Modal hidroviário tem expectativa de receber R$ 2,7 bilhões do PAC2
Atualmente, Brasil transporta cerca de 100 milhões de toneladas por ano pelas hidrovias. Até 2015, pretende que esse volume represente 29% de toda a carga movimentada no país
Por: Altair Santos
O Brasil tem 41 mil quilômetros de rios navegáveis, mas utiliza apenas 13 mil. Esse número perde 1/3 de seu potencial no período da estiagem, quando hidrovias como a Tocatins-Araguaia, a do São Francisco e a do Madeira entram no período das “águas baixas” e se tornam praticamente inviáveis à navegação de grande porte. Por causa desses empecilhos climáticos e também por falta de investimento, o país hoje movimenta apenas 100 milhões de toneladas por ano através do transporte aquífero. Nos Estados Unidos, somente a hidrovia Missisipi-Missouri desloca 600 milhões de toneladas anualmente. Já na europeia Reno-Danúbio são 300 milhões.
Atualmente, o transporte hidroviário corresponde a 18% de toda a carga movimentada por ano no Brasil, contra 21% do ferroviário, 56% do rodoviário e 5% do aéreo. Segundo prevê o Plano Nacional de Logística de Transportes (PNLT) até 2025 a expectativa do governo federal é que as hidrovias correspondam a 29% do transporte de cargas no país. Por isso, a segunda etapa do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC2) prevê investimento de R$ 2,7 bilhões no modal hidroviário. Boa parte destes recursos irá para a criação do corredor Telespites-Tapájos e melhorias nas hidrovias Tocantis-Araguaia e Paraguai-Paraná, segundo a Antaq (Agência Nacional de Transportes Aquaviários).
Hoje, segundo o superintendente de navegação do interior da Antaq, Adalberto Tokarski, apenas a Tietê-Paraná opera no país 24 horas por dia e durante 12 meses. O objetivo é que essas hidrovias que receberão recursos do PAC2 também se tornem navegáveis durante todo o ano, assim como a de Tucuruí, entre Marabá e Vila do Conde, no Pará, num trecho de 445 quilômetros. Desde 2010, esse corredor conta com duas novas eclusas, que agora permitem a navegação de comboios de até 19 toneladas. São obras reivindicadas há 30 anos e que ficaram paradas entre 1981 e 2007.
Há quatro anos foram retomadas em ritmo intenso, graças à injeção de R$ 1 bilhão através de recursos do PAC. A obra impressiona pela grandiosidade. O volume de concreto usado na construção seria suficiente para construir 25 estádios de futebol do tamanho do Maracanã. Cerca de 3.500 operários trabalharam continuamente nas eclusas, que medem 210 metros de largura e 33 metros de comprimento, cada uma. “Para essa hidrovia se tornar navegável por 12 meses, ininterruptamente, falta realizar dragagens em alguns trechos e fazer o derrocamento em outros”, explica Adalberto Tokarski.
Nas hidrovias do norte do país, o minério de ferro é o principal produto transportado nos corredores. Já na região sudeste, o combustível tem se destacado. Segundo o superintendente da Antaq, a iniciativa privada tem sido parceira em novos investimentos no setor. “Na hidrovia Tietê-Paraná, há empresas aprimorando o transporte de álcool combustível (etanol). Na Amazônia, tanto para navegar no Tapajós quanto Madeira, tem alguns setores investindo também, e a mesma coisa acontece no rio Paraguai, onde a Vale comprou a Rio Tinto e quer atingir o volume de 20 milhões por anos naquele trecho”, revela.
Outro ponto destacado pela Antaq é que a engenharia brasileira domina todo o processo de construção de hidrovias, o que torna esse modal mais viável. “Não é preciso importar nenhum tipo de tecnologia para o Brasil construir hidrovias. O país domina a construção de barragens e de eclusas e dispõe de equipamentos para dragagens e derrocamento”, explica Adalberto Tokarski.
Principais hidrovias brasileiras
- Madeira, ligando Porto Velho-RO a Itacoatiara-AM (1.056 km)
Escoa grãos e minérios
- São Francisco, ligando Pirapora-MG a Juazeiro-BA (1.371 km)
Usada como alternativa no transporte de cargas
- Tocantins-Araguaia (2.250 km)
Escoa grãos e minérios
- Tietê-Paraná, ligando Conchas-SP a São Simão-SP (2.400 km)
Escoa, carga, grãos e combustível
- Paraguai-Paraná, liga Corumbá-MS até Porto de Nueva Palmira-Uruguai (1.323 km)
Escoa principalmente soja
Entrevistado
Adalberto Tokarski, superintendente de navegação Interior da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq)
Currículo
- Graduado em engenharia civil e tem experiência nos setores privado e público nas áreas de transporte multimodal e logística
- Também representa a Antaq no Acordo Binacional Brasil-Uruguai sobre a hidrovia da Lagoa Mirim, além de coordenar o Grupo G5+1, formados pelo estados do Paraná, São Paulo, Minas Gerais, Goiás e Mato Grosso do Sul e pelo governo federal (representado pelo Ministério dos Transportes, Dnit e Antaq), que estuda e planeja o avanço da Hidrovia Tietê-Paraná
Contato: mailto:adalberto.tokarski@antaq.gov.br / asc@antaq.gov.br (assessoria de imprensa) / www.antaq.gov.br
Créditos fotos: Divulgação/Antaq
Jornalista responsável: Altair Santos - MTB 2330
Venda de imóvel na planta ou pelo panfleto abole termo 'imagem meramente ilustrativa'
Por lei, empresas devem entregar aquilo que prometem. SindusCon e Procon orientam consumidor a procurar construtoras que seguem as normas setoriais
Por: Altair Santos
Campanhas de lançamento de imóveis já geraram muita dor de cabeça, tanto para compradores quanto para construtoras. Isso precisou da intervenção do Código do Consumidor, que tem conseguido chegar a um bom termo quanto ao conteúdo que é trazido nos panfletos em relação às obras concluídas e entregues ao cliente.
A equação que minimiza perdas e danos também teve participação ativa do SindusCon (Sindicato da Indústria da Construção Civil) no sentido de orientar as empresas. “Hoje, as construtoras estão atentas a isso, até porque a lei assim exige. Da mesma forma, o consumidor, melhor informado, também tem checado se as informações contidas nos prospectos de venda constam do memorial de incorporação”, diz Marcos Kahtalian, diretor de marketing do SindusCon-PR.
Atualmente, no Procon (procuradoria do Consumidor) do Paraná – contabilizando apenas dados de 2011 –, há 73 reclamações contra construtoras que atuam no estado. “A maioria se refere a imóveis vendidos na planta, que não respeitaram o prazo de entrega”, explica Cláudia Francisca Silvano, coordenadora do Procon-PR. Quando isso ocorre, a empresa autuada pode acabar pagando multa que varia de R$ 426,00 a R$ 3 milhões.
Para evitar transtornos, o SindusCon recomenda que o consumidor, antes de fechar negócio, verifique se a construtora segue as normas setoriais incentivadas pelo sindicato. “A compra de imóvel na planta implica na aquisição de uma promessa. Nesse sentido, para que o consumidor compre de uma empresa, ele precisa confiar nas promessas dessa empresa e ser sensível ao histórico dela, às suas ações e ao relacionamento dela com os clientes”, completa Kahtalian.
Diante desta nova relação entre clientes e construtoras, um subterfúgio antes comum nas peças publicitárias sobre imóveis está caindo em desuso. Trata-se da utilização do termo “imagem meramente ilustrativa”. Já é consenso legal de que a utilização desta expressão em panfletos, páginas da internet e em outras mídias não isenta a empresa de responsabilidade. “A oferta vincula a construtora. Portanto, aquilo que é ofertado no material publicitário tem que ser cumprido. Neste caso, o uso da frase imagens meramente ilustrativas não exime de responsabilidade a empresa”, alerta a coordenadora do Procon-PR.
Sob o ponto de vista do SindusCon, a orientação para as construtoras é que elas só iniciem a venda dos imóveis quando estiverem com o registro da incorporação em mãos, e que sigam fielmente o que preconiza o memorial da obra.
Segundo Marcos Kahtalian, é preciso entender que a transação em torno de um imóvel é mais complexa que as que envolvem outros bens de consumo. “O imóvel, quase sempre, é um investimento familiar. Trata-se de um bem de consumo durável e com valor agregado alto. Por isso, a compra é mais complexa. Mas atualmente as incorporadoras estão atentas a isso e sabem que o processo de compra é mais delicado”, conclui o diretor de marketing do SindusCon-PR.
Entrevistados
Marcos Kahtalian, diretor de marketing do Sindicato da Indústria da Construção Civil no Paraná (SindusCon-PR)
Cláudia Francisca Silvano, coordenadora da Procuradoria do Consumidor no Paraná (Procon-PR)
Currículos
- Marcos Kahtalian é professor de marketing e marketing de serviços dos cursos de graduação e pós-graduação da FAE Business School, em Curitiba
- Mestre em Multimeios pela Unicamp, escreve regularmente colunas de negócios para jornais, revistas e portais de internet
- É consultor de empresas nas áreas de marketing e gestão há mais de 10 anos e atualmente ocupa o cargo de diretor de marketing do SindusCon-PR
- Cláudia Francisca Silvano é advogada, pedagoga, professora universitária de cursos de graduação e pós-graduação.
- Pós-graduada em direito civil e empresarial, atualmente é coordenadora do Procon-PR
Contatos: marketing@sindusconpr.com.br / claudia@procon.pr.gov.br
Créditos Fotos: Divulgação
Jornalista responsável: Altair Santos - MTB 2330
Canteiro de obras organizado ajuda construção a ficar até 8% mais barata
Por: Altair Santos
Em seu livro, Projeto e Implantação do Canteiro, Ubiraci E. Lemes de Souza descreve que uma obra que tenha seu pátio de construção bem organizado pode evitar perdas financeiras que variam de 3% a 8% em seu orçamento geral. Segmentando por materiais, desde que o armazenamento e o transporte sejam corretos, o desperdício cai nas seguintes percentagens por insumo: cimento (56%), areia (44%), cal (30%), condutores (27%), tubos de PVC e eletrodutos (15%).
São números que mostram que um empreendimento jamais pode começar sem que não se tenha definido a estratégica logística para o canteiro de obras. “Cabe ao engenheiro ter uma boa visão das fases, planejar bem o cronograma, o famoso gráfico de Gantt, e pensar ao longo da obra para promover mudanças no canteiro aproveitando os espaços já construídos. Isso é que fará o trabalho se desenvolver sem atropelos”, explica Roberto Guidugli, especialista em elaboração e gerência de projetos.
Além da gestão dos insumos, a estratégia não pode também se esquecer da mão de obra. Para isso, há duas normas que regulamentam o canteiro. São a NR-18 (Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção) e NR-12284 (Áreas de Vivencia em Canteiros de Obra). “Elas trouxeram novos conceitos aos canteiros de obras e nos últimos dez anos dá para dizer que os pátios das construções estão razoavelmente mais bem organizados. A melhoria é significativa”, avalia Roberto Guidugli.
O especialista alerta, porém, que a construção civil no Brasil ainda precisa investir mais na mecanização do canteiro de obras. “Nós usamos poucos equipamentos para substituir mão de obra e também é reduzida a utilização de produtos semiacabados. No país usa-se muito pouco as gruas, por exemplo. Na Alemanha, você não constrói uma casa sem utilizar uma grua. Aqui, nos prédios até cinco pavimentos, raramente são utilizadas gruas. Também é raro ver esteiras para transportar materiais, assim como o uso de materiais paletizados”, diz.
Roberto Guidugli analisa também que o Brasil precisa avançar no planejamento e na racionalização da obra. “Isso é algo que precisa nascer com o projeto, o que raramente é feito”, afirma. O consultor sugere que os construtores promovam mais intercâmbios. “Eles precisam visitar canteiros de obras que funcionam com bons níveis de organização, participar de congressos e palestras sobre o assunto, ler o que está sendo publicado na área”, recomenda.
Just in time
Outra prática pouco utilizada ainda no Brasil é o processo Just in time, em que o construtor estabelece parcerias com os fornecedores e já recebe o material adequado à obra. “No Brasil, isso só ocorre com o concreto. Quanto aos outros materiais, ainda é muito pequena a demanda. O Just in time no país depende muito de um amadurecimento da gestão da construção civil e de toda a cadeia produtiva”, considera Roberto Guidugli.
Mais um aspecto abordado pelo consultor está relacionado à falta de engenheiros no mercado. Segundo ele, há profissionais atualmente respondendo por até quatro obras ao mesmo tempo. “Qual o tempo que ele vai ter para pensar na logística do canteiro de obras? O ideal é um engenheiro por obra, para que ele possa estudar e planejar todas as etapas da obra, mas não é o que acontece na prática”, finaliza.
Dicas de como armazenar materiais no canteiro de obras
Areia e brita
Terreno precisa estar pavimentado
Materiais devem ser separados por baias e cobertos por lona plástica
Cimento e cal
Material deve ser armazenado sobre estrados de madeiras e ficar em ambiente fechado e livre de umidade
Madeiras, telhas, tijolos ou blocos de concreto
Em local fechado ou coberto por lonas plásticas, para não ficar exposta ao tempo. O ideal é que sejam entregues em embalagens paletizadas
Louças sanitárias
O ideal é que cheguem à obra apenas quando os pavimentos estiverem erguidos, para que possam ser distribuídas nos locais onde serão instaladas. Devem ser mantidas na embalagem original até a instalação
Barras de ferro e tubos e conexões
Devem ser separados de acordo com a bitola e ficar em local coberto e seco
Tintas
Devem ficar em local coberto, seco e livre de altas temperaturas
Entrevistado
Roberto Rafael Guidugli Filho, consultor e especialista em elaboração e gerência de projetos, planejamento e controle de produção e capacitação de pessoal nos canteiros de obras
Currículo
- Graduado em engenharia civil pela Universidade Federal de Ouro Preto (1980)
- Possui especialização em engenharia econômica pela Fundação Dom Cabral (1995) e mestrado em engenharia de produção na área de gestão de qualidade, pela Universidade Federal de Minas Gerais (2002)
- Já atuou em organismos governamentais como Superintendência de Desenvolvimento da Capital (SUDECAP), Companhia Urbanizadora de Belo Horizonte (URBEL) e Secretaria Municipal Regional de Serviços Urbanos (Belo Horizonte)
- Atualmente é consultor de empresas privadas e estatais e, como professor, ministra cursos de pós-graduação (Lato sensu) na UFMG, no Cefet-MG e na Fumec. Possui artigos publicados no Brasil e no exterior
Contato: robertoguidugli@luisborges.com.br / guidugli@valoragregadoconsultoria.com.br
Créditos Fotos: Divulgação
Jornalista responsável: Altair Santos - MTB 2330
Inovação e sustentabilidade marcam 53º Congresso Brasileiro do Concreto
Evento promovido pelo IBRACON, em Florianópolis, teve a apresentação de 524 artigos e o aguardado lançamento do livro Concreto: Ciência e Tecnologia
Por: Altair Santos
De 1º a 4 de novembro de 2011, áreas importantes da cadeia produtiva da construção civil participaram, em Florianópolis, de um dos mais aguardados eventos do setor: o 53º Congresso Brasileiro do Concreto (CBC) promovido anualmente pelo IBRACON (Instituto Brasileiro do Concreto). Nesta recente edição, o encontro estabeleceu um recorde no número de trabalhos técnico-científicos propostos no fórum nacional de debates sobre o concreto e seus sistemas construtivos. Foram 524 apresentações, que se somaram a outras 24, voltadas exclusivamente para a 2ª conferência internacional sobre as melhores práticas em pavimentos de concreto – realizada paralelamente ao evento.
Os 524 artigos técnico-científicos apresentados no 53º Congresso Brasileiro do Concreto e nos eventos paralelos abordaram as seguintes áreas:
Número de trabalhos aprovados | Temas/Evento Paralelo |
Gestão e Normalização | 13 |
Materiais e Propriedades | 263 |
Projeto de Estruturas | 49 |
Métodos Construtivos | 14 |
Análise Estrutural | 114 |
Materiais e Produtos Específicos | 41 |
Sistemas Construtivos Específicos | 15 |
Seminário de Infraestrutura Metroviária e Ferroviária | 15 |
O IBRACON considera também que o evento sobre pavimentação rígida foi o maior do mundo sobre o assunto. “Reunimos 12 convidados internacionais, considerados os maiores especialistas no assunto”, revela José Marques Filho, presidente do Instituto, reforçando que o tema central de todos os debates ocorridos no 53º Congresso Brasileiro do Concreto (CBC) foi o desenvolvimento da infraestrutura, com sustentabilidade. “Finalmente conseguimos reunir toda a cadeia de produção de concreto, juntamente com a área acadêmica, para criar um consenso em torno da sustentabilidade e também para debater projetos inovadores para o nosso setor”, completou.
O Congresso Brasileiro do Concreto, do qual participaram a Cimento Itambé e a Concrebras, tornou-se também um evento referência para o lançamento de livros técnicos publicados pelo IBRACON. Isso ocorre desde 2005, e em 2011 foi apresentada a obra Concreto: Ciência e Tecnologia. O livro contém 51 capítulos, divididos em sete partes, cada uma delas composta pelos seguintes assuntos:
Parte I
Introdução: a evolução do concreto; da arquitetura à estrutura; princípios do projeto estrutural; diretrizes de projeto para desempenho das estruturas; normas e códigos nacionais e internacionais
Parte II
Materiais: cimento Portland; agregados naturais e artificiais; adições minerais; água; aditivos químicos
Parte III
Concreto Fresco: reações de hidratação e pozolânicas; dosagem, propriedades, produção e controle de concreto dosado em central e em canteiro
Parte IV
Propriedades do Concreto Endurecido: nanoestrutura e microestrutura; resistência mecânica; propriedades elasto-plásticas; retração por secagem e fluência; propriedades térmicas
Parte V
Durabilidade do Concreto: ações do meio ambiente; conceitos de durabilidade e vida útil; mecanismos de transporte de massa; ação da carbonatação; ação de cloretos; corrosão das armaduras; reações álcali-agregados; ações físicas e químicas; ações do fogo; ação de agentes biológicos
Parte VI
Patologia, inspeção, diagnóstico e reabilitação: patologia das estruturas; resistência mecânica e fissuração de estruturas acabadas; reabilitação e reforço; proteções superficiais; monitoramento das estruturas
Parte VII
Concretos especiais: de alto e ultra-alto desempenho; com fibras; projetado; concreto massa e compactado a rolo; pavimentos viários; pisos industriais; concreto leve estrutural; concreto pré-fabricado; com polímeros; arquitetônico e decorativo; concreto branco; com agregados reciclados; autoadensável; para fins específicos e de última geração; concreto sustentável; nanociência e nanotecnologia dos materiais cimentícios
Em Concreto: Ciência e Tecnologia, o enfoque central é o estado da arte do material industrializado. O livro foi escrito por uma equipe de professores e profissionais experientes ligados ao IBRACON e em seu lançamento atraiu muitos acadêmicos ao congresso, principalmente pós-graduados. “Ele esmiúça as melhores formas de projetar e construir com concreto”, diz José Marques Filho, comemorando o sucesso do o 53º Congresso Brasileiro do Concreto (CBC).
Entrevistado
José Marques Filho, presidente do IBRACON (Instituto Brasileiro do Concreto)
Currículo
- Graduado em engenharia civil pela Universidade de São Paulo (1980)
- Tem mestrado em engenharia civil pela Universidade de São Paulo (1990) e doutorado em engenharia civil pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (2005)
- Atualmente é consultor da Companhia Paranaense de Energia (Copel) e coordenador e colaborador do Comitê Brasileiro de Barragens, além de colaborador da International Commission on Large Dams
- Também é professor adjunto da Universidade Federal do Paraná (UFPR)
- Tem experiência nos seguintes temas: CAR, Barragens, Caracterização, Laboratório de Concreto, Maciço Experimental e materiais.
Contato: jmarques@copel.com / fabio@ibracon.org.br (assessoria de imprensa) / www.ibracon.org.br
Créditos fotos: Divulgação/IBRACON
Jornalista responsável: Altair Santos - MTB 2330
Escassez de terrenos e novas tecnologias reativam conceito de casas geminadas
Projetos têm conseguido bons resultados termoacústicos e arquitetônicos, o que volta a atrair empreendimentos classe A para esse modelo de construção
Por: Altair Santos
A definição de casa geminada se dá quando duas ou mais habitações têm plantas baixas iguais, porém rebatidas, usando uma mesma parede como divisória. Hoje, esse tipo de construção não tem servido apenas para programas habitacionais, mas passou também a ser incorporada por construções de alto padrão. Um dos motivos é que novas técnicas construtivas permitiram resolver três dos principais problemas que levavam à rejeição da casa geminada: a iluminação e as questões acústicas e térmicas.
Segundo Gustavo Pinto, presidente da AsBEA-PR (Associação Brasileira de Escritórios de Arquitetura no Paraná) boa parte dos projetos hoje já consegue compensar luminosidade e ventilação, além de reduzir satisfatoriamente o impacto termoacústico. “Desde que se execute a técnica adequada, trabalhando com paredes duplas e manta de isolamento, tem-se uma sensível redução destas desvantagens da casa geminada”, afirma. “Agora, se não usar a técnica adequada você passa a ter dificuldades”, completa.
Na opinião do arquiteto, a vantagem da casa geminada é que ela possibilita explorar ao máximo o potencial construtivo do terreno. “Ela permite concentrar a área edificada numa parte do terreno e libera outras para recreação, circulação e estacionamento”, diz. Por isso, cresce o número de projetos classe A de casas geminadas. “Em São Paulo, atualmente, no bairro do Morumbi, há muito projetos assim”, afirma.
A maioria das capitais brasileiras conta com legislação específica para construções geminadas ou aborda os padrões deste tipo de casa em seu código de posturas e obras do município. Já em algumas cidades do interior não há um regramento claro. Com as novas normas do Minha Casa, Minha Vida 2, há prefeituras obrigadas a legislar sobre o assunto. É o caso de Maringá, no noroeste do Paraná, que recentemente determinou que casas geminadas só poderão ser construídas em terrenos com, no mínimo, 400 m².
Para Gustavo Pinto, Curitiba é a cidade com uma das legislações municipais mais bem acabadas sobre casas geminadas. “Ela dá parâmetros muito claros de como você pode ocupar esse tipo de construção no terreno, mantendo a qualidade espacial mínima, principalmente das áreas comuns”, diz o arquiteto. Isso talvez explique o sucesso de construções geminadas na capital paranaense, principalmente sob a forma de sobrados.
Nada se compara, porém, em que se transformou a casa geminada na Inglaterra. O modelo hoje é um padrão cultural entre os britânicos. “Na Inglaterra, existem bairros inteiros com casas geminadas de quadra a quadra. Nos fundos, eles transformam tudo em área comum e em área de recreação. Isso é cultural e vem desde a revolução industrial, motivada também pela questão de ocupação, de eles terem menos áreas para construir”, afirma o presidente da AsBEA-PR, para quem os ingleses deixaram um legado para o mundo sobre construção de casas geminadas. “Eles desenvolveram projetos arquitetônicos interessantes e bem compatibilizados sob o ponto de vista hidráulico, elétrico e estrutural”, finaliza.
Créditos foto: Divulgação
Jornalista responsável: Altair Santos - MTB 2330
Universidade investe em produção intelectual continuada para recompor perdas ao mercado
Por: Altair Santos
O maior interesse das empresas em desenvolver departamentos de P&D (Pesquisa e Desenvolvimento) tem atraído mestres e doutores do mundo acadêmico para a iniciativa privada. Atentas, para que não haja uma dispersão de cérebros em seus corpos docentes, as universidades intensificam a produção intelectual continuada, através de seus programas de pós-graduação. “Hoje, a formação de recursos humanos está estruturada para suportar eventuais perdas ou trocas de docentes de seus quadros. As linhas de pesquisa englobam vários docentes e a saída esporádica de alguns deles não diminui a capacidade destes programas em formar recursos humanos de alta qualidade no mestrado e no doutorado”, explica o professor-doutor Edilson Sérgio Silveira, coordenador geral dos programas de pós-graduação da Universidade Federal do Paraná (UFPR).
No âmbito das empresas, o Brasil ocupa posição desfavorável em produção de conhecimento, se comparado a outros países. Por isso, Edilson Sérgio Silveira avalia como positivo o fato de algumas companhias estarem investindo nesta área, nem que isso resulte em perdas para o universo acadêmico. Ele ressalta, porém, que isso seria mais interessante se ocorresse em conjunto com as universidades. “Algumas empresas desenvolvem esta construção de conhecimento e de desenvolvimento tecnológico em parceria com as universidades, mas são poucas. A Petrobras é um destes exemplos. É preciso entender que um ambiente favorável à pesquisa engloba não apenas infraestrutura física, como laboratórios e equipamentos, mas também grupos de pesquisadores de alto nível. O investimento é custoso, mas essencial para manter a empresa competitiva”, diz.
No entanto, o pesquisador que se transfere de uma universidade para a iniciativa privada precisa saber que irá encontrar um ambiente diferenciado para desenvolver seu trabalho. “A postura do pesquisador em um ambiente de empresa é diferente da apresentada em ambiente acadêmico, mesmo porque os objetivos são outros. A função primordial da academia é a formação de recursos humanos de altíssima qualidade. Já a função da empresa é a obtenção de lucro através do desenvolvimento de novos produtos. Este tipo de pressão pode sim influenciar o desempenho do pesquisador no mercado fora da academia. Por isso, em algumas áreas, é crucial a parceria entre empresa e universidade”, alerta o coordenador dos programas de pós-graduação da UFPR.
A Cimento Itambé mantém desde 2007 um Convênio com a Universidade Federal do Paraná e dentro deste Convênio, está patrocinando em 2011 uma pesquisa sobre concreto junto à cadeira de Materiais de Construção com o envolvimento de dois professores e três alunos bolsistas da graduação.
O Brasil forma atualmente cerca de 12 mil doutores por ano e 36 mil mestres. Em algumas áreas, no entanto, ainda faltam pesquisadores. É o caso das engenharias, onde o mercado tem competido muito com a pós-graduação pelos profissionais. “Certamente, essa dificuldade passa também pela perspectiva de um salário maior do que o incentivo oferecido por uma bolsa de doutorado ou mesmo de mestrado que o aluno receberia durante sua estadia num programa de pós-graduação”, avalia Edilson Sérgio Silveira. Para reverter esse quadro, algumas universidades têm incentivado a cultura empreendedora em seus alunos. Assim, dentro do próprio universo acadêmico eles começam a incubar empresas com caráter inovador. Na UFPR, essa prática permitiu que o número de pós-graduados crescesse 8% de 2008 para cá. Em 2010, a universidade titulou 800 mestres e 250 doutores.
As agências de fomento também têm sido aliadas das universidades para segurar seus pesquisadores. “A UFPR, assim como outras instituições deste porte, incentiva seus pesquisadores a obter financiamento para suas pesquisas nas instituições
de fomento. Também submetemos, como instituição, vários projetos para estas agências de fomento, de modo a garantir um nível de investimento em infraestrutura e equipamentos. Com isso, foi possível fazer com que tanto o número de programas de pós-graduação quanto o número de alunos destes programas aumentasse nos últimos anos”, conclui o professor-doutor Edilson Sérgio Silveira.
Jornalista responsável: Altair Santos - MTB 2330
Concreto armado inspira as igrejas de Oscar Niemeyer
Por: Altair Santos
Ícone mundial da arquitetura moderna, e em plena atividade aos 103 anos de idade, Oscar Niemeyer lançou em agosto de 2011 um livro que reúne os principais projetos que fez de templos religiosos. As Igrejas de Oscar Niemeyer traz imagens coloridas de 16 catedrais, igrejas e capelas. Em comum, elas têm suas estruturas erguidas em concreto armado. O material inspira toda a obra do arquiteto.
Oscar Ribeiro de Almeida Niemeyer Soares foi o pioneiro na exploração das possibilidades construtivas e plásticas do concreto armado, sobre o qual definiu sua obra. “Não é o ângulo reto que me atrai, nem a linha reta, dura, inflexível, criada pelo homem. O que me atrai é a curva livre e sensual, a curva que encontro nas montanhas do meu país, no curso sinuoso dos seus rios, nas ondas do mar, no corpo da mulher preferida. De curvas é feito todo o universo, o universo curvo de Einstein”, disse , em uma de suas memoráveis frases.
Formado em arquitetura pela Escola Nacional de Belas Artes, Oscar Niemeyer iniciou a consolidação de sua vasta obra com um símbolo da religiosidade: a igreja da Pampulha, que faz parte de um complexo arquitetônico construído entre 1940 e 1944 em Belo Horizonte, a pedido do então prefeito da capital mineira, Juscelino Kubitschek.
A ruptura de conceitos em relação às construções tradicionais de igrejas levou o arquiteto a ganhar notoriedade e a ousar ainda mais. Nos anos 1950, durante a construção de Brasília, projetos seus deram origem à catedral da nova capital, à capela do Palácio da Alvorada e à capela Nossa Senhora de Fátima. Anos mais tarde, ainda no Distrito Federal, ele teve executados seus projetos da Igreja Ortodoxa (1986) e da Catedral Militar (1992).
Niemeyer, que sempre se declarou ateu convicto e comunista, faz em As Igrejas de Oscar Niemeyer um relato do que o influenciou a projetar igrejas. “Nasci em uma família muito religiosa. Meu avô era religioso. Na casa onde eu morei, tinha cinco janelas, uma delas transformada em oratório pela minha avó. Tinha missa lá em casa. Era uma coisa muito natural”, conta.
Por isso, o arquiteto não para de receber propostas para elaborar projetos de igrejas. Os mais recentes são: uma mesquita em Argel, capital da Argélia; uma capela em Potsdam, na Alemanha, e a Catedral do Cristo Rei, em Belo Horizonte. Da concepção à materialização das obras, Niemeyer conta com a fundamental parceria do engenheiro civil José Carlos Sussekind, que desde 1978 substitui o já falecido Joaquim Cardozo. Essa simbiose entre arquiteto e engenheiro já rendeu até um livro: Conversa de Amigos - Correspondência entre Oscar Niemeyer e José Carlos Sussekind.
As Igrejas de Oscar Niemeyer é a terceira obra literária assinada pelo arquiteto. Além dela e o da parceria com José Carlos Sussekind, ele já havia lançado seu livro de memórias, em 1999: As Curvas do Tempo. Niemeyer também inspira outros autores, como o arquiteto gaúcho Eduardo Pizzato, que fez uma avaliação técnica dos principais projetos deste símbolo da arquitetura e lançou o trabalho Curvas nas Obras de Oscar Niemeyer, em parceria com a Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Na obra, há uma frase que define a relação entre Niemeyer e o material que é a essência de seu trabalho: “Ele explora a plasticidade do concreto armado como ninguém”.
Jornalista responsável: Altair Santos - MTB 2330
Construção de edifícios altos exige modelos estruturais diferenciados
Por: Altair SAntos
O Brasil ainda não atingiu o estágio dos arranha-céus com mais de 100 andares, mas a engenharia estrutural do país já convive com um novo patamar de edifícios. Atualmente, não é raro despontarem prédios com altura acima de 100 metros nas principais metrópoles brasileiras. Sob o ponto de vista construtivo, são projetos que carecem de cuidados especiais. “Não se pode pensar em projetar este tipo de edifício sem o consumo de muitas horas na análise do modelo estrutural”, explica Augusto Guimarães Pedreira de Freitas, vice-presidente de Tecnologia e Qualidade da ABECE (Associação Brasileira de Engenharia e Consultoria Estrutural).
Empreendimentos que pretendem atingir uma altura superior a 100 metros têm requisitos diferenciados em relação a prédios com menos pavimentos. Entre eles, a forma de cálculo. “Não são todos os escritórios capacitados para este tipo de estrutura”, lembra Augusto Guimarães Pedreira de Freitas, que ressalta que a parceria com a arquitetura passa a ser fundamental neste tipo de edificação: “Não tem como desenvolver estes prédios sem uma adequação grande da arquitetura ao sistema estrutural, que precisa ser composto por conjuntos de estruturas aporticadas e pilares-paredes. Isto deve estar bem inserido na planta de arquitetura.”
Outro ponto fundamental para projetos desta envergadura envolve testes em túnel de vento. “Para os edifícios altos, obviamente o vento é uma carga muito importante, que deve ser tratada como tal. Essa carga e o tipo de fundação, no entanto, não limitam a altura do edifício do ponto de vista técnico. Podem sim, limitar do ponto de vista econômico, pois a solução pode ficar muito cara para a viabilidade do empreendimento. Por isso, ressalto, a parceria com a arquitetura é muito importante. A solução de arquitetura deve levar em conta os recursos do sistema estrutural necessário, onde existir situações em que haja fatores adversos”, alerta o dirigente da ABECE.
Descuidos nos sistemas complementares de projetos para edifícios superaltos podem causar patologias como fissuras nas alvenarias de vedação e na interface com a estrutura. Por isso, para prédios acima de 80 metros, é obrigatório um projeto tanto de alvenaria de vedação quanto de revestimentos internos e de fachada. “Obviamente, a movimentação deste tipo de prédio não é pequena e este fator deve ser levado em conta nos sistemas complementares de vedação e acabamento”, ressalta Augusto Guimarães Pedreira de Freitas.
Outra exigência para projetos desta envergadura está relacionada à qualidade do concreto. “A classe do concreto aumenta. Para estas alturas, o ponto de partida é o C40, mas concretos ainda mais altos são cada vez mais comuns. Estes concretos, obviamente, têm uma importância enorme e situações de não conformidade, tão comuns ultimamente, são inadmissíveis. Para isto, é fundamental que se tenha um engenheiro responsável pelo controle tecnológico garantindo esta conformidade”, pondera o vice-presidente de Tecnologia e Qualidade da ABECE, que conclui que o essencial para este tipo de empreendimento é que a equipe de obras tenha um requisito básico: experiência.
A ABECE promoveu nos dias 26 e 27 de outubro de 2011 o 14º ENECE (Encontro Nacional de Engenharia e Consultoria Estrutural). Os projetos de edifícios com mais de 100 metros de altura fizeram parte dos debates. Uma das palestras tratou do dimensionamento para concretos de classes mais altas e da revisão da NBR 6118 - Projeto de Estruturas de Concreto.
Entrevistado
Augusto Guimarães Pedreira de Freitas, vice-presidente de Tecnologia e Qualidade da ABECE (Associação Brasileira de Engenharia e Consultoria Estrutural)
Currículo
- Graduado em engenharia civil pela EPUSP (Escola Politécnica da Universidade de São Paulo) em 1988
- Possui especialização em vários cursos de extensão na área de projeto estrutural de concreto armado e protendido, alvenaria estrutural e garantia de qualidade
- É sócio e diretor administrativo do Escritório Pedreira de Freitas S/C Ltda
- Ocupa a vice-presidência de Tecnologia e Qualidade da ABECE (Associação Brasileira de Engenharia e Consultoria Estrutural)
Contato: prefixocom@terra.com.br (assessoria de imprensa)
Créditos fotos: Divulgação
Jornalista responsável: Altair Santos - MTB 2330
Prédio em SC é o 1º a ganhar selo ouro de sustentabilidade da Caixa
Edifício em Joinville atende 32 dos 53 requisitos da classificação, nas categorias qualidade urbana, projeto e conforto, eficiência energética, conservação de recursos materiais, gestão da água e práticas sociais
Por: Altair Santos
Apesar de a norma de desempenho NBR 15575 estar programada para entrar em vigor apenas em março de 2012, foi por perseguir seus requisitos que o edifício Bonelli, da Rôgga Construtora e Incorporadora, se tornou o primeiro prédio do Brasil a ganhar o selo Casa Azul (categoria ouro) da Caixa Econômica Federal (CEF). O prédio foi reconhecido pela adoção de práticas de sustentabilidade, preenchendo 32 dos 53 requisitos da classificação, nas categorias qualidade urbana, projeto e conforto, eficiência energética, conservação de recursos materiais, gestão da água e práticas sociais.
Criado em junho de 2010, o selo Casa Azul não é uma certificação, mas incorpora itens similares às certificações conhecidas no Brasil, como Acqua e Leed. A avaliação tem três graduações: bronze, concedida àquelas obras que atenderam a 19 critérios de sustentabilidade; prata, para quem atingiu a marca de, ao menos, 25, e ouro, para os que possuem 31 ou mais requisitos contemplados. “O selo foi elaborado considerando as diferenças regionais do país e adota critérios sociais em sua avaliação. Outro detalhe é que o selo é concedido apenas para projetos financiados pela Caixa”, explica a gerente executiva de meio ambiente da CEF, e coordenadora do Selo Casa Azul, Mara Luísa Alvim Motta.
O projeto do residencial Bonelli procurou se inserir na malha urbana de Joinville - maior cidade de Santa Catarina – sem comprometer seu entorno. Além disso, o empreendimento atende requisitos para ter bom desempenho térmico e acústico, assim como soube explorar a iluminação e a ventilação naturais e a adequação às condições físicas do terreno. Outro diferencial é o uso de gestão dos resíduos de construção e demolição (RCD) no canteiro de obra. Com 45 unidades habitacionais, o prédio tem previsão para ser entregue no começo de 2012.
Segundo Mara Luísa Alvim Motta, o Residencial Bonelli teve um acréscimo de apenas 2% no custo do empreendimento para perseguir os critérios da categoria ouro do selo Casa Azul. “O selo agrega valor ao empreendimento, uma vez que destaca para o comprador os itens de sustentabilidade existentes no imóvel”, diz. Para definir os requisitos, a Caixa Econômica Federal teve a consultoria de um grupo multidisciplinar de professores da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (USP), da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).
O empreendimento também contou com a experiência da Rôgga, que em seus projetos preza por produtos e serviços que agreguem confiabilidade, agilidade e inovação. No Residencial Bonelli, a construtora usou concreto da Concrebras. A empresa também trabalha com “ferramentas” de gestão de vanguarda, é certificada ISO 9001:2008 e tem nível A no Programa Brasileiro de Qualidade e Produtividade no Habitat (PBQPH), além de utilizar o sistema corporativo RM da Totvs, que permite acompanhamento físico e financeiro diário das obras, e de manter parceria permanente com o INDG (Instituto de Desenvolvimento Gerencial).
Veja os critérios atendidos pelo Residencial Bonelli para receber o selo Casa Azul (categoria ouro) da Caixa:
Confira o que é preciso para se credenciar ao selo Casa Azul:
http://downloads.caixa.gov.br/_arquivos/desenvolvimento_urbano/gestao_ambiental/Guia_Selo_Casa_Azul_CAIXA.pdf
Entrevistados
Rôgga Construtora e Incorporadora
Gerência executiva de meio ambiente da Caixa Econômica Federal
Contatos
lidianejornalista@gmail.com (assessoria de imprensa da Rôgga Construtora e Incorporadora)
imprensa03@caixa.gov.br (assessoria de imprensa da Caixa Econômica Federal)
Crédito: Divulgação/Rôgga e Divulgação/Caixa
Simulador ajuda na capacitação de mão de obra para a construção civil
Treinamento funciona como um vídeo game, qualificando com mais segurança e rapidez operadores de máquinas usadas nos canteiros de obras
Por: Altair Santos
Investindo na mecanização, a construção civil tem exigido profissionais cada vez mais capacitados. O setor, no entanto, muitas vezes enfrenta o dilema sobre como e onde qualificar os trabalhadores. Por questões de segurança, o canteiro de obras nem sempre é o local adequado para o treinamento. Por isso, simuladores passaram a ser a alternativa mais rápida e econômica para ensinar a operação de máquinas. Em média, operar um equipamento virtualmente pode economizar até 40% no tempo de aprendizado.
A sofisticação dos programas de computação gráfica hoje permite que a capacitação seja feita como se o trabalhador estivesse atuando em um jogo de vídeo game. “É possível recriar todas as situações de operação de uma máquina usada na construção civil. E mais: diferentemente do que ocorre com uma máquina real, quando o treinamento torna-se individual, nos simuladores o instrutor pode capacitar um número maior de pessoas e demonstrar situações de risco em um ambiente idêntico ao da realidade”, explica Juliano Barbosa Alves, diretor administrativo e comercial da empresa Oniria, com sede em Londrina (PR), que se especializou em simuladores para a operação de máquinas.
A ideia de usar simuladores de treinamento na indústria pesada foi inspirada no que a aviação já faz há pelos menos duas décadas. “Hoje essa etapa (da simulação) é parte do processo que ajuda o usuário a entender o uso do equipamento que ele vai operar”, diz Juliano Barbosa Alves, citando que o PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) e os investimentos da Petrobras para explorar a camada pré-sal fizeram aumentar a procura por simuladores de treinamento.
No Brasil, o uso desse tipo de treinamento ainda é pequeno, se comparado ao que já é feito em países como Estados Unidos, Alemanha e Japão. A Oniria é uma das poucas empresas nacionais que aplica essa tecnologia. “Desenvolvemos simuladores customizados, dentro das especificações da empresa e pesquisando as dificuldades e os desafios de cada uma, para poder apresentar um projeto adequado”, afirma o diretor administrativo e comercial.
Simuladores para treinamento de máquinas devem atender à seguinte legislação: Lei da Inovação (nº 10.973 de 02/12/2004), Lei do Bem (nº 11.196 de 21/11/2005) e Lei da Informática (nº 8.248, de 23 de outubro de 1991). As vantagens de usar esse tipo de equipamento são:
- Uma experiência interativa é até 70% mais eficiente do que um treinamento tradicional em um equipamento real
- A simulação não substitui a experiência real, mas pode entregar um aluno até 90% pronto para o treinamento em campo
- O uso da simulação minimiza o consumo de combustível, matéria prima, desgaste dos equipamentos e tempo de inatividade
- O uso da simulação maximiza a disponibilidade de sessões de treinamento, segurança, tempo do instrutor e a eficiência
- O ROI (Retorno do Investimento) de um simulador está ligado a uma economia em toda a escala do processo de construção civil.
Entrevistado
Juliano Barbosa Alves, diretor administrativo e comercial da empresa Oniria Produtora de Softwares
Currículo
- Mestre em administração pela Universidade Estadual de Londrina (UEL) e MBA executivo em gestão empresarial pelo ISAR/FGV
- Atualmente é diretor administrativo e comercial da empresa Oniria
- Tem 8 anos de experiência acadêmica como professor universitário e mais de 10 anos de experiência profissional na área de administração e ciências da computação, com ênfase em gestão de projetos, atuando principalmente nos seguintes temas: jogos de computador, sistemas de informação, empreendedorismo e internet
- Auxilia na coordenação e produção de diversos projetos do Finep e do CNPQ
Contato: juliano.alves@oniria.com.br
Créditos: Divulgação/Oniria