Setor da construção negocia pacto setorial para grandes obras de infraestrutura do país
Governo, empresários e sindicatos já têm itens aprovados, entre eles a criação de comitês de gestão para qualificar a mão de obra e reforçar a segurança do trabalho
Por: Altair Santos
O avanço das obras do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) obrigou o governo federal a organizar, junto com empresários e trabalhadores, um pacto setorial para a construção civil. A intenção é criar um consenso entre as três partes para que as grandes obras de infraestrutura propostas para o país não sejam prejudicadas por entraves trabalhistas. As resoluções tiradas deste pacto devem gerar boas práticas, principalmente no que se refere à qualificação da mão de obra e à segurança do trabalho nos canteiros de obras.
A formatação do pacto setorial está a cargo da Secretaria Geral da Presidência da República, com a participação dos ministérios do Trabalho, do Planejamento e do Desenvolvimento e também de organismos como a Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) e o Sindicato Nacional da Indústria da Construção Pesada (Sinicon). Por parte dos trabalhadores, participam as seis centrais sindicais: CUT, Força Sindical, CGTB (Central Geral dos Trabalhadores do Brasil), CTB, Nova Central e UGT. “Há uma esperança de que em novembro [de 2011] tenhamos isto concluído”, avalia Clóvis Scherer, economista do Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese) que tem participado da mesa de negociações.
Até o momento, já houve consenso em torno de três temas. O primeiro deles está relacionado ao recrutamento, seleção e contratação de pessoal. “Este é um aspecto crítico, por conta da intermediação de obra irregular na figura do gato (subempreiteiras que ignoram direitos trabalhistas e obrigações tributárias). Então, com relação a este tema a gente já definiu várias diretrizes”, explica Clóvis Scherer. Conforme o documento aprovado, as decisões sobre recrutamento, pré-seleção e seleção para a contratação de trabalhadores terão de coibir a prática de intermediação ilícita e a contratação precária. Para isso, será reforçado e ampliado o papel do Sine (Sistema Nacional de Emprego) para o recrutamento.
Caberá aos empregadores usar preferencialmente o Sine para disponibilizar as vagas e fazer o recrutamento e a pré-seleção, além de dar preferência à contratação de trabalhadores locais, assim como só liberar a entrada nas obras de trabalhadores com carteira assinada, exceto para a seleção e a contratação. As empresas terceirizadas também deverão cumprir esse plano de ação. Já, quando a seleção e a contratação forem efetivadas, a empresa deverá garantir o transporte aos trabalhadores pré-selecionados até o local da obra e também o retorno, com garantia de alojamento, alimentação e atendimento médico de urgência.
Legado
O pacto setorial da construção civil decidiu também pela constituição de comitês de gestão de Saúde e Segurança no Trabalho, que atuarão em todos os setores da obra, independentemente do tipo de contratação dos serviços e dos contratos de trabalho. “Será deles a função de acompanhar o cumprimento dos acordos coletivos, das legislações trabalhistas ou mesmo para discutir aspectos específicos de cada obra, como alojamento, alimentação, condições de transporte e assim por diante”, diz o representante do Dieese, que lembra que os comitês terão também uma função orientadora. “Eles terão como prerrogativa fazer o trabalho preventivo e educativo sobre saúde e segurança”, completa.
Outra decisão envolve a qualificação dos trabalhadores da construção civil. Foi assumido o compromisso de que, através de audiências públicas, será elaborado um plano de ação que faça com que as grandes obras deixem um legado profissional quando forem concluídas. O objetivo é que elas gerem políticas de desenvolvimento local, elevando a escolaridade e requalificando os trabalhadores. “É claro que vamos ter de colocar isso na prática. Só vamos ter uma perfeita ideia da receptividade do pacto quando ele for implementado. Mas até o momento percebe-se um engajamento grande da CBIC e do Sinicom, que participaram diretamente da mesa de negociações. Há empenho para que este pacto seja alcançado”, finaliza Clóvis Scherer.
Entrevistado
Clóvis Scherer, supervisor do escritório regional do Dieese (Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos) em Brasília
Currículo
- Economista graduado pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)
- Atualmente chefia o escritório de Brasília do Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese)
Contato: erdf@dieese.org.br
Crédito: Agência Brasil
Jornalista responsável: Altair Santos - MTB 2330
Novo código da Ciência, Tecnologia e Inovação dá mais poder de pesquisa à engenharia civil
Projeto tramita no Congresso Nacional e tem o objetivo de desburocratizar a importação de equipamentos para laboratórios e a troca de conhecimento com outros países
Por: Altair Santos
Os laboratórios brasileiros voltados para a pesquisa na construção civil terão, em breve, novas fronteiras legais para investir em inovação, na capacitação de seus pesquisadores e no intercâmbio com outros países. Isso será possível quando sancionado o novo código da Ciência, Tecnologia e Inovação, que tramita no Congresso Nacional (Câmara e Senado). Em caráter de urgência, ele deve ir à votação até o final de 2011. Se aprovado, irá desburocratizar a pesquisa no país, não só no que se refere à construção civil, mas a outros setores da tecnologia e da biomedicina brasileiras.
O texto do projeto de lei levado ao Congresso foi elaborado pelo Consecti (Conselho Nacional de Secretários para Assuntos de Ciência, Tecnologia e Inovação) e pelo Confap (Conselho Nacional das Fundações Estaduais de Amparo à Pesquisa), em conjunto com outros organismos de ciência e tecnologia. A pretensão é que a nova lei destrave processos como importação de equipamentos, crie novas modalidades de financiamento e fomente o desenvolvimento da inovação no país. No núcleo da proposta está a capacidade do Brasil de tornar-se competitivo. “Temos que alcançar o nível de países mais competitivos do mundo, cujos centros de pesquisa trabalham com os melhores equipamentos, os melhores materiais de consumo e os melhores profissionais”, diz Breno Bezerra Rosa, coordenador do grupo de trabalho que elaborou o projeto de Código da Ciência, Tecnologia e Inovação.
Pela legislação atual, ciência, tecnologia e inovação recebem tratamento igual a qualquer serviço público, ou seja, para que o investimento seja aprovado prevalece o menor preço. O novo código muda esse foco, privilegiando a qualidade. Para isso, precisa descolar da lei federal 8.666, que rege as licitações do poder público. “Hoje a prestação de contas é um problema para o pesquisador. O que propomos no novo código é que a prestação de contas seja por meio de formulário eletrônico, sem a necessidade da apresentação imediata de documentação. Caso haja flagrante erro, fraude ou alto de malversação do recurso, aí sim será chamado o pesquisador para apresentar a documentação e comprovar a aplicação dos recursos. É como funciona a declaração do Imposto de Renda”, explica Breno Bezerra Rosa.
O projeto de lei do novo código também permite que as universidades públicas compartilhem pesquisadores e laboratórios, para que as lacunas que ajam na pesquisa de uma instituição possam ser completadas por outra sem a necessidade de trâmites burocráticos, como concursos públicos por exemplo. Isso permite melhorar a aplicação de recursos, impedindo que ocorram pesquisas estanques, mas com o mesmo propósito. “O plano do novo código traz também a possibilidade de recrutamento de professores do exterior para vir participar de pesquisas cientificas nas universidades nacionais”, diz o coordenador do projeto.
Parceria
Mais um aspecto contemplado no projeto de lei é o que permite que pesquisadores das universidades públicas atuem em parceria com a iniciativa privada, gerando novos processos, novos produtos e novas patentes, que se tornarão co-propriedade da instituição de ensino que cedeu o professor e da indústria que financiou a pesquisa. Neste caso, os lucros obtidos destas patentes serão compartilhados entre empresa, instituição de ensino e pesquisadores.
O novo código sugere ainda que a Receita Federal crie uma equipe especializada em desembaraço de bens de ciência, tecnologia e inovação, respeitando a regra da prioridade e respeitando também as burocracias menos exigentes para estes processos, que dispensam exames e que reconhecem a isenção de imposto de importação e de imposto de produto industrializado.
Outra mudança que está no bojo do projeto é que as justificativas técnicas dos pesquisadores para a compra de equipamentos e materiais só poderão ser contestadas por especialistas com a mesma titulação ou maior que a deles. Hoje são os técnicos dos tribunais de contas que têm o poder de veto ou de liberação. “São pessoas que, apesar da competência profissional, pouco ou não conhecem de ciência, tecnologia ou inovação. Então o que nós exigimos, a partir de agora, é que os tribunais de contas, da União e os dos estados, tenham também uma estrutura que comporte pareceristas hábeis, com doutorado, pós-doutorado ou mestrado. Isso permitirá uma discussão de alto nível entre pessoas que realmente entendam do que estão falando”, finaliza Breno Bezerra Rosa.
Principais pontos do novo código
-Dar ao Brasil competitividade nas pesquisas científicas, tecnológicas e inovadoras
-Descolar o investimento em ciência, tecnologia e inovação da lei federal 8.666, que rege as licitações dos demais setores do poder público
-Em caso de pesquisas complementares, as universidades públicas poderão compartilhar pesquisadores e laboratórios, sem a necessidade de trâmites burocráticos
-Possibilita o recrutamento de professores do exterior para vir participar de pesquisas científicas nas universidades nacionais
-Permite parcerias entre universidades públicas e a iniciativa privada, com a divisão dos lucros das novas patentes
-Desburocratiza a importação de equipamentos e materiais voltados à pesquisa
Entrevistado
Breno Bezerra Rosa, coordenador do grupo de trabalho que elaborou o projeto de lei do novo código da Ciência,Tecnologia e Inovação
Currículo
- Graduado em direito pelo CIESA-AM (Centro Universitário de Ensino Superior do Amazonas)
- Pós-graduado em direito civil pela Universidade Gama Filho (RJ)
- Atualmente é assessor jurídico da Secretaria de Estado de Ciência e Tecnologia do Amazonas
- É coordenador do grupo de trabalho que elaborou o projeto de Código da Ciência, Tecnologia e Inovação
- Foi assessor jurídico da Fundação de Apoio à Universidade Federal do Amazonas (Unisol)
- Foi vice-presidente do colégio de Procuradores do Conselho Nacional das Fundações de Apoio às IFES/CONFIES
Contato: breno@sect.am.gov.br
Crédito: Divulgação
Jornalista responsável: Altair Santos - MTB 2330
Nova norma de execução destaca virtudes do pavimento intertravado
NBR 15953:2011 torna-se referência técnica para peças de concreto assentadas sobre camada granular e incentiva o uso do material em ruas urbanas
Por: Altair Santos
Desde 25 de junho de 2011, uma importante lacuna relacionada ao pavimento intertravado foi preenchida com a entrada em vigor da NBR 15953 - Pavimento intertravado com peças de concreto — Execução. Trata-se da norma técnica para assentamento de pavers em camada granular. Antes, existia somente a norma de produção, a qual abrange especificamente a fabricação. Isso permitia que a aplicação mal feita do piso intertravado transformasse em “vilão” o fabricante do material em vez de quem o instalou.
Segundo Cláudio Oliveira, gerente da área de Inovação e Sustentabilidade da ABCP (Associação Brasileira de Cimento Portland), e que coordenou a equipe da ABNT que elaborou a NBR 15953:2011, a norma estabelece as diretrizes de execução de qualquer tipo de pavimento sujeitos ao tráfego de pedestres, de veículos dotados de pneumáticos e áreas de armazenamento de produtos, cujo revestimento seja de pavimento intertravado. Além disso, também serve de referência para que organismos públicos realizem licitações de calçadas e ruas que utilizem paver. “A necessidade da norma era grande, para proporcionar maior segurança ao contratante e ao consumidor”, explica.
Na norma de execução de pavimento intertravado há um capítulo sobre atribuições de responsabilidade. Nele, são colocados os atributos mínimos de todos os envolvidos na obra: contratante, projetista, fiscalização, fornecedor de peças e executor. “No caso do executor, é responsabilidade dele o atendimento das especificações da nova norma (NBR 15953:2011) e do projeto, além da avaliação e a aceitação das peças de concreto, assim como a utilização de equipamentos e ferramentas apropriados. É importante frisar que o executor também precisa observar a legislação trabalhista e utilizar na obra apenas pessoal devidamente qualificado”, afirma Cláudio Oliveira.
A qualificação para a instalação de pavimento intertravado pode ser feito em escolas do SENAI ou na própria ABCP. Com treinamento e a aplicação da nova norma técnica, o que se pretende é eliminar problemas que estavam relacionados principalmente com a qualidade final do pavimento, com o comprometimento da aparência e com a durabilidade. “A falta de cuidados com interferências como árvores, postes, caixa de inspeção, além de contenções mal executadas, proporcionavam um travamento inadequado do sistema e, consequentemente, com o uso intenso, os problemas vinham gerando muito retrabalho”, comenta o coordenador da NBR 15953:2011.
Com a regulamentação da ABNT para a execução de pavimento intertravado, a ABCP tem a expectativa de que esse sistema de pavimentação torne-se cada vez mais utilizado no Brasil, tanto quanto já é na Europa e nos Estados Unidos. Confira algumas vantagens:
- Ideal para ruas urbanas onde trafegam veículo com velocidade abaixo de 70 km/h
- Permite incorporar a sinalização viária horizontal, utilizando-se peças pigmentadas, sem a necessidade de pinturas
- Coloração mais clara proporciona maior conforto térmico, reduz a formação de ilhas de calor nos centros urbanos e melhora a visibilidade com economia de iluminação artificial
- Aumenta a segurança de frenagem dos veículos
- Facilita a manutenção no caso de abertura de valas, com reaproveitamento total das peças de concreto
- É executado com equipamento simples, sem a necessidade de pavimentadoras e sem expor os operários a temperaturas elevadas e à exaustão de gases da massa de asfalto
- Qualificação barata da mão de obra local
Revisão da norma de produção
A norma de produção de paver também está sendo revisada. Segundo Cláudio Vieira, a atual normatização precisa avançar em relação aos requisitos de durabilidade da peça de concreto, com a absorção de água e a abrasão, ainda não contemplados na norma em vigor. “Outro assunto importante em discussão é a relação entre o comprimento da peça e sua espessura, requisito adotado na norma europeia e que tem grande importância no comportamento mecânico da peça no pavimento intertravado”, explica. A expectativa da coordenação da ABNT é que em menos de um ano a revisão da especificação da peça de concreto já esteja pronta.
Confira abaixo o vídeo da ABCP sobre execução de pavimento intertravado:
Entrevistado
Cláudio Oliveira, gerente da área de Inovação e Sustentabilidade da ABCP (Associação Brasileira de Cimento Portland)
Currículo
- Graduado em engenharia civil pela Universidade de Guarulhos (SP)
- Tem mestrado em engenharia na área de materiais de construção pela Escola Politécnica da USP
- Possui pós-graduação em Administração Industrial na Escola Politécnica da USP
- Tem especialização em Marketing pela ESPM- É gerente da área de Inovação e Sustentabilidade da ABCP
- Atua na normalização de produtos à base de cimento na ABNT, participando na elaboração e revisão de normas de pavimentos intertravados, alvenaria estrutural, tubos de concreto, telhas de concreto e outros produtos
Contato
claudio.silva@abcp.org.br
marta.oliveira@abcp.org.br (assessoria de imprensa)
Crédito: Divulgação/ABCP
Jornalista responsável: Altair Santos – MTB 2330
Futuras gerações de engenheiros terão de ser parceiras da natureza
X CBDMA (Congresso Brasileiro do Meio Ambiente) debate papel dos profissionais diante de paradigmas que desafiam a construção civil
Por: Altair Santos
Uma nova geração de engenheiros e arquitetos começa a ganhar espaço na construção civil. Trata-se dos sustentabilistas, que planejam obras que busquem parceria com o meio ambiente, em vez de querer confrontá-lo. O desafio destes novos profissionais é levar qualidade de vida às cidades, cujo tema estará no centro dos debates que acontecerão no XCBDMA (Congresso Brasileiro do Meio Ambiente), promovido de 26 a 28 de outubro pelo Clube de Engenharia Brasil, no Rio de Janeiro.
Segundo a coordenadora do evento, a engenheira e arquiteta Virginia Maria Salerno Soares, o novo olhar que engenheiros e arquitetos demonstram ter em relação à natureza revela que há boas chances da construção civil e do meio ambiente encontrarem uma convivência harmoniosa. “As novas gerações estão vindo com uma consciência maior sobre a relação entre o homem e o meio ambiente. Imagino que elas pensam em respeitar mais a natureza em seus projetos, ao invés de querer controlá-la de forma abusiva. Mas ainda há os desenvolvimentistas, engenheiros de gerações mais antigas, que ainda acreditam que isso é intriga da oposição”, diz.
Para Salerno, a busca do ponto de equilíbrio entre construção civil e meio ambiente passa por investimento em pesquisa e descoberta de novos materiais. “Não há como fazer diferente, este é o único caminho: investir em P&D (Pesquisa e Desenvolvimento), mirando o desenvolvimento sustentável, com metodologias que abarquem o equilíbrio entre as variáveis econômicas, sociais e ambientais”, avalia, completando que as escolas de engenharia têm papel fundamental nesta engrenagem: “Para isso, será necessário mudar o pensamento dos professores que hoje atuam nestas escolas. Em sua grande maioria, são professores ainda treinados com uma visão cartesiana e linear de ciência”.
A organizadora do X CBDMA, no entanto, acha que as universidades já demonstram interesse em mudar. “Na verdade, o setor educacional é uma grande roda e como toda grande roda o seu movimento é lento e gradual. Mas para entender o conhecimento da sustentabilidade é necessário enfrentar a complexidade e os paradigmas que a cercam. Acredito que, conforme a sociedade cobrar mais tecnologias sustentáveis, mais avanços serão comemorados. No entanto, ainda temos muito que caminhar”, afirma.
Código Florestal
Entre os debatedores que estarão abordando a qualidade de vida nas cidades, dentro do X CBDMA, destacam-se o economista e ambientalista Sérgio Besserman e o arquiteto, paisagista e urbanista francês Thierry Jacquet, que colabrou na despoluição do rio Sena, em Paris, e projetou a reconstrução de mananciais em três rios no entorno de Shangai, na China, além da reurbanização da Baia de Alger, na Argélia. Por isso, há expectativa de que o novo Código Florestal, no tocante às cidades, seja abordado no congresso. “Como o meio ambiente é matéria transversal, certamente este assunto entrará na pauta dos nossos debatedores durante as mesas redondas”, prevê Virginia Maria Salerno Soares.
Entrevistada
Virginia Soares, coordenadora da Divisão de Ciência e Tecnologia do Clube de Engenharia
Currículo
- Graduada em Arquitetura e Urbanismo pela Faculdade de Arquitetura e Urbanismo – UFRJ, em 1990
- É mestre em Engenharia dos Transportes, com ênfase em “Análise e Diagnóstico de Empresas de Transporte”, pela Coppe/UFRJ, em 1997
- Tem doutorado em Engenharia de Produção, com ênfase em “Metodologias de Pesquisa, Projeto e Gestão Participativa para a Inovação Tecnológica e o Desenvolvimento Sustentável”, pela Coppe/UFRJ, em 2003
- É gerente de Recursos Humanos da CET-Rio desde janeiro de 2009
- Diretora do Centro de Educação para o Trânsito da CET-RIO desde outubro de 2007.
- Conselheira do Clube de Engenharia junto ao CONEMA
- Coordenadora da Divisão de Ciência e Tecnologia do Clube de Engenharia
- Foi professora adjunta da cadeira de Metodologia e Pensamento Lógico, da UNIGRANRIO (Universidade do Grande Rio) e pesquisadora da COPPE-UFRJ, no Projeto Pesquisa Participativa para Formação Profissional Negociada (PPFPN), promovido pela CNM (Confederação Nacional dos Metalúrgicos) e pelo Ministério do Trabalho
Contato
virginiasalerno.salerno@gmail.com
xcbdma@clubedeengenharia.org.br
Créditos Fotos: Divulgação
Jornalista responsável: Altair Santos – MTB 2330
Carreiras podem ser velozes, mas não podem ser apressadas (Podcast)
Professor e palestrante Mário Sérgio Cortella analisa a chegada de novos profissionais ao mercado de trabalho e como as empresas devem agir para receber as novas gerações
Por: Altair Santos
Entrevistado
Mario Sergio Cortella é filósofo, mestre e doutor em Educação pela PUC-SP, onde é professor titular
Currículo
- Foi secretário municipal de Educação de São Paulo (1991 a 1992)
- Professor titular do Departamento de Fundamentos da Educação da Faculdade de Educação da PUC-SP
- Professor titular de Pós-Graduação (Mestrado e Doutorado) em Educação da PUC-SP
- É professor convidado da Fundação Dom Cabral (desde 1999)
- É professor convidado do Gvpec da FVG/EAESP (desde 1999)
- Membro do Conselho Técnico Científico de Educação Básica da CAPES/MEC (2008/2011)
- É autor, entre outros livros, de:
Descartes, a paixão pela razão
A Escola e o Conhecimento (fundamentos epistemológicos e políticos)
Nos Labirintos da Moral (com Yves de La Taille)
Não Espere pelo Epitáfio (Provocações Filosóficas)
Não Nascemos Prontos!
Sobre a Esperança: Diálogo, com Frei Betto
Filosofia e Ensino Médio: certas razões, alguns senões, uma proposta
O que a Vida Me Ensinou: Viver em Paz para Morrer em Paz!
Liderança em Foco, com Eugênio Mussak
Política: Para Não Ser Idiota
Vida e Carreira: um equilíbrio possível?
Educação e Esperança: sete reflexões breves para recusar o biocídio
Qual é a tua Obra?
Inquietações Propositivas sobre Gestão, Liderança e Ética
Contato: cortella@uol.com.br
Clique no player abaixo e ouça agora um resumo da entrevista. Para ouvir a entrevista na íntegra clique aqui.
Crédito foto: Divulgação
Há mais de um século, engenharia civil da UFRGS transforma tradição em qualidade
Fundado em 1896, e reconhecido a partir de 1900, curso é um dos mais antigos do Brasil e também um dos mais premiados por suas pesquisas
Por: Altair Santos
No começo de outubro de 2011, o de partamento de engenharia civil da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) foi premiado pela Editora Abril, através de levantamento feito pelo Guia do Estudante, como detentor de um dos melhores cursos do Brasil. O título confirma a posição que a graduação obteve no mais recente ranking do INEP (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais) com base no desempenho do Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (Enade) quando foi considerado o 6º melhor do país.
O reconhecimento do curso de engenharia civil da UFRGS é fruto da tradição. A graduação é uma das mais antigas do Brasil. Foi fundada em 1896, com reconhecimento em 1900, e ao longo destes mais de 100 anos a universidade investiu maciçamente em recursos humanos. “Sempre houve uma busca constante pela qualificação de professores e técnicos. Com isso, o curso tem atraído os melhores alunos da região sul e de países do Mercosul”, dizem os professores João Ricardo Masuero e Alexandre Rodrigues Pacheco, respectivamente, chefe e coordenador do departamento.
Esta combinação leva a engenharia civil da UFRGS a ter uma participação atuante em projetos de pesquisas e extensão, em parceria com empresas do setor. O curso também deu um salto de qualidade quando consolidou sua pós-graduação, a partir de 1970. “Todos esses anos deram ao ensino da nossa engenharia civil uma base didática e pedagógica sólidas, a qual permite a inserção continuada do desenvolvimento do ensino”, explica João Ricardo Masuero.
As pesquisas realizadas pela engenharia civil da UFRGS já renderam recentemente os seguintes prêmios à universidade:
- Melhores práticas da Comunidade da Construção, da ABCP (Associação Brasileira de Cimento Portland) com o trabalho “Produção de Estruturas de Concreto Armado com Concreto Autoadensável”
- Prêmio Antônio Mourão Guimarães, da ABM, pelo trabalho “Estudo do efeito da adição do pó de aciaria nas propriedades microestruturais de matrizes à base de cinzas volantes álcalis-ativadas”
- Prêmio Pini - Iniciativa Setorial de Destaque 2009, para Núcleo Orientado para a Inovação da Edificação (NORIE-UFRGS) - ao grupo de professores, alunos e funcionários
- Prêmio Odebrecht - contribuições da engenharia para desenvolvimento sustentável - para o trabalho ”Cimento ecológico: cinzas volantes ativadas por solução composta de
resíduos de tijolos refratários dolomíticos e hidróxido de sódio”
- Primeiro lugar no Concurso Falcão Bauer - Novos Materiais, Câmara Brasileira da Indústria da Construção/ SINDUSCON-GO
- Sinduscon Premium - Categoria case acadêmico - para os trabalhos “Desenvolvimento de concreto branco estrutural para a utilização em estruturas de concreto armado” e “Concreto auto-adensável"
- Sinduscon Premium - categoria Acadêmica para o Núcleo Orientado pela Inovação da Edificação (NORIE-UFRGS) - para o grupo de professores, alunos e funcionários, SINDUSCON-RS
Atualmente, com quase mil alunos na graduação, 92 na pós-graduação para mestrado e 96 para doutorado, a UFRGS desenvolve programas de iniciação científica e tecnológica, com financiamento a partir dos órgãos de fomento do poder público, como CAPES, CNPq, FINEP e FAPERGS. A universidade também está presente em desenvolvimento de pesquisas na área de pavimentação, em parceria com a Petrobras; na área de linhas de transmissão, com a Companhia Estadual de Geração e Transmissão de Energia Elétrica e a Centrais Elétricas do Norte do Brasil; de desenvolvimento de materiais cimentícios, tecnologia do concreto, argamassas especiais e aerodinâmica das construções, em parceria com a Agência Nacional do Petróleo e escritórios de projeto estrutural.
Sobre o estudo do concreto, o curso de engenharia civil da UFRGS dedica uma carga horária significativa do currículo para a área. “A graduação conta com disciplinas de execução de obras de concreto armado, projeto de estruturas de concreto armado, de concreto protendido, de estruturas pré-moldadas, dosagem de concretos e argamassas especiais e patologia de estruturas de concreto. Já no programa de pós-graduação, existem tópicos avançados no projeto de estruturas de concreto, patologia de estruturas de concreto, tecnologia de dosagem de concretos convencionais e especiais e as linhas de pesquisa de patologia e recuperação de estruturas e construções, além de projetos e análises de estruturas de concreto e fundações, tecnologia de materiais e processos construtivos”, revela Alexandre Rodrigues Pacheco.
Ainda na área de concreto, a UFRGS desenvolveu recentemente um trabalho em parceria com a ABCP, denominado “concreto para fast-track: ensaios in situ para controle da resistência à tração”. É através de projetos como esse que o departamento de engenharia civil consegue crescer sem perder qualidade. O curso atualmente oferece 160 vagas no vestibular e está investindo intensamente em infraestrutura, construindo novos prédios e adquirindo novos equipamentos para seus laboratórios, salas de aula e biblioteca. Tudo isso, também para atender a demanda do mercado. “Nossos egressos, já antes da formatura, vêm garantindo colocação qualificada. A maior porcentagem é absorvida pelo setor imobiliário da construção civil, seguido da indústria petroquímica”, comemoram os responsáveis pelo departamento de engenharia civil da universidade.
Alexandre Rodrigues Pacheco, coordenador da comissão de graduação do curso de engenharia civil
João Ricardo Masuero, chefe do departamento de engenharia civil da UFRGS
Currículos
- João Ricardo Masuero possui graduação em engenharia civil pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (1988)
- Tem mestrado em engenharia civil pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (1992) e doutorado em engenharia civil pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (2009)
- Atualmente é professor assistente da Universidade Federal do Rio Grande do Sul
- Tem experiência na área de Engenharia Civil, com ênfase em estruturas
- Atua principalmente nos seguintes temas: computação paralela, dinâmica dos sólidos computacional, dinâmica dos fluídos computacional, métodos dos elementos finitos
- Alexandre Rodrigues Pacheco possui graduação em engenharia civil pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (1992)
- Tem mestrado em engenharia civil (estruturas) também pela UFRGS (1996) e doutorado em engenharia civil (estruturas) pela The Pennsylvania State University (2003) depois de se transferir de Cornell University (Ithaca, NY)
- Atualmente é professor adjunto da UFRGS, vinculado ao departamento de engenharia civil
- Atua na área de estruturas e predominantemente em temas concernentes às estruturas de concreto estrutural, tais como modelagens por intermédio do método dos elementos finitos
Contato
joao.masuero@ufrgs.br
apacheco@ufrgs.br
Créditos Fotos: Divulgação/UFRGS
Jornalista responsável: Altair Santos – MTB 2330
Falta de informação, euforia fomentada e excesso de liquidez geram bolha imobiliária
Professores da Poli-USP, que integram o Núcleo de Real Estate da Universidade de São Paulo, alertam que aumento nos preços dos imóveis começa a ficar injustificável
Por: Altair Santos
Afinal, o mercado imobiliário brasileiro está ou não imerso em uma bolha? A resposta a essa pergunta opõe especialistas, enquanto o mercado se nega a aceitar a hipótese. Há, no entanto, alguns ingredientes no cenário macroeconômico do país que apontam para o risco de bolha imobiliária. Os principais são desinformação, euforia fomentada e excesso de liquidez. Foi o que detectou recente estudo realizado pelo Núcleo de Real Estate, vinculado ao departamento de Engenharia de Construção Civil da Escola Politécnica da USP (Universidade de São Paulo).
A pesquisa resultou em artigo assinado pelo coordenador do Núcleo de Real Estate, o professor-doutor João da Rocha Lima Júnior. O trabalho teve também a participação do professor-doutor Cláudio Tavares de Alencar, que ressalta que o foco do estudo foi o mercado residencial na cidade de São Paulo. “Houve um descolamento dos preços praticados em 2011 em relação ao “fair value” ou preço justo, como sendo aquele que remunera adequadamente, sem exageros, o investimento do empreendedor. Até o final de 2010, o crescimento dos preços no mercado paulistano é justificado estruturalmente, porque houve intenso e explicável crescimento de determinados fatores de custo. De lá pra cá, o crescimento de preços não pode ser explicado exclusivamente pela continuidade do incremento destes fatores, o que sugere a formação de bolha”, explica.
O Núcleo de Real Estate defende que o melhor jeito de mitigar riscos de formação de bolha é disponibilizar informação de qualidade e confiável. Por isso, o estudo alerta que o fenômeno brasileiro é diferente, por exemplo, do que causou a bancarrota nos Estados Unidos. Aqui, o crédito imobiliário voltado a quem adquire imóvel para morar, e não para especular, está protegido. “O crédito imobiliário no Brasil é responsável. Por esta via não se faz bolha imobiliária no país, como ocorreu nos Estados Unidos, onde se concedia financiamento em valores superiores ao valor do imóvel, na expectativa de que os preços sempre seriam crescentes. No entanto, há uma miríade de pequenos investidores desinformados que se vestem de especuladores, impulsionando a demanda e pressionando os preços pra cima. Aí é que há risco de bolha”, alerta Cláudio Tavares de Alencar.
Segundo a avaliação do Núcleo Real Estate, os investidores que têm posições nos empreendimentos, seja porque pagaram um preço alto, sem a contrapartida de valor embarcada no empreendimento, seja porque tomaram decisões irracionais e não obtiveram renda suficiente do imóvel para remunerar com qualidade o investimento realizado, são os que correm mais risco de perdas no caso de uma eventual bolha. Por isso, a recomendação é que esse tipo de investimento seja feito de forma indireta. “Faça-o através de cotas de FII (Fundos de Investimento Imobiliário) transacionados em bolsa, e que tenham gestão ativa de composição do portfólio de empreendimentos. É interessante também que sejam os FII de múltiplos ativos”, sugere o professor-doutor da Poli-USP.
Os fundos imobiliários foram regulamentados pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM), via Instrução nº 472, de 31 de outubro de 2008. Uma das principais vantagens é que eles permitem que o investidor aplique em empreendimentos de melhor qualidade e tenha acesso a atividades que não seriam viáveis ao adquirir 100% de um imóvel, ou seja, quando um investidor adquire cotas de um fundo de investimento imobiliário, ele passa a fazer parte de um grupo de investidores reunidos com o objetivo de somar seus recursos. O grupo terá um volume maior de dinheiro para enfrentar a concorrência dos demais interessados nos imóveis. Atualmente estima-se que haja mais de 100 FII no país, com patrimônio superior a R$ 8 bilhões. Qualquer investidor pode adquirir cotas de um fundo imobiliário, independentemente de seu porte. Há fundos cujas cotas são vendidas em agências bancárias e que aceitam investimento inicial a partir de R$ 1 mil.
MCMV
Na opinião de Cláudio Tavares de Alencar, até o programa Minha Casa, Minha Vida pode, indiretamente, alimentar uma bolha imobiliária. “O MCMV tem demanda real muito grande e dificilmente tem espaço para especulação, tendo em vista que seu objetivo é atender os segmentos de baixa renda. Por outro lado, o programa, bem como as obras de infraestrutura em curso no Brasil, absorve expressivos insumos de produção, mão de obra, materiais e equipamentos, os quais impactam na estrutura de custos de todo o mercado imobiliário, provocando pressões nos custos de produção dos empreendimentos que estão fora do MCMV”, argumenta.
Dicas básicas para investir em imóvel:
- Seja crítico quanto ao cenário econômico
- Busque informações isentas e descompromissadas com a negociação
O que é o Núcleo de Real Estate
O Núcleo de Real Estate constituiu um comitê de mercado, formado por professores e pesquisadores do NRE e profissionais de destaque do Real Estate, representando seus diferentes segmentos. O comitê reúne-se a cada bimestre, para dialogar sobre um tema relevante da economia setorial.
As pesquisas que o grupo desenvolve abrangem temas com ênfases como: empreendimentos imobiliários e de base imobiliária, concessões e investimentos de longo prazo sem valor residual, planejamento e administração nas empresas e nos empreendimentos, planejamento estratégico, econômico e validação de investimentos, valuation em real estate e meios de partilhamento de investimentos em Real Estate.
Para maiores informações, acesse: http://www.realestate.br/homesite/default.asp
Entrevistado
Cláudio Tavares de Alencar, professor-doutor do departamento de Engenharia de Construção Civil da Escola Politécnica da USP, integrante do Núcleo de Real Estate e presidente da presidente da Latin American Real Estate Society (Lares)
Currículo
- Graduado em engenharia civil pela Universidade Federal do Pará (1988)
- Tem mestrado (1993) e doutorado (1998) em engenharia civil pela Universidade de São Paulo
- Atualmente é professor-doutor do departamento de Engenharia de Construção Civil da Escola Politécnica da USP, ministrando aulas e orientando estudantes em cursos de graduação, pós gradução e MBA
- É revisor dos jornais Real Estate: Economia & Mercados, Ambiente Construído e Construction Management & Economics (UK)
- Tem experiência na área de Gerenciamento de Empresas e Empreendimentos com ênfase em Real Estate, atuando profissionalmente e desenvolvendo pesquisas nos seguintes temas: comportamento dos mercados de Real Estate, parcerias público privadas, sistema de classificação de empreendimentos e regiões urbanas, sistemas de funding para empreendimentos do setor da construção civil, índices setoriais e ferramentas para análise de riscos
- É presidente da Latin American Real Estate Society (Lares)
Contato: claudio.alencar@poli.usp.br
Créditos Fotos: Divulgação
Jornalista responsável: Altair Santos – MTB 2330
Normas fazem alvenaria estrutural brasileira dar salto de qualidade
Com as ABNT NBR 15961-1:2011 e ABNT NBR 15961-2:2011, que estão em vigor desde julho de 2011, país incorpora desenvolvimento técnico ao sistema construtivo
Por: Altair Santos
O Brasil, em função do programa habitacional Minha Casa, Minha Vida, é atualmente o país que mais utiliza o sistema construtivo conhecido como alvenaria estrutural. No entanto, algumas das normas técnicas que até recentemente regulavam esse modelo de construção não acompanharam seu avanço tecnológico. Foi o que levou a ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas) a desenvolver duas novas normas para criar uma sintonia fina entre projeto, execução e controle de obras em alvenaria estrutural.
A cargo do Comitê Brasileiro de Construção Civil (ABNT/CB-02) as normas foram publicadas no dia 18 de julho de 2011, depois de cinco anos de intensivas reuniões. A ABNT NBR 15961-1:2011 - Alvenaria estrutural - Blocos de concreto - Parte 1: Projetos especifica os requisitos mínimos exigíveis para o projeto de estruturas de alvenaria de blocos de concreto. Já a ABNT NBR 15961-2:2011 - Alvenaria estrutural - Blocos de concreto - Parte 2: Execução e controle de obras estabelece os requisitos mínimos exigíveis para a execução e o controle de obras com estruturas de alvenaria que utilizam blocos.
Uma equipe de treze especialistas atuou na elaboração das normas. O engenheiro civil e professor da UFSCar (Universidade Federal de São Carlos) Guilherme Parsekian secretariou a comissão de estudo. Segundo ele, a alvenaria estrutural brasileira dará um salto de qualidade a partir das ABNT NBR 15961-1:2011 e ABNT NBR 15961-2:2011. “O sistema construtivo ganha em vários aspectos, como uniformização dos padrões de ensaio, correção e atualização dos critérios de dimensionamento e indicação de procedimentos de controle de obra mais claros e racionais”, explica.
Ainda de acordo com Parsekian, alguns dos critérios de dimensionamento, como de cisalhamento, presentes na norma antiga, não tinham coerência e nem sempre eram utilizados pelos projetistas. “O controle de obra é baseado no ensaio de prisma, cujas normas antigas traziam confusões sobre o procedimento de ensaio, lote e quantidade de exemplares. Com as novas normas, ganha-se em clareza e precisão, e isso irá refletir em construções de qualidade e mais seguras”, comenta.
Antes, os projetos em alvenaria estrutural e os blocos de concreto eram regidos pelas seguintes normas técnicas:
A) Blocos de Concreto:
i. Blocos vazados de concreto simples para alvenaria estrutural - ABNT NBR 6136:2006.
ii. Blocos vazados de concreto simples para alvenaria - Métodos de ensaio – ABNT NBR 12118:2007.
a) Graute:
i. Ensaio à compressão de corpos de prova cilíndricos de concreto - ABNT NBR 5739:2007.
b) Parede / Prisma:
i. Paredes de alvenaria estrutural - Determinação da resistência ao cisalhamento – ABNT NBR 14321:1999.
ii. Paredes de alvenaria estrutural - Verificação da resistência à flexão simples ou à flexo-compressão – ABNT NBR 14322:1999.
iii. Paredes de alvenaria estrutural - Ensaio à compressão simples – ABNT NBR 8949:1985.
iv. Prismas de blocos vazados de concreto simples para alvenaria estrutural - Preparo e ensaio à compressão - ABNT NBR 8215:1983. - ELIMINADA COM A NOVA NORMA
B) Projeto
a) Blocos de Concreto:
i. Cálculo de alvenaria estrutural de blocos vazados de concreto – ABNT NBR 10837:1989. - ELIMINADA COM A NOVA NORMA
C) Execução
a) Blocos de Concreto:
i. Execução e controle de obras em alvenaria de blocos vazados de concreto – ABNT NBR 8798:1985. - ELIMINADA COM A NOVA NORMA
Guilherme Parsekian afirma que a intenção da ABNT é seguir o padrão utilizado nos Estados Unidos para as normas técnicas de alvenaria estrutural, onde as revisões acontecem de três em três anos. “As normas devem ser constantemente revistas para incorporarem o desenvolvimento técnico. Por exemplo, a norma de alvenaria estrutural norte-americana é revista a cada três anos. A norma antiga serviu muito bem para a época dela e os nossos colegas que a fizeram merecem todo nosso reconhecimento. Entretanto, nos últimos vinte anos o desenvolvimento da tecnologia brasileira na área foi muito grande e essa revisão contempla essa atualidade”, diz.
Entre os requisitos mais relevantes das normas ABNT NBR 15961-1:2011 e ABNT NBR 15961-2:2011, destacam-se:
Parte 1
De maior interesse para o projetista, ela altera completamente o conceito de dimensionamento. Agora é adotado o método dos Estados Limites, permitido procedimentos mais precisos e levando em conta critérios atuais de verificação das ações e segurança. Algumas falhas existentes na normalização antiga foram corrigidas, como a adoção de critérios adequados para o dimensionamento ao cisalhamento. Houve também a padronização do ensaio de argamassa para cubos de 4 cm, com a necessidade de completa caracterização de argamassas não tradicionais (com aditivos ou adição e não somente de cimento, cal e areia).
Outro ponto muito importante foi a padronização dos resultados, considerando sempre a área bruta, o que corrige uma falha grande das normas antigas onde a resistência do bloco era indicada na área bruta e do prisma na área líquida, levando à possibilidade de uma perigosa interpretação errada dos ensaios de controle. A parte 1 é finalizada com dois anexos informativos que introduzem no Brasil conceitos para Verificação de Dano Acidental e Colapso Progressivo e de critérios básicos para dimensionamento em execução de Alvenaria Protendida.
Parte 2
Voltada para a execução e o controle da obra, ela inclui a necessidade de caracterização prévia dos materiais a serem utilizados na obra (bloco, argamassa, graute e prisma), além da unificação em um único texto e revisão dos procedimentos de ensaios fundamentais para caracterização da alvenaria. Essa nova edição acrescenta também um procedimento inédito para controle da resistência a compressão dos elementos em alvenaria utilizados na obra, com parâmetros e requisitos variáveis em função da relação entre a resistência necessária/ especificada no projeto, da variabilidade dos resultados de ensaios e do número de unidades repetidas. Essas alterações têm como objetivo facilitar o controle da qualidade, tornando mais eficiente a sua implantação nas obras.
O grupo da ABNT que atuou na elaboração das normas foi formado pelos seguintes especialistas:
UFSCAR: Guilherme A. Parsekian
EPUSP: Luiz Sérgio Franco
BlocoBrasil: Carlos A. Tauil
Glasser: Davério Rimoli Neto
Arq. Est.: Márcio Santos Faria
ANAMACO: Rubens Morel N. Reis
USP: Márcio A. Ramalho
ABCP: Cláudio Oliveira Silva
LENC-BH: Maria Estânica M. Passos
ABCP-RJ: Guilherme Coelho de Andrade
UFMG: Roberto Márcio da Silva
Universidade Mackenzie: Rolando Ramirez Vilató
Prensil: Renato Daminello
Entrevistado
Guilherme Aris Parsekian, membro de comitês de normas brasileiros (ABNT)
Currículo
- Possui graduação em engenharia civil pela Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) em 1993
- Tem mestrado, com distinção, em engenharia de estruturas pela Universidade de São Paulo (USP) em 1996
- Possui doutorado em engenharia civil pela Universidade de São Paulo (USP) em 2002, e pós-doutorado pela UFSCar (2002-2006) e pela University of Calgary - Canadá (2006-2008)
- Atualmente é professor adjunto da Universidade Federal de São Carlos
- É membro do corpo-editorial ou revisor de revistas nacionais e internacionais, como ACI Structural/Materials Journal, Revista Prisma, Revista Ambiente Construído Também é membro de comitês de normas brasileiros (ABNT) e norte-americano (Masonry Standards Joint Committee 2008-2011)
- É Bolsista de Produtividade em Pesquisa do CNPq - Nível 2
Contato: parsekian.ufscar@gmail.com
Créditos Fotos: Divulgação
Jornalista responsável: Altair Santos – MTB 2330
Mais detalhista, mulher ganha espaço na engenharia civil
Mercado tem dado preferência às profissionais da área, que também são maioria na obtenção de títulos de mestre e doutor dentro das universidades brasileiras
Por: Altair Santos
Estudo realizado dentro da Universidade do Estado de Santa Catarina (Udesc) mostra que a engenharia civil está mudando seu perfil. Antes era um curso predominantemente masculino, hoje atrai cada vez mais mulheres. Em algumas universidades, o sexo feminino já ocupa quase 50% das vagas. Além disso, em mais de 80% dos casos, a família apoia a escolha. Outro dado que consta no levantamento realizado na Udesc é que atualmente 72% das estudantes que vão prestar vestibular para engenharia civil já escolhem a graduação como 1.ª opção.
O universo acadêmico também tem observado o aumento crescente de mulheres ocupando cadeiras no corpo docente das escolas de engenharia. “Uma pesquisa recente divulgada pelo MEC (Ministério da Educação) mostra que as mulheres já são maioria tanto na obtenção do título de mestre como na obtenção do título de doutor. Isto faz com que elas ingressem também na área acadêmica e, consequentemente, assumam papel relevante dentro dos cursos de engenharia”, revela Sandra Denise Krüger Alves, coordenadora do curso de engenharia civil da Udesc.
Dados do INEP/MEC, de 2011, mostram que o número de mulheres cursando engenharia cresceu 67,8% em 20 anos, enquanto o número de homens matriculados cresceu apenas 38,7%. Esse movimento feminino nos cursos de engenharia civil já se reflete no mercado de trabalho. Construtoras ligadas ao setor habitacional, por exemplo, têm privilegiado contratações de mulheres, sob a alegação de que elas obtêm resultados mais precisos. “Aqui em Florianópolis verificamos isso. A mulher engenheira tem se saído bem em funções como engenharia de segurança, projetos, organização do canteiro de obras e cumprimento de metas”, relata Sandra Denise Krüger Alves.
Uma área que ainda dificulta o mercado para as mulheres da engenharia civil é a de obras de infraestrutura, como construção de estradas e hidrelétricas. Mas a busca por especialização começa a reverter esse quadro. “As engenheiras buscam se afirmar na profissão. Elas querem se sentir seguras no que estão fazendo. Por isso, sentem a necessidade de se especializarem mais. Isto faz com que possam ter uma fundamentação melhor e maior poder de argumentação, sem contar o acesso que se tem às novas tecnologias de mercado”, avalia a coordenadora do curso de engenharia civil da Udesc.
A busca por capacitação mais apurada tem ajudado a reverter um dos obstáculos que as engenheiras civis enfrentam no mercado de trabalho: salários inferiores aos dos homens com o mesmo nível de especialização. Segundo o estudo na Udesc, uma profissional leva 10 anos para atingir uma faixa salarial acima do piso da categoria, enquanto um homem demora, em média, 7 anos. “Infelizmente, pesquisas recentes apontam que os salários dos homens ainda são um pouco maiores que os das mulheres, mas esta situação gradativamente está caminhando para um equilíbrio”, diz Sandra Denise Krüger Alves.
Entrevistada
Sandra Denise Kruger Alves, coordenadora do curso de graduação de engenharia civil da Universidade do Estado de Santa Catarina
Currículo
- Graduada em engenharia civil pela Faculdade de Engenharia de Joinville (UDESC) em 1985
- Possui mestrado na área de estruturas pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC/RJ - 1989)
- Trabalhou na Nuclebrás/RJ (1987-1990) na obra da Usina Nuclear de Angra II e na Maurbertec (SP) de 1990 a 1992, em obras de infraestrutura (pontes, viadutos, metrô, etc)
- Ingressou no Departamento de Engenharia Civil da UDESC em 1992, como professora colaboradora, e em 1993 em processo de concurso público. Leciona disciplinas da área de estruturas, e atualmente responde pela chefia e coordenação do departamento.
Contato: sandra_kruger@joinville.udesc.br
Mulheres também ganham espaço no canteiro de obras
Em Curitiba, a Hestia Construções e Empreendimentos desenvolve um projeto-piloto para capacitar mulheres a atuar nos canteiros de obras. “Estamos com duas profissionais em treinamento. Após a contratação, elas passaram por uma fase de ambientação nos canteiros de obra para identificarmos as aptidões de cada profissional. Hoje, elas estão em treinamento para as funções de pedreira e azulejista. Assim que o processo construtivo avançar nas demais obras da Hestia, serão abertas novas vagas para as mulheres no canteiro de obras, principalmente para as funções de acabamento”, explica Gustavo Selig, presidente do grupo Hestia.
Para a recepção das funcionárias, foram realizadas adaptações no canteiro de obras. As profissionais têm um vestiário próprio, onde apenas elas têm acesso às chaves da porta. Além disso, a empresa promoveu encontro com a equipe que trabalha no empreendimento explicando sobre a mudança e dando orientações sobre as novas normas de convivência. A adaptação, segundo Selig, tem sido acima da expectativa. “Acreditamos que este sucesso é devido ao processo de seleção e de ambientação. Elas tiveram um tempo hábil para se acostumar com os canteiros de obras e com os demais profissionais que, até então, eram somente do sexo masculino. No momento de ambientação, foram identificados os seus interesses e aptidões para desenvolvermos um treinamento personalizado para cada profissional”, revela.
Entrevistado
Gustavo Selig, presidente do grupo Hestia
Currículo
- Presidente de Associação dos Dirigentes de Empresas do Mercado Imobiliário do Paraná (Ademi-PR), gestão 2009-2010 e 2011-2012, e do grupo Hestia
- É engenheiro civil formado pela Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUC-PR) e Mestre em Administração de Empresas e Negócios pela Fundação Getúlio Vargas (FGV-PR)
- De 2005 a 2006, foi o representante do Instituto de Engenharia do Paraná (IEP) no Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Curitiba (Ippuc)
Contato: contato@memilia.com
Créditos Fotos: Divulgação
Jornalista responsável: Altair Santos – MTB 2330
Gestão técnica do Dnit gera boas expectativas na construção civil
Setor espera que nova diretoria do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes viabilize obras nas rodovias e aposente as operações tapa-buracos
Por: Altair Santos
No começo do segundo semestre de 2011, a presidente Dilma Rousseff decidiu impor ao ministério dos Transportes uma gestão técnica, que se estendeu também ao organismo que é um dos mais importantes no planejamento e na execução de obras de infraestrutura do país: o Dnit (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes).
Empossado, o ministro Paulo Sérgio Passos delegou poderes ao general Jorge Ernesto Pinto Fraxe – nomeado diretor-geral - para mudar o viés do Dnit. A meta é que o departamento se sustente sobre três pilares para validar obras: transparência, planejamento e projetos atualizados que não exijam aditivos contratuais quando forem aprovados.
O posicionamento agradou setores da construção civil, como a ABCP (Associação Brasileira de Cimento Portland). “O general Fraxe, além de ser excelente do ponto de vista administrativo, e isso é próprio dos militares, é um excelente engenheiro. Esta mesma eficiência ele vai levar para o Dnit, perseguindo os ideais técnicos, de qualidade e éticos da profissão. Estamos vendo a gestão dele com excelentes olhos”, disse Ronaldo Vizzoni, gerente nacional de infraestrutura da ABCP.
Uma das primeiras medidas da nova gestão do Dnit foi requisitar à presidente Dilma Rousseff a contratação de 100 engenheiros para o departamento. O objetivo é formar um corpo técnico que planeje, controle e fiscalize as obras do setor, desde o projeto até a execução. Isso vai de encontro ao que prega a ABCP. “No Consulting Business, feito pela Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo) defendemos que o governo deve ter um banco de projetos, senão, não vai resolver o gargalo nunca”, defende Vizzoni.
Na nova diretoria do Dnit, além do diretor-geral Jorge Fraxe, foi empossado o diretor-executivo Tarcisio Gomes de Freitas, o diretor de administração e finanças Paulo de Tarso Cancela Campolina de Oliveira, o diretor de infraestrutura aquaviária Adão Magnus Marcondes Proença, o diretor de infraestrutura ferroviária Mário Dirani e o diretor de infraestrutura rodoviária Roger da Silva Pêgas.
Com exceção do financeiro, que é advogado, economista e administrador, todos os demais são engenheiros civis. A cúpula do Dnit agora tem militares à frente, mas Fraxe descarta a "militarização" do departamento. “Isso é mais um ótimo sinal. O exército tem um batalhão de engenharia extremamente eficiente, mas não é missão, nem função do exército, querer competir com o mercado. Ele nem tem estrutura para esse volume todo de obra que se impõe”, avalia o gerente nacional de infraestrutura da ABCP.
Tapa-buracos
O que a ABCP defende é que a nova gestão do Dnit, ao priorizar projetos e planejamento, consiga livrar as rodovias brasileiras de operações tapa-buracos. “Operação tapa-buracos é algo que evidencia erros de projeto e de planejamento. Se abriu buraco, é porque não tinha drenagem, porque usaram pavimento de asfalto quando deveria ser de concreto, ou seja, faltou projeto e planejamento”, diz Ronaldo Vizzoni, confiando que o novo diretor-geral Jorge Fraxe conseguirá mudar o departamento. “Ele pediu um prazo de seis meses para colocar a casa em ordem, colocar tudo nos eixos. Isso significa que até o fim do ano vai ser um trabalho de organização e planejamento, para que em 2012 se retome tudo”, completa.
Diretoria do Dnit
Jorge Fraxe, diretor-geral: ingressou no Exército em 1972, como aluno da Academia Militar de Agulhas Negras, pela qual se diplomou como oficial engenheiro, e chegou a diretor de Obras de Cooperação da Força.
Tarcísio Gomes de Freitas, diretor-executivo: formou-se em engenharia civil pelo Instituto Militar de Engenharia (IME) e atuou como engenheiro da Companhia de Engenharia Brasileira na Missão de Paz no Haiti. Foi também auditor da Controladoria-Geral da União (CGU).
Paulo de Tarso Cancela Campolina de Oliveira, diretor de Administração e Finanças: é formado em direito, economia e administração de empresas, com MBA em finanças. Atualmente faz mestrado em gestão de empresas pela Fundação Getúlio Vargas, no Rio de Janeiro. É servidor público da Secretaria do Tesouro Nacional desde 2005. Em 2007, ingressou no Banco do Estado do Rio de Janeiro.
Adão Magnus Marcondes Proença, diretor de Infraestrutura Aquaviária: engenheiro civil especialista em técnicas construtivas e em engenharia de produção. Desde 2009 trabalha no ministério dos Transportes como especialista sênior em infraestrutura civil e aquaviária - cargo voltado para a gestão de portos e hidrovias da Bacia Amazônica e do Mercosul.
Mário Dirani, diretor de Infraestrutura Ferroviária: é engenheiro civil especializado nas áreas de regulação, defesa da concorrência e concessões. Desde 2008 atua como especialista em infraestrutura sênior do ministério dos Transportes. Também trabalhou na Agência Nacional de Transportes Terrestres e na Rede Ferroviária Federal. Foi professor da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-RJ).
Saiba mais aqui.
Entrevistado
Dnit (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes)
Ronaldo Vizzoni, gerente nacional de infraestrutura da Associação Brasileira de Cimento Portland (ABCP)
Currículo
- Ronaldo Vizzoni é engenheiro civil e administrador de empresas pela Universidade Mackenzie (SP)
- Pós-graduado em Marketing Industrial pela FGV
- Projetista de estruturas
- Profissional da ABCP desde 1996, tendo atuado como gerente do escritório regional de São Paulo até 2001
- Atualmente é gerente da área de infraestrutura e líder do projeto de pavimentação da ABCP
Contato: imprensa@dnit.gov.br / ronaldo.vizzoni@abcp.org.br
Créditos Fotos: Divulgação/ABCP/Antônio Cruz/Abr