Concreto predomina nos arranha-céus
Em 2013, foram construídos 73 edifícios com mais de 200 metros. Destes, 64% usaram concreto como matéria-prima principal. Estruturas de aço caem em desuso
Por: Altair Santos
A crise internacional que paralisou o mundo em 2008 parece estar próxima do fim. Um dos sinais mais relevantes está na quantidade de edifícios com mais de 200 metros de altura entregues em 2013. Foram 73 prédios, com a China liderando o ranking. Mais da metade das grandes construções imobiliárias do ano passado estão naquele país. São 37, espalhados em 22 cidades chinesas. Por outro lado, Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, continua construindo as edificações mais altas. Em 2013, a cidade recebeu o JW Marriott Marquis Hotel Dubai Tower2, com 355 metros.
Os dados constam do relatório anual divulgado pelo Conselho de Edifícios Altos e Habitat Urbano (CTBUH - Council on Tall Buildings and Urban Habitat). O documento revela que 64% dos maiores edifícios construídos em 2013 tiveram o concreto como matéria-prima principal. Outros 32% foram erguidos com estruturas mistas de aço e concreto. Somente 4% usaram o aço como componente estruturante. Entre as alegações dadas pelos construtores para priorizar o concreto está o fato de que o material atualmente permite edificações mais versáteis e pavimentos com vãos cada vez mais livres.
São características relevantes para o principal propósito dos edifícios com mais de 200 metros, que é servir a objetivos comerciais. Ainda segundo o relatório anual do CTBUH, dos 73 prédios com essas características, 39% tinham funções comerciais, incluindo hotéis, contra 31% residenciais e 30% mistas (comercial e residencial). Outro aspecto que levou à opção pelo concreto é o custo do material e a segurança. Desde o 11 de setembro de 2001, quando um atentado terrorista pôs abaixo as torres gêmeas, em Nova York-EUA, vários estudos apontam que o concreto é mais resistente ao fogo do que o aço.
Segundo projeções do relatório do CTBUH , em 2014 e em 2015 o concreto seguirá dominando as construções dos grandes edifícios, que tendem a ser cada vez mais numerosos pelo mundo afora. Para este ano, a previsão é de que sejam inaugurados até 90 prédios com mais de 200 metros de altura. No ano que vem, estimam-se até 105 conclusões. E as edificações serão cada vez mais altas. O documento avalia que até 2020 o mundo conhecerá o primeiro prédio com um quilômetro de altura.
Há projetos de megatorres em sete países. A China lidera com dez planos para erguer edifícios de até um quilômetro de altura. Em seguida, Coreia do Sul (3), Arábia Saudita (2) e Emirados Árabes Unidos (2). Nas Américas, o país que mais tem erguido prédios com mais de 200 metros de altura é o Panamá. Em 2013 foram dois, com 246 metros e 267 metros. A Cidade do Panamá agora contabiliza 19 prédios classificados como megatorres pelo CTBUH. Já a América do Sul é a região do mundo onde menos se constrói arranha-céus.
Clique aqui e confira a íntegra do relatório do CTBUH.
Entrevistado
Relatório anual do pelo Conselho de Edifícios Altos e Habitat Urbano (CTBUH - Council on Tall Buildings and Urban Habitat)
Contato: info@ctbuh.org
Créditos Fotos: Divulgação/CTBUH
Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330
Arquitetura de grife assina obras de alta renda no Brasil
Escritórios internacionais conquistam projetos para a classe AAA, mas profissionais brasileiros temem prejuízo ao contexto arquitetônico nacional
Por: Altair Santos
Na língua inglesa, já existe até uma palavra para designá-los: starchitects. Traduzindo: são arquitetos-celebridades, que no Brasil começam a atrair a atenção de construtoras voltadas para a classe AAA. As empresas enxergam na assinatura de um profissional reconhecido internacionalmente um atrativo a mais para se diferenciar da concorrência na disputa por clientes de alta renda. "Isso é uma consequência de o Brasil estar se inserindo no contexto da arquitetura global. No entanto, devemos nos proteger daqueles escritórios altamente comerciais em seus países de origem, os quais entram aqui desencadeando uma competição insana de preço de projetos", alerta o arquiteto Sérgio Roberto Parada, conselheiro do CAU-DF (Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Distrito Federal).
Um dos primeiros a embarcar neste novo segmento do mercado brasileiro foi o espanhol Fermín Vázquez. Ele assina um bairro sustentável de aproximadamente 350 hectares em Brasília e três edifícios em São Paulo: um comercial e dois residenciais. No portfólio do arquiteto está a torre Agbar, arranha-céus de 142 metros de altura construído em Barcelona. Também já tem obras assinadas no Brasil o polonês Daniel Libeskind, que possui em seu currículo projetos como o Ground Zero, em Manhattan, e o Museu Judaico de Berlim. "Este fato ocorre em todos os grandes países e civilizações, ou seja, arquitetos que com suas capacidades criativas espalham seu produto por várias regiões do planeta. O que se deve estar atento é se esse tipo de trabalho irá agregar conhecimento da arquitetura para o nosso contexto brasileiro", frisa Sérgio Parada.
Os imóveis brasileiros, cujo projeto tem a assinatura de uma celebridade da arquitetura, costumam encarecer entre 30% a 50%, ou seja, o metro quadrado pode passar a custar até R$ 20 mil. "O CAU tem debatido esse tema, e inclusive fiscalizado com mais intensidade. O problema é que, na maioria dos casos de importação de projetos em nosso país, infelizmente a qualidade dos trabalhos são discutíveis", critica Sérgio Parada, destacando que em outras nações há uma reserva de mercado que dificulta o trabalho de arquitetos brasileiros. "Este caminho inverso é muito pequeno. Diria que é desproporcional à vinda de colegas estrangeiros para elaborar projetos aqui. Além disso, muitos deles nem saem de seus escritórios fora do país para sentir nosso contexto aqui."
O arquiteto afirma ainda que esse tipo de movimento é bem diferente do experimentado pelo Brasil e, principalmente pelos Estados Unidos, no período pós-Segunda Guerra Mundial. "Naquela época houve uma migração muito grande de profissionais, que, tanto aqui como nos Estados Unidos, criaram escolas com grande conteúdo e pensamentos arquitetônicos. Eles construíram um acervo cultural da arquitetura mundial, e até hoje nos enchem os olhos quando vemos e admiramos suas grandes obras. No entanto, na maioria dos casos de importação de projetos em nosso país, infelizmente não é isso o que ocorre. O Brasil tem atualmente 142 mil arquitetos. Ainda que uma parte deles não exerça a profissão, há excelentes nomes que podem agregar valor às obras sem precisar importar especialistas", defende Sérgio Parada.
Entrevistado
Arquiteto Sérgio Roberto Parada, conselheiro do CAU-DF (Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Distrito Federal)
Contatos
sparada@sergioparada.com
www.sergioparada.com.br
Créditos Fotos: Divulgação/Fermín Vázquez Arquitetos/CAU-BR
Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330
Falta de capacitação derruba emprego na construção
Além da retração no setor, causada por oscilações na economia, número de vagas reduziu porque empresas investem mais em processos industriais
Por: Altair Santos
O mês de dezembro de 2013 registrou índices negativos de geração de emprego na construção civil. A queda foi generalizada, detectada em todas as regiões do país. Um dos motivos para a redução na oferta de vagas está na falta de capacitação da mão de obra disponível. Com os cronogramas cada vez mais apertados, as construtoras optam por substituir trabalhadores por processos industrializados. Por outro lado, quem apresenta qualificação para atuar no canteiro de obras segue com pleno emprego. Segundo números da Fundação Getúlio Vargas, encomendados pelo SindusCon-SP , a geração de vagas na construção civil brasileira em 2013 (somando 12 meses) foi 1,54% maior que em 2012. Houve 52 mil contratações a mais, quase todas para quem tinha capacitação.
Um dos organismos que mais atua pela qualificação da mão de obra na construção civil é o Deconcic (Departamento da Indústria da Construção). Ligado à Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo) o departamento gerencia o Programa Compete Brasil - um conjunto de ações que propõe aumentar a competitividade do setor, dividido em seis temas estratégicos:
• Concessão de créditos tributários para qualificação de trabalhadores na forma de isenção tributária
• Campanhas de valorização do profissional da construção civil
• Promover a proximidade entre empregadores e cursos superiores e técnicos
• Divulgar a demanda por mão de obra (presente e futura) por localidade, por meio do Observatório da Construção (http://www.fiesp.com.br/?temas=observatorio-da-construção)
• Organizar a oferta complementar de cursos, adequação da quantidade de vagas de acordo com a demanda
Segundo o gerente do Deconcic, Filemon Pereira de Lima, o aprimoramento da mão de obra da construção civil tende a deixar de ser um diferencial para o trabalhador e se tornar uma prerrogativa. Não só para quem está em busca de vaga como para quem já está no mercado. É o que ele explica na entrevista a seguir:
É preciso mais esforço do setor, em busca de parcerias com instituições de aprimoramento técnico, para que se atinja um volume maior de qualificação da mão de obra?
Com certeza. Acreditamos que um volume maior de mão de obra qualificada, em todos os níveis, deve passar pela busca conjunta de soluções entre entidades representativas de empresas, de trabalhadores e de classes profissionais, escolas técnicas, universidades e órgãos públicos. O Deconcic vem trabalhando nesse processo, com ações previstas ainda para 2014. A ideia é unir ações e projetos em andamento nesses diversos organismos para implementar programas de certificação de mão de obra, assim como concessões de benefícios tributários às empresas que qualificarem seus funcionários.
Segundo dados divulgados pelo SindusCon-SP, em 2013 o nível de emprego na construção civil brasileira encerrou o ano de 2013 com alta acumulada de 1,54%. Há uma expectativa de que em 2014 esse índice aumente?
De acordo com dados do SindusCon-SP, há expectativa de que 2014 seja um ano mais promissor que 2013 nas perspectivas de emprego no setor. As projeções da entidade indicam uma expectativa de crescimento na ordem de 3%, com novo recorde a ser alcançado ainda no primeiro trimestre.
Fonte: SindusCon-SP – ConstruCarta, edição de 04 fev. 2014, ano 15, nº 535.
Boa parte dos empregos gerados em 2013 absorveu quem tinha qualificação. Para quem não tem qualificação será cada vez mais difícil atuar na construção civil?
Com as iniciativas que estão sendo desenvolvidas nesse sentido, a tendência é que mesmo os trabalhadores já empregados no setor busquem constantemente seu aprimoramento profissional, em todos os níveis. Os programas de certificação de mão de obra e de benefícios às empresas que qualificarem seus empregados farão com que, no longo prazo, um bom currículo seja prerrogativa para trabalhar no setor.
Como está a questão do turnover na construção civil: ainda é grande ou tem diminuído gradativamente?
É importante destacar que a rotatividade ainda é uma realidade que afeta a força de trabalho como um todo no Brasil, gerando inseguranças aos trabalhadores em diversas áreas. Em algumas carreiras a taxa chega a 150% - ou seja, o quadro de funcionários é renovado 1,5 vez no ano. Pesquisa do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (DIEESE) sobre a rotatividade no setor da construção civil apontou taxa média de 113% entre 2007 e 2011, com ligeira queda de 2,5% entre 2010 e 2011. Novos dados sobre o tema no Brasil serão apresentados pelo DIEESE e pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) no I Seminário Rotatividade no Mercado de Trabalho: Diagnósticos e Propostas de Enfrentamento, a ocorrer em março.
Fonte: DIEESE. “Estudo Setorial da Construção 2012”, lançado em maio de 2013.
A construção industrializada tende a ser cada vez mais presente nos canteiros de obra, reduzindo o volume de mão de obra, mas exigindo cada vez mais qualificação?
A construção industrializada gera ganhos num aspecto essencial para melhorar os resultados do setor, que é a produtividade da mão de obra. Enquanto o desperdício de insumos no país chega a 30%, na França, por exemplo, não ultrapassa 12%. A adoção de novas tecnologias é, portanto, uma das soluções naturais para essa questão. Assim como ocorre em outros setores que passam a automatizar parte de sua produção, a construção industrializada pode implicar em menor efetivo, mas passando a exigir profissionais com atribuições diferentes das convencionais. Dessa forma, é necessário que haja investimento em especialização das equipes para trabalhar com os sistemas industrializados, contribuindo para uma evolução na carreira dos trabalhadores do setor.
Fonte: IBRACON. “Os desafios da industrialização em concreto”. Matéria assinada por Íria Lícia Doniak, presidente executiva da ABCIC e diretora de cursos do IBRACON, para a Revista Concreto & Construções nº 72, ano XLI, nov-dez/2013.
O Deconcic tem estatísticas de quem hoje, dentro da cadeia produtiva da construção civil, mais emprega?
Acompanhando dados do mercado de trabalho do setor no Brasil, nota-se que as construtoras são responsáveis pelo maior número de pessoas ocupadas. Em 2012, os trabalhadores da construção representaram 71,5% da força de trabalho da cadeia produtiva, seguido por outros fornecedores (indústria extrativa, energia, etc.), com 10,6%, e pelo comércio de materiais, com 7,0%.
Fonte: ABRAMAT e FGV – “Perfil da cadeia produtiva da construção e da indústria de materiais e equipamentos 2012”.
Entrevistado
Filemon Pereira de Lima, gerente do Deconcic (Departamento da Indústria da Construção)
Contato: flima@fiesp.org.br
Crédito Foto: Divulgação
Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330
Ícone da engenharia, Rio-Niterói completa 40 anos
Ponte foi inaugurada em 4 de março de 1974 e sua construção agregou uma série de inovações. Entre elas, o uso em larga escala do concreto protendido
Por: Altair Santos
A primeira tentativa de viabilizar uma obra que permitisse a travessia da Baía da Guanabara, entre as cidades do Rio de Janeiro e de Niterói, aconteceu em 1875. Na época, o imperador dom Pedro II contratou um engenheiro britânico para elaborar o projeto de um túnel submarino, mas a construção não se concretizou. Apenas 90 anos depois, em 1965, é que voltou a se falar em um novo empreendimento - desta vez, uma ponte. Consolidado o projeto, em 1968 começaram as obras da Rio-Niterói. Inaugurado em 4 de março de 1974, um dos maiores ícones da engenharia nacional está completando 40 anos.
A Ponte Rio-Niterói permitiu o uso de inovações construtivas, algumas delas testadas pela primeira vez em todo o mundo. É o caso do uso em larga escala de estruturas de concreto protendido. A obra conta com 950 mil m³ deste tipo de material, dos quais 150 mil m³ estão submersos. "A Baía da Guanabara é muito agressiva, favorecendo reações álcali-agregados no concreto. Por isso, a solução foi optar pelo protendido, que é mais resistente a esse tipo de patologia. Mesmo assim, houve uma escolha rigorosa dos materiais para a fabricação do concreto", recorda o engenheiro civil Bruno Contarini, diretor-técnico da construção.
Ainda hoje, a Rio-Niterói é considerada a maior ponte em concreto protendido do hemisfério sul. Quando foi inaugurada, ocupava o segundo lugar entre as pontes com maior extensão do mundo, perdendo apenas para a Causeway, que cruza o lago Pontchartrain nos Estados Unidos. Manteve-se neste posto até 1985, quando foi inaugurada a Penang, na Malásia. Com 13,29 quilômetros de extensão, dos quais 8,83 estão sobre as águas da Baía da Guanabara, a ponte é hoje a 11ª maior do planeta. Seu ponto mais alto, em relação ao nível do mar, encontra-se a 72 metros.
Concreto no lugar de asfalto
A Rio-Niterói tem três vãos centrais, medindo 200, 300 e 200 metros. Nestes trechos, as estruturas assentadas sobre as imensas colunas de concreto protendido são metálicas. Isso causou um transtorno à ponte, que só foi resolvido 25 anos depois de sua inauguração. Como o pavimento asfáltico foi aplicado diretamente sobre as chapas metálicas do tabuleiro, sua durabilidade tornou-se frágil. Praticamente a cada seis meses precisava ser trocado, por causa das deflexões da estrutura e da não aderência do pavimento às chapas. A solução foi substituir o asfalto por pavimento de concreto armado com 10 centímetros de espessura, ligando-o ao metal através de stud bolt - conectores próprios para estruturas mistas.
O concreto selecionado para a execução da obra, pelas suas características de composição, trabalhabilidade e manutenção ao longo do tempo, além das especificações mínimas de resistência à compressão e tração, entre outros aspectos, foi o de alto desempenho. Os serviços preliminares à concretagem compreenderam a remoção do asfalto, a limpeza da chapa de aço, a soldagem dos conectores metálicos e o posicionamento das malhas duplas de armadura. O serviço foi finalizado em 2000 e, desde então, o pavimento de concreto da Rio-Niterói mantém-se intacto, recebendo, unicamente, as manutenções programadas.
A ponte, no entanto, enfrenta atualmente um outro problema: o congestionamento. Quando projetada, ela tinha a capacidade de receber um volume diário de 15.865 veículos (4.868 caminhões, 1.795 ônibus e 9.202 automóveis). Hoje, cerca de 150 mil veículos cruzam a Rio-Niterói diariamente. Em 2013, 55 milhões de automotores atravessaram a ponte. Por isso, quase 140 anos depois, a ideia do túnel submarino imaginado por dom Pedro II ressurge como alternativa para solucionar a travessia de veículos na Baía da Guanabara.
Entrevistados
Engenheiro civil Bruno Catarini, CCR Ponte e ministério dos Transportes
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Créditos Fotos: Divulgação
Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330
Cursos de engenharia e arquitetura se adaptam à NBR 15575
Estudo do desempenho dos edifícios ganha nova dimensão dentro da grade curricular. Da mesma forma, empresas investem em treinamento de mão de obra
Por: Altair Santos
A Norma de Desempenho (ABNT NBR 15575/2013 - Edificações Habitacionais - Desempenho), que dia 19 de fevereiro de 2014 completou um ano de publicação, e está em vigor desde 19 de julho do mesmo ano, não muda conceitos apenas nos canteiros de obras. Ela mexe também com a grade curricular dos cursos de engenharia civil (232 reconhecidos pelo MEC) e de arquitetura e urbanismo existentes no Brasil (283 certificados pelo MEC). Essa constatação foi feita no seminário "Impactos da Norma de Desempenho", que aconteceu de 17 a 18 de fevereiro em São Paulo-SP. O evento foi promovido pelo SindusCon, em conjunto com o IPT (Instituto de Pesquisas Tecnológicas) e outros organismos ligados à indústria da construção civil.
O motivo é que o estudo do desempenho das edificações ganhou nova dimensão para professores e alunos e passou a exigir investimento em pesquisa. "Tantos os cursos de graduação quanto os de pós-graduação e de qualificação técnica vão precisar se adaptar à nova realidade imposta pela norma. No nosso caso, estamos ampliando a grade de disciplinas optativas. Uma delas é a de Tecnologias da Construção, que aborda o desempenho", afirma o professor Francisco Ferreira Cardoso, chefe do departamento de engenharia de construção da Poli-USP.
Para Rosaria Ono, chefe do departamento de tecnologia da construção da FAU (Faculdade de Arquitetura e Urbanismo) da USP, apesar de o desempenho ser estudado desde os anos 1980 pela instituição, não restam dúvidas de que a grade curricular precisa ser atualizada. "Hoje, as disciplinas atendem de forma genérica a norma. Aliás, não só a Norma de Desempenho, mas todas as normas. Falta difundir as normas na formação de arquitetos e engenheiros", diz Rosaria, para quem essa será uma mudança conceitual que precisará de tempo. "A adaptação é de longo prazo, mas vai exigir empenho", completa.
Para Rosaria Ono, a FAU-USP até tem condições de acelerar esse processo, mas existem outras 292 instituições de ensino de arquitetura no país que também vão precisar atender às exigências da Norma de Desempenho. "Estamos falando de quarenta mil estudantes e de cinco mil docentes espalhados pelo Brasil, segundo dados da AsBea (Associação Brasileira dos Escritórios de Arquitetura). São números só dos que cursam a graduação e, obviamente, essa nova realidade imposta pela NBR 15575 também precisará ser estendida aos cursos de pós-graduação e de qualificação", afirma.
Canteiro de obras
No canteiro de obras, a necessidade para adaptar os quadros técnicos e de trabalhadores à Norma de Desempenho é mais urgente. Por isso, boa parte das grandes empresas de construção habitacional já investe em cursos de capacitação. É o que conta o engenheiro civil Fábio Villas Bôas, que coordenou a revisão da NBR 15575 e ocupa o cargo de diretor-técnico da Tecnisa. "A mão de obra não tem sido formada com o nível que se desejava, por causa da alta demanda. Então, as empresas do setor, junto com entidades de classe, tem compensado isso com cursos de treinamento. Também tem sido aprimorado o controle da obra. Verificamos que pessoas treinadas, mas sem fiscalização, são 50% menos eficientes e produtivas do que as que são fiscalizadas", alerta o engenheiro.
Entrevistados
- Francisco Ferreira Cardoso, chefe do departamento de engenharia de construção da Poli-USP
- Rosaria Ono, chefe do departamento de tecnologia da construção da FAU (Faculdade de Arquitetura e Urbanismo) da USP
- Engenheiro civil Fábio Villas Bôas, coordenador da revisão da NBR 15575 e diretor-técnico da Tecnisa
Contatos
francisco.cardoso@poli.usp.br
rosaria@usp.br
villasboas@tecnisa.com.br
Créditos Fotos: Divulgação/Cia. Cimento Itambé
Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330
NBR 15575 cria nova era para a construção civil
Com Norma de Desempenho, setor deve abandonar processos artesanais e adequar-se às metodologias industriais, como o recall
Por: Altair Santos
A Norma de Desempenho (NBR 15575:2013 - Edificações Habitacionais - Desempenho) é vista como a grande oportunidade para a construção civil não apenas teorizar sobre os conceitos de industrialização, mas incorporá-los definitivamente em seu dia a dia. É assim que entende o professor da Fundação Getúlio Vargas (FGV-RJ) e assessor legislativo do SindusCon-Rio, Roberto Lira de Paula. “A norma veio para acrescentar definitivamente o nome indústria à frente da construção civil. Para mim, esta nomenclatura, antes, era um simples apelido. Agora, não. Temos que vender um produto e responder se ele não cumprir o que promete para quem comprá-lo. É assim com os automóveis e outras indústrias. Vamos passar a respeitar o consumidor e ganhar mais respeito também”, avalia.
Lira, que esteve no seminário “Impactos da Norma de Desempenho”, que aconteceu nos dias 17 e 18 de fevereiro, em São Paulo - evento promovido pelo IPT (Instituto de Pesquisas Tecnológicas), SindusCon-SP e outros organismos do setor -, avalia que a construção civil irá provar que realmente cumpre NBR 15575 quando surgirem os primeiros recalls. “Quando um construtor colocar em um jornal o anúncio de um recall, seja por causa de uma torneira mal instalada ou outro problema detectado em uma edificação, aí sim estaremos definitivamente cumprindo a norma”, diz o professor da FGV-RJ. Para ele, a Norma de Desempenho é a oportunidade de toda a cadeia produtiva da construção civil adotar práticas mais maduras de mercado.
Um outro exemplo citado por Roberto Lira de Paula está nas embalagens de insumos e equipamentos. Para ele, a NBR 15575 também vai mudar a forma de as empresas se comunicarem com os construtores e com os próprios consumidores. “Quando nossos insumos vieram ao mercado como os remédios, ou seja, com as embalagens especificando sua vida útil, de que forma ele pode ser aplicado, como ele deve ser conservado, como seus componentes reagem em determinado tipo de obra, aí sim haverá a constatação de que a Norma de Desempenho está sendo absorvida pelo setor”, considera Lira, que recebeu uma resposta positiva do presidente da ABRAMAT (Associação Brasileira da Indústria de Materiais de Construção), Walter Cover. “Nosso segmento caminha nesta direção”, afirmou.
Lira encerrou sua análise sobre a NBR 15575, lembrando como a construção civil sentiu a necessidade de avançar na direção do desempenho das edificações. “Nos anos 1970, nosso setor viveu o período das grandes obras nacionais, como hidrelétricas, pontes e estradas, mas construíamos de forma artesanal. Nos anos 1980 - a célebre década perdida - USP e IPT começaram a pensar em uma norma de desempenho, mas apenas na teoria. Afinal, na década de 1990, vivemos o período da engenharia de redução de custo. Apareceram a laje zero e a alvenaria com revestimento fino. Não seria possível continuar assim. A Norma de Desempenho nos permitirá corrigir todos esses equívocos”, finaliza o assessor do SindusCon-Rio.
Entrevistado
Advogado Roberto Lira de Paula, professor da Fundação Getúlio Vargas (FGV-RJ) e assessor legislativo do SindusCon-Rio
Contato: robertolira@globo.com
Crédito Foto: Divulgação/Cia. Cimento Itambé
Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330
NBR 15575 aumenta responsabilidade do projetista
Por causa dos novos parâmetros de vida útil estabelecidos pela Norma de Desempenho, peso do projeto de uma edificação saltou de 4% para 32%
Por: Altair Santos
A Norma de Desempenho (ABNT NBR 15575/2013 – Edificações Habitacionais – Desempenho), que em 19 de fevereiro de 2014 completou um ano de publicação, tirou o projeto da condição de coadjuvante e o elevou à de protagonista. “Ele passou a ter uma grande responsabilidade com a NBR 15575 e também grande importância para a durabilidade, ou a visão de longo prazo. Deve considerar não somente os custos iniciais, mas também os custos ao longo do tempo, de operação e manutenção do imóvel. A título de exemplo, em dissertação de Almeida, L.F., apresentada ao programa de mestrado profissional do IPT, foi feito um estudo para uma edificação hospitalar do impacto dos custos iniciais e dos custos ao longo do tempo. Os custos iniciais foram estimados em aproximadamente 32% dos custos totais estimados para uma Vida Útil de Projeto de 20 anos, considerando-se também os custos de operação e manutenção. A avaliação feita, neste caso, é que o peso do projeto foi de quatro por cento (4%)em relação aos custos totais ao longo da VUP e não apenas sobre os custos iniciais”, diz Claudio Mitidieri Filho, pesquisador do Centro Tecnológico do Ambiente Construído do Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT).
Nos dias 17 e 18 de fevereiro de 2014, o IPT, junto com o SindusCon-SP e outros organismos ligados aos setor da construção civil, promoveu o seminário “Impactos da Norma de Desempenho”. O encontro em São Paulo-SP reuniu boa parte dos integrantes da Comissão de Estudos – CE, que elaborou a norma ou se debruçou sobre ela para aprimorá-la durante o período de revisão. Entre eles, Claudio Mitidieri Filho, que explicou por que a NBR 15575 passou a cobrar mais dos engenheiros projetistas e dos arquitetos.Segundo o pesquisador, o projeto não pode transferir responsabilidades. “Ele precisa especificar os materiais que serão usados na obra, de acordo com as normas técnicas respectivas, e, preferencialmente , adotar produtos certificados ou qualificados previamente. Se for aplicado um item que não esteja em conformidade com o que estabelece a norma específica, o projetista também poderá responde por isso, e não apenas o construtor, caso haja falha de especificação”, esclarece. Esta mudança se deve às novas responsabilidades impostas e também aos novos parâmetros de vida útil que estão especificados no capítulo sobre durabilidade da Norma de Desempenho.
Diz a NBR 15575 que os projetos da edificação devem ser desenvolvidos considerando todas as características do entorno:
• Urbanísticas (rede viária, proximidade de ferrovias ou aeroportos etc);
• Geomorfologia (topografia, formação do solo e do subsolo, posição do lençol freático);
• Ambientais (regiões litorâneas, poluição do solo e do ar, terrenos com passivo ambiental);
• Climáticas (regime de chuvas e de ventos, temperaturas, umidade relativa do ar, níveis de radiação solar etc).
Com base nessas características, nos recursos locais (materiais, equipamentos e mão de obra), na VUP (Vida Útil do Projeto) prevista para a obra e demais requisitos previstos é que deverão ser definidas as tecnologias e especificados os materiais e processos construtivos. Também serão de acordo com essas características que ocorrerão as definições das etapas construtivas. “Elas devem considerar as necessidades de manutenção da edificação ao longo do tempo e, eventualmente, até o balizamento para a desconstrução ou reaproveitamento ao fim do ciclo de vida. Por isso, o projeto é instrumento fundamental para repercutir no atendimento ou não aos critérios de desempenho”, diz Claudio Mitidieri Filho.
Os prazos de vida útil iniciam-se na data de conclusão da edificação habitacional, a qual, para efeitos da NBR 15575, é a data de expedição do Auto de Conclusão da Edificação – mais conhecido como “habite-se” – ou outro documento legal que ateste a conclusão da obra. Além disso, os prazos de Vida Útil de Projeto também podem ser comprovados por verificações de atendimento das normas nacionais prescritivas na data do projeto, bem como constatações em obra do atendimento integral do projeto pela construtora.
Confira aqui a apresentação de Claudio Mitidieri Filho no seminário Impactos da Norma de Desempenho.
Entrevistado
Claudio Mitidieri Filho, pesquisador do Centro Tecnológico do Ambiente Construído do Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT)
Contato: claumit@ipt.br
Crédito Foto: Divulgação/Cia. Cimento Itambé
Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330
Justiça viabiliza força de lei à Norma de Desempenho
Ministério Público de SP sugere criar câmaras de arbitragem para solucionar conflitos decorrentes do não cumprimento da ABNT NBR 15575
Por: Altair Santos
Vista como uma medida de autorregulamentação do setor da construção civil, a Norma de Desempenho (ABNT NBR 15575/2013 - Edificações Habitacionais - Desempenho), desde a sua publicação, em 19 de fevereiro de 2013, passou a despertar o interesse do poder judiciário. A pergunta que se faz é: como poderá ser dada força de lei à norma? Até agora, apenas o Código de Defesa do Consumidor a ampara para o caso de surgimento de conflitos. Mas, no entender do Ministério Público, é pouco.
Para o promotor de Justiça de Habitação e Urbanismo do Ministério Público de São Paulo, Maurício Antônio Ribeiro Lopes, a Norma de Desempenho não pode se limitar a um documento legal reconhecido pelo Código do Consumidor. "Dentro do debate judicial, isso é pouco. Um juiz, diante de uma lei, uma regulamentação ou uma norma que ele não conhece, costuma continuar aplicando a lei antiga até que ele entenda as mudanças. Por isso, sugiro que seja criada uma câmara de arbitragem multissetorial para dar alternativa aos debates judiciais", diz.
A câmara, de acordo com o promotor, deve reunir toda a escala produtiva da construção civil, mais as associações de defesa do consumidor e os organismos públicos e técnicos. "É um caminho melhor do que esperar apenas pelo poder judiciário. Além disso, a câmara teria condições de promover uma ampla campanha de esclarecimento da sociedade sobre essa norma. É melhor do que esperar que o Congresso Nacional crie uma lei ou que o poder judiciário aguarde dez anos para a maturação da norma, a fim de evoluir em suas perícias e dar solução aos conflitos que venham a surgir", avalia.
Maurício Antônio Ribeiro Lopes admitiu que o Ministério Público poderia ter participado mais da elaboração da NBR 15575. No seminário "Impactos da Norma de Desempenho", que aconteceu dias 17 e 18 de fevereiro em São Paulo-SP - evento promovido pelo SindusCon, em conjunto com o IPT (Instituto de Pesquisas Tecnológicas) e outros organismos ligados à indústria da construção civil - o promotor reconheceu a falha. "Gostaria de me desculpar por essa omissão."
Ele alertou que a partir de agora o Ministério Público vai enxergar a Norma de Desempenho como um código da construção civil residencial. "A publicação da norma foi um passo. Agora vem a parte mais importante: a experimentação. Por isso, reafirmo que seja criada uma câmara multissetorial para dar perspectivas técnicas e mercadológicas à norma. Obviamente, sem perder de vista as questões da sociedade", reforça.
Entrevistado
Maurício Antônio Ribeiro Lopes, promotor de Justiça de Habitação e Urbanismo do Ministério Público de São Paulo
Contato: pjhurb@mp.sp.gov.br
Crédito Foto: Divulgação/Cia. Cimento Itambé
Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330
Da teoria à prática (Podcast)
Professor doutor Ércio Thomaz avalia que cadeia da construção civil levará até dez anos para absorver completamente a Norma de Desempenho
Por: Altair Santos
Entrevistado
Engenheiro civil e professor doutor Ércio Thomaz, coordenador da cadeira de patologias da construção, do mestrado profissional do IPT (Instituto de Pesquisas Tecnológicas).
Contato: ethomaz@ipt.br
Crédito Foto: Divulgação/Cia. Cimento Itambé
Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330
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Para cada cidade, um apartamento diferente
Pesquisa realizada em nove capitais brasileiras mostra como se comporta o consumidor e quais as preferências na hora de comprar imóvel
Por: Altair Santos
O que é mais valorizado na compra de um apartamento? Para responder a essa pergunta, uma pesquisa consultou compradores de imóveis em nove capitais (Belo Horizonte, Curitiba, Florianópolis, Fortaleza, Porto Alegre, Recife, Rio de Janeiro, Salvador e São Paulo). De cidade para cidade, as preferências apontam para itens em comum, como elevadores e varandas, mas também revelam peculiaridades.
Como ocorre na capital gaúcha, por exemplo, onde não pode faltar a churrasqueira dentro do apartamento ou no condomínio. Em Curitiba, é indispensável a "face norte", pelo fato de a cidade ser a capital que registra as temperaturas mais baixas do país. São Paulo não abre mão de uma segunda vaga na garagem e Rio de Janeiro exige estrutura de academia no condomínio.
A pesquisa, coordenada pela Viva Real, uma operadora de imóveis que atua nas principais capitais brasileiras, abordou apenas imóveis voltados para a faixa salarial acima de cinco mil reais. Segundo Diego Simon, vice-presidente de operações e cofundador da empresa, o Minha Casa Minha Vida não fez parte do estudo porque no programa as demandas são outras. “No Minha Casa Minha Vida, o que conta é a realização do sonho da casa própria como principal item de satisfação”, avalia.
Além dos itens preferencias apontados pelos compradores, imóveis também recebem a preferência de compra quando cumprem alguns requisitos indispensáveis. Entre eles, localização, área útil e número de dormitórios, variando a ordem de importância. “Para um casal com filhos, muitas vezes a questão do número de dormitórios prevalece. Já para casais jovens sem filhos ou proprietários solteiros a localização tende a prevalecer”, diz Diego Simon.
O levantamento realizado pela Viva Real levou em consideração tanto apartamentos novos quanto usados, e se o interesse é para moradia, para investir ou para locação. “Para quem vai investir, a decisão de compra baseia-se no potencial de valorização. Se for para morar, os itens essenciais e acessórios do imóvel têm peso maior. No caso da locação, o que conta é o valor do aluguel em relação à renda”, cita Diego Simon.
Confira as preferências dos moradores em cada uma das capitais pesquisadas:
Belo Horizonte: área privativa
O mineiro gosta de receber numa varanda que não seja aberta, mas que preserve sua privacidade através de vidros.
Curitiba: cômodos voltados para as faces Norte e Oeste
Para quem mora na capital mais fria do país, ter um apartamento ensolarado está acima de qualquer outro equipamento.
Florianópolis: churrasqueira e elevador
Cidade tem um volume grande de moradores de outras cidades do sul do país e a cultura do churrasco é forte. Por se tratar de uma área litorânea, a cidade tem muitos prédios com três ou quatro pavimentos. Mesmo assim, o elevador é uma exigência.
Fortaleza: fachadas voltadas para o nascente do sol
Na capital cearense é prioritário que o sol bata no imóvel durante a manhã, quando o clima é mais fresco e ajuda a ventilar o apartamento.
Porto Alegre: churrasqueira
Na capital gaúcha, o equipamento pode estar no próprio apartamento ou no condomínio, mas não pode faltar.
Recife: fachada voltada para o nascente do sol
Na capital pernambucana é prioritário que o sol bata no imóvel durante a manhã, quando o clima é mais fresco e ajuda a ventilar o apartamento.
Rio de Janeiro: infraestrutura de esportes e lazer
O carioca leva a cultura esportiva a sério. Por isso, academia e pista de corrida não podem faltar no condomínio. A proximidade de parques que permitam a prática de esportes também é valorizada.
Salvador: piscina, academia e espaço gourmet
O soteropolitano não se incomoda se a área útil tiver metragem pequena, desde que não falte a estrutura de um clube no condomínio.
São Paulo: mais de uma vaga na garagem e proximidade do trabalho
O paulistano passou a valorizar a localização, principalmente se o imóvel é perto de seu trabalho. Mesmo assim, ter pelo menos duas vagas na garagem é essencial.
Entrevistado
Diego Simon é administrador de empresas e pós-graduado em Gestão de Pequenas e Médias Empresas pela EAESP-FGV, com vivência na Argentina, Espanha e Colômbia. Atua como vice-presidente de operações da Viva Real.
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