Construtoras apontam principais gargalos do MCMV

Pesquisa encomendada pelo SindusCon-SP mostra catorze obstáculos encontrados pelas empresas, e que impedem o avanço do programa

Por: Altair Santos

O programa Minha Casa, Minha Vida completou em 2013 quatro anos de implantação. Dados da Fundação Getúlio Vargas (FGV) revelam que, neste período, 68,8% das construtoras que atuam formalmente no Brasil já tiveram ou ainda têm contratos vinculados ao principal plano habitacional do governo federal. O percentual mostra a importância do MCMV para a cadeia produtiva da construção civil e, por isso, as empresas passaram a cobrar o aperfeiçoamento do programa. É o que revela pesquisa realizada em conjunto pelo SindusCon-SP, CBIC e FGV, e que entrevistou as 66 construtoras do país que mais operam com o Minha Casa, Minha Vida. O resultado é um diagnóstico que aponta 14 gargalos que podem emperrar o programa, caso não sejam solucionados.

João Cláudio Robusti, vice-presidente de Habitação Popular do SindusCon-SP: há um amplo leque de problemas para atacar.

Um dos obstáculos é o pouco incentivo que o governo federal tem dado para que haja contratação de novas unidades habitacionais que contemplem a faixa 1 do MCMV (famílias com renda mensal de até R$ 1.600). É neste setor que se situa boa parcela do déficit habitacional do país - hoje, segundo números oficiais, estimado em 5,4 milhões de moradias. De acordo com a pesquisa, 62% das construtoras pretendem atuar nesta faixa do Minha Casa, Minha Vida, que desde 2012 não recebe novos contratos. A demanda reprimida já estaria na casa das 500 mil unidades, comprometendo 400 mil postos de trabalho e impedindo que sejam gerados R$ 15,7 bilhões em volume de negócios na cadeia produtiva da construção civil.

Na sequência, entre outras dificuldades apontadas pelas construtoras, estão os processos de aprovação junto a organismos do governo (77,3 pontos) a contratação de mão de obra qualificada (75,3 pontos) legalização para entrega dos empreendimentos (73,5 pontos) e serviços de cartórios (73 pontos). "Neste assunto, o interessante seria reunir em um só balcão todas essas demandas, para que se obtivesse agilidade. Uma solução seria fazer algo semelhante ao que é realizado nos feirões de imóveis da Caixa, onde todos os despachos para a compra do imóvel são feitos em um único local", sugere o vice-presidente de Habitação Popular do SindusCon-SP, João Cláudio Robusti.

A pesquisa encomendada pelo SindusCon-SP, CBIC e FGV mostrou que 62% das construtoras que operam dentro do Minha Casa, Minha Vida avaliam que o programa é "muito importante" dentro do horizonte de negócios. Por outro lado, 79% disseram estar "insatisfeitos, em parte" com a gestão do plano habitacional. As empresas reclamam, por exemplo, da burocracia das instituições financiadoras para liberar recursos aos projetos que propõem sistemas construtivos inovadores. Esse ponto gera desconforto em 70,6% das construtoras. Da mesma forma, a incidência tributária sobre processos industrializados é outro gargalo que atrapalha o setor - apontado por 66,4% dos entrevistados.

Segundo João Claudio Robusti, tratam-se de obstáculos que têm feito as empresas reverem seus investimentos no Minha Casa, Minha Vida. "Algumas já estão pisando no freio e não sabem se continuarão no programa até 2015", diz. O que confirma essa tendência é a resposta dada à pergunta embutida na pesquisa, que fazia o seguinte questionamento: "Você tem dificuldades para trabalhar com o PMCMV?" Para 53%, "tanto quanto o usual de minhas operações; para 42%, "mais do que o usual de minhas operações" e somente 5% disseram "menos que o usual para minhas operações". "Temos um amplo leque de problemas para atacar, mas precisamos deixar claro que o programa é essencial para o país", finaliza Robusti.

Confira os 14 gargalos que atrapalham o Minha Casa, Minha Vida:

- Gargalo (grau de insatisfação)
- Falta de terrenos (78,8%)
- Processos de aprovação de projetos junto a organismos de governo (77,3%)
- Contratação de mão de obra qualificada (75,3%)
- Custos para a contratação de equipamentos e processos construtivos (74%)
- Legalização para entrega dos empreendimentos (73,5%)
- Viabilização do empreendimento no valor estabelecido pelo programa (72,7%)
- Atraso nas ligações de energia elétrica e saneamento básico (71,3%)
- Entraves criados pelas instituições financeiras para aprovar sistemas inovadores (70,6%)
- Processo de desligamento e repasse (69,9%)
- Oferta de serviços no mercado (60,5%)
- Incidência tributária sobre processos industrializados (66,4%)
- Empecilhos do ministério do Trabalho para a contratação de serviço terceirizado (56,8%)
- Adequação do comprador às condições do programa (55,1%)
- Fiscalização das obras (42,7%)

Entrevistado
João Cláudio Robusti, vice-presidente de Habitação Popular do SindusCon-SP
Currículo
- João Cláudio Robusti é graduado em engenheiro civil, foi ex-presidente do SindusCon-SP e ocupa o cargo de vice-presidente de Habitação Popular do SindusCon-SP (Sindicato da Construção do Estado de São Paulo)
Contato: sindusconsp@sindusconsp.com.br
Créditos foto: Divulgação/SindusCon-SP

Jornalista responsável: Altair Santos - MTB 2330

Expansão da infraestrutura é caminho sem volta (Podcast)

Para Edson Carillo, da Abralog, construção civil terá grande impulso com programas de concessões de rodovias, ferrovias e aeroportuárias

Por: Altair Santos
Edson Carillo: Brasil perdeu muito tempo, desde a década de 1980, para modernizar sua infraestrutura.

Entrevistado
Edson Carillo, vice-presidente de marketing da Abralog (Associação Brasileira de Logística)
Currículo
- Edson Carillo é graduado em engenharia de produção mecânica, com MBA em
Administração Industrial e especialização em
 Gestão
 Executiva
 pela 
St.
John´s
University 
(The
 Peter
J.
Tobin
 College
 of 
Business)
- Tem mais de 20
 anos 
de 
experiência
 em 
supply
 chain
 management
–
logística
- É
 diretor-executivo 
da Connexxion
 do 
Brasil-Supply 
Chain
 Engineering, 
consultor
 e 
instrutor
 nas 
áreas 
de 
operações
 (SCM
 e
 Manufatura)
- Especialista
 em
 Lean
 Manufacturng
 pelo
 Kaizen
 Institute
 e
 TOC
 pelo
 Avraham 
Goldratt
 Institute
- Ocupa o cargo de vice-presidente de marketing da Abralog (Associação
 Brasileira
 de 
Logística)
- É professor
 de 
MBA 
na 
FGV 
nas 
disciplinas 
de 
Operações
 e 
Serviços, 
Jogos 
e 
Planos
 de
 Negócios
Contato: ecj@carillo.com.br
Créditos foto: Divulgação/Abralog

Jornalista responsável: Altair Santos - MTB 2330

Clique no player abaixo e ouça a entrevista na íntegra:


Mané Garrincha: o novo gigante de concreto armado

Estádio de Brasília é considerado pela Fifa como o mais bonito da Copa do Mundo de 2014 e consumiu 177 mil m³ de concreto

Por: Altair Santos

O estádio Mané Garrincha foi eleito pela Fifa como o estádio brasileiro mais bonito, sob o ponto de vista arquitetônico, para sediar jogos da Copa das Confederações, que começa dia 15 de junho de 2013, e da Copa do Mundo, daqui a um ano. Boa parte da beleza da arena de Brasília está relacionada às estruturas de concreto que circundam a obra, seguindo projeto do escritório Castro Mello Arquitetos, em parceria com a SBP (Schlaich Bergermann und Partner) da Alemanha. No entanto, o plano original não previa a prevalência do concreto, mas do aço. Apenas com a interferência do governo do Distrito Federal, que financiou integralmente a construção, e quis privilegiar o material que transformou a cidade em referência mundial para a arquitetura - através das obras de Oscar Niemeyer -, é que o concreto se impôs no Mané Garrincha.

Mané Garrincha: estruturas de concreto emprestam imponência ao estádio de Brasília.

O resultado é que a arena de Brasília, entre todos os 12 estádios que sediarão jogos da Copa do Mundo, foi a que empregou o maior volume de concreto em sua construção. Houve um consumo de 177.096 m³. “Valeu a pena perseguir esse conceito na obra. Se perguntarem qual o meu estádio favorito, posso dizer que Brasília está na minha primeira lista, entre os 10 melhores do mundo”, revelou o secretário-geral da Fifa, Jérôme Valcke, na visita técnica que aprovou o Mané Garrincha para sediar partidas da Copa das Confederações e da Copa do Mundo. O empreendimento também rendeu elogios do governador do DF, Agnelo Queiroz. "A Castro Mello Arquitetos criou um projeto que preservou os conceitos arquitetônicos que fizeram com que a cidade fosse reconhecida como Patrimônio Cultural da Humanidade", disse, ainda sonhando com a possibilidade de o estádio sediar a partida de abertura da Copa.

Construído predominantemente em concreto armado e com estruturas pré-fabricadas de concreto, o Mané Garrincha caminha para ser o primeiro a receber o certificado máximo de sustentabilidade: o Leed Platinum - reconhecimento internacional de que a obra é altamente sustentável. Atualmente, nenhum estádio de futebol no mundo possui essa certificação. O selo é concedido a empreendimentos que fazem uso intenso de materiais recicláveis e que empregam em suas estruturas fontes alternativas de energia. No caso da arena de Brasília, ela tem em sua cobertura 9,6 mil painéis fotovoltaicos com potencial de gerar 2,5 megawatts de energia. Isso a torna autossuficiente em produção de energia e capaz de ceder o excedente para a iluminação pública de seu entorno. O estádio também tem a capacidade de armazenar 6,84 milhões de litros de água da chuva - o equivalente a 80% da demanda para a irrigação do gramado e uso em vasos sanitários e mictórios.

A arena de Brasília empregou em sua obra o que há de mais moderno na construção civil nacional.

Com 70.846 lugares, o Mané Garrincha empregou 15 mil operários em sua construção e custou R$ 1,566 bilhão - é, até agora, o estádio mais caro para a Copa do Mundo no Brasil. Para obter o retorno do que investiu, o governo do DF estuda abrir uma concessão para que a iniciativa privada assuma o controle da arena, gerando receita e atraindo eventos para a cidade. Porém, mesmo antes de uma eventual privatização, o Mané Garrincha já tem agenda fechada com eventos esportivos, culturais e congressos até 2019, além de atrações permanentes para o Distrito Federal, como dois restaurantes, 14 lanchonetes, 40 bares, um museu do futebol e centros comerciais ao seu redor.

 

 

Primeiro projeto contemplava o aço, em vez do concreto, mas foi descartado.

Entrevistado
Secretaria da Copa do Distrito Federal (Secopa-DF) (via assessoria de imprensa)
Contato: www.copa2014.df.gov.br / facebook.com/copadf / twitter.com/copagov_df / imprensa.secomdf@buriti.df.gov.br / imprensagdf.copa@gmail.com
Créditos fotos: Secopa-DF / Carlos Mello Arquitetos / Divulgação

Jornalista responsável: Altair Santos - MTB 2330

Construção civil precisa eliminar desperdícios

Estudo mostra que setor ainda peca em quesitos como estoque, logística, cadeia de suprimentos e novos processos de produção

Por: Altair Santos

Todas as pesquisas voltadas ao setor da construção civil convergem para temas comuns. Apontam que é preciso qualificar a mão de obra, melhorar a gestão dos custos, industrializar processos e investir em novas tecnologias. Em resumo, a palavra-chave é produtividade. Porém, apesar de os estudos evidenciarem as carências, ainda há poucas empresas do setor, principalmente as construtoras, propensas a rever seus métodos de produção. "A preocupação com o aumento da produtividade ainda não atingiu grande parte destas empresas. Predomina o desperdício. Os estoques ainda são muito altos, devido à baixa flexibilidade existente no processo produtivo. Há muita movimentação e transporte, os quais não agregam valor para o processo ou para o cliente, além de uma grande quantidade de refugo e retrabalho. Existe também falta total de sincronismo entre uma etapa e outra, assim como baixa, ou nenhuma, integração na cadeia de suprimentos", explica Ruy Cortez de Oliveira, do Kaizen Institute Brazil.

Ruy Cortez de Oliveira: construtoras passaram a adotar o método Kaizen para qualificar gestão dos custos.

De origem japonesa, a metodologia Kaizen significa "melhoria contínua". Nasceu com o Sistema Toyota de Produção (STP) - revolucionário processo industrial de fabricação de veículos, e disseminado para outros setores da economia. A filosofia, que prega aprimoramento gradual e contínuo, tem como premissa básica a seguinte frase: "Hoje melhor do que ontem, amanhã melhor do que hoje”. Ou seja, é essencial que nenhum dia se passe dentro de uma empresa sem que alguma melhoria seja implementada. "O Kaizen tem os seguintes fundamentos: criação de fluxo com base na demanda do cliente; busca contínua da qualidade na fonte; foco na eliminação dos desperdícios e das perdas; gestão orientada para o "Gemba" (local onde as coisas acontecem); desenvolvimento das pessoas; gestão transparente", relaciona Ruy Cortez de Oliveira, lembrando que empresas que adotam o método Kaizen, quando vão ampliar suas plantas, procuram construtoras que também se norteiem pela filosofia para não comprometer a produtividade.

O especialista alerta que o método Kaizen, além de salutar para a cadeia produtiva da construção civil, também deveria ser implantado nos programas governamentais que estimulam o surgimento de novas obras, como o PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) e o Minha Casa, Minha Vida. "Há necessidade de um melhor gerenciamento dos recursos, para poder aplicá-los no momento certo e, assim, evitar atrasos e ineficiência de todos os programas. Uma das ferramentas do Kaizen é o gerenciamento de projetos, que busca garantir que os recursos sejam bem aplicados e a data da entrega do empreendimento, produto ou processo seja alcançada", diz, completando que as construtoras que já adotam o sistema Kaizen têm conseguido aumento de produtividade em torno de 10%, no comparativo com as demais. "É mudar o modelo produtivo ou permanecer na época das pirâmides", finaliza Ruy Cortez de Oliveira.

Entrevistado
Ruy Cortez de Oliveira, sócio-diretor do Kaizen Institute Brazil
Currículo
- Ruy Cortez de Oliveira é graduado em engenharia metalúrgica, pela Escola de Engenharia Mauá, e pós-graduado em engenharia pela Escola Politécnica da USP
- É consultor do BID (Banco Interamericano para o Desenvolvimento) e do PNUD (Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento) desde 1997
- Foi também sócio-diretor da CGE Consulting, da Normatec Engenheiros Associados e gerente do setor de qualidade e engenharia da Equipamentos Villares
Contato: www.br.kaizen.com / rcortez@kaizen.com
Créditos foto: Divulgação

Jornalista responsável: Altair Santos - MTB 2330

Ascensão profissional passa pelo traquejo social

Quem estabelece bom ambiente no trabalho valoriza suas qualificações e ajuda na criação de um amplo networking, diz especialista

Por: Altair Santos

Saber conviver com pessoas de idades diversas, opções religiosas distintas, culturas, hábitos e opções sexuais diferentes são alguns desafios enfrentados atualmente pelos colaboradores. O ambiente corporativo também exige a compreensão dos limites, dos direitos e dos deveres de líderes e liderados, empresários e empregados. Tratam-se de situações que hoje fazem parte do dia a dia das empresas, e que só se acomodam se houver traquejo social. "Nesse cenário heterogêneo dentro das Companhias, é preciso saber conviver com as diferenças de forma civilizada", diz Silmara Leite Ribeiro Santos, especialista em etiqueta corporativa e social.

Silmara Leite Ribeiro Santos: a base do traquejo social é o respeito.

É por isso que, além da qualificação, o traquejo social tornou-se decisivo para o sucesso profissional dentro de uma corporação. "De nada adianta um colaborador ser extremamente qualificado tecnicamente, ter estudado nas melhores universidades, se não tiver um bom relacionamento com os demais colaboradores ", reforça Silmara Leite, avaliando que o profissional que domina exemplarmente seu ofício, mas não tem traquejo social, corre o risco de ser superado por um que equilibre desempenho com boas relações na empresa. "Sempre prevalece o profissional que tenha bom relacionamento e competência técnica", completa.

Usar o traquejo social para relacionar-se faz , muitas vezes, que ele seja confundido com networking. "Na verdade, ambos se complementam. Ter educação e respeitar a opinião alheia, mesmo que não concorde com ela, são exemplos de traquejo social. Networking é a rede de contatos que o profissional possui. Traquejo social é a forma como esta rede é tratada", ensina, lembrando que boa parte das reclamações trabalhistas que vão parar nos tribunais nascem da falta de traquejo social. "A base do traquejo social é o respeito. Sem ele, vem a intolerância e isso contamina o ambiente corporativo, gerando processos", explica.

Silmara Leite reforça que, também no canteiro de obras, deve prevalecer o traquejo social. "Por que não cumprimentar o trabalhador num canteiro de obras? Ele está exercendo sua função como qualquer outro colaborador. Por que não agradecer pelo serviço executado? Educação é universal", alerta, tocando num ponto que reflete, inclusive, na produtividade da obra. "Muitos colaboradores da construção civil precisam migrar em busca de melhores oportunidades de trabalho. A distância da cidade natal, e dos familiares, dificulta a adaptação no ambiente de trabalho. Se este for mais receptivo e acolhedor, o indivíduo certamente se sentirá mais confortável e a produtividade tenderá a melhorar", complementa.

A especialista em etiqueta corporativa e social também destaca que os canteiros de obras ganharam um novo componente que exige traquejo social, que são as mulheres. "Saber respeitar e conviver com elas é imprescindível. Isto é ter traquejo, que é uma ferramenta que se estende também ao varejo da construção civil, tanto na venda de materiais de construção quanto de imóveis. Quem atua nestas áreas, seja homem ou mulher, precisa saber receber o cliente ou o fornecedor e escutá-lo de modo atencioso. Certamente, o traquejo social vai ajudar o vendedor a perceber o que o cliente realmente precisa. Isto é demonstração de educação e empatia", ressalta, finalizando: "Profissionais bem treinados, qualificados e com competência comportamental adequada aos cargos que ocupam irão agregar valor à marca. Imagem pessoal e imagem profissional estão cada vez mais interligadas."

Dicas para aprimorar o traquejo social

Comportamento
- Autocontrole;
- Capacidade de conviver com as diferenças;
- Capacidade de influenciar;
- Forma de lidar com as dificuldades do dia a dia;
- Arrojo para contribuir e colocar em prática novos planos e ideias;
- Postura adequada ao usar a internet, especialmente redes sociais;
- Comportamento apropriado ao receber visitantes, participar de reuniões, viagens de negócios e eventos empresariais.

Imagem

- Cuidados com vestuário, higiene, comunicação oral e escrita também contam pontos. Se não forem levados a sério, podem impedir uma contratação ou prejudicar uma ascensão profissional.

Entrevistada
Silmara Leite Ribeiro Santos, especialista em etiqueta corporativa e social
Currículo
- Silmara Leite Ribeiro Santos é formada em administração, com ênfase em marketing e pós-graduada em finanças, pela Unifae
- Acumulou vasta experiência corporativa no mercado financeiro, com passagens por corretoras de valores, bancos de varejo e holdings
- Especialista em etiqueta, é professora e coordenadora do curso de etiqueta social e corporativa do Centro Europeu e professora convidada na disciplina de etiqueta no curso full marketing da mesma instituição
- É também professora de etiqueta da Casablanca Escola de Modelos e Atores
- Dirige a Pitacos Marketing e Eventos
Contato: www.pitacosdasil.com.brsandrasantosjornalistabr@gmail.com
Créditos foto: Divulgação

Jornalista responsável: Altair Santos - MTB 2330

Geologia vive fase de simbiose com a engenharia

Investimentos em óleo e gás, mineração, energia e infraestrutura inseriram definitivamente o geólogo no canteiro de obras

Por: Altair Santos

Investimentos em óleo e gás, mineração, energia e construção civil têm aproximado os geólogos, que dia 30 de maio comemoram seu dia, da engenharia. Criou-se uma simbiose entre os profissionais das duas áreas, seja para investigar o impacto ambiental que uma obra possa causar ou para estudar a constituição do solo, fornecendo dados para a execução de projetos. "O que nós estamos vendo hoje é o ressurgimento das obras de infraestrutura e, com isso, reativou-se o casamento entre geologia e engenharia, como foi na década de 1970", recorda João Jerônimo Monticeli, presidente da ABGE (Associação Brasileira de Geologia de Engenharia e Ambiental).

João Jerônimo Monticeli, presidente da ABGE: momento atual lembra o vivido nos anos 1970.

O dirigente avalia que a definição de uma política para a exploração de petróleo, aliada à retomada dos leilões por parte da ANP (Agência Nacional de Petróleo) vai requerer muito mais mão de obra. "Não digo apenas para os profissionais de geologia, mas para os profissionais da engenharia", diz João Jerônimo Monticeli, observando que a demanda tem feito engenheiros migrarem para a geologia. "Há, principalmente, engenheiros ambientais complementando a formação com a geologia, recorrendo ao conhecimento sobre hidrogeologia, que é o estudo do fluxo de águas subterrâneas", completa.

Além do setor de óleo e gás, a mineração também tem sido um mercado com forte absorção de geólogos. "Neste segmento, contribuem para o crescimento desde as importações da China e até a retomada do interesse da indústria de cimento por novas jazidas de calcário", ressalta o presidente da ABGE, lembrando que os estudos para a extração de petróleo a partir do xisto - o que nos Estados Unidos já é uma realidade - também impulsionam a geologia. "Este modelo de exploração vai impactar o nosso mercado, principalmente para quem atua na área de pesquisa", avalia.

Para João Jerônimo Monticeli, a geologia operando paralelamente com a engenharia encontra campo para atuar, inclusive, em áreas urbanas. "A geologia sempre esteve ligada a grandes obras de infraestrutura, como pontes, barragens e túneis, mas o planejamento urbano tem aberto outras oportunidades. Estudos sobre riscos geológicos, escorregamentos e enchentes têm sido muito requisitados pelos planos diretores municipais. É o que chamamos de geologia urbana, hoje amplamente usada para desenvolver, recuperar e conservar cidades", afirma, relatando que na Grã-Bretanha geólogos ajudaram a recuperar cidades como Grangemoth, Bradfort, Glasgow, Warrington, Manchester, Liverpool e Salford.

No Brasil, Monticeli lembra que a geologia tem sido acionada também para prospectar terrenos nos grandes centros urbanos, onde falta espaço para novos empreendimentos imobiliários. Quando não são contratados por construtoras, os profissionais trabalham para companhias públicas de habitação. "A construção habitacional não pode errar. Ela não tem como correr o risco de empreender em terrenos que possa vir a sofrer erosão. Por isso, os geólogos são fundamentais para, através dos conhecimentos dos meios físicos, evitar a ocupação de terrenos inadequados", afirma, comemorando as oportunidades que se abrem aos geólogos.

Entrevistado
João Jerônimo Monticeli, presidente da ABGE (Associação Brasileira de Geologia de Engenharia e Ambiental)
Currículo
- João Jerônimo Monticeli é graduado em geologia pela Universidade de São Paulo (USP) em 1971. Também é mestre em engenharia civil e geotecnia, pela Escola de Engenharia Civil da UFSCar (1984)
- Trabalhou no IPT (Instituto de Pesquisas Tecnológicas) na CESP (Companhia Energética de São Paulo) e no Consórcio Intermunicipal das Bacias dos Rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí
- Atualmente é consultor em geologia de engenharia ambiental e de políticas e gestão de recursos hídricos
Contato: joaojeronimo@terra.com.br
Créditos foto: Divulgação

Jornalista responsável: Altair Santos - MTB 2330

Adicionar água suplementar ao concreto exige cuidados

Quantidade de água acima da prevista em dosagem aumenta a porosidade, diminui a resistência e amplia o risco de patologias

Por: Jorge Aoki, Gerente de Assessoria Técnica na Cia. de Cimento Itambé

A água é um importante componente do concreto e tem basicamente duas funções: provocar a reação de hidratação dos compostos do cimento, com seu consequente endurecimento, e aumentar a trabalhabilidade para que possa preencher adequadamente as fôrmas, sem causar vazios ou nichos. Sob certo aspecto, dá para dizer que a água é tão ou mais importante que o próprio cimento, pois, além das funções citadas, é ela quem determina a dosagem dos aditivos químicos plastificantes a serem aplicados no concreto.

Uma das expressões mais conhecidas pelos tecnologistas de concreto é justamente a relação água/cimento (a/c) que direciona para a resistência pretendida. É fácil perceber que, para se manter a relação constante, é preciso aumentar ou reduzir igualmente os componentes água e cimento. O adicionamento de água além da quantidade estipulada na dosagem pode aumentar o abatimento acima do limite especificado. Embora aparentemente facilite a aplicação, faz com que o volume de vazios dentro da massa do concreto também aumente, diminuindo sua resistência mecânica e comprometendo, muitas vezes, o próprio desempenho da estrutura, facilitando a entrada de agentes agressivos ao concreto.

Em média, e de acordo com a composição química do cimento, a completa reação de hidratação necessita de cerca de 25% de água em relação ao seu peso. O restante dará a necessária condição para que o concreto seja aplicado e sairá da massa por evaporação capilar. Mas desde que a cura não seja feita adequadamente, poderá causar o aparecimento de fissuras - importante patologia provocada em parte pela água suplementar.

Com a evolução dos aditivos superplastificantes, passou-se a exigir um cuidado extra no momento do cálculo da dosagem e da aplicação de água. Os concretos que utilizam estes componentes, em geral recebem pequenas quantidades de água, uma vez que a plasticidade é conseguida através dos aditivos. Caso a perda de água por evaporação seja acentuada, parte do cimento poderá ficar sem a completa hidratação. Nestes casos, além dos cuidados habituais, toda a atenção deve ser dirigida para a cura, no sentido de se garantir uma hidratação adequada.

A NBR 7212/2012 - Execução de concreto dosado em central - Procedimento, em seu item 4.4.4 diz: “Antes do início da descarga, ao verificar que o concreto apresenta abatimento dentro da classe de consistência especificada, não se admite adição suplementar de água. Qualquer adição de água exigida pela contratante exime a empresa de serviços de concretagem de qualquer responsabilidade quanto às características do concreto constantes no pedido. Este fato deve ser registrado no documento de entrega”. Em nota, esclarece que água suplementar é a quantidade de água adicionada ao concreto que ultrapassa a prevista na dosagem. Além disso, recomenda estabelecer em seu item 4.4.3 um sistema rigoroso de controle da água, para evitar ser ultrapassada a quantidade máxima prevista.

A NBR 6118/2007 - Projeto de estruturas de concreto – Procedimento, estabelece também no item 7 – Critérios de projeto que visam a durabilidade, uma correlação entre a relação água/cimento e a resistência à compressão. Na tabela 7.1 estão os valores máximos da relação a/c em função das classes de agressividade ambiental e tipo do concreto. São cuidados abrangentes, com o objetivo de reduzir a porosidade do concreto e preservar sua vida útil. A adição suplementar da água além da prevista na dosagem, altera a relação a/c, prejudica a resistência e aumenta a porosidade.

Esta importante relação, e todos os cuidados apontados, estabelece uma dependência, para as estruturas, entre os dois materiais mais utilizados no mundo: a água, em primeiro lugar, e o concreto - este, o material de construção mais usado no planeta.

Jornalista responsável: Altair Santos - MTB 2330

Nova estação na Antártica usará pré-moldados

Peças de concreto serão empregadas na construção do futuro QG brasileiro no polo sul. Projeto vencedor é de Curitiba

Por: Altair Santos

Em fevereiro de 2012, um incêndio destruiu a base militar e científica do Brasil na Antártica. O acidente comprometeu as pesquisas do país no polo sul. No entanto, a retomada dos trabalhos tende a ficar bem mais confortável quando a nova estação Comandante Ferraz for reconstruída. Ao invés de contêineres - material que predominava na antiga instalação, implantada em 1984 -, o novo QG brasileiro terá uma arquitetura adequada para enfrentar os rigores do frio da região. Graças ao escritório curitibano Estúdio 41, que ganhou o concurso promovido pela Marinha do Brasil para projetar a nova base na Antártica.

Perspectiva da nova estação: na construção, serão usadas estruturas metálicas, madeira e peças de concreto pré-fabricadas.

A futura estrutura será construída na península de Keller e terá a predominância dos pré-fabricados. Aliás, foi por ter dado prioridade aos processos industrializados que o Estúdio 41 ganhou o concurso. "Um fator bastante restritivo, imposto pelo Tratado Antártico, é a proibição de qualquer derramamento de massa ou argamassa em solo antártico, devido à necessidade de remoção de todos os resíduos quando da desocupação das áreas. Por tal motivo, a utilização de concreto ficou relacionada ao uso de elementos pré-fabricados e de blocos cimentícios", explica o arquiteto Fabio Henrique Faria, um dos autores do projeto.

Em sua maioria, a nova base brasileira na Antártica será construída com estruturas metálicas leves, pré-fabricados em madeira e vidro com tripla camada. "O envoltório foi pré-concebido em um sanduíche de chapas metálicas, com o isolamento necessário no centro", diz o arquiteto. No memorial do projeto, está clara a opção por sistemas industrializados de construção. "A estratégia central é a repetição de sistemas construtivos, permitindo alcançar níveis de excelência na montagem e garantir o autodesempenho do edifício, ao mesmo tempo racionalizando o processo de fabricação", diz o documento.

Outra característica do projeto - vencedor entre 74 propostas -, é que ele permite ser ampliado de acordo com as necessidades. A princípio, a estrutura estará apta a receber 60 pessoas, atendendo termo de referência desenvolvido pelo corpo técnico da Marinha e sob a orientação da comunidade científica. Para que se inicie a construção, é aguardada a abertura de licitação para a execução das obras, o que deve ocorrer no verão antártico, que começa em dezembro. O Estúdio 41 acompanhará o procedimento licitatório e tende a orientar o processo de montagem.

Confira a equipe que atuou no projeto:

Autores
Emerson Vidigal (Estúdio 41)
Eron Costin (Estúdio 41)
Fabio Henrique Faria (Estúdio 41)
João Gabriel Moura Rosa Cordeiro (Estúdio 41)

Consultores
Arq. Guido Petinelli, Conforto e Energia (Petinelli)
Arq. Eduardo Brofman, Conforto e Energia
Eng. Eduardo Ribeiro, Instalações
Arq. Carlos Garmatter, Segurança e prevenção contra incêndio
Eng. Ricardo Dias, Estruturas
Eng. Bruno Martinez, Conforto e Energia (Petinelli)
Eng. Andre Belloni, Conforto e Energia (Petinelli)
Eng. Josiele Patias, Geotecnia

Colaboradores
Arq. Dario Corrêa Durce
Arq. Moacir Zancopé Jr.
Martin Goic
Fernando Moleta
Alexandre Kenji
Rafael Fischer

Veja as plantas do projeto:
Parte 01

Parte 02

Entrevistado
Estúdio 41, escritório de arquitetura (via assessoria de imprensa)
Contato: www.estudio41.com.brestudio@estudio41.com.br
Créditos foto: Divulgação/Estúdio 41

Jornalista responsável: Altair Santos - MTB 2330

Madeira da fôrma faz toda a diferença na concretagem

Material precisa ser certificado e manuseado por mão de obra qualificada. Caso contrário, pode expor a estrutura a patologias

Por: Altair Santos

Apesar de as fôrmas metálicas estarem cada vez mais consolidadas no mercado, principalmente em processos industrializados de construção, são as fôrmas de madeira que ainda predominam em concretagens de vigas, lajes e pilares na maioria das obras brasileiras. Mas é preciso atenção à qualidade da madeira. Se a fôrma for construída com material inadequado, ela pode apresentar falhas de vedação e possibilitar a fuga da nata do concreto, além de permitir deformações nas peças concretadas e perda dos nivelamentos superiores e inferiores. A pressão exercida pelo concreto plástico nas fôrmas é muito grande nas fases de lançamento e adensamento do concreto. A dificuldade aumenta na medida em que a altura e volume das peças também aumentam. Por isso, a madeira precisa ter estrutura mecânica, sobretudo quando se usa concreto autoadensável - cada vez mais comum nas obras -, que requer fôrmas mais resistentes e estanques.

Pablo Marton: fôrmas de madeira normatizadas podem ser reutilizadas mais de 30 vezes.

Como todos os materiais usados em construção civil, as madeiras para fôrmas também precisam ser certificadas e atender as seguintes normas: NR 18 (Condições e meio ambiente de trabalho na indústria da construção), NBR 6118 (Projeto de Estruturas de concreto), NBR 9490 (Projeto de Lâmina e Compensado), NBR 14931 (Execução de estruturas de concreto -Procedimento) e NBR 7190 (Projeto de estruturas de madeira). No Brasil, as que mais se adequam a essas exigências são as fôrmas de lâmina de pinus. Em especial, as com aplicação de tego-filme, as chamadas fôrmas plastificadas, e que utilizam a cola WBP - water-boiled proof (resistente a intempéries e fervura) -, capazes de resistir a uma prolongada exposição à umidade, já que a fôrma de madeira não pode absorver a água do concreto, e a variações de temperatura que possam interferir na junção das lâminas.

Uma fôrma que atenda as normatizações, e desde que manuseada corretamente, pode ultrapassar até 30 reutilizações em processos de concretagem. É o que garante Pablo Marton do Nascimento, sócio-diretor da Global Wood do Brasil - empresa especializada na distribuição de produtos madeireiros para a construção civil e sistemas construtivos. "É importante ter em mente que a fôrma de madeira não deve ser considerada um material descartável. Elas podem ser reutilizadas na mesma obra ou em projetos futuros", diz o especialista, listando os requisitos para conservação das fôrmas:

Uso incorreto da fôrma de madeira pode trazer problema à estrutura de concreto durante a desfôrma.

1) O transporte das chapas deve ser traçado para evitar possíveis lascas nas bordas, quinas e superfícies.
2) O empilhamento deve ser na horizontal e apoiado em pontaletes, de modo que não fiquem diretamente em contato com o chão.
3) Recomenda-se também cobrir os fardos com uma lona ou armazenar em local protegido de umidade e agentes climáticos.
4) Um plano de corte diminui a quantidade de sobras não reutilizáveis. Para o corte, recomenda-se o uso de serra de vídea de modo a não quebrar ou fazer lascas nas formas.
5) Após o corte, a impermeabilização das novas bordas com tinta selante ou emborrachada é muito recomendada, pois evita a infiltração de água pelos topos cortados.
6) Os pregos devem ser introduzidos no sentido perpendicular às lâminas da chapa e nunca nas bordas. A ponta dos vibradores utilizados para adensar o concreto deve ser revestida com borracha e o seu contato com a superfície do compensado deve ser evitado.
7) Após o uso, as fôrmas devem ser lavadas com água sob pressão e receber nova aplicação de agentes desmoldantes para facilitar a próxima operação de desfôrma.
8) O uso correto de produtos desmoldantes está ligado diretamente na boa aparência do concreto e nos altos índices de reaproveitamento das fôrmas.
9) Deve-se ater-se também ao tipo de concreto a ser estruturado, pois existem desmoldantes específicos para o concreto que futuramente será revestido e para o que será aparente.

Concreto aparente

Para determinados tipos de estrutura, a qualidade da madeira da fôrma é ainda mais importante. O concreto aparente é um exemplo, já que ele não permite reparos como pintura, lixamento e retoques. Neste processo, a madeira tem papel fundamental, pois influencia diretamente para impedir a permeabilidade, a carbonatação e a presença de fissuras, garantindo a resistência e a durabilidade desejadas. "Esses requisitos tornam-se ainda mais preponderantes quando se projeta uma estrutura em concreto aparente. Neste caso, a fôrma é protagonista para proporcionar ao concreto o aspecto liso e uniforme. A fôrma ideal para este tipo de estrutura é a forma plastificada, a qual deve estar perfeitamente limpa, utilizando desmoldante de boa qualidade, tomando-se cautela para que este não seja incompatível com o concreto", alerta Pablo Marton.

Entrevistado
Pablo Marton do Nascimento, sócio-diretor da Global Wood do Brasil
Currículo
- Pablo Marton do Nascimento é graduado em desenho industrial, com ênfase em projeto de produtos, pela UTP (Universidade Tuiuti do Paraná) com pós-graduação em administração e marketing pela FAE Business School e MBA executivo em gestão empresarial pela ESIC Business e Marketing School
- É sócio-diretor da Global Wood do Brasil desde 2006. A empresa é especializada na distribuição de produtos madeireiros para construção civil e sistemas construtivos
Contato: www.globalwoodbrasil.com.brcontato@globalwoodbrasil.com.brpablo@globalwoodbrasil.com.br
Créditos fotos: Divulgação

Jornalista responsável: Altair Santos - MTB 2330

Bauma 2013 apresenta o futuro à construção civil

Comitiva brasileira esteve na principal feira mundial de equipamentos para o setor e ficou impressionada com os processos de automação

Por: Altair Santos

De 15 a 21 de abril de 2013 aconteceu em Munique, na Alemanha, a mais recente edição da Bauma. Trata-se da maior feira internacional de equipamentos para sistemas construtivos industrializados, e que em 2014 terá uma versão chinesa. O evento reuniu 3.420 expositores de 57 países e atraiu 530 mil visitantes de 200 nacionalidades. O Brasil, liderado pela ABCIC (Associação Brasileira da Construção Industrializada de Concreto) levou uma comitiva de 28 pessoas, representando 13 empresas que atuam no setor de pré-fabricados no país.

Comitiva liderada pela ABCIC na Bauma 2013: automação foi o que mais chamou a atenção dos brasileiros.

Para os visitantes brasileiros, o que mais chamou a atenção foram os processos de automação, capazes de substituir a mão de obra especializada - cada vez mais escassa e de custo elevado no setor da construção industrializada. "Ainda que nossa indústria mantenha em seus pilares a padronização e a conformidade técnica, ela está menos automatizada em relação à Europa e aos Estados Unidos. A expectativa é que esse cenário sofra mudanças nos próximos anos, caso a política econômica de nosso país assim permita", disse a presidente-executiva da ABCIC, Íria Doniak.

O engenheiro civil Guilherme Philippi, da Marna Pré-Fabricados Ltda., que também esteve na Bauma, reforçou a impressão da dirigente da ABCIC. "Lá o custo para se ter um equipamento de primeira linha é muito mais baixo do que aqui no Brasil. A feira mostrou muitos equipamentos automatizados, que serviriam para reduzir o custo com mão de obra e nos tornar mais competitivos. Essa cultura já está bem difundida na Europa, enquanto no Brasil as empresas do setor ainda dependem bastante do fator humano para produzir", explicou.

A mesma impressão teve Márcio Valle de Lima Jr., da Exímia Engenharia – construção de obras industriais e comerciais. "A Bauma proporcionou conhecer novas tecnologias e equipamentos que solucionam os problemas com mão de obra", disse o engenheiro civil, ressaltando que entre as máquinas que mais chamaram sua atenção foram as que consertam escoras metálicas, limpam fôrmas metálicas, além das empilhadeiras portáteis com soluções diferenciadas.

A presidente-executiva da ABCIC destacou ainda que os processos de construção industrializada através da plataforma BIM (Building Information Modelling) assim como as novidades em segurança do trabalho, também chamaram a atenção da comitiva brasileira. "O sistema BIM hoje tem relação direta com o aumento de produtividade, em vista da crescente demanda por estruturas pré-fabricadas de concreto. Outro aspecto relevante da feira foi o setor dedicado à segurança, destacando não só novas tecnologias e equipamentos, mas também colocando o ser humano em evidência", disse.

Entrevistados
- Iria Doniak, presidente executiva da ABCIC (Associação Brasileira da Construção Industrializada de Concreto)
- Márcio Valle de Lima Jr., da Exímia Engenharia
- Guilherme Philippi, sócio-proprietário da Marna Pré-Fabricados Ltda
Currículos
- Iria Lícia Oliva Doniak é graduada em engenharia civil e ocupa o cargo de presidente-executiva da ABCIC (Associação Brasileira da Construção Industrializada de Concreto)
- Também é diretora do Cursos IBRACON e da DECONCIC-FIESP (Departamento da Construção Civil da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo)
- É representante da ABCIC junto à fib (Federação Internacional do Concreto) atuando nos subgrupos de trabalho: Affordable Housing, Quality Control, Sustainability e Hollow Core Slabs
- Igualmente é representante da ABCIC junto ao conselho do IBRACON (Instituto Brasileiro do Concreto)
- Atua como membro da ACHE (Associación Científico Técnica del Hormigón Estructural-Espanha), da ABNT ( Associação Brasileira de Normas Técnicas) no âmbito da CB-02 e da CB-18)
- Márcio Valle de Lima Jr. é graduado em engenharia civil pela PUC-PR (1990) com pós-graduação em fiscalização e gerenciamento de obras pela PUC-PR e pós-graduação em negócios imobiliários pela FAE
- De 1992 a 2003, foi diretor comercial da empresa Projepar Construções Pré-moldadas
- Atualmente é diretor da empresa Portátil Andaimes e Escoramentos – locadora de equipamento; diretor da empresa Exímia Engenharia – construção de obras industriais e comerciais, e diretor da empresa MLV Administração e Participações Imobiliárias
- Guilherme Philippi é graduado em engenharia civil e sócio-proprietário da Marna Pré-Fabricados Ltda
Contatos: abcic@abcic.org.br / eximiaengenharia@uol.com.br / marcio@portatilandaimes.com.brguilherme@marna.com.br
Créditos foto: Divulgação

Jornalista responsável: Altair Santos - MTB 2330