Patrimônio da arquitetura de SP, prédio da FAU será restaurado

Edifício abriga a Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP e foi construído em concreto aparente. Obras levarão dois anos para ficar prontas

Por: Altair Santos

Em 1969, na inauguração do prédio da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (FAU) da Universidade de São Paulo, o arquiteto João Batista Vilanova Artigas, que realizou o projeto, definiu sua obra com a seguinte frase: “Pensei-o como a espacialização de democracia, em espaços dignos, sem portas de entrada, porque o queria como um templo, onde todas as atividades são lícitas”, disse. Para passar esse conceito, Artigas apostou em um edifício todo em concreto aparente, com grandes espaços para materializar sua ideia. Passados mais de 40 anos, o edifício da FAU tornou-se patrimônio da arquitetura paulistana, mas também foi vítima do tempo. Quase sem manutenção, ganhou várias patologias. Por isso, uma ampla restauração está em curso.

De acordo com a arquiteta Eunice Aparecida Rosa Bruno, coordenadora executiva do GEEF (Grupo Executivo de Gestão dos Espaços Físicos da FAU) as intervenções para recuperar o edifício vão durar no mínimo dois anos. Os trabalhos irão se concentrar mais no teto. A cobertura tem infiltrações que causam goteiras em várias áreas do prédio e já levaram à interdição de alguns setores. Por se tratar de um prédio tombado, as reformas propostas pelo GEEF tiveram de passar pelo crivo do Conpresp (Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Histórico) e do Condephaat (Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico do Estado de São Paulo). “Como a recuperação propõe revitalização, e não mudança de uso, não teve problema para a liberação”, diz a arquiteta.

Em processo final de licitação, as obras serão bancadas pela própria Universidade de São Paulo e deverão custar pelo menos R$ 6 milhões. A logística para que as intervenções aconteçam preveem horários alternativos para não atrapalhar as aulas. Aliás, os estudantes usaram a reforma como laboratório. Na elaboração do plano diretor, eles incorporaram sugestões. “Atualmente, três alunos seguem vinculados ao projeto”, diz Eunice Aparecida Rosa Bruno, que avalia o porquê de a recuperação ter demorado tanto. “Teve o período de falta de verba e teve o período dos debates sobre novas alternativas para a cobertura. Agora, é premente esta reforma”, completa.

O prédio Artigas, como também é chamada a sede da FAU, tem 18.600 m² de área e abriga oito pavimentos, interligados por rampas, escadas e um elevador. A laje de cobertura em grelha é recoberta por domos translúcidos, que permitem que o edifício priorize a luminosidade natural. As obras previstas para esse setor do edifício vão contar com a aplicação de poliuréia - produto químico que será aplicado no teto como isolante. A fachada da FAU também receberá reformas. “A empena, que é a fachada, vai sofrer uma recuperação, mas vamos preservar ao máximo a estrutura original. Desde a coloração do cimento até a manutenção das juntas, por que ali o concreto é aparente e como tem muitos problemas por falta de manutenção vamos retirar tudo o que está solto e refazer de novo, da mesma forma que foi feito no original”, explica a coordenadora executiva do GEEF.

Área interna do prédio Artigas, da FAU: cobertura com infiltrações receberá aplicação da poliuréia como isolante
Edifício da FAU, no campus da USP, em São Paulo: plano diretor da reforma contou com a participação dos estudantes de arquitetura
Cobertura do prédio da FAU: patologias causadas pela falta de manutenção exigem que as reformas sejam prementes

Saiba mais
O prédio da FAU levou três anos para ficar pronto. A construção começou em 1966 e foi finalizada em 1969. O arquiteto João Batista Vilanova Artigas (1915-1985) recebeu a encomenda do projeto em 1961 e o fez em parceria com o também arquiteto Carlos Cascaldi. O engenheiro Figueiredo Ferraz foi o responsável pela execução da obra.

Entrevistada
Eunice Aparecida Rosa Bruno, coordenadora executiva do GEEF (Grupo Executivo de Gestão dos Espaços Físicos da FAU)
Currículo
: Graduada em Arquitetura, Eunice Aparecida Rosa Bruno integra o COCESP (Coordenadoria do Campus da Capital do Estado de São Paulo)
Contato: faugeef@usp.br

Créditos Fotos: Divulgação/ Cláudia Oliveira /USP

Jornalista responsável: Altair Santos – MTB 2330

Empresas ligadas à construção civil são líderes de crescimento no Brasil

Edição 2011 do tradicional ranking da revista O Empreiteiro mostra que em cinco anos a receita bruta do setor teve expansão média de 160%

Por: Altair Santos

Apesar de o investimento em infraestrutura não ser o ideal - estudo apresentado em seminário da Fundação Getúlio Vargas aponta que em 2010 chegou a 2,54% do PIB (Produto Interno Bruto) nacional, quando o ideal seria 6% - as construtoras brasileiras têm conseguido, desde 2005, obter um ritmo de crescimento inigualável. É o que aponta o tradicional ranking da revista O Empreiteiro, cuja versão 2011 foi recentemente lançado.

Leonardo Young, diretor da revista O Empreiteiro: entre 2005 e 2010, construção civil cresceu mais que o PIB do Brasil

Elaborado com base em dados de 2010, o levantamento mostra que desde 2005 houve expansão de 160% da receita bruta das cem maiores construtoras do Brasil. Só em 2008 - considerado o melhor ano da década para o setor -, o crescimento atingiu 49,59%. Somando o desempenho, essas empresas faturaram no ano passado mais de R$ 69 bilhões. “Comparando as curvas de crescimento, percebe-se que a construção civil expandiu mais do que o PIB do país de cinco anos para cá”, analisa Leonardo Young, diretor da revista O Empreiteiro.

Ainda segundo Leonardo Young, o cenário seguirá positivo, principalmente para aquelas empresas da “construção pesada”. “Como tem muitas obras de infraestrutura a serem feitas, como aeroportos, rodovias e de transporte público, a avaliação é que para os próximos anos existam fundamentos sólidos para acreditar que este crescimento vai continuar”, avaliou, ancorado por uma pesquisa que acontece há 41 anos e que consulta 2.500 empresas no país para formar o ranking da revista O Empreiteiro.

Em comparação com a lista de 2010, o grupo das dez maiores construtoras se manteve inalterado até a 5ª posição. A Norberto Odebrechet segue líder, seguida de Camargo Corrêa, Andrade Gutierrez, Queiroz Galvão e OAS. A Delta Construções inverteu de posição com a Galvão Engenharia, que agora é a 7ª. Houve também mudanças na 8ª colocação, ocupada pela MRV; na 9ª posição, onde está a Construcap CCPS, e na 10ª, posto da Mendes Júnior. No entanto, quem deu um grande salto foi a A.R.G, de Minas Gerais, que ganhou 25 posições e aparece em 12ª.

O ranking 2011 também traz as empresas que tiveram as maiores variações de receita de um ano para o outro. Entre as seis que deram saltos importantes está a paranaense Cobec, cuja receita variou positivamente 220% de 2009 para 2010. A maior variação, no entanto, foi da paulista Terran Engenharia - 669% em relação a 2009. ”Todas as cem construtoras do ranking tiveram variações positivas de receita. Isso mostra que não dá para falar em crise no setor de construção”, resume o diretor da revista O Empreiteiro.

A publicação analisa que os eventos Copa do Mundo 2014, Olimpíadas 2016, PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) e Minha Casa, Minha Vida fizeram parte de um primeiro ciclo de crescimento e que uma nova etapa de negócios para a construção civil deve avançar pelos setores de mineração, siderurgia, agronegócios e petróleo. “Eles prometem um fluxo contínuo de novos empreendimentos para atender a demanda doméstica e global”, diz editorial da revista O Empreiteiro.

Região Sul
Dentro de seu ranking, a publicação também separa as empresas por região. No Sul, entre as cinco primeiras quatro são do Paraná. Quem lidera a lista é a Toniolo, Busnello, do Rio Grande do Sul, que no ranking nacional é a 32º. Depois vêm C.R. Almeida Engenharia de Obras, J. Malucelli Construtora, Ivaí Engenharia e Plaenge Engenharia. A lista da revista O Empreiteiro selecionou 28 empresas da região. Treze são do Paraná, onze do Rio Grande do Sul e quatro de Santa Catarina. “A representatividade do Sul do país tem crescido ano a ano no ranking”, cita Leonardo Young.

De acordo com o editor da revista, a edição que traz o ranking funciona atualmente como um guia de consulta para as empresas. “A visibilidade é enorme e serve de referência para negócios. A revista fica o ano todo nas mesas de muitos diretores e presidentes das maiores empresas de engenharia do país”, garante.

Confira
Veja o ranking completo da revista O Empreiteiro

Entrevistado
Leonardo Young, diretor da revista O Empreiteiro

Currículo
: Fundador da revista O Empreiteiro, e graduado em Administração de Empresas
Contato: leonardo@revistaoempreiteiro.com.br

Crédito: Divulgação/O Empreiteiro

Jornalista responsável: Altair Santos – MTB 2330

Escolas de engenharia ganham nova missão na formação de profissionais (Podcast)

O Palestrante e autor de livros sobre marketing para engenheiros, Ênio Padilha avalia a formação profissional da área em algumas universidades

Por: Altair Santos
Ênio Padilha

Currículo
Ênio Padilha, consultor, escritor e palestrante e assessor técnico na área de engenharia civil.
- Engenheiro graduado pela UFSC (1986) e Mestre em Administração pela UNIVALI (2007)
- Atuou durante 12 anos como projetista, consultor e assessor técnico, tendo realizado mais de 500 trabalhos em diversos estados brasileiros.
- Autor dos seguintes livros:
Marketing para Engenharia, Arquitetura e Agronomia
Marketing Pessoal & Imagem Pública
3 Minutos de Marketing
Os Pecados de Marketing na Engenharia e na Arquitetura
Negociar e Vender Serviços de Engenharia e Arquitetura
Ler e Escrever
- Apresenta cursos e palestras para profissionais e estudantes de engenharia, arquitetura e agronomia em todo o Brasil. Seus cursos e palestras já tiveram a participação de mais de 16.000 profissionais em mais de 160 cidades de todos os estados brasileiros, além de três cidades em Portugal (Lisboa, Coimbra e Porto)
Contato: ep@eniopadilha.com.br / www.eniopadilha.com.br

Clique no player abaixo e ouça agora um resumo da entrevista. Para ouvir a entrevista na íntegra clique aqui.


Prédios corporativos deixam de ser exclusividade de Rio e São Paulo

Cidades como Belo Horizonte, Curitiba, Porto Alegre, Salvador, Recife e Distrito Federal perdem a timidez e também passam a atrair investimentos imobiliários comerciais

Por: Altair Santos

Grandes torres comerciais tendem a deixar de ser exclusividade das duas principais cidades do Brasil – São Paulo e Rio de Janeiro. Outros centros urbanos do país decidiram perder a timidez e revelar seu potencial para os negócios, atraindo investimentos imobiliários comerciais. Belo Horizonte, Curitiba, Porto Alegre, Salvador, Recife e Distrito Federal são capitais que querem mostrar que também têm vocação para receber prédios corporativos.

A ITC fez um levantamento do primeiro semestre e as obras de edifícios coorporativos, além de São Paulo e Rio de Janeiro, cresceram muito em Minas Gerais, na região sul, no Espírito Santo e no Distrito Federal”

Um aspecto crucial que faz essas cidades passarem a disputar o mercado com São Paulo e Rio é que elas têm ofertas de terrenos para grandes empreendimentos comerciais. “São Paulo e Rio de Janeiro já enfrentam dificuldades para encontrar espaços que permitam construir edifícios corporativos, principalmente de alto padrão”, explica Viviane Guirao, diretora de marketing e pesquisa de mercado da ITC - Informações da Construção.

Na capital paulista, por exemplo, a região da avenida Berrini, que é a que mais atrai empreendimentos AAA (alto padrão) no setor de construções comerciais, a taxa de vacância de terrenos caminha para ser zero – atualmente é de 5%. “São Paulo já tem uma demanda enorme de escritórios sendo feitos e eu acho que vai dar uma segurada nos próximos anos”, avalia Viviane Guirao.

No entanto, as construtoras especializadas em prédios corporativos já pressionam a prefeitura paulistana para criar um novo pólo para edifícios comerciais na cidade, que seria a extensão da avenida Chucri Zaidan, na zona sul de São Paulo, com potencial para atender 872 mil m² até 2016, segundo a consultoria imobiliária Jones Lang La-Salle. Essa seria a quarta mudança do centro financeiro da capital paulista, que já saiu do centro histórico para a avenida Paulista, depois Faria Lima e agora superlota a avenida Berrini.

No Rio de Janeiro, acontece algo semelhante. Bairros como Campo Grande, Jacarepaguá e Barra da Tijuca são as opções recentes para atrair empreendimentos comerciais. Aliás, a construção de edifícios corporativos não para de crescer na capital fluminense. Segundo balanço da Secretaria Municipal de Urbanismo, o aumento de concessões de licenças para projetos de imóveis comerciais cresceu 6.000% este ano.

Por ser um negócio em aquecimento é que outras regiões do Brasil buscam também mostrar seu potencial para receber prédios corporativos. “Na região de Curitiba já tem alguns empreendimentos comerciais sendo lançados. Existe uma tendência de que a região da Linha Verde torne-se um pólo de empreendimentos comerciais. No nordeste, Pernambuco e Bahia também têm investimentos no setor de edifícios corporativos, em função de que estão surgindo muitas indústrias na região e com elas vêm os escritórios”, diz Viviane Guirao.

Segundo a diretora de marketing e pesquisa de mercado da ITC - Informações da Construção, “as outras cidades do país estão perdendo a timidez para conseguir disputar empreendimentos comerciais com São Paulo e Rio de Janeiro”. “A ITC fez um levantamento do primeiro semestre e as obras de edifícios coorporativos, além de São Paulo e Rio de Janeiro, cresceram muito em Minas Gerais, na região sul, no Espírito Santo e no Distrito Federal”, completou Viviane Guirao.
O Brasil não é o único que vem correndo atrás de crescimento no setor comercial. As transações imobiliárias no mundo quase dobraram no primeiro semestre de 2011, voltando aos níveis pré-crise. Os investimentos imobiliários comerciais globais totalizaram US$ 132 bilhões nos primeiros seis meses deste ano, ante US$ 76 bilhões em igual período do ano passado, ainda segundo a Jones Lang La-Salle. A consultoria estima que o volume global no fim deste ano deva ficar entre US$ 275 bilhões e US$ 300 bilhões, bem acima do resultado registrado no ano passado, de US$ 209 bilhões.

Investidor prefere o pré-moldado
Diferentemente dos imóveis residenciais, os empreendimentos imobiliários comerciais têm nos investidores e nos bancos privados suas principais fontes de financiamento. Por isso, as construções são expostas a um cronograma rígido para que não frustrem a expectativa de retorno financeiro. Assim, o pré-moldado é o sistema construtivo que avança na preferência das construtoras especializadas em prédios corporativos. “Ainda não tem uma cultura completa de uso do pré-moldado, mas ele está crescendo bastante, pois é um sistema construtivo que tem ajudado a diminuir o prazo das obras destes empreendimentos”, comenta Viviane Guirao.

Além disso, os edifícios novos deste segmento costumam agregar muita tecnologia. A automação predial tem objetivos claros com a economia de energia e reuso da água. Conceitos como sustentabilidade também estão presentes nos projetos, valorizando a luminosidade, o aproveitamento do calor e as áreas verdes. “Os prédios são muito diferentes hoje, em relação aos edifícios de escritório do passado. Até porque, naquela época não havia tanta tecnologia disponível. Por isso, atualmente o metro quadrado de um edifício corporativo é no mínimo 30% mais caro que um imóvel residencial. É o que tem atraído os investidores”, conclui a diretora de marketing e pesquisa de mercado da ITC - Informações da Construção.

Região da avenida Berrini, em São Paulo: vacância de terrenos para empreendimentos imobiliários comerciais é quase zero

Entrevistada
Viviane Guirao, diretora de marketing e pesquisa de mercado da ITC - Informações da Construção.
Currículo

- Graduada em Engenharia Civil pela FAAP (Fundação Armando Álvares Penteado), em São Paulo.
- Pós-Graduada em Negócios Imobiliários pela FAAP
- Ocupa o cargo de diretora de marketing e pesquisa de mercado da ITC - Informações da Construção
Contato: viviane@itc.etc.br / marketing@itc.etc.br

Créditod Fotos: Divulgação/ITC

Jornalista responsável: Altair Santos – MTB 2330

Casa a partir de entulhos de obras ganha protótipo no RS

Modelo faz parte de um projeto testado na região metropolitana de Porto Alegre e pode integrar segunda etapa do Minha Casa, Minha Vida

Por: Altair Santos

Uma cidade do tamanho de Porto Alegre produz por hora 242 toneladas de Resíduos de Construção e Demolição (RCD), segundo dados da escola de engenharia civil da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Nem sempre o destino para este material é o correto, apesar de, desde 2002, haver resolução do Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA) sobre o assunto. O fato é que boa parte do RCD acaba se misturando aos lixões das cidades, quando poderia ser reciclado e transformado em matéria prima para habitações de baixa renda.

Josely Rosa: diretor-presidente do grupo Baram

É isso que um projeto iniciado na cidade de Sapucaia do Sul, na região metropolitana de Porto Alegre, tenta disseminar. A tecnologia consiste em utilizar entulhos de demolição de obras para a construção de um imóvel com 52 m², com dois dormitórios, cozinha, sala e banheiro. A casa custa cerca de R$ 45 mil e só se tornou viável graças ao desenvolvimento de um kit de máquinas, que permite reciclar o entulho e, a partir dos resíduos, fabricar tijolos. Com 32,8 toneladas de RCD é possível produzir 8.640 blocos - o suficiente para erguer a residência popular.

O tijolo feito exclusivamente com agregados reciclados, nome que se dá, nome que se dá aos restos de obras depois que estes passam pela máquina de reciclagem de entulhos e sobras de concreto, é três vezes mais resistente do que o tijolo tradicional, de cerâmica, apresentando 7,5 MPa - unidade usada para medir o grau de resistência. Além disso, a quantidade de blocos necessários para a construção de uma casa permite que se evite despejar na atmosfera 3.996 kg de CO2, conforme dados do Ministério de Minas e Energia. Isso significa também uma economia equivalente a 21 árvores.

Segundo o empresário Josely Rosa, que preside o grupo Baram, as máquinas recicladoras fazem todo o processo de separação do entulho. “Todos os restos de construção são processados na máquina, seja argamassa, areia, cerâmica, concreto, madeira, metais, papéis, plásticos, pedras, tijolos e tintas. Ela faz a separação e gera um agregado que permite a construção dos tijolos. Já os fragmentos mais grossos podem ser usados como material para o contrapiso da residência”, explica.

O próximo passo do empreendedor é conseguir colocar o sistema construtivo da casa à base de entulho reciclado entre os que estão aptos a integrar o programa Minha Casa, Minha Vida. Projetos de lei que tramitam no Congresso Nacional, e que estimulam a reutilização de RCD, podem facilitar a produção em série deste tipo de habitação. Um deles é o que determina que para participar de licitações de obras públicas as empresas de construção civil terão de usar resíduos reciclados.

Pelo projeto, as empresas privadas que investirem em capacitação tecnológica para reduzir a quantidade de resíduos ou utilizar material reciclado terão as seguintes vantagens:
- Regimes especiais facilitados para o cumprimento de obrigações tributárias acessórias
- Prazos especiais para pagamento de tributos
- Incentivos fiscais à importação de produtos ou tecnologias necessárias à reciclagem de resíduos
- Inserção nos programas de financiamento com recursos de fundos existentes ou a serem criados
- Parceria com órgãos ou entidades da administração federal, estadual ou municipal

Ainda de acordo com o projeto que tramita na Câmara, cada região poderá criar um Fundo de Resíduos da Construção Civil, que será constituído por doações de entidades nacionais e internacionais, pessoas físicas ou outras receitas eventuais. Esse fundo terá, entre outros objetivos, o de recuperar áreas degradadas pela disposição inadequada de resíduos e incentivar estudos e pesquisas que desenvolvam técnicas de reciclagem, como o protótipo da casa desenvolvida em Sapucaia do Sul. “Mais de 90% dos resíduos oriundos da construção civil podem ser reaproveitados com o emprego de agregados com características muito similares às do produto original”, completa Josely Rosa..

Casa reciclada: tijolos feitos a partir de resíduos de construção e demolição é opção barata para habitações populares
Equipamento que tritura os entulhos de construção faz a separação e gera agregados para a fabricação de tijolos

Entrevistado
Josely Rosa, empresário e diretor-presidente do grupo Baram
Currículo

Empreendedor e dirige a Baram Equipamentos desde a sua fundação, em 2000. A empresa é líder nacional na fabricação de andaimes suspensos e máquinas para a construção civil.
Contato: camejo@camejo.com.br (assessoria de imprensa) / @joselyrosabaram (Twitter)

Jornalista responsável: Altair Santos – MTB 2330

Cloud computing é viável em processos de gestão de obras

Tecnologia, que permite portabilidade de sistemas através da computação em nuvem, pode aposentar softwares até então imprescindíveis nas construções

Por: Altair Santos

A tecnologia cloud computing (computação em nuvem) começa a revolucionar a construção civil. Algumas companhias já a testam em processos de gestão de obras, dispensando softwares e hardwares - até então imprescindíveis. A vantagem é a dinâmica que pode ser dada a determinadas etapas de um empreendimento. Como as empreitadas costumeiramente ficam distantes das sedes administrativas das empresas, a computação em nuvem permite que as áreas de suprimento, administração e comercial se comuniquem em tempo real por tablets, smartphones, ipads, ipods ou iphones, dispensando o deslocamento de volumosos equipamentos de informática para o canteiro de obras.

Rodrigo Jorge Resegue, da Blue Service: construção civil tem perfil para se aproveitar das vantagens da computação em nuvem.

No Brasil, a opção das empresas ligadas à construção civil tem sido pelo modelo SaaS (Software as a Service ou software como serviço) para cloud computing. As companhias contratam software, hardware e todos os serviços agregados de um fornecedor, que oferece um sistema 100% web, ou seja, tudo acessado pela internet, em troca de uma assinatura mensal. A solução SaaS é indicada principalmente para pequenas e médias empresas, pois permite que elas tenham acesso a boas soluções de tecnologia sem que façam grandes investimentos em hardware e infraestrutura.

Segundo Rodrigo Jorge Resegue, diretor executivo da Blue Service - empresa que atua no desenvolvimento e licenciamento de softwares corporativos, consultoria em tecnologia da informação e desenvolvimento de sistemas para internet -, não só o canteiro de obras ganha com cloud computing. A gestão de relacionamento com o cliente (CRM, em inglês) também. “A parte de prestação de serviço das construtoras ganha muito, seja o sistema de incorporação, de controle de vendas ou CRM. Consegue-se fazer tudo em tempo real e sem custo de software instalado. A grande vantagem é a portabilidade do sistema”, diz.

Depois de começar pelos usuários comuns, que hoje utilizam ferramentas como MSN, Twitter, Orkut e Facebook por sistemas em nuvem, a cloud computing atualmente já é bem explorada pelas áreas de prestação de serviço e financeira. A próxima onda começa a se espalhar pela indústria e também pelas áreas de governo, com as chamadas nuvens públicas. Por isso, estima-se que 2011 termine com investimento quatro vezes maior em cloud do que em outros setores da tecnologia da informação (TI), segundo dados da Gartner Group – tradicional empresa norte-americana de consultoria e pesquisa na área de TI.

Mas o que é cloud computing?

O conceito de cloud computing é disponibilizar sistemas via internet, sem que eles estejam fisicamente instalados numa máquina. A internet, em diagramas globais de rede, é simbolizada por uma nuvem. Daí deriva a denominação computação em nuvens. A vantagem é que as empresas podem contratar o serviço em vez de despender grandes recursos com departamentos de TI. Outro aspecto positivo é a portabilidade. A desvantagem, segundo alegam profissionais de tecnologia da informação, é a segurança. “Acho que tudo depende do sistema de segurança do data center que vai prestar o serviço de cloud. Talvez não seja a questão de a computação em nuvem ser menos segura, mas ter um sistema de segurança mais caro. E isso vai ser embutido no custo do serviço”, avalia Rodrigo Jorge Resegue.

Entenda o que é computação em nuvem. Fonte: Sienge

Entrevistado
Rodrigo Jorge Resegue, diretor executivo da Blue Service
Currículo

Atua desde 1996 em desenvolvimento de Internet em 1996. Atuou como web designer, programador, analista de planejamento, atendimento a clientes e gerente de projetos, passando por todas as áreas, tendo dirigido o desenvolvimento de mais de 100 projetos de tecnologia web, para clientes de todos os portes e setores.
Contato: rodrigo@blueservice.com.br

Crédito Foto: Divulgação

Jornalista responsável: Altair Santos – MTB 2330

Brasil precisa de capital humano para se consolidar como polo de negócios

Relatório mostra que país tem barreiras educacionais a serem superadas, como universalização do ensino médio e o baixo índice de matrículas nas universidades

Por: Altair Santos

Relatório produzido pela Brasil Investimentos e Negócios (BRAiN) avalia que nesta década o país deve se tornar o novo polo de desenvolvimento do mundo. Para isso, precisará produzir talentos e capital humano para justificar a expectativa. Há barreiras a serem superadas, como a universalização do ensino médio e o baixo índice de matrículas no ensino superior. Além disso, é considerado baixo o alinhamento entre o ensino de idiomas e as necessidades do mercado de trabalho, assim como é baixo também o alinhamento da produção acadêmica às necessidades dos setores industrial, de serviços e financeiro.

Paulo Oliveira, diretor-presidente da BRAiN: próximos 30 anos serão decisivos para o Brasil

Para mudar esse quadro, o diretor-presidente da BRAiN, Paulo Oliveira, avalia que o momento para o Brasil reverter essa desvantagem é agora. Atualmente, segundo ele, o país dispõe de uma enorme vantagem competitiva, que é o “bônus demográfico”. Trata-se de um período em que a População Economicamente Ativa (PEA) supera largamente o número de crianças, idosos e dependentes, que ainda não estão no mercado de trabalho. Essa margem de capital humano disponível deve durar por 30 anos, analisa Paulo Oliveira, que na entrevista a seguir relaciona os gargalos que o Brasil precisa superar para se consolidar como um polo de negócios.

Confira:
Para o Brasil se tornar um novo polo de desenvolvimento do mundo ele precisa produzir talentos e capital humano. Quais os gargalos a serem superados para que o país atinja esse objetivo?

Embora nos últimos anos o país tenha evoluído no acesso à educação, especialmente no ensino básico, ainda há desafios de ordem quantitativa e qualitativa. A taxa de matrícula no ensino superior, por exemplo, ainda é inferior à média mundial de 38%, segundo dados da Unesco. Nos 10 países com maiores taxas, o percentual médio é de 79%. No aspecto qualitativo, a questão é ainda mais complexa. Se tomarmos como referência o Programme for International Student Assesment (PISA), uma prova aplicada pela OCDE a estudantes de 15 anos em 65 países, a pontuação dos estudantes brasileiros fica em 54.º lugar, abaixo da de nações como México, Chile, Rússia e China. Outra questão é a do baixo alinhamento do ensino superior com as necessidades do mercado. Esse assunto foi tratado no relatório “Atratividade do Brasil como Polo Internacional de Investimentos e Negócios”, lançado pela BRAiN em junho e disponível no nosso site (www.brainbrasil.org). Em breve, a entidade deverá lançar um relatório específico sobre talentos.

O governo federal tem lançado programas para produzir capital humano, entre eles enviar 100 mil estudantes para complementar os estudos no exterior. Essa é uma boa prática ou precisa mais?
O programa “Ciência para Todos”, que prevê esse tipo de intercâmbio, é uma iniciativa positiva e mostra que o governo percebe a importância da internacionalização na formação profissional. Atualmente, o país envia para intercâmbio um número menor de estudantes que Índia, México e China.  Por isso, na opinião da BRAiN a medida é da maior importância.

Quais os setores da economia que mais carecem de capital humano e talentos, para que o Brasil possa competir com outras nações industrializadas?
O país carece de capital humano em setores de nível superior, especialmente nos ligados à tecnologia. Mas a principal carência é no ensino técnico, na indústria e no setor de serviços, que, por sua vez, emprega a maior parte da mão de obra com formação superior: 25% dos empregados nesse setor têm ensino superior, ante apenas 9% nas outras áreas. Há ainda a questão do ensino de línguas. A percepção do mercado quanto ao alinhamento do ensino de línguas às suas necessidades (demonstrada pelo World Competitiveness Yearbook, do IMD) ainda é baixa, inferior à média mundial. Países como Chile, Índia e Cingapura apresentam resultado melhor que o do Brasil.

Há modelos adotados por outros países que poderiam servir de exemplo para o Brasil formar capital humano?
Cingapura e Coreia do Sul são países que estavam no mesmo patamar do Brasil há 50 anos e hoje estão em níveis equivalentes aos dos Estados Unidos e Reino Unido. Algumas das medidas adotadas envolvem a preparação e valorização dos professores, a busca pelo alinhamento da educação superior com o mercado e a profissionalização na gestão das escolas públicas. Os Emirados Árabes, por exemplo, desenvolveram um projeto de revisão do sistema educacional, mapeando as projeções de crescimento e de setores específicos, bem como da mão de obra qualificada. Esse estudo deu origem a um plano detalhado de investimentos e ações na área da educação, utilizando as melhores práticas de outras nações.

O modelo de ensino brasileiro, sobretudo do ensino médio até as universidades, está preparado para formar cabeças e dar ao Brasil esse volume de talento e capital humano que ele necessita?
Antes de avançar na questão, é preciso ressaltar que o Brasil dispõe de uma enorme vantagem competitiva no mundo para as próximas décadas: o chamado “bônus demográfico”, um período em que a População Economicamente Ativa (PEA) superará largamente o número de crianças, idosos e dependentes, que ainda não estão no mercado de trabalho. Ao mesmo tempo em que é uma vantagem, essa situação gera um desafio do ponto de vista de qualificação dos talentos. Mas hoje já existe um trabalho excelente de qualificação no ensino médio, por meio de entidades como o Sesi, Sesc e Senac.

Um dos desafios da escola brasileira não seria o fato de que ela estimula pouco o empreendedorismo?
O empreendedorismo não é abordado no nível de graduação nas escolas. No entanto, temos bons exemplos de capacitação para o empreendedorismo no Sebrae, por exemplo. Paralelamente, entidades como a BM&F Bovespa vêm realizando um trabalho de estímulo ao empreendedorismo, por meio de parcerias com o Babson College, dos Estados Unidos, uma referência mundial na questão.

Comparativamente com outras décadas, o Brasil tem formado mais ou menos talentos?
Há indicadores que mostram que o processo de formação de talentos vem avançando. Um exemplo: de 1920 e 2010 a taxa de escolarização aumentou de 9% para 86%. Já o índice de alfabetização subiu de 30% para 90% e o número de matrículas nos ensinos fundamental e médio saltou de 1 milhão para 42 milhões. Permitir um maior acesso ao ensino é pressuposto básico para identificar e preparar os talentos.  No já mencionado exame PISA, embora esteja abaixo da média mundial, o Brasil foi, em 2009, o terceiro país com melhor índice de crescimento entre os 65 avaliados. E há iniciativas bastante positivas no aumento da formação de talentos, tanto no âmbito privado quanto no público. Por exemplo, o governo vem trabalhando no estímulo à formação com programas como o PROUNI (Programa Universidade para Todos), que prevê a concessão de bolsas de estudo integrais para cursos de graduação e sequenciais, e o PRONATEC (Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego), que tem como objetivo ampliar a oferta de cursos técnicos. No Estado de São Paulo, a Fundação Paula Souza é referência no ensino técnico-profissionalizante. Já o Rio de Janeiro estabeleceu a obrigatoriedade do ensino de inglês e espanhol nas escolas públicas, além de aumentar o tempo de ensino desses idiomas. Na área privada, temos exemplos como o movimento Todos Pela Educação e os trabalhos do Instituto Ayrton Senna e Unibanco e da Fundação Bradesco.

No âmbito da engenharia, o relatório da BRAiN faz alguma ressalva, já que trata-se de uma das áreas que mais têm carência de capital humano?
Sim. O já mencionado relatório “Atratividade do Brasil como Polo Internacional de Investimentos e Negócios” mostra que, numa comparação com 12 países, o Brasil está em último lugar no quesito disponibilidade de engenheiros e gestores de qualidade, fundamental para atrair empresas que queiram se instalar num país. Um exemplo da dificuldade nessa área é o fato de que Petrobrás calcula que, se não forem adotadas medidas para qualificar trabalhadores, a cadeia produtiva de petróleo poderá chegar a 2015 com um déficit de 200 mil profissionais. A maioria desses profissionais está ligada à área de engenharia.

Qual a análise sobre o porquê de o Brasil ter deixado para trás formações tão estratégicas para o país, como a engenharia?

O país passou por diversas crises nas décadas de 1980 e 1990, período em que os investimentos em infraestrutura diminuíram. Esse cenário, por sua vez, gerou uma baixa atratividade nos jovens para carreiras técnicas, por natureza, mais difíceis de serem cursadas. No momento atual, a situação é a inversa, com grande demanda nessas áreas e pouca oferta de profissionais.
Há um prazo para que o Brasil consiga produzir esse capital humano necessário ou seria para ontem?
Analisando a pirâmide etária, em 30 anos o país não contará mais com o bônus demográfico já mencionado. Temos de preparar a atual geração, da qual dependeremos, para que o Brasil tenha um crescimento consistente. Por isso, é preciso intensificar esse trabalho desde já.

Saiba mais
O que é o PISA
O PISA (Programme for International Student Assesment) é um programa internacional de avaliação de alunos, realizado a cada três anos com a finalidade de produzir indicadores sobre a efetividade dos sistemas educacionais. O exame abrange escolas públicas e privadas, avaliando estudantes de 15 anos de idade, matriculados a partir da 7.ª série do ensino fundamental. Além de avaliar o aprendizado de Matemática, Ciências e Leitura, o PISA examina a capacidade dos alunos de analisar, raciocinar e aplicar o conhecimento adquirido em sua vida diária.
Na prova de 2009, participaram do PISA 50 mil estudantes de 990 escolas públicas e particulares das áreas rural e urbana, em 587 municípios. O exame é elaborado pela OCDE (Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico), para oferecer aos países participantes indicadores de comparação internacional, que servem de parâmetro para a melhoria da educação. O Brasil é a única nação da América do Sul que participa do PISA desde a primeira edição, em 2000. A próxima será em 2012.

Outros países que participam do PISA:
Albânia, Austrália, Argentina, Áustria, Chile, República Tcheca, Emirados Árabes Unidos, França, China, Indonésia, Itália, Cazaquistão, Liechtenstein, Letônia, República da Moldávia, Nova Zelândia, Peru, Catar, República da Sérvia, Eslováquia, Suécia, Tailândia, Turquia, Reino Unido, Azerbaijão, Bulgária, Colômbia, Dinamarca, Estônia, Alemanha, Hungria, Irlanda, Japão, Coréia, Lituânia, República de Montenegro, Noruega, Polônia, Romênia, Eslovênia, Suíça, Trinidad Tobago, Estados Unidos, Bélgica, Canadá, Croácia, República Dominicana, Finlândia, Grécia, Islândia, Israel, Jordânia, Quirguistão, Luxemburgo, México, Holanda, Panamá, Portugal, Rússia, Singapura, Espanha, Taiwan, Tunísia e Uruguai.

Entrevistado
Paulo Oliveira, presidente da BRAiN (Brasil Investimentos e Negócios)

Currículo

Engenheiro civil formado pela Universidade Politécnica de São Paulo (Poli-USP). Antes de assumir a presidência da BRAiN, foi diretor de Desenvolvimento de Fomento e Negócios da BM&F Bovespa.
Lançada em março de 2010, a BRAiN (Brasil Investimentos e Negócios) é uma entidade multissetorial de caráter privado que tem como objetivo articular e catalisar a consolidação do Brasil como polo internacional de investimentos e negócios, com foco regional na América Latina, mas com projeção e conexões globais.
A BRAiN conta com 13 associados: ANBIMA, BM&F Bovespa, FEBRABAN, Fecomercio, Banco Bradesco, Banco do Brasil, Banco Santander, Banco Votorantim, BTG Pactual, CETIP, Citibank, HSBC e Itaú-Unibanco.
Contato: contato@brainbrasil.org / dvivan@brainbrasil.org (assessoria de imprensa)

Crédito Foto: Divulgação

Por: Altair Santos

Código de vestuário vai além da entrevista por emprego

Empresas passaram a ter mais atenção com o visual dos colaboradores

Por: Altair Santos

No mundo corporativo, tanto quanto o desempenho profissional, a imagem pessoal também está sob constante avaliação.  Neste caso, a impressão que um funcionário vai causar no ambiente vai além da entrevista por um emprego. Passa por um conjunto de componentes que engloba autoconhecimento, relacionamento interpessoal, qualificação e princípios éticos.  São virtudes que na maioria das vezes se expressam na forma de vestir do colaborador. O traje assume o papel de emissor de conceitos e valores do profissional, assim como da organização.  É o que se chama de dress code - código de vestuário -, cada vez mais integrado à vida das empresas brasileiras.

Fernanda Medeiros de Campos

Todas as organizações têm um código de bem vestir. Em algumas, é formal e abertamente especificado; em outras, informal. Isso obriga os recém-contratados a observarem os funcionários mais antigos para interpretar os elementos culturais dominantes na empresa. “Hoje em dia, as empresas possuem culturas extremamente distintas. Portanto, para saber qual é a aparência mais adequada é preciso descobrir como é o ambiente de trabalho. Dessa maneira, o profissional deverá resistir ao padrão habitual de suas escolhas e apresentar-se em um traje compatível não apenas com a empresa, mas também com as pessoas com quem se reunirá e com a função a ser desempenhada”, explica Fernanda Medeiros de Campos, especialista em gestão de capital humano.

Cada vez mais relevante nas organizações, o código de vestuário já integra programas de trainee e também incentiva executivos a buscarem profissionais especialistas em consultoria de imagem. Motivo: antes primordial em contratações, ele agora é também decisivo em promoções. “As promoções são realizadas por meritocracia, conforme as competências e os resultados trazidos pelo profissional à empresa. Porém, se o profissional que é competente não sabe fazer seu marketing pessoal, os demais, inclusive a chefia, podem não perceber suas qualidades e seu esforço em realizar projetos. A roupa faz parte do pacote do marketing pessoal, pois expressa postura, seriedade, criatividade e demais qualidades do profissional”, define a especialista em gestão de capital humano.

Construção civil
Antes pouco relevante para o setor, o código de vestuário já marca presença na construção civil. Isso se dá, em parte, ao aquecimento do mercado imobiliário, o que tem exigido um relacionamento mais estreito com clientes, fornecedores e agentes financeiros. A ponto de incorporadoras como Cyrela e Lopes já terem manuais de dress code. “Porém, diferentemente das empresas da área financeira, as construtoras têm mais flexibilidade de código de vestuário, pois possuem diferentes públicos de contato, de acordo com suas áreas. Por isso, a vestimenta varia conforme a posição do profissional dentro da construtora. Por exemplo, uma pessoa do comercial que lida com clientes precisa ter uma determinada postura, que é menos formal que um gerente financeiro, que terá contatos com bancos e precisa de um vestuário mais austero”, diz Fernanda Medeiros de Campos.

As instituições financeiras juntas com os setores que atuam na área jurídica são as que têm os mais rigorosos códigos de vestuário. Alguns bancos impõem regras até para as cores dos esmaltes e o cumprimento das unhas que as funcionárias devem usar. Porém, para descomprimir, boa parte das organizações que seguem dress code austeros usam o casual day para liberar seus colaboradores de vestuários formais. Normalmente isso ocorre na sexta-feira e vésperas de feriados. No entanto, o estilo informal de se vestir também é regulado por um manual.

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Segurança também faz parte do vestuário do chão da fábrica
Além de dar identidade e estilo aos trabalhadores que atuam no chão da fábrica, as empresas, por lei, precisam “vestir” seus colaboradores com equipamentos de segurança. São os chamados EPIs (Equipamentos de Proteção Individual).

Dependendo do tipo de atividade ou dos riscos que poderão ameaçar a segurança e a saúde do trabalhador, os EPIs mais comuns no chão da fábrica são:
Proteção auditiva: abafadores de ruídos ou protetores auriculares;
Proteção respiratória: máscaras e filtro;
Proteção visual e facial: óculos e viseiras;
Proteção da cabeça: capacetes;
Proteção de mãos e braços: luvas e mangotes;
Proteção de pernas e pés: sapatos, botas e botinas;

Entrevistada
Fernanda Medeiros de Campos, especialista em gestão de capital humano
Currículo

- Sócia-diretora da Mariaca (empresa especializada em gestão de capital humano e consultoria empresarial
- Bacharel em Letras pela Universidade Mackenzie, em São Paulo, estudou nos Estados Unidos durante o 2º grau, no Rockinghan County Senior High School, na Carolina do Norte
- Trabalhou na área de Marketing e Vendas das empresas DuPont e Unifibers e há mais de quinze anos atua em recrutamento de executivos. Acumulou experiência no atendimento de empresas dos setores industrial, consumo e serviços, nas áreas administrativa, financeira, vendas e marketing, supply chain (cadeia de fornecimento) e tecnologia
Contato: mkt@mariaca.com.br / camila03@lide.com.br (Camila Rocha, assessoria de imprensa)

Crédito: Divulgação/Mariaca

Jornalista responsável: Altair Santos – MTB 2330

Indústria da construção civil vê plano Brasil Maior como ponto de partida

Para setor, agenda da competitividade é de longo prazo e programa de estímulo lançado pelo governo federal deveria avançar sobre gargalos como câmbio, juros e carga tributária

Por: Altair Santos

O governo federal lançou no começo de agosto de 2011 o plano Brasil Maior. O objetivo é dar competitividade à indústria nacional, incluindo a construção civil. Produtos feitos no Brasil serão beneficiados com a isenção do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) por mais um ano e bancos estatais vão privilegiar a liberação de recursos a quem utilizar fornecedores locais. Um exemplo são os financiamentos do programa Minha Casa, Minha Vida. Construtoras que tomarem linhas oferecidas pela Caixa Econômica Federal não poderão mais usar materiais importados ou em desconformidade com os padrões.

A medida foi comemorada pelos organismos ligados ao setor, mas entendida apenas como um primeiro passo rumo à competitividade sustentável. O presidente da Associação Brasileira da Indústria de Materiais de Construção (Abramat), Melvin Fox, avalia que a isenção do IPI deveria ser permanente. "Sugerimos ao ministro Guido Mantega que essa redução se tornasse permanente ou que, pelo menos, tivesse um prazo indeterminado, porque o programa Minha Casa, Minha Vida vai até 2014 e os descontos ajudariam na sua execução. Ele se mostrou disposto a estudar", explicou.

A mesma linha de raciocínio tem o presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Robson Braga de Andrade. Segundo ele, o plano é “um pontapé inicial”, mas que carece de “outras medidas pontuais”, alinhando entre elas a possibilidade de laboratórios privados também certificarem produtos importados, função restrita pelo plano ao Inmetro (Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial). “O plano é positivo, mas não será capaz de tirar a indústria do sufoco, porque persistem problemas a serem sanados, como o câmbio, os juros altos e a elevada carga tributária”, completou.

Para Haruo Ishikawa, vice-presidente de Relações Capital-Trabalho do SindusCon-SP (Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de São Paulo) o plano Brasil Maior deveria vir acompanhado de uma política nacional de qualificação de mão de obra. “Nós temos uma cultura de qualificar mão de obra nos canteiros de obras. Então, o que acontece? A mão de obra existe, mas falta mão de obra qualificada. Os empresários estão investindo bastante na qualificação nos próprios canteiros, mas não sei se isso vai surtir efeito ou não. Na minha visão, o governo tem que criar uma política nacional de qualificação”, realçou.

Segundo Paulo Godoy, presidente da Abdib (Associação Brasileira da Infraestrutura e Indústrias de Base) as medidas contemplam uma parte dos problemas enfrentados pelo setor e o importante é avançar em novas ações que signifiquem menores custos e mais competitividade. “A competitividade da indústria depende de uma gama enorme de ações, em diversas áreas: da tributação excessiva ao custo do crédito, da flexibilidade das relações trabalhistas à melhoria da infraestrutura, de reforços na educação e na inovação. Por isso, a agenda da competitividade da indústria é uma agenda de longo prazo, que se confunde com a agenda de reformas econômicas e estruturais e com a agenda da infraestrutura”, explicou.

Enic
O 83º Encontro Nacional da Indústria da Construção (Enic), que também aconteceu em agosto de 2011, teve o programa Brasil Maior como um dos temas debatidos. No discurso de abertura do evento, em São Paulo, o presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), Paulo Simão Safady, abordou as conquistas e os desafios que se colocam ao setor a partir de agora, entre eles a industrialização, que é um dos pontos que o Brasil Maior quer estimular. “Tem sido um enorme desafio repensar uma atividade com as características da indústria da construção, tradicionalmente artesanal e marcada pela elevada informalidade.

Encontramos obstáculos em temas relativos à tributação, treinamento e capacitação de trabalhadores, modulação e desenvolvimento de pesquisa. Precisamos recuperar com urgência o tempo perdido”, concluiu, apostando que o programa governamental será o ponto de partida para essa guinada.

Lançamento do Brasil Maior, em Brasília, no começo de agosto: incentivos à indústria para produzir mais, gerar mais emprego e continuar crescendo.

Brasil Maior
Medidas mais importantes para a construção civil

Defesa comercial
• Intensificação da defesa comercial: antidumping, salvaguardas e medidas compensatórias:
- Redução de prazos: de 15 para 10 meses (investigação) e de 240 para 120 dias (aplicação de direito provisório).

• Combate à circunvenção:
- Extensão de direitos antidumping ou de medidas compensatórias a importações cujo objetivo seja reduzir a eficácia de medidas de defesa comercial em vigor.

• Combate à falsa declaração de origem:
- Indeferimento da licença de importação no caso de falsa declaração de origem, após investigação.

• Combate a preços subfaturados:
- Fortalecimento da fiscalização administrativa dos preços das importações, para identificação de casos de subfaturamento.

• Aperfeiçoamento da estrutura tarifária do Imposto de Importação com foco na Política:
- Apoiar, no âmbito do Mercosul, a proposta de criação de mecanismo para permitir aumento do imposto de importação.

• Aumento da exigência de certificação compulsória:
- Instituição (ou ampliação) de tratamento administrativo para importações de produtos sujeitos à certificação compulsória e fortalecimento do controle aduaneiro desses produtos, mediante cooperação entre Inmetro, Secex e Receita Federal.
- 150 novos servidores (Inmetro)

• Fortalecimento do combate a importações ilegais:
- Acordo de cooperação MJ-MDIC para combater a violação de propriedade industrial e de certificação compulsória

• Suspensão de ex-tarifário para máquinas e equipamentos usados:
- Revisão da Resolução CAMEX suspendendo a concessão de ex-tarifário para bens usados.

• Quadruplicar o número de investigadores de defesa comercial:
- Ampliar de 30 para 120 o número de investigadores de defesa comercial.

Estímulos ao Investimento e à Inovação

Desoneração tributária

• Redução de IPI sobre bens de investimento:
- Estender por mais 12 meses a redução imediata de IPI sobre bens de capital, materiais de construção, caminhões e veículos comerciais leves.

• Redução gradual do prazo para devolução dos créditos do PIS-Pasep/Cofins sobre bens de capital:
- De 12 meses para apropriação imediata.

Financiamento ao investimento
• Extensão do PSI até dezembro de 2012 (BNDES):
- Orçamento de R$ 75 bilhões
- Taxa: de 4% a 8,7%
- Mantidos focos em bens de capital, inovação, exportação, Pro-Caminhoneiro.
- Novos setores/programas: componentes e serviços técnicos especializados; equipamentos TICs; ônibus híbridos; Proengenharia; Linha Inovação Produção.

• Ampliação de capital de giro para MPMEs BNDES Progeren:
Novas condições de crédito e prazo
- Orçamento: de R$ 3,4 para R$ 10,4 bilhões
- Taxa de juro: 10 a 13% a.a.
- Prazo de financiamento: de 24 para 36 meses
- Vigência prorrogada até dezembro de 2012
- Novos setores incluídos (para médias empresas): autopeças, móveis e artefatos

• Relançamento do Programa BNDES Revitaliza:
Novas condições de financiamento ao investimento
- Orçamento: R$ 6,7 bilhões
- Taxa fixa: 9%
- Prazos flexíveis conforme projeto
- Vigência até dezembro de 2012
- Novo setor incluído: autopeças

• Criação do Programa BNDES Qualificação:
- Orçamento de R$ 3,5 bilhões
- Apoio à expansão da capacidade de instituições privadas de ensino técnico e profissionalizante reguladas pelo MEC
- Taxa de juros máxima: 8,3% a.a.

• Criação de Programa para Fundo do Clima (MMA)/BNDES:
- Recursos para financiar projetos que reduzam emissões de gases de efeito estufa.

Financiamento à inovação
• Novos recursos para a Finep:
- Aumento de crédito de R$ 2 bilhões do BNDES para ampliar carteira de inovação em 2011. Taxa de 4% a 5% a.a.

• BNDES: crédito pré-aprovado planos de inovação empresas
- Inclusão de planos plurianuais de inovação das empresas do BNDES Limite de Crédito Inovação.

• BNDES: ampliação dos programas setoriais
- Ampliação de orçamento e condições de acesso aos programas setoriais do BNDES (Pro-P&G, Profarma, Prosoft, Pro-Aeronáutica e Proplástico), quando da sua renovação.

• BNDES: Financiamento para redução de emissões
- Apoio ao desenvolvimento tecnológico e à comercialização de bens de capital com selo de eficiência energética do Inmetro e para linhas de equipamentos dedicados à redução de emissões de gases de efeito estufa (Fundo Clima – MMA).

Marco legal da inovação

• Encomendas tecnológicas:
- Permitir contratos com cláusulas de risco tecnológico previstas na Lei de Inovação.

• Financiamento a ICTs privadas sem fins lucrativos:
- Permitir inclusão de projetos de entidades de ciência e tecnologia privadas sem fins lucrativos na utilização dos incentivos da Lei do Bem.

• Ampliar o atendimento das fundações de apoio às ICT:
- Permitir que as fundações de apoio atendam mais de uma ICT.

• Modernização do Marco Legal do Inmetro:
- Ampliação no controle e fiscalização de produtos importados.
- Ampliação do escopo de certificação do Inmetro.
- Implementação da “Rede de Laboratórios Associados para Inovação e Competitividade”.
- Maior facilidade em parcerias e mobilização de especialistas externos.

Fonte: Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior

Entrevistados
Abramat (Associação Brasileira da Indústria de Materiais de Construção)
CNI (Confederação Nacional da Indústria)
SindusCon-SP (Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de São Paulo)
Abdib (Associação Brasileira da Infraestrutura e Indústrias de Base)
CBIC (Câmara Brasileira da Indústria da Construção)

Contatos
: soraia@holofote.com (assessoria de imprensa da Abramat) / imprensa@cni.org.br (assessoria de imprensa)
sindusconsp@sindusconsp.com.br (assessoria de imprensa) / cintia@abdib.org.br (assessoria de imprensa)
comunica@cbic.org.br (assessoria de imprensa)

Crédito Foto: Wilson Dias/Agência Brasil

Jornalista responsável: Altair Santos – MTB 2330

Parcerias com empresas transferem qualidade à engenharia civil da UFSCar

Universidade no interior de São Paulo é a 4.ª no ranking do INEP, graças às pesquisas que realiza para a iniciativa privada da construção civil

Por: Altair Santos

Hoje, no Brasil, quando se fala em pesquisa para a engenharia civil uma das escolas que vêm à tona é a Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), a 235 quilômetros da capital de São Paulo. Não apenas organismos como CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico), FAPESP (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo), Finep (Financiadora de Estudos e Projetos) e Capes (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior) têm parcerias com a instituição de ensino, como a iniciativa privada também vê a UFSCar como referência para testar tecnologias antes de elas ganharem o mercado.

Guilherme Arraes Parsekian, coordenador do curso de engenharia civil da UFSCar: parceria forte também com a ABCP

Graças a essa capacidade de atuar em pesquisas é que a Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) consegue agregar conhecimento ao seu curso de graduação de engenharia civil. Trata-se do 4.º melhor do país, de acordo com o ranking do INEP (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais) com base no desempenho do Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (Enade). “Essa permeabilidade para as pesquisas permitiu que incrementássemos nossos laboratórios, aprimorássemos nossos professores e, consequentemente, os alunos usufruem disso no dia a dia do curso”, avalia Guilherme Arraes Parsekian, coordenador da graduação em engenharia civil da UFSCar.

Fundado em 1978, o curso tem atualmente 396 alunos, mas a tendência é que em breve ultrapasse a marca dos 500 estudantes. O motivo é que a procura fez a escola aumentar o número de vagas de 50 para 80 no vestibular para engenharia civil. A UFSCar também tem parcerias com universidades de outros países. Atualmente a instituição de ensino cumpre convênios com escolas africanas.

Além disso, a demanda por engenheiros fez a UFSCar alterar sua grade curricular, tornando o último semestre da graduação de engenharia civil apenas dedicado a estágios e trabalho de conclusão do curso. “A situação dos formandos é de pleno emprego. Como as empresas já estão procurando os alunos antes de eles se formarem, utilizamos o último semestre para que eles se adaptem à vida profissional”, disse Guilherme Arraes Parsekian, completando que só não sai empregado do curso aquele aluno que prefere seguir na vida acadêmica para buscar um mestrado ou um doutorado.

Especialidade em concreto

Internacionalmente, a UFSCar é conhecida como uma das universidades brasileiras mais dedicadas ao estudo da tecnologia do concreto. A graduação em engenharia civil tem seis disciplinas voltadas para a área: Construção em concreto armado 1, 2, 3 e 4, Construção de concreto protendido e Estruturas pré-moldadas de concreto. Na pós-graduação, o curso ainda oferece estudos mais aprofundados sobre o material, o que já rendeu alguns prêmios à instituição de ensino. O mais recente foi o título de melhor dissertação brasileira na área de estruturas pré-moldadas.

Essa notoriedade leva a UFSCar a ser parceira atuante em pesquisas promovidas pela ABCP (Associação Brasileira de Cimento Portland).

Atualmente, três projetos se destacam:
1) A padronização de parâmetros para projetos de edifício estrutural, onde a universidade coordena um grupo de estudo de dez projetistas;
2) A produção de um livro técnico sobre alvenaria estrutural e a organização do International Brick and Block Masonry Conference (15.º Ibmac), que é o congresso internacional de alvenaria, que acontecerá em 2012 em Florianópolis;
3) Doação de um laboratório por parte da ABCP para que a universidade aprofunde pesquisas e ensaios com pré-moldados.
A UFSCar conta em seu campus com dez laboratórios para pesquisas em engenharia civil e está iniciando a construção de um novo centro de pesquisa voltado para transportes, topografia e saneamento. “São ações que aprimoram as pesquisas e melhoram a qualidade do ensino”, conclui Guilherme Arraes Parsekian.

Prédio do departamento de engenharia civil da UFSCar, em São Carlos-SP: curso de graduação agora tem 80 vagas por ano.

Saiba mais
Para saber mais sobre o congresso internacional de alvenaria, acesse: www.15ibmac.com

Entrevistado
Guilherme Arraes Parsekian, coordenador do curso de engenharia civil da UFSCar (Universidade Federal de São Carlos)
Currículo

- Engenheiro civil pela UFSCar, mestre em estruturas (distinção) pela EESC-USP e doutor em construção civil pela EP-USP, com pós-doutorado pela University of Calgary
- Desde 1994 trabalha com alvenaria estrutural, tendo participado de vários projetos e pesquisas. É membro de comitês de norma de alvenaria estrutural da ABNT e norte-americana, revisor de revistas especializadas e autor de vários artigos e livros técnicos.
- Atualmente é Coordenador do Curso de Engenharia Civil da UFSCar, onde também é professor e pesquisador do Programa de Pós-Graduação em Construção Civil, além de desenvolver consultorias em projeto de edifícios, avaliação experimental do desempenho estrutural e pesquisas aplicadas na área.
Contato: parsekian@ufscar.br

Créditos Fotos: Divulgação/UFSCar

Jornalista responsável: Altair Santos – MTB 2330