Ponte Salvador-Itaparica será a maior do Brasil

Obra do governo da Bahia terá 15 quilômetros e o maior vão em concreto do mundo. Projeto é do premiado Catão Francisco Ribeiro

Por: Altair Santos

A Rio-Niterói, que em 2014 completará 40 anos desde a sua inauguração, está perdendo o posto de a maior ponte do Brasil. O título vai migrar para a obra que será construída entre a cidade de Salvador e a ilha de Itaparica, na Bahia. Com 15 mil metros de extensão, o empreendimento irá superar a Rio-Niterói (13.290 metros) em mais de um quilômetro. O projeto básico está a cargo do engenheiro civil Catão Francisco Ribeiro, diretor-executivo da Enescil, que irá elaborá-lo em consórcio com a Maia Melo e a dinamarquesa Cowi.

Catão Francisco Ribeiro: especialista em pontes estaiadas

Catão Francisco Ribeiro deu detalhes da obra ao Massa Cinzenta, quando foi premiado no Concrete Show 2013 por seu trabalho com pontes estaiadas. "Esse empreendimento que vamos construir na Bahia será um orgulho para a engenharia brasileira. Ela não será maior que a Rio-Niterói apenas em extensão, mas em trecho sobre o mar. Terá doze quilômetros em trecho de mar contra nove da Rio-Niterói. Além disso, terá o maior vão livre em concreto do mundo. Serão 600 metros, superando os 520 metros de uma ponte existente na Suécia", disse o engenheiro.

Obviamente, a ponte Salvador-Itaparica será estaiada. A diferença para outras que projetou, revela Catão Francisco Ribeiro, é que ela será toda em concreto, dispensando componentes em aço.  "Não terá nada de aço, porque a maresia na Baía de Todos os Santos é alta e o aço não resistiria", afirma. Pelos cálculos iniciais do especialista, o empreendimento deverá consumir até um milhão de m³ de concreto. "Estamos falando de uma ponte que será a décima maior do mundo. Só não terá uma posição melhor neste ranking porque os chineses têm construído pontes muito longas", completa.

Ponte a ser construída na Bahia será compatível às mais modernas do mundo

A ponte Salvador-Itaparica encontra-se na fase de projeto e a expectativa é que as obras comecem efetivamente em 2015. "A previsão é que ela seja inaugurada em 2018", diz Catão Francisco Ribeiro. O empreendimento terá um custo de R$ 7 bilhões e será bancado por uma parceria público-privada. Junto com a ponte, serão feitas requalificações de outras obras viárias e urbanas já existentes na região de Salvador, de onde a estrutura partirá em direção a Itaparica. Com 36 metros de largura, a Salvador-Itaparica terá seis faixas de tráfego e duas pistas de acostamento.

A expectativa do governo da Bahia é que a ponte Salvador-Itaparica traga um impacto econômico para o litoral sul do estado, permitindo a criação de um novo polo industrial e logístico na Região Metropolitana de Salvador. Paralelamente à elaboração do projeto básico, já existe no local da futura obra estudos de engenharia, de impactos ambientais (EIA-Rima) e urbanísticos, assim como estudos hidráulicos-marítimos, além de licitação para estudos culturais e imateriais.

Entrevistado
Catão Francisco Ribeiro, engenheiro civil e diretor-executivo da Enescil Engenharia de Projetos
Contato: catao@enescil.com.br

Créditos fotos: Divulgação/Concrete Show/SePlan-BA

Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330

Nova York exporta plano para tornar prédios ecoeficientes

PlaNYC gerencia mais de um milhão de edifícios existentes na principal metrópole dos EUA e cria normas para os que ainda serão construídos

Por: Altair Santos

Há menos de 100 dias do fim de seu mandato como prefeito de Nova York, Michael Bloomberg escolheu o PlaNYC como o seu principal legado para a metrópole norte-americana. Criado em 2007, com extensão até 2030, o plano é um marco regulatório que nasceu da seguinte pergunta: para onde queremos levar a cidade? Em plena execução, ele ataca várias frentes. Entre elas, parques e espaços públicos, suprimento de água, energia, qualidade do ar, mobilidade urbana, mudanças climáticas e, principalmente, edificações.

John Lee, no CBCS 2013: PlaNYC é um marco regulatório que induz para onde levar a cidade

O PlaNYC fez um levantamento de todos os prédios construídos na principal cidade dos EUA e chegou à incrível marca de mais de um milhão de edifícios nos cinco distritos da metrópole, que segundo o mais recente censo conta com 8.336.697 habitantes. Se for incluída a população da região metropolitana de Nova York, esse número sobe para 19,8 milhões, abrangendo cidades como New Jersey e Connecticut. "Precisávamos definir um ordenamento sustentável para essas edificações e para as que estão por vir, já que elas são, atualmente, responsáveis por 60% da emissão de carbono da cidade", disse John Lee, diretor de prédios e eficiência energética da prefeitura de Nova York.

O mapeamento dos prédios de Manhattan, Bronx, Brooklyn, Queens e Staten Island - os cinco distritos da metrópole - detectou que 90% das construções hoje existentes em Nova York estarão na cidade em 2030. O nível de demolições atualmente é pequeno, apesar de haver espaço para novas edificações. Isso levou a prefeitura de NY a editar quatro leis que criam regras sustentáveis para as atuais e as futuras edificações. Elas estabelecem eficiência construtiva e desempenho energético para os prédios. "O objetivo é que até 2025 todos os edifícios de Nova York estejam atendendo as leis", revela John Lee.

Palestra de John Lee foi assistida por vários protagonistas da construção civil brasileira

A etapa mais fácil do PlaNYC é controlar as construções dos edifícios novos. Já a fase desafiadora é tornar sustentáveis os prédios em funcionamento - alguns deles com ciclo de vida beirando os 100 anos. "A solução foi criar um departamento de auditoria que visita essas edificações e estabelece um plano retrofit para cada uma delas. A cada dez dias, nossos auditores vão às ruas em busca de medições que indiquem quais prédios precisam de retrofit. Quem cumpre as orientações da prefeitura ganha incentivos fiscais. O plano tem dado certo, pois as pessoas descobrem que é mais barato viver em prédios sustentáveis", explica John Lee.

O diretor de prédios e eficiência energética da prefeitura de Nova York esteve recentemente no Congresso Brasileiro de Construção Sustentável, realizado dia 17 de setembro de 2013, em São Paulo, e anunciou que Nova York pretende exportar os conceitos do PlaNYC. "São ideias que estão dando certo e queremos compartilhar", afirmou. Transportando os conceitos do plano nova-iorquino para uma cidade como São Paulo, por exemplo, os desafios para implantá-lo seriam ainda mais desafiadores. Principalmente porque a maior cidade brasileira, assim como boa parte das demais metrópoles do país, não tem legislação para retrofit de prédios antigos e nem estrutura para mapear e fiscalizar as edificações.  Mas, como disse John Lee, uma hora é preciso pensar para onde se quer levar as cidades. O PlaNYC está aí para mostrar o caminho.

Entrevistado
John Lee, arquiteto e diretor de prédios e eficiência energética da prefeitura de Nova York
Contato:
johnlee@buildings.nyc.gov

Saiba mais sobre o PlaNYC.

Créditos fotos: Suelen Magalhães/CBCS

Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330

Retrofit é solução para centros das capitais brasileiras

Mercado da reforma de prédios antigos revitaliza áreas, mas ainda esbarra na burocracia e na ausência de normas específicas para o setor

Por: Altair Santos

É praticamente consenso entre os prefeitos das capitais que assumiram seus cargos em 2012, de que é preciso tomar medidas para recuperar os prédios abandonados nos centros das cidades. O problema é que as políticas públicas para incentivar o retrofit em edifícios em áreas centrais praticamente inexistem. Mesmo assim, há iniciativas bem-sucedidas que, lentamente, começam a estimular esse modelo de construção sustentável. Uma delas está em Belo Horizonte - cidade que saiu na frente para criar uma legislação que trate especificamente da concessão de prédios abandonados para retrofit.

Teodomiro Diniz Camargos: retrofit de edifícios em Belo Horizonte torna-se modelo ao país

Na capital mineira, o construtor Teodomiro Diniz Camargos passou a atuar na recuperação e na transformação de prédios comerciais em prédios residenciais. No Congresso Brasileiro da Construção Sustentável, que aconteceu dia 17 de setembro de 2013, em São Paulo, o engenheiro civil falou dos desafios e o que estimula ele e outros empresários a atuar neste segmento. "Além das questões técnicas, como estruturas com pilares e vigas muito grandes, que, às vezes, complicam uma remodelagem arquitetônica, tem ainda as dificuldades de logística em área central. Retirar entulhos, por exemplo, é sempre uma dificuldade", cita.

Teodomiro Diniz Camargos lembra também que o cumprimento da norma de desempenho nas obras de retrofit - principalmente na questão acústica - esbarra em aspectos tecnológicos, como encontrar esquadrias que possam substituir as janelas antigas. "No mercado brasileiro ainda são poucos os que fabricam com medidas fora do padrão", revela, lembrando que talvez fosse o caso da ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas) pensar em uma norma específica para o retrofit. "Nesta área, ainda há uma ausência total de especificações", alerta.

Mas nada se compara à burocracia para se viabilizar reformas em prédios antigos. Um caso emblemático foi o do edifício Chiquito Lopes, no centro de Belo Horizonte. O retrofit do empreendimento fazia parte de um plano estratégico da prefeitura da cidade para revitalizar aquela área do centro da capital mineira. Mesmo assim, o município levou 10 meses para aprovar o projeto e a documentação do prédio tramitou mais 10 meses em cartórios. "Sob o ponto de vista empresarial é impensável uma demora dessa. Até porque, o mercado ainda não conhece o produto de retrofit e só costuma comprar quando ele está pronto", diz Teodomiro Diniz Camargos.

Outro empecilho está na aquisição de financiamentos para esse tipo de obra. "Nem os bancos, e nem o programa Minha Casa, Minha Vida, dispõem de um produto em que o retrofit se enquadre. Deveria haver uma adequação", avalia o construtor, que propõe que esse tipo de construção tenha uma legislação municipal específica e que lhe sejam concedidos incentivos fiscais, como o IPTU progressivo. "É um modelo que tem similaridade na cidade de Nova York e que poderia ser adotado no Brasil também", comenta o engenheiro civil, lembrando que a redução do impacto ambiental e a requalificação urbana que o retrofit traz às áreas centrais são aspectos importantes para que esse tipo de obra receba tratamento diferenciado das prefeituras.

Entrevistado
Teodomiro Diniz Camargos, engenheiro civil pela PUC Minas, sócio-gerente da construtora Diniz Camargos e vice-presidente da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (FIEMG)
Contato:
indconst@fiemg.com.br

Crédito foto: Divulgação/Cia. de Cimento Itambé

Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330

Sustentabilidade requer investimento em P&D e engenharia

Antônio Domingues de Figueiredo, pesquisador da USP, avalia que construção civil brasileira está numa encruzilhada: tem que ser sustentável, mas ainda não sabe como

Por: Altair Santos

A construção civil brasileira é compelida a adotar práticas sustentáveis, mas ainda não dispõe de boas ferramentas para implementar esses conceitos em larga escala. Segundo o professor-doutor da USP (Universidade de São Paulo) Antônio Domingues de Figueiredo, para que o setor viabilize uma sustentabilidade que não seja apenas teórica é preciso que haja investimento em P&D (Pesquisa e Desenvolvimento) e em qualificação acadêmica dos engenheiros. "Não existe engenharia sem planejamento. Os chineses já aprenderam isso e hoje conseguem erguer um prédio em 15 dias. No Brasil, ainda tomam-se decisões no canteiro de obras e, convenhamos, não é o ambiente ideal para a tomada de decisões", afirma.

Antônio Domingues de Figueiredo: não dá para pensar em P&D sem qualificação

Em palestra no Concrete Show 2013, Antônio Domingues de Figueiredo avalia que o Brasil só reverterá esse quadro quando conseguir expandir os centros de pesquisa e descentralizá-los. "Hoje, toda a pesquisa está praticamente concentrada em São Paulo e no Rio de Janeiro, e um pouco no Rio Grande do Sul. Precisamos espalhar pesquisa por esse país. Não podemos ficar dependentes sempre dos mesmos centros de inovação. Além disso, não dá para pensar em P&D sem qualificação. Eu mesmo trabalho em um núcleo de pesquisa onde, de onze, só um é doutor e três têm mestrado. Na Espanha, cada grupo de produção tem quinze alunos de doutorado. Mas é necessário ter centros de pesquisa para formar doutores", explica.

No entender do especialista, para ter mais P&D é preciso que a indústria brasileira assuma seu papel e invista em centros de inovação. "Falta dinheiro para pesquisa porque só os recursos públicos não dão conta. No Brasil, 80% das bolsas são governamentais e boa parte das universidades não recebem demanda da iniciativa privada para pesquisa. Nos Estados Unidos, por exemplo, é um processo compartilhado. Tanto que na crise de 2008 o governo do Barack Obama ameaçou cortar verbas para pesquisas e o setor privado chiou forte. Resultado: não houve corte", revela Antônio Domingues de Figueiredo.

De acordo com o pesquisador, esse paradigma poderia ser rompido na indústria nacional se o investimento em P&D tivesse um outro tratamento. "Defendo que pesquisa saia do setor tecnológico das empresas e vá para o setor de marketing. Por quê? Porque investir em pesquisa pode não dar em nada, mas pode dar um grande retorno mercadológico quando ela traz resultados e é bem divulgada. Então, o raciocínio da iniciativa privada deveria ser: vou investir em pesquisa, e vou divulgar, pois o retorno da parte que der certo vai compensar o investimento na parte que não deu resultado", diz, completando: "A entrada da iniciativa privada é fundamental, pois ela cobra com mais energia e, às vezes, gera mais resultados".

Falando especificamente sobre sua área de atuação, o professor-doutor da USP revelou que há, por exemplo, um grande déficit em pesquisa focando a construção de túneis. "Ainda estamos usando concreto projetado para o revestimento de túneis, que é uma descoberta do século passado (por Carl E. Akeley, em 1907). Tudo bem que ele não utiliza fôrma, mas o problema é que nem tudo que bate fica na parede. A esse processo chamamos de reflexão, que, hoje em dia, gera até 20% de resíduos. No passado, descobriu-se que a linha norte do metrô de São Paulo gerou 40% de reflexão. Atualmente, no caso de túneis para metrôs, o que se pesquisa lá fora são trechos em rocha pura ou que necessitem de pouco uso de concreto. Na Suécia é assim. Com engenharia e tecnologia, eles prospectam cavernas subterrâneas para construir os túneis em rocha pura. Sustentabilidade é isso: gerar trabalho de engenharia e investimento em P&D para minimizar o uso de recursos e, portanto, gastar menos", finaliza.

Entrevistado
- Professor-doutor Antônio Domingues de Figueiredo, engenheiro civil e pesquisador da Escola Politécnica da USP
Contato:
antonio.figueiredo@poli.usp.br

Crédito foto: Divulgação/Cia. de Cimento Itambé

Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330

Vida útil fundamenta novos pilares da construção civil

A partir da norma de desempenho, materiais e estruturas precisam especificar projetos de ACV, comprovando durabilidade e sustentabilidade

Por: Altair Santos

A norma de desempenho surge também como um divisor de águas na construção civil quando cita a questão do ciclo de vida de materiais e estruturas em edificações. Apesar de não dar um tratamento normativo ao tema, mas meramente informativo, a abordagem feita na ABNT NBR 15575 já serve para fundamentar novos pilares para o setor. "Antes de 19 de julho de 2013, quando a norma de desempenho entrou em vigor, alguns segmentos ignoravam o ciclo de vida. Hoje, o que existe é resistência, seja por parte de projetistas, construtores ou fornecedores de materiais. Mas todos já tomaram consciência de que é preciso declarar ACV (Avaliação de Ciclo de Vida) mesmo que na norma de desempenho ela tenha ficado como uma questão informativa e não normativa" explica o professor-doutor da Escola Politécnica da USP, Vanderley M. John.

Professor Vanderley M. John e Vera Hachich: mercado ainda resiste aos novos pilares, mas aceitá-los é inevitável

Ao lado da também especialista Vera Fernandes Hachich - ambos integram a coordenação do Comitê Temático de Materiais do CBCS (Conselho Brasileiro da Construção Sustentável) - Vanderley M. John avalia ser inexorável que o ciclo de vida de materiais e estruturas se destaque cada vez mais no mercado da construção civil. "Tudo que se constrói perde desempenho ao longo do tempo. Isso é inevitável. O produto é feito para prestar um serviço, e quanto mais tempo ele cumprir sua função, melhor. Isso vale para nossos carros, e agora vale para nossos edifícios", diz o professor da USP, complementado por Vera Hachich. "O problema é que alguns setores estão confundindo ciclo de vida com período de garantia e, por segurança jurídica, por causa da norma de desempenho, criando manuais com prazos curtos demais e tentando fazer recair a responsabilidade sobre a manutenção", afirma.

No entender de Vera Hachich, a Análise do Ciclo de Vida tem muito a evoluir no Brasil. Para ela, as boas soluções de projeto serão as maiores responsáveis por esse avanço. "Nesta questão, não há o que substitua boas soluções de projeto. Só que muitas vezes elas são tomadas com base no custo inicial, sem levar em consideração a manutenção. Um exemplo: se a estrutura é projetada para ter ciclo de vida de 50 anos, mas recebe um sistema hidrossanitário com ACV de 20 anos, como projetar isso? Será necessário repensar o cálculo, o custo inicial, o custo de manutenção, enfim, o custo total. Os impactos da manutenção sobre os subsistemas da edificação terão de ser adequados dentro das soluções de projeto", comenta. "Vai ser preciso quantificar o impacto de um produto do berço ao túmulo", complementa Vanderley John.

Apesar de a norma de desempenho não aprofundar o tema ACV, o professor-doutor da USP cita que um conjunto de normas ISO está chegando ao Brasil, trazendo metodologias para tratar do tema. Desenvolvidas nos Estados Unidos e na Europa, as normas ISO de Avaliação de Ciclo de Vida já foram incorporadas à política de construção nos EUA e em alguns países da União Europeia, obrigando os fabricantes a declarar a ACV de referência dos materiais. "Isso também obriga os projetistas a definir o ciclo de vida da edificação de acordo com os materiais empregados", cita Vanderley John, lembrando que o CBCS acaba de criar um canal de conhecimento para atender essa demanda. "A indústria está tão assustada com essa história de ACV quanto projetistas e construtores. Então, o CBCS, através de seus grupos de trabalho, quer ajudar o mercado a entender isso", diz

Selos de qualidade
Os debates sobre ciclo de vida, que tendem a se aprofundar no Brasil de agora em diante, devem também impactar na forma como são emitidos selos de qualidade. No Congresso Brasileiro de Construção Sustentável, que ocorreu dia 17 de setembro, em São Paulo, Vanderley John lembrou que a emissão de selos no país é pouco mensurável. "No mundo, devem ter uns duzentos selos ligados à construção civil e no Brasil são uns dez. O problema é que os critérios públicos são questionáveis. A ONU emitiu recentemente um manual para a publicação de selos, que deve ter umas quatrocentas páginas, mas pouquíssimos seguem. A Avaliação do Ciclo de Vida é fundamental para dar credibilidade a um selo. Nós do CBCS estamos trabalhando na elaboração de uma ferramenta que permita medir blocos de concreto. Não se trata de um selo, mas algo confiável que avalie o ACV do produto", revela.

A ideia do CBCS é montar um banco de dados sobre Avaliação do Ciclo de Vida dos materiais e dos sistemas usados na construção civil brasileira. Um primeiro instrumento criado pelo conselho é o chamado "Seis Passos da Construção Sustentável". Nele há indicações sobre como fazer compras legalizadas, como adquirir produtos de empresas legalizadas, como contratar mão de obra especializada e formal, como avaliar a conformidade dos produtos, como adquirir projetos adequados e como não se deixar levar por propagandas enganosas. "Tudo passa pelo combate à informalidade no setor", finaliza Vanderley John.

Saiba mais sobre a ferramenta dos Seis Passos.

Entrevistados
- Vanderley M. John, engenheiro civil e professor-doutor da Escola Politécnica da USP
- Vera Fernandes Hachich, engenheira civil, ex-pesquisadora do IPT (Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo) e atualmente gerente-técnica da Tesis - Tecnologia de Sistemas de Engenharia
Contatos
www.cbcs.org.br
secretaria@cbcs.org.br

Crédito foto: Suelen Magalhães/CBCS

Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330

Norma de desempenho é paradigma para a sustentabilidade (Podcast)

Segundo Marcelo Takaoka, construção sustentável tende a expandir-se no mercado a partir da entrada em vigor da ABNT NBR 15575 e da difusão de seus conceitos

Por: Altair Santos
Marcelo Takaoka, presidente do CBCS: trabalhar a sustentabilidade na construção civil gera economia.

Entrevistado
Marcelo Takaoka, presidente do Conselho Brasileiro de Construção Sustentável
Currículo
- Marcelo Vespoli Takaoka é graduado em engenharia civil (1980), mestre (2003) e doutor pela Escola Politécnica da USP.
É professor em MBA de Real Estate do Poli- Integra (Programa de Cursos de Extensão da Escola Politécnica). além de pesquisador do Núcleo de Real Estate da Escola Politécnica da USP.
- É diretor da Takaoka S.A.
- Atua como membro do Conselho do SBCI (Sustainable Building and Construction Initiative - uma iniciativa do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente) e do Conselho de Administração da Bolsa de Valores Sociais e Ambientais (BVS&A).
- Atualmente preside o CBCS (Conselho Brasileiro de Construção Sustentável) e é membro da Câmara Consultiva do Mercado Imobiliário da BM&F BOVESPA.
Contato: comunicacao@cbcs.org.br

Crédito foto: Suelen Magalhães/CBCS

Clique no player abaixo e ouça a entrevista na íntegra.

Jornalista responsável: Altair Santos - MTB 2330

Gestão Pública: ABCP leva soluções às cidades

Programa da associação fornece orientação técnica às prefeituras que queiram viabilizar projetos de habitação, saneamento e mobilidade

Por: Altair Santos

As manifestações de junho de 2013 mostraram que o tema urbano tornou-se relevante para a sociedade brasileira. Questões como habitação, saneamento e mobilidade urbana avançaram na pauta das prefeituras, mas boa parte delas desconhece como viabilizar projetos para captar recursos que possam transformar as cidades. Por isso, a Associação Brasileira de Cimento Portland desenvolveu o programa Soluções para Cidades, com o objetivo de dar orientação técnica para que os municípios possam transformar boas ideias em realidade.

Erika Mota: seis elementos são fundamentais para que nasça um bom projeto

O projeto é encabeçado pela engenheira civil Erika Mota e a arquiteta Simone Gatti, que elaboraram um manual dividido em seis capítulos, pelos quais as prefeituras conseguem entender como se elabora um plano de mobilidade, seja para toda a cidade, para um bairro ou para uma rua. "Há seis elementos que consideramos fundamentais para que nasça um bom projeto, que vão desde uma ideia inspiradora até as ferramentas para torná-lo viável", explica Erika Mota, que elenca esses elementos:

1) Iniciativas inspiradoras
Apresentar boas ideias que deram certo em outras cidades e mostrar que aquilo pode ser adaptado ao município.
2) Banco de projetos
O programa Soluções para Cidades esquematizou uma série de projetos para que os técnicos das prefeituras possam levá-los aos prefeitos e convencê-los.
3) Capacitações
A ABCP desenvolveu know-how e leva isso às prefeituras.
4) Ciclo de palestras
Eventos têm a função de mobilizar a sociedade, envolvendo prefeituras, universidades e profissionais de engenharia e arquitetura dos municípios.
5) Ferramentas
Supre necessidades dos municípios para que os projetos não esbarrem em questões ambientais, questões técnicas e questões arquitetônicas no momento em que passarem por organismos financiadores ou fiscalizadores.
6) Concursos
O programa Soluções para Cidades estimula as prefeituras a criarem concursos para estudantes de arquitetura e engenharia, a fim de que eles possam estimular novas ideias sobre espaços públicos e mobiliário urbano.

Simone Gatti: uma cidade não precisa viabilizar obras para melhorar a mobilidade

Simone Gatti lembra que uma cidade não precisa necessariamente viabilizar obras para melhorar a mobilidade. "A liberação de um espaço urbano para pedestres, onde normalmente trafegam veículos, como acontece na cidade do Rio de Janeiro nos finais de semana, já é uma solução. Da mesma forma, eventos como a Virada Cultural também. O que vale são as boas práticas", afirma. A arquiteta, no entanto, ressalta que quando uma prefeitura se propõe a intervir na cidade é preciso mapear os problemas e ver os pontos de interesse da população. Segundo ela, as prioridades são as seguintes:

1) Mapear as áreas carentes de espaço verde.
2) Mapear as áreas de grande circulação de pedestres.
3) Ver os espaços públicos que bloqueiam a circulação de pedestres.
4) Mapear os espaços abandonados.
5) Mapear as obras de infraestrutura sem uso.
6) Mapear as áreas às margens de rios.
7) Localizar as áreas industriais inutilizadas.
8) Detectar os terrenos contaminados.
9) Mapear a situação da iluminação urbana.

As arquitetas destacam que o programa Soluções para Cidades - apresentado recentemente no Concrete Show 2013 - procura dar prioridade às ideias que deram certo dentro do Brasil. "Projetos internacionais são bonitos, mas muitas vezes não se adaptam à realidade dos municípios do país, seja por questões urbanas ou financeiras", destaca Simone Gatti. Além da ABCP, participam do programa a Federação Brasileira de Associações de Engenheiros (FEBRAE), o CAU (Conselho de Arquitetos e Urbanistas) e a Asbea (Associação Brasileira de Escritórios de Arquitetura).

Saiba mais sobre o programa Soluções para Cidades: www.solucoesparacidades.org.br

Acesse o manual Espaços Públicos - Diagnóstico e metodologia de projeto
Espaços Públicos - Diagnóstico e metodologia de projeto

Entrevistadas
Erika Mota e Simone Gatti, coordenadoras do programa Soluções para as Cidades, da ABCP
Currículos
- Erika Mota é graduada em engenharia civil pela Universidade Estadual Paulista (UNESP) com pós-graduação em marketing pela Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM)
- Tem MBA em gestão pública pela Faculdade Getúlio Vargas (FGV)
- É coordenadora do programa Soluções para Cidade, da ABCP
- Simone Gatti é graduada em arquitetura e urbanismo pela Universidade Estadual de Londrina (2002) com especialização em projetos urbanos pela Universidade Presbiteriana Mackenzie (2007)
- Atualmente é doutoranda da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo na área de História do Urbanismo e membro do Conselho Gestor da ZEIS 3 do Projeto Nova Luz
- Exerce pesquisa em políticas habitacionais, projetos de reestruturação de centros urbanos, gentrificação e mobilidade
- É autora do Manual de Espaços Públicos produzido pela ABCP
Contatos
erika.mota@abcp.org.br / cidades@abcp.org.br / cursos@abcp.org.br

Créditos fotos: Divulgação/ABCP

Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330

Certificações verdes têm novos concorrentes no Brasil

Os já consagrados selos LEED e AQUA agora competem com a ferramenta inglesa BREEAM e a alemã DGBE para certificar construções sustentáveis

Por: Altair Santos

As já consagradas certificações LEED e AQUA, que no Brasil ganham cada vez mais adesões, têm novas concorrentes no país. A inglesa BREEAM e a alemã DGNB começam a ser oferecidas para empresas que buscam selos de construção sustentável.

Viviane Cunha: certificação BREEAM está há um ano no Brasil

A BREEAM (Building Research Establishment Environmental Assessment Method) apesar de ter sido lançada em 1992 na Inglaterra, só começou a operar no mercado brasileiro há um ano. Segundo Viviane Cunha, avaliadora e auditora licenciada pela certificação na América Latina, a diferença da BREEAM para os outros selos está no fato dela projetar a Análise do Ciclo de Vida (ACV) dos materiais usados em um empreendimento, através de softwares desenvolvidos especificamente para a certificação.

A especialista afirma que a BREEAM tem green guide de pontuação dos materiais quanto à ACV. "Cada material tem sua pontuação para diferentes condições: componentes reciclados, substâncias impactantes na sua composição e distância entre onde foi fabricado e o local do empreendimento", explica.

Sibylle Muller: certificação DGNB acompanha vivência do indivíduo no empreendimento

Já o selo DGNB promete uma certificação inovadora, pois abrange não apenas medidas para uso consciente dos recursos naturais, mas um planejamento de todos os aspectos que envolvem a vivência do indivíduo dentro do empreendimento. "A certificação entende que o conceito de construção verde não está associado apenas à preservação do meio ambiente, e sim à proposta que prevê o desenvolvimento econômico e social de quem irá habitar o prédio e o impacto que ele causará em seu entorno", avalia Sibylle Muller, diretora da AcquaBrasilis - responsável pela avaliação do DGNB no Brasil.

Hoje, independentemente do tipo de selo verde, projetos de empreendimentos que buscam certificações sustentáveis têm conseguido se posicionar melhor no mercado para obter recursos dos agentes financiadores e para conseguir licenças de organismos governamentais. "Critérios sustentáveis relevantes trazem estas vantagens sim, haja vista que já há no Brasil diversos agentes financiadores que investem em construções sustentáveis ou organismos governamentais que incentivam essa prática. Na cidade do Rio de Janeiro, por exemplo, a utilização de sistemas sustentáveis na construção pode levar a descontos em impostos no IPTU do empreendimento", diz Viviane Cunha.

No Brasil, o selo BREEAM exige que o empreendimento cumpra requisitos nas seguintes áreas para requerer a certificação: energia, gerenciamento, saúde e bem-estar, transporte, água, materiais, resíduos, uso da terra, poluição e ecologia. Já o sistema DGNB, que foi criado em 2008, elenca 50 critérios nas seguintes áreas: aspectos ambientais, econômicos, socioculturais e tecnologia. Dependendo do cumprimento destes itens, o empreendimento pode obter selos ouro, prata ou bronze.  Até o momento, mais de 750 projetos foram registrados para a certificação pelo DGNB.

No Brasil ainda não há nenhum prédio verde com a certificação DGNB. Quanto ao BREEAM, há duas edificações requisitando o selo: a sede do Banco BNDES, no Rio de Janeiro, e um conjunto de casas construídas pela construtora Concal, também no Rio de Janeiro.

Entrevistadas
Viviane Cunha, da VCA Sustentabilidade, e Sibylle Muller, diretora da AcquaBrasilis
Currículos
- Viviane Cunha é graduada em arquitetura e sócia e diretora-executiva da empresa VCA Sustentabilidade, especializada em consultoria, certificação, cursos e treinamentos sobre sustentabilidade para empresas, edifícios e áreas urbanas
- Também é diretora-executiva da empresa de arquitetura Viviane Cunha Associados, onde realiza projetos residenciais e comerciais
- Atua como professora de MBA na FGV e na Universidade Federal Fluminense
- É representante da empresa Space Syntax no Brasil e primeira avaliadora e auditora licenciada pela certificação BREEAM na América Latina
- Tem PhD pela UFRJ, foi pesquisadora visitante e mestre pela University College London, na Inglaterra
- Sibylle Muller é graduada em engenheira civil pela Escola Politécnica da USP (1982) com mestrado em engenharia civil pela área de engenharia de construção civil e urbana da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (1989)
- Tem especialização em “gestão e tecnologias ambientais” pelo programa de educação continuada da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (2001)
- Atualmente é diretora e coordenadora técnica da empresa AcquaBrasilis Meio-Ambiente Ltda., pioneira em sistemas de reaproveitamento de água a partir de tratamento de efluentes domésticos e de água de chuva
Contatos
viviane@vivianecunha.com.br / contato@vcasustentabilidade.com.br / www.vcasustentabilidade.com.br
acquabrasilis@acquabrasilis.com.br /www.acquabrasilis.com.br
www.twitter.com/acquabrasilis.com / www.facebook.com/acquabrasilis

Créditos fotos: Divulgação autorizada

Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330

Terreno é decisivo para sucesso da alvenaria estrutural

Áreas planas, que permitam que as obras comecem do chão, sem precisar se sustentar sobre o concreto, são as ideais para o sistema construtivo

Por: Altair Santos

Historicamente, a alvenaria estrutural existe desde que o homem passou a construir usando tijolos de argila, pedras e outros materiais, empilhando-os empiricamente para formar estruturas maciças. O tempo passou, o sistema construtivo evoluiu e hoje a tecnologia é apontada como uma das mais adaptadas ao meio urbano e ideal para produções habitacionais em larga escala. No Brasil, o programa Minha Casa, Minha Vida, nascido em 2009, fez do país um "cliente" da alvenaria estrutural. A ponto de em 2011, a ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas) ter publicado a NBR 15961 – Alvenaria estrutural – Blocos de concreto - dividindo-a em duas partes - para estabelecer requisitos mínimos exigíveis para a execução e o controle de obras com estruturas de alvenaria de blocos de concreto.

Dependendo do terreno, alvenaria estrutural precisa ser sustentada pelo concreto

O mercado, estimulado pela normalização de 2011, e agora também pela ABNT NBR 15575/2013 - Edificações Habitacionais - seis partes -, mais conhecida como norma de desempenho, tem descoberto peculiaridades do sistema construtivo que ampliam sua eficácia. Uma delas foi exposta pelo arquiteto Adelino Francisco dos Santos Neto na recente edição do Concrete Show 2013. Com atuação em mais de 30 edificações construídas em alvenaria estrutural no estado de São Paulo, o projetista cita que o terreno é fundamental para o sucesso deste tipo de sistema. "Áreas que não precisem de aterro e que sejam geologicamente bem sedimentadas são especialmente recomendadas para receber projetos de alvenaria estrutural. Elas permitem que as obras saiam do chão", analisa o especialista.

Sair do chão, no jargão da engenharia, significa que a obra em alvenaria estrutural não precisa de fundações profundas ou ser construída sobre grandes estruturas de concreto para sustentá-la. "Em terrenos com aclive ou declive, ou que não favoreçam cortes em platô, normalmente é preciso uma forte estrutura de concreto debaixo da alvenaria estrutural", afirma Adelino Santos, lembrando também que áreas que não sejam planas oferecem outro empecilho a esse sistema construtivo: o código de obras dos municípios. "Cada cidade tem uma legislação, o que cria problemas para modificar o terreno. Por isso, a importância de se definir todas as variáveis do projeto de arquitetura na alvenaria estrutural, antes de ir para o canteiro de obras", completou.

Outras soluções
No Concrete Show2013, Adelino Santos revelou também que a alvenaria estrutural tem agregado outras tecnologias para ganhar mobilidade. O sistema é conhecido por não permitir intervenções em suas paredes de vedação. Para viabilizar essa possibilidade, as construtoras têm usado drywall em algumas áreas entre quarto e sala e entre sala e cozinha. "Se o usuário quiser abrir um quarto ou criar uma cozinha americana, ele intervém na parede em drywall", explica, destacando que a alvenaria estrutural está sempre em um processo de evolução, pois a ela se juntam materiais que passam a ser fabricados com novas tecnologias, como as argamassas, ou surgem novos elementos que vêm para qualificar o sistema e dar-lhe versatilidade. "A evolução é constante", finaliza o arquiteto.

Entrevistado
Adelino Francisco dos Santos Neto, da Adesa Arquitetura
Currículo
- Adelino Francisco dos Santos Neto é graduado em arquitetura pela Universidade Mackenzie (1989) com mestrado pela FAU USP em renovação urbana
- Tem mais de 25 anos em projetos para obras em alvenaria estrutural
- É sócio-diretor da Adesa Arquitetura
Contatos
adelino@adesaarq.com.br
www.adesaarq.com.br

Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330

Ferrari chega à construção habitacional de luxo

Estúdio Pininfarina, o mesmo que desenha os veículos da escuderia, assina o projeto do Ferra, edifício com 102 metros de altura a ser construído em Cingapura

Por: Altair Santos

O escritório de design que tornou os carros da marca Ferrari ícones mundiais agora está associando o "cavalinho rampante" à arquitetura. Em Cingapura, será erguida uma torre residencial de 102 metros de altura, cujo projeto foi concebido pelo estúdio Pininfarina. O edifício terá 104 apartamentos distribuídos em 22 pavimentos, com preços iniciais de US$ 2,35 milhões (cerca de R$ 5,5 milhões) cada um. Seu conceito possui linhas e cores que lembrarão os carros da Ferrari. Cada apartamento, medindo entre 68 m² a 83 m², terá garagens especiais, feitas para abrigar os automóveis da marca. Haverá ainda duas coberturas - cada uma medindo 187 m².

Edifício terá duas torres acopladas, com cores que lembram a Ferrari

A viabilização do empreendimento, previsto para começar até o final de 2013, está sob a responsabilidade da Far East Organization - a maior construtora de Cingapura especializada no segmento residencial. O projeto prevê a combinação de estruturas de aço e concreto, assim como o uso intenso de vidro, madeira e componentes metálicos na fachada. O edifício Ferra terá duas torres conectadas e receberá o tradicional vermelho da Ferrari em uma de suas estruturas, enquanto a outra terá componentes no tom grafite. "A experiência única da Pininfarina, no design de carros de luxo, de produtos e na arquitetura, externa ou de interiores, alcançou sua máxima expressão no Ferra", diz Chia Boon Kuah, diretor operacional da Far East Organization.

Já Paolo Pininfarina, presidente do Grupo Pininfarina, afirma que o projeto carrega o DNA do escritório. "Estamos muito orgulhosos de ter identificado uma linguagem específica e forte para o Ferra. O projeto tem personalidade estética e, ao mesmo tempo, se encaixa perfeitamente no contexto arquitetônico de Cingapura. Nosso gerente de design, Paolo Trevisan, junto com o arquiteto sênior Stefano Capranico, expressou o DNA completo do design Pininfarina, que caracteriza-se pelos valores da elegância, simplicidade e inovação", disse.

Estádio da Juventus de Turim: outra incursão da Pininfarina pela arquitetura

O Ferra é a primeira incursão do Pininfarina no segmento de construção habitacional de luxo, mas o estúdio já atuou em outros projetos arquitetônicos. Um dos mais emblemáticos foi o do novo estádio da Juventus de Turim, inaugurado em 18 de setembro de 2011. O empreendimento teve custo relativamente baixo e foi construído em tempo recorde. Foram dois anos e meio, com investimento de R$ 244,8 milhões. O segredo da economia de tempo e de recursos esteve a cargo da concepção do projeto, que abusou das estruturas pré-fabricadas de concreto e de aço. "A intervenção da Pininfarina foi crucial para imaginar um estádio com personalidade forte, sem nunca perder a funcionalidade, o conforto e a segurança, requisitos básicos para a obra de 41 mil lugares", conclui Paolo Pininfarina.

Saiba mais sobre o Ferra: http://www.pininfarina.it/it/ferra/

Confira vídeo sobre como será o Ferra

Entrevistado
Francesco Fiordelisi, responsável pela comunicação da Pininfarina (por email)
Contatos
info@pininfarina.it
f.fiordelisi@pininfarina.it

Créditos fotos: Divulgação/Pininfarina

Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330