Estrada Hong Kong-Macau revoluciona pontes e túneis

Atualmente, megaobra é a que mais consome concreto pré-moldado em todo o mundo. São mais de 60 mil elementos, entre 50 mil e 75 mil toneladas

Por: Altair Santos

Prevista para ser inaugurada em 2017, a estrada que liga Hong Kong a Macau, na China, promete revolucionar a construção de obras rodoviárias. O percurso de 55 quilômetros se estende pelo mar, contando com duas ilhas artificiais de 100 mil m² cada, para interligar três pontes – uma com 22,9 quilômetros, outra com quase 13,4 quilômetros e a terceira com 12 quilômetros. Além disso, no trecho está em construção o maior túnel submerso do mundo, com extensão de 6,7 quilômetros.

Estruturas pré-moldadas para construir o maior túnel submerso do mundo: 6,7 quilômetros de extensão
Estruturas pré-moldadas para construir o maior túnel submerso do mundo: 6,7 quilômetros de extensão

O projeto de um túnel subaquático, que irá ligar-se às duas ilhas artificiais, foi a solução encontrada para não atrapalhar a navegação de navios de grande porte e nem prejudicar o tráfego aéreo no aeroporto de Hong Kong. “A construção de uma ponte precisaria que ela tivesse uma altura acima da média, para que permitisse a passagem dos navios. Isto prejudicaria a aterrissagem e a decolagem de aeronaves. Por isso, a opção pelo túnel”, explica Addy Chan, vice-presidente da Associação dos Engenheiros de Macau.

As pontes têm o formato de “Y”. O braço maior interligará Macau às ilhas artificiais. No túnel ocorre a bifurcação, com uma ponte levando a Hong Kong e a outra à cidade chinesa de Zhuhai. Atualmente, boa parte do transporte entre esses três pontos - seja de pessoas ou de cargas - é realizado por embarcações e ferry-boats. O trajeto Macau-Hong Kong não é feito por menos de três horas, dependendo das condições de navegação. Quando o complexo rodoviário estiver pronto, o mesmo percurso durará 30 minutos.

Com seis pistas de rolamento em cada sentido, as pontes também permitirão que VLTs (Veículos Leves sobre Trilhos) trafeguem sobre elas. O objetivo é incentivar o uso de transporte público para que as cidades não fiquem congestionadas pelo intenso fluxo de veículos. O projeto também já prevê a construção de um aeroporto internacional em Macau, para desafogar o fluxo aéreo em Hong Kong.

Uma das duas ilhas artificiais construídas para suportar pontes e também servir de entrada para o túnel
Uma das duas ilhas artificiais construídas para suportar pontes e também servir de entrada para o túnel

Recorde de concreto pré-moldado

Como todas as obras de infraestrutura na China, esta também estabelece novos recordes para a engenharia. Trata-se atualmente do empreendimento que mais consome concreto pré-moldado em todo o mundo. São mais de 60 mil elementos, cada um pesando entre 500 e 750 toneladas. As peças são aplicadas na construção dos pilares e dos tabuleiros das pontes, nas aduelas do túnel e na estrutura das ilhas artificiais. Para facilitar a logística, unidades de pré-fabricados foram instaladas nos canteiros de obras. O consumo de concreto é estimado em 15 milhões de m³.

As obras iniciaram em 2009 e a data de inauguração vai marcar os 20 anos de anexação de Hong Kong pela China, que aconteceu em 1º de julho de 1997. O custo do complexo rodoviário está avaliado em US $ 16,8 bilhões (aproximadamente R$ 59 bilhões). O consórcio construtor engloba a estatal China Highway Planning and Design Institute Consultants e as empresas COWI A/S, Ove Arup & Partners Hong Kong Ltda, Shanghai Tunnel Engineering & Rail Transit Design and Research Institute e CCCC First Harbour Consultants Co. Ltda.

Entrevistado
Associação dos Engenheiros de Macau (via assessoria de imprensa)
Contato: aem@macau.ctm.net

Créditos Fotos: Divulgação

Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330

Linha 4 do metrô do Rio inova na produção de grout

Silos móveis levam ganho de produtividade à obra e asseguram qualidade ao material, que chega mais fresco ao destino e requer menos aditivos

Por: Altair Santos

Prevista para entrar em funcionamento no primeiro semestre de 2016, a Linha 4 do Metrô do Rio de Janeiro agrega uma série de inovações em seu canteiro de obras. Uma delas está relacionada ao transporte e ao armazenamento de cimento, bentonita, areia, cal, quartzo e aditivos especiais. Combinados com água, os materiais produzem o grout - argamassa para o preenchimento de vazios, falhas e juntas dos túneis. O uso de equipamentos e misturadores nunca utilizados em obras deste porte no Brasil rendeu ganho de produtividade na ordem de 10%.

Leonardo Cavalcante, da RCO: produção de grout in loco requer menor volume de aditivos
Leonardo Cavalcante, da RCO: produção de grout in loco requer menor volume de aditivos

Utilizando tecnologia europeia, as máquinas para a produção de grout foram fabricadas no país e, a partir da experiência na cidade do Rio de Janeiro, começam a ser incorporadas a novas linhas de metrô que estão em construção no país. No caso da principal obra de mobilidade da capital fluminense, os equipamentos para produção de grout in loco estão em uso no trecho entre os bairros de Ipanema e Gávea.

Segundo o engenheiro de produção Leonardo Cavalcante, o ganho de produtividade da obra se dá pelo fato de os silos serem móveis, o que reduz custos com logística e transporte de materiais. “Além disso, por ser uma obra urbana, tem a questão da dificuldade da implantação de canteiros de obras. Montar o silo dentro do túnel diminui a necessidade de espaço para o canteiro de obras e reduz o tráfego de caminhões e máquinas entrando e saindo do túnel”, diz Cavalcante.

Qualidade do grout

O especialista, que atua como coordenador técnico de vendas da RCO - empresa que fabricou os silos - afirma ainda que os equipamentos influenciaram para melhor na qualidade do grout. “Como os silos foram montados mais próximos do local de consumo, isso permite que o grout chegue ao ponto de destino o mais fresco possível, diminuindo a necessidade de aditivos”, ressalta. Na obra foram usados três silos, cada um com capacidade para receber 150 toneladas de material, sendo que um deles (bipartido) pode armazenar dois materiais diferentes ao mesmo tempo.

Silos facilitam a mobilidade dentro dos túneis e dispensam o entra e sai de caminhões
Silos facilitam a mobilidade dentro dos túneis e dispensam o entra e sai de caminhões

Dos três silos horizontais usados pelo Consórcio Linha 4 Sul na obra, dois são utilizados para estoque de cimento e o terceiro para armazenamento de bentonita. Juntos, o trio de equipamentos serve para alimentar o material utilizado na central de grout. No caso do silo horizontal, é uma alternativa valiosa para as plantas que têm limitação de altura e, portanto, não podem adotar silos verticais - caso da Linha 4 do Metrô carioca.

Disponível em modelos de 47 a 150 toneladas de capacidade de armazenamento, o equipamento é indicado para armazenagem de cimento, cal, areia, bentonita, sílicas e diversos outros tipos de materiais em pó. “Eles podem ser utilizados em conjunto com centrais de concreto, ou aplicados isoladamente, no processo produtivo do cliente”, explica Cavalcante.

O engenheiro lembra que a eficiência do equipamento é garantida pelo sistema de extração de material, onde o processo é realizado através de rosca transportadora tipo calha. Essa tecnologia oferece escoamento perfeito ao longo de todo o percurso do helicoide (hélice) presente na parte inferior do silo. Além disso, o design diferenciado facilita o escoamento do material para a rosca transportadora e isso supre o efeito da gravidade, que dá a eficiência dos silos verticais.

Entrevistado
Engenheiro de produção Leonardo Cavalcante, coordenador técnico de vendas da RCO
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imprensa@rco.ind.br
vendas@rco.ind.br
mkt@rco.ind.br

Créditos Fotos: Divulgação/RCO

Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330

Florianópolis lança 1º plano sustentável da região Sul

Capital catarinense assume compromisso com saneamento básico, mobilidade urbana, gestão pública, uso do solo e prevenção contra desastres naturais

Por: Altair Santos

Florianópolis é a quinta cidade brasileira e a primeira da região Sul a lançar um plano de ação sustentável. Antes dela, Goiânia-GO, João Pessoa-PB, Vitória-ES e Palmas-TO já haviam assinado termos de responsabilidade com a Iniciativa Cidades Emergentes e Sustentáveis (ICES), vinculada ao Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), que é quem financia e certifica o programa. O plano consiste em fazer a cidade avançar em cinco pontos: ambiental (saneamento básico), urbanismo (mobilidade urbana), gestão pública, uso do solo e prevenção de desastres naturais.

    Prefeito de Florianópolis, César Souza Júnior (dir.), com Ellis Juan: cidade precisa investir em sua capacidade viária Prefeito de Florianópolis, César Souza Júnior (dir.), com Ellis Juan: cidade precisa investir em sua capacidade viária
Prefeito de Florianópolis, César Souza Júnior (dir.), com Ellis Juan: cidade precisa investir em sua capacidade viária

Para garantir o plano de sustentabilidade, a capital catarinense terá de empreender uma série de obras, a começar pelo compromisso de tornar a cidade 100% coberta por saneamento básico no prazo de 5 anos. “Sem dúvida, é o mais profundo estudo já realizado sobre Florianópolis. Certificado pelo BID e realizado por importantes instituições de pesquisa, a cidade agora tem um importante aliado na busca de recursos para pôr em prática obras de que tanto precisamos. Muitas já estão em andamento e as demais vamos correr atrás para desenvolvê-las”, disse o prefeito César Souza Júnior.

De acordo com Ellis Juan, representante da Iniciativa Cidades Emergentes e Sustentáveis, o estudo revela que Florianópolis não precisa apenas investir em saneamento básico, mas melhorar sua capacidade viária e seus tipos de modais. “Levanto estes como primordiais. Muitas obras estão no caminho certo. Como o plano foi pensado para até 2020, acredito que com ele será mais fácil atingir estes objetivos”, afirmou. Um diagnóstico feito pelo programa é de que há excesso de carros e motocicletas circulando na capital catarinense, em detrimento do transporte público.

Segunda ponte

A taxa de motorização da cidade é de 2,32 pessoas por automóvel. Comparando esse valor com a média nacional (4,4) e dos Estados Unidos (2,4), observa-se que Florianópolis enfrenta um gargalo na mobilidade urbana. Pesquisas desenvolvidas pela equipe responsável pelo PLAMUS - Plano de Mobilidade Urbana Sustentável para a Grande Florianópolis (SCPar), com resultados parciais divulgados em 28 de novembro de 2014, mostram que 172.200 veículos e 25.500 motocicletas cruzam as pontes todos os dias e que 75% dos veículos que ocupam a ponte Colombo Salles no horário de pico são carros.

Segunda ponte ligando a ilha de Florianópolis ao continente: plano de ação sustentável pode tirar projeto do papel
Segunda ponte ligando a ilha de Florianópolis ao continente: plano de ação sustentável pode tirar projeto do papel

Os veículos particulares ocupam 90% da capacidade da ponte e transportam cerca de 11 mil pessoas por dia, enquanto os ônibus representam apenas 3% dos veículos e ocupam 1% da capacidade da via para transportar aproximadamente o mesmo número de pessoas: 10 mil passageiros por dia. Com o plano de ação sustentável, Florianópolis não apenas espera reverter esses índices como viabilizar uma das obras mais esperadas na cidade: a segunda ponte ligando a ilha ao continente. Desde 2009 existem estudos para viabilizá-la e a expectativa é de que a parceria com o BID ajude a acelerar Parcerias Público-Privadas para colocar o projeto em andamento.

O investimento no complexo está estimado em R$ 1,1 bilhão. O projeto prevê que ela terá oito pistas, com 45 metros de largura e 1,6 quilômetros de comprimento. O equipamento inclui passarelas para pedestres e ciclovias em toda a extensão da via, no mesmo nível da pista de carros. A extensão total do acesso, incluindo a ponte, será de 8,5 quilômetros e o projeto também prevê uma via expressa, de alta velocidade, com acesso à BR-101. O trânsito local será feito por vias marginais e o acesso do sistema viário à via expressa será feito por viadutos. O consumo estimado de concreto passa de 100 mil m³.

Saiba mais
http://www.cimentoitambe.com.br/nova-ponte-permite-reurbanizacao-de-florianopolis/
http://www.cimentoitambe.com.br/florianopolis-prioriza-o-futuro/

Entrevistado
Prefeitura Municipal de Florianópolis (via assessoria de imprensa)
Contatos
imprensa@pmf.sc.gov.br
gabinetesmo@pmf.sc.gov.br

Créditos Fotos: Thiago Mangrich/PMF/Divulgação

Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330

Programa nacional combate dengue no canteiro de obras

Seconci lidera campanhas em vários estados, seguindo exemplo de São Paulo, que tem trazido bons resultados à construção civil

Por: Altair Santos

Para evitar que a construção civil seja foco de proliferação do mosquito da dengue, os Seconci (Serviço Social da Construção) de todo o país iniciaram uma série de programas dentro dos canteiros de obras para ensinar procedimentos que evitem o acúmulo de água parada - principal criadouro para as larvas do Aedes aegypti, transmissor da doença. A orientação inclui a inspeção de carrinhos de mão, betoneiras, lajes, tonéis e fossos de elevadores. As palestras ensinam também a cuidar do entorno das construções. A campanha nacional envolve ainda a distribuição de cartazes e folhetos com dicas para prevenção.

Ângela Nogueira Braga da Silva: Seconci-SP investe em palestras nos canteiros de obras
Ângela Nogueira Braga da Silva: Seconci-SP investe em palestras nos canteiros de obras

O procedimento já abrange boa parte dos Seconci das regiões sudeste e sul e este ano tem conseguido adesão maior dos organismos localizados no centro-oeste, no nordeste e no norte do país. As ações inspiraram-se na campanha do Seconci-SP, que foi pioneiro neste tipo de iniciativa. “Há mais de dez anos realizamos esse trabalho nos canteiros de obras e estamos sempre dispostos a compartilhar o programa com outros estados”, diz Ângela Nogueira Braga da Silva, coordenadora do setor de serviço social do Seconci-SP, que é o maior do país e atende 820 mil trabalhadores da construção civil.

Uma das medidas de combate à dengue nos canteiros de obras é a análise da água parada em pontos suspeitos. Em média, 25% dos exames são positivos para focos da doença, ou seja, contêm larvas do Aedes aegypti. No estado de São Paulo, até o final de junho deste ano, foram realizados 366 exames de diagnóstico de dengue em canteiros de obras, entre os quais foram confirmados 93 casos. Essa incidência aumenta a preocupação das construtoras, que passaram a incentivar campanhas pelo país afora.

Conscientização através de palestras

São detectados focos de dengue em 25% dos canteiros de obras onde são realizadas análises
São detectados focos de dengue em 25% dos canteiros de obras onde são realizadas análises

O passo mais importante é conscientizar os trabalhadores. “Orientá-los sobre a importância de eliminar possíveis focos, tanto no local de trabalho quanto em seus domicílios, é a meta do Seconci”, diz Ângela Nogueira Braga da Silva, afirmando que o melhor caminho para se atingir o objetivo é através de palestras. De que forma: profissionais do Seconci vão aos canteiros de obras e repassam informações sobre como prevenir a dengue. Mais recentemente, as palestras passaram a informar também sobre a forma de precaver a febre Chikungunya (doença com sintomas semelhantes a dengue, porém mais letal, e também transmitida pelo Aedes aegypti).

No Brasil, os domicílios são os que mais concentram focos de dengue. Estima-se que existe a ameaça de as larvas do Aedes aegypti proliferarem em 70% dos lares no país. Os canteiros de obras contribuem com 20% deste risco, segundo dados do ministério da Saúde. “O canteiro de obras é um local propício para o surgimento do mosquito transmissor da doença. Carrinhos de mão, betoneiras, lajes, tonéis e fossos de elevador são espaços que podem armazenar água parada e se tornar criadouros”, alerta a especialista do Seconci-SP.

Info_ObraDengue
Entrevistado
Ângela Nogueira Braga da Silva, coordenadora do setor de serviço social do Seconci-SP
Contato: relacoesempresariais@seconci-sp.org.br

Créditos Fotos: Divulgação

Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330

Mobilidade corporativa muda conceitos de trabalho

Tendência mundial, tecnologia permite que, através de notebooks, tablets e smartphones, profissional leve a empresa onde atua para qualquer lugar

Por: Altair Santos

A possibilidade dada pela internet de os profissionais trabalharem remotamente, ou seja, cumprirem suas tarefas pela empresa sem necessariamente estarem presentes fisicamente na companhia, torna-se tendência mundial. A isso se dá o nome de mobilidade corporativa. Através de notebooks, tablets ou até mesmo smartphones, as corporações disponibilizam ferramentas que permitem a seus colaboradores se conectarem a elas de qualquer lugar.

Até 2020, metade da força de trabalho global será realizada de forma remota
Até 2020, metade da força de trabalho global será realizada de forma remota

O objetivo principal é obter ganho de produtividade. Mas a mobilidade corporativa também vem transformando a maneira de trabalhar, de fazer negócios, de atender clientes e até como os empregados passaram a conciliar vida pessoal com vida profissional. “Atualmente, 43% dos profissionais em todo o mundo desejam ter mais flexibilidade no trabalho e muitas grandes empresas já possuem políticas de home office para diversos cargos, ou seja, a mobilidade corporativa deixou de ser novidade para se tornar necessidade”, diz Ricardo Alem Appugliese, gerente-sênior de Sales Engineering do Citrix, para a América Latina e Caribe.

O Citrix é um instituto tecnológico com sede em Santa Clara, na Califórnia-EUA, e que atua como uma empresa global especializada em sistemas para gestão de mobilidade nos ambientes corporativos. Suas projeções, de acordo com pesquisa, é que até 2020 metade da força de trabalho global será realizada de forma remota o que, inclusive, deverá modificar as leis trabalhistas de alguns países, como já ocorre no Reino Unido. No Brasil, desde 2011 existe uma lei que regulamenta o trabalho remoto.

Ricardo Alem Appugliese: 30% das empresas instaladas no Brasil já adotam tecnologias de mobilidade corporativa
Ricardo Alem Appugliese: 30% das empresas instaladas no Brasil já adotam tecnologias de mobilidade corporativa

Canteiro de obras virtual

Estima-se que 30% das empresas instaladas no Brasil, e que atuam em áreas como financeira, educacional, saúde, governo, construção civil, jurídica, recursos humanos, telecomunicações e transportes, já adotam tecnologias de mobilidade corporativa. Na construção civil, a inovação permite canteiros de obras mais enxutos, além de melhorar a gestão da obra. “A planta pode ser acessada virtualmente, assim como é possível realizar a compra de materiais remotamente”, explica Ricardo Alem Appugliese.

Um case citado pelo Citrix ocorreu durante a construção de um centro logístico no quilômetro 66 da rodovia Santos Dumont, na cidade de Indaiatuba-SP. O empreendimento, entregue em outubro de 2014, teve um amplo processo de virtualização em sua gestão de obras. “A mobilização do canteiro de obras caiu de 45 dias para 20 dias. Também eliminamos deslocamentos. Todos os pedidos e reuniões ocorriam remotamente”, afirma Ricardo Ferrigno, gerente de TI (Tecnologia da Informação) da Racional Engenharia.

Para usar todo o potencial da mobilidade corporativa, a empresa precisa contar com um sistema de computação em nuvem (cloud computing). “A implementação de um bom projeto é fundamental para oferecer todas as ferramentas para os funcionários, com segurança e garantia de bom desempenho, além de permitir o gerenciamento destas atividades, tornando a TI estratégica para os negócios”, cita Ricardo Alem Appugliese.

Entrevistado
Engenheiro elétrico Ricardo Alem Appugliese, gerente-sênior de Sales Engineering do Citrix, para a América Latina e Caribe
Contatos
AmericasConsulting@citrix.com
mediainquiry@citrix.com

Créditos Fotos: Divulgação/Citrix

Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330

Segurança no canteiro de obras começa pelo capacete

Cores do equipamento de proteção individual (EPI) se orientam por normas técnicas e também definem hierarquias entre trabalhadores do setor

Por: Altair Santos

O capacete é o primeiro elemento que evidencia se um canteiro de obras segue os procedimentos de segurança do trabalho e atua com organização. O equipamento de proteção individual (EPI) é uma exigência legal. Não são poucos os acidentes que poderiam ser evitados se o uso do capacete fosse uma rotina nas construções brasileiras. Também não é por falta de orientação e nem de normas técnicas que ele deixa de ser utilizado. A CIPA (Comissão Interna de Prevenção de Acidentes), inclusive, possui norma regulamentadora que padroniza as cores dos equipamentos na construção civil.

Cores dos capacetes não são por acaso. Tons seguem padrões que priorizam a segurança e a organização
Cores dos capacetes não são por acaso. Tons seguem padrões que priorizam a segurança e a organização

A identificação dos capacetes por cores serve também para hierarquizar o trabalho no canteiro de obras. O engenheiro e o mestre de obras, por exemplo, normalmente utilizam capacetes brancos. Há empresas que adotam cinza para um e branco para outro. Os pedreiros usam azul, enquanto serventes e operários, carpinteiros, eletricistas, técnicos de segurança e visitantes utilizam equipamentos verdes, vermelhos, laranja, preto e amarelo, respectivamente. As normas NR 06 e ABNT NBR 8221 não impõem cores, mas definem os padrões de fabricação deste equipamento de proteção individual.

No Brasil, além de seguir a normalização vigente, os fabricantes de capacetes utilizam padrões de qualidade aceitos internacionalmente, usando como matéria-prima o polietileno de alta densidade na produção dos cascos. Esse tipo de plástico, além de suportar impactos, possui combustão lenta, é resistente a raios ultravioleta, à ação da água e tem alta resistência mecânica. O uso eficiente do capacete recomenda que se verifique a presença de selo do INMETRO e se o equipamento está dentro do prazo de validade, o que normalmente é definido pelo fabricante (em média, 5 anos para o casco e 3 anos para a suspensão interna, também conhecida como carneiro). Além disso, não é recomendado que o EPI seja utilizado com bonés e gorros, pois os acessórios diminuem a capacidade de proteção dos capacetes.

Produtividade e economia
Para quem atua no canteiro de obras, é importante destacar que a guarda do capacete, assim como os demais EPIs, é de responsabilidade do trabalhador. Além disso, o colaborador também tem o dever de preservar o equipamento, assim como cuidar da higienização e das condições de uso. Todas as orientações devem ser repassadas ao profissional através de treinamento oferecido pela empresa contratante ou por entidades de classe ligadas à construção civil. O investimento neste tipo de ação melhora a produtividade no canteiro e também influencia no custo da obra, pois previne contra o risco de multas e de paralisação do empreendimento.

Segundo Wilson de Mello Jr., diretor de certificação e desenvolvimento humano da Sobratema (Associação Brasileira de Tecnologia para Construção e Mineração), a ausência de capacitação, treinamento e equipamentos adequados faz com que algumas construtoras cheguem a pagar até R$ 1 milhão por mês em indenizações causadas por acidentes de trabalho. Estudo encomendado pelo Serviço Social da Construção Civil do Estado de São Paulo (Seconci-SP), junto ao Instituto de Ensino e Pesquisa Armênio Crestana (Iepac/Seconci-SP), reforça essa afirmação. Ele revela que contusões, entorses, traumatismos e ferimentos são a causa de 13% do afastamento de trabalhadores da construção civil. O levantamento ocorreu em cima de atestados médicos.

Ainda de acordo com os documentos emitidos, 42,7% se ausentam do trabalho devido a dores e inflamações (musculares, nas costas, ombros, juntas e tendão). Já 10,8% por problemas gastrointestinais, 6,8% por faringites, amigdalites, sinusites, gripes e viroses, 5,5% por doenças do olho, 4,3% por cistos, abscessos, furúnculos e dermatites e 16,9% por outros problemas de saúde.

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Entrevistados
Wilson de Mello Jr., diretor de certificação e desenvolvimento humano da Sobratema (Associação Brasileira de Tecnologia para Construção e Mineração)
Serviço Social da Construção Civil do Estado de São Paulo (Seconci-SP)
Contatos
meccanica@meccanica.com.br
comunicacao@seconci-sp.org.br

Crédito Foto: Divulgação

Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330

Máquinas para concretar dão salto tecnológico

Betoneiras, autobombas, silos, centrais de concreto, minibetoneiras e outros equipamentos para gerar concreto priorizam qualidade e produtividade

Por: Altair Santos

O material mais utilizado em obras tornou-se também protagonista de avanços tecnológicos que envolvem betoneiras, autobombas, silos, centrais, minibetoneiras e outros equipamentos que elevam a produtividade e melhoram o transporte do concreto. Na 9ª Feira M&T Expo 2015, realizada recentemente, em São Paulo-SP, foi possível ver as principais novidades que chegarão ao mercado nacional neste segundo semestre. Entre elas, a betoneira autocarregável C-5000, da Convicta. A nova versão pesa e dosa os agregados, de acordo com o traço do concreto definido em projeto. Também vem com “esterçamento caranguejo”, o qual permite deslocar lateralmente o veículo, facilitando o movimento no canteiro de obras.

Evolução dos equipamentos foi exposta na recente edição da M&T Expo 2015
Evolução dos equipamentos foi exposta na recente edição da M&T Expo 2015

Outro fabricante que mostrou inovações na M&T Expo 2015 foi a suíça Liebherr. A indústria passa a produzir no Brasil, em sua unidade de Guaratinguetá-SP, a autobomba de concreto THP 70 D-C. Com motor diesel, atende os pequenos e médios construtores. Tem capacidade nominal de produção de 70 m³ e coxo de 600 litros. O equipamento é montado sobre caminhão, tem agitador duplo com motorização e fácil acesso para limpeza e manutenção.

A alemã SCHWING-Stetter mostrou na feira a autobetoneira AM10FHC, que é capaz de transportar até 10 m³ de concreto. O tambor é fabricado com aço de elevada resistência abrasiva ao concreto, prolongando a vida útil do equipamento. Já a sueca Scania apresentou novas gerações de caminhões para diversas condições rodoviárias. Entre eles, o P 310 8x4, que tem redução nos cubos dos eixos traseiros e é indicado para operações urbanas. O modelo pode receber caçamba e betoneira. O veículo tem caixa de câmbio automatizada, o que facilita o trabalho do motorista-operador.

Antecipando a Bauma 2016
Outra fabricante de equipamentos para a construção pesada, a alemã MAN (subsidiária Volkswagen) começa a produzir no Brasil sua primeira betoneira automática. O diferencial da máquina está em seus equipamentos de segurança. O caminhão possui um inclinômetro que calcula o ângulo de subida ou de descida, ajustando as trocas de marcha, evitando solavancos e, consequentemente, o risco de derramamento de concreto na pista.

Na MT& Expo, muitos fabricantes de equipamentos procuraram antecipar lançamentos, a fim de alavancar vendas. Máquinas que seriam apresentadas apenas na Bauma 2016, maior feira mundial de máquinas para construção e mineração, foram mostradas ao mercado brasileiro e sul-americano. Um dos motivos é a queda nos negócios, que no Brasil chega a 16% em 2015. Cenário que contrasta, por exemplo, com o expressivo crescimento de 19% registrado nos Estados Unidos e no Japão. Globalmente, o Brasil é o segundo país com o maior decréscimo nos negócios que envolvem este tipo de equipamento. Fica à frente apenas da Rússia, onde as vendas já despencaram 37%.

Entrevistados
Representantes da Convicta, Liebherr, SCHWING-Stetter, Scania e MAN
Contato: meccanica@meccanica.com.br

Crédito Foto: Marcelo Vigneron/M&T Expo 2015

Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330

CBIC cria pacote proativo para alavancar construção

Propostas foram discutidas em evento internacional que ocorreu em Brasília e sugerem regras claras para obras em infraestrutura e retomada do Minha Casa Minha Vida

Por: Altair Santos

O ex-presidente da CBIC (Câmara Brasileira da Indústria da Construção), Paulo Safady Simão, revela que o organismo acaba de propor ao governo um pacote proativo que permita à cadeia produtiva da construção civil retomar o crescimento e, mais que isso, ter avanços sustentáveis e não o “anda e para” ao qual o setor acostumou-se nas décadas passadas e no ciclo recente da economia. “O momento é difícil e complexo para a cadeia produtiva da construção civil, mas o setor já sobreviveu a outros stop and go. Para sair desta nova situação incômoda, estamos propondo a retomada dos pagamentos em dia do Minha Casa Minha Vida e da volta da Lei 8.666, a lei das licitações, em vez do RDC (Regime Diferenciado de Contratação), que já provou ser um equívoco e uma porta aberta para a corrupção em obras”, diz.

Paulo Safady Simão, no M&T Expo 2015: não se pode deixar o Minha Casa Minha Vida morrer
Paulo Safady Simão, no M&T Expo 2015: não se pode deixar o Minha Casa Minha Vida morrer

Segundo Safady, em palestra na feira M&T Expo 2015, entre as primeiras ações está a colocação em dia dos contratos do Minha Casa Minha Vida 2, que têm sofrido atrasos que variam de 60 a 90 dias e já comprometem severamente o orçamento de pequenas e médias construtoras engajadas no programa. “Não podemos deixar morrer esse programa com muito potencial, e que a CBIC, junto com outros setores da construção civil, lutou tanto para que fosse viabilizado. Além disso, proporcionou avanços, como a aceitação, por parte da Caixa Econômica Federal, de 80 sistemas construtivos diferentes, sendo que antes o banco só financiava projetos à base de tijolo sobre tijolo. Sem contar que o Minha Casa Minha Vida propiciou a modernização da normalização, com destaque para a Norma de Desempenho (ABNT NBR 15575)”, afirma o dirigente.

Equívocos e intervencionismo
O ex-presidente da CBIC se diz convicto de que o fim da crise no país passa pela construção. “Todos sabemos que obras de infraestrutura são as que podem impulsionar o crescimento. Mas o governo cometeu muitos equívocos, com excesso de intervencionismo, e causou uma perda de R$ 50 bilhões ao setor. Por isso, realizamos uma série de seminários em Brasília, sobre PPPs (Parcerias Público-Privadas) e concessões, inclusive apresentando modelos consagrados pela CICA (Confederação Internacional das Associações de Construção) e pela FIIC (Federação Interamericana da Indústria da Construção). O documento tirado do encontro foi encaminhado ao governo, com uma série de propostas”, ressalta Safady, referindo-se ao International Meeting: Infrastructure and PPPs, que ocorreu no final de abril de 2015 em Brasília.

O pacote de propostas, frisa Paulo Safady Simão, é proativo e sugere transparência para os processos licitatórios. “A iniciativa privada quer investir, mas precisa ter retorno e condições contratuais sólidas, sem inseguranças jurídicas”, destaca o dirigente, acreditando que se metade do pacote proposto for aceito pelo governo o setor da construção poderá sair da inércia em 2016.

Entrevistado
Engenheiro civil Paulo Safady Simão, ex-presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC)
Contato: comunica@cbic.org.br

Crédito Foto: Divulgação/ M&T Expo 2015

Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330

Invenção alemã, BlingCrete é o concreto que emite luz

Versátil, material pode ser útil em sinalizações, vias urbanas, estações de transporte público, obras de infraestrutura e objetos de design

Por: Altair Santos

Criado na Alemanha, o BlingCrete engloba as qualidades do concreto e ainda é capaz de refletir luz (natural ou artificial). Isso se deve à aplicação de microesferas de vidro no substrato do material, o que o torna ideal para o uso em sinalizações industriais, vias urbanas, estações de transporte público, obras de infraestrutura - túneis, pontes e viadutos -, além de fachadas residenciais e comerciais ou objetos de design. “A principal virtude do BlingCrete é a sua capacidade de retrorreflexão”, diz o arquiteto Thorsten Klooster, que junto com o também arquiteto Clemens Winkler - ambos do departamento de arquitetura da Universidade de Kassel, na Alemanha - criaram o novo concreto.

Aplicação de Blingcrete em túnel alemão: material emite luz captada do sol, economizando energia elétrica
Aplicação de Blingcrete em túnel alemão: material emite luz captada do sol, economizando energia elétrica

A retrorreflexão é o fenômeno óptico que faz a luz incidir sobre a superfície de um material refletivo e retornar à fonte de origem sem perda de luminosidade. Essa capacidade está presente no BlingCrete, que, segundo Thorsten Klooster, abre a possibilidade de várias frentes na arquitetura, no design de interiores e nas áreas de segurança de transporte. “Ele pode se fazer presente em entradas de túneis e em bordas de plataformas de estações de metrô”, diz. Mas a aplicação é praticamente infinita. Tanto que a designer Heike Klussmann juntou-se ao projeto para desenvolver objetos de decoração de interiores, utilizando variadas cores e texturas para o material.

Versátil, mas caro

A versatilidade do BlingCrete se deve ao fato de as microesferas de vidro serem acomodadas em placas pré-fabricadas que utilizam concreto de alto desempenho e, por isso, podem ter uma espessura muito fina, chegando a 7 milímetros. Esse material, quando pronto, serve de revestimento para ser aplicado sobre o concreto bruto ou outras superfícies, como a madeira e o plástico. Por isso, revelou-se um elemento inovador para o acabamento de design de interiores. A ponto de já ter ganhado uma série de prêmios de arquitetura, como o IF Design Award, dentro do Pavilhão de Inovação ABX (Architecture Boston Expo), que ocorre anualmente nos Estados Unidos.

Blingcrete em plataforma de embarque, em uma estação do metrô em Berlim: protótipo à espera de mercado
Blingcrete em plataforma de embarque, em uma estação do metrô em Berlim: protótipo à espera de mercado

O BlingCrete está no mercado desde 2012. No entanto, por ser considerado um material caro, ainda enfrenta restrições. As principais aplicações estão em objetos decorativos. Na área de infraestrutura, alguns protótipos podem ser vistos na Alemanha, mas nada que diga que o material tenha sido absorvido pelo setor. Uma placa do BlingCrete, medindo 1,35 m x 2,80 m, com 30 mm de espessura, custa aproximadamente 230 euros para ser produzida – cerca de R$ 805,00 (8 vezes mais se usasse um concreto convencional).

Em 2015, seus criadores voltaram a expô-lo em eventos globais, desta vez promovendo-o como elemento que se adapta perfeitamente em fachadas de edifícios, funcionando como reforço para a iluminação noturna. Na visão de Thorsten Klooster, o BlingCrete se tornará mais consumido conforme as construções sustentáveis forem conquistando espaço nos ambientes urbanos. “É o revestimento do futuro”, garante.

Entrevistado
Arquiteto Thorsten Klooster, professor do departamento de arquitetura e engenharia da Universidade de Kassel, na Alemanha (por email)

Nos elementos de decoração, BlingCrete serve como revestimento
Nos elementos de decoração, BlingCrete serve como revestimento

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Crédito Foto: Divulgação/Blingcrete

Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330

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Por: Altair Santos
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Entrevistado
Administrador de empresas Luiz Gaziri, atualmente é palestrante, consultor e professor de graduação, pós-graduação e MBA na FAE Business School, em Curitiba-PR

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Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330

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