Protótipo construído com solo-cimento é inaugurado no Mato Grosso
Pesquisadores do Laboratório de Tecnologia e Conforto Ambiental (Lateca), da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), realizaram um protótipo de ambiente construído em sistema de solo-cimento autoadensável (SCAA).
“O SCAA se caracteriza por uma mistura composta por cimento, solo e aditivos. Esse que foi usado na construção do protótipo, com vistas a dar uma “pegada” ecológica, contou também com incorporação de areia de resíduo de construção, um material que está sendo reciclado na nossa região a partir de Resíduos de Construção Civil. Agregamos outros componentes para controlar a retração da mistura. O uso do SCAA é semelhante ao do concreto autoadensável, ou seja, ele tem a alta fluidez no estado fresco devido a utilização de água de amassamento e aditivos, por isso tem a capacidade de escoar pelas fôrmas com a ação de seu próprio peso”, explica o professor Ivan Julio Apolonio Callejas, coordenador do projeto.
Latossolo amarelo
Na composição do sistema de solo-cimento autoadensável é utilizado o latossolo amarelo, que é característico da região da Baixada Cuiabana. “Chegamos a usá-lo em 80% na massa da mistura. No entanto, nada impede que o traço seja ajustado em função das características do solo da região onde se queira usar o SCAA. Na realidade, a ideia de se utilizar o solo veio em razão da elevada quantidade de solo que é movimentada durante a execução das obras civis. Este solo muitas vezes é doado para aterro ou vai para os aterros sanitários. Então, nosso questionamento foi: ‘por que não usar esse solo para fazer as próprias construções de um empreendimento?’. Além disso, o solo se caracteriza como um material virgem, com baixa energia incorporada e com grande disponibilidade na superfície do nosso planeta”, destaca Callejas.
Aplicação do sistema de solo-cimento autoadensável
Callejas aponta que, dependendo da dosagem, com mais ou menos cimento, é possível alcançar resistências superiores a 4 MPa, o que equivale a um bloco de concreto estrutural. “É possível alcançar resistências superiores a 4 MPa, o que equivale a um bloco de concreto estrutural. No entanto, como estamos avançando na tecnologia, nesse primeiro momento, vislumbramos a sua aplicação em construções térreas”, pondera.
Além disso, para colocá-lo em prática, vale lembrar que um novo sistema construtivo como o do SCAA precisa atender uma série de requisitos da NBR 15575. “O objetivo é garantir aos usuários, por exemplo, habitabilidade, conforto térmico, segurança estrutural, entre outros. Diante disso, para uma avaliação completa do desempenho da habitação com esse material, vislumbro que ainda vamos levar no mínimo uns 5 anos de pesquisa para poder colocar o SCAA no mercado”, conclui Callejas.
Entrevistado
Ivan Julio Apolonio Callejas é coordenador do Laboratório de Tecnologia e Conforto Ambiental (LATECA) da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT)
Contato:
Assessoria de imprensa - ascom@ufmt.br
Jornalista responsável
Marina Pastore
DRT 48378/SP
96º ENIC promove debates e painéis durante a Feicon; veja os destaques
Autoridades, empresários e especialistas participaram da programação da 96ª edição do ENIC (Encontro Nacional da Indústria da Construção), que aconteceu entre 11 e 14 de abril durante a feira Feicon, referência para os profissionais do mercado da construção civil e da arquitetura do Brasil e da América Latina. É a primeira vez que essa parceria acontece.
O evento contou com dezenas de palestras, debates, oficinas e painéis sobre os mais diversos temas, possibilitando a troca de experiências, uma visão mais abrangente sobre o futuro e a realização de negócios.
Reunimos, abaixo, três destaques desta edição do ENIC Engenharia & Negócios, realizado pela Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC).
Autoridades debatem "Minha Casa, Minha Vida"
Nomes como Jader Filho (ministro das Cidades), Ratinho Jr. (governador do Paraná), Inês Magalhães (vice-presidente de Habitação da Caixa Econômica Federal) e Hailton Madureira (secretário nacional de Habitação) participaram de um painel sobre a busca pela redução do déficit habitacional e o programa "Minha Casa, Minha Vida", entre outros assuntos.
"Nós temos uma aposta de que a construção civil e, principalmente, a construção habitacional, é um fator de desenvolvimento econômico com inclusão", afirma Inês. "Essa convicção é que fez com que nós reintroduzíssemos a modalidade da Faixa 1 [no "Minha Casa, Minha Vida"], porque nós temos uma porção das famílias que não são sujeito de crédito, são 33 milhões de pessoas, hoje, abaixo da linha da pobreza."
Ainda sobre o programa, Jader Filho destacou a importância das parcerias. "Eu acho que esse é um momento extraordinário para a habitação no nosso país. A PEC da Transição nos permitiu poder ter recursos e discutir com governadores e prefeitos parcerias para que possamos fazer com que a habitação chegue, de fato, a um maior número de famílias no nosso país." O ministro das Cidades disse que esses acordos podem possibilitar "uma situação onde, na Faixa 1, o Estado ou os municípios possam entrar e zerar a parcela que seria dada às pessoas".
Campanha de prevenção de acidentes do trabalho
Promovida pela CBIC, por meio da Comissão de Política de Relações Trabalhistas (CPRT), a Canpat 2023 (Campanha Nacional de Prevenção de Acidentes do Trabalho na Indústria da Construção) foi lançada durante o ENIC com o tema "Gestão da Segurança e Saúde na Construção: Como um Ambiente Seguro Favorece a Produtividade?”.
Durante o evento, Fernando Guedes, presidente da CPRT, fez questão de enfatizar que a campanha vem apresentando bons resultados desde 2017. "Nenhum outro setor faz o que a indústria da construção faz em questão de segurança do trabalho."
Já Gianfranco Pampalon, consultor de SST do Seconci-SP (Serviço Social da Construção Civil do Estado de São Paulo), afirmou que mais de 60% dos acidentes de trabalho poderiam ser evitados ainda na fase de projeto. "A segurança no trabalho é um hábito que está baseado no cuidado com as pessoas. Não deve ser vista como uma atividade à parte. Obras seguras são mais limpas e atendem melhor os prazos”, diz. "O ser humano não consegue manter a atenção 100% do tempo, falhas vão existir e temos que estar preparados para amenizar."
Cenário de transição energética
Durante o painel "Potencial de Investimentos em Energia Renovável", Daniel Sobrinho, coordenador do Estado do Pará da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar), destacou que o Brasil está em 4º lugar no ranking entre os 10 países que mais investiram em energia fotovoltaica em 2022 - ficando atrás de China, Estados Unidos e Índia.
Ilso de Oliveira, presidente da Comissão de Obras Industriais e Corporativas (COIC/CBIC), disse que, apesar do Brasil ter uma matriz energética limpa, para que a economia cresça, é preciso aumentar consideravelmente a capacidade de geração de energia e priorizar em fontes limpas. "Uma oportunidade pode ser até o uso da energia gerada e exportar para obter receita. Então é fundamental esse debate."
E Nilson Sarti, presidente da Comissão de Meio Ambiente (CMA/CBIC), avalia que "a cadeia da construção só vai atingir a meta de redução de carbono se todo setor se movimentar, em cada segmento”.
Fontes
Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC)
Feicon
Jornalista responsável
Fabiana Seragusa
Vogg Experience
Rotesma participa da obra da Maltaria Campos Gerais
A Rotesma, indústria de pré-fabricado em concreto, participou das obras da Maltaria Campos Gerais, em Ponta Grossa (PR). Com 10.555,92 m², a construção está localizada às margens da PR-151, ao lado da Unidade de Beneficiamento de Leite da Unium. Quando pronta, a companhia estará apta a produzir 240 toneladas de malte por ano, volume que corresponde a 15% da demanda do mercado nacional.
Em visita à obra, a prefeita de Ponta Grossa, Elizabeth Schmidt, afirmou que a Maltaria Campos Gerais é uma importante conquista para o município, que vai chegar a R$ 3 bilhões de investimentos e gerar 6 mil empregos diretos e indiretos. A conclusão integral da primeira fase está prevista para 2028 e a segunda para 2032. No entanto, o início da produção está previsto para o segundo semestre de 2023.
O projeto arquitetônico da Maltaria é assinado pela Wosniak Engenharia, enquanto a execução da obra foi realizada pela Tucumann Engenharia e Empreendimentos. A maltaria faz parte de um projeto de intercooperação entre as Cooperativas Agrária (Guarapuava), Bom Jesus (Lapa), Capal (Arapoti), Castrolanda (Castro), Coopagrícola (Ponta Grossa) e Frísia (Carambeí).
Uso de pré-fabricados de concreto
À Rotesma coube a responsabilidade de fazer pilares, vigas, lajes, painel de fechamento e escadas do Prédio de Ensilagem. “Trata-se de uma torre com 57 m de altura, sendo que parte dela é confinada (fundos do prédio onde os silos estão sendo executados simultaneamente à montagem da estrutura pré-fabricada). Além disso, os pilares são seccionados em 6 partes. Todo prédio foi fechado com painel de fechamento de concreto, explica Leandra Merisio, diretora comercial da Rotesma. O início da montagem se deu em setembro de 2022 e a estrutura de pré-fabricados foi entregue em 8 meses.
Ao todo, a Rotesma utilizou 1.541.165,85 Kg de cimento nas peças pré-fabricadas de concreto. Os responsáveis pela obra optaram pela utilização desta técnica devido aos seguintes benefícios:
- O canteiro de obras se torna um espaço muito mais organizado e limpo;
- Redução da utilização de mão de obra, menos pessoas circulando no canteiro, consequentemente menos risco de acidentes;
- Velocidade na execução: o método construtivo pré-fabricado pode reduzir o tempo de execução da obra em até 40%, quando comparado com o procedimento convencional;
- Retorno do investimento: essa é uma vantagem importante. A maior velocidade de execução da obra resulta na antecipação da utilização da estrutura. Logo, o retorno do capital investido é mais rápido.
Contato:
Assessoria de imprensa: comunicacao@rotesma.com.br
Entrevistada
Leandra Merisio é diretora comercial da Rotesma
Jornalista responsável
Marina Pastore
DRT 48378/SP
Laje nervurada proporciona versatilidade e estilo a projetos residenciais
Nada melhor do que escolher um teto diferenciado para causar impacto e imprimir um estilo único e personalizado a um projeto. No caso de obras residenciais, uma das opções disponíveis é o uso da chamada laje nervurada, que tem o formato parecido com um "waffle" e chama a atenção de imediato.
Além do fator estético, a utilização desse tipo de laje proporciona maior versatilidade para a arquitetura do espaço, permitindo redução da altura estrutural e ambientes mais abertos, entre outras vantagens.
"A laje nervurada permite grandes vãos, com altura total da estrutura reduzida em relação a sistemas convencionais. As fôrmas de cubetas em plástico reduzem a variedade de materiais na obra, e os sistemas atuais oferecem uma solução completa em termos de escoramentos", explica Pablo Padin, mestre pela Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo.
Com vasta experiência em empreendimentos residenciais de alto padrão, Padin assina o projeto da casa Reserva, em Jundiaí, São Paulo, que conta com o teto "waffle". "A opção pela laje nervurada, especificamente na casa Reserva, e que pode se estender para outros projetos residenciais, nasce no partido arquitetônico do projeto da casa, que propunha executar uma laje com poucos apoios, grandes balanços e com altura laje + viga reduzida. O ganho nesse sistema é de aproximadamente 30% na altura em relação a soluções mais convencionais em vigas e lajes pré-fabricadas."
O arquiteto diz que não é extremamente comum a utilização deste tipo de laje em residências. "Nesse caso específico, a laje nervurada permitiu que o pavimento térreo da casa pudesse ser fechado praticamente todo por vidro, criando a integração desejada com o jardim/terreno. O pavimento térreo é aberto, em oposição ao pavimento superior, muito compartimentado. Construímos uma laje de 200 metros quadrados suportada por seis pilares de pequenas dimensões e sem vigas que reproduzissem a posição das cargas no pavimento superior", detalha.
Custo e diferenciais
A arquitetura moderna e a busca por um estilo industrial permitem que espaços residenciais e escritórios adotem a laje nervurada, comumente usada em grandes vãos de locais como museus, universidades, estacionamento e shoppings, pelo uso reduzido de concreto.
"Ela pode ser utilizada em quaisquer ambientes, mas a decisão pelo sistema construtivo deve ser interdisciplinar, entre arquitetos e engenheiros de estruturas. É, no entanto, uma solução que deverá ser considerada principalmente para ambientes amplos, que não devam ter pilares no meio dos espaços. Entendemos que, quanto maior a obra, em metros quadrados construídos, o sistema se apresenta mais interessante economicamente", afirma Padin.
Além da casa Reserva, o arquiteto já realizou alguns outros projetos com laje nervurada em edifícios institucionais (aulas e laboratórios), na Cidade Universitária, ainda não construídos. "Nesses projetos, tínhamos premissas de lajes sem interferências estruturais internas, a chamada planta livre, para possibilitar a alteração do layout ao longo dos anos."
Fazer um projeto com laje nervurada é mais trabalhoso?
Pablo Padin: Na casa Reserva, tivemos um cuidado muito grande com as instalações. Como não desejávamos instalações hidráulicas do piso superior, com 4 suítes, aparentes, fomos muito cuidadosos nos caminhos das tubulações e utilizamos enchimentos ao lado dos pilares para descida das prumadas. Ainda em relação a termos as vigotas aparentes, fizemos todo o projeto dentro da modularidade das formas do sistema.
As paredes divisórias coincidiram sempre com as vigas. A casa está modulada em fôrma inteira e meia-fôrma. Houve um cuidado com a concretagem, pois a ideia do projeto partia da premissa de deixarmos a laje aparente, para utilizarmos o desenho do teto dentro do conceito de nossa obra, quase que uma homenagem às lajes nervuradas muito utilizadas pelos arquitetos modernistas em São Paulo.
Quais os materiais usados e quais as técnicas específicas para projetos assim?
Pablo Padin: Apesar de se tratar de um sistema de concreto moldado in loco, é fundamental um pensamento modular, principalmente no caso da laje estar aparente. O arquiteto deve trabalhar a modularidade junto ao engenheiro de estruturas. Hoje em dia, todos os nossos projetos são pensados tridimensionalmente, com uso de softwares que nos permitem checar as compatibilidades antes da liberação dos projetos bi-dimensionais para a obra.
A laje nervurada acaba sendo mais cara ou mais barata em relação aos métodos tradicionais?
Pablo Padin: Em análise simples, pode resultar em custos mais altos que os sistemas mais convencionais com vigas moldadas in loco e laje pré-moldadas. Entendemos aqui no escritório, no entanto, que alguns outros fatores devam ser colocados nessa balança e apresentados aos clientes: redução no uso de fôrmas de madeiras e compensado e, consequentemente, redução de descartes, redução da altura estrutural com a grelha e vigotas nos dois sentidos, aspectos formais/estéticos, balanços alcançados - na parte superior, existe a possibilidade de carregar a estrutura em quaisquer pontos sem a necessidade de coincidência com o pavimento inferior.
Grandes balanços e vãos irão exigir um maior consumo de aço para armadura. Portanto, a decisão vem do partido do projeto, do que queremos expressar com a arquitetura.
Fontes:
Pablo Padin, mestre pela Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo
Jornalista responsável
Fabiana Seragusa
Vogg Experience
PIB da Construção tem alta de 6,9% em 2022
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou os resultados do Produto Interno Bruto (PIB) de 2022, que teve crescimento de 2,9%. Neste mesmo período, o PIB da Construção Civil subiu 6,9%.
Este índice ficou próximo à projeção da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), que era uma alta de 7% para o setor. Segundo a instituição, o dinamismo do setor superou, pelo segundo ano consecutivo, a economia nacional. Em 2021, quando a construção cresceu 10%, o PIB Brasil aumentou 5%.
Para Ieda Vasconcelos, economista da CBIC, o desempenho positivo da construção nos últimos dois anos foi impulsionado por um ciclo de negócios imobiliários iniciado com a pandemia. “Como o processo de produção do setor é longo (de dois a três anos), os reflexos positivos ainda são sentidos”, informou Ieda.
Segundo a economista, a construção civil encerrou 2022 com um patamar de atividades 15,76% superior ao período pré-pandemia (2019). Ainda assim, mesmo com estes resultados, o setor ainda está 20,44% abaixo do pico de suas atividades registrado no início de 2014.
Empregos
Outro índice positivo no setor da Construção Civil foi o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho. Em 2022 a construção civil gerou 194.444 novos empregos com carteira assinada. Isso mostra que o número de trabalhadores formais no setor cresceu 8,42%. Ao todo, foram 2,502 milhões empregos com carteira assinada no final do último ano, o que corresponde a 5,86% do total dos empregos formais no País (42,716 milhões).
“A Construção de Edifícios em 2021 e 2022 foi responsável por 188 mil novas vagas
formais no setor, enquanto o segmento de Serviços Especializados para a Construção
criou 185.814 novos postos e as obras de infraestrutura 65.652. Portanto, os três
segmentos do setor registraram resultado positivo no mercado de trabalho nos últimos
dois anos”, destacou Ieda.
Desafio da taxa de juros
Para que o ciclo de atividades da construção continue positivo, Ieda aponta que existem alguns desafios. “É preciso destacar a preocupação com o atual patamar da taxa de juros,
que direciona recursos para o segmento financeiro e tira recursos dos investimentos
produtivos. Além disso, compromete a captação líquida da caderneta de poupança, e
consequentemente o volume de recursos disponíveis para o financiamento imobiliário via Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE)”, aponta a economista.
Dentro deste contexto, ao comparar os anos de 2021 e 2022, a Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias (ABRAINC) aponta uma queda de 15% no total de lançamentos. Segundo a instituição, no atual cenário de alta de juros, é fundamental ter boa disponibilidade de funding setorial. Desta forma, o Programa Minha Casa, Minha Vida pode ser uma boa oportunidade, segundo a ABRAINC. “Ele deve ser capaz de financiar um alto volume de produção, para que o Brasil consiga combater o déficit habitacional de 7,8 milhões de famílias”, informou o órgão.
Fontes
Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias (ABRAINC)
Ieda Vasconcelos é economista da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC)
Contatos:
Assessoria de imprensa ABRAINC – abrainc@abrainc.org.br
Assessoria de imprensa CBIC – ascom@cbic.org.br
Jornalista responsável
Marina Pastore
DRT 48378/SP
Programas habitacionais investem em subsídios e moradias no estado de São Paulo
O Governo de São Paulo autorizou a concessão de R$ 106,8 milhões para subsidiar a aquisição de 8.711 imóveis em 30 cidades do estado. A assinatura para a liberação dos recursos foi realizada no dia 22 de março pelo governador, Tarcísio de Freitas, que esteve acompanhado pelo secretário-chefe da Casa Civil, Arthur Lima, e pelo presidente do Sindicato das Empresas de Compra, Venda e Administração de Imóveis (Secovi-SP), Rodrigo Luna.
O valor será utilizado por meio do Programa Casa Paulista, na modalidade Nossa Casa, que tem como intuito fornecer cheque-moradia a famílias de baixa renda (com renda mensal de até três salários mínimos) para a aquisição de unidades habitacionais em empreendimentos aprovados pela Secretaria de Desenvolvimento Urbano e Habitacional (SDUH). O montante do subsídio dependerá da localização do imóvel, variando de R$ 10 mil a R$ 16 mil.
“Uma das nossas metas é aumentar a provisão de habitação por meio da ação da CDHU [Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano do Estado de São Paulo] em parceria com a iniciativa privada. E é isso que estamos celebrando, que o Estado ajuda as famílias de baixa renda a conquistarem o financiamento da casa própria. Temos o melhor setor de construção do Brasil e seremos facilitadores para atacarmos o déficit habitacional do estado”, afirmou Tarcísio de Freitas.
O secretário de Desenvolvimento Urbano e Habitação, Marcelo Branco, também destacou os benefícios do programa. "Vamos apoiar as famílias a acessarem o crédito e que elas possam entrar no mercado formal para comprar o imóvel diretamente do mercado. Estamos dando apoio direto para o mutuário, para que eles possam comprar suas casas dentro dos seus rendimentos. Esse apoio é a forma mais estruturante de diminuir o déficit habitacional."
Programa Pode Entrar anuncia mais investimentos
Desenvolvido na gestão de Bruno Covas e transformado em lei pelo prefeito de São Paulo Ricardo Nunes, o programa Pode Entrar anuncia um investimento de mais de R$ 6 bilhões para a compra de 38.870 unidades habitacionais na capital paulista, dentro da primeira fase do chamamento de aquisição.
O anúncio, também feito no dia 22 de março, prevê prioridade para cerca de 22 mil famílias que fazem parte atualmente do Auxílio Aluguel. De acordo com a Secretaria Especial de Comunicação, o valor mínimo das prestações será de R$ 150, e quem for classificado terá um valor de teto correspondente a 15% de sua renda familiar - ou seja, a parcela máxima será de R$ 594, já que o teto será de três salários mínimos.
Além das quase 39 mil moradias anunciadas, a iniciativa prevê a compra de outras 20 mil em uma nova fase do programa. Assim, a atual gestão municipal planeja iniciar a construção, entregar ou fazer a contratação de mais de 100 mil unidades habitacionais no total, contando com as já realizadas.
Em relação aos trabalhos gerados, o projeto representará a criação de 100 mil empregos na área da construção civil. “São reflexos diretos na economia da capital, além da liberação de mais R$ 10 milhões de reais por ano investidos no auxílio-aluguel, que poderemos realocar para outras políticas públicas”, declarou João Cury, diretor-presidente da Companhia Metropolitana de Habitação de São Paulo (Cohab).
Fontes
Secretaria de Desenvolvimento Urbano e Habitação (SDUH)
Secretaria Especial de Comunicação da Cidade de São Paulo
Jornalista responsável
Fabiana Seragusa
Vogg Experience
Porto de Paranaguá completa 88 anos e prevê investimentos de até R$ 3 bilhões
O Porto de Paranaguá completou 88 anos no último dia 17 de março, com direito a passeio ciclístico e apresentação especial da Esquadrilha da Fumaça, com a presença de sete aeronaves. Além disso, nesta data aproveitou para reafirmar seus planos para o futuro, incluindo grandes obras em andamento e leilões cujos investimentos podem chegar a R$ 3 bilhões nos próximos anos, de acordo com a previsão da Portos do Paraná, autoridade portuária responsável por sua administração.
Em relação aos leilões, a empresa pública se prepara para negociar quatro áreas em 2023. Uma delas é a PAR09 (26.576 m2), destinada à movimentação e armazenagem de granéis sólidos vegetais, assim como a PAR14 (49.841 m2) e a PAR15 (38.859 m2), que estão com os processos em fases de análises das contribuições recebidas das consultas e audiências públicas.
Já a PAR03 (38 mil m2), ainda em fase de estudo, será destinada à movimentação e armazenagem de granéis sólidos minerais, principalmente de fertilizantes. Segundo o levantamento preliminar, o investimento mínimo necessário, nesse caso, seria de R$ 223 milhões - valor que pode ser alterado.
"Para crescer de forma sustentável, nosso planejamento é pensado a médio e longo prazos”, afirma o diretor-presidente da Portos do Paraná, Luiz Fernando Garcia. "É dessa forma que conseguimos manter o porto eficiente e atrativo, com grandes investimentos e projetos para os próximos anos."
Outro foco do planejamento é o Projeto Cais Leste - Moegão, que pretende centralizar a descarga dos trens que chegam ao Porto de Paranaguá, ampliando a participação do modal ferroviário. Com investimento de R$ 592 milhões, o empreendimento teve contrato assinado em janeiro deste ano e é um dos destaques dos primeiros 100 dias da nova gestão do Governo do Estado do Paraná.
A estrutura será instalada em uma área de quase 600 mil m2, com três linhas independentes capazes de permitir o descarregamento simultâneo de até 180 vagões. De acordo com Garcia, "isso representa um ganho de 63% na capacidade atual de descarga ferroviária, passando de 550 para 900 vagões por dia".
O novo complexo, do qual devem sair, anualmente, mais de 24 milhões de toneladas de grãos e farelos, será formado por moegas ferroviárias, sistemas de transporte vertical e horizontal, balanças, sistema de alimentação dos terminais, sistema de transferência de produto e prédios administrativo e de manutenção.
O secretário nacional de Portos e Transportes Aquaviários do Ministério de Portos e Aeroportos, Fabrizio Pierdomenico, afirmou durante uma visita às instalações do Porto de Paranaguá, no dia 22 de março, que a gestão premiada da Portos do Paraná é referência para o Brasil. "Paranaguá é um exemplo de que nós temos capacidade de ter portos públicos muito eficientes”, afirmou.
E aproveitou para ressaltar a importância dos projetos já idealizados. "Os planos para o futuro são bem consistentes. Nós temos um grande desafio, do Porto e do Governo Federal, para fechar a modelagem da futura concessão do canal de acesso do porto”, salientou Pierdomenico.
Fontes
Governo do Estado do Paraná
Portos do Paraná
Jornalista responsável
Fabiana Seragusa
Vogg Experience
Como evitar acidentes nos canteiros de obra?
Em março de 2023, um acidente que matou um trabalhador de uma obra no Centro de Curitiba (PR) motivou o Ministério Público do Trabalho no Paraná (MPT) abrir uma investigação sobre o caso. Na ocasião, uma viga de sustentação caiu sobre o colaborador.
Entre os dias 30 de março e 05 de abril de 2023, a ABRAINC realizou a 24ª Pesquisa Acidentes de Trabalho nas Obras. O levantamento, feito em 956 obras onde trabalham 69 mil colaboradores, mostrou que nos números de acidentes por trabalhador em alguma parte do corpo foi registrado 0,2% de incidência. 97% das empresas analisadas apresentaram taxas de gravidade - número de dias perdidos nos acidentes por milhão de horas trabalhadas - classificadas como muito boas. Ainda, 79% tiveram taxas de frequência - número de acidentes por milhão de HHT (Horas Homem Trabalhadas) - também classificadas como muito boas.
Roselaine Correa Alaminos, vice-presidente e engenheira civil da Yees! Incorporadora, enumera os acidentes mais comuns na construção civil:
1 - Cortes de membros superiores, mão, dedos, torção
2 - Quedas de diferença de nível
3 - Queda de materiais
De acordo com 23ª Pesquisa Abrainc Acidentes de Trabalho nas Obras, feita em 977 canteiros de obras, onde trabalham cerca de 72 mil funcionários, os acidentes envolvendo as mãos (incluindo dedos) são os mais comuns, com taxa de 0,07%. Em seguida, vêm os pés (incluindo dedos), com 0,03%. Os acidentes com braços e pernas representam 0,02%.
Por outro lado, o Ministério Público do Trabalho no Paraná (MTP-PR) aponta que problemas como falta de rede ou equipamentos de proteção, elevadores com fosso desprotegido, escadas sem corrimão e condições precárias de higiene e de estrutura são as irregularidades mais comuns e que causam acidentes.
Medidas e Normas para evitar estes acidentes
Para evitar acidentes, Roselaine afirma que existem medidas de controle e boas práticas como treinamentos/ Diálogo Diário de Segurança (DDS) / avaliação diária no canteiro de toda a liderança. Ao mesmo tempo, Roselaine acredita que os principais desafios são a conscientização da liderança e dos colaboradores, falta de investimento em treinamento e equipamentos.
Desde janeiro de 2022, passou a valer a nova versão da NR 18, norma que diz respeito à segurança e saúde no trabalho na indústria da construção. Uma das medidas previstas nesta norma é a exigência de carga horária mínima para treinamento para o exercício de cada atividade. Com isso, o treinamento inicial deve ser de quatro horas, além de ser presencial. Além disso, é necessário fazer uma reciclagem a cada dois anos, sempre mostrando os riscos ao qual estará exposto.
O Programa de Gerenciamento de Riscos (PGR) tem que ser assinado por um técnico de segurança do trabalho em obras com até 10 funcionários e no máximo 7 metros de altura. Acima disso, deve ser feito por engenheiro de segurança do trabalho.
Entrevistada
Roselaine Correa Alaminos, vice-presidente e engenheira civil da Yees! Incorporadora
Contato
Assessoria de imprensa: atiane@prcouti.com.br
Jornalista responsável
Marina Pastore
DRT 48378/SP
Estabilizador de hidratação melhora concreto e contribui para o meio ambiente
O primeiro trimestre de 2023 foi marcado por fortes chuvas no Brasil. No período, a chuva ficou acima da média no norte do Brasil, grande parte da Região Sudeste, sul de Goiás, centro de Mato Grosso do Sul e em Santa Catarina, segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (INMET). Com isso, as obras podem ser afetadas, uma vez que em condições de temperatura e umidade elevadas, a cura acontece de forma mais rápida e podem ocorrer a formação de rachaduras e fissuras no concreto. Para evitar este tipo de problema, são utilizados os estabilizadores de hidratação do cimento/concreto.
“Estabilizadores de hidratação são aditivos líquidos que controlam a hidratação do cimento Portland. Os retardadores atuam principalmente no controle da hidratação do C3S, (silicato tricálcico) promovendo moderada manutenção de abatimento e retardo de pega. Devido a sua característica de ter o efeito de retardo proporcional à quantidade utilizada do aditivo, permite que se tenha controle razoável do tempo de estabilização e utilização do concreto”, explica Jorge Luiz Christófolli, gerente de desenvolvimento técnico da Concrebras.
Uso dos estabilizadores de hidratação do cimento/concreto
Christófolli lembra que a Concrebras utilizou em diversas obras os estabilizadores de hidratação. “Principalmente em peças de grande volume, geralmente blocos de fundação de edifícios altos, onde a concretagem ocorre em vários dias consecutivos. Nesse tipo de obra nos centros urbanos, há interrupção da concretagem no período noturno devido a proibição de geração de ruídos e atendimento às legislações locais. Com relação à execução e garantia das estruturas, devemos evitar a descontinuidade do concreto e garantir a monoliticidade do elemento estrutural. Para tanto, é necessário estabilizar o concreto, para que após 12 a 18 horas de interrupção ainda esteja no estado plástico permitindo a vibração e a mistura com a camada posterior subsequente”, conclui.
Os aditivos estabilizadores de hidratação podem ser utilizados sempre que o concreto ainda estiver no estado plástico e não for possível a sua utilização no limite de 2,5 horas após a mistura do cimento com a água. “A utilização desses aditivos não pode ser feita se o concreto já estiver iniciado a pega, pois nessa condição o seu efeito estará comprometido. Também não é recomendado utilizar os estabilizantes de hidratação em concretos que tenham o prazo máximo de endurecimento limitado, como por exemplo pelo uso de equipamentos de acabamento, aplicação de carregamento por tensionamento controlado ou desforma rápida”, recomenda Christófolli.
Vantagens do uso
De acordo com Christófolli, o uso dos aditivos controladores de hidratação permite o reuso do resíduo de lavagem do balão betoneira. “Assim como o reuso do concreto fresco retornado, desde que obedecidos os quesitos dos itens da norma ABNT NBR 7212:2021. Com isso, evita-se a geração excessiva de resíduos nas centrais de concreto e contribui-se efetivamente com o meio ambiente”, aponta Christófolli.
Entrevistado
Jorge Luiz Christófolli é Gerente de Desenvolvimento Técnico da Concrebras
Contato:
jorge@concrebras.com.br
Jornalista responsável
Marina Pastore
DRT 48378/SP
Governo do PR anuncia pacote de R$ 3,4 bilhões para investimentos em infraestrutura
O Governo do Paraná anunciou em fevereiro um pacote de R$ 3,4 bilhões para investir em infraestrutura em diversas regiões do Paraná. Dentre as obras previstas estão 16 obras rodoviárias do Departamento de Estradas de Rodagem (DER/PR) e da Agência de Assuntos Metropolitanos (Amep). Há também um pacote de revitalização de 195 pontes e obras de arte rodoviárias (trincheiras e viadutos), implementação do Moegão no Porto de Paranaguá e pavimentação de mais cerca de 75 km de estradas rurais, beneficiando de 20 a 30 municípios.
Com esse aporte, o resultado esperado é a geração de 40 mil empregos diretos e indiretos entre 2023 e 2024, além de representar impacto de 0,4 ponto percentual no crescimento do PIB em 2023, segundo informações do Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social (Ipardes).
PRC-280
Dentro deste cenário, uma das obras que deve ser feita é a restauração em pavimento rígido de concreto da PRC-280, em um trecho de 45 km entre Palmas e Clevelândia. A obra será feita com a técnica de whitetopping, que consiste na aplicação de concreto como revestimento sobreposto ao asfalto. No dia 24 de março, o Departamento de Estradas de Rodagem do Paraná (DER/PR) abriu a licitação desta obra.
“Desde o início, a proposta do governo do estado foi de fazer a PRC-280 até Pato Branco. Está sendo feito um ajuste do orçamento disponível. Em um primeiro momento, foi feito o trecho de 60 km até Palmas, que já está pronto. Agora, está em licitação este segundo trecho de mais 45 km até Clevelândia. Posteriormente, deve haver mais um trecho até chegar à Pato Branco”, explica Alexsander Maschio, Gerente Regional Sul da Associação Brasileira de Cimento Portland (ABCP).
O trecho a ser restaurado começa logo após o Viaduto Bento Munhoz da Rocha Neto (também conhecido como Viaduto da Codapar), em Palmas, e vai até o trevo com a Avenida Nossa Senhora da Luz, em Clevelândia.
De acordo com Maschio, foram mantidas as características do projeto da fase 1, no trecho até Palmas, que foi um sucesso. “Também utilizará o whitetopping, com uma espessura muito similar. O modelo foi o mesmo do primeiro lote, através de um anteprojeto realizado em uma parceria da ABCP com o governo do estado, no formato RDCI – isto é, a empresa que vence a licitação é responsável por fazer o projeto executivo da obra”, explica Maschio.
Tal como ocorreu no trecho anterior, uma das peculiaridades desta obra é o fato do whitetopping ser feito em uma rodovia simples, algo que foi bastante questionado em ambientes técnicos. “O sucesso da obra anterior mostra que é possível executar esta técnica, que foi feita de uma maneira muito tranquila. O resultado do primeiro trecho foi extremamente satisfatório para o Governo. Ao optar pelo whitetopping, economizou-se 26% em comparação do que seria gasto com o asfalto. Além disso, o Departamento de Estradas de Rodagem do Estado do Paraná (DER) também ficou muito satisfeito com a qualidade. Por isso, está havendo essa ênfase em multiplicar o padrão, que se estendeu para o segundo lote da rodovia e deve também englobar um terceiro trecho mais para frente”, argumenta Maschio.
Paraná Concreto
O governo do Estado do Paraná lançou em 2022 o programa “Paraná Concreto”. Segundo Maschio, a ideia do governador é fazer 200 km de whitetopping, nos mesmos moldes que foram feitos no primeiro trecho da PRC-280. “Então faríamos mais cinco lotes neste ano, com cerca de 40 km cada. Na perspectiva do Departamento de Estradas de Rodagem do Estado do Paraná (DER), deverá ser feito um em cada região”, conclui Maschio.
Entrevistado
Alexsander Maschio é Gerente Regional Sul da Associação Brasileira de Cimento Portland (ABCP).
Contato:
alexsander.maschio@abcp.org.br
Jornalista responsável
Marina Pastore
DRT 48378/SP