Índice da construção civil fecha 2022 em alta de 10,9%; veja projeção 2023
O Índice Nacional da Construção Civil fechou 2022 com alta de 10,9% no acumulado do ano, de acordo com dados do Sinapi (Sistema Nacional de Pesquisa de Custos e Índices da Construção Civil), uma produção conjunta do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) e da Caixa Econômica Federal.
Essa foi a segunda maior taxa registrada desde 2014, mesmo com queda de 7,75 pontos percentuais em relação a 2021 (que chegou a 18,65%). Em 2020, o número ficou um pouco mais baixo, em 10,16%.
O relatório mede o custo nacional para o setor habitacional por metro quadrado, ficando assim divididos com os novos dados, em relação às regiões do país: R$ 1.560,52 (Nordeste); R$ 1.697,69 (Norte); R$ 1.722,72 (Centro-Oeste); R$ 1.735,03 (Sudeste); e R$ 1.761,89 (Sul).
De acordo com Augusto Oliveira, gerente do Sinapi, houve dois momentos distintos em 2022 que refletiram neste alto número dos custos da construção civil. "O primeiro semestre apresentou taxas para a parcela dos materiais ainda próximas das captadas em 2021, com uma desaceleração a partir de agosto, chegando ao final do ano com taxas mais próximas de anos anteriores à pandemia", explica.
Oliveira também afirma que "a parcela da mão de obra, responsável por aproximadamente 40% do custo das obras, teve, em 2022, influenciada pelos acordos coletivos homologados entre sindicatos patronais e dos empregados, uma maior influência no resultado final, apresentando um acumulado de 12,18%, aproximadamente o dobro do ano anterior".
E completa: "Como estes acordos levam em conta a perda salarial do ano anterior, inflação do consumidor, e em 2021 o INPC ficou em 10,16%, os índices utilizados para o reajuste das categorias profissionais foram maiores do que em anos anteriores."
A Covid-19 também é citada por Rodrigo Navarro, presidente da Abramat (Associação Brasileira da Indústria de Materiais de Construção), como sendo um dos principais motivos para a alteração nas taxas. "A pandemia gerou aumentos de custos de matérias-primas e variações de preços de commodities, devido a desequilíbrios globais nas cadeias de suprimentos de diversos setores. A guerra da Ucrânia também contribui negativamente neste cenário."
Sobre 2022, o executivo cita que, segundo a FGV (Fundação Getulio Vargas), "a variação de preços de materiais medida pelo INCC (Índice Nacional de Custo de Construção) indicou não apenas desaceleração, mas já apontou queda nos preços de alguns insumos, como aço, tubos de PVC e condutores elétricos".
Ainda segundo Navarro, "a Abramat está projetando um crescimento de 2% para as vendas de materiais em 2023, na comparação com o volume de 2022." O executivo também ressalta o fato de que a FGV aponta que as perspectivas são de desaceleração da alta do custo da construção civil, em direção à inflação esperada para o ano.
Fontes
Sinapi (Sistema Nacional de Pesquisa de Custos e Índices da Construção Civil)
Abramat (Associação Brasileira da Indústria de Materiais de Construção)
Jornalista responsável
Fabiana Seragusa
Vogg Experience
NBR 6118 passa por revisão e consulta popular
O Brasil possui um excelente know-how no projeto e produção de estruturas de concreto. Este material vem sendo utilizado há décadas na construção de pontes, viadutos, túneis, barragens, edifícios, residências, monumentos, etc. A norma-mãe que rege o uso do concreto, a NBR 6118 tem um impacto direto nesse cenário. Em 2022, a ABNT NBR 6118 – Projeto de Estruturas de Concreto – Procedimentos passou por um processo de revisão e de consulta popular.
“Evidentemente, há diversas outras normas específicas tão importantes como a NBR 6118. Vale lembrar que a NBR 6118, ainda carinhosamente chamada por muitos de NB-1, foi a primeira norma técnica brasileira, criada junto com a fundação da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT). O Brasil possui um excelente know-how no projeto e produção de estruturas de concreto, reconhecido internacionalmente e, graças a um conjunto de notáveis e abnegados engenheiros brasileiros, possui uma norma técnica própria, com padrão internacional. A NBR 6118 é importante não somente para a construção civil, mas sim para toda a sociedade brasileira”, apontam a engenheira Suely B. Bueno, diretora de Normas Técnicas da Associação Brasileira de Engenharia e Consultoria Estrutural (ABECE), e Alio Kimura, diretor-adjunto de Normas Técnicas da ABECE.
Esse projeto de revisão, iniciado em 2018, cancelará e substituirá a NBR 6118:2014 por completo. “A revisão dessa norma é necessária pois ela trata de um assunto (Projeto de Estruturas de Concreto) que está em constante evolução tecnológica, seja nas pesquisas como nas aplicações práticas, seja no desenvolvimento de novas metodologias como de novos materiais. Além disso, por ser uma norma que envolve a segurança e o conforto dos usuários das construções de concreto, é fundamental que ela seja revisada, atualizada e melhorada, de forma contínua e paulatina”, afirmam Suely e Kimura.
Pontos de destaque
Nesta revisão, a base de 2014 foi mantida, isto é, a sua abrangência e as suas seções continuam as mesmas. Ao todo, foram debatidas 182 sugestões nas plenárias, dentre as quais 134 foram aprovadas.
“A grande maioria das novidades consiste na introdução de textos e figuras, certas vezes com a imposição de limites, cujo objetivo é esclarecer como os procedimentos e requisitos devem ser considerados nos projetos estruturais de forma correta. Não há alterações significativas nas metodologias e formulações atuais, com exceção para concretos de alta resistência, em que foi introduzido um novo coeficiente de fragilidade, baseado no código-modelo europeu”, explicam Suely e Kimura.
Outra novidade da norma é a presença de um novo diagrama para análise estrutural não-linear, além de pequenos ajustes e melhorias na parte de fadiga.
“Essa revisão demonstra os sinais de maturidade do texto atual. Porém, isso não significa que não há mais trabalho pela frente. Pelo contrário, a Comissão de Estudos continuará se reunindo, e outras novidades poderão surgir em futuras emendas em breve”, opinam Suely e Kimura.
Melhorias após a publicação
Logo após a publicação da NBR 6118:2023, está prevista a continuidade dos trabalhos pela Comissão de Estudo que elaborou a revisão dessa norma, com a realização de reuniões ao longo de 2023 para debater algumas propostas de melhorias recebidas durante o período de Consulta Nacional.
“Elas serão analisadas com a devida atenção, podendo, se aprovadas, serem publicadas em futuras emendas em breve. Cabe destacar também que o Brasil mantém sua participação ativa em diversos comitês de normas internacionais, como os do ACI (American Concrete Institute), da fib (Fédération internationale du béton) e da ISO (International Organization for Standardization), o que faz com que a norma brasileira esteja sempre atualizada com as novidades que estão sendo introduzidas em outros países”, destacam Suely e Kimura.
Entrevistados:
A engenheira Suely B. Bueno é diretora de Normas Técnicas da Associação Brasileira de Engenharia e Consultoria Estrutural (ABECE) e coordenadora da CE-002:124.015 – Comissão de Estudo de Estruturas de Concreto – Projeto e Execução, que revisou a NBR 6118.
O engenheiro Alio Kimura é diretor-adjunto de Normas Técnicas da ABECE e secretário da CE-002:124.015.
Contato
ABECE: prefixo@prefixocomunicacao.com.br
Jornalista responsável
Marina Pastore
DRT 48378/SP
Obras transformam infraestrutura do Oeste do Paraná
Desde 2018, uma série de obras de infraestrutura vem sendo realizada na região Oeste do Paraná, com investimento de R$ 1,6 bilhão pela Itaipu Binacional. Dentre elas estão estradas, aeroportos, ponte, hospitais, praças e Ciclovias.
Veja quais são as principais obras realizadas:
Ponte da Integração Brasil – Paraguai
Uma das principais obras da região foi a Ponte da Integração Brasil – Paraguai. Concluída em dezembro de 2022, ela poderá ser aberta ao tráfego a partir de abril de 2023, segundo Polícia Rodoviária Federal (PRF). Em um primeiro momento, veículos de cargas deverão circular descarregados, uma vez que as aduanas ainda não estão prontas.
“A ponte vai concentrar o tráfego de caminhões na fronteira entre os países, desafogando o trânsito no centro de Foz do Iguaçu, proporcionando mais segurança e qualidade de vida aos moradores, bem como mais agilidade aos condutores de longa distância”, afirma Thiago Henrik Moreira, gerente de Obras e Serviços do DER/PR.
A ponte conta com área de 16.019,15 m², um volume aproximado de 37.000 m³ de concreto e 3.500 toneladas de aço.
Perimetral Leste
Para solucionar o problema de tráfego intenso de caminhões na Ponte da Amizade e direcioná-los para a nova ponte entre o Brasil e o Paraguai, está sendo construída a Rodovia Perimetral Leste de Foz do Iguaçu. Com 15 km de extensão e seis viadutos, ela estabelece a ligação entre a BR 277 e a Ponte da Integração.
Em janeiro de 2023, os esforços da obra estão concentrados no novo viaduto da BR 277, que fará a ligação das rodovias, além de permitir acessos às marginais e retornos para quem trafega sentido Foz do Iguaçu ou Curitiba. Além disso, já foi finalizada a implantação dos pilares e as primeiras vigas estão sendo concretadas.
Confira o andamento da obra: https://www.youtube.com/watch?v=QblRNHOQ27A
Estrada da Boiadeira
Em fevereiro de 2022, foram iniciadas as obras da BR 487, também intitulada como Estrada da Boiadeira. O trecho tem 46,91 km e liga Campo Mourão (PR) a Porto Murtinho, cidade no Mato Grosso do Sul que é o ponto de conexão com o chamado Corredor Bioceânico. Este projeto multimodal tem como objetivo unir os portos brasileiros de Paranaguá e Santos (SP) aos portos do Norte do Chile, no Oceano Pacífico. O trecho revitalizado foi inaugurado em junho de 2022.
Duplicação da Rodovia das Cataratas (BR 469)
Em setembro de 2022, foi iniciada a obra de duplicação da BR 469, a Rodovia das Cataratas, em Foz do Iguaçu. O trecho a ser duplicado tem 8,7 km e liga o trevo de acesso à Argentina e o portal de entrada do Parque Nacional Iguaçu. A entrega está prevista para o fim do primeiro semestre de 2024.
De acordo com o Departamento de Estradas de Rodagem do Paraná (DER – PR), a obra também inclui vias marginais, passeios, ciclovia, uma nova ponte sobre o Rio Tamanduá, passa-faunas, iluminação com LED e quatro viadutos, no km 2+260, no km 3+970, no km 7+600 e no acesso ao Aeroporto Internacional de Foz do Iguaçu.
Em dezembro de 2022, foram realizados serviços como execução de 1.024 pré-lajes pertencentes ao viaduto do km 2,2 e armação de cinco estruturas de aço das vigas pré-moldadas da obra, segundo informações do DER – PR.
Aeroporto Internacional de Foz do Iguaçu
No Aeroporto Internacional Foz do Iguaçu-Cataratas, algumas obras foram realizadas. As principais foram a ampliação da pista e a modernização do terminal, o que aumentou a capacidade de atendimento em 57%.
Além disso, algumas obras nos arredores também beneficiaram o aeroporto, como a duplicação da via de acesso ao aeroporto e a implantação de ciclovia, concluídas em outubro de 2020.
O resultado disso é que Foz do Iguaçu vem recebendo novas rotas aéreas.
Vila A Inteligente
Em 2020, a Prefeitura de Foz do Iguaçu assinou um decreto que estabelece o Bairro Itaipu A como ambiente que possibilita o teste e experimentação de tecnologias voltadas às Cidades Inteligentes. O bairro conta com tecnologias como semáforos inteligentes com câmeras com inteligência artificial para monitoramento e contagem de veículos; câmeras de reconhecimento de placas de veículos; pontos de ônibus com informações sobre o transporte coletivo e espaço para carregamento usb; luminárias inteligentes que podem ser controladas remotamente; e câmeras de reconhecimento facial.
Entrevistado
Thiago Henrik Moreira, gerente de Obras e Serviços do DER/PR.
Contato
Assessoria de imprensa DER: comunicacao@der.pr.gov.br
Jornalista responsável
Marina Pastore
DRT 48378/SP
Projeto inédito no Distrito Federal substitui asfalto por concreto
Com R$ 55 milhões de investimento, o projeto inédito de modernização da Via Estrutural, no Distrito Federal, tem como objetivo substituir o asfalto atual pela pavimentação em concreto rígido em toda a via.
A pista tem aproximadamente 13 km e liga o Plano Piloto a cidades como Ceilândia, Taguatinga, Águas Claras, Vicente Pires, Samambaia e Cidade Estrutural, chegando até Águas Lindas de Goiás.
A obra, realizada pelo Departamento de Estradas de Rodagem do DF (DER), teve início em dezembro de 2022 e deverá ser concluída no final deste ano. A primeira etapa está sendo no sentido Ceilândia-Plano Piloto, que compreende um trecho de 2,5 km próximo ao viaduto do Pistão Norte, em duas faixas de rolamento. Depois, o próximo passo vai abranger outros 2,5 km do trecho seguinte, até a pista do Jóquei Clube, a DF-087.
"O andamento da obra tem superado nossas expectativas. Apesar da chuva, estamos conseguindo pavimentar cerca de 100 metros por dia", conta Cristiano Cavalcante, Superintendente de Obras do DER. "Quando começar o período de estiagem, a produção deverá subir para 300 metros diários."
O projeto prevê a colocação de uma camada de concreto de cimento Portland com 21 cm de espessura ao longo de toda a pista. “Sabemos que a obra traz transtornos para os motoristas, mas pedimos a compreensão de todos", salienta Cavalcante. "O pavimento de concreto tem uma vida útil de pelo menos 20 anos, sem qualquer necessidade de manutenção no período. É qualidade de vida e segurança para os cerca de 100 mil motoristas que transitam pela via diariamente."
Além de ajudar diretamente no conforto das viagens, a modernização da pista também traz benefícios para a economia local e para a construção civil, já que o projeto gera cerca de 200 empregos diretos e 100 indiretos, de acordo com o DER. “É uma obra que vai mudar todo o paradigma de execução de pavimentação no DF. É uma obra muito grande que vai ficar para a história e mudar completamente a vida das pessoas que passam por aqui”, completa Cavalcante.
Uso de concreto em estradas da Europa
Em 2019, a Eupave (Associação Europeia de Pavimento de Concreto) divulgou um estudo no qual recomendava aos países-membros a utilização do concreto em vez do asfalto, tanto em construção de novas rodovias quanto em reformas promovidas nas já existentes.
Um dos motivos tem a ver com as medições realizadas pela organização, que mostraram que cada metro quadrado de superfície de concreto ajuda a impedir a emissão de ao menos 20 kg de CO2 na atmosfera, na comparação com o asfalto.
Além disso, a Eupave, com base em experiência realizada no Canadá, ressaltou que essa troca permite economia nos custos de iluminação de ruas e rodovias, já que, segundo o estudo, para cada 1 km de rodovia asfaltada são necessários 20 postes de iluminação, enquanto no caso do pavimento de concreto o mesmo 1 km requer 14 postes.
Fontes
Departamento de Estradas de Rodagem do DF (DER)
Agência Brasília DF
Cristiano Cavalcante, Superintendente de Obras do DER
Jornalista responsável
Fabiana Seragusa
Vogg Experience
NBR 17170 traz diretrizes para garantias e prazos das edificações
Em dezembro de 2022, a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) lançou a norma NBR 17170 de 12/2022, referente a “Edificações – Garantias – Prazos recomendados e diretrizes”. Segundo o órgão, esta norma define diretrizes para o incorporador, construtor ou prestador de serviços de construção em edificações de toda natureza de uso. Ela ainda auxilia estes agentes a estabelecer as condições e prazos de garantias tecnicamente recomendados.
Durante o lançamento, Lilian Sarrouf, superintendente da ABNT CB2 e gestora do COBRACON (Associação de Apoio à Normalização da Construção Civil), destacou que desde o início dos anos 2000, as entidades do setor da construção civil vêm gradativamente aperfeiçoando uma série de instrumentos, que visam promover meios para a gestão adequada das condições que envolvem as garantias aos clientes da edificação.
Para Yorki Oswaldo Estefan, presidente do Sindicato da Construção Civil do Estado de São Paulo (Sinduscon-SP) e coordenador da Comissão de Estudo de Garantias da ABNT, responsável pela elaboração da norma, trata-se de uma norma muito importante para o relacionamento entre as incorporadoras, construtoras e os clientes finais. “Ela fará parte do dia a dia das nossas empresas. Desde o início da sua elaboração, buscamos a transparência nas relações entre os envolvidos na execução de uma edificação, proporcionando segurança jurídica aos compradores. Como coordenador do processo de elaboração da norma, fiquei bastante satisfeito com esse trabalho, pois conseguimos atender uma necessidade setorial, além de formular diretrizes e orientações objetivas em relação às garantias de sistemas construtivos e equipamentos das edificações”, pontua.
Aspectos técnicos
Segundo a técnica estrutural da norma, Maria Angélica Covelo Silva, doutora em engenharia e diretora da NGI, a primeira questão desta norma é que ela sai de edificações residenciais (que estava presente no anexo D da ABNT NBR 15575) e passa a abranger todo o tipo de edificação – seja ela construída para o poder público ou para o setor privado. Ou seja, ela irá substituir integralmente o anexo D da ABNT NBR 15575. A norma tem um prazo de 180 dias para sua aplicação.
Sobretudo, esta norma trata das garantias não estabelecidas em lei, mas define os sistemas e componentes relacionados à segurança na edificação, traz diretrizes e prazos recomendados. Além disso, de acordo com Maria Angélica, mais do que uma tabela com datas, houve a definição de prazos tecnicamente recomendados que foram estabelecidos a partir da análise da norma de desempenho e dos manuais das entidades e práticas empresariais do setor. “Foi feita uma harmonização e organização destes prazos em relação a sistemas construtivos e ampliou-se o seu detalhamento”, pontua.
Já as garantias se referem às falhas de um produto ou serviço que sejam atribuíveis ao processo de produção. “Elas cobrem um horizonte de tempo compatível com a manifestação das falhas do processo de produção diante de condições normais de uso e de exposição para as quais o produto foi projetado – com informação ao cliente sobre quais foram estas condições e até restrições, se for o caso. As garantias são determinadas em função da confiabilidade resultante das medidas que o fabricante toma para minimizar a probabilidade de falhas nos produtos; e da exposição destes produtos às ações externas e de uso após a entrega, que possa induzir falhas não atribuíveis ao processo de produção”, afirma Maria Angélica.
Um exemplo são as portas de madeira. “A vida útil do projeto, isto é, a probabilidade de que a porta mantenha o desempenho requerido para a função que tem no sistema de vedação, vai depender de fatores como dados/conhecimento do produto diante dos requisitos ao longo do tempo e condições de exposição. Além disso, depende também do conhecimento de quem especifica para determinar as características de desempenho em cada situação – exemplo: não adianta colocar uma porta que não tem resistência à umidade em um ambiente que terá estas condições. Por fim, a instalação também faz parte da vida útil do projeto, assim como as orientações ao usuário. A porta não precisa ter a mesma vida útil da edificação, por ser um item substituível, mas a garantia vai ser determinada por todos estes passos”, informa Maria Angélica.
Ganhos jurídicos com a norma
De acordo com Alfredo Eduardo dos Santos, então Secretário Nacional de Habitação, estas normas ajudam a estabelecer diretrizes para problemas de vícios construtivos, além de desafogar o setor judiciário. “Em 2016, havia em torno de 12.000 ações de vício construtivo no país. Em 2021, esse número chegou a 70.000 novos processos. Hoje nós temos cerca de 120.000 ações no país discutindo vícios construtivos. No entanto, hoje não se discutem mais reparos – muitos querem só o dinheiro. Por mais que sejamos um país com muitas leis – e muitas delas positivas, ainda falta um indicativo. Na conversa com promotores e juízes, eles alegaram não haver norma – alguns entendem que é um direito consumerista, enquanto outros veem como política pública. Esse diálogo pôde criar uma barreira de contenção para que o que é julgado seja verdadeiro e para que as pessoas obtenham o ajuste dos vícios construtivos”, aponta Santos.
Vídeo completo do lançamento aqui.
Fonte
Lilian Sarrouf é superintendente da ABNT CB2 e gestora do COBRACON (Associação de Apoio à Normalização da Construção Civil)
Yorki Oswaldo Estefan é presidente do Sindicato da Construção Civil do Estado de São Paulo (Sinduscon-SP) e coordenador da Comissão de Estudo de Garantias da ABNT
Maria Angélica Covelo Silva é doutora em engenharia e diretora da NGI
Alfredo Eduardo dos Santos foi Secretário Nacional de Habitação do Ministério de Desenvolvimento Regional
Contatos
SindusCon - dbarbara@sindusconsp.com.br
ABNT - celso.souza@fsb.com.br / daniela.nogueira@fsb.com.br
Jornalista responsável
Fabiana Seragusa
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Conselho do FGTS mantém juros mais baixos na compra de imóveis até junho
Duas medidas propostas pelo Ministério do Desenvolvimento Regional (MDR) e aprovadas pelo Conselho Curador do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) chegaram para facilitar o acesso ao crédito habitacional no Brasil.
Em reunião extraordinária realizada de forma online, no final do ano passado, ficou assegurada até 30 de junho de 2023 a redução nas taxas de juros para as famílias do Grupo 3 e para o Pró-cotista, dentro do programa Casa Verde e Amarela - que deverá, ainda em fevereiro, voltar a se chamar Minha Casa Minha Vida, de acordo com informações do governo. As taxas mais baixas valeriam, inicialmente, apenas até 31 de dezembro de 2022.
A outra medida aprovada foi o aumento de 5% no valor máximo de venda dos imóveis financiados pelo programa, exceto para as capitais de São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília.
"O objetivo é possibilitar ao programa a continuidade [em 2023] em condições semelhantes às de 2022, tendo em vista um cenário que aponta incertezas em relação às taxas de juros", afirmou o secretário-executivo do então MDR, Helder Melillo, referindo-se a uma preocupação em manter as contratações de financiamento no início do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
O que muda com as aprovações
No caso do Grupo 3 (destinado a famílias que ganham entre R$ 4,4 mil e R$ 8 mil mensais), as taxas de juros continuam até 30/6 em 7,16% ao ano, para quem é cotista do FGTS, e em 7,66% ao ano, para não cotista. Antes, estavam 0,5% mais altas.
Em relação ao Pró-cotista (quando não há limite de renda), as taxas se mantêm em 7,66% ao ano, no caso de imóveis que custem até R$ 350 mil, e em 8,16%, para valores mais altos. As reduções continuam em 1% e 0,5%, respectivamente.
Já o aumento de 5% no valor máximo dos imóveis do programa tem como objetivo enquadrar os preços à realidade do mercado, permitindo que as famílias financiem propriedades mais caras ou voltem a ser elegíveis para os financiamentos.
Em municípios com população igual ou superior a 250 mil habitantes em estados como Paraná, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Minas Gerais, por exemplo, o limite de valor de venda passa de R$ 209 mil para R$ 219 mil. No caso de municípios que tenham entre 50 mil e 100 mil habitantes, no Distrito Federal, Rio de Janeiro e em São Paulo, salta de R$ 166.750 para R$ 175 mil.
O vice-presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), Elson Ribeiro e Póvoa, que integra o Conselho do FGTS, celebrou a aprovação das medidas. "Foi uma conquista da CBIC, que trabalhou muito para que essa demanda fosse atendida, e que atenderá grande parte da população brasileira."
Fontes
Conselho do FGTS
Ministério do Desenvolvimento Regional
Elson Ribeiro e Póvoa, vice-presidente da CBIC
Helder Melillo, secretário-executivo do MDR
Jornalista responsável
Fabiana Seragusa
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NBR 7211 aborda qualidade dos agregados miúdos e graúdos
Quais os requisitos para os agregados miúdos e graúdos? Em outubro de 2022, foi publicada uma nova edição da ABNT NBR 7211 - Agregados para concreto - Requisitos, norma que se dedica a definir os requisitos para produção e recepção dos agregados miúdos e graúdos destinados à produção de concretos de cimento Portland.
“Esta norma estabelece os limites técnicos para que o agregado seja adequadamente usado no concreto. Ela determina a granulometria ideal, as impurezas que devem ser evitadas e os problemas do agregado que podem influenciar na durabilidade do concreto. Ou seja, é a forma como o agregado deve ser selecionado para que tenha o melhor resultado dentro do concreto, trazendo melhor desempenho em termos de custo e benefício. Ao mesmo tempo, ele deve garantir que os dados técnicos sejam compatíveis com a melhor técnica de produção do concreto”, explica Cláudio Sbrighi, geólogo e coordenador do CB-18 no Comitê Brasileiro de Normas Técnicas de Concreto, Cimento e Agregados da Associação Brasileira de Normas Técnicas.
Tipos de agregados
Segundo Sbrighi, esta norma se direciona a agregados de origem natural, isto é, areia, pedras e produtos de pedreiras. Vale lembrar que ela não se aplica aos agregados provenientes de processos industriais e materiais reciclados.
Cloretos e sulfatos presentes nos agregados
A NBR 7211 também trata dos limites para a presença de materiais pulverulentos e impurezas orgânicas. “Há diversos tipos de materiais que são inadequados e podem causar prejuízo em termos de resistência e durabilidade do concreto. Estes itens estão nomeados na norma e o usuário é alertado a respeito dos perigos de usar agregados que tenham materiais contaminantes. É o caso, por exemplo, de impurezas que contêm cloretos ou sulfatos”, destaca Sbrighi.
Composição granulométrica
A norma apresenta tabelas com os limites em termos de classificação granulométrica que cada agregado deve apresentar para que ele seja considerado adequado para uso no concreto. “A norma apresenta algumas tabelas com informações sobre as peneiras e porcentagens de materiais retidos nelas que seriam considerados ideais para que o concreto tenha o melhor desempenho”, aponta Sbrighi.
A tabela abaixo, por exemplo, mostra os limites da distribuição granulométrica de agregados miúdos.
Tamanho dos lotes
Outro aspecto tratado pela NBR 7211 é que os agregados devem ser fornecidos em lotes e em unidades parciais individualizadas.
“A norma estabelece como devem ser definidos os lotes para que tenhamos uma amostragem significativa. Ao analisar um concreto, é preciso realizar diversos ensaios - de granulometria, de material pulverulento, de material orgânico, entre outros. Para que este resultado seja representativo, há uma limitação do tamanho do lote que aquela amostra está representando. Na NBR 7211, há também a especificação do tamanho do lote de agregado que deve ser considerado adequado para que uma amostra represente bem as qualidades e características deste material”, afirma Sbrighi.
Revisões
De cinco em cinco anos, a ABNT exige que seja realizada uma revisão nas normas. “Quando você faz uma norma, ela é destinada a uma sociedade técnica. E ela exige determinados padrões que você deve assumir que sejam os melhores aplicados para que você tenha uma obra mais resistente e durável. Portanto, existe uma responsabilidade legal de quem faz a norma para produzir um documento técnico que seja adequado e transparente. Ainda, vale lembrar que a qualquer momento é possível que representantes da sociedade solicitem uma alteração da norma. As comissões técnicas são responsáveis por receber essas demandas e avaliá-las. Muitas vezes respondemos dúvidas a respeito das normas e se for necessário fazer alguma modificação, realizamos o aperfeiçoamento da norma”, aponta Sbrighi.
Para realizar estas atualizações, Sbrighi revela que são feitos estudos com base em países na Europa, assim como nos Estados Unidos e Canadá, para depois trazer para a realidade brasileira. “Temos agregados que são característicos do Brasil e não são exatamente iguais ao que é encontrado no exterior. Se compararmos os níveis das normas brasileiras e das internacionais, estamos em um nível muito bom”, opina.
Para Sbrighi, o texto básico desta norma está bem estruturado e vem sofrendo pequenos aperfeiçoamentos em virtude da evolução tecnológica. “Comecei a trabalhar com este assunto na década de 1970. Nesta época, só tínhamos praticamente os agregados naturais - como o cascalho e areia de rio. O agregado graúdo era o cascalho, pedregulho ou pedra britada. Depois, a partir dos anos 1970, com a escassez das jazidas de areia próximas dos grandes centros, começou a ser produzido o pó de pedra. Inicialmente, este material não era utilizado, por ser considerado um rejeito e muito áspero, o que teoricamente não era adequado. Por outro lado, hoje já é feito o uso generalizado da areia de britagem, que é o antigo pó de pedra. Quando este é beneficiado através de peneiramento, ele é transformado em areia de britagem. Com o passar do tempo, no histórico do desenvolvimento das areias, surgiram diversos tipos que foram ajudando a melhorar o desempenho do concreto. Um caso bem típico é o da chamada areia rosa, proveniente do interior de São Paulo e que vem de dunas de areia que fazem parte de um antigo deserto presente na região. É uma areia muito redonda, que tem uma característica avermelhada. Quando usado em conjunto com outros materiais, produz um concreto muito trabalhável. A tecnologia dos agregados de concreto evoluiu muito ao longo do tempo e as normas precisam acompanhar”, conclui Sbrighi.
Fonte
Cláudio Sbrighi é Geólogo, Mestre e Doutor em Engenharia Civil e Químico. Ele é o Coordenador no CB-018, nas seguintes comissões: CE - 018:200.001 - Comissão de Estudos de Requisitos e Métodos de Ensaios de Agregados para concreto; e CE- 018:300.001 – Comissão de Estudo de Controle da Qualidade do Concreto. Sbrighi também é diretor da Cooperativa de Serviços e Pesquisas Tecnológicas e Industriais (CPTI) e do Instituto Brasileiro do Concreto (IBRACON). Ele também é ex-chefe do laboratório de materiais de construção do Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT).
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Marina Pastore
DRT 48378/SP
Concedido à iniciativa privada, metrô de BH prevê oito novas estações
O processo de privatização do Metrô de Belo Horizonte chegou ao fim em dezembro do ano passado, com a concessão da gestão, da operação e da manutenção da rede à Comporte Participações S.A. pelos próximos 30 anos. A empresa venceu o leilão realizado na B3, a Bolsa de Valores de São Paulo, ao apresentar a oferta de R$ 25.755 milhões - valor 33% superior ao mínimo previsto, que era de R$ 19.324 milhões.
A mudança "viabilizará uma melhoria sensível para a mobilidade urbana na região metropolitana de BH, e, consequentemente, na vida do cidadão, no dia a dia do trabalhador e do usuário do transporte público", disse, durante o evento, o Secretário Especial do Programa de Parcerias de Investimentos (Seppi) do Ministério da Economia, Bruno Westin.
O processo de transição deve terminar até março de 2023, quando está prevista a assinatura final do contrato, conforme explicou, durante o leilão, o secretário de Infraestrutura e Mobilidade de Minas Gerais, Fernando Marcato. No momento, a comissão de licitação está avaliando a documentação da empresa vencedora.
Quais as mudanças no metrô
Atualmente, a rede metroviária possui apenas a Linha 1, que inclui 19 estações e 28,1 km de extensão, no total, atendendo aos municípios de Belo Horizonte e Contagem. O contrato com a Comporte prevê a modernização da linha já existente e a construção de mais uma estação por lá, além da criação da Linha 2, que deverá ter sete novas estações e 10,5 km de extensão.
De acordo com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), cerca de 270 mil passageiros deverão ser beneficiados com o novo sistema, com 50 mil desses usuários utilizando a nova Linha 2. A previsão é de que todas as estações estejam em funcionamento até o sexto ano de concessão, mas que comecem a ser inauguradas a partir do quarto ano.
"O evento [privatização] coroa a estratégia de melhores políticas públicas para melhorar a vida do povo", afirmou o então Ministro da Economia em exercício, Marcelo Pacheco dos Guaranys. "A parceria privada no transporte público de Minas Gerais melhora a vida dos mineiros e permite que o estado use o dinheiro que usava com a empresa pública para usar naquilo que a população de fato precisa."
A Comporte Participações S.A. vai receber cerca de R$ 3,2 bilhões de recursos públicos para dar andamento aos projetos. Desses, a União vai investir R$ 2,8 bilhões, enquanto o estado de Minas irá contribuir com R$ 440 milhões.
Governo Lula mantém concessão
Na primeira semana do governo Lula, deputados estaduais e federais de Minas Gerais (PCdoB, PSOL, PV e PT) enviaram ao presidente um ofício pedindo a revogação de atos que viabilizavam o andamento à privatização do Metrô de BH. Mas a solicitação foi negada.
A União, em nota, explicou que a proposta do novo governo é a "criação de um amplo plano de investimentos, especialmente na área de infraestrutura, para que possa garantir a retomada do crescimento e a geração de empregos de forma sólida".
E o comunicado completa: "Para isso, o governo espera contar com investimentos públicos e privados, seja por meio de concessões, privatizações ou PPPs [parceria público-privada]. E, tenho em vista que o processo já estava bastante adiantado, o governo considerou adequado dar continuidade ao projeto para garantir um transporte de qualidade à população".
Fontes
Ministério da Economia
Governo do Estado de Minas Gerais
Bruno Westin, Secretário do Seppi
Marcelo Pacheco dos Guaranys, do Ministério da Economia
Jornalista responsável
Marina Pastore
DRT 48378/SP
Túnel de Taguatinga usa placas cimentícias e pavimento rígido
Em julho de 2020, o Governo do Distrito Federal (GDF) começou a construção do túnel de Taguatinga, que terá 1.010 metros de extensão. A obra estabelece uma ligação subterrânea para Ceilândia, pela via Elmo Serejo. Além disso, oferece uma via alternativa para o Centro de Taguatinga. Ainda, a Avenida Central será uma Boulevard com foco nas pessoas e comércio da região. A construção será batizada de Túnel Rei Pelé.
“O túnel de Taguatinga é a obra mais significativa do corredor oeste. Assim que entrar em funcionamento, promete desafogar o trânsito no centro de Taguatinga”, destacou o secretário de Obras, Luciano Carvalho.
Dimensão da obra
De acordo com a Administração Regional de Taguatinga, o túnel é considerado a maior obra viária do Brasil na atualidade. Alguns números que dão noção da dimensão da obra são:
- 353.219,54 m³ de terra retirados na escavação da passagem;
- 7.179.747,13 kg de aço reforçam a estrutura da obra;
- 79.824,17 m³ de concreto usados até dezembro de 2022;
- 14.960 m² de pavimento rígido revestirão o boulevard.
Placas cimentícias no sistema de exaustão
Para obter uma boa qualidade do ar no interior do túnel, a obra conta com 52 ventiladores – 22 no lado sul e 30 na parte norte, que vai da Estrada Parque Taguatinga (EPTG) até a Avenida Elmo Serejo.
Uma das peculiaridades da obra é o fato das placas cimentícias estarem presentes tanto nas paredes do túnel como no forro da laje da passagem subterrânea nas áreas próximas aos ventiladores, segundo a Administração Regional de Taguatinga. Foram utilizadas peças de 1,2 x 2,4 m na cobertura do teto.
Nesta obra, as vigas da laje ficam expostas, formando espaços livres entre elas. Com isso, pode haver turbulência no jato de ar liberado pelo sistema de exaustão. De acordo com o engenheiro civil André Borges, um dos responsáveis pela obra, isto faz com que seja necessário forrar o teto para deixá-lo liso.
Para fazer esta estrutura foi utilizada a técnica de steel frame, na qual as placas cimentícias são parafusadas a armações de aço galvanizado que foram instaladas ao redor dos grupos de ventiladores. A escolha desse processo se deu pelo fato de que este material tem mais resistência contra a corrosão (ferrugem).
Pavimento rígido
O pavimento rígido, de concreto está presente em diversas áreas do túnel. No início de novembro de 2022, foi finalizada a pavimentação do Boulevard do Túnel de Taguatinga, onde haverá a circulação do BRT.
O mesmo material foi usado para dar acabamento às seis faixas de rolamento do Túnel de Taguatinga. No final de julho de 2022, começou a colocação do pavimento rígido sobre a laje de fundo da estrutura. São, aproximadamente, 17 cm de espessura do revestimento composto por placas de concreto de Cimento Portland.
De acordo com a Agência Brasília, a concretagem do pavimento acontece em três etapas. Primeiramente, é feita a escavação do terreno, regularização do solo e a aplicação de um lastro de brita. Em seguida, é colocada uma lona com uma camada de concreto magro de aproximadamente 10 cm para impedir o contato direto da massa com a terra. Posteriormente, é realizada armação da laje de fundo de 50 cm a 83 cm. Enfim, vem o pavimento rígido, cuja cura demora cerca de 28 dias – por isso, ela é feita por partes.
Fontes
Administração Regional de Taguatinga
Agência Brasília
Contato
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imprensa@buriti.df.gov.br
Jornalista responsável
Marina Pastore
DRT 48378/SP
Industrialização no canteiro reduz tempo de obra em até 70%
Não é de hoje que o setor de construção civil vem apostando na industrialização do canteiro de obras para reduzir tempo e até mesmo a quantidade de resíduos produzidos. Em 2021, Íria Lícia Oliva Doniak, presidente executiva da Associação Brasileira da Construção Industrializada de Concreto (Abcic), escreveu para a Concrete Show um artigo no qual defende a adoção crescente de processos industrializados, com a mudança do canteiro de obras para um canteiro de montagem, a fim de aproveitar todos os benefícios da produção em um ambiente controlado.
De acordo com Ricardo Brito, diretor de Engenharia da Callabrez, a industrialização consiste na utilização de sistemas construtivos que utilizam menor número de materiais e poucos processos. Além disso, eles substituem a tradicional alvenaria com tijolo e cimento, onde se manipulam muitos materiais, com logística de entrega e armazenamento mais complexos e vários processos executivos. “Por isso, a construção fica mais ágil, eficiente e reduz bastante o desperdício de material, que geralmente vira entulho e gera impacto ambiental. Atualmente, os processos da construção civil brasileira ainda são muito dependentes da mão de obra interna. Isso ocorre nas fundações, nas superestruturas, nas paredes, no telhado, entre outros. Com a industrialização, a ideia é que grande parte desses processos sejam substituídos por alternativas pré-fabricadas, pré-montadas, ou seja, componentes construtivos previamente montados nas indústrias.”, destaca Brito.
Os sistemas construtivos considerados industrializados compreendem opções como a pré-fabricação em concreto, a construção metálica (também pré-fabricada), o drywall, o steel frame, o light steel frame e o wood frame. Para Brito, também é possível trabalhar com paredes de concreto, kits hidráulicos e elétricos, por exemplo, que aumentam o grau de industrialização dos edifícios. Segundo ele, uma vantagem no uso dos kits elétricos e hidráulicos é que eles já vêm testados de fábrica, o que torna o processo mais simples e econômico.
Benefícios do aumento da industrialização
Dentre os benefícios citados por Íria estão a qualidade, sustentabilidade, produtividade, eficiência, redução de tempo, diminuição de custos, melhor aproveitamento dos recursos materiais e humanos levando a menores índices de retrabalho e desperdício.
Brito também relata que a adesão ao aumento da industrialização nos processos garante uma maior gestão da qualidade dos processos, menor dependência de entraves produtivos, economia do tempo de construção e aumento da competitividade. “Conseguimos diminuir entre 50% e 70% o tempo das obras utilizando sistemas com alto grau de industrialização. No que se refere aos resíduos, a redução é de mais de cinco vezes o volume gerado quando comparado com sistemas convencionais”, aponta.
Ainda, o uso da industrialização torna a obra num processo mais próximo de uma linha de montagem. “Dessa forma, as variações de medidas e os desvios construtivos diminuem bastante, contribuindo com a redução do desperdício. A mão de obra precisa receber maior capacitação e qualificação, mas também ganha em eficiência e em condições de trabalho mais confortáveis com menor esforço”, explica.
Outro benefício da industrialização é a facilidade em replicar o modelo de construção em diversos empreendimentos, o que ocasiona um ganho de escala na compra de insumos e na contratação de mão de obra. “Há redução no custo de produção em toda a cadeia da construção”, completa Brito.
Fontes
Ricardo Brito é diretor de Engenharia da Callabrez.
Íria Lícia Oliva Doniak é presidente executiva da Associação Brasileira da Construção Industrializada de Concreto (Abcic)
Contato
Assessoria de imprensa Callabrez - boncomunica@gmail.com
Assessoria de imprensa (Abcic) - sylvia@meccanica.com.br
Jornalista responsável
Marina Pastore
DRT 48378/SP