Índice põe Curitiba no topo do reajuste de imóveis
FipeZap aponta alta de 37,3% no mercado imobiliário da capital paranaense. Ademi-PR contesta dados e revela que aumento máximo foi de 13%
Por: Altair Santos
O índice FipeZap, medido pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) com base em anúncios de vendas de imóveis feitos pela internet, através do site Zap, apontou que em 2013 o preço médio de apartamentos e residências negociados no país subiu 12,7%. O levantamento, que engloba dados de oito capitais e outras oito cidades de porte médio, colocou Curitiba em evidência. Segundo o índice, na capital paranaense os imóveis tiveram alta de 37,3% - quase o triplo da média nacional e mais de seis vezes acima da inflação oficial (5,91%).
Em Brasília, entre as cidades avaliadas pelo índice Fipe Zap, a alta dos imóveis foi a menor em 2013 e ficou em 4,2%. São Paulo registrou aumento de 13,9%, contra 15,2% no Rio de Janeiro, 9,7% em Belo Horizonte, 10,7% em Salvador, 14,1% em Fortaleza e 13,4% em Recife. Independentemente dos dados apontados, o FipeZap é visto pelo mercado imobiliário de Curitiba como pouco confiável. "Consideramos que o levantamento apresenta graves distorções em relação à realidade de mercado na capital", diz o presidente da Associação dos Dirigentes de Empresas do Mercado Imobiliário do Paraná (Ademi-PR) Gustavo Selig.
As ressalvas da Ademi-PR e de outros setores do mercado imobiliário de Curitiba, quanto ao índice FipeZap, dizem respeito à amostragem. Segundo eles, um pequeno universo de imóveis em oferta é avaliado. Restringe-se aos anúncios feitos na internet, misturando novos com usados, e estes últimos com forte influência do proprietário em sua precificação. "Isso gera equívocos na definição das categorias, o que distancia os resultados de um cenário real de mercado. Considerando uma inflação de 5,91%, causa estranheza falar numa valorização imobiliária superior a 30% em 12 meses", completa Selig.
A fim de garantir uma pesquisa mais alinhada com a realidade do setor de lançamentos imobiliários em Curitiba, a Ademi-PR realiza, desde 2009, uma pesquisa de preço mensal dos apartamentos residenciais novos na cidade. O levantamento conta com uma amostra de mais de 300 empreendimentos e aproximadamente 11 mil imóveis (na planta, em construção ou concluídos, ofertados e disponíveis para a venda) vendidos por construtoras, incorporadoras e imobiliárias na capital paranaense. Com base nos dados coletados, a Ademi-PR estima que em 2014 os imóveis da capital paranaense seguirão subindo mais que a inflação.
O principal motivo é o aumento dos preços dos insumos, como materiais, mão de obra e equipamentos. "Para se ter uma ideia, o Custo Unitário da Construção (CUB) no Estado teve reajuste de 6,56% em 2013. Já o custo do metro quadrado para construir em Curitiba, no ano passado, superou o de São Paulo", destaca Selig. Dependendo do imóvel, a maior alta em 12 meses chegou a 13%. Entre os bairros da cidade com maior valor para o m², destacam-se o Campina do Siqueira (R$ 8.404,00 para apartamentos com um dormitório); Batel (R$ 8.511,00 a R$ 9.442,00, para imóveis de dois e três quartos) e Cabral (R$ 9.705,00, para quatro quartos).
Entrevistado
Engenheiro civil Gustavo Selig, presidente da Associação dos Dirigentes de Empresas do Mercado Imobiliário do Paraná (Ademi-PR) e do Grupo Hestia
Contato: ademipr@ademipr.com.br
Crédito Foto: Divulgação/Ademi-PR
Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330
Remuneração não para de crescer na construção civil
Estudo da consultoria Michael Page aponta as 38 profissões mais valorizadas do setor. Quanto maior a qualificação e a experiência, melhor o salário
Por: Altair Santos
Das profissões ligadas à construção civil, 38 terminaram 2013 com elevado potencial de remuneração e devem seguir neste ritmo também este ano. Em comum, todas as especialidades exigem alta qualificação. Para quem preenche os requisitos, revela a consultoria Michael Page, os salários, dependendo da região do país, podem variar até 96%. É o caso do cargo de superintendente de operações de shopping, cujo menor salário pago é de R$ 20 mil e o maior chega a R$ 39 mil. Um outro cargo bem valorizado é o de diretor de obras, com remuneração variando de R$ 20 mil a R$ 33 mil, nas empresas de pequeno e médio portes, e de R$ 27 mil a R$ 42 mil nas grandes companhias do setor.
Segundo Paulo Pontes, diretor-sênior do PageGroup no Brasil, o objetivo do estudo é revelar para as empresas de grande, médio e pequeno portes a melhor informação sobre remuneração do país. Com isso, a consultoria entende que permite às corporações avaliar a atual estrutura de salários para cargos de gestão, além de permitir organizar uma política de retenção, assim como atrair talentos, oferecendo salários em acordo com o mercado. "Durante os últimos doze meses foram mais de 75 mil entrevistas realizadas em nossos dez escritórios no Brasil, o que nos credenciou a produzir esse conteúdo relevante sobre carreira", disse Pontes.
O mapeamento da Michael Page foi realizado com base nas faixas salariais praticadas nas seguintes regiões do país: São Paulo capital, interior de São Paulo, Rio de Janeiro, regiões Sul, Norte e Nordeste, Minas Gerais e região Centro-Oeste. No segmento "property & construction", o estudo fez a seguinte avaliação: "Ainda que as mais otimistas expectativas para o setor de construção em 2013 não tenham sido plenamente alcançadas, o segmento continua muito movimentado no que se refere à demanda por profissionais. As promessas de investimento pelo governo brasileiro e o ano eleitoral de 2014 tendem a aumentar o volume de obras e, consequentemente, a procura por especialistas da área."
Ainda de acordo com o relatório da consultoria, a tendência é que os profissionais experientes do setor da construção civil, que atualmente já são escassos para diversas especialidades, tornem-se ainda mais valorizados. "Desta maneira, a mobilização das equipes para os empreendimentos, tanto em termos quantitativos quanto em termos qualitativos, deverá se tornar ainda mais crítica para as empresas e exigirá uma antecipação das ações e uma coordenação mais profissional do processo de recrutamento e seleção. Além disso, provavelmente ainda se manterá um viés de aumento do pacote de remuneração dos
especialistas deste setor, trazendo impactos para a rentabilidade dos projetos", conclui o estudo.
Confira aqui as 38 profissões mais valorizadas da construção civil
Entrevistado
Segundo Paulo Pontes, diretor-sênior do PageGroup no Brasil (via assessoria de imprensa)
Contato: http://www.michaelpage.com.br/votre-avis.html
Crédito Foto: Divulgação
Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330
Construção civil já tem 881 normas para cumprir
Guia elaborado pelo SindusCon-MG reforça práticas que proporcionam ganho de qualidade e melhoram desempenho de sistemas regulamentados pela ABNT
Por: Altair Santos
Quantas normas técnicas regem a construção civil brasileira? Para responder esta pergunta, o SindusCon-MG (Sindicato da Indústria da Construção Civil de Minas Gerais) em parceria com a CBIC (Câmara Brasileira da Indústria da Construção) preparou o guia “Principais Normas Técnicas – Edificações”. O livro elenca 881 normas aprovadas pela ABNT. Entre elas, 496 estão relacionadas a desempenho, projetos e especificação de materiais e sistemas construtivos. Outras 306 dizem respeito a controle tecnológico, 64 a execução de serviços, 13 a viabilidade, contratação e gestão e duas a manutenção.
Na apresentação do guia, o presidente do SindusCon-MG, Luiz Fernando Pires, reforça a importância de o setor da construção estar alinhado com a normatização. "O cumprimento de normas técnicas tem caráter obrigatório, previsto em leis e instrumentos legais, e proporciona isonomia técnica, sendo um referencial irrefutável neste sentido. Cumpre, também, o papel de ser um dos pilares da segurança jurídica, devendo ser encarado pelas construtoras e profissionais como um referencial do estado da arte. Esta prática proporciona, ainda, ganhos de qualidade e desempenho dos componentes, elementos, sistemas e processos regulamentados pelas normas", explica.
O SindusCon-MG afirma que o trabalho foi idealizado a partir da evidente demanda das empresas de construção e dos profissionais do setor por um sumário das principais normas afeitas às edificações. O guia teve como fonte o site da ABNT. "Como o processo de atualização de norma é dinâmico, o site da ABNT deverá ser consultado para avaliar a fase atual em que se encontram as normas e a existência de outros incidentes no tema de interesse. Esperamos que nossa percepção seja assertiva e que esta publicação se torne mais um instrumento facilitador para os profissionais e as empresas em seus projetos e execuções, fazendo com que, cada vez mais, a concorrência no setor seja pautada pelo equilíbrio técnico", alerta Luiz Fernando Pires.
As normas que constam no guia foram distribuídas em cinco temas: Viabilidade, Contratação e Gestão; Desempenho, Projeto e Especificação de Materiais e Sistemas Construtivos; Execução de Serviços; Controle Tecnológico, e Manutenção. "O ideal é que sejam observadas as cinco partes, em busca das normas de interesse, pois elas não se repetem e podem se aplicar a dois ou mais sistemas construtivos distintos", recomenda o presidente do SindusCon-MG, cujo manual teve o apoio da Comissão de Materiais e Tecnologia (COMAT) da CBIC. "Neste contexto, a CBIC entende que é fundamental a utilização de um conjunto de normas para assegurar a conformidade de todo o setor, reduzindo fragilidades técnicas e garantindo qualidade, segurança, conforto e sustentabilidade aos empreendimentos", completa o presidente da CBIC, Paulo Safady Simão.
Confira o guia “Principais Normas Técnicas – Edificações”.
Entrevistados
Engenheiros civis Luiz Fernando Pires e Paulo Safady Simão, presidentes do SindusCon-MG (Sindicato da Indústria da Construção Civil de Minas Gerais) e da CBIC (Câmara Brasileira da Indústria da Construção). (via assessoria de imprensa)
Contatos
sinduscon@sinduscon-mg.org.br
comunica@cbic.org.br
Crédito Foto: Divulgação
Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330
Concretagem de Belo Monte terá pico entre 2014 e 2015
Até 2019, quando deverá estar concluída, maior obra civil em construção no Brasil vai consumir mais de 3,3 milhões de m³ de concreto
Por: Altair Santos
A previsão do consórcio Norte Energia, que reúne todas as empresas envolvidas na construção da usina hidrelétrica Belo Monte, é que a primeira turbina da UHE entre em operação em 1º de março de 2016. Por isso, a maior obra civil empreendida no Brasil na atualidade deverá alcançar seu pico na etapa de concretagem entre este ano e o ano que vem. O cálculo é que seja empregado um volume de concreto na ordem de 3.389.008 m³. Só a usina propriamente dita - chamada de Casa de Força Principal - consumirá 2.867.287 m³.
A etapa de concretagem começou em 2012 e fechou 2013 com pouco mais de 10% do volume total. Segundo o consórcio Norte Energia, a partir de 2014 o objetivo é de que, a cada mês, 100 mil m³ de concreto sejam lançados na obra. “Os primeiros cem mil metros (cúbicos de concreto) são sempre os mais difíceis. Uma vez vencida esta etapa, a intenção é manter a mesma marca, mensalmente, durante o pico da obra”, ressalta Antônio Kelson, diretor de construção da Norte Energia.
Dos 3.389.008 m³ de concreto a serem consumidos na obra, 835.330 m³ serão em Concreto Compacto com Rolo (CCR) e outros 2.553.678 m³ de Concreto Convencional Vibrado (CCV). O volume de concreto empregado em Belo Monte poderia ser ainda maior não fosse a característica do terreno onde ocorre a construção. A região do Rio Xingu que corta o estado do Pará é rica em migmatito, um granito considerado de alta resistência e impermeável. Assim, a estrutura que vai abrigar as 18 turbinas da Casa de Força Principal foi escavada diretamente na rocha.
Todos os 41.813.139 m³ do material tirado da escavação em rocha estão indo para a construção do canal de 20 quilômetros de extensão, com 200 metros de largura, que levará a água do reservatório de 130 km² em direção à usina Belo Monte. Com isso, estima-se que a economia com concreto, entre a construção do canal e a estrutura para assentar as turbinas, seja de 2,3 milhões de m³. Além disso, o cronograma da obra, segundo a engenharia do consórcio Norte Energia, será encurtado em 15 meses.
Quando estiver com a operação plena, em 2019, a terceira maior usina hidrelétrica do mundo - atrás apenas de Três Gargantas, na China (22.720 MW) e de Itaipu (14 mil MW) - terá capacidade instalada de 11.233 megawatts (MW). Porém, por causa do período de seca na região do rio Xingu, sua capacidade assegurada será de 4.571,1 MW. Para complementar essa produtividade, uma usina auxiliar, a 60 quilômetros rio acima, também está em construção. A hidrelétrica Pimental, que será a casa de força auxiliar, poderá produzir até 233 MW de energia.
A construção do complexo Belo Monte irá beneficiar 16 estados, além do Distrito Federal. São Paulo (29,22%) e Minas Gerais (14,56%) receberão o maior volume de fornecimento de energia. Até ficar totalmente pronta, a hidrelétrica deverá envolver recursos na ordem de R$ 32 bilhões - R$ 26 bilhões para a obra civil e outros R$ 6 bilhões em contrapartidas socioambientais. Superlativa em todos os seus números, a usina gera atualmente 18.800 postos de trabalho diretos. Desde o final de 2013, sua construção entrou no ritmo de 24 horas de produção.
Confira aqui mais detalhes sobre a construção de Belo Monte
Veja como será distribuída a energia produzida por Belo Monte:
http://blogbelomonte.com.br/2012/05/15/para-onde-vai-a-energia-de-belo-monte/
Entrevistado
Consórcio Norte Energia (via assessoria de imprensa)
Contato: atendimento@norteenergiasa.com.br
Créditos Fotos: Regina Santos/Norte Energia
Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330
Ponte Guaratuba-Matinhos depende da BR-101 no PR
Por: Altair Santos
Reivindicação antiga da população que frequenta o litoral paranaense - principalmente as praias dos municípios de Matinhos e de Guaratuba -, a tão esperada ponte ligando as duas cidades só sairá do papel se for viabilizado o trecho paranaense da BR-101. O estado interrompe o percurso da rodovia federal, que começa na cidade de Touros, no Rio Grande do Norte, e atinge o município de São José do Norte, no Rio Grande do Sul, passando também por Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Sergipe, Bahia, Espírito Santo, Rio de Janeiro, São Paulo e Santa Catarina.
Oficialmente denominada Rodovia Mário Covas, a BR-101 voltou a ter o trecho paranaense colocado na pauta depois das chuvas que atingiram o litoral do estado em março de 2011, causando colapso nas rodovias BR-277 e BR-376 e isolando boa parte dos municípios localizados ao nível do mar no Paraná. O Departamento de Estradas e Rodagem (DER) desengavetou projetos que adormeciam há mais de 20 anos e, com eles, vieram também a da ponte ligando Matinhos a Guaratuba, cuja única ligação, há mais de cinco décadas, é feita por ferryboat.
Em 2013, o Ministério Público do Paraná, através da 1ª Promotoria de Guaratuba, ajuizou ação civil pública exigindo que o governo estadual viabilize procedimento licitatório para construir a ponte. Ainda não há nenhum estudo conclusivo sobre a obra. Cogitou-se, inclusive, substituir a construção de uma ponte por um túnel. Houve uma consulta ao Comitê Brasileiro de Túneis, que vem trabalhando no projeto do túnel Santos-Guarujá, no litoral paulista, porém o DER do Paraná desistiu da hipótese e investirá seus esforços na construção de uma ponte, cuja extensão deverá ter 800 metros.
O complexo não será construído no mesmo local onde atualmente ocorre a travessia do ferryboat, e fará parte de todo o sistema rodoviário que englobará o percurso da BR-101 no Paraná. Essa nova estrada terá 180 quilômetros e tem custo estimado de R$ 1,5 bilhão. Seu grande desafio será cruzar áreas de Mata Atlântica, causando o menor dano ambiental possível. Por isso, estima-se que o projeto terá um bom número de pontes e túneis, fazendo a ligação entre as BRs 116 (Régis Bittencourt) e 376 (sentido Santa Catarina). Perguntada sobre os estudos de viabilidade da obra, a secretária de infraestrutura e logística do Paraná emitiu a seguinte nota ao Massa Cinzenta:
"O Governo do Paraná está concluindo os estudos da futura Parceria Público-Privada que será responsável pela construção da ponte de Guaratuba e a da nova rodovia BR-101, que fará a ligação entre o Estado de São Paulo e os portos do Paraná - Paranaguá e o futuro Porto de Pontal do Paraná - e de Santa Catarina. Nesta parceria também está inclusa a construção da ponte entre Matinhos e Guaratuba e também os acessos rodoviários a estes dois municípios. A nova PPP vai interligar a BR 116 e a BR 376, iniciando a 20 quilômetros antes de represa do Capivari, até o município de Garuva, em Santa Catarina. O Estado vai fazer, no primeiro trimestre de 2014, o chamamento público convidando empresas para fazer os estudos técnicos, projetos e a obtenção de licenciamento para construir a rodovia e a ponte, ao molde do que foi feito na PPP da PR-323 (entre Maringá e Francisco Alves, no Noroeste do Estado)."
Entrevistados
Secretaria estadual de infraestrutura e logística do Paraná (via assessoria de imprensa)
Contato: www.infraestrutura.pr.gov.br
Crédito Foto: Divulgação
Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330
Obra no RJ aguça reciclagem de resíduos no Brasil
Demolição e reaproveitamento dos entulhos do Elevado da Perimetral serve de modelo para que país pratique políticas de gerenciamento de escombros
Por: Altair Santos
A implosão de um trecho do Elevado da Perimetral, na cidade do Rio de Janeiro, gerou 5.104 toneladas de entulhos - dos quais, cerca de 2.500 m³ de resíduos de concreto armado. O processo de demolição, que começou no final de novembro de 2013, deve se completar ao longo de 2014. O plano de gerenciamento dos escombros da obra prevê que, quando toda a operação for concluída, 56.675,25 m³ de resíduos de concreto armado terão sido gerados. Trata-se da demolição - considerando apenas um empreendimento - com o maior volume de aglomerados atualmente no Brasil.
Grande parte do trecho do Elevado da Perimetral terá de ser demolida por equipamentos, por que áreas de risco impedem o uso de explosivos. Isso exige ainda mais do planejamento na execução do trabalho. A estratégia é promover o desmantelamento do restante da obra em horários e dias alternativos e levar os entulhos para uma base de reciclagem montada próxima da operação. Para a Abrecon (Associação Brasileira para Reciclagem de Resíduos da Construção Civil e Demolição) a principal virtude deste plano é que ele venha a servir de modelo para outros programas de demolição no país.
Segundo dados da entidade, atualmente nem 10% do que poderia ser feito em termos de boas práticas de reciclagem de entulhos de concreto armado estão adequados à Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS). De acordo com a Abrecon, em todo o Brasil são reaproveitados por ano 80 milhões de toneladas de escombros provenientes da construção civil. O ideal seria que esse número fosse pelo menos o triplo. A perspectiva, no entanto, é de que, conforme a PNRS se consolide, o volume de reaproveitamento de entulhos também aumente. A lei 12.305, que delibera sobre as obrigações de destinação correta de resíduos sólidos, é de 2010.
Pela legislação, municípios, estados e União devem desenvolver planos de gerenciamento dos resíduos da construção civil. O não cumprimento estabelece penalidades aos infratores, sejam do setor privado ou do setor público. No processo de reciclagem, os resíduos beneficiados, de acordo com a granulometria, são utilizados em rebocos, argamassas de assentamento, alvenaria de vedação, contrapisos, blocos de vedação, solo-cimento, fabricação de artefatos de concretos como blocos de vedação, pisos intertravados, tubos de concretos, fabricação de concretos não estruturais e drenagens.
No caso dos entulhos do Elevado da Perimetral, eles serão reaproveitados, em boa parte, como reforço de subleitos de pavimentos em ruas que serão recuperadas na cidade do Rio de Janeiro. "Sem função estrutural, o reaproveitamento dos resíduos sólidos da construção civil equivale a 30% do que se usa, em média, em uma obra", diz Gilberto Meirelles, diretor de comunicação da Abrecon. Apesar dos avanços, o país ainda está longe de números como os alcançados na Holanda, onde 90% do volume de resíduos gerados pela construção civil é reciclado.
No entanto, não é por causa da legislação que o Brasil deixará de evoluir na reciclagem de entulhos da construção civil. Além da PNRS, há ainda outras leis, normas e resoluções que regulamentam nacionalmente o setor. A saber:
- Política Nacional sobre Mudança do Clima (PNMC) - Regulamentada pelo Decreto nº 7.390/2010.
- Resolução CONAMA nº 307, de 5 de Julho de 2002, e suas alterações
- Dispõe sobre a gestão dos resíduos da construção civil.
- Lei Federal de Saneamento Básico - Lei nº 11.445, de 5 de janeiro de 2007.
- NBR 15112:2004 - Resíduos da Construção Civil e Resíduos Volumosos, Áreas de Transbordo e Triagem. Diretrizes para Projeto, Implantação e Operação.
- NBR 15113:2004 - Resíduos Sólidos da Construção Civil e Resíduos Inertes – Aterros. Diretrizes para Projetos, Implantação e Operação.
- NBR 15114:2004 - Resíduos Sólidos da Construção Civil – Áreas de Reciclagem Diretrizes para Projetos, Implantação e Operação.
- NBR 15115:2004 - Agregados reciclados de resíduos sólidos da construção civil Execução de camadas de pavimentação – Procedimentos.
- NBR 15116:2004 - Agregados reciclados de resíduos sólidos da construção civil – Utilização em pavimentação e preparo de concreto sem função estrutural – Requisitos.
Entrevistado
Gilberto Meirelles é graduado em administração, com especialidade em empreendedorismo social e sustentabilidade. Dirige a Estação Resgate - empresa de reciclagem em São Paulo. Já presidiu a Abrecon (Associação Brasileira para Reciclagem de Resíduos da Construção Civil e Demolição) e atualmente é seu diretor de comunicação.
Contatos
www.abrecon.com.br
meirelles@estacaoresgate.com.br
Créditos Fotos: Agência Brasil/Divulgação
Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330
Tendências de gestão que farão a diferença em 2014
Empresas ligadas à construção civil têm o seguinte desafio: adequar estruturas de capital e de financiamento para viabilizar seus projetos
Por: Altair Santos
O Instituto Aquila - consultoria de soluções em gestão avançada - terminou 2013 avaliando as tendências de gestão que farão a diferença em 2014. Para o grupo de especialistas que atuou no estudo, as corporações precisarão estar atentas a dois pontos fundamentais: ampliar a capacidade de atingir resultados e desenvolver planejamentos anuais corporativos que garantam valor. "Nenhum planejamento deverá ser realizado de maneira separada ou por área. Não deve existir a meta comercial, a meta industrial, a meta administrativa. Deve existir a meta da empresa. Não adianta a área comercial cumprir sua meta, e outra área não. Isso não agrega valor", explica Felipe Saraiva, coordenador de projetos do Instituto Aquila.
Para atingir o que chama de "alinhamento de metas", o Instituto Aquila orienta que as corporações precisam garantir que os recursos humanos (indivíduos e equipes) materiais e financeiros sejam empregados na direção desejada. "Em um mundo rápido, as empresas precisam visualizar agilmente os resultados das partes componentes que afetam o resultado final de cada processo, tomando as ações necessárias. Temos visto, em nossa experiência, empresas com alta maturidade em gestão, que apresentam resultados fantásticos, e outras, do mesmo setor, que não têm destaque, pois possuem baixa maturidade de gestão", avalia Felipe Saraiva.
O coordenador de projetos do Instituto Aquila considera que a construção civil está entre os setores onde há um bom número de companhias com alta e baixa maturidade. "Enxergarmos a construção civil com desalinhamento entre capital investido e capital a receber, o que tem provocado rupturas nos negócios. As empresas com disponibilidade de capital para financiamento de suas operações têm conseguido minimizar essas rupturas, enquanto promovem os ajustes necessários", diz, relatando o que acontece com as corporações que conseguem alinhar o desempenho. "À medida que mais e mais processos sofrem melhorias, as mudanças que antes eram lentas começam a acontecer mais rápido", completa.
Felipe Saraiva também indica os desafios que as construtoras que ainda estão desalinhadas precisam superar em 2014. Os principais são:
1) Adequar suas estruturas de capital e financiamento junto a investidores e instituições financeiras. A confiança de investidores e bancos será maior para com as empresas com melhor grau de gestão de seus empreendimentos.
2) Trabalhar a gestão dos empreendimentos, melhorando o planejamento e o acompanhamento, cumprindo cronogramas e evitando incorrer em desperdício de custos fixos, multas e não recebimento de parcelas de serviços.
Entrevistado
Felipe Saraiva, administrador com pós-graduação em gestão estratégica de preços pelo Management Centre Europe, na Bélgica. Ocupa o cargo de coordenador de projetos do Instituto Aquila.
Contatos
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Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330
Fabricação de cimento baliza sinais econômicos
Crescimento do setor fica abaixo do esperado em 2013, mas expectativa de que obras de infraestrutura saiam do papel no novo ano animam indústria
Por: Altair Santos
Em 2013, o desempenho da indústria de cimento no Brasil foi um pouco superior ao do PIB (Produto Interno Bruto) nacional. Alcançou crescimento de 2,7% no acumulado de 12 meses, contra 2,3% de tudo o que o país produziu no mesmo período. Para o presidente do SNIC (Sindicato Nacional da Indústria do Cimento) José Otávio Carneiro de Carvalho, o indicador ficou abaixo do que previa o setor - esperava crescer 4% -, mas serviu para sinalizar que a atividade econômica precisa de novos impulsos em 2014, a fim de obter taxas mais elevadas de desenvolvimento. "A produção de cimento serve como indicador antecedente da atividade da economia, e é usada por diversos organismos públicos, como Banco Central, secretarias de planejamento, bancos de investimento e consultores. Por isso, mostra que será preciso mudar esse viés em 2014", diz.
Para o presidente, no novo ano a expectativa da indústria cimenteira é de que o crescimento atinja patamares entre 3% e 4%. Dois motivos fazem José Otávio Carneiro de Carvalho acreditar nestes números: as concessões de estradas, ferrovias, portos e aeroportos à iniciativa privada, o que finalmente deve tirar do papel um volume grande de obras, e os investimentos do setor para aumentar a capacidade instalada de fabricação de cimento. "Há novos projetos anunciados, e em execução, e que irão aumentar o potencial da indústria. Além disso, a infraestrutura é meio fundamental para o crescimento do país e da indústria do cimento. Há uma necessidade de investimentos que eliminem gargalos e fomentem a demanda. O Brasil precisa de um programa sustentável de investimento em infraestrutura para voltar a crescer", avalia.
No entender do SNIC, a expectativa de que 2014 será o ano das obras de infraestrutura deverá compensar a previsão de queda no setor da construção civil voltado para o mercado imobiliário. "Acreditamos que poderá haver uma desaceleração nos lançamentos imobiliários", estima José Otávio Carneiro de Carvalho, lembrando que o crescimento do setor em 2013 colocou em risco a posição do Brasil no ranking mundial de produção de cimento, onde o país ocupa a 4ª colocação. "O Irã já nos ameaça. Aliás, foi o país que mais se destacou pela produção e pelo consumo de cimento em 2013. Já a Espanha foi a que mais caiu no ano", revela. Mesmo assim, o dirigente estima que o Brasil atingirá a produção anual de 70 milhões de toneladas de cimento e consumo aparente próximo de 71 milhões. Quando esta reportagem foi finalizada, os números oficiais do SNIC ainda não haviam sido anunciados.
Entrevistado
José Otávio Carneiro de Carvalho, presidente do Sindicato Nacional da Indústria do Cimento (SNIC), engenheiro de produção, com pós-graduação em engenharia econômica, e larga experiência no setor da indústria do cimento.
Contatos
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Crédito Foto: Divulgação/SNIC
Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330
Fora do Brasil, construção civil está otimista
Após período de incertezas, empresas de engenharia e construtoras que atuam internacionalmente se mostram confiantes para 2014, diz pesquisa
Por: Altair Santos
Entre 2012 e 2013, o setor da construção civil cresceu, em média, 5%. Não no Brasil, mas em regiões como Oriente Médio, África e Ásia. Os países localizados nestas áreas foram os que mais atraíram as multinacionais da engenharia e construtoras acostumadas a atuar internacionalmente. Depois da crise global deflagrada em 2008, foi o melhor desempenho do setor, indica pesquisa da KPMG, uma cooperativa global que atua em 156 países.
O principal propulsor de crescimento da construção civil em outros países são as obras de infraestrutura. Elas foram citadas por 66% das empresas de engenharia consultadas. Outro impulso, para 42% dos entrevistados, veio do crescimento econômico global. Já 38% atribuíram a retomada das obras ao aumento populacional. A pesquisa da KPMG, intitulada “Preparado para a próxima grande onda?” (em inglês, Global Construction Survey 2013: Ready for the Next Big Wave?) ouviu 165 executivos de empresas de 29 países.
Também foram entrevistados CEOs de grandes construtoras que atuam em vários países das Américas. No continente, onde a construção civil registrou crescimento relevante, os bons resultados foram atribuídos aos planos de infraestrutura dos governos (58%), às parcerias público-privadas (48%) e aos investimentos em fontes de energia renovável (42%). "O panorama geral do setor é positivo”, afirma Augusto Sales, sócio da KPMG no Brasil.
Já o diretor da KPMG no Brasil, Erico Giovannetti, avalia que a construção civil global começa a experimentar um novo período. “O que vimos é que, passado o momento de incerteza, em função da crise econômica que atingiu diversos países, as empresas mundiais estão se preparando para uma retomada de crescimento e se mostram bastante otimistas com o que está por vir. Por outro lado, o levantamento apontou os possíveis obstáculos ao crescimento, sendo o déficit de orçamento e de financiamentos públicos o fator decisivo, de acordo com 72% dos entrevistados”, alerta.
O estudo elencou também algumas das recomendações apontadas como prioritárias pelos executivos. Entre elas, a de que os investidores precisam balancear a necessidade de contratos ou projetos de capital de longo prazo com as pressões das fontes de financiamento dos proprietários. Além disso, admitem que não se deve investir muito, e antecipamente, já que a demanda pode não aparecer e deixar a empresa com recursos ociosos. Por outro lado, recomendam não investir tardiamente. "Com as recomendações feitas pelos próprios gestores, a ideia é que as companhias não percam a onda de oportunidades que está por vir e saibam investir e agir no momento certo de forma correta”, finaliza Giovannetti.
Entrevistado
Augusto Sales e Erico Giovannetti, executivos da KPMG no Brasil (via assessoria de imprensa)
Contatos
@KPMGBRASIL
kpmg.com/BR
Crédito Foto: Divulgação
Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330
Investimento pautou indústria do pré-fabricado em 2013
Entre as empresas associadas da Abcic, ferramenta BIM – Building Information Modeling - despontou como a tecnologia mais requisitada no ano passado
Por: Altair Santos
Em 2013, um dos segmentos da cadeia produtiva da construção civil que mais recebeu investimentos foi o ligado à indústria de pré-fabricados. Estudo da Fundação Getúlio Vargas, encomendado pela Abcic (Associação Brasileira da Construção Industrializada de Concreto) mostra que 55% das empresas do setor aprimoraram seus negócios no ano passado e somente 10% reduziram investimentos.
De acordo com os dados levantados pela FGV, os recursos investidos pelas indústrias de pré-fabricados tiveram as seguintes prioridades: 87,5% foram aplicados na aquisição de equipamentos para produção; 62,5% se destinaram ao aumento da área produtiva; 56,3% na ampliação da área de estocagem; 50% no aumento dos galpões; e 31,3% para a compra de equipamentos utilizados na montagem das estruturas.
Entre os que buscaram agregar tecnologia à produção de pré-fabricados, 18,8% implantaram em suas fábricas a ferramenta BIM – Building Information Modeling. Já 31,2% responderam que pretendem adotá-la nos próximos dois anos. Somando quem já utiliza e quem pretende implantar o BIM até 2016, a ferramenta abrange 50% das empresas de pré-fabricados associadas à Abcic.
A pesquisa da FGV revela também dados sobre o perfil de produção das empresas do segmento. Atualmente, 47% das indústrias produzem até 10 mil m³ por ano. Em relação ao uso de insumos, o estudo encomendado pela Abcic mostra que os pré-fabricadores de estrutura de concreto consumiram 474,8 mil toneladas de cimento e 126 mil toneladas de aço no período analisado. A produção total do segmento alcançou a marca de 1,1 milhão de m3 em estruturas pré-moldada, revelando capacidade instalada da ordem de 1,9 milhão de m³.
Outras constatações do estudo:
- 54,3% da produção em 2013 foi de concreto protendido e 45,7% de concreto armado.
- 54,2% das empresas utilizam concreto autoadensável em sua linha de produção.
- 16,7% das empresas produzem as estruturas metálicas empregadas nas estruturas.
- 28,6% delas executam pré-fabricados nos canteiros de obras.
Em relação às áreas onde as estruturas pré-fabricadas são mais empregadas, as obras industriais lideraram o ranking. Na sequência aparecem shopping centers, seguidos de centros de distribuição e logística. Obras de infraestruturas e especiais registraram um avanço considerável e ficaram em quarto lugar no uso de pré-moldado. O ranking se completa com obras realizadas para o varejo, edifícios comerciais e setor habitacional.
Coordenado pela diretora de projetos de construção civil da FGV, Ana Maria Castelo, o levantamento encomendado pela Abcic constata ainda que, durante o ciclo do estudo, as indústrias de pré-fabricados empregavam 14.492 pessoas. “O estudo contextualiza o pré-fabricado de concreto no setor da construção civil brasileira", explica a pesquisadora.
Confira aqui o estudo completo da FGV sobre a indústria de pré-fabricados no Brasil.
Entrevistado
Abcic (Associação Brasileira da Construção Industrializada de Concreto) (via assessoria de imprensa)
Contato: meccanica@meccanica.com.br
Crédito Foto: Divulgação/Abcic