de Azevedo Cafruni, no ano de 2003. Para Denis Munz, “através da forma de fabricação desse vaso é possível a produção de vasos sanitários com preços abaixo do mercado. Isso é o ideal para os projetos do Programa Minha Casa Minha Vida, principalmente, nas categorias que vão de zero a três salários mínimos, onde a margem de lucro das construtoras é bastante reduzida”.

O vaso em argamassa de cimento também atende aos critérios da categoria Volume de Descarga Reduzida (VDR 6 litros).“Um ponto bastante importante que foi considerado neste projeto é o uso racional da água e a possibilidade de oferecermos um produto que possui custos acessíveis e que também pode ser produzido através de mutirões”, destaca o designer.

“Também realizamos um estudo histórico da questão sanitária no Brasil e no mundo, onde acompanhamos o desenvolvimento do saneamento e da evolução dos vasos sanitários. E não foi preciso muito estudo para constatarmos os problemas de saneamento básico”, destaca Munz.

ABNT

Foram realizados ensaios técnicos do projeto de acordo com a ABNT NBR 9060 (atual NBR 15097:2004 – Bacia sanitária – verificação do funcionamento – Método de ensaio), que deram respaldo técnico à produção do modelo.

Cimento

Modelo do vaso sanitário em argamassa de cimento

Para a produção do vaso sanitário em argamassa de cimento recomenda-se a utilização dos critérios e normas recomendadas pela Associação Brasileira de Cimento Portland (ABCP), Boletim Técnico ABCP BT-113, BT-126.

O cimento utilizado é do tipo CP V-ARI – Cimento Portland de alta resistência inicial – que possui maior velocidade de cura e resistência. O tempo de cura do cimento tipo ARI é menor que o do cimento convencional. “Escolhemos esses materiais, a argamassa de cimento tipo ARI, devido ao seu ótimo comportamento estrutural e sua versatilidade de aplicação”, esclarece Munz.

Vaso

Para a fabricação do vaso em cimento é necessário a produção de um molde de fibra de vidro que pode ser reutilizado. São necessários dois moldes: um interno, para o sifão, e outro externo bipartido, para o corpo da bacia sanitária. Esse molde bipartido em duas seções é fechado por meio de parafusos.

Após a cura da massa, cerca de 24 horas, o vaso pode ser desmoldado para receber o acabamento, onde é passada uma espuma úmida e outra camada de cimento para tampar possíveis imperfeições. Depois de seco o vaso é lixado e fica com seus cantos arredondados. Cada vaso sanitário utiliza aproximadamente 9 litros de argamassa e o custo final fica em torno de R$ 40,00.

Para a utilização, o vaso deve secar durante uma semana e, após esse processo, recebe a pintura em qualquer cor desejada. A tinta nesse caso cumpre dois papéis, estético e  impermeabilizante. É recomendada a aplicação de revestimentos. Foram considerados aspectos ergonômicos para a fabricação do vaso em argamassa de cimento que difere apenas no material da fabricação do vaso de cerâmica.

>> Entrevistado
Denis Munz
>> Currículo
- Graduado em Desenho Industrial pela Universidade Federal do Paraná (UFPR).
- Aluno de Arquitetura e Urbanismos da Universidade Tuiti do Paraná (UTP).
- Ambiente da Brinquedoteca da Casa Cor 2008.
>> Contato: denismunz@hotmail.com

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Normando Baú assume a presidência do Sinduscon-PR

Engenheiro civil estará à frente da entidade a partir de 2011 e comenta suas principais ações

Por: Michel Mello
Baú: Vamos racionalizar para tornar o canteiro de obra mais limpo e sustentável

O novo presidente do Sindicato das indústrias da Construção do Estado do Paraná (Sinduscon-PR) é o engenheiro civil, Normando Baú. Ele toma posse no dia 1º de janeiro de 2011 e promete uma gestão participativa para atender a todos os associados. Entre uma reunião e outra, Normando concedeu uma entrevista para o Massa Cinzenta e falou dos principais desafios da sua gestão.

>> Qual é a expectativa do Sinduscon-PR em relação à valorização dos imóveis?
Normando Baú:
Acredito que o mercado continuará demandando por imóveis. É o que as nossas pesquisas indicam. Sempre haverá espaço para a construção civil, até porque temos um déficit em relação às habitações no país. Porém, o preço é uma questão relativa. A tendência é que os preços acompanhem os custos. Temos para o ano que vem o aumento do salário mínino, que impacta diretamente nos custos com mão de obra. Os materiais serão também reajustados para acompanhar os preços do mercado. Porém, os custos não aumentarão por especulação, mas sim para acompanhar a demanda.
 
>> O que podemos esperar dessa nova gestão do Sinduscon-PR?
NB:
Temos duas linhas, basicamente. A primeira trata de atender as expectativas dos nossos associados, que será, é claro, a nossa principal demanda de atenção. Trataremos de suas necessidades e interesses. Temos – e isso já foi implantado em gestões anteriores – um modelo de gestão por demanda. Isto significa que os objetivos dos associados serão tratados de forma conjunta e objetiva por essa administração. E na segunda linha, de um modo geral, trataremos de combater a burocracia que é o maior entrave ao setor e acontece nas esferas municipais e estaduais, em processos de licenciamentos. Já na esfera nacional, trabalharemos com a Confederação Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), que já prevê para o ano fiscal de 2011/2012 a escassez de recursos oriundos das poupanças. É nesse sentido que vamos agir.

>> E como combater essa burocracia?
NB:
O caminho eu acredito é o casamento entre o mercado imobiliário e o mercado de capitais, feito através de certificações e securitizações que ainda não foram utilizadas de maneira bastante ampla. E isso precisa ser feito em uma escala maior, como é caso de São Paulo, que tem um forte mercado de capitais atrelado ao de imóveis.  Para que desse modo, possamos atrair recursos da classe média.

>> E como ficam os programas de habitação?
NB:
Com a eleição da presidente Dilma Rousseff, que já sinalizou a continuidade dos Programas Habitacionais de Interesse Social (HIS), como o Programa Minha Casa Minha Vida 2 (PMCMV 2) e em obras e infraestrutura como o Programa de Aceleração do Crescimento 2 (PAC 2), esperamos que não faltem recursos  do FGTS e de outros fundos.

>> Qual o objetivo da sua gestão?
NB:
Um dos principais objetivos dessa gestão será o de promover o treinamento e a qualificação da mão de obra e, desse modo, suprir a falta de profissionais nos canteiros de obra no estado. Não falta apenas mão de obra, mas sim mão de obra qualificada, especializada. Então promoveremos treinamentos e parcerias nos canteiros de obras.

>> Quais ações serão desenvolvidas?
NB:
Em nosso modelo de gestão participativa, os vice-presidentes das áreas trabalharão em uma postura pró-ativa para com os prestadores de serviços e associados. Promoveremos reuniões mensais, visitas técnicas, eventos e palestras de forma que tenhamos mais dinâmica e agilidade nessa gestão.

>> Como aumentar a produtividade da cadeia da construção?
NB:
As indústrias estão com a sua capacidade plena ou quase plena de produção. Hoje em dia a palavra-chave é planejamento de obras e ações. Os prestadores de serviços, as construtoras e os fornecedores de materiais precisam estar em sintonia em um mesmo cronograma. E isso precisa ser feito hoje para que em 2011 as obras no Paraná não parem. Pretendemos explorar mais as tecnologias disponíveis. Com o dólar mais controlado desenvolveremos novas tecnologias em maquinário e sistemas construtivos também. Vamos racionalizar para tornar os canteiros de obra mais limpos e sustentáveis.

>> Qual é a sua mensagem como presidente do Sinduscon-PR?
NB:
A mensagem que eu deixo às indústrias e aos empresários do setor da construção é de que não tenham medo de investir. E investir, principalmente, em qualificação de mão de obra, em materiais e tecnologias e nas próprias empresas. Pois, o horizonte para as indústrias da construção se mostra bastante positivo. Traremos uma gestão competitiva e bastante produtiva.
     

>> Entrevistado:
Normando Baú

>> Currículo
- Graduado em engenharia civil pela Universidade Federal do Paraná (UFPR).
- Pós-graduado em educação financeira pela Faculdade de Ciências Econômicas, Contábeis e de Administração Professor de Plácido e Silva (FCECAP).
- Presidente da Associação dos Dirigentes de Empresas do Mercado Imobiliário (Ademi-PR).
- Câmara Estadual da Indústria da Construção - PR (CEIC-PR)
- Presidente Sindicato da Indústria da Construção Civil - PR (Sinduscon-PR), Gestão 2011/2013.
>> Contato: normandoabau@bauconstrutora.com.br

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Concurso Habitação para Todos: Casas térreas

Projeto vencedor na categoria enfocou a felicidade, o bem-estar na qualidade de vida dos moradores

Por: Michel Mello
Blocos modulares rompem a monotonia dos antigos conjuntos habitacionais e trazem mais alegria e bem-estar às HIS

O Concurso Nacional de Projeto de Arquitetura de Novas Tipologias para Habitação de Interesse Social Sustentáveis (HIS Sustentáveis), premiou em primeiro lugar na categoria de Unidade Unifamiliar Térrea, ou simplesmente casas térreas, o projeto número 03 da equipe do escritório 24.7 Arquitetura, de Campinas (SP). O grupo é formado pelos arquitetos Giuliano Pelaio, Gustavo Tenca e Inacio Cardona, que conversaram com o Massa Cinzenta.

Para o arquiteto Gustavo dos Santos Corrêa Tenca, um dos idealizadores do projeto, “o maior desafio foi a busca por uma solução lógica e racional capaz de demonstrar que a qualidade de uma habitação não deve corresponder apenas ao padrão econômico de uma determinada classe social, mas sim, aos conhecimentos técnicos do seu momento histórico, rompendo um paradigma antigo e dominante de que as casas populares devem ser marcadas pela simplicidade de suas construções”.

Esse concurso é fruto de uma parceria entre o Instituto dos Arquitetos do Brasil, seção São Paulo (IAB-SP), e da Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano do Estado de São Paulo (CDHU) e teve por objetivo fomentar a produção de projetos arquitetônicos em diferentes categorias habitacionais na esfera pública estadual.

Projeto

Detalhes da vista da fachada dupla da Unidade Unifamiliar Térrea a serem implantados em novos conjuntos habitacionais

Um dos diferenciais do conceito vencedor foi a concepção de um projeto bioclimático que, além de considerar a felicidade e o bem-estar dos futuros moradores, enfocou a qualidade de vida. Isto significa que, além de um bom sistema natural de ventilação dos edifícios, é necessária uma alta inércia térmica, ou seja, um pequeno efeito de estufa que ocorre no interior da residência através da radiação solar direta em áreas envidraçadas e de uma correta orientação para o norte.

O projeto se aproveita ao máximo dos recursos naturais, tais como o sol (para esquentar a casa), o vento (para refrescar e regularizar a alta umidade) e a água da chuva (para regar o jardim e descarga do banheiro).

Na parte externa foi utilizada uma pintura a base de cal virgem que permite a troca de calor através da própria alvenaria. Outro ponto importante é que foram utilizadas telhas termoacústicas do tipo sanduíche, aumentando o desempenho e o conforto para essas habitações.
 
O projeto consiste na idealização de uma casa compacta que possa dar mais liberdade aos seus moradores, inclusive, com espaços livres dentro de suas dependências sem deixar de lado a qualidade visual e volumétrica. A preocupação com a fachada, a identidade, a heterogeneidade e a descompactação do tradicional modelo da casa retangular foram pontos chaves na elaboração dessa proposta.

A modularidade imposta pelo sistema construtivo é visto como um fator muito positivo, já que se eliminam os resíduos sólidos da construção, otimizando o tempo de construção. De fato, o simples e tradicional método construtivo permite que os próprios usuários possam construir mais da metade da residência sem a mão de obra especializada.

Casa

A residência consiste em um conceito reduzido, que foi resolvido a partir de dois blocos estruturais lineares interligados por um terceiro bloco com funções distintas. Um módulo para os dormitórios e o banheiro, outro para a área de serviços (cozinha e lavanderia) e um terceiro - de ligação - que abriga a sala de refeições e a sala de estar.
 
Existem dois tamanhos de habitação. O primeiro, com dois quartos, foi pensado para abrigar quatro habitantes e tem 53,10 m² de área. E o outro, com três quartos, foi planejado para seis habitantes e possui área de 61, 65 m².

O concurso foi pensado para obras públicas executadas pela CDHU do estado de São Paulo. Um dos critérios estabelecidos é a taxação do metro quadrado. Para a categoria de casas térreas o valor do m² fica entre R$ 950,00 a R$ 1.150,00 Com isso os valores ficam:
a) 53,10 m² = R$ 56 mil no total; e
b) 61,65 m² = R$ 63 mil no total.

Os arquitetos Gustavo Tenca, Inacio Cardona e Giuliano Pelaio da equipe responsável pelo projeto: novos conceitos

Giuliano Pelaio, um dos arquitetos da equipe, garante que “o formato alongado e estreito visa garantir a iluminação e radiação direta total dos ambientes da casa, já que, de acordo com a inclinação do sol para a latitude das cidades do estado de São Paulo, o formato quadrado ou retangular de certas dimensões impossibilitaria o alcance da luz em toda a sua extensão. O mesmo terreno, com as mesmas dimensões, foi pensado para abrigar a casa de dois e três dormitórios, prevendo, assim, a expansão de mais um dormitório da menor habitação (53,10 m²), em caso de crescimento do número de integrantes da família”.

O conceito fundamental das residências parte de uma modulação simples de 0,90 m. Essa ideia surge a partir de um estudo sobre um denominador comum que pudesse atender tanto as necessidades da construção como as necessidades básicas de acessibilidade. As habitações foram construídas com blocos estruturais nos módulos de 0,90 m, o qual é usado quando se utilizam blocos estruturais de concreto da família 29 (29 x 14 cm). Além disso, a modulação de 0,90 m permite acessibilidade ao cadeirante, que pode realizar um deslocamento ideal no interior da residência.

Opinião dos moradores

Pelaio acrescenta: “Acreditamos que a qualidade dos espaços projetados influencia diretamente na qualidade de vida e bem-estar dos ocupantes e foi assim que procuramos trabalhar. Contamos com a opinião de moradores do atual sistema habitacional do CDHU e estivemos dispostos a ouvir e compreender a respeito das atuais carências, problemas, necessidades, preocupações e anseios, a fim de desenvolver um trabalho com a aprovação do usuário final”.

A equipe do projeto trabalhou em conjunto com a CDHU e aplicou questionários e entrevistas com moradores de outros conjuntos habitacionais do estado de São Paulo. Entre as várias questões colocadas pelos moradores estava a necessidade de segurança nas casas. “Uma demanda dos moradores é que o projeto fosse fechado com muros. Outro ponto curioso foi que muitos desses moradores apontaram a necessidade de ter uma lavanderia coberta para poderem lavar as roupas a noite”, destaca Tenca.

Layouts

Os moradores podem intervir e criar os mais diferentes tipos de layouts externos em suas residências de acordo com as necessidades de cada família. O mais importante é que, mesmo tendo a mesma concepção, cada casa pode ter uma identidade visual totalmente diferente. As fachadas podem ser facilmente modificadas, se alteradas as cores da caixa d’água e núcleo central e os elementos de fechamento frontal utilizados na frente da lavanderia. “Esses itens são suficientes para se conseguir diferenciar uma casa da outra, mudando o aspecto de que todas as casas são exatamente iguais”, afirma Gustavo Tenca.

Paradigmas e rompimentos

Inacio Cardona defende que, “o projeto também rompe como paradigma de que habitações de programas habitacionais precisam ser todas iguais de forma hegemônica. A ideia de rompimento da monotonia causada pela repetição em grande parte do atual sistema de habitação de interesse social no Brasil, nos fez pensar na possibilidade de diferentes identidades que as casas poderiam alcançar”.

É consenso entre os autores que “os atuais padrões de habitação popular são feitos de modo rápido e com má qualidade. Essas unidades habitacionais podem ter uma rápida construção, porém também podem ser sinônimo de baixa qualidade e baixo desempenho”, assegura Tenca.

Cardona acerta que, “os espaços podem ser iluminados naturalmente, com ventilação constante e pátios internos que procuram aumentar a qualidade de vida dos moradores. Desejamos que não exista a criação de guetos em periferias e sim a ocupação de vazios urbanos centrais, compactando as cidades”.

Pelaio defende “a minimização dos gastos com a manutenção das residências, por isso devemos escolher sempre materiais resistentes, de boa qualidade e de longa vida útil. E não pensar somente nos lucros oriundos da economia de materiais. Como é caso de muitos programas habitacionais que são feitos atualmente”.
Interessa? Confira a sequência dos projetos vencedores do Concurso Nacional de Projeto de Arquitetura de Novas Tipologias para Habitação de Interesse Social Sustentáveis (HIS Sustentáveis) nas próximas edições do Massa Cinzenta Itambé.

Deixe sua opinião sobre o projeto.

Veja também:
http://www.cimentoitambe.com.br/massa-cinzenta/concurso-habitacao-para-todos/

>> Entrevistados:

Gustavo Tenca
>> Currículo
- Graduado em Arquitetura e Urbanismo pela Pontifícia Universidade Católica de Campinas (PUC-Campinas).
- Cursou a Escuela Técnica Superior de Arquitectura da Universidad de Sevilla, em Sevilha, Espanha.

Giuliano Pelaio
>> Currículo
- Graduado em Arquitetura e Urbanismo pela PUC-Campinas.
- Pós-graduado em Sistemas Tecnológicos e Sustentabilidade Aplicados ao Ambiente Construído pela Universidade Federal de Minas Gerias (UFMG).
- Master em Arquitetura Sustentável na cidade de Valência, Espanha, pela Asociación Nacional para la Vivienda del Futuro (ANAVIF).

Inacio Cardona
>> Currículo

- Graduado em Arquitetura e Urbanismo da PUC-Campinas.
- Cursou a School of Architecture da Oklahoma State University em Stillwater - OK, EUA.
>> Contato: 24.7arquitetura@gmail.com

Jornalista responsável: Silvia Elmor – MTB 4417/18/57 – Vogg Branded Content

Gestão de cocriação

Ferramenta promove interação entre diferentes públicos de uma empresa na busca por novas ideias e produtos

Por: Michel Mello

Como integrar os diferentes públicos de uma empresa? O que fazer para lançar um produto ou serviço que considere a opinião dos consumidores durante sua produção? É nesse caminho que surgem os produtos personalizados, direcionados através das mídias sociais para determinados públicos que possuem um perfil diferenciado. Esses formadores de opinião são antenados e focados em lançar tendências. A gestão da cocriação é que trata desses temas. E é o modo como uma empresa pode interagir com seus clientes e com os formadores de opinião de uma forma geral.

Coutinho: não dá para cocriar produtos a portas fechadas

Para André Ribeiro Coutinho, especialista em gestão de cocriação e processos de inovação empresarial, a cocriação pode “essencialmente melhorar a qualidade das interações entre as empresas e seus vários públicos. Serve também para aprimorar a experiência e agregar mais valor aos seus produtos e serviços”.

André Ribeiro Coutinho enfatiza casos emblemáticos em que a cocriação serve de base para o lançamento de novos produtos. “Podemos destacar entre as empresas cocriativas a Nike, a rede Starbucks, a Apple e a Dell que, após o case do Dell Hell, percebeu a importância de um canal de comunicação com seus públicos. No Brasil, o Santander tem se destacado; a Fiat, com o Projeto Mio; a Tecnisa, com o novo conceito de arquitetura inclusiva para a terceira idade; e a Natura Ekos, que fabrica produtos com a ajuda das comunidades extrativistas”.

“A cocriação pode ser aplicada a qualquer tipo de negócio ou ramo de atuação, pois se trata basicamente de um conceito de negócios, que trata do redesenho das interações entre empresas – pública, privada e terceiro setor – com seus clientes, investidores, acionistas e demais públicos”, explica o consultor.

Web 2.0

A Web 2.0 promove a interação entre empresas e setores colocando de uma forma muito mais visível o conceito e a aplicação das redes sociais. Para Coutinho  “a Web 2.0 consegue integrar os diferentes pontos de vista. E as redes sociais se complementam na criação de novos produtos e serviços. É também um novo espaço para a manifestação de pontos de vista que antes não eram considerados. E isso atualmente se faz essencial”.

O consultor afirma que em tempos de Web 2.0 as empresas de todo o mundo, inclusive do Brasil, que buscam e procuram obter sucesso em seus ramos de atuação, devem estar abertas para esse tipo de interação com seus clientes. Ou seja, estabelecer e retomar o bom e velho diálogo entre quem vende e quem está disposto a comprar ou investir. Essa proposta precisa estar bem norteada em termos de objetivos e metas.

Stakeholders

Coutinho explana: “O poder da cocriação está em justamente contrapor os diferentes pontos de vista e fazer o ‘choque integrativo’ de ideias desses diferentes stakeholders. Neste processo que acontece internamente nas empresas, quando colocados diante de uma problemática ou desafio estratégico os profissionais das diferentes áreas do negócio, com diferentes backgrounds e formações, contribuem com as mais inusitadas sugestões para a solução de tal problema. Mas, sobretudo, quando colocamos frente a frente pessoas de fora da empresa, temos outro tipo de resposta e é isso que as empresas precisam”.

Coutinho continua: “A riqueza deste processo consiste em explorar os conflitos e ambiguidades que existem nas relações entre diferentes atores sociais. A cocriação promove uma reflexão sobre como transformar a experiência destes atores, gerando valor para todos e relações mais ‘ganha-ganha’ (sustentáveis)”.

Para fazer isto, a empresa tem que dedicar tempo, pessoal e estar ‘aberta’ para dialogar e ouvir. Porém, esta não é uma tarefa fácil, pois normalmente as decisões são tomadas a portas fechadas, aumentando o risco do que foi decidido não ser o melhor caminho, porque quem irá ser afetado pela decisão não participou do processo decisório.

Case Caja Navarra

O Banco Caja Navarra, da Espanha, levou ao extremo este processo. Assim que assumiu a presidência do banco, Enrique Goni definiu que aqueles que decidiam (a diretoria do banco) tinham que parar de decidir. O presidente ofereceu para cada um dos clientes do banco a possibilidade deles escolherem, individualmente, qual seria o destino dos investimentos sociais do banco (o equivalente a 20% do orçamento). Ou seja, concedeu  para a população da cidade de Pamplona o poder de decidir o que fazia mais sentido em termos de ações e melhorias na própria cidade.

Case Dell Hell

É um dos cases mais comentados atualmente. Tudo começou quando o jornalista e blogueiro, Jeff Jarvis, comprou um notebook da marca Dell e, apesar de ser novo, o computador não funcionava. Com isso, enviou o produto para a manutenção, porém o aparelho voltou ainda com defeito. Após várias e insistentes tentativas, Jarvis decidiu criar um blog e compartilhar sua experiência. O nome adotado foi Dell Hell, que em uma tradução literal significa o “Inferno da Dell”. O blog causou um buzz que até hoje repercute negativamente para a empresa. A Dell, depois de solucionar o problema de Jarvis, criou uma iniciativa IdeaStorm, que traz conteúdo colaborativo e se propõe a realizar as mudanças sugeridas pelos clientes.

“No processo de gestão de cocriação é necessário muito diálogo, transparência, acesso e compartilhamento de riscos e benefícios, mas isto exige uma nova mentalidade da liderança”, esclarece Coutinho.

Três pecados da gestão

 A pedido do Massa Cinzenta o consultor André Ribeiro Coutinho elaborou uma breve lista dos principais pecados da gestão nos tempos de interatividade, redes sociais e Web 2.0. Veja a lista:

• Primeiro Pecado – Postura
Em tempos de interatividade e mídias sociais é inevitável que um produto ou serviço não venha a sofrer modificações. São essas intervenções que garantem a continuidade daquele ativo. É importante que as empresas entendam que hoje a web não é um canal de TV em que os consumidores assistem de forma passiva. Há empresas que praticam na web o mesmo plano para rádio e TV, e isso não funciona mais.

• Segundo Pecado – Feedback dos clientes
É bastante comum as empresas desconsiderarem o retorno dos clientes quando esse feedback é negativo, quando é reclamação ou até mesmo crítica. Mas o retorno é muito importante. Ainda existem empresas que apenas consideram o feedback quando ele é positivo e transformam a crítica e seu autor em inimigos. Um bom exemplo é case Dell Hell.

• Terceiro Pecado – Não fazer nada
O pior para uma empresa é não fazer nada, não agir e apenas observar todo esse movimento, além de insistir nas velhas e superadas mídias tradicionais.

Coutinho adverte, “é importante fazer a cocriação dentro da empresa, dentro de ‘casa’, pois mais que uma ação, trata-se de uma postura que vai envolver todo o benchmark, call center, setor de vendas e o marketing. Muitas empresas se lançam no processo de cocriação, mas as cabeças da diretoria ainda estão no tempo da Web 1.0”.

O especialista termina orientando que, “não dá para cocriar produtos a portas fechadas. É preciso coletar os diferentes pontos de vista e ter uma nova postura mais aberta para o mercado”.

Veja também:

http://www.cimentoitambe.com.br/massa-cinzenta/o-marketing-industrial-em-tempos-de-midias-sociais-e-internet-podcast/
http://www.cimentoitambe.com.br/massa-cinzenta/mudancas-organizacionais-devem-envolver-toda-a-empresa/

>> Entrevistado
André Ribeiro Coutinho
>> Currículo

- Economista pela Universidade de Campinas (Unicamp).
- Pós-graduado em Leaders for Development pela Harvard University.
- Pós-graduado Integrative Thinking pela Rottman School.
- Mestre em Relações Internacionais pela University of Reading.
- MBA pela Fundação Dom Cabral.
- Designer de inovação e um dos sócios da Symnetics.
- Diretor executivo de estratégia e inovação da Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração Contabilidade (ANEFAC).
>> Contato: acoutinho@symnetics.com.br

Jornalista responsável: Silvia Elmor – MTB 4417/18/57 – Vogg Branded Content

A maior Árvore de Natal interativa do mundo

Um dos ícones de São Paulo, a ponte Octávio Frias de Oliveira, a ponte estaiada, foi transformada em uma bela Árvore de Natal. Veja os detalhes na matéria

Os moradores de São Paulo já podem ver e admirar o presente de Natal que a prefeitura deu à cidade. Esse é o segundo ano consecutivo, que um dos maiores ícones de São Paulo, a ponte Octávio Frias de Oliveira, também conhecida como ponte estaiada, é transformada na maior Árvore de Natal interativa e iluminada do mundo, capaz de conectar a população ao verdadeiro espírito natalino e atrair turistas de todo o país.

A decoração pode ser vista por cerca de 8 mil motoristas a cada hora, isso porquê o número correspondente à capacidade de tráfego nas duas pistas da ponte, localizada na zona sul da capital paulista.

A Ponte Iluminada Telefônica vai mostrar durante todas as noites como está o “estado de espírito” da cidade através de cinco animações diferentes. A população pode escolher em que ritmo a capital está pulsando e qual sentimento geral através de uma votação no hotsite: www.telefonica.com.br/ponteiluminada.

 Além disso, os internautas poderão personalizar um cartão de Natal animado, customizado com a mensagem e as cores da ponte desejadas para enviar via web para quantas pessoas quiser.

Mais de 40 mil clusters de LED compõem a iluminação especial em forma de pinheiro gigante, com 138 m de altura e 70 m de largura. Parte dos clusters de LED foi instalada no centro e, este ano, também no topo da ponte, para a realização de sequenciais de luz sincronizados com os estais. Esta tecnologia traz uma intensidade luminosa muito superior a de lâmpadas normais, com um consumo de energia cerca de 90% menor, podendo ser vista a mais de 3 km de distância. Por meio de uma técnica que regula a intensidade das luzes, a árvore brilhará em diversas cores, formando imagens natalinas em movimento.

Fonte: Prefeitura da cidade de São Paulo – Secretaria de Turismo

Jornalista responsável: Silvia Elmor – MTB 4417/18/57 – Vogg Branded Content

PELT 2020: Modal Ferroviário

Paraná precisa investir na malha viária para desenvolver a economia

Por: Michel Mello

As ferrovias se apresentam como um modelo rápido, eficaz e econômico para o transporte de diversos tipos de cargas. A falta de investimentos em infraestrutura, como centros de distribuição e logística e linhas ferroviárias, comprometem o crescimento da economia do estado. O Plano Estadual de Logística e Transportes (PELT 2020), desenha ações estratégicas em intervenções intermodais de desenvolvimento para o Paraná nos próximos dez anos. São eles: modal rodoviário e modal hidroviário (já tratados em edições anteriores do Massa Cinzenta), além do modal ferroviário e do modal aeroviário. Tratam-se de obras em infraestrutura e transportes necessárias ao fortalecimento da economia paranaense.

Essa lacuna, remonta a anos de descaso e falta de investimentos no estado. Reflete, também, a falta de políticas nacionais para o setor ferroviário. Ficam as questões: por que não investir em modelos mais econômicos de transporte de cargas, desenvolver setores estratégicos da economia no estado e ainda reduzir a pressão sobre as rodovias?

Pastori: Precisamos desenvolver o modal ferroviário a partir de centros de distribuição de cargas

Para o especialista em  ferrovias, Antonio Pastori, “a falta de investimento em ferrovias reflete a falta de vontade dentro das políticas nacionais de transporte. Mesmo que se fale em Ferrovias Leste – Oeste, Ferrovia Norte – Sul, Transnordestina e Trem-Bala Rio – São Paulo, esses projetos ainda não são suficientes para um país com as dimensões continentais, como é o Brasil”.

Pastori destaca ainda as vantagens das ferrovias:

• São economicamente viáveis, mais baratas em termos de construção e custos;
• São transportadas muito mais cargas com 1 l de óleo diesel;
• Tem maior segurança e menos risco de acidentes;
• É sustentável, pois  produz menos poluição;
• A capacidade de carga de uma locomotiva equivale a 300 caminhões.

“Com os recursos que serão investidos no Trem-Bala Rio – São Paulo, algo em torno de R$ 34 bilhões, poderíamos redimensionar e repontecializar todo o sistema ferroviário brasileiro. Além de melhorar todos os trens do país. E não apenas ligar Rio de Janeiro a São Paulo”, afirma o especialista.

Para Antonio Pastori: “Acredito que a escolha pelo modelo rodoviário de transporte seja fruto de um grande lobby que parte desse setor, mas a opção mais desenvolvimentista e que melhor se enquadra em nossas necessidades é ainda a opção por trens”.

Locomotivas 

Desenvolver o transporte ferroviário de cargas é uma das alternativas de desenvolvimento econômico do estado

O sistema ferroviário é composto por locomotivas movidas a óleo diesel, vagões de carga e malha ferroviária. No estado do Paraná, 25 % de toda a movimentação das cargas é feita através de ferrovias. Esse número representa o escoamento da safra do agronegócio até o Porto de Paranaguá, além do transporte de insumos e produtos da indústria paranaense. O Paraná está em melhor situação se comparado ao estado de São Paulo, onde apenas 10% do volume de cargas é transportado no modal ferroviário. No entanto, esse número ainda não é suficiente para atender a demanda do estado.

Ferrovias

Existem dois ramais ferroviários no Paraná, são eles: a estrada de Ferro Paraná Oeste (Ferroeste), com 248, 6 km de extensão entre as cidades de Cascavel e Guarapuava; e as linhas da América Latina Logistíca (ALL), no sentido norte – sul, e que liga o Paraná com São Paulo, Santa Catarina e Rio Grande do Sul.  Ambas possuem bitolas métricas.

A malha ferroviária brasileira tem 29,3 mil quilômetros, que são operados por 11 concessionárias. O que predomina são os transportes de minério de ferro, que responde por 66% do total das cargas, e de soja e farelo, com 10% do total.

A estrada de Ferro Paraná Oeste pertence a uma empresa de sociedade mista que está subordinada à Secretaria de Estado dos Transporte (SET-PR). No sentido leste, a ferrovia escoa principalmente grãos de soja, milho e trigo, farelos e contêineres com destino ao Porto de Paranaguá. Com direção ao interior do estado são transportados insumos agrícolas, adubos, fertilizantes, cimento e combustíveis.

A ALL opera uma concessão para o transporte das cargas na malha sul, que envolve os estados do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, além do trecho estadual da extinta Rede Ferroviária Federal S.A. (RFFSA), por um período de 30 anos de serviço. São aproximadamente 2.100 km de malha ferroviária sob a responsabilidade da ALL no estado.

O Paraná possui cerca de 2.350 km de ferrovias em operação. Para atender a atual demanda do estado, o PELT 2020 prevê a necessidade de mais 600 km em obras ferroviárias, isso sem contar o crescimento econômico esperado para os próximos anos.

PELT 2020

O Plano Estadual de Logística de Transporte, o PELT 2020, trata do desenvolvimento intermodal para o estado do Paraná. O Plano foi concebido pelo Conselho de Engenharia e Arquitetura do Estado do Paraná (Crea-PR), Sindicato da Indústria da Construção Pesada do Estado do Paraná (Sicepot-PR), o Instituto de Engenharia do Paraná (IEP) juntos com o Sistema da Federação das Indústrias do Estado do Paraná (FIEP), e propõe linhas de desenvolvimento para o estado durante os próximos 10 anos.

Intervenções necessárias

O PELT prevê intervenções necessárias e propostas para trechos ferroviários em diversos pontos do estado. As principais ações são:

• Contorno ferroviário de Curitiba – Construção de uma variante ferroviária o que desviaria o tráfego de trens da área urbana de Curitiba;
• Novo trecho Guarapuava - Paranaguá – Implantação de um traçado alternativo, passando pelas cidades de Irati e Lapa;
• Ligação Foz do Iguaçu - Cascavel – Construção de um novo trecho com 170 km de extensão;
• Trem de alta velocidade Curitiba – São Paulo.

Também são necessárias obras de unificação das bitolas em todo o país, além do fomento de trens de passageiros com linhas operando em nível nacional. Essa alternativa de transporte se apresenta como uma opção de turismo e desenvolvimento do setor ferroviário.

No Brasil, o modal ferroviário apresentou um crescimento de 20,63% entre os anos de 1996 e 2000. Esse número é ligeiramente maior ao crescimento da produção de transporte do país no mesmo período, que foi de 19,96%. Logo, se percebe um crescimento, ainda que pequeno, na participação relativa às ferrovias na matriz de transportes brasileira.

>> Entrevistado
Antonio Pastori
>> Currículo
- Mestre em Economia pela Universidade Cândido Mendes (UCAM).
- Contabilidade pela Pontifícia Universidade Católica de Petrópolis (PUC- Petrópolis).
- Economia pela UCAM.
- Membro do Movimento de Preservação Ferroviário (MPF).
- Analista de Projetos do Departamento de Transportes & Logística do BNDES.
 >> Contato: acdpastori@gmail.com

Jornalista responsável: Silvia Elmor – MTB 4417/18/57 – Vogg Branded Content