JK ainda é referência à engenharia (Podcast)
Decano da construção civil brasileira, Geraldo Dirceu de Oliveira avalia que ex-presidente foi decisivo para a infraestrutura do Brasil
Por: Altair Santos
Entrevistado
Engenheiro civil Geraldo Dirceu de Oliveira, autor do livro História da Evolução da Engenharia e membro do Instituto Histórico e Geográfico de Minas Gerais.
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gdirceu@uol.com.br
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Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330
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Indústria nacional de cimento: vocação para crescer
Até 2019, capacidade instalada do setor terá potencial de produzir mais de 110 milhões de toneladas e atender, com folga, as demandas do país
Por: Altair Santos
Se o Brasil voltar a ter o crescimento de seu Produto Interno Bruto (PIB) na casa de 5% ao ano, a indústria de cimento está preparada para atender a demanda. O recado foi dado pelos presidentes da Associação Brasileira de Cimento Portland (ABCP) Renato Giusti, e do Sindicato Nacional da Indústria do Cimento (SNIC) José Otávio de Carvalho. "Temos fortes demandas na habitação e na infraestrutura. A missão da indústria do cimento é atender essas demandas quantitativa e qualitativamente", frisou o dirigente da ABCP.
Já o presidente do SNIC enfatizou que o setor segue investindo no país, para produzir muito mais do que as 70 milhões de toneladas alcançadas em 2013. "Nossa capacidade instalada de 63 milhões de toneladas por ano, em 2006, foi acrescida em mais de 20 milhões de toneladas em sete anos. Além disso, outros 30 milhões de toneladas são anunciadas e encontram-se em andamento para os próximos cinco anos. Por isso, está garantido o abastecimento regular do mercado. Temos 87 unidades produtivas, pertencentes a 17 grupos econômicos. O capital nacional é predominante, pois mais de 2/3 da produção pertence a empresas brasileiras", disse.
As declarações de Giusti e José Otávio de Carvalho foram dadas na solenidade de abertura do 6º Congresso Brasileiro de Cimento. O evento ocorreu em São Paulo-SP, de 19 a 21 de maio de 2014, e nele foi reforçada a vocação para crescer da indústria brasileira de cimento. "Com a crise mundial afetando a economia dos países desenvolvidos, e havendo no mesmo período uma forte expansão da construção civil voltada à habitação, o Brasil atingiu a quarta posição na produção de cimento em 2013. Esse congresso, portanto, reflete a posição que assumimos no mundo a partir de 2006, que é a de continuar crescendo, apesar da conjuntura atual não ser favorável. Estamos enfrentando crescimento em torno de 3%, sem perspectiva de que isso seja alavancado no curto e médio prazo", afirmou o presidente do SNIC.
José Otávio de Carvalho ressaltou, porém, que o Brasil segue em posição vantajosa se for feita uma analogia com outros países. "Nos Estados Unidos, a produção de cimento caiu de 120 milhões de toneladas por ano para 70 milhões de toneladas. Já a Espanha despencou de 55 milhões de toneladas por ano para 11 milhões de toneladas por ano, em 2013", comparou.
Renato Giusti, presidente da Associação Brasileira de Cimento Portland (ABCP) lembrou ainda que atualmente a produção de cimento no país está sustentada sobre três pilares: responsabilidade ambiental, qualidade e respeito à normalização. "Neste contexto, a indústria brasileira conseguiu se posicionar como a mais ecoeficiente do mundo. Fruto de suas baixas emissões e de sua eficiência energética. Essa ecoeficiência também é resultado de um parque industrial moderno e da adoção de tecnologias que preservam o meio ambiente", destacou.
Pioneira na ABNT
A indústria de cimento no Brasil é pioneira na adoção de normas técnicas. Foi uma das fundadoras da ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas) que nasceu em 1940 exatamente em um congresso para debater a qualidade do cimento e do concreto. "Hoje, o setor de cimento possui o maior índice de qualidade dentro do Programa Brasileiro de Qualidade e Produtividade do Habitat (PBQP-H) do ministério das Cidades, atingindo 99%", lembrou Ricardo Fragoso, diretor-geral da ABNT. Para José Otávio de Carvalho, há ainda outros componentes que foram acrescentados à indústria da construção civil no país, e que contribuíram para seu crescimento e, consequentemente, no aprimoramento da indústria de cimento. "Nos últimos dez anos houve o avanço da legislação, que estimulou investidores, o aumento da massa salarial, o aumento do crédito e a redução de juros. Aumentou a demanda por obras e a nossa indústria está sempre em busca de inovações para atender esse mercado", finalizou.
Entrevistados
- Renato Giusti, presidente da Associação Brasileira de Cimento Portland (ABCP)
- José Otávio de Carvalho, presidente do Sindicato Nacional da Indústria do Cimento (SNIC)
- Ricardo Rodrigues Fragoso, diretor-geral da ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas)
Contatos
renato.giusti@abcp.org.br
snic@snic.org.br
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Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330
Eficiência energética estimula cimento ecológico
Em congresso da ABCP, indústria do setor revela comprometimento para mitigar consumo de energia, sem prejudicar aumento da produtividade
Por: Altair Santos
O Brasil, de acordo com a Cement Sustainability Initiative (CSI) - organismo global que promove auditorias de sustentabilidade na indústria de cimento - é benchmarking mundial em coprocessamento de biomassa. Isso se deve à grande eficiência energética atingida pelas plantas instaladas no país. O setor alcança esse desempenho ao substituir a queima do coque de petróleo, para a fabricação de clínquer, por resíduos líquidos, pastosos e sólidos em seus fornos, economizando matérias-primas. Só no ano passado, 1,2 milhão de toneladas de resíduos foram coprocessados nas instalações produtoras de cimento. Os números foram apresentados no 6º Congresso Brasileiro de Cimento (CBC) pelo diretor de tecnologia da ABCP (Associação Brasileira de Cimento Portland) Yushiro Kihara.
Segundo o geólogo e dirigente da ABCP, hoje o grande desafio da indústria de cimento é aliar desenvolvimento com baixo impacto ambiental. No Brasil, essa equação segue equilibrada, mas é preciso ter estratégias para enfrentar os desafios que virão. "Hoje, do total de cimento consumido no mundo, o país responde por 1,8%. É muito pouco. Por habitante, o brasileiro consome 350 quilos por ano, enquanto a média mundial é de 550 quilos. No entanto, a indústria nacional de cimento caminha para a conquista do oeste, planejando novas plantas em cidades do interior, e isso vai demandar estratégias para que o Brasil siga como referência em baixas emissões de CO₂", cita Yushiro Kihara, lembrando que atualmente os setores agropecuário e de produção de energia - por causa das termoelétricas - respondem por 88% das emissões de CO₂ no país.
No 6º CBC, o consultor norte-americano Allan Andersen, especialista em estudos de novos materiais para a produção de cimento, lembrou que o Brasil tem um ambiente propício para a fabricação de materiais ecológicos, a partir da calcinação da argila em substituição ao clínquer. "Esta tecnologia garante um cimento de alta qualidade, com menos consumo de energia e emissões, e menor investimento inicial do que os processos tradicionais. O Brasil encontra-se numa posição privilegiada para essas pesquisas, pois tem várias reservas de argila e as usa pouco. Se quisesse, teria potencial para substituir imediatamente 50% do clínquer pela argila calcinada em seus cimentos", afirma.
Coprocessamento na Itambé
Há um ano, a Cia. de Cimento Itambé intensificou o coprocessamento de resíduos líquidos, pastosos e sólidos. Em 2013, foram levados aos fornos da fábrica de Balsa Nova, na região metropolitana de Curitiba, 63 mil toneladas de resíduos industriais. Para 2014, a projeção é de que sejam coprocessadas 92 mil toneladas. Para isso, foi criada a empresa Rio Bonito, que recebe, trata e analisa em laboratório próprio a qualidade dos resíduos. "O grande benefício é que o coprocessamento tira dos lixões materiais que ficariam expostos, muitos deles tóxicos, e que poderiam emanar vapores que contribuem para a emissão de CO₂ e de NOx, elemento responsável pela chuva ácida", explica Dair Favaro Júnior, gerente industrial da Itambé, e que no 6º CBC palestrou sobre o case da empresa em coprocessamento.
Entrevistados
- Geólogo Yushiro Kihara, diretor de tecnologia da ABCP (Associação Brasileira de Cimento Portland)
- Engenheiro industrial Allan Andersen, pesquisador de materiais para a fabricação de cimentos ecológicos
- Engenheiro químico Dair Favaro Junior, gerente industrial da Cia. de Cimento Itambé
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info@flsmidth.com
Créditos Fotos: Divulgação/Cia. Cimento Itambé
Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330
Arquitetura brasileira perde "pai do pré-fabricado"
João Filgueiras Lima, o Lelé, deixa um dos maiores legados à construção civil do país. Contemporâneo de Niemeyer, ele também se dedicou ao concreto
Por: Altair Santos
Lúcio Costa - responsável por projetar Brasília - definia Oscar Niemeyer como o "criador" e João da Gama Filgueiras Lima, o Lelé, como o "construtor". Foi essa tríade de arquitetos que tornou possível o sonho de erguer a capital federal no centro do Brasil. Pois no dia 21 de maio de 2014, o único dos três que ainda estava vivo veio a falecer - vítima de câncer. João Filgueiras, 82 anos, foi pioneiro no país na adoção de sistemas construtivos industrializados. Não é à toa que o definiam como o "pai do pré-fabricado de concreto".
Lelé entendia que o pré-fabricado aceleraria o progresso do país e atenderia as altas demandas que o Brasil ainda tem em construções de escolas, hospitais, habitações e outros equipamentos comunitários. Porém, tinha consciência de que seu ideal estava longe de ser alcançado. "O Brasil ainda deve muito à industrialização na construção. O que ocorre é o seguinte: embora haja uma demanda grande em termos de obras habitacionais, escolas e prédios na área de saúde, o investimento é muito pequeno em processos industriais", disse em entrevista concedida ao Massa Cinzenta, em abril de 2012.
O arquiteto desenvolveu sua tecnicalidade com pré-moldados em cursos que realizou no Leste Europeu nos anos 1960. Foi quando estava construindo a Universidade de Brasília (UnB) sua primeira experiência com a industrialização da construção civil. Já nos anos 1970, iniciou a série de projetos para a Rede Sarah de hospitais, que até hoje é uma de suas obras mais marcantes.
Também neste período, João Filgueiras criou em Salvador-BA a Fábrica de Equipamentos Comunitários (FAEC). O objetivo era oferecer soluções inovadoras para as cidades, atendendo, principalmente, construção de creches, escolas e postos de saúde. A tecnologia desenvolvida por ele prometia erguer um equipamento desses em até 15 dias. Sem demanda do poder público, a FAEC durou apenas três anos.
Referência à arquitetura
Para Haroldo Pinheiro, presidente do Conselho de Arquitetura e Urbanismo (CAU), Lelé era um profissional comprometido com a dimensão ética da arquitetura e colocou sua arte de projetar e construir a serviço, sobretudo, de obras públicas em programas sociais. "Por falta de uma cultura arquitetônica maior, o país talvez não tenha conhecimento exato dos méritos dele, do quanto ficamos empobrecidos culturalmente nesse momento. É uma perda que ocorre justamente quando a sociedade exige cidades com espaços e equipamentos coletivos de boa qualidade, que era o que João Filgueiras propunha", afirmou.
De acordo com Thiago de Andrade, presidente da regional do Distrito Federal do Instituto de Arquitetos do Brasil (IAB) a morte de Lelé deixa uma lacuna na área de soluções arquitetônicas, principalmente para a saúde."Os hospitais da Rede Sarah são faces do Brasil das quais nos orgulhamos. A beleza, a dignidade e o amplo aspecto de soluções integradas, a humanização dos espaços sem concessões ao luxo, torna-os, por isso mesmo, objetos ímpares e um necessário estudo de caso para hospitais do mundo inteiro", comentou, finalizando: "Lelé foi uma escola."
Confira aqui entrevista concedida por João Figueiras Lima ao Massa Cinzenta
Entrevistados
Presidentes do Conselho de Arquitetura e Urbanismo e do Instituto de Arquitetos do Brasil, regional DF, Haroldo Pinheiro e Thiago de Andrade
Contatos
rrt@caubr.gov.br
iabdf@iabdf.org.br
Créditos Fotos: Divulgação/Joana França
Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330
Cumprir normas técnicas evita confrontos com a lei
É o que diz artigo da superintendente do CB-18, Inês Laranjeira da Silva Battagin, onde são abordadas as controvérsias sobre o assunto
Por: Altair Santos
Norma técnica tem força de lei? O aprimoramento da sociedade brasileira e os esforços da ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas) em estabelecer parâmetros cada vez mais rigorosos para que os produtos estejam adequados às exigências do mercado têm levados os setores produtivos, indistintamente, a fazer esse questionamento. No entender do poder judiciário, a norma técnica não é lei, mas serve como um instrumento para balizar o poder público sobre uma prática adequada, que deve ser seguida na ausência de outra comprovadamente melhor ou igual.
Já o entendimento internacional é que, quando o conteúdo de uma norma é transcrito em uma lei, essa norma passa a ter caráter legal. A controvérsia entre a interpretação jurídica dentro do Brasil e fora do país é de solução complicada, entende a engenheira civil Inês Laranjeira da Silva Battagin, superintendente do ABNT/CB-18 e membro dos conselhos técnico e deliberativo da ABNT. "Essa difícil separação tende a ser mais complexa, especialmente em função de processos de acreditação e de certificação que embasam os programas governamentais (diversos na construção civil) como os previstos pelo Programa Brasileiro da Qualidade e Produtividade do Habitat e respectivos Programas Setoriais da Qualidade", explica.
Inês Battagin escreveu recentemente o artigo Norma não é lei, mas por força de lei é obrigatória. Ela afirma que foi motivada a expor seus conceitos sobre o assunto, por causa da frequência com que é consultada a respeito do caráter legal das normas técnicas brasileiras. "Tenho percebido que esse tema é recorrente em eventos da construção civil. O assunto é amplo e controverso e tem, de forma crescente, chamado a também a atenção de profissionais do Direito, valendo ser explorado, para melhor entendimento", completa.
A superintendente do CB-18 - Cimento, Concreto e Agregados - entende que as normas técnicas refletem o consenso técnico de um país sobre um determinado tema, em um dado momento da história e que, portanto, são evolutivas e sujeitas ao gatilho de uma revisão (ou de um novo trabalho) de acordo com a necessidade da própria sociedade. Por esse motivo, Inês Battagin destaca que é crescente a busca por processos de certificação que possibilitem comprovar que produtos e serviços seguem rigorosamente as normas. "Além de uma garantia para o consumidor, os processos de certificação têm servido como instrumento de marketing e acabam gerando o que se convencionou denominar de círculo virtuoso”, destaca.
Esse processo evolutivo se firmou a partir do Código de Defesa do Consumidor, em que as relações de consumo tornaram-se mais claras, apesar de complexas, e passou-se a falar de responsabilidade compartilhada a todos que de alguma forma fazem parte de um determinado sistema (produtor, importador, vendedor, instalador e outros, se houver). Foi a partir daí que a normalização técnica tornou-se uma legítima aliada no combate ao uso indiscriminado de produtos perigosos, às práticas comerciais abusivas e à busca pela sustentabilidade, entre outros importantes objetivos. "Nos dias atuais há um limite tênue no campo da normalização técnica, entre o que se considera atendimento obrigatório e o que pode ser uma simples recomendação", reflete Inês Battagin, reforçando a tese de seu artigo, de que norma não é lei, mas por força de lei é obrigatória.
Clique aqui e leia a íntegra do artigo
Entrevistado
Engenheira civil Inês Laranjeira da Silva Battagin, superintendente do ABNT/CB-18 - Cimento, Concreto e Agregados.
Contato
ines.consult@abcp.org.br
cb18@abcp.org.br
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Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330
Boas práticas para ensaiar cimento e concreto
Assessoria técnica da Cia. de Cimento Itambé torna visível ao setor da engenharia a qualidade e a tecnologia empregadas para fabricar seus produtos
Por: Altair Santos
Para comprovar toda a qualidade e tecnologia utilizadas na fabricação de seus produtos, a Cia. de Cimento Itambé disponibiliza vídeos de alguns ensaios. A assessoria técnica da empresa mostra as boas práticas para realizar ensaios de cimento e concreto. Onze vídeos já estão disponíveis: Ensaios químicos do cimento, Ensaios físicos do cimento, Granulometria, Massa específica dos agregados, Ensaio de abatimento do concreto, Ensaio de espalhamento do concreto, Moldagem dos corpos de prova, Ensaio de ruptura dos corpos de prova, Ensaio de ruptura de postes, Ensaio de ruptura de tubo de concreto e Ensaio de ruptura de blocos.
Cada vídeo funciona como uma miniaula sobre cada um dos processos. A produção é da Redirect Digital Marketing. Além de ser um complemento ao trabalho que a assessoria técnica da empresa presta aos seus clientes, os vídeos também têm a função de esclarecer dúvidas que exigem respostas rápidas e de mostrar aos profissionais da construção civil, estudantes de engenharia civil, engenharia química e geologia como atuam os laboratoristas.
O objetivo pedagógico dos vídeos é reforçado pela forma como eles foram produzidos. Todos possuem legendas e frisam frequentemente quais normas da ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas) são seguidas em cada um dos ensaios. Destacam-se também as tecnologias e os equipamentos empregados para que se obtenham os resultados desejados. Além disso, revelam a transparência com que a Cia. de Cimento Itambé fabrica seus produtos e a preocupação em sempre orientar os clientes sobre as melhores práticas para usá-los em suas obras.
Assessoria permanente
Os onze vídeos técnicos disponíveis no site da Itambé são uma extensão da assessoria técnica que a empresa presta há 19 anos para seus clientes. Neste caso, uma equipe especializada orienta tanto parceiros industriais quanto construtoras e clientes dos revendedores de Cimento Itambé - na maioria, microempresas que fabricam artefatos de concreto. Para receber uma visita destes especialistas, o cliente pode acionar o assessor comercial da empresa ou entrar em contato através do site da Itambé ou pelo telefone 0800 419002. O serviço é prestado nos estados da região sul do país (Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul).
Atualmente, a pedido dos próprios clientes, a assessoria técnica da Cia. de Cimento Itambé passou a orientá-los também sobre a disposição dos equipamentos de produção (layout), a ampliação do parque industrial e o uso de novos materiais e tecnologias. No entanto, a maior parte dos serviços está relacionada a dosagens de concreto, dosagens de argamassa, ensaios de cimento, controle tecnológico do concreto, ensaios de agregados, acompanhamento e avaliação do processo produtivo e apoio técnico em processos de certificação. Com os novos vídeos, a vocação da empresa de compartilhar conhecimento fica ainda mais reforçada.
Acesse os vídeos da assessoria técnica
http://www.cimentoitambe.com.br/massa-cinzenta/assessoria-tecnica/videos-tecnicos/
Entre em contato com a assessoria técnica
http://www.cimentoitambe.com.br/assessoria-tecnica ou pelo telefone 0800419002
Obs: serviço exclusivo para clientes Itambé
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Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330
Patologia do concreto ainda é ignorada nas graduações
Alconpat Brasil está empenhada em disseminar disciplina nos cursos de engenharia civil, já que demanda por especialistas só faz aumentar
Por: Altair Santos
Os conceitos de sustentabilidade fizeram crescer a demanda por recuperação de estruturas antigas. Desde 2005, quando nasceu a ALCONPAT Brasil, criando um braço nacional da ALCONPAT (Associação Latino Americana de Combate e Patologias das Construções) a procura por especialistas neste segmento da engenharia civil aumentou significativamente. Ao mesmo tempo, serviu para revelar uma contradição dentro das universidades: poucas ainda têm corpo docente e laboratórios para ensinar essa disciplina em sua grade de graduação. Os estudantes que querem atuar na área de patologias - principalmente as relacionadas ao concreto - precisam buscar cursos de pós-graduação, mestrado e doutorado, muitas vezes fora do país.
No 1º Congresso Brasileiro de Patologia das Construções (CBPAT) realizado de 21 a 23 de maio em Foz do Iguaçu essa constatação foi realizada com sentimento de "mea culpa", mas também com o propósito de reverter o quadro. "Infelizmente, na maior parte de nossas universidades a patologia ainda não é uma disciplina obrigatória. Essa é uma agenda que a ALCONPAT quer perseguir", revela o professor Luiz Carlos Pinto da Silva Filho, titular de uma das poucas escolas de engenharia que trata do tema: a UFRGS (Universidade Federal do Rio Grande do Sul). "Treinamos muito nossos jovens para lidar com estruturas jovens, mas não os ensinamos a atuar com estruturas antigas", completa.
Foi consenso no CBPAT de que o segmento da engenharia civil que trata das patologias da construção precisa de novos profissionais para consolidar as conquistas da ALCONPAT. "Precisamos de gente querendo trabalhar, para levar à frente todas as conquistas da ALCONPAT Brasil. Estamos conseguindo devolver nossas conquistas, nossas pesquisas à comunidade, e para que isso avance precisamos fazer com que nossos jovens se qualifiquem", reforçou Luiz Carlos Pinto da Silva Filho, respaldado pelo professor da USP (Universidade de São Paulo) Paulo Helene. "A ALCONPAT é uma certificadora desses estudos, mas para tal precisamos que haja pesquisadores. E o valor do pesquisador se mede pelo número de trabalhos e pela quantidade artigos que ele publica."
Edificação mais segura
Um dos passos da ALCONPAT Brasil para qualificar engenheiros civis foi lançado recentemente. Trata-se do programa Edificação Mais Segura, que vai funcionar em parceria com o Ibracon (Instituto Brasileiro do Concreto), a Abece (Associação Brasileira de Engenharia e Consultoria Estrutural) e a ABESC (Associação Brasileira das Empresas de Serviços de Concretagem). Com duas turmas em atividade desde 7 de maio de 2014 - uma em São Paulo; outra em Porto Alegre -, o curso capacita profissionais para realizarem inspeção de estruturas de concreto com o conhecimento necessário para o diagnóstico e a indicação de medidas corretivas e preventivas.
Com duração de 62 horas (incluindo horas de provas) o programa Edificação Mais Segura também pretende qualificar profissionais para que a legislação e as normas técnicas sejam cumpridas. "Quando ocorre uma tragédia, um colapso, o poder público diz: vamos fazer uma lei. Mas é chover no molhado. Se não tiver gente boa para aplicar os conhecimentos, se não tiver fiscalização, não há suporte para que a legislação seja aplicada", lembra Luiz Carlos Pinto da Silva Filho, que junto com Paulo Helene, Bernardo Fonseca Tutikian, Eduardo Barros Millen, Francisco Paulo Graziano e Maria Angélica Covelo Silva está à frente do curso.
Itambé presente
Uma das patrocinadoras do CBPAT, a Cia. de Cimento Itambé aproveitou o evento e divulgou sua mais nova ferramenta para ajudar engenheiros e técnicos a reconhecer manifestações patológicas. Criado pela Redirect, parceira da Itambé em produtos ligados à internet , o aplicativo para smartphones e tablets trata com uma linguagem bastante simples de casos como corrosão de armaduras, desplacamento em pisos, eflorescências, esfarelamento do concreto, expansão dos componentes do concreto, falhas ou ninhos e trincas ou fissuras. Além de explicações, a ferramenta mostra imagens de como as patologias se manifestam. Conheça e baixe o APP: http://www.cimentoitambe.com.br/aplicativos/
Entrevistados
- Engenheiro civil Luiz Carlos Pinto da Silva Filho, professor e coordenador do Programa de Pós-Graduação em Engenharia Civil (PPGEC) da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Conselheiro e dirigente de organismos como IBRACON, IBAPE-RS, ACI, ALCONPAT e ABNT
- Engenheiro civil Paulo Roberto do Lago Helene, professor da USP, consultor e diretor da PhD Engenharia
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lcarlos@cpgec.ufrgs.br
paulo.helene@poli.usp.br
Créditos Fotos: Divulgação/Cia. Cimento Itambé
Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330
Medicina inspira combate das patologias do concreto
Monitoramento do “paciente”, tomografias, investigação das causas e remédios cada vez mais eficazes também são usados pelos engenheiros civis
Por: Altair Santos
Os métodos para diagnosticar patologias em construções perseguem os sistemas já usados na medicina. As tecnologias não invasivas têm sido levadas a este ramo da engenharia civil, assim como os estudos para entender as causas e poder prevenir que estruturas de concreto não fiquem "doentes". "Hoje em dia, o monitoramento, as estruturas inteligentes à base de sensores e as tomografias do concreto têm sido usadas cada vez com mais frequência, não só para detectar as manifestações patológicas, mas também para preveni-las e para entender como é que elas surgem", explica o professor e diretor da escola de engenharia da UFRGS (Universidade Federal do Rio Grande do Sul) Luiz Carlos Pinto da Silva Filho.
Segundo o professor titular da Universidade Federal de Goiás, Enio José Pazini Figueiredo, os sistemas não invasivos para analisar estruturas de concreto começaram na Dinamarca e passaram a exigir dos profissionais que atuam na área especializações bem específicas. "Este é um segmento recente, mas evoluído. É também multidisciplinar e exige conhecimento", diz. Assim como na medicina, cada patologia do concreto tem suas características e merece tratamento diferenciado. "Comparativamente, é como uma doença coronariana, que não pode ser tratada de forma semelhante a um câncer", completa Luiz Carlos Pinto da Silva Filho. Por isso, existem hoje detecções eletromagnéticas de armaduras, ensaios de esclerometria, ensaios eletroquímicos e outras tecnologias para se prospectar patologias em estruturas.
O presidente da ALCONPAT Brasil, Bernardo Fonseca Tutikian, lembra que os avanços nas formas de se estudar e combater patologias do concreto coincidiram com o surgimento de importantes normas técnicas que foram publicadas ou revisadas a partir de 2010. "Esse crescimento, sem dúvida, está calcado na evolução e na aprovação de importantes normas que o país ganhou nos últimos quatro anos. A principal delas, a Norma de Desempenho (ABNT NBR 15575) que pela primeira vez especificou vida útil com manutenção. Daí vieram, a norma de manual e uso de operação e manutenção (NBR 14037 - Diretrizes para elaboração de manuais de uso, operação e manutenção das edificações - Requisitos para elaboração e apresentação dos conteúdos), a norma para reformas (ABNT NBR 16280:2014 ) e mais uma série de normas que levaram ao aprimoramento do estudo das patologias", destaca.
As comparações entre estudo das patologias do concreto e o campo da medicina se deram no 1º Congresso Brasileiro de Patologia das Construções (CBPAT) realizado de 21 a 23 de maio em Foz do Iguaçu. O tema também foi preconizado na palestra da engenheira e professora da UFRGS, Denise Dal Molin. Ela fez a abordagem ao falar sobre a vida útil das estruturas de concreto, de acordo com a NBR 15575. "Há muitos elementos que coincidem nestas duas áreas, que, a princípio, parecem antagônicas. Mas a engenharia está sempre atenta a outras ciências e, afinal, também tem como objetivo principal preservar vidas humanas", afirmou.
Entrevistado
Engenheiro civil Bernardo Fonseca Tutikian, professor da Universidade do Vale do Rio dos Sinos (Unisinos) e presidente da ALCONPAT Brasil
Contato: bftutikian@unisinos.br
Crédito Foto: Divulgação/Cia. Cimento Itambé
Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330
Copa do Mundo salvou obra tombada do Maracanã
Estádio tinha série de manifestações patológicas, que foram sanadas com as exigências da Fifa para que fosse palco da decisão do mundial
Por: Altair Santos
O que teria sido do Maracanã, se a vinda da Copa do Mundo para o Brasil não tivesse resultado na mais profunda intervenção de retrofit que já se viu em uma obra deste tipo no mundo? Pelo estado de suas estruturas, o patrimônio tombado pelo Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional) corria risco se mantivesse o projeto original. Foi o que revelou o engenheiro civil e professor da Universidade Federal de Goiás (UFG) Ênio José Pazini Figueiredo, responsável por diagnosticar as patologias existentes no estádio. "Havia muita agressividade e grau elevado de deterioração. Em alguns setores, as barras de aço quebravam como gravetos secos", relatou o especialista durante o 1º Congresso Brasileiro de Patologia das Construções (CBPAT) realizado de 21 a 23 de maio em Foz do Iguaçu.
Construído com tecnologia dos anos 1940, o estádio exigiu de Ênio José Pazini Figueiredo uma investigação profunda. Primeiro, ele estudou o projeto antigo, promoveu um levantamento fotográfico, fez ultrassonografia das estruturas, ensaios de esclerometria no concreto e utilizou técnicas eletroquímicas e outros procedimentos não destrutivos. "Os exames não batiam com a avaliação clínica, pois encontramos estruturas muito diferentes dentro de uma mesma construção. Isso exigiu que fossem extraídos corpos de prova e percebemos que os reparos deveriam ser muito maiores do que se imaginava. Em alguns casos, o aço da infraestrutura não se deformava nem 3%. Tudo que levantei fez parte de um relatório que circulou por várias instituições do Brasil", lembra Pazini.
O professor relata que foram detectados fenômenos não conhecidos, e que resultarão em teses acadêmicas sobre patologias da construção, mas também alertou para o fato de não haver diretrizes normativas para as obras tombadas. "Uma reforma da importância que foi a que recuperou o Maracanã certamente vai irradiar novas metodologias e, inclusive, influenciar os catálogos técnicos das empresas que fabricam materiais. Estamos falando de uma das maiores obras de recuperação de concreto", diz. Ênio Pazini completou que o Maracanã está fadado a desafiar o tempo com as novas intervenções feitas. "Se durou 60 anos, ele agora está pronto para ter uma vida útil ainda mais longa. Por isso, estou preparando o manual de estrutura de concreto e manutenção do estádio", revela.
Pazini reforça ainda que o Maracanã, assim como as outras obras envolvendo estádios e projetos de mobilidade, deixará um legado técnico para o setor. "A engenharia nacional está ganhando especialistas para as duas próximas gerações, pois essas obras ajudaram a formar novos profissionais muito competentes", ressalta. O professor da UFG finaliza dizendo que, independentemente dos resultados da Copa do Mundo, o grande vencedor do mundial no Brasil foi o concreto. "Foi o material mais utilizado em obras de estádios, seja na forma de pré-fabricado, pré-moldado ou protendido. Então, já temos um campeão desta Copa do Mundo: o concreto", exalta. O retrofit do Maracanã consumiu 31.000 m³ de concreto. Para o Green Building Council Brasil, foi a obra mais sustentável entre as envolvidas com o mundial.
Entrevistado
Engenheiro civil Ênio José Pazini Figueiredo, especializado em Patologia das Construções pelo Instituto Eduardo Torroja, da Espanha, e professor titular da Universidade Federal de Goiás (UFG)
Contato: epazini@eec.ufg
Créditos Fotos: Divulgação/Cia. Cimento Itambé
Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330
Protegida de patologias, Itaipu faz 40 anos e recebe CBPAT
Marco da engenharia mundial, usina hidrelétrica é modelo para monitoramento e prevenção contra as manifestações que atingem o concreto
Por: Altair Santos
Tudo na hidrelétrica de Itaipu é superlativo. A usina, que dia 17 de maio de 2014 comemorou 40 anos - a data marca a fundação da empresa Itaipu Binacional, que proporcionou a construção da barragem -, consumiu 12,7 milhões de m³ de concreto. A obra se deu ao longo de sete anos (1975 a 1982) e neste período consumiu aproximadamente 500 mil toneladas por ano de construção. Depois de pronto, o empreendimento propôs outro desafio à engenharia civil brasileira: como operar a manutenção e preveni-lo de patologias que atingem o concreto, o que desencadeou os primeiros estudos sobre esse tema no país. Não foi à toa, então, que o Parque Tecnológico de Itaipu sediou de 21 a 23 de maio o 1º Congresso Brasileiro de Patologia das Construções (CBPAT).
O evento reuniu nomes consagrados e pioneiros no estudo de patologias do concreto dentro das escolas de engenharia das universidades brasileiras. Entre eles, o professor Paulo Helene, da Universidade de São Paulo (USP). Ph.D no assunto, ele destacou que Itaipu serviu como um divisor de águas na engenharia civil brasileira. “A partir desta obra monumental, fruto da união de esforços de duas nações, a engenharia em nosso país passou a ser vista com outros olhos, sob o ponto de vista internacional. Lembro que essa obra começou quando finalizava minha graduação e, desde então, muitos avanços ocorreram. Mas Itaipu continua sendo um marco. Temos nesta barragem quarenta anos de engenharia”, destaca.
Itaipu é monitorada diariamente por uma equipe interdisciplinar de engenheiros e por dois mil equipamentos distribuídos ao longo da barragem, que medem a resistência da megaobra. Além disso, conta com um laboratório de tecnologia do concreto que é referência na América Latina. É a partir dele que são desenvolvidas atividades relacionadas ao controle e à qualidade das estruturas da usina. A área de ação do laboratório também inclui estudos geológicos do terreno onde está instalada a hidrelétrica. Eles permitem confirmar os parâmetros geomecânicos, a fim de que sejam executados trabalhos que aliviem as subpressões atuantes na fundação. “Por tudo isso, a abertura deste congresso só poderia ser realizada aqui, na jusante da Itaipu”, exalta o também Ph.D em patologias, Luiz Carlos Pinto da Silva Filho.
Para o professor da Universidade Federal do Paraná (UFPR) José Marques Filho - especialista em construção e manutenção de barragens -, a importância de Itaipu para o estudo de manifestações patológicas começa em seu projeto. “Houve um estudo de análise de risco muito qualificado. Nele foram previstas as manifestações e, com base nisso, programado o controle de vida útil da usina. Itaipu é uma obra que precisa que sua vida útil seja prorrogada sempre. Por isso, exige conceitos diferentes de estudos de patologia do concreto”, ressalta, resumindo em uma frase a importância da hidrelétrica para o Brasil. “Itaipu é tão relevante para o país, que basta dizer que se ela ficar dois minutos desligada o sistema de energia brasileiro entra em colapso.”
Entrevistados
- Engenheiro civil Luiz Carlos Pinto da Silva Filho, professor e coordenador do Programa de Pós-Graduação em Engenharia Civil (PPGEC) da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Conselheiro e dirigente de organismos como IBRACON, IBAPE-RS, ACI, ALCONPAT e ABNT
- Engenheiro civil Paulo Roberto do Lago Helene, professor da USP, consultor e diretor da PhD Engenharia
Contatos
lcarlos@cpgec.ufrgs.br
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