Ecológico, tijolo solocimento ganha impulso

Produto à base de solo arenoso e cimento Portland tem desempenho semelhante aos blocos de concreto e aos tijolos cerâmicos

Por: Altair Santos

Apesar de ainda ser pouco industrializado, o tijolo solocimento começa a ganhar corpo no mercado da construção civil. Antes, o produto se limitava às organizações comunitárias do interior do país, que estimuladas pelas prefeituras instalavam centrais de produção para fabricar o material e usá-lo em programas de habitações sociais. Atualmente, por ser um elemento ecológico e com alto grau de sustentabilidade, o tijolo solocimento ganha impulso.

Tijolos de solocimento: tão eficientes quanto os tijolos cerâmicos e os blocos de concreto

Outro aspecto que conta a favor do produto é que ele tem desempenho equivalente ao tijolo cerâmico e aos blocos de concreto. Desde que fabricado com materiais de qualidade, pode ser empregado em praticamente todo tipo de construção. "Sendo tijolo, tem a mesma aplicação de um tijolo comum. Pode ser usado na construção de edifícios com estrutura de concreto normal ou em parede monolítica", explica Suely da Silva Guimarães, do Centro de Pesquisa e Desenvolvimento (CEPED), ligado à Universidade Estadual da Bahia.

O CEPED desenvolveu pesquisas com tijolo solocimento para auxiliar o governo baiano a construir habitações populares na região cacaueira do estado.  O baixo custo e a facilidade para produzi-lo permitiram construir casas a baixo custo. "Conseguimos desenvolver paredes monolíticas, sem rejunte e com encaixe macho e fêmea, como nas construções pré-fabricadas, o que reduziu sensivelmente o preço das habitações", revela Suely da Silva Guimarães.

No projeto do centro de pesquisa da Universidade Estadual da Bahia foi usado o cimento Portland comum para a construção das paredes monolíticas de solocimento. O material nasce de uma mistura de solo arenoso - o ideal é que tenha teor de areia acima de 50% para dar uma liga consistente -, água e cimento. A ABCP (Associação Brasileira de Cimento Portland) recomenda o uso de cimento Portland Composto CP II-F (com adição de material carbonático - fíler) para a produção de um solocimento mais resistente.

Neste caso, o produto pode ser utilizado até em pavimentação, que foi como ele começou a ser empregado no Brasil. A estrada Caxambu-Areias, em Minas Gerais, construída em 1939, foi a primeira a utilizar solocimento. Na época, o empreendimento já teve a assessoria técnica da ABCP. O país chegou a ter 25 mil quilômetros de estradas com esse tipo de pavimento. Hoje, o solocimento é utilizado como base de pavimentos flexíveis e sub-base de pavimentos de concreto. O material é eficiente também como contenção de encostas.

Vantagens

- Um de seus principais componentes, o solo arenoso, é abundante em várias regiões do Brasil.
- O processo construtivo é simples e facilmente assimilado por mão de obra não qualificada.
- Tem nível de conforto acústico e térmico semelhante ao do tijolo cerâmico.
- Apresenta alta durabilidade e boa impermeabilidade.
- No caso de paredes monolíticas, dispensa chapisco, emboço e reboco.
- Baixo custo de produção e ideal para a construção de habitações de interesse social.

Desvantagens

- Pouco produzido industrialmente.
- Ainda tem penetração limitada no mercado da construção civil, principalmente nas regiões sul e sudeste do país.
- Quase nenhum incentivo governamental para que possa ser produzido em escala industrial.

Entrevistado
Suely da Silva Guimarães, pesquisadora da Universidade do Estado da Bahia
Currículo
- Engenheira civil graduada pela Universidade Federal da Bahia (1973)
- Tem mestrado em engenharia civil pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (1977)
- Atualmente é pesquisadora da Universidade do Estado da Bahia no Programa Incubadora Tecnológica de Cooperativas populares da Pró-reitoria de Extensão
- Tem experiência em projetos de pesquisa e extensão nos temas: materiais e componentes de edificações, fibras vegetais, solocimento, habitação popular, incubação de cooperativas populares e economia solidária
Contato:sguimaraes@uneb.br

Créditos Foto: Divulgação

Jornalista responsável: Altair Santos - MTB 2330

Multidisciplinar, engenharia física expande mercado

Boa parte dos estudantes é contratada antes de concluir a graduação. Cursos têm cada vez mais ofertas de vagas nas universidades

Por: Altair Santos

Estados Unidos, Alemanha e França há décadas absorvem engenheiros físicos em seus processos industriais e de pesquisa. No Brasil, a demanda começou a partir de 2000. Antes, sequer cursos de graduação havia no país. A primeira universidade a ofertar a especialidade foi a UFSCar (Universidade Federal de São Carlos) que abriu 40 vagas e hoje tem 200 alunos matriculados. A UEMS (Universidade Estadual do Mato Grosso do Sul) foi a segunda a oferecer o curso e recentemente UFRGS (Universidade Federal do Rio Grande do Sul) e USP (Universidade de São Paulo) também passaram a disponibilizar a graduação.

Curso de engenharia física: no Brasil, os melhores estão na UFSCar, UFMS, UFRGS e USP

Segundo o coordenador do curso da UFSCar, professor Cláudio Antônio Cardoso, a característica multidisciplinar da engenharia física tem atraído não só interesse dos estudantes como de setores industriais. "A proposta da engenharia física é um pouco diferente do usual das outras engenharias. A gente busca uma formação básica, sólida, que permita ao aluno, posteriormente, se especializar naquilo que ele tiver interesse ou achar mais importante no trabalho dele. A profissão é multidisciplinar dentro da engenharia e tem sido muito requisitada para áreas de P&D (Pesquisa e Desenvolvimento)", explica.

Setores como biotecnologia, nanotecnologia, energia e biocombustível são os que mais têm recrutado engenheiros físicos. "Hoje, 80% dos nossos formandos são absorvidos pela indústria. Uma boa parte concilia o trabalho com cursos de pós-graduação, para atingir uma especialidade maior. Os outros 20% seguem se dedicando ao universo acadêmico", diz Cláudio Antônio Cardoso, revelando que o ambiente onde o engenheiro físico mais se sente à vontade é dentro de laboratórios de pesquisa.  "Em Campinas, o LNLS (Laboratório Nacional de Luz Síncrotron) é um dos que mais absorve nossos formandos", completa.

Construção civil

A aplicabilidade da engenharia física na construção civil está diretamente relacionada com a pesquisa de materiais. Na UFSCar, indústrias do setor já incentivaram estudos relacionados com a acústica de determinados produtos. "Tivemos uma demanda para estudar um tipo de argamassa que um fabricante iria lançar no mercado, e cujo diferencial era a sua boa capacidade termoacústica", revela o coordenador do curso da Universidade Federal de São Carlos. "A pedidos, também já realizamos ensaios de resistência de concreto", complementa Cardoso.

Saiba mais:

Confira outras informações sobre a graduação em engenharia física:
http://chasqueweb.ufrgs.br/~ckrug/cardoso-cobenge-2010.pdf

Entrevistado
Cláudio Antônio Cardoso, coordenador do curso de engenharia física da UFSCar (Universidade Federal de São Carlos)
Currículo
- Possui mestrado e doutorado em Física pela Universidade Estadual de Campinas (2001)
- Atualmente é professor adjunto II e Coordenador de Graduação em Engenharia Física do Departamento de Física da Universidade Federal de São Carlos
- Atua na área de Física do Estado Sólido experimental e no estudo de óxidos complexos com propriedades magnéticas ou supercondutoras
- Suas linhas de pesquisa atuais envolvem também a busca por novos compósitos multiferróicos e a aplicação de nanopartículas em problemas de biotecnologia. Atua como colaborador de revistas internacionais de física, tais como Physical Review B, Materials Letters e Physical Review Letters

Contato:  cardoso@df.ufscar.br / http://www.eng-fis.df.ufscar.br

Crédito Foto: Divulgação

Jornalista responsável: Altair Santos - MTB 2330

Brasil foi o centro das atenções na Batimat 2011

Feira mundial da construção civil, que acontece a cada dois anos em Paris, estimulou mercado europeu a buscar negócios no país

Por: Altair Santos

Considerada a principal feira mundial da construção civil, a Batimat 2011 aconteceu de 7 a 12 de novembro em Paris, na França, e colocou o Brasil no centro das atenções do evento. O país foi cortejado pelos empreendedores europeus, visto como um "canteiro de obras em plena atividade no mundo".  Por isso, o estande montado pela Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo) esteve entre os mais concorridos da feira.  "Procuramos mostrar várias modalidades de negócios para eles e o interesse foi surpreendente", disse José Carlos de Oliveira Lima, vice-presidente da Fiesp, presidente do Consic (Conselho Superior da Indústria da Construção da Fiesp) e do conselho deliberativo do Sinaprocim/Sinprocim (Sindicato Nacional da Indústria de Produtos de Cimento/Sindicato da Indústria de Produtos de Cimento do Estado de São Paulo).

Pavilhão da Batimat, em Paris: vários segmentos da cadeia produtiva da construção civil internacional estão interessados em investir no Brasil

Aos investidores que foram à Batimat, a Fiesp apresentou o relatório Construbussiness, que projeta as perspectivas de negócios que devem ser viabilizados no Brasil até 2022. "Até o bicentenário da nossa independência, o país deve construir mais 27 milhões de habitações, além de estar plenamente envolvido com a questão do pré-sal e as obras de infraestrutura. Estimamos que tudo isso irá requerer investimento da ordem de R$ 2 trilhões até 2022", avalia José Carlos de Oliveira Lima, revelando os tipos de negócios que mais atraem os estrangeiros para a cadeia da construção civil brasileira: "Eles buscam joint ventures, seja para exportar materiais ou tecnologia, e também têm interesse em aquisições de empresas brasileiras. Com a crise que está acontecendo lá na Europa, o Brasil é visto como uma janela de oportunidades."

Outro ponto de interesse dos empreendedores que visitaram a Batimat, em relação ao Brasil, foi procurar saber quais são os entraves para investimentos no país. "O que eles mais perguntaram foi sobre a alta carga tributária e também a questão de juros altos, ou seja, este é o maior problema sob o ponto de vista da competitividade. Há também a questão da tecnologia. Na Batimat, pudemos ver materiais, equipamentos e técnicas de construção que ainda não chegaram no Brasil. A feira também mostrou que o caminho é o mesmo da industrialização dos canteiros de obras. Isso, aqui, está só começando. É um campo a ser explorado por eles", previu o dirigente da Fiesp, que integrou a comitiva que esteve em Paris.  A feira, que ocorre a cada dois anos, atraiu em 2011 mais de 400 mil visitantes, dos quais 80 mil eram estrangeiros. Do Brasil, 2.500 passaram pela Batimat 2011.

Durante a feira, foram encaminhados 125 negócios voltados para o Brasil dentro dos sete setores contemplados no evento: estrutura, carpintaria, acabamentos e decoração, material e ferramentas, durabilidade dos edifícios, informática e serviços empresariais. Também foi assinado um acordo de cooperação com a Sorbonne, Universidade de Paris, para que o país avance na qualificação da mão de obra e na aplicação de novas tecnologias na construção civil. Entre as disciplinas que a Sorbonne irá participar, dentro de convênios a serem firmados com universidades brasileiras, estão Tecnologia dos Materiais, Métodos e Sistemas de Padronização, Arquitetura Sustentável, Planejamento Urbano e Produção em Escala de Residências Populares. "Colheremos muitos frutos desta nossa participação na Batimat", finalizou José Carlos de Oliveira Lima.

Veja também:

Relatório Construbussiness apresentado na Batimat 2011
http://www.fiesp.com.br/observatoriodaconstrucao/downloads/palestra-batimat-portugues.pdf

Entrevistado
José Carlos de Oliveira Lima, vice-presidente da Fiesp, presidente do Consic (Conselho Superior da Indústria da Construção da Fiesp) e do conselho deliberativo do Sinaprocim/Sinprocim (Sindicato Nacional da Indústria de Produtos de Cimento/Sindicato da Indústria de Produtos de Cimento do Estado de São Paulo)
Currículo
- Graduado em engenharia civil pela Pontifícia Universidade Católica de Campinas
- Preside o conselho deliberativo do Sinprocim (Sindicato da Indústria de Produtos de Cimento do Estado de São Paulo) 1992-2014
- Preside o conselho deliberativo do Sinaprocim (Sindicato Nacional da Indústria de Produtos de Cimento) 1998-2014
- Fundou da Abilaje (Associação Brasileira da Indústria de Lajes)
- É presidente e fundador do Instituto Construbusiness desde 2002
- É vice-presidente eleito da FIESP (2007-2015)
- Preside do Conselho Superior da Indústria da Construção (CONSIC/FIESP)
Contato: sinaprocim@sinaprocim.org.br

Créditos fotos: Divulgação / Batimat 2011 / Sinaprocim

Jornalista responsável: Altair Santos - MTB 2330

Nova norma agrega qualidade às lajes alveolares

A ABNT NBR 14861 já está em vigor e foi bem recebida pelo mercado, que aposta na tendência de industrialização da construção civil

Por: Altair Santos

Desde 28 de novembro de 2011, está em vigor a ABNT NBR 14861:2011, que estabelece requisitos e procedimentos a serem atendidos no projeto, na produção e na montagem das lajes alveolares pré-moldadas de concreto protendido. A nova norma cancela e substitui a edição anterior de 2002.

Inês Battagin, superintendente da ABNT/CB-18: norma alavanca setor da pré-fabricação em concreto no Brasil.

O Comitê Brasileiro de Cimento, Concreto e Agregados (ABNT/CB-18) foi o responsável pela publicação. À frente esteve a superintendente do CB-18, Inês Battagin. Para ela, além de melhorar a qualidade das lajes alveolares, a NBR 14861:2011 - Lajes alveolares pré-moldadas de concreto protendido — Requisitos e procedimentos é um passo importante para o processo de industrialização da construção civil no país. Confira a entrevista:

Com a nova norma NBR 14861:2011, quais são as mudanças mais relevantes na fabricação das lajes alveolares pré-fabricadas de concreto protendido?
A nova norma é mais completa e detalha as especificidades das lajes alveolares com muita propriedade, valendo ressaltar algumas diferenças fundamentais:

1) Os requisitos ficaram mais claros em relação ao documento publicado em 2002 (versão anterior da norma).
2) Na nova norma há um capítulo que detalha como deve ser realizado o dimensionamento das seções transversais das lajes alveolares, considerando a necessidade de resistirem à flexão, à força cortante, à punção, ao fendilhamento longitudinal e estabelece também a resistência das chavetas ao esforço cortante.
3) A ABNT NBR 14861:2011 estabelece as tolerâncias dimensionais das lajes alveolares e dá as diretrizes para sua produção, prescreve os materiais a serem utilizados, as metodologias produtivas, os cuidados com a cura e posterior corte da armadura ativa para liberação da protensão, bem como a verificação das perdas de protensão para aceitação do produto ainda na fábrica.
4) A nova norma estabelece ainda como deve ser realizado o projeto estrutural composto por lajes alveolares, bem como a movimentação das lajes pré-fabricadas e a montagem das estruturas.
5) O capeamento estrutural, que pode complementar a laje e é moldado no local, tem suas especificidades de cálculo e execução estabelecidas.
6) A documentação de cada etapa do processo construtivo (fabricação, projeto, movimentação e montagem) está relacionada na norma, de forma a orientar o meio técnico adequadamente.

Hoje, muito se fala em industrialização da construção civil no Brasil. Em termos de normas que regem o setor, o país está preparado para entrar na era da industrialização?
O Brasil tem crescido muito nas questões de industrialização da construção, especialmente no que diz respeito à pré-fabricação em concreto. A busca por cronogramas enxutos, racionalização nos canteiros e durabilidade da estrutura são os fatores que mais têm contribuído para esse crescimento. Nesse contexto, as ações da ABCIC (Associação Brasileira da Indústria da Construção Industrializada de Concreto) sempre focadas na qualidade, têm alavancado o setor da pré-fabricação em concreto no Brasil. Assim, em termos de normalização, o país está evoluindo em função de suas novas características e das exigências inerentes a esse crescimento. A norma de projeto e execução de estruturas pré-moldadas de concreto (ABNT NBR 9062) foi revisada e publicada em nova edição em 2006; a ABNT NBR 14861, de lajes alveolares, foi publicada este ano e já estamos trabalhando na normalização de estacas pré-fabricadas de concreto.

Lajes alveolares pré-fabricadas de concreto protendido: utilizada em construções de grande porte, como shopping centers, supermercados e prédios industriais.

As lajes alveolares pré-fabricadas de concreto protendido são mais usadas em que tipo de construção?
As lajes alveolares pré-fabricadas de concreto protendido podem ser utilizadas em todo tipo de construção, seja ela em estrutura pré-moldada de concreto, estrutura moldada em loco e até em estruturas mistas e compostas. Por sua elevada capacidade portante, e facilidade de vencer grandes vãos, é comum sua utilização em construções de grande porte, como shopping centers, supermercados, prédios industriais e outros empreendimentos. Mas sua aplicação se estende ao uso em construções de todo o tipo.

Comparativamente a outros países, o Brasil constrói mais ou menos edificações com lajes alveolares protendidas de estruturas de concreto pré-fabricadas?
Sei que em alguns países da Europa, como Bélgica e Holanda, são muito utilizadas as lajes alveolares pré-fabricadas.

Normalmente, uma norma da ABNT é revisada de quanto em quanto tempo? E mais: no caso da NBR 14861, foi a primeira vez?
É desejável que as normas brasileiras sigam o padrão internacional da ISO (International Organization for Standardization) e sejam revisadas a cada 5 anos, o que nem sempre é possível. Esta foi a primeira revisão da ABNT NBR 14861.

Quanto tempo levou entre a elaboração da norma até a sua publicação?
Os trabalhos de revisão da norma começaram em julho de 2008 e foram encerrados em agosto de 2011. Como a data de publicação é de 28 de novembro de 2011, passaram-se três meses após sua aprovação final até a norma estar publicada.

Quais organismos participaram da elaboração da norma?
Diversas empresas, entidades e profissionais tomaram parte nos trabalhos, tendo-se, na comissão de estudo a presença de projetistas estruturais, fabricantes de lajes alveolares, laboratórios de controle, universidade e diversos profissionais que atuam na área, somando mais de 80 pessoas envolvidas com o desenvolvimento da norma. Elas representaram 44 empresas e entidades, valendo salientar especialmente a presença constante da ABECE (Associação Brasileira de Engenharia e Consultoria Estrutural) da ABCIC (Associação Brasileira de Construção Industrializada em Concreto) e da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar).

Entrevistada
Inês Laranjeira da Silva Battagin, superintendente do Comitê ABNT /CB-18
Currículo

- Engenheira civil, superintendente do ABNT/CB18 e consultora da ABCP (Associação Brasileira de Cimento Portland) nas áreas de normalização técnica e patologias de edificações
- Participa no desenvolvimento de normas técnicas (ABNT/CB-18 e ABNT/CB-02, ISO e MERCOSUL)
- É diretora de publicações e divulgações técnicas do IBRACON (Instituto Brasileiro do Concreto)
Contato: ines.consult@abcp.org.br / inesbattagin@terra.com.br / cb18@abcp.org.br

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Mercado recebe com otimismo norma NBR 14861:2011

Segundo o engenheiro civil José Paulo Grings, diretor da Preconcretos Engenharia, em Porto Alegre-RS, a NBR 14861:2011 trará benefícios tanto para fabricantes e projetistas quanto para os clientes.  "Ela ficou muito mais específica e agregou uma série de embasamentos que regulam e padronizam a utilização da laje alveolar. Isso para o projetista e para o cliente é excelente, pois eles sabem exatamente o que vão receber", elogiou.

José Paulo Grings, da Preconcretos Engenharia: norma especifica, dá e padroniza a utilização da laje alveolar.

Grings avalia que a nova norma vai coibir algumas práticas, como o uso de capa na incorporação do elemento estrutural. "Muitas vezes uma laje um pouco mais fina dava uma contra-fecha e exigia que se desse uma protendida forte embaixo, o que chama-se de capeamento. Só que acabava gerando alto consumo de concreto, porque lá no meio tinha um capeamento de 5 e lá na ponta tinha um capeamento de 12. Com a norma, ficou limitada a espessura da contra-flecha", explica.

Ainda de acordo com o engenheiro, a expectativa é que as lajes alveolares pré-moldadas de concreto protendido passem a ser mais consumidas a partir da NBR 14861:2011. "A tendência da industrialização está muito forte. No caso da laje alveolar, ela está abrindo leques em outros segmentos da construção civil. É um produto muito versátil e os maiores consumidores são os projetos de shopping centers. Esse tipo de obra utiliza uma quantidade exorbitante de laje alveolar", revela José Paulo Grings.

A rapidez na montagem é uma das principais vantagens das lajes alveolares pré-moldadas de concreto protendido. O diretor da Preconcretos Engenharia afirma que por dia podem ser montados até 600 m². "Esse produto permite vencer grandes vãos com espessuras relativamente baixas, sem precisar de escoramento, pois a laje alveolar é autoportante. Além disso, ela tem bom desempenho térmico e acústico", avalia.

Sobre o tipo de concreto usado na fabricação das lajes alveolares, José Paulo Grings destaca que o produto deve ter fck (resistência) em torno de 50 MPa. "É um concreto que trabalha com abatimentos muito baixos, com uma quantidade de água muito pequena. É um concreto muito seco, muito farinhento, com plasticidade mínima, que só pode ser moldado em equipamento adequado e com a vibração certa", finaliza.

Preconcretos ganha prêmio "obra do ano" da ABCIC

A Preconcretos Engenharia foi contemplada em dezembro de 2011 com o prêmio "Obra do ano em estruturas pré-fabricadas em concreto", concedido anualmente pela ABCIC (Associação Brasileira da Construção Industrializada de Concreto). O título é dado à estrutura que tenha sido executada com concreto pré-fabricado ou protendido produzido em instalações industriais, em conformidade com a ABNT.

A obra vencedora foi o Complexo Cultural  Feevale, no Vale dos Sinos em Novo Hamburgo-RS. O empreendimento conta com dois prédios, teatro e estacionamento, além de anexos como estacionamento externo, acessos e passarela. Foram usadas mais de 400 tipos de peças na construção, totalizando 3.195 m³ de concreto, distribuídos entre pilares, vigas, painéis protendidos, balcões, escadas, elementos de arquibancadas, muros de contenção, lajes e tirantes.

Inaugurado no dia 20 de setembro de 2011, o Complexo Cultural Feevale tem capacidade para 1.800 espectadores e é hoje o maior teatro do Rio Grande do Sul. Trata-se de mais uma obra que usou o know-how da Preconcretos Engenharia, empresa gaúcha fundada em 1973, e que é pioneira no Rio Grande do Sul no ramo de pré-fabricados.

Entrevistado
José Paulo Grings, diretor da Diretor da Preconcretos Engenharia S/A
Currículo

- José Paulo Grings é engenheiro civil formado pela UFRGS (Universidade Federal do Rio Grande do Sul) em 1985
- Possui especializações em estruturas (PUC-RS), gestão empresarial (PPGA/UFRGS),  Marketing (FGV) e Engenharia de Produção (UFRGS)
Contato: josepaulo@preconcretos.com.br

 Normas necessárias para a aplicação da ABNT NBR 14861:2011:

ABNT NBR 11768:2011 (Aditivos químicos para concreto de cimento Portland – Requisitos)
ABNT NBR 12655:2006 (Concreto de cimento Portland - Preparo, controle e recebimento - Procedimento)
ABNT NBR 14931:2004 (Execução de estruturas de concreto - Procedimento)
ABNT NBR 15200:2004 (Projeto de estruturas de concreto em situação de incêndio)
ABNT NBR 15421:2006 (Projeto de estruturas resistentes a sismos - Procedimento)
ABNT NBR 15823-1:2010 (Concreto auto-adensável Parte 1: Classificação, controle e aceitação no estado fresco)
ABNT NBR 5733:1991 (Cimento Portland de alta resistência inicial)
ABNT NBR 5738:2003 (Concreto - Procedimento para moldagem e cura de corpos-de-prova)
ABNT NBR 5739:2007 (Concreto - Ensaios de compressão de corpos-de-prova cilíndricos)
ABNT NBR 6118:2007 (Projeto de estruturas de concreto - Procedimento)
ABNT NBR 6120:1980 Versão Corrigida: 2000 (Cargas para o cálculo de estruturas de edificações)
ABNT NBR 6123:1988 Versão Corrigida: 1990 (Forças devidas ao vento em edificações)
ABNT NBR 7808:1983 (Símbolos gráficos para projetos de estruturas)
ABNT NBR 8522:2008 (Concreto - Determinação do módulo estático de elasticidade à compressão)
ABNT NBR 8681:2003 Versão Corrigida: 2004 (Ações e segurança nas estruturas - Procedimento)
ABNT NBR 9062:2006 (Projeto e execução de estruturas de concreto pré-moldado)
ABNT NBR NM 67:1998 (Concreto - Determinação da consistência pelo abatimento do tronco de cone)

Créditos Foto: Divulgação

Jornalista responsável: Altair Santos - MTB 2330

Previsão para 2012: será o ano dos trainees

Melhor compreensão da Lei do Estágio e reaquecimento da economia  projetam maiores oportunidades de trabalho para os estudantes

Por: Altair Santos

Criada em setembro de 2008, a Lei do Estágio, assim que foi promulgada, causou dificuldades de adaptação tanto para as empresas  quanto aos estudantes. Por isso, o impacto inicial não foi positivo. Segundo dados do Nube (Núcleo Brasileiro de Estágios) houve redução média de 40% na oferta de vagas entre 2008 e 2009. Em 2010, o cenário começou a mudar. "Hoje, o mercado para estagiários já está normalizado. Todos os instrumentos jurídicos foram adequados à nova lei e as dúvidas dos empresários em relação a alguns pontos que eram novidades na legislação também estão sanados", diz José Ribamar Brasil dos Reis, presidente do Centro de Integração Empresa-Escola do Paraná (CIEE-PR).

José Ribamar Brasil dos Reis, do CIEE: área da engenharia civil tem aberto, em média, 50 vagas por mês no Paraná.

Segundo José Ribamar, o que causou o período de inércia no mercado de estágios foram as interpretações dúbias da lei, quando ela foi implantada. "Primeiro, tentaram compará-la à CLT (Consolidação das Leis Trabalhistas) trazendo muitas dúvidas por parte dos empresários, principalmente se o custo de contratar um estagiário seria igual a contratar um empregado. Neste período, a oferta teve uma redução significativa, com a suspensão temporária das contratações. Mas agora estão definidas as obrigações da parte concedente de estágio, da instituição de ensino e do agente de integração , o que foi suficiente para reaquecer o mercado ", admitiu.

Por isso, a expectativa é que 2012 seja um dos melhores anos para estudantes que buscam estágios e vagas de trainees. O CIEE, por exemplo, estima que apenas no primeiro trimestre do ano devem ser abertas mais de 70 mil vagas em todo o país. Uma das áreas mais requisitadas será a engenharia. No Paraná, atualmente, o Centro de Integração Empresa-Escola já oferta cerca de 50 vagas por mês para estudantes de engenharia civil. "Metade delas é para o mercado de Curitiba", afirma o presidente do CIEE paranaense, completando que tradicionalmente o primeiro trimestre de cada ano é o período de maior oferta de estágios. "Muitos estagiários se formam no final do ano anterior e são efetivados pelas empresas. Com isso, abrem-se novas vagas para reposição entre janeiro e março".

Diferenças

Antes de buscar uma vaga no mercado, o estudante precisa saber diferenciar o que é estágio e o que é trainee. Diferentemente do trainee, que é um empregado registrado pela empresa, o estagiário não pode ser considerado um empregado, pois não possui registro em carteira profissional. Significa que o estagiário não tem direito a aviso prévio, férias e 13º salário. Além disso, a empresa não contribui com o INSS (Instituto Nacional de Serviço Social) e nem com o FGTS (Fundo de Garantia por Tempo de Serviço). Pela lei n.º 11.788, o estagiário ganhou os seguintes direitos: recesso remunerado, redução da jornada de trabalho para 6 horas, auxílio-transporte e bolsa-auxílio. Atualmente, numa média nacional, um estagiário do ensino superior ganha R$ 825,00 enquanto um estudante do ensino médio recebe cerca de R$ 477,00 por mês.

Já um contratado para ser trainee - no caso, apenas os que estão no ensino superior podem se candidatar a essas vagas - chegam a ganhar até três vezes mais que um estagiário. São dois os motivos para que isso ocorra: os programas de trainee buscam os mais qualificados e são desenvolvidos para que o treinado ocupe um cargo estratégico dentro da organização. Na maioria deles, o objetivo é que o trainee galgue uma posição gerencial em até cinco anos. Já os programas de estágio possuem um período determinado (que não pode ser inferior a seis meses) podendo ou não efetivar o estagiário na empresa depois deste tempo. "O estudante precisa ter noção de que o mercado, tanto para trainees quanto para estagiários, exige comprometimento, dinamismo, disciplina, trabalho em equipe, relacionamento interpessoal e disposição para enfrentar desafios", alerta José Ribamar Brasil dos Reis.

Entrevistado
José Ribamar Brasil dos Reis, presidente do Centro de Integração Empresa-Escola do Paraná (CIEE-PR)
Currículo

- Bacharel em Ciências Econômicas. Tem especialização na Fundação Getúlio Vargas (Rio de Janeiro) em Sistema de Controle e Execução de Projetos.
- Na área profissional, foi funcionário da Companhia Paranaense de Energia (Copel) e do BRDE (Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul) 
- Entre 2006 e 2010 foi vice-presidente do Centro de Integração Empresa-Escola do Paraná (CIEE-PR).
- No início de abril de 2011, tomou posse como presidente eleito do CIEE-PR para o biênio 2010/2012
Contato: comunica@cieepr.org.br (assessoria de imprensa)

Crédito: Divulgação/CIEE

Jornalista responsável: Altair Santos - MTB 2330

Nova ponte permite reurbanização de Florianópolis

Projeto agrega a construção de um aterro de 2.758.000 m² e muda todo o sistema viário que fará a ligação da ilha com a BR-101

Por: Altair Santos

Estudos do IPUF (Instituto de Planejamento Urbano de Florianópolis) mostraram, em 2009, que a capital catarinense caminhava para um grave problema de mobilidade até 2014. Desde que mantidas as únicas ligações existentes entre ilha e continente, e com a taxa de veículos na cidade crescendo a uma média de 5% ao ano, daqui a três anos haveria um estrangulamento no trânsito de Florianópolis. Para evitar o caos urbano, o governo de Santa Catarina apresentou no final de novembro de 2011 o projeto da construção de uma nova ligação com a BR-101.

Imagem mostra como será a nova ponte entre ilha-continente: obra estimada em R$ 1,1 bilhão deve consumir 60 mil m³ de concreto.

Não vai tratar-se apenas de viabilizar uma nova ponte. O plano apresentado em parceria com a União, e que também irá captar recursos na iniciativa privada, pretende reurbanizar a parte continental de Florianópolis. A obra prevê um aterro sobre o mar de 2.758.000 m², que permitirá o deslocamento para o continente de parte da estrutura governamental que opera na ilha. Assim, seria retido um bom volume do tráfego que atualmente se utiliza das travessias já existentes e que causa congestionamentos constantes no lado insular da capital catarinense. Hoje, o fluxo de veículos sobre as pontes em operação é de 178 mil por dia (1.954 por hora).

O investimento no complexo está estimado em R$ 1,1 bilhão e deverá ser concluído em duas etapas. A primeira, em 2014; a segunda, até 2016. Sobre o aterro, o secretário de infraestrutura do governo catarinense, Valdir Cobalchini, informa que 70% da área será destinada ao setor público e 30% à área privada, que poderá ser comercializada por empreendedores que financiarão o empreendimento, em modelo de Parceria Pública Privada (PPP). “É uma obra viável economicamente e que trará bastante benefício à população”, assegurou Cobalchini.

Já a ponte a ser construída, o projeto prevê que ela terá oito pistas, com 45 metros de largura e 1,6 quilômetros de comprimento. O equipamento inclui passarelas para pedestres e ciclovias em toda a extensão da via, no mesmo nível da pista de carros. A extensão total do acesso, incluindo a ponte, será de 8,5 quilômetros e o projeto também prevê uma via expressa, de alta velocidade, com acesso à BR-101. O trânsito local será feito por vias marginais e o acesso do sistema viário à via expressa será feito por viadutos. O plano encontra-se no estágio de liberação do edital para contratação do Estudo de Viabilidade Técnica, Econômica e Ambiental (Evtea) e Estudo de Impacto Ambiental (EIA-Rima).

Segundo o governo catarinense, o impacto ambiental é considerado pequeno, visto que a área já é amplamente humanizada. “Sem dúvida é um grande empreendimento para a Grande Florianópolis, que fará crescer a região e trazer oportunidade de emprego. Essa obra será um exemplo”, destacou Valdir Cobalchini. Pelo cronograma do projeto, as obras devem começar em setembro de 2012. A primeira etapa, que inclui a construção da ponte e da ligação com o sistema viário do Estreito, deve ser entregue até o terceiro trimestre de 2014 e terá um consumo estimado de 60 mil m³ de concreto. Quanto à conclusão do aterro, e todas as obras de acesso à BR-101 e ao trânsito local, a previsão de conclusão é o 1º trimestre de 2016.

Saiba mais: http://www.cimentoitambe.com.br/massa-cinzenta/florianopolis-prioriza-o-futuro/

Entrevistado
Secretaria de Estado de Comunicação e Secretaria de Estado de Infraestrutura de Santa Catarina
Contato:
imprensa@sie.sc.gov.br / rafael@secom.sc.gov.br

Veja vídeo do empreendimento: Clique aqui

Crédito: Divulgação/Governo de SC

Jornalista responsável: Altair Santos - MTB 2330

Referência tecnológica, ABCP comemora 75 anos

Desde 1936, a Associação Brasileira de Cimento Portland trabalha pela qualidade dos materiais usados na construção civil brasileira

Por: Altair Santos

A tecnologia do cimento e do concreto tem na Associação Brasileira de Cimento Portland (ABCP) seu fio-condutor. Desde 1936, ela investe incessantemente no controle de qualidade dos produtos fabricados no país. Não é à toa que o setor cimenteiro foi o primeiro ramo industrial do país a entrar em conformidade com as normas da ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas) da qual a ABCP é uma das fundadoras, em 1940. Hoje, aos 75 anos, a associação reúne oito grupos industriais, cinco multinacionais, dos quais dois são originários do Brasil e três nacionais, com um total de 79 fábricas de cimento no território nacional - incluindo a Cimento Itambé.

Renato José Giusti, presidente da ABCP: "Brasil virou um canteiro de obras e a indústria do cimento tem importante papel a desempenhar.”

Desde a sua criação, a ABCP adota como lema a transferência de conhecimento. Isso inclui a pesquisa tecnológica, para melhorar a qualidade do cimento, do concreto, dos processos produtivos e construtivos, além da promoção de cursos, palestras, eventos e feiras para qualificar os profissionais envolvidos com a cadeia produtiva da construção civil. "Capacitar faz parte do DNA da ABCP. Por isso, somos reconhecidos nacional e internacionalmente pela excelência de nossos serviços, o que nos leva a ganhar prêmios, tornando-nos benchmarking de outros setores", orgulha-se o presidente da associação, Renato Giusti.  

Sempre em parceria com seus filiados e instituições diversas, a ABCP mantém um laboratório de ensaios completo e moderno que presta serviços ao setor cimenteiro, à indústria coligada de materiais de construção e aos consumidores. Além disso, elabora pesquisas e projetos e conta com uma equipe de profissionais – arquitetos, engenheiros, geólogos e químicos, entre outros – à disposição do mercado para prestar consultoria e dar suporte a grandes obras da engenharia brasileira. Trata-se de um centro de referência  que possui a certificação ISO 9001 e acreditação no Instituto Nacional de Metrologia e Qualidade (lnmetro) para fazer análises químicas, físico-mecânicas e mineralógicas de matérias-primas, combustíveis, resíduos industriais, clínquer, cimento, concreto, argamassa e produtos cimentícios.

Reconhecimento

Outra ação importante da ABCP é que desde 1991 ela concede seu próprio selo de qualidade através de um programa contínuo de visitas de inspeções às unidades fabris.  Além disso, desde 1998 o selo de qualidade da associação passou a atender ao compromisso da indústria cimenteira frente ao Programa Brasileiro de Qualidade e Produtividade do Habitat (PBQP-H), cuja meta era elevar para 90% o percentual médio de conformidade com as normas técnicas dos produtos que compõem a cesta básica de materiais de construção. De todos os produtos dessa cesta básica, o cimento se destaca por ter alcançado o maior índice de conformidade, ou seja, 99%.

De acordo com Renato Giusti, são medidas como essas que fizeram a indústria brasileira de cimento ser reconhecida internacionalmente por seu excelente desempenho tecnológico, energético e ambiental,  e pela reduzida emissão de gases de efeito estufa. "Essa posição é fruto de um grande esforço das empresas. São ações para reduzir emissões, contribuindo no combate às mudanças climáticas, levando a nossa indústria a ser reconhecida mundialmente como a mais ecoeficiente. Somente em 2010, a indústria brasileira de cimento, com apoio técnico da ABCP, destruiu em seus fornos cerca de um milhão de toneladas de resíduos, por meio da tecnologia de coprocessamento. Desse total, mais de 50% dos resíduos tinham poder calorífico e foram aproveitados como combustível, além de preservarem as reservas de combustíveis fósseis", ressalta.

Sobre os projetos futuros da ABCP, Giusti afirma que a meta é fazer com que a associação continue perseguindo sua meta, que é "ajudar a construir o país".  "Afinal, é edificante e prazeroso cuidar, com dedicação e rigor, do aperfeiçoamento do mercado da construção civil, da melhoria da qualidade de vida da população e do desenvolvimento do Brasil", conclui.

Entrevistado
Renato José Giusti, presidente da Associação Brasileira de Cimento Portland (ABCP)
Currículo

- Formado em engenharia metalúrgica (1971) com especialização em marketing e mercado
- Exerce o cargo de Presidente da Associação Brasileira de Cimento Portland (ABCP), entidade técnica da indústria do cimento no país
- É diretor do Departamento de Construção Civil, DECONCIC e membro do Conselho da Indústria da Construção da FIESP, Federação das Indústrias do Estado de São Paulo
- É Membro do Conselho Deliberativo da ABNT, Associação Brasileira de Normas Técnicas
- É Conselheiro do IBRACON, Instituto Brasileiro do Concreto
Contato: renato.giusti@abcp.org.br

Crédito: Divulgação/ABCP

 

Jornalista responsável: Altair Santos - MTB 2330

A quase 900 dias da Copa, estádios aceleram obras

Doze construções vão consumir quase 1 milhão de m³ de concreto, custar R$ 6,5 bilhões e envolver 20 mil trabalhadores 
Por: Altair Santos

Com exceção da Arena da Baixada, em Curitiba, e do Beira-Rio, em Porto Alegre, que ainda não têm canteiros de obras instalados e devem implantá-los no começo de 2012, todos os outros dez estádios escolhidos pela Fifa (Federação Internacional do Futebol) para sediar jogos da Copa do Mundo de 2014 encontram-se com suas obras aceleradas. Três deles estão em estágio avançado: Castelão, em Fortaleza, com 50,09% da execução cumprida; Mané Garrincha, em Brasília, com 42%, e Mineirão, em Belo Horizonte,  com 40%.

Esses três estádios, além do Maracanã, devem ficar prontos até dezembro de 2012, pois serão palcos das partidas da Copa das Confederações - torneio-teste da Fifa, que ocorre um ano antes do mundial. Com exceção do Mané Garrincha, os demais envolvem obras de retrofit - modernização e recuperação de estruturas já existentes. Isso leva a crer que os cronogramas sejam cumpridos sem problemas. Aliás, quase metade dos equipamentos que serão utilizados na Copa vão prescindir apenas de retrofit. Incluem-se aí, além de Castelão, Mineirão e Maracanã, o Beira-Rio e a Arena da Baixada.

Dos estádios cujos projetos tiveram que começar do zero, todos estão investindo em estruturas pré-fabricadas para conseguir ganhar tempo. Por isso, em termos de volume de concreto, a Copa do Mundo de 2014 terá um volume de concreto moldado no local. O estimado é que as 12 obras - considerando as estruturas dos estádios e os anexos - sejam finalizadas com menos de um milhão de metros cúbicos de concreto. O número equivale a 1/5 do que vão precisar as duas maiores usinas hidrelétricas atualmente em construção no Brasil: Jirau (2,8 milhões de m³ de concreto) e Belo Monte (3,7 milhões de m³ de concreto).

Outro detalhe  em comum entre os estádios em obra é que, para obter licenças ambientais, os construtores precisaram assumir compromissos com a sustentabilidade. No caso dos que envolvem retrofit, o principal deles era que instalassem recicladoras para aproveitar o concreto demolido nas novas estruturas. Castelão, Maracanã e Mineirão já têm esses equipamentos em seus canteiros de obras. O Beira-Rio também irá reutilizar o material demolido, assim como a Arena das Dunas reaproveitará o concreto do extinto Machadão e a Arena de Salvador da antiga Fonte Nova.

A quase 900 dias da Copa, e a um custo total de R$ 6,5 bilhões, as obras avançam e já geram mais de 14 mil empregos diretos. No pico, que se dará no segundo semestre de 2012, deverá envolver pelo menos 20 mil trabalhadores. Veja como está o cronograma de cada um dos 12 estádios:

Castelão
Estágio das obra: 50,09% concluída
Previsão de entrega: dezembro de 2012
Custo: R$ 518,6 milhões
Volume estimado de concreto: 59.117 m³
Empregos diretos gerados atualmente pela obra: 718

Maracanã
Estágio das obra: 32% concluída
Previsão de entrega: abril de 2013
Custo: R$ 705.589.143,72
Volume estimado de concreto: 31 mil m³
Empregos diretos gerados atualmente pela obra: 2.450

Mineirão
Estágio das obra: 40% concluída
Previsão de entrega: dezembro de 2012
Custo: R$ 654,6 milhões
Volume estimado de concreto: 23.186 m³
Empregos diretos gerados atualmente pela obra: 1.500

Mané Garrincha
Estágio das obra: 42% concluída
Previsão de entrega: dezembro de 2012
Custo: R$ 918 milhões
Volume estimado de concreto: 129.279 m³
Empregos diretos gerados atualmente pela obra: 2.500

Arena Amazônia
Estágio das obra: 30% concluída
Previsão de entrega: dezembro de 2013
Custo: R$ 548,68 milhões
Volume estimado  de concreto: 26,2 mil m³
Empregos diretos gerados atualmente pela obra: 980

Arena Corinthians
Estágio das obra: 19% concluída
Previsão de entrega: dezembro de 2013
Custo: R$ 820 milhões
Volume estimado de concreto: 17.500 m³
Empregos diretos gerados atualmente pela obra: 800

Arena das Dunas
Estágio das obra: 11% concluída
Previsão de entrega: dezembro de 2013
Custo: R$ 540 milhões
Volume estimado de concreto: 42 mil m³
Empregos diretos gerados atualmente pela obra: 382

Arena Fonte Nova
Estágio das obra: 35% concluída
Previsão de entrega: março de 2013
Custo: R$ 786 milhões
Volume estimado de concreto: 45 mil m³
Empregos diretos gerados atualmente pela obra: 1.400

Arena Pantanal
Estágio das obra: 35% concluída
Previsão de entrega: fevereiro de 2013
Custo: R$ 462 milhões
Volume estimado de concreto: 38 mil m³
Empregos diretos gerados atualmente pela obra: 650

Arena Pernambuco
Estágio das obra: 20% concluída
Previsão de entrega: julho de 2013
Custo: R$ 532 milhões
Volume estimado de concreto: 65 mil m³
Empregos diretos gerados atualmente pela obra: 1.677

Arena da Baixada
Estágio das obra: não definido
Previsão de entrega: março de 2013
Custo: R$ 250 milhões
Volume estimado de concreto: não definido
Empregos diretos gerados atualmente pela obra: sem canteiro de obras instalado

Beira-Rio
Estágio das obra: não definido
Previsão de entrega: dezembro de 2013
Custo: R$ 290 milhões
Volume estimado de concreto: não definido
Empregos diretos gerados atualmente pela obra: sem canteiro de obras instalado

 

Crédito: Divulgação/COL/Odebrecht/
Fontes: Secretarias especiais para assuntos da Copa (Secopa-MG, Secopa-MT, Secopa-AM, Secopa-CE, Secopa-RN, Secopa-BA, Secopa-PR, Secopa-RS, Secopa-PE e Secopa-RJ), Sinaenco, Odebrecht e COL (Comitê Organizador Local da Fifa)

Jornalista responsável: Altair Santos - MTB 2330

FGTS: o grande indutor da habitação no Brasil

Com 45 anos, fundo acumula ativos de R$ 260,3 bilhões. Parte desses recursos financia casas e obras de saneamento e infraestrutura

Por: Altair Santos

Criado em 1966, com a finalidade de proteger o trabalhador demitido sem justa causa, o Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) transformou-se em um dos principais indutores do crescimento do Brasil. Atualmente, boa parte das obras de infraestrutura urbana, saneamento básico e habitacionais em andamento no país conta com investimentos do FGTS. "Em 2012, serão contratados R$ 43,9 bilhões com recursos do fundo", explica Vilson Willemann, gerente FGTS da Caixa Econômica Federal.

Em 2010, R$ 43 bilhões do FGTS permitiram obras habitacionais, de saneamento básico e de infraestrutura.

Desde a criação do programa Minha Casa, Minha Vida, em 2008, o FGTS já viabilizou 275,9 mil contratos na ordem de R$ 14,8 bilhões. Em 2011, foram alocados R$ 30,4 bilhões para habitação popular, R$ 4,8 bilhões para saneamento básico e R$ 4 bilhões para infraestrutura urbana. Quem gerencia esses recursos é a Caixa Econômica Federal, sempre atendendo as deliberações do conselho curador do FGTS, com as participações dos ministérios do Trabalho e Emprego, como agente fiscalizador, e o das Cidades, como gestor.

Segundo o secretário executivo do FGTS, Quênio Cerqueira de França, 35 milhões de trabalhadores contribuem atualmente com o fundo. A arrecadação é feita por contas vinculadas, abertas em nome do trabalhador contratado pelo regime da CLT (Consolidação das Leis Trabalhistas). O saldo é formado por depósitos mensais feitos pelo empregador, que contribui com 8% do salário pago ao empregado. “É uma garantia que socorre o trabalhador e também permite que ele adquira uma casa própria [usando o FGTS]”, explicou.

Em 2011, os depósitos realizados pelas empresas nas contas vinculadas de seus empregados somam R$ 66,8 bilhões - sem contabilizar dezembro. Hoje, 14% dos trabalhadores ligados ao Fundo de Garantia por Tempo de Serviço o utilizam para a compra da casa própria. Tem direito aquele que não é proprietário de imóvel no local onde reside, possui conta no FGTS a no mínimo três anos, podendo usar os recursos para amortização ou liquidação do saldo devedor e pagamento de parte do valor das prestações.

O FGTS é um instrumento que só existe no Brasil. "Nenhum outro país possui modelo semelhante, apesar de o México ter um fundo que copia algo do que usamos aqui", explica Vilson Willemann. Entre 1966 e 1986 era o BNH (Banco Nacional de Habitação) quem gerenciava o fundo, com as contas pulverizadas em mais de 70 instituições bancárias. Com a extinção do BNH, os recursos foram incorporados pela Caixa Econômica Federal . Em 1990, por conta da lei 8.036, as contas passaram a ser centralizadas na Caixa, permitindo ao trabalhador mais controle sobre seu patrimônio.

Hoje, o FGTS conta com ativos que somam R$ 260,3 bilhões e patrimônio líquido de R$ 35,9 bilhões. Há projetos que tramitam no Congresso Nacional, tentando estimular a remuneração do fundo e também ampliar a parcela de recursos destinados a projetos habitacionais. Recentemente, foi aprovada a medida provisória 540 que permite ao governo dispor dos recursos do fundo para obras da Copa do Mundo de 2014 e das Olimpíadas de 2016.

Entrevistados
Quênio Cerqueira de França , secretário executivo do FGTS, e Vilson Willemann, gerente FGTS da Caixa Econômica Federal
Contato:
fgts@mte.gov.br / comunicacaoregional.pr@caixa.gov.br (assessoria de imprensa)

Crédito: Ricardo Stuckert/PR

Jornalista responsável: Altair Santos - MTB 2330

Novo presidente do CREA-PR prioriza a fiscalização

Engenheiro civil Joel Krüger pretende resgatar uma das principais funções do Conselho e também construir a nova sede da entidade durante sua gestão

Por: Altair Santos

Em novembro de 2011, foi eleito presidente do CREA-PR (Conselho Regional de Engenharia e Agronomia) o engenheiro civil Joel Krüger. Ele recebeu 3.545 votos contra 2.916 dados ao engenheiro Gilberto Piva, contra quem concorria.

Joel Krüger, presidente eleito do CREA-PR

Com uma forte formação acadêmica e ligações com entidades de classe vinculadas à construção civil, Joel Krüger quer resgatar uma das principais funções do CREA-PR, que é fiscalizar construções e controlar a qualidade da mão de obra que atua nos canteiros de obras.

É meta de Krüger também provocar debates sobre a escassez da mão de obra na engenharia e aproximar o CREA-PR das escolas de engenharia do Paraná, assim como iniciar e concluir a obra da nova sede do conselho, em Curitiba. Confira a entrevista:

Quando o senhor tomará posse na presidência do CREA-PR e qual a duração do mandato?
O mandato inicia no dia 1º de janeiro. A posse eu tomo no dia 2 de janeiro de 2012, que é o primeiro dia útil do ano, e o mandato é de três anos. Vai até 31 de dezembro de 2014.

Quais são seus planos e desafios à frente do conselho?
A gente vai ter que fazer uma gestão com bastante inovação. Tivemos gestões muito boas no passado recente, como a do presidente [Álvaro] Cabrini, e vamos fazer um grande trabalho de inovação. Pretendemos criar o colégio de presidentes de entidades de classe e também fazer um trabalho muito forte na área de fiscalização. O foco principal da minha gestão vai ser a questão da fiscalização dentro do conselho.

O senhor integrou também a diretoria do Senge-PR (Sindicato dos Engenheiros do Paraná). Essa experiência como dirigente de classe ajuda para assumir o CREA-PR?
Toda a experiência de gestão, seja gestão administrativa ou gestão política, auxilia na gestão da presidência do CREA-PR. Eu passei por várias entidades, ocupando cargos de diretoria, ocupando cargos de presidência e todas estas experiências acabam contribuindo para melhorar o desempenho na gestão de uma entidade como o CREA.

Nesta eleição, os arquitetos vinculados ao CREA-PR ainda puderam votar, por causa de uma liminar. A participação deles ajudou na sua eleição?
Eles tiveram o direito de votar por uma decisão judicial aqui do Paraná. Eu, além de ganhar votos dos profissionais de engenharia e agronomia, também ganhei os votos majoritários da arquitetura. Então, eles votaram aqui no Paraná e a minha campanha foi toda feita em conjunto com os arquitetos, considerando que eu tinha o apoio da arquitetura também para o meu pleito da presidência do CREA.

Sua gestão será marcada pela transição dos arquitetos para o CAU (Conselho de Arquitetura e Urbanismo). Qual sua expectativa para essa transição?
Da minha parte vai ser uma questão muito tranquila, muito harmônica, considerando que é um direito de qualquer categoria ter o seu próprio conselho. Como eles conseguiram a criação do Conselho de Arquitetura e Urbanismo, a gente vai fazer a transição da maneira mais harmônica possível, sem nenhum percalço, sem nenhum problema. Da parte do CREA-PR, vai ser muito tranquilo este processo de transição.

Com a saída dos arquitetos, o CREA tende a mudar o nome, passando a se chamar conselho de engenharia e agronomia?
Na realidade, a sigla já tem um “A” só. Então, vai ser Conselho Regional de Engenharia e Agronomia. Não será necessário mudar a sigla. Já o nome por extenso vai ser Conselho Regional de Engenharia e Agronomia, simplesmente com a supressão da palavra arquitetura.

O senhor é coordenador do curso de engenharia civil da PUC-PR. Com sua vivência acadêmica, pretende aproximar o CREA-PR ainda mais das universidades de engenharia?
Na realidade o nosso projeto é tanto com as instituições de ensino como com as entidades de classe. A gente deseja fazer um trabalho muito forte de aproximação do CREA com a sociedade. Aí passa tranquilamente pelas instituições de ensino e pelas entidades de classe.

Como o senhor vê a missão do CREA-PR para ajudar na questão da escassez de mão de obra na área de engenharia?
Esta questão da escassez de mão de obra é muito relativa. Fica difícil nós falarmos de escassez de mão de obra quando nós temos mais de 300 mil engenheiros que não atuam com engenharia dentro do Brasil. Então, a questão da escassez de mão de obra é localizada em alguns setores, em algumas regiões, em regiões em que estão sobrando profissionais. Passa também pela questão da renumeração dos profissionais. Muitas vezes, o profissional não vai trabalhar com engenharia porque a remuneração dele acaba sendo muito baixa e outras áreas oferecem salários mais atrativos. Então, sobre essa questão da escassez de mão de obra, a gente vai ter uma grande discussão, porque não é uma escassez generalizada como se propaga. Na realidade, temos alguns setores e algumas regiões geográficas que têm falta de mão de obra. Já em outros locais existe um número muito grande de engenheiros procurando colocação.

O mercado da construção civil vive um momento de aquecimento desde 2008. A expectativa é que esse crescimento se mantenha principalmente aqui no Paraná?
Nós achamos que vai estabilizar este crescimento. O avanço que tivemos em 2009 e em 2010, principalmente, consolidou-se em 2011. Ou seja, já não apresenta o mesmo ritmo de crescimento e já apresenta uma certa estabilidade. Isso não quer dizer que tenhamos problemas. Significa que precisamos apenas manter esse padrão que temos hoje. Porque, com vários fatores externos, como a crise econômica na Europa e o risco de uma crise globalizada, isso provavelmente vai influenciar os investimentos aqui no Brasil. Então, precisamos manter essa posição muito boa que temos hoje. Mas acho que o ritmo de crescimento não vai ser o mesmo de 2009 e 2010. Acredito em um crescimento mais modesto para manter a situação que temos hoje em termos de mercado.

O CREA-PR tem um projeto de construir uma nova sede. O senhor pretende priorizar essa obra ou as prioridades são outras?
Esta obra é prioridade e nós já estamos trabalhando em cima da finalização dos projetos para que possamos, em algum momento de 2012, lançar o edital para a licitação desta obra. É uma obra que eu pretendo iniciar e concluir na minha gestão.

Entrevistado
Joel Krüger, presidente eleito do CREA-PR
Currículo

- Possui graduação em engenharia civil pela Universidade Federal do Paraná (1984) e mestrado em Educação pela Pontifícia Universidade Católica do Paraná (1995)
- Tem dois cursos de especialização: didática no ensino superior e gestão técnica do meio urbano, promovidos pela Pontifícia Universidade Católica do Paraná e pela Universite de Technologie de Compiegne, na França
- Atualmente é professor adjunto da Pontifícia Universidade Católica do Paraná, aonde ocupa o cargo de Coordenador do Curso de Engenharia Civil
- Ocupou o cargo de Diretor no Sindicato dos Engenheiros do Estado do Paraná (Senge-PR)
- Tem experiência profissional na área de Engenharia de Transportes, com ênfase em Planejamento e Organização do Sistema de Transporte, atuando principalmente nas áreas de mobilidade urbana, acessibilidade e logística.
Contato: j.kruger@pucpr.br

Crédito: Divulgação/CREA-PR

Jornalista responsável: Altair Santos - MTB 2330