Norma aprimora vistoria em pontes e viadutos

Relatório dramático do Tribunal de Contas da União, sobre situação das obras de arte nas rodovias federais, levou ABNT a priorizar a revisão da NBR 9452

Por: Altair Santos

O ano de 2012 foi diferente para a área de normalização da construção civil no Brasil. O meio técnico voltou-se mais para a revisão do que para o desenvolvimento de novos documentos. Desta forma, uma das áreas da ABNT que mais trabalhou foi a Comissão de Estudo Especial de Inspeções de Estrutura de Concreto (ABNT/CEE-169). Ela debruçou-se, por exemplo, nas revisões da ABNT NBR 9607 (ensaio de prova de carga em estruturas de concreto) e da ABNT NBR 9452 (vistorias de pontes e viadutos de concreto - procedimento).

Inês Battagin: ano de revisões de normas técnicas priorizou a ABNT NBR 9452.

Segundo Inês Battagin, superintendente do ABNT/CB18 (Comitê Brasileiro de Cimento, Concreto e Agregados) era importante que se desse prioridade às revisões. "Havia a necessidade de atualização do acervo de normas brasileiras estabelecido pela ABNT, até para que ele ficasse em conformidade com as diretrizes internacionais de normalização", justifica. Foi o que se fez com a NBR 9452, cuja revisão tornou-se prioridade após o desabamento de um pedaço da Ponte dos Remédios, ocorrido no final de 2011, em São Paulo.

O problema com a estrutura do viaduto na capital paulista foi apenas a ponta do iceberg. Meses depois do acidente, o Tribunal de Contas da União revelou que 6.612 viadutos e pontes localizados nas estradas federais brasileiras apresentavam algum tipo de patologia. O TCU acusou o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) de não promover vistorias com regularidade nas construções. Pior: detectou que o Sistema de Gerenciamento Informatizado de Obras de Arte Especiais (SGO) tinha um banco de dados que não era atualizado desde 2004.

Diante do comprometimento de um patrimônio avaliado em R$ 13 bilhões, a Comissão de Estudo de Inspeções de Estrutura de Concreto (ABNT/CEE-169) mobilizou todo o seu corpo técnico para atualizar a NBR 9452, a qual, a partir de agora, encontra-se em um processo de revisão permanente. "A comissão avaliou o texto em vigor e decidiu, inicialmente, por sua confirmação. Mas os trabalhos de revisão devem continuar em 2013, à luz das novas exigências e tecnologias", destaca Inês Battagin.

Recuperação de ponte na rodovia Régis Bittencourt: poucas são vistoriadas e consertadas nas rodovias federais do Brasil.

Fazem parte da CEE-169, projetistas, inspetores de estruturas, representantes de concessionárias de rodovias, entidades de pesquisa, entidades responsáveis por treinamento de pessoas para atividades na construção civil, entidades responsáveis pela certificação de pessoas para controle tecnológico do concreto e inspeção de estruturas, universidades e consultores. "Todos se debruçaram sobre o escopo principal da NBR 9452, que se aplica às pontes e viadutos de concreto, antigos ou novos, construídos no território nacional", explica a superintendente do ABNT/CB18.

Entrevistado
Inês Battagin, superintendente do ABNT/CB18 (Comitê Brasileiro de Cimento, Concreto e Agregados)
Currículo

- Inês Laranjeira da Silva Battagin é graduada em engenharia civil.
- É superintendente do ABNT/CB18 (Comitê Brasileiro de Cimento, Concreto e Agregados) da Associação Brasileira de Normas Técnicas.
- Também é membro dos conselhos técnico e deliberativo da ABNT, além de consultora da ABCP (Associação Brasileira de Cimento Portland).
- Ocupa cargo na diretora técnica do Ibracon (Instituto Brasileiro do Concreto), na comissão de credenciamento do Selo de Qualidade ABCIC (Associação Brasileira da Construção Industrializada de Concreto) e na comissão de certificação do Selo de Qualidade da ABCP.
- É sócia-diretora da Master Engenharia e Consultoria S/S Ltda.
- É responsável pelos trabalhos de representação do Brasil nos Comitês Técnicos da ISO de Cimento (TC74), Concreto (TC71) e Produtos à Base de Cimento Reforçados com Fibras (TC77).
- Também é autora de trabalhos e artigos técnicos diversos sobre normalização de cimento, concreto, produtos à base de cimento e durabilidade das estruturas de concreto.
Contato: ines.consult@abcp.org.br inesbattagin@terra.com.br
Créditos fotos: Divulgação/OHL

Jornalista responsável: Altair Santos - MTB 2330

Falta de engenharia pública gera desperdício

Governos pouco investiram em profissionais e agora sentem dificuldade para planejar, licitar e fiscalizar obras, seja na esfera federal, estadual ou municipal

Por: Altair Santos

Em 27 de agosto de 2012, o jornal Folha de S. Paulo publicou o artigo intitulado "Onde estão nossos engenheiros?". Nele, o ex-ministro, e hoje professor emérito da Fundação Getúlio Vargas, Luiz Carlos Bresser Pereira ataca o problema de frente. "Faltam engenheiros no Estado brasileiro. Há advogados e economistas de sobra, mas faltam dramaticamente engenheiros. Enquanto mais de 80% da alta burocracia chinesa é formada por engenheiros, no Brasil não devem somar nem mesmo 10%. Ora, se há uma profissão que é fundamental para o desenvolvimento, tanto no setor privado quanto no governo, é a engenharia", analisa.

Engenheiros civis: no passado, primordiais ao poder público; agora, trocados por economistas.

Para o presidente do Confea/Crea (Conselho Federal de Engenharia e Agronomia) José Tadeu da Silva, não é de hoje que essa carência se estabeleceu no poder público. "Vários fatores nos levaram a isso. Entre eles, a falta de investimentos, principalmente em infraestrutura, e os baixos índices de crescimento econômico e desenvolvimento social que caracterizaram o Brasil nas décadas de 1980 a 1990. Nesse período, as equipes técnicas dos governos federal, estadual e municipal foram desmontadas, com os profissionais deslocados para outros setores, mudando de função, e criou-se um vazio técnico. É diante dele que estamos agora", afirma.

Em seu artigo, Luiz Carlos Bresser Pereira destaca que há quatro setores que formam um governo: jurídico, econômico, social e de engenharia. "Ninguém tem força para desmontar os dois primeiros; seria possível desmontar o setor social, mas, com a transição democrática e a Constituição de 1988, ele passara a ser prioritário. Restava o setor de engenharia - foi esse o setor que se desmontou", escreveu. José Tadeu da Silva avalia que esse desmonte levará mais alguns anos para ser refeito. "Hoje não temos profissionais preparados em quantidade e qualidade. São necessários anos para formar um bom profissional", destaca.

O presidente do Confea/Crea credita parte do desperdício que se vê com o dinheiro público a essa escassez de engenheiros em departamentos estratégicos dos governos, seja na esfera federal, estadual ou municipal. "Em geral, a demora na execução das obras públicas se deve à falta de um planejamento bem elaborado e à falta de projetos executivos detalhados que  proporcionem a preparação de um orçamento adequado. No Brasil, ao contrário do resto do mundo, dedica-se pouco tempo ao planejamento, o que, entre outras coisas, implica na demora da execução e na readequação dos custos", alerta.

José Tadeu da Silva: governos desmontaram as equipes técnicas nos anos 1980 e 1990.

A pedido do governo federal, o Confea/Crea elaborou um plano de remontagem das equipes técnicas e sugeriu que seja dada prioridade à realização de concursos públicos para áreas estratégicas como Dnit (Departamento Nacional de Infraestrutura e Transporte) e ministérios das Cidades, das Minas e Energia e do Planejamento, além da Petrobras. Outra proposta é que passe a ser colocada em prática a lei 11.888/2008, conhecida como lei da Engenharia Pública, no âmbito do programa Minha Casa, Minha Vida. Com isso, as famílias com renda de até três salários mínimos ganhariam assistência gratuita de engenheiros para reformar ou construir casas com até 60 m². "Isso evitaria desperdício de material, menos gastos, e um melhor aproveitamento do terreno", finaliza José Tadeu da Silva.

Salário baixo

Pesquisa de 2009, encomendada pelos principais sindicatos de engenheiros do país ao Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos So­­cioeconômicos) revela que o salário baixo é outro empecilho para que os engenheiros civis atuem no serviço público. Segundo o levantamento, 84,4% dos profissionais que estavam no mercado formal há quatro anos ocupavam cargos em empresas privadas e apenas 15,6% estavam empregados em organismos de governo. Outro detalhe relevante é que, em 2009, 60% dos que desempenhavam a função de engenheiro no poder público, fosse nas esferas federal, estadual ou municipal, ganhavam menos do que os que estavam no setor privado.

Veja o que diz a lei 11.888/2008: clique aqui.

Leia íntegra do artigo de Luiz Carlos Bresser Pereira: clique aqui.

Entrevistado
José Tadeu da Silva, presidente do sistema Confea/Crea.
Currículo

- José Tadeu da Silva é engenheiro civil graduado pela Pontifícia Universidade Católica de Campinas-SP, em 1976. Também tem graduação em direito, pela Fundação Otávio Bastos, em 1992.
- Já presidiu a Federação das Associações de Engenharia, Arquitetura e Agronomia do Estado de São Paulo (FAEASP), o Crea-SP e atualmente preside a Federação Brasileira de Associações de Engenheiros (FEBRAE).
- É membro da União Panamericana das Associações de Engenheiros (UPADI), da Federação Mundial das Organizações de Engenharia (WFEO/FMOI) e do Instituto Brasileiro de Avaliações e Perícias de Engenharia (Ibape).
- Em 2011, foi eleito para o exercício da presidência do Confea, com mandato de 1º de janeiro de 2012 a 31 de dezembro de 2014.
Contato: presidente@confea.org.br
Créditos fotos: Divulgação/Confea

Jornalista responsável: Altair Santos - MTB 2330

Sai o vendedor, entra o consultor (Podcast)

Em qualquer setor, mas sobretudo no de material de construção, especialização é decisiva para atrair e convencer o cliente a comprar

Por: Altair Santos
Luiz Freitas: preço ainda determina venda no setor de material de construção.

Entrevistado
Luiz Freitas, conferencista, escritor e consultor organizacional em gestão comercial e varejo
Currículo
- Luiz Freitas é graduado em engenharia operacional elétrica pela AEVA (Associação Educacional Veiga de Almeida - hoje UVA (Universidade Veiga de Almeida)
- É tecnólogo em gestão comercial (varejo e serviços) pela - FATEC Internacional (Faculdade de Tecnologia Internacional)
- Tem pós-graduação em engenharia de produção (FACINTER/UNINTER) e MBA em gestão comercial pela CENSUMAR/Maringá.
- Possui cursos de capacitação, educação continuada e extensão universitária nas áreas de marketing, vendas, negociação e gestão de negócios, com foco no empreendedorismo.
- Tem curso de extensão universitária em neuromarketing, pela UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais).
- Ministra palestras e conduz cursos especiais para empresas, universidades e entidades nacionais.
- Atuou como professor convidado da UERJ (Universidade do Estado do Rio de Janeiro/NUSEG - Núcleo Superior de Estudos Governamentais) nas áreas de gestão de novos negócios e do empreendedorismo.
- É autor dos livros "O Futuro próximo do varejo" (2004) e "Os desafios dos gerentes de lojas" (2009).
- Atualmente é conferencista e consultor organizacional em gestão comercial e varejo.
Contato: falecomigo@luizfreitas.com.br / www.luizfreitas.com.br

Clique no player abaixo e ouça agora um resumo da entrevista. Para ouvir a entrevista na íntegra clique aqui.


Legado de Niemeyer aquece turismo arquitetônico

Para quem cultua obras do arquiteto, Brasília é parada obrigatória. Estima-se que, até 2018, mais de 300 mil estrangeiros visitem a capital federal por ano

Por: Altair Santos

Nos próximos cinco anos, Brasília espera se equiparar ao que hoje Barcelona representa para o turismo arquitetônico mundial. Na cidade espanhola, são as obras do arquiteto Gaudi que atraem milhares de visitantes anualmente. Na capital federal, a expectativa é que o legado de Oscar Niemeyer estimule a vinda de mais estrangeiros ao país. De certa forma, isso já ocorre. Entre 2008 e 2012, Brasília teve um aumento de 359% no fluxo de turistas, segundo dados da Fundação Barcelona Media - recentemente contratada pelo Sebrae Centro Oeste para desenvolver o plano de desenvolvimento turístico do Brasil Central.

Catedral Metropolitana de Brasília: monumento mais visitado no Distrito Federal.

A meta é que os atuais 105 mil visitantes que desembarcam em Brasília anualmente para realizar turismo arquitetônico saltem para 300 mil até 2018. Para que isso aconteça, está ocorrendo uma união de esforços para valorizar as obras de Niemeyer na cidade.

Decidiu-se recentemente, através da Secretaria de Turismo do Distrito Federal, que, em conjunto com a Universidade de Brasília e o Brasília Convention & Visitors Bureau, será implantado um observatório com capacidade de diagnosticar falhas e propor melhorias para o roteiro arquitetônico da capital.

Isso vai desde mapear os turistas que viajam a Brasília, com a prioridade de visitar as obras de Niemeyer, até elaborar um projeto de preservação e de incentivo à construção de projetos que o arquiteto deixou engavetado.

Entre eles, o Memorial João Goulart. "Há ainda muitos projetos desenhados que podem vir a se concretizar, mas como são obras públicas, dependemos do interesse do governo local", afirma Delfim da Costa Almeida, secretário executivo do Brasília Convention & Visitors Bureau.

Delfim da Costa Almeida: roteiro arquitetônico gera 50 mil empregos diretos e indiretos em Brasília.

Segundo o especialista, o turismo arquitetônico gera 50 mil empregos diretos e indiretos na capital federal. Dados do Brasília Convention & Visitors Bureau mostram também que a Catedral Metropolitana é a obra mais procurada pelos turistas que querem visitar o legado de Niemeyer.

Ainda segundo o organismo, franceses e alemães são os estrangeiros que mais se deslocam à capital federal em busca desta modalidade de turismo. Estima-se que o arquiteto, que morreu em 5 de dezembro de 2012, aos 104 anos, tenha projetado cerca de 100 obras para Brasília. No entanto, apenas metade delas se transformou em marco para a construção civil mundial.

Confira guia com as principais obras de Niemeyer em Brasília: clique aqui

 

Entrevistado
Delfim da Costa Almeida, secretário executivo do Brasília Convention & Visitors Bureau
Currículo
- Delfim da Costa Almeida é graduado em economia, com pós-graduação em turismo pela Universidade de Brasília. Está no setor de turismo desde 1972.
- Já presidiu o Brasília Convention & Visitors Bureau, entre 2005 e 2006. Foi também presidente da Agência de Desenvolvimento do Turismo no Centro Oeste (Adetur) e secretário de turismo do Distrito Federal, em 2010.
- Atualmente é membro do Condetur (Conselho de Desenvolvimento do Turismo no DF).
Contato: delfim@brasiliaconvention.com.br

Créditos foto: Divulgação /Marcello Casal Jr./Agência Brasil

Jornalista responsável: Altair Santos - MTB 2330

Castelão e Mineirão se beneficiam do pré-fabricado

Primeiros estádios prontos para a Copa do Mundo investiram no sistema construtivo e cumpriram o cronograma de obras à risca

Por: Altair Santos

Um foi inaugurado dia 17 de dezembro de 2012; o outro, quatro dias depois. Os estádios Castelão, em Fortaleza/CE, e Mineirão, em Belo Horizonte/MG, foram os primeiros a ficar prontos para a Copa do Mundo de 2014. Enquanto outras construções só recentemente chegaram aos 50% das obras, os dois empreendimentos investiram maciçamente no pré-moldado para cumprir o cronograma à risca.

Castelão: primeiro estádio a ficar pronto apostou na laje steel deck.

Segundo o secretário especial da Copa 2014 no Ceará, Ferruccio Petri Feitosa, no caso do Castelão a aposta no pré-moldado foi decisiva para dar agilidade aos trabalhos. "Não só a utilização do pré-moldado, como também no tipo da laje utilizada, que foi a steel deck", ressalta. A laje steel deck serve como uma espécie de fôrma metálica para o concreto que fica na estrutura, trabalhando como armadura positiva. Além de dispensar escoramentos e servir de forro para o pavimento inferior, ela ainda assegura rapidez, facilidade de instalação e alta qualidade no acabamento.

O secretário Ferruccio Petri Feitosa lembra que outra solução que agilizou os trabalhos no Castelão foi o processo de terraplanagem. "Não medimos esforços para melhorar o solo e, com isso, poupar tempo com as fundações. Durante toda a obra foram realizados estudos e trabalhos intensos de engenharia para buscar sempre soluções que nos garantisse cumprir o cronograma", diz.

O Castelão, que não partiu do zero, mas foi reformado, envolveu diretamente no canteiro de obras dois mil trabalhadores. A área construída é de 150 mil m² e a capacidade do estádio comporta 63.903 pessoas. A um custo de R$ 518,6 milhões, o empreendimento consumiu 59.117 m³ de concreto.

Mineirão: tombado pelo patrimônio histórico, estádio precisou de intervenções cirúrgicas.

Já o Mineirão, que também foi reformado, teve um custo de R$ 695 milhões e consumiu 23.186 m³ de concreto, para uma área construída de 209 mil m². Com capacidade para 62.170 lugares, a construção envolveu três mil operários.

De acordo com a secretaria extraordinária da Copa do Mundo em Minas Gerais, o grande desafio enfrentado na reforma do Mineirão foi adequá-la ao fato de o estádio ser tombado pelo patrimônio histórico, o que impedia grandes alterações arquitetônicas, e equacionar a pouca oferta de mão de obra.

"Por isso, toda a tecnologia disponível para economizar no canteiro de obras foi útil. Neste ponto, o pré-moldado foi muito importante, assim como as intervenções no projeto original feitas através do sistema BIM (Building Information Modeling)", finaliza o secretário da Copa em Minas, Fuad Noman.

Veja dados técnicos dos estádios:

Castelão
Trabalhadores no canteiro de obras: 2 mil
Empregos indiretos: 3 mil
Área construída: 150 mil m²
Capacidade: 63.903 lugares
Custo: R$ 518,6 milhões
Estacionamento: 1.900 vagas
Volume de concreto: 59.117 m³

Mineirão
Trabalhadores no canteiro de obras: 3 mil
Empregos indiretos: 3 mil
Área construída: 209 mil m²
Capacidade: 62.170 lugares
Custo: R$ 695 milhões
Estacionamento: 2.521 vagas
Volume de concreto: 23.186 m³

Entrevistados
Secretaria especial da Copa do Ceará e Secretaria extraordinária da Copa do Mundo de Minas Gerais (via assessoria de imprensa)
Contatos: sabrina@secopa.ce.gov.br / ana.martins@secopa.ce.gov.br / alexandra.gonzaga@copa.mg.gov.br

Créditos foto: Glauber Queiroz/Portal da Copa/ME

Jornalista responsável: Altair Santos - MTB 2330

Prêmio da ABCIC insere qualidade ao pré-fabricado

Associação Brasileira da Construção Industrializada de Concreto seleciona obras, cujos projetos agregam tecnologia, sustentabilidade e inovação ao setor

Por: Altair Santos

O anuário 2012 da ABCIC (Associação Brasileira da Construção Industrializada de Concreto) revela que 55% das empresas filiadas à entidade projetam crescimento de 10% ou até superior a 20% em 2013. O diagnóstico, alerta o documento, depende do crescimento da renda, do controle da inflação e do compromisso do governo em seguir impulsionando a construção civil. "Se mantidas essas bases, o setor vê com otimismo o crescimento nos próximos anos. Pelo menos até o final desta década", avalia a presidente-executiva da ABCIC, Iria Doniak.

Iria Doniak: setor não busca quantidade, mas qualidade nas indústrias de pré-fabricado.

A associação conta atualmente com 54 empresas formais constituídas como indústrias de concreto pré-fabricado. Estima-se que elas produzam 80% do que é consumido no país. No entanto, para atrair mais fabricantes e estimular a qualidade no setor, a ABCIC lançou em 2011 um prêmio que elege as melhores obras em pré-fabricado do Brasil. Segundo Iria Doniak, o objetivo é incentivar a interface do sistema com a arquitetura e a engenharia estrutural, disseminando a cultura do pré-fabricado.

Na 2ª edição do Prêmio ABCIC, a construção vencedora foi o Expo Renault Barigui, em Curitiba, seguido do Shopping Estação, em Belo Horizonte/MG, do prédio da Petrobras, em Cubatão/SP, e do conjunto habitacional Ville San Marino, também na capital mineira. Idealizada pelo arquiteto Manoel Coelho, a obra curitibana venceu por combinar soluções industrializadas com aspectos de sustentabilidade. "O júri teve uma tarefa árdua, pois tivemos empreendimentos com características muito singulares e profissionais de grande relevância envolvidos nestes projetos", destaca a presidente-executiva da ABCIC.

Entre os premiados, chamou a atenção também o Ville San Marino, que trata-se de um empreendimento habitacional em pré-fabricado. De acordo com Iria Doniak, o prédio é um case de bom uso de sistemas industrializados em construção de edifícios. "Foi uma obra que usou sistemas devidamente aprovados pelo SINAT (Sistema Nacional de Avaliações Técnicas) e que possui o Selo Casa Azul de sustentabilidade, da Caixa Econômica Federal. Além disso, obteve o selo de excelência ABCIC, no nível 3", afirma.

Prédio do Expo Renault Barigui: vencedor do Prêmio ABCIC, por combinar soluções industrializadas com aspectos de sustentabilidade.

Fundada há 11 anos, a Associação Brasileira da Construção Industrializada de Concreto observa que o setor está pronto para atender qualquer tipo de obra. "Os desafios vencidos ao longo de mais de 50 anos de história do pré-fabricado no país permitiram o desenvolvimento de um parque industrial apto a atender desde fundações a fechamentos laterais, passando por edificações de programas habitacionais e grandes estádios de futebol", diz Iria Doniak, para quem o selo de excelência da ABCIC tem grande importância nesse processo. "Ele avalia qualidade, segurança e normatização em fábricas e obras", completa.

A presidente-executiva da ABCIC lembra ainda que o mercado não precisa de quantidade de empresas no setor de pré-fabricados, mas de qualidade. "Nos preocupa o grande número de empresas que em sua essência não possuem a expertise da indústria e estão produzindo em canteiro sem a devida observação de critérios técnicos e de desempenho. É importante crescer sem passivos futuros, no que diz respeito a patologias. Por esta razão, em ambos os casos devem ser devidamente observadas todas as normas aplicáveis, em especial a NBR 9062 - Projeto e Execução de Estrutura Pré-Moldada", finaliza.

Confira o regulamento do Prêmio ABCIC: clique aqui

Confira diagnóstico para a construção civil nos próximos anos: clique aqui 

Entrevistado
Iria Doniak, presidente-executiva Abcic (Associação Brasileira da Construção Industrializada de Concreto).
Currículo
- Iria Doniak é graduada em engenharia civil e ocupa o cargo de presidente-executiva da ABCIC. - Também ocupa cargos diretivos no IBRACON e no DECONCIC-FIESP (Departamento da Construção Civil da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo).
- É representante da ABCIC junto à fib (CEB-FIP) e membro do C6 fib (CEB-FIP) atuando nos subgrupos de trabalho Affordable Housing, Quality Control, Sustainability e Hollow Core Slabs.
- Atua como membro da ACHE (Associación Científico Técnica del Hormigón Etructural, da Espanha) e da ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas, no âmbito CB-02 e CB-18).
Contatos: administrativo@abcic.org.br / abcic@abcic.org.br

Créditos foto: Divulgação

Jornalista responsável: Altair Santos - MTB 2330

Interior descobre pavimento urbano de concreto

Cidades de médio porte, com população entre 250 mil a 700 mil habitantes, são incentivadas pela ABCP a investir na tecnologia para economizar recursos

Por: Altair Santos

O IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) define como cidade de médio porte aquela com população entre 250 mil a 700 mil habitantes. No país, 75 municípios se enquadram neste perfil. É para esse grupo que a ABCP (Associação Brasileira de Cimento Portland) se dedicará em 2013, a fim de levar o conceito de pavimento urbano de concreto ao interior. "Toda cidade que tiver planejamento urbano é de interesse da ABCP ajudar a desenvolver projetos, principalmente os ligados ao transporte público. As de médio porte estão despertando para isso, seja investindo em corredores exclusivos de ônibus, contornos ou ciclovias", explica Ronaldo Vizzoni, gerente nacional de infraestrutura da ABCP.

Ronaldo Vizzoni: optar pelo pavimento de concreto exige vontade política.

Entre os municípios de médio porte que adeririam ao pavimento urbano de concreto, a maioria está localizada nos estados de São Paulo e Paraná. Entre eles, São José dos Campos-SP, Ribeirão Preto/SP, Sorocaba/SP, Cascavel/PR, Londrina/PR, Maringá/PR e Ponta Grossa/PR. Há também as cidades de Uberlândia/MG, Feira de Santana/BA, Olinda/PE, Joinville/SC e Criciúma/SC. Segundo Vizzoni, as prefeituras dessas cidades já entenderam que investir em pavimento rígido é economia para o município. "O pavimento rígido gera tarifa social nas passagens dos ônibus, devido à sua longa duração, inexistência de trilhas de rodas, buracos e grandes deformações plásticas. Isso baixa significativamente o custo operacional dos veículos", afirma.

Quando não é possível pavimentar longos trechos em concreto no ambiente urbano, o recomendável é que ele seja utilizado pelo menos em paradas de ônibus, onde as operações de frenagem e arrancada danificam rapidamente o asfalto. Sugere-se também que em ruas onde há operações de carga e descarga o pavimento em concreto tenha prioridade. Da mesma forma, é de bom senso aplicá-lo em cruzamentos, curvas e alças de acesso. Nestes trechos, o pavimento de concreto garante a mobilidade e fluidez do tráfego, reduzindo gastos com manutenção. Além disso, proporciona maior aderência da superfície, luminosidade, solidez e demarcação clara das pistas.

BRT de Sorocaba, no interior de São Paulo: uma das cidades de médio porte que aderiu ao pavimento de concreto.

Para Ronaldo Vizzoni, o maior desafio para levar o concreto às ruas e avenidas das cidades de médio porte está em demonstrar economicamente às prefeituras a viabilidade técnica e econômica do pavimento rígido, além dos aspectos relacionados à sustentabilidade. "Também é preciso vontade política e visão de longo prazo do prefeito", alerta, assegurando que, independentemente de onde se localize a cidade, a ABCP tem amplas condições de prestar assessoria técnica e de fornecer equipamentos para as obras. "Damos apoio desde o projeto até a execução das obras, com o mesmo atendimento que prestamos às grandes cidades", garante o gerente nacional de infraestrutura da associação.

Impulso

Em 2012, o governo federal deu um grande incentivo para que as cidades de médio porte possam reestruturar a malha urbana. Foi lançado o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) Mobilidade Médias Cidades. Uma linha de financiamento no valor de R$ 7 bilhões passou a ficar disponível para os 75 municípios com população entre 250 mil a 700 mil habitantes. Essas cidades, de acordo com o IBGE, estão distribuídas em 18 estados. Para elas, o PAC da Mobilidade dará prioridade a projetos de corredores de ônibus. Até o final do ano passado, 71 haviam cadastrado projetos para receber os recursos. Nos documentos entregues ao Ministério das Cidades, e ainda em fase de análise, boa parte propunha trechos em pavimento rígido.

Entrevistado
Ronaldo Vizzoni, gerente nacional de infraestrutura da ABCP
Currículo
- Ronaldo Vizzoni é graduado em engenharia civil e administração de empresas pela Universidade Presbiteriana Mackenzie
- Também é pós-graduado em marketing industrial na Fundação Getúlio Vargas (FGV)
- Atualmente é responsável pela consultoria de grandes obras e ministra cursos na ABCP para capacitação de mão de obra relacionada a pavimento de concreto em rodovias e corredores de ônibus
Contato: ronaldo.vizzoni@abcp.org.br

Créditos foto: Divulgação

Jornalista responsável: Altair Santos - MTB 2330

Crédito imobiliário bate recorde em 2012: isso é bom ou ruim?

No ano passado, Caixa Econômica Federal liberou R$ 101 bilhões para financiar a compra da casa própria. Este ano, volume pode chegar a R$ 120 bilhões

Por: Altair Santos

O crédito para a compra da casa própria bateu recorde em 2012. A Caixa Econômica Federal concedeu um volume de R$ 101 bilhões para empréstimos imobiliários. Houve um crescimento de 33,8% em relação ao ano anterior (2011) quando a disponibilidade de recursos atingiu R$ 75,4 bilhões. Diante do aquecimento do mercado, a projeção para 2013 é ainda mais otimista. O banco estima que as contratações cheguem a R$ 120 bilhões.

Octavio de Lazari Júnior, presidente da Abecip: crédito imobiliário ganha peso no Brasil e situação veio para ficar.

Do total de crédito concedido pela Caixa para financiamentos imobiliários, boa parte veio do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE) que destina 65% dos depósitos da caderneta de poupança para a compra da casa própria. Foram R$ 44,95 bilhões. O banco complementou R$ 38,7 bilhões com recursos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) e R$ 17,36 com verbas do Fundo de Arrendamento Residencial (FAR) e de demais fontes.

Como em 2012 a caderneta de poupança registrou a maior captação líquida desde 1995 - ano em que o Banco Central passou a fazer o acompanhamento -, e os depósitos superaram os saques em R$ 49,719 bilhões, a expectativa segue altamente positiva para o setor de empréstimos imobiliários.

É o que demonstra o presidente da Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip) Octavio de Lazari Júnior. "O crédito imobiliário ganha peso no Brasil, e esta é uma situação que veio para ficar. Ele está pronto para uma expansão mais forte do ritmo de operações, baseada em instituições financeiras sólidas e empresas imobiliárias capitalizadas, além de oferta satisfatória de crédito, custos de transação baixos e condições adequadas de competitividade, incluindo instrumental jurídico sólido", avalia.

O executivo complementa sua análise explicando o porquê de os empréstimos imobiliários terem batido recorde no ano passado. "Destacaram-se, em 2012, os financiamentos destinados às pessoas físicas, que em muitos casos haviam adquirido o imóvel na planta e agora estão contratando o crédito", disse.

Octavio de Lazari Júnior também vê como positivo o fato de ter caído a participação das pessoas jurídicas no crédito imobiliário. "Longe de ser má notícia, isso indica normalização após os problemas conhecidos de custos e mão de obra, entre outros. Deve ser vista, portanto, como sinal do grau de maturidade de incorporadores e construtores, que após uma fase de transição preparam-se para um novo salto e para a retomada dos lançamentos em 2013", complementa.

O presidente da Abecip, seguindo as projeções da Caixa Econômica Federal, aposta que os financiamentos imobiliários crescerão de 15% a 20% em 2013. "A estabilização em curso dos preços dos imóveis será muito favorável para a qualidade do crédito, além da baixíssima inadimplência verificada no SBPE", diz.

Dados mais recentes do Banco Central demonstram que a falta de pagamento dos financiamentos, de fato, é baixa. O BC considera em atraso contratos com três meses seguidos sem pagamento. Por esse critério, a inadimplência no volume total de créditos via operações com recursos do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE) é de 5,36% - a menor desde 2002.

Outro lado

Para o professor da Fundação Getúlio Vargas, Samy Dana, que tem a coluna Caro Dinheiro, no jornal Folha de S. Paulo, esse positivismo no crédito imobiliário só se sustenta se o governo federal mantiver sob controle a inflação. Foi o que escreveu no artigo Existe bolha imobiliária no Brasil?, de 10 de janeiro de 2013. "Quando a inflação dos preços alcança níveis inadmissíveis para a população, a política monetária se inverte, destruindo a maioria dos investimentos de longo prazo. (...) Principalmente o setor imobiliário. Com os juros baixos em excesso, a construção de casas e apartamentos, que antes não era possível, se torna lucrativa e então os empréstimos são realizados e as obras começam. O crédito abundante cria uma demanda crescente por moradias, os preços aumentam e logo um mercado especulativo é criado. Investidores percebem que comprar na planta e revender depois é um método fácil de ganhar dinheiro. Tudo isso é sustentado pelo crédito abundante e barato. Quando os juros sobem, os lucros dos empreendimentos desaparecem, as construtoras sofrem, os preços caem e os especuladores também perdem dinheiro e, numa espiral de prejuízos, a economia inteira é afetada", conclui.

Leia a íntegra do artigo Existe bolha imobiliária no Brasil? Clique aqui

Entrevistado
Octavio de Lazari Júnior, presidente da Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip)
Currículo
- Octavio de Lazari Júnior é graduado em ciências econômicas pela Faculdade de Ciências Econômicas e Administrativas de Osasco (FAC-FITO), com especialização em estratégias financeiras e marketing MBA-BRADESCO pela Fundação Instituto de Administração - FIA (FEA/USP)
- Iniciou a carreira no Banco Bradesco S.A. em setembro de 1978. Em dezembro de 1998, foi promovido ao cargo de superintendente executivo, sendo, em maio de 2009, eleito diretor. Em agosto de 2010, tornou-se diretor departamental e, em janeiro de 2012, diretor executivo adjunto, cargo que ocupa atualmente
- É também presidente do conselho diretor da Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip)
Créditos foto: Divulgação

Jornalista responsável: Altair Santos - MTB 2330

Formação de líderes vai além do banco escolar

Segundo o consultor Alfredo Castro, cursos, livros, MBA e outros programas de educação respondem por 10% no desenvolvimento de uma liderança

Por: Altair Santos

No milênio passado, Jack Welch, que comandou a General Eletric por décadas e foi eleito o CEO (Chief Executive Officer) do século nos Estados Unidos, criou a regra 20-70-10. Para ele, uma companhia deveria se basear nos seguintes pilares: premiar os melhores colaboradores, que, segundo seus conceitos, representam 20% do corpo de uma empresa, manter 70% dos funcionários, que compõem a média, e afastar 10%, que formam a taxa dos que pouco produzem.

Alfredo Castro: o bom líder deve ser obcecado por formar seu sucessor.

Com base no que definiu Welch, novas regras foram criadas. No livro The Talent Masters, o indiano Ram Charan, considerado um dos gurus do universo empresarial, elaborou o modelo 70-20-10, onde, de acordo com sua análise, o aperfeiçoamento do profissional se dá com base nos seguintes percentuais: 70% pelo compartilhamento de experiências no próprio trabalho, 20% em salas de aula e 10% pelo esforço do próprio colaborador em acelerar seu aprendizado dentro da corporação.

Partindo das ideias de Jack Welch e Ram Charan, o consultor brasileiro Alfredo Costa projetou a regra 10-20-70 para explicar como se formam bons líderes. Segundo seus conceitos, as lideranças nascem além dos bancos escolares. "Na escola, nos livros e nos cursos de MBA estão 10% da formação de um líder. Outros 20% vêm da orientação que ele recebe dos seus líderes e 70% da sua capacidade de vencer os desafios novos e aprender com eles. A experiência é mais importante que o banco de escola", avalia.

A partir da regra 10-20-70, Alfredo Castro teorizou as dez competências da liderança, que são:

1) Possuir equilíbrio entre conhecimento técnico e comportamental;

2) Conhecer seu próprio perfil e comportamento, ficando atento ao impacto que provoca na equipe;

3) Ter capacidade de pensar globalmente e de compreender as mudanças econômicas e sociais;

4) Compreender o conceito de diversidade de maneira ampla, incluindo novos fatores que possam impactar no futuro;

5) Demonstrar boa percepção a respeito de seu próprio comportamento e o dos outros;

6) Ser ético e íntegro em relação a seus valores;

7) Ter habilidade no uso de ferramentas tecnológicas e estar integrado com as mídias sociais;

8) Ser capaz de construir parcerias e influenciar pessoas, mesmo sem ter autoridade sobre elas;

9) Possuir competência para entender as necessidades dos colaboradores e dividir a liderança;

10) Ter habilidade para mudar o estilo de liderança, sabendo variar entre autoridade e orientação.

Segundo o consultor, essas competências não se limitam aos líderes de empresas de ponta, mas servem para qualquer corporação que busque desafios e mostre disposição em competir no mercado. "Hoje em dia, o líder pode comandar duas pessoas ou duas mil. Então, essas competências são recomendadas para empresas de todos os tamanhos, desde que elas queiram superar desafios", completa.

Alfredo Costa ressalta ainda que o líder que segue as dez competências relevantes para a função deve também saber quando começar a preparar o sucessor. "O líder teve ter duas obsessões: o modelo que ele irá adotar e quem irá substituí-lo. Ele só vai descobrir esse talento se desenvolver a equipe e delegar poderes. Isso deve ser como água para a liderança. É vital", explica o consultor, completando que há casos em que a preocupação do líder com essas prioridades é tão intensa que ele chega a contratar um consultor externo para ajudá-lo. "É um recurso que só funciona quando o consultor domina a técnica da liderança. Caso contrário, é dentro da própria empresa que o líder vai encontrar as respostas", conclui.

Entrevistado
Alfredo Castro, consultor empresarial
Currículo
- Alfredo Castro é graduado em engenharia civil, com pós-graduação em Finanças e especialização em Qualidade, Psicologia e Eficiência Organizacional
- É sócio-diretor da MOT (Mudanças Organizacionais e Treinamento Ltda), voltado à consultoria empresarial
- Atua como professor de cursos de MBA da FIA/USP e palestrante. Desenvolve e aplica treinamento técnico e comportamental para alta gerência e diretoria de empresas. É master trainer certificado pela Development Dimensions International (DDI) de Pittsburgh- EUA
Contato: alfredocastro@motvirtual.com.br

Créditos foto: Divulgação

Jornalista responsável: Altair Santos - MTB 2330

Recordista, material de construção vende R$ 55 bilhões

Anamaco comemora valor arrecadado, mas estima que em 2013 números serão mais positivos, por conta dos incentivos governamentais

Por: Altair Santos

O comércio de materiais de construção atingiu em 2012 um recorde: vendeu R$ 55 bilhões - valor que nunca havia sido alcançado em um único ano. Em relação ao volume de produtos negociados, houve crescimento de 3,5% no comparativo a 2011. O percentual ficou abaixo do projetado pela Associação Nacional dos Comerciantes de Material de Construção (Anamaco) no começo de 2012, que era de 8%.

Expectativa do setor é que em 2013 vendas retomem ritmo de crescimento interrompido em 2012.

Para o presidente da entidade, Cláudio Conz, a demora do governo em liberar a linha de financiamento de material de construção com recursos do FGTS atrapalhou o setor. "A linha esbarrou em uma série de questões burocráticas, mas confiamos que em 2013 ela entre em vigor e impulsione as vendas. Muitos consumidores estão aguardando a medida para iniciar suas obras", diz o executivo, projetando crescimento de 6,5% este ano.

O financiamento poderá ser usado para construção, reforma ou ampliação de unidade habitacional, além de instalação de hidrômetro e sistema de aquecimento solar para residências. A concessão do crédito não dependerá de renda familiar e será destinada apenas a titulares de conta vinculada ao FGTS. Os empréstimos poderão ser de até R$ 20 mil e terão juros nominais de 8,5% ao ano. A amortização deverá ser feita em, no máximo, dez anos.

Terão prioridade famílias com renda até R$ 5,4 mil, para compra de materiais para imóveis de até R$ 90 mil, incluindo idosos, pessoas com deficiência e mulheres chefes de família. "Além destas medidas de incentivo, estamos também otimistas por causa da manutenção da redução do IPI para os produtos do setor, das obras do Minha Casa, Minha Vida e dos eventos esportivos no país", afirma o presidente da Anamaco.

Para a Associação Brasileira da Indústria de Materiais de Construção (Abramat) a medida que permite usar recursos do FGTS nas reformas também é aguardada. Até porque, para o setor, o crescimento foi de apenas 2% em 2012. Mas, segundo o presidente do organismo, Walter Cover, as projeções para 2013 são mais otimistas. A expectativa é de crescimento de 5% este ano. "A prorrogação das atuais alíquotas do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) a perspectiva de melhorias nas linhas de crédito no varejo e a aceleração das obras previstas pelos programas governamentais sustentam essas previsões", cita Cover.

Outro recorde

A venda de cimento também atingiu um recorde em 2012. O volume em toneladas alcançou 68,3 milhões no ano passado, superando a marca do período anterior, que foi de 63,5 milhões. Os dados foram divulgados pelo Sindicato Nacional da Indústria do Cimento (SNIC) e equivalem a um crescimento de 6,9% - inferior aos 7,3% de 2011. A projeção era de que o setor poderia crescer 8,1%, mas houve uma desaceleração ao longo dos trimestres do ano passado. No 1º (janeiro, fevereiro e março) o setor cresceu 13,7%; no 2º (abril, maio e junho) 5,9%; no 3º (julho, agosto e setembro) 4,7% e no 4º (outubro, novembro e dezembro) 4,4%.

Entrevistados
Anamaco, Abramat e SNIC (via assessoria de imprensa)
Contatos: www.anamaco.com.br / www.abramat.org.br / www.snic.org.br

Créditos foto: Rafael Silva/Cohab

Jornalista responsável: Altair Santos - MTB 2330