Três Gargantas supera definitivamente usina Itaipu

Plenamente em operação, maior hidrelétrica do mundo influencia até na rotação da Terra, tornando o planeta 0,06 microssegundos mais lento

Por: Altair Santos

O ano de 2014 terminou com a hidrelétrica de Três Gargantas, na China, tornando-se definitivamente a maior usina do mundo. Até 2013, Itaipu ainda detinha esse posto, pois produzia mais megawatts que a concorrente chinesa. No ano que acaba de terminar, Três Gargantas superou a hidrelétrica brasileira também em geração de energia. Com capacidade instalada de 22,5 mil MWh, em 12 meses a hidrelétrica chinesa gerou 98,8 milhões de megawatts (MW) contra 98,5 milhões de MW de Itaipu, cuja capacidade instalada é de 14 mil MWh.

Três Gargantas cumpre três funções estratégicas para a China: energética, ambiental e de navegação

Três Gargantas começou a ser construída em dezembro de 1992. Seu projeto cumpriu três propósitos: fornecer energia para 60 milhões de habitações chinesas, controlar as enchentes do rio Yang-Tsé e melhorar a navegação. A obra civil foi concluída em 2006, quando a hidrelétrica entrou em operação com 24 turbinas geradoras. Em dezembro de 2013 foi instalada a última das 32 turbinas previstas, fechando 100% do empreendimento. Por isso, foi possível estabelecer um novo recorde de produção de energia. Mais até do que o previsto inicialmente, que era 84,7 milhões de megawatts.

Durante os 21 anos em que esteve em obras, Três Gargantas consumiu 27,94 milhão m³ de concreto. Mais de duas vezes do que foi usado para construir Itaipu: 12,7 milhões de m³. Os números na casa dos milhões não param por aí quando se trata da hidrelétrica chinesa. A barragem com 175 metros de altura e dois quilômetros de extensão retém 22 bilhões de m³ de água. O volume retido pela represa equivale a 39 trilhões de quilos. O peso concentrado em uma única região do planeta levou a NASA a calcular que Três Gargantas alterou a rotação da Terra e fez o dia alongar em 0,06 microssegundos.

Hidrelétrica chinesa tem um reservatório que retém 22 bilhões de m³ de água

Nova Muralha da China

O reservatório de Três Gargantas tem uma extensão de 600 quilômetros e área de 1.084 km². O lago causou a inundação de 13 cidades chinesas e exigiu que 1,2 milhão de pessoas fossem deslocadas. A hidrelétrica chinesa usou seis usinas como referência para sua construção: Debdon, na Grã-Bretanha, construída em 1863; Mareges, na França, de 1935; Hoover, nos Estados Unidos, de 1936; Grand Coulee, também nos Estados Unidos, de 1941; Krasnoyarsk, na Rússia, de 1972, e Itaipu, que entrou em operação em 1984. “Estudamos os projetos mais ousados, em termos de construção de hidrelétricas, e construímos o maior projeto de engenharia da história recente da China”, diz Li Yong'an, gerente-geral da China Three Gorges Corporation (Companhia de Desenvolvimento do Projeto de Três Gargantas).

Com Três Gargantas, o rio Yang-Tsé tornou-se navegável para grandes embarcações. Navios com capacidade para transportar dez mil toneladas agora percorrem o trajeto entre Xangai, na costa Leste, e Chongqing, a dois mil quilômetros de distância. A China também reduziu sensivelmente a dependência de usinas de carvão e de petróleo e, através da China Three Gorges Corporation, assegura que a estrutura da usina suporta qualquer ataque terrorista e terremoto de até sete graus na escala Richter. “É a nossa nova Muralha da China”, garante Li Yong'na.

Entrevistado
Li Yong'an, gerente-geral da China Three Gorges Corporation (Companhia de Desenvolvimento do Projeto de Três Gargantas) (via site)
Contato: www.ctgpc.com

Crédito fotos: Divulgação

Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330

Para 20% da classe média, imóvel é prioridade em 2015

Pesquisa mostra consumidor atento aos movimentos da inflação e poupando dinheiro para concretizar sonho da casa própria

Por: Altair Santos

A Hibou, empresa especializada em monitoramento de mercado e consumo, divulgou pesquisa no final de 2014, onde apontava tendências para 2015. Realizado em cinco capitais (Curitiba, São Paulo, Belo Horizonte, Salvador e Brasília) o levantamento abrangeu desde expectativa de inflação até fidelidade a marcas, passando por mercado de trabalho e no setor imobiliário. Focado exclusivamente no comportamento da classe média, o estudo revela que 20% dos entrevistados priorizam a compra ou a troca de imóvel neste ano. Boa parte confidenciou que, para realizar esse sonho, está disposta a investir entre R$ 150 mil e R$ 500 mil. Para o coordenador da pesquisa, Marcelo Beccaro, isso demonstra busca de segurança, combinada com antecipação de compra para fugir de eventuais distorções econômicas. Confira a análise do especialista:

Marcelo Beccaro: os 20% podem estar antecipando compras, com receio da inflação

A pesquisa Hibou mostra uma classe média com os pés no chão para 2015. Mesmo assim, 20% dos entrevistados disseram que pretendem comprar um imóvel. Isso mostra a maturidade do consumidor?
Mostra que o brasileiro não desistiu. Imóvel é um permanente sonho de consumo. Seja primeira moradia, upgrade ou investimento, sempre existiu no brasileiro a intenção de comprar imóvel e ainda existirá por muitos anos. Para um país como o Brasil, é sinônimo de conquista. Já a segunda moradia é lazer e status associado a investimento. Deve-se lembrar que pretensão e realização são dois atos separados. Concretizar a compra depende de economia favorável, da aprovação de crédito e da oferta que venha de encontro à demanda.

Diante de um cenário com baixo crescimento, inflação e risco de desemprego, qual o perfil do consumidor de classe média que busca a compra de um imóvel?
Por experiência sabemos que não existe um único perfil consumidor para imóvel. Essa é uma compra que tem mais relação com o momento de vida do consumidor, e sua família, do que com um perfil específico. Se estivéssemos falando de "quem compra studio" ou "de quem compra apto de 56m², com dois quartos", existe sim perfis socioeconômicos razoavelmente bem definidos. O que vale ressaltar dentro da classe média é tipicamente uma compra pensada, voltada para a expansão da família. Seja sair da casa dos pais, criar um novo núcleo familiar ou a necessidade de outro quarto. No caso de um novo emprego ou promoção, a classe média não busca um upgrade de moradia sem necessidade, preferindo como segunda moradia uma casa de praia ou de campo. Nos anos recentes, temos visto a queda da segunda moradia em favor do primeiro imóvel para investimento (entre 7% e 14% das procuras) dentro da classe média.

Diante da incerteza econômica, o consumidor pode antecipar compras. Em vez de deixar para comprar um bem durável em 2016, comprar em 2015, mesmo não tendo todo o dinheiro?
Sim, dependendo da disponibilidade de crédito e da insegurança no governo, isso tem trazido de volta o medo da inflação. No Natal, foi possível ver lojas de varejo, e até incorporadoras, fazendo promoções que chamavam por "preços dos anos passados", mostrando que o desconto - que tem sido a grande arma da publicidade varejista nos últimos anos - mal consegue mitigar o aumento de preço do período.

Outro dado interessante da pesquisa é que 74% disseram que estão poupando dinheiro para comprar um bem durável. Isso também é um sinal positivo, correto?
Sim, e por dois motivos. Primeiro, por mostrar maturidade do consumidor, que está entendendo que juros de cartão de crédito, de empréstimo e de conta no vermelho saem mais caro que o produto. Segundo, por que mostra uma posição positiva em relação ao ciclo virtuoso de produção: poupança leva à compra, que leva à produção, que leva à contratação, que leva ao salário, que leva à poupança.

Houve a estratificação da pesquisa, ou seja, mostrando que em São Paulo há um percentual maior de interesse em comprar imóvel do que em Curitiba, por exemplo?
Não analisamos os dados separadamente, o objetivo foi entender o consumidor brasileiro por isso a seleção das 6 capitais que melhor refletem o cotidiano do Brasil. Para compra de imóveis não houve relevância percentual.

A pesquisa abrangeu Curitiba, São Paulo, Belo Horizonte, Salvador e Brasília. Mesmo assim, ela conseguiu refletir uma tendência nacional?
Sim. Estatisticamente, uma amostra aleatória e devidamente coletada consegue mostrar o panorama da população, dada sua significância e margem de erro. Considerando o quanto do consumo existe, e é puxado pelas capitais citadas, temos a maior parcela desta significância contemplada. E sendo estas cidades referência em comportamento do brasileiro para suas regiões, podemos ver a influência que a relação demanda-oferta nelas terá no restante do país.

Para a Hibou, qual dado da pesquisa chamou mais a atenção?
Os 41% dos brasileiros que pensam em atuar em outra área profissional, ou seja, que estão insatisfeitos com o seu momento de vida profissional. Eles querem buscar novos horizontes, mas o cenário do dia a dia não é compatível. Então, ele vai levando. Apenas 2% está efetivamente tentando mudar.

Pelo que a Hibou sentiu da pesquisa, quais setores da economia devem sentir mais a crise?
As primeiras marcas a sentir serão as afuniladas entre as multinacionais consolidadas com qualidade e preço e as populares de baixo custo. Isto porque, quando aumenta o preço, o que o consumidor faz é tentar manter seu padrão de vida, substituindo o produto de que gosta por similares de preço acessível. Por exemplo, poucos anos atrás vimos o suco pronto para beber substituindo o suco em pó na mesa do brasileiro. Esse upgrade será mantido enquanto possível, indo para faixas mais baratas de suco pronto para beber antes, de retornar ao suco em pó. Grosso modo, as grandes holdings são as capazes de ter tanto o menor custo produtivo quanto ter a maior qualidade aparente – isso consolidado em amplo gasto em comunicação. Já as empresas médias, e mesmo as grandes nacionais, acabam preenchendo esse espaço intermediário e, como é problema conhecido há décadas na indústria brasileira, sofrem com o peso dos custos altos, com a péssima malha logística e com o preço de insumos importados.

As marcas vão ter de se readequar para conquistar o consumidor? Caso sim, de que forma?
Isso já vem acontecendo mundialmente. O consumidor mudou, e cada vez a informação é uma arma. No Brasil, e em especial na situação econômica que passamos, marcas e agências já estão vendo que os olhos do consumidor mudaram. Paradoxalmente, o próprio consumidor brasileiro ainda não percebeu a dimensão do que deveria ser uma economia estável e funcional e nem se deu conta de todo seu potencial de consumo. Isso porque, ainda alimentamos hábitos passados e movimentos como tecnologia verde, custo-benefício real, aplicabilidade de impostos, vigilância de preço, entre outros, tratados no Brasil como modismos. Só incorporamos no consumo o que foi necessidade até hoje: como reciclagem e direitos do consumidor. Os dois lados do consumo, tanto oferta quanto demanda, ainda estão se readequando para o século 21.

Qual a conclusão que a Hibou tirou da pesquisa, sobretudo no interesse dos consumidores em adquirir imóveis?
Que a economia atual está colocando os brasileiros no sinal de alerta, onde eles veem uma possível última chance de aquisição do imóvel, mas se preocupam muito com o descontrole da economia e possível volta da inflação. Esse impasse, só a manutenção da estabilidade econômica poderá solucionar.

Clique aqui e confira a íntegra da pesquisa Hibou

Entrevistado
Marcelo Beccaro, graduado em engenharia naval, com especialização em logística e mais de 15 anos de atuação em pesquisa, análise mercadológica, marketing e inteligência aplicada
Contato: menina@lehibou.com.br

Crédito foto: Divulgação/Hibou

Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330

Natureza inspira domo de concreto sem estrutura de apoio

Desenvolvida pela Universidade de Tecnologia de Viena, construção usou conceitos que sustentam as conchas das ostras e os cascos das tartarugas

Por: Altair Santos

Para resgatar a construção de cúpulas e abóbodas sem estruturas de apoio – algo que a engenharia considera obras artesanais e, por isso, demoradas –, a Universidade de Tecnologia de Viena, na Áustria, desenvolveu pesquisa para encontrar uma tecnologia à base de concreto que reinventasse essas modalidades arquitetônicas. Para chegar ao material ideal, os professores Johann Kollegger e Benjamin Kromoser inspiraram-se na natureza. Copiaram conceitos que mantêm as conchas e os cascos das tartarugas com o formato côncavo. A solução veio de um engenhoso sistema que envolve placas de concreto, barras metálicas e uma membrana inflável instalada embaixo destas estruturas.

Domo testado na UT de Viena ganha formato de abóboda após ser erguido por uma estrutura inflável

As placas de concreto são ajustadas formando uma figura geométrica e mantêm-se conectadas por barras metálicas. Quando a membrana é inflada, o domo assume a forma desejada pelos engenheiros e as barras passam a funcionar com travas para que a estrutura não se desmonte. “É como um escudo que se arma. As lajes de concreto são montadas no chão, sobre a membrana plástica. Quando ela infla, as peças vão se ajustando, tensionando um cabo de aço, o qual trava as barras metálicas e encaixa uniformemente as lajes de concreto”, explica Johann Kollegger. Quando as placas de concreto se juntam, as membranas podem ser desinfladas sem prejudicar a estrutura.

De acordo com Johann Kollegger e Benjamin Kromoser, que são professores do Instituto de Estruturas de Construção da Universidade de Tecnologia de Viena, o importante era provar que é possível, com a nova tecnologia, produzir formas livres complexas. Por isso, eles se limitaram a fabricar um protótipo com cúpula com 2,90 metros de altura. Os pesquisadores, no entanto, asseguram que podem construir estruturas com até 50 metros de altitude. Outra vantagem, segundo os professores, é que, além do tempo extremamente curto para viabilizar estas estruturas, elas são bem mais baratas que a construção de domos pelo sistema convencional. “Imaginamos que o custo é 1/3 da construção tradicional”, estima Benjamin Kromoser.

Além de domos para shows e assembleias, as estruturas inventadas na Áustria podem servir também para fabricar conchas acústicas para recitais ao ar livre e passarelas para transpor linhas férreas. Nos testes, os pesquisadores detectaram que quando a concha de concreto se forma, as placas apresentam pequenas fissuras. Eles asseguram que isso não impacta na segurança. “Isto também ocorre em cúpulas construídas de forma convencional. Além disso, o revestimento com argamassa impermeável encobre as fissuras”, afirma Johann Kollegger, que após patentear a invenção agora tem a expectativa de que a o mercado se disponha a produzi-la em série.

Construção pode ser útil para construir conchas acústicas ao ar livre
Pequenas passarelas sobre ferrovias também podem se beneficiar da invenção

 

 

 

 

 

 

 

Membranas infláveis são instaladas abaixo da estrutura onde serão montadas as placas de concreto
As placas de concreto são montadas sobre as membranas infláveis e vão se ajustando, através de barras metálicas e cabos de aço, até formar a cúpula

 

 

 

 

 

 

 

 

 


Veja vídeo sobre a nova tecnologia para construir cúpulas

Entrevistados
Engenheiros Johann Kollegger e Benjamin Kromoser, professores do Instituto de Estruturas de Construção da Universidade de Tecnologia de Viena
Contatos
johann.kollegger@tuwien.ac.at
benjamin.kromoser@tuwien.ac.at

Crédito fotos: Divulgação/TU View

Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330

Amigo do concreto, Lerner faz 50 anos de arquitetura

Exposição revela várias fases de seu legado: do projeto de uma casa, passando pelo urbanismo de Curitiba, até a idealização de um bairro sustentável

Por: Altair Santos

Engenheiro civil e arquiteto, Jaime Lerner notabilizou-se como urbanista. Principalmente pelas inovações que implantou em Curitiba, quando foi prefeito da cidade por três vezes (1971-1974, 1979-1982 e 1989-1992). Isso permitiu que sua aura pública de arquiteto sobrepusesse à de engenheiro, sem, no entanto, omitir que seu grande legado tem pés bem fincados na engenharia civil. É o que se constata na exposição “Das Vozes da Cidade”, que homenageia os 50 anos de arquitetura e urbanismo de Lerner. Ela mostra desde seu envolvimento com o retrofit, quando em 1971 transformou um antigo depósito de armamentos do exército no Teatro Paiol, até os seus mais recentes projetos, como o bairro sustentável Quartier, na cidade de Pelotas-RS. Em todas as obras, há uma marca: a sutileza com que Jaime Lerner explora o concreto em seus conceitos arquitetônicos.

Jaime Lerner: engenheiro, arquiteto e urbanista, ele usa de forma sutil o concreto e as estruturas mistas

Um exemplo clássico está na própria casa que ele projetou para morar com a família. Construída em 1963, a residência erguida no bairro Cabral, em Curitiba, caracteriza-se pelo emprego do concreto aparente, tanto na construção como no mobiliário. Além do material construtivo, destaca-se no projeto a utilização do teto-jardim - elemento pouco usual para obras dos anos 1960, mas hoje amplamente aplicado na arquitetura contemporânea. De tão inovadores, a arquitetura e os sistemas construtivos usados na casa tornaram-se alvo de estudo da pesquisadora Juliana Harumi Suzuki, que escreveu o trabalho “Um Conceito em Concreto: Residência Jaime Lerner em Curitiba”. A análise foi divulgada pela DOCOMOMO - organização não-governamental presente em mais de 40 países e sediada em Barcelona. Atualmente, a casa abriga a sede da Jaime Lerner Arquitetos Associados e do Instituto Jaime Lerner.

Escola francesa
No estudo, Juliana Harumi Suzuki revela que Jaime Lerner inspira-se na escola francesa de arquitetura, que se notabilizou principalmente pelo uso do concreto aparente e que também influenciou Oscar Niemeyer. Lerner, após concluir os estudos na Universidade Federal do Paraná (UFPR) morou um período em Paris e hospedou-se na Casa do Brasil – um marco da arquitetura na capital francesa e que, desde 1985, está tombado como monumento histórico francês. Lá, desenvolveu conceitos que preserva até hoje, como é possível ver em um de seus mais recentes projetos: o bairro sustentável Quartier. Planejada para receber 10 mil moradores, a área residencial terá 3 mil unidades habitacionais e irá explorar o concreto aparente e também o pavimento em concreto. Por dois motivos: a permeabilidade e a cor clara do material, que, respectivamente, ajudam na absorção da água da chuva pelo solo e reduzem a sensação de calor.

A relação de Jaime Lerner com o concreto, e também com as estruturas mistas (aço e concreto), está bem evidente na exposição “Das Vozes da Cidade”, que pode ser visitada até dia 15 de março de 2015, no Museu Oscar Niemeyer, em Curitiba. Vídeos e áudios com a voz do engenheiro, arquiteto e urbanista explicam o porquê de seus trabalhos. “Tem uma linha do tempo que identifica programas, projetos e realizações, enquanto arquiteto e urbanista, e em parceria com demais profissionais”, revela Sandra Fogagnoli, coordenadora de planejamento cultural do Museu Oscar Niemeyer (MON). A mostra foi organizada pela curadora Valéria Bechara, reunindo desenhos, fotos, vídeos, depoimentos, croquis e maquetes.

Serviço da exposição “Das Vozes da Cidade”
Data: até 15 de março de 2015
Horário: 10h às 18h
Endereço: rua Marechal Hermes, 999, Centro Cívico, Curitiba - PR

Mais informações
www.museuoscarniemeyer.org.br
twitter.com/monmuseu
www.facebook.com/monmuseu

Entrevistados
Museu Oscar Niemeyer
Sandra Fogagnoli, coordenadora de planejamento cultural do Museu Oscar Niemeyer (MON)
DOCOMOMO Brasil
Instituto Jaime Lerner

Contatos
imprensa@mon.org.br
docomomo.brasil@gmail.com
contato@jaimelerner.com

Crédito foto: Divulgação/MON

Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330

Atraindo clientes (Podcast)

Especialista em relacionamento 2.0 explica como a construção civil pode se beneficiar das demandas dos consumidores nas redes sociais

Por: Altair Santos
William Ferreira: há um campo fértil a ser explorado pela construção civil no relacionamento 2.0.


Entrevistado
William Ferreira, especialista em marketing, coordenador de operações de SAC 2.0 na E.Life e palestrante sobre inovações no atendimento em redes sociais
Contato
albali@elife.com.br

Crédito foto: Divulgação

Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330

Clique no player abaixo e ouça a entrevista na íntegra.


Lançado cinturão econômico que ligará China à Europa

Chamada de a “obra do século 21”, empreendimento contará com corredor marítimo, rodoviário e ferroviário para encurtar distâncias entre continentes

Por: Altair Santos

Dia 15 de dezembro de 2014 foi dado, em Istambul, na Turquia, o primeiro passo para aquela que alguns especialistas já chamam de a “obra do século 21”. Trata-se de três cinturões (rodoviário, ferroviário e marítimo) que ligarão a China à Europa, passando por 21 países. Batizados de Silk Road Economic Belt e Maritime Silk Road, os projetos se inspiram na antiga Rota da Seda - criada em 200 a.C -, e que foi a primeira ligação entre ocidente e oriente. Porém, agora as novas “rotas da seda” prometem encurtar distâncias, unindo as seguintes nações: China, Bangladesh, Malásia, Camboja, Laos, Mongólia, Mianmar, Cazaquistão, Paquistão, Azerbaijão, Índia, Irã, Iraque, Nairobi, Egito, Grécia, Turquia, Rússia, Alemanha, Áustria e Itália.

Encontro entre líderes chineses, asiáticos e europeus marcou o início do projeto da rota “Euro-Ásia”

De trem será possível fazer o percurso entre China e Itália em 7 dias. Por estrada, o percurso dobra. Já pela rota marítima, um navio que saia da província de Fujian, na China, atracará no porto de Veneza, na Itália, em 30 dias. Hoje, as barreiras alfandegárias fazem com que esse percurso dure quase o dobro do tempo. O investimento para viabilizar esses novos cinturões econômicos são estimados em US$ 50 bilhões (R$ 135 bilhões). A obra, que inclui estradas, ferrovias, portos, pontes e túneis, ficaria pronta em 10 anos. Maior interessado no empreendimento, para conseguir escoar com mais facilidade sua produção industrial e agrícola, o governo chinês promete fazer um aporte de US$ 40 bilhões (R$ 108 bilhões). O resto do investimento seria financiado por bancos europeus.

Três bilhões de pessoas
O trecho terrestre da rota “Euro-Ásia” nascerá na cidade chinesa de Xi'na, no noroeste do país. Tanto a ferrovia quanto a rodovia cruzariam o Cazaquistão, o Iraque, o Irã e desembocariam na Turquia. O projeto ainda prevê ligação com Moscou, na Rússia, e Hamburgo, na Alemanha, antes de ir em direção ao porto de Veneza, na Itália, onde faria a conexão com a rota marítima. Já o trecho navegável abrange mais países e prevê a construção de portos exclusivos para atender a rota, além de uma ampliação no Canal de Suez, no Egito, para a passagem de supernavios. O ponto de partida do cinturão marítimo seria a província de Fujian, no leste da China, e o de chegada o porto de Veneza, na Itália.

Além de facilitar o comércio entre Europa e Ásia, os novos cinturões permitirão também avanços em áreas como telecomunicações, fornecimento de energia (gás e petróleo) e aproximação das duas culturas. “Esta nova Rota da Seda tem uma população de três bilhões e um mercado que não tem paralelo em termos de escala e potencial”, avalia o presidente chinês Xi Jinping. "O projeto é muito ambicioso e definitivamente destinado ao sucesso. Servirá como um motor de desenvolvimento da China, especialmente nas áreas que ainda não estão totalmente estruturadas", completa Cristiana Barbatelli, CEO da Pas Advisors, empresa de consultoria internacional com sede em Xangai.

Mapa mostra por onde passará a nova Rota da Seda: em amarelo a marítima e em vermelho a terrestre

Entrevistado
Governo da China (via site oficial)
Contatos
english@mail.gov.cn
www.gov.cn

Créditos Fotos: Divulgação

Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330

Cimento queimado é uma “arte” e requer técnica

Após migrar da área rural para os mais arrojados projetos arquitetônicos, piso agregou tecnologias como resinas acrílicas e concreto dosado em central

Por: Altair Santos

O piso de “cimento queimado” migrou das casas das áreas rurais para os mais arrojados projetos arquitetônicos. Hoje, desfila em eventos de decoração e virou sonho de consumo de arquitetos e decoradores. No entanto, para obter bons resultados é preciso dominar a técnica. Caso contrário, corre-se o risco de acontecerem erros no preparo da massa e na forma de “queimar” o cimento, o que resulta em imperfeições como manchas, fissuras e, consequentemente, infiltrações.

Uso de concreto usinado passou a ser comum para substituir o cimento queimado artesanal

A opção pela aplicação do “cimento queimado” de forma artesanal exige, sobretudo, a contratação de mão de obra com experiência neste tipo de trabalho. Ele requer conhecimento no preparo da massa, no uso das ferramentas - principalmente da desempenadeira - e capricho. Afinal, o mau uso do material ou um desnivelamento podem comprometer o resultado. Para minimizar riscos, a ABCP (Associação Brasileira de Cimento Portland) disponibiliza em seu site um documento que ensina como fazer e aplicar o “cimento queimado”.

Entre as principais recomendações, a ABCP orienta que a área de aplicação do “cimento queimado” fique isolada de 3 a 10 dias, para que se obtenha a cura do piso. “Um dos fatores que influencia a qualidade final do revestimento é a cura. Esse processo deve ser feito molhando-se a superfície logo após a execução”, sugere Rubens Curti, especialista da ABCP em tecnologia do concreto. Ele também recomenda que não se aplique “cimento queimado” em áreas submetidas a molhamento constante. “O piso queimado é muito liso”, alerta.

Como evitar a eflorescência

Aplicação de resinas acrílicas ao cimento queimado evita rachaduras e infiltrações

Quem trabalha com esse material também não orienta que ele seja aplicado sobre outros revestimentos. O ideal é que o piso antigo (madeira, cerâmica ou porcelanato) seja retirado e que o contrapiso seja refeito e nivelado, com a aplicação do “cimento queimado” em seguida. Para reduzir o risco de que surjam trincas, recomenda-se o uso de juntas de dilatação com, no máximo, um metro de distância entre elas. Estas juntas podem ser de madeira, de plástico ou de metal.

Da mesma forma, manchas também podem ser evitadas. A mudança da coloração se deve a um fenômeno conhecido como eflorescência, em que o cimento libera gases que chegam à superfície do piso. A opção por materiais de qualidade é essencial para que esse processo não ocorra. A escolha do cimento, a seleção de uma areia final, clara e lavada e a aplicação de resinas acrílicas com filtros que combatem raios UV (ultravioleta) tendem a evitar o “desbotamento” do revestimento.

Outra solução para se conseguir um piso de “cimento queimado” uniforme é a opção pelo concreto dosado em central ou a compra de argamassas pré-fabricadas que já vêm prontas para a aplicação. Há quem prefira também dar sofisticação ao piso. Neste caso, a substituição do cimento comum pelo cimento branco estrutural, revestido por resina plástica, transmite um efeito semelhante ao do porcelanato. Há ainda quem opte pelo tecnocimento – revestimento com espessura de 2 mm, que usa pó de limestone (espécie de pó de pedra), pó de mármore ou pó de quartzo no lugar da areia, e que dispensa juntas de dilatação.

Confira aqui as orientações técnicas da ABCP para pisos de “cimento queimado”

Aplicação de cimento branco dá uma textura diferente ao piso de cimento queimado
Tecnopiso: evolução do cimento queimado é muito empregado por decoradores


Entrevistado

Associação Brasileira de Cimento Portland (ABCP) (via assessoria de imprensa)
Contato: dcc@abcp.org.br

Créditos Fotos: Divulgação

Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330

Taxas e burocracia desafiam construção civil em 2015

Em Curitiba e outras capitais brasileiras, reajustes aplicados ao ITBI e ao IPTU, além da demora na liberação de alvarás, travam setor

Por: Altair Santos

Entre 2013 e 2014, boa parte das prefeituras das capitais reajustou o valor do ITBI (Imposto sobre Transmissão de Bens Imóveis). Hoje, a maioria cobra 3%. No final do ano passado, Curitiba e São Paulo seguiram a tendência: os paranaenses, além de elevar a alíquota da taxa sobre compra de imóveis de 2,4% para 2,7% também reajustaram o IPTU (Imposto sobre a Propriedade Predial e Territorial Urbana). Já a prefeitura paulistana elevou o ITBI para 3% do valor do imóvel. Os aumentos lançaram desafios para a indústria da construção civil em 2015. “A elevação do ITBI será mais um fator a dificultar a aquisição de imóveis e a retomada do crescimento do setor. Não é justo penalizar o adquirente do imóvel no momento em que a indústria imobiliária busca produzir produtos acessíveis”, reclama o presidente do SindusCon-SP, José Romeu Ferraz Neto.

Desburocratização reduziria custo dos imóveis em 12% e poderia injetar até R$ 300 milhões nos cofres da prefeitura de Curitiba.

Na mesma linha de pensamento segue o presidente do SindusCon-PR, José Eugênio Gizzi. “O ITBI representava, alguns anos atrás, 20% do que era arrecadado com o IPTU. Hoje, representa 70%. O imposto teve um aumento real de 20,33%, mas entendemos que há outros caminhos para ampliar receita. Uma delas é desburocratizar o licenciamento de obras. Já mostramos que o excesso de burocracia eleva o custo do imóvel em 12%, além de atrasar o início de obras entre 18 meses e 24 meses. Com a desburocratização, a prefeitura anteciparia receitas. Burocracia na esfera do município eleva o tempo da obra entre 18 meses a 24 meses. O aumento do ITBI e do IPTU em Curitiba aumentará a receita da prefeitura em cerca de 50 milhões de reais. Já a desburocratização renderia até 300 milhões de reais por ano”, considera Gizzi.

Para o presidente do SindusCon-PR, a Prefeitura de Curitiba poderá compensar eventuais desacelerações no setor da construção civil que atua na cidade se viabilizar três medidas: estimular as PPPs (Parcerias Público-Privadas), acelerar a revisão do plano diretor e manter em dia o pagamento de empresas contratadas para obras públicas. “Hoje o governo municipal é incapaz de investir. Se adotar uma nova modelagem para PPPs, principalmente para atrair construtoras e empreiteiras de menor porte, estimularia muito o segmento. Da mesma forma, se o plano diretor atacar a questão do custo dos terrenos. Se a revisão disponibilizar mais áreas, será possível construir imóveis com menor custo. Por fim, seria interessante que os contratantes de obras públicas cumprissem os contratos e pagassem em dia”, avalia.

José Eugênio Gizzi, presidente do SindusCon-PR: mais PPPs, mais terrenos e menos atrasos no pagamento de obras públicas

Secovi e ABRAINC

Em São Paulo, no entanto, o diagnóstico é mais crítico. “O aumento do ITBI inibirá tanto a produção e a comercialização de novas unidades quanto as vendas de imóveis usados, ou seja, os segmentos de incorporação, de compra e venda e os consumidores serão fortemente penalizados. Só para exemplificar, o comprador de um imóvel de R$ 500 mil terá de recolher, com a nova alíquota, R$ 15 mil aos cofres públicos. Essa medida, aliada a tantas outras voltadas à arrecadação de impostos e contrapartidas do setor, é como o tiro de misericórdia na atividade imobiliária e de construção, que tem sido permanentemente desestimulada a crescer e a atender a demanda”, protesta o presidente do Secovi-SP, Claudio Bernardes.

A ABRAINC (Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias), que reúne 27 companhias, entre elas Brookfield, Cury, Cyrela, Direcional, Emccamp, Even, Eztec, Gafisa, HM, Homex, JHS-F, MRV, Odebrecht Realizações Imobiliárias, PDG, Rodobens, Rossi, Tecnisa, Trisul e Viver, faz avaliação semelhante ao do Secovi-SP. “O setor já está bastante atingido por outros fatores, como falta de confiança na economia, inflação alta, aumento do valor dos terrenos e outorga onerosa dos custos de construção. O aumento de impostos impõe mais desafios para 2015”, complementa o diretor-executivo da ABRAINC, Renato Ventura.

Entrevistados
Engenheiro civil José Eugênio Gizzi, presidente do SindusCon-PR
Engenheiro civil José Romeu Ferraz Neto, presidente do SindusCon-SP
Engenheiro civil Claudio Bernardes, presidente do Secovi-SP
Engenheiro civil Renato Ventura, diretor-executivo da Abrainc

Contatos
sinduscon@sindusconpr.com.br
sindusconsp@sindusconsp.com.br
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Créditos Fotos: Divulgação/Cohab-Ctba/SindusCon-PR

Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330

Crise pode atrasar, ainda mais, obras relevantes ao país

Transposição do rio São Francisco, hidrelétrica Belo Monte e linha 4 do metrô da cidade do Rio de Janeiro são alguns dos empreendimentos ameaçados

Por: Altair Santos

A expectativa de que o governo federal promova corte nos investimentos ao longo de 2015 tende a protelar por mais tempo a entrada em operação de obras de infraestrutura relevantes e urgentes ao país. Entre elas, estão a Transposição do Rio São Francisco, a hidrelétrica Belo Monte, a conclusão do segundo trecho da ferrovia Norte-Sul, o avanço da ferrovia Transnordestina e as obras relacionadas aos jogos olímpicos de 2016, das quais a mais importante é a linha 4 do metrô. A previsão é que boa parte destas construções, que deveriam ser entregues até o final de 2015, fique para 2016, 2017, 2018 ou 2019.

Transposição do rio São Francisco: prometida para 2012, tem sido adiada ano a ano e agora ficou para 2016

Um caso emblemático é o da Transposição do rio São Francisco. A obra já passou por quatro atrasos. Ao ser lançada em 2007, incluída entre os principais empreendimentos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), foi prometida para 2010. Depois, para 2012 e adiada novamente para 2014. Agora, segundo o ministério da Integração Nacional, a previsão é de que o canal de irrigação comece a funcionar no primeiro semestre de 2016. “Estamos com 70% (na verdade, 68,7%) das obras executadas. Nossa previsão é entregarmos no início do ano que vem, em 2016”, prometeu o ministro Gilberto Occhi, ao ser empossado dia 3 de janeiro de 2015.

De acordo com o projeto original, a transposição inclui 477 quilômetros de obras lineares, quatro túneis, 14 aquedutos, 9 estações de bombeamento e 27 reservatórios. A obra envolve 1,3 milhão de m³ de concreto e beneficiará quatro estados: Pernambuco, Ceará, Rio Grande do Norte e Paraíba. O custo inicial era de R$ 4,2 bilhões, mas já atingiu R$ 8,2 bilhões, com perspectivas de nova revisão orçamentária.

A hidrelétrica de Belo Monte é outro empreendimento com atraso. Suas primeiras turbinas deveriam entrar em funcionamento ainda em 2015, mas foram proteladas para 2016. Obra que mais consome concreto no país atualmente - o volume estimado é de 3.389.008 m³ -, a usina em construção no Pará enfrenta atualmente elevado aumento de custo, por causa dos percalços no cronograma. Orçada em R$ 25,8 bilhões, já ultrapassou os R$ 30 bilhões. Recentemente, o consórcio Norte Energia, que vai explorar a hidrelétrica, alertou que cada semestre de atraso nas obras deve acrescentar R$ 370 milhões no valor final do empreendimento. Pelo cronograma original, Belo Monte já está atrasada em mais de um ano.

Ferrovia Transnordestina: idealizada para escoar safra agrícola para os portos de Pecém, no Ceará, e Suape, em Pernambuco, obra sofre com adiamentos

Norte-Sul completa 30 anos

Nada se compara, no entanto, aos atrasos nas obras ferroviárias. O projeto da Norte-Sul, por exemplo, surgiu logo no começo do governo do presidente José Sarney, em 1985. A proposta era viabilizar uma estrada de ferro que ligasse o porto de Barcarena, no Pará, ao do Rio Grande, no Rio Grande do Sul. Passados quase 30 anos, dos 3.893 quilômetros projetados, apenas 719 estão construídos e em operação. Trata-se do trecho entre Açailândia, no Maranhão, e Palmas, no Tocantins. Um novo percurso de 855 quilômetros (Palmas-TO a Anápolis-GO) está próximo de ser finalizado. Deveria entrar em operação em 2014, mas só deve ser liberado para o tráfego de trens em 2016.

Idem para a ferrovia Transnordestina. A obra com 1.753 quilômetros de extensão era para ter sido inaugurada em 2010. Estratégica, foi projetada para ligar a produção agrícola do interior do Piauí, do Ceará e de Pernambuco aos portos de Suape, no litoral pernambucano, e de Pecém, no litoral cearense. No entanto, o empreendimento encontra-se praticamente abandonado. A parte mais crítica está no Ceará, onde o avanço das obras foi de apenas 4%. Lançada em 2007, hoje nem a Agência Nacional de Transportes Terrestres faz previsão de quando a obra será concluída. O custo da Transnordestina, que estava orçado em R$ 3 bilhões, já passa de R$ 7,5 bilhões.

Linha 4 do metrô do Rio: fundamental para jogos olímpicos, foi adiada de 2015 para 2016

Menos problemática, a linha 4 do metrô da cidade do Rio de Janeiro avança, mas não no ritmo esperado. Considerado estratégico para os jogos olímpicos de 2016, o trecho de 16 quilômetros ligará Ipanema à Barra da Tijuca e seu orçamento já chega a R$ 8,5 bilhões. Ao iniciar seu segundo mandato, o governador do Rio de Janeiro, Luiz Fernando Pezão, anunciou cortes e repassou custos da obra ao governo federal e à prefeitura do Rio de Janeiro. Resultado: programada para entrar em teste em 2015, a linha 4 do metrô carioca só começará a funcionar no final do primeiro semestre de 2016, na antevéspera da Olimpíada, que começa dia 5 de agosto.

Entrevistados

Ministério do Planejamento, ministério da Integração Nacional, Consórcio Construtor Rio Barra e Consórcio Construtor Linha 4 Sul (via assessoria de imprensa)

 

Usina Belo Monte: expectativa é de que seja concluída entre o 2º semestre de 2016 e o 1º semestre de 2017

Contatos
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Créditos Fotos: Divulgação

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Guia reúne prédios-referência à arquitetura nacional

Edifícios formam coleção de obras de arquitetos que atuaram no Brasil a partir de 1940. Entre eles, Rino Levi, Oswaldo Bratke e Oscar Niemeyer

Por: Altair Santos

Uma lista de 50 prédios considerados emblemáticos sob o ponto de vista arquitetônico integra o projeto Passeios de Arquitetura, criado em 2014 pelo IAB (Instituto de Arquitetos do Brasil). As edificações foram catalogadas e fazem parte de cinco rotas localizadas no centro da cidade de São Paulo. A ideia nasceu por causa da demanda que o IAB recebe mensalmente, de arquitetos brasileiros e estrangeiros, além de estudantes de arquitetura, que pedem para que o instituto os guie pelas ruas da capital paulista, a fim de mostrar as obras mais relevantes. “Para a escolha dos pontos de interesse arquitetônico levou-se em consideração o conhecimento embasado de autoria e data dos projetos. A partir dessa escolha, têm sido redigidos os verbetes com informações detalhadas de cada lugar. Até o momento, foram elencados 50 pontos, mas sabe-se que ainda existem muitos outros a serem catalogados”, explica Rafael Schimidt, conselheiro superior do IAB.

Rafael Schimidt, do IAB: catalogação deve se estender para outras cidades

Transformado em uma espécie de guia de referência arquitetônica da cidade de São Paulo, o projeto Passeios de Arquitetura contempla edifícios assinados por arquitetos como Rino Levi, Gregori Warchavchik, Oswaldo Bratke e Oscar Niemeyer. Porém, destaca-se a quantidade de edifícios projetados pelo arquiteto Adolf Franz Heep. “Isso ocorre por que a construção dos pontos indicados no guia aconteceu no período de 1940 a 1980. Entre os mais recentes, está o remodelado Instituto de Pesquisa da Santa Casa e alguns prédios localizados dentro do campus da Universidade Presbiteriana Mackenzie. Porém, vários edifícios foram restaurados e apresentam ampliações contemporâneas”, diz Rafael Schimidt. Para ver estas e outras edificações, basta escolher uma das rotas criadas pelo IAB, que partem sempre de praças paulistanas e abrangem um raio de 600 metros. As rotas são as seguintes: Passeio República, Passeio dom José Gaspar, Passeio Roosevelt, Passeio Rotary e Passeio Arouche.

Em outras cidades
Para conhecer as rotas antecipadamente é possível acessar o site do Passeios de Arquitetura (www.passeiosiabsp.com.br). Segundo Rafael Schimidt, o gerenciamento da plataforma digital permite verificar que o guia é acessado por pessoas em todos os continentes. “Muitos nos escrevem solicitando mais informações e alguns sugerem pontos que ainda não estão indicados nos percursos. Ou seja, o projeto está atingindo os objetivos planejados e desejados e, através das redes sociais, tem ampliado sua abrangência”, afirma. O próximo passo será a criação de passeios guiados. “O objetivo do Passeios de Arquitetura é que as pessoas façam as rotas por conta própria, com o auxílio da plataforma digital acessada pelo celular. Porém, está se cogitando a possibilidade de realizar passeios guiados, já que recebemos muitos pedidos para isso”, completa. A tendência é que arquitetos do próprio IAB, que ajudaram a catalogar os edifícios, se tornem os guias.

Considerado ainda em fase inicial de implantação, o Passeios de Arquitetura tende a agregar mais obras e tem a possibilidade de ser expandido para outras cidades. “Esse trabalho está em pleno andamento e a primeira fase, já concluída, refere-se ao levantamento do conteúdo inicial e ao lançamento da plataforma digital. É possível estender o projeto para outras cidades, mas as ações prioritárias são as seguintes: aumentar a área de abrangência, incluindo outras regiões da cidade de São Paulo; tradução do conteúdo escrito para outras línguas, e interatividade entre os usuários e a plataforma digital”, conclui Rafael Schimidt. Em Curitiba, existe a possibilidade de fazer passeios de arquitetura, a partir das obras de Elgson Ribeiro Gomes. O roteiro está disponível na página do documentário Linhas de Paisagem.

Entrevistado
Arquiteto Rafael Schimidt, professor nos cursos de arquitetura e fotografia do complexo Educacional FMU FIAM FAAM e conselheiro superior do IAB (Instituto de Arquitetos do Brasil).
Contatos
rafaelps@iabsp.org.br
logoscopio@yahoo.com.br

Créditos Fotos: Divulgação/IAB-SP

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