Ranking mostra cidades mais inteligentes do Brasil

Rio de Janeiro, São Paulo, Belo Horizonte, Brasília e Curitiba encabeçam lista de metrópoles que adotam princípios inovadores em gestão urbana

Por: Altair Santos

O Brasil ganhou seu primeiro ranking de cidades inteligentes. A lista mapeou 700 municípios para poder classificar os 50 mais desenvolvidos, e que atendem a maioria dos seguintes quesitos: mobilidade, urbanismo, economia, meio ambiente, energia, tecnologia e inovação, saúde, segurança, educação, governança e empreendedorismo. O Ranking Connected Smart Cities é considerado um ponto de partida para que as cidades brasileiras possam alcançar padrões internacionais de “cidades inteligentes”. No ranking, as cinco cidades que encabeçam a lista são Rio de Janeiro-RJ, São Paulo-SP, Belo Horizonte-MG, Brasília-DF e Curitiba-PR.

Cidades inteligentes devem atender quesitos em mobilidade, urbanismo, meio ambiente, energia e tecnologia e inovação
Cidades inteligentes devem atender quesitos em mobilidade, urbanismo, meio ambiente, energia e tecnologia e inovação

Segundo o presidente da Urban Systems, Thomaz Assumpção, o projeto serve para despertar no poder público e na iniciativa privada novas maneiras de perceber as cidades. “É preciso que representantes tenham consciência dos investimentos e aprimoramentos que devem ser realizados nas diversas áreas mapeadas, pois a questão das cidades é uma das principais pautas da atualidade. É a partir delas que vamos buscar reduzir o consumo dos recursos naturais, minimizando custos e melhorando a vida das pessoas”, afirma, destacando que as capitais brasileiras estão mais sintonizadas com os conceitos de cidades inteligentes do que municípios do interior.

Das dez cidades que lideram o ranking, nove são capitais e apenas São Caetano do Sul, no ABC paulista, surge no topo da lista representando cidades com menos de 200 mil habitantes. O alto IDH (Índice de Desenvolvimento Humano), considerado o 1º do país, e boas políticas de segurança pública destacam o município paulista. No entanto, boa parte das metrópoles brasileiras com vocação para cidades inteligentes o faz por ter conseguido avanços em obras de mobilidade urbana. É o caso do Rio Janeiro, cujos projetos vinculados aos jogos olímpicos de 2016 tiveram peso significativo para que ocupasse o primeiro lugar. Entre eles, destacam o Porto Maravilha e a linha 4 do metrô – hoje o maior projeto de mobilidade urbana do país.

Além dos serviços públicos básicos
Reforma no plano diretor da cidade e investimento em modais alternativos, como ciclovias, fizeram São Paulo aparecer em segundo lugar no ranking de cidades inteligentes do Brasil. Já Belo Horizonte ocupa o terceiro lugar por causa de investimentos em projetos de BRT (Bus Rapid Transit) e também pelas intervenções na área de saneamento básico. Avançando na linha do empreendedorismo, Brasília começa a instalar um dos mais complexos parques tecnológicos do país, cuja finalidade é desenvolver pesquisas na área de medicina e biodiversidade. Esse projeto colocou a capital federal em 4º lugar no ranking.

Curitiba surge na 5ª colocação do Connected Smart Cities pelo legado em transporte público e pelas ações na área de educação. A capital paranaense também foi bem ranqueada pelas iniciativas em empreendedorismo digital. Aliás, a conexão de cidades com a Tecnologia de Informação e com o mundo digital também permitiram que Florianópolis, Porto Alegre e Recife aparecessem entre as dez cidades melhor posicionadas na lista. A capital pernambucana, por exemplo, é uma das que mais tem pontos livres de acesso à internet em áreas públicas. “Cidades inteligentes devem ir além dos serviços públicos básicos. Elas precisam fazer com que seus cidadãos aprendam a pensar. Para isso, têm que estar atentas aos avanços tecnológicos”, alerta Thomaz Assumpção.

No mundo, as principais cidades inteligentes são Barcelona, Estocolmo, Seul, Cingapura e Londres.

Acesse o Ranking Connected Smart Cities
http://issuu.com/connectedsmartcities/docs/cat__logo_connected_smart_cities_20

Entrevistado
Engenheiro civil Thomaz Assumpção, presidente da Urban Systems (via assessoria de imprensa)
Contatos
contato@urbansystems.com.br

Crédito Foto: Divulgação

Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330

Europa abre portas do futuro para a construção civil

BATIMAT de Paris mostrou novas tendências, que priorizam projetos, conceitos de sustentabilidade e edificações que geram a própria energia

Por: Altair Santos

A BATIMAT, realizada no começo de novembro de 2015, em Paris, é referência mundial em termos de inovações voltadas para o segmento de materiais, sistemas e projetos para a construção civil. Bianual, neste ano ela foi mais que um evento para expor produtos. Por causa da COP 21 (Conferência Mundial Sobre o Clima), que acontece de 30 de novembro a 11 de dezembro na capital francesa, a BATIMAT agregou dois importantes seminários à feira: INTERCLIMA + ELEC e IDEOBAIN. O primeiro, criado para debater como as construções podem ser menos agressivas ao clima e como podem gerar conforto térmico; o segundo, para abordar o reúso da água consumida em casa, para fins não potáveis.

Batimat, em Paris: referência mundial em inovações para a construção civil
Batimat, em Paris: referência mundial em inovações para a construção civil

Os debates abrangeram quatro grandes temas na BATIMAT: “A digitalização da construção”, “O desempenho e a eficiência energética”, “O homem e a construção”, e “Da construção à cidade conectada”. O que eles quiseram mostrar é que não se pode mais projetar uma edificação sem o auxílio de softwares, caso a intenção seja criar prédios sustentáveis. Os palestrantes mostraram que a opção por sistemas construtivos e a escolha dos materiais devem estar de acordo com zonas climáticas, insolação do terreno e perfil do público que irá ocupar o prédio ou a casa. Produtos com soluções pré-fabricadas, capazes de agrupar várias tarefas e economizar tempo e mão de obra, também tendem a ocupar maior espaço nos empreendimentos.

Concreto translúcido
Na feira francesa, foi mostrado que as edificações deverão ser construídas sobre um tripé: qualidade do projeto, conceitos de sustentabilidade e tecnologia. Os empreendimentos deverão ser capazes de gerar parte da energia que consomem e de realizar a gestão da água. Desempenhos térmicos e acústicos estarão ligados a centrais inteligentes, que também conectarão a casa ao entorno urbano, seja no quesito segurança ou na questão da mobilidade. Tudo coordenado pela Tecnologia da Informação.

Durante os cinco dias da BATIMAT, milhares de visitantes passaram pela feira, em Paris
Durante os cinco dias da BATIMAT, milhares de visitantes passaram pela feira, em Paris

São inovações que já começam a ser realidade em obras no Brasil e no mundo, e que tendem a se popularizar na construção civil. No entanto, os debatedores deixaram claro: para que esses avanços se concretizem, toda a cadeia produtiva do setor deverá estimular departamentos de P&D (Pesquisa e Desenvolvimento).

Um dos produtos inovadores apresentados na BATIMAT foi o concreto translúcido preenchido por fibras ópticas. O material, que até então estava limitado ao campo da pesquisa, entrou no mercado a partir da feira francesa. Os fabricantes que estavam expondo no evento ofereceram paredes pré-fabricadas de concreto translúcido, com a finalidade de gerar luz interna a baixíssimo custo. Os elementos funcionam como peças decorativas e fonte de energia, e foram destaque dentro do estande chamado Planète Beton (Planeta Concreto). O espaço concentrou as novidades relativas ao material e teve grande concentração de produtos que estimulam a construção industrializada.

 

Paralelamente à BATIMAT aconteceu a INTERCLIMA+ELEC, voltada para construções que se adaptem às mudanças climáticas
Paralelamente à BATIMAT aconteceu a INTERCLIMA+ELEC, voltada para construções que se adaptem às mudanças climáticas

Entrevistado
Reed Exposition, promotora da BATIMAT (via assessoria de imprensa)
Contato: beatrice.panizza@reedexpo.fr

Créditos Fotos: Divulgação/BATIMAT

Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330

Hotel em Copenhague leva concreto pré-fabricado ao limite

Na Dinamarca, construção do Bella Sky, com suas duas torres inclinadas, desafiou construção industrializada e consumiu 20 mil m³ de concreto

Por: Altair Santos

Na Dinamarca, a construção industrializada do concreto foi submetida a um de seus mais rigorosos testes, e passou com louvor. O hotel Bella Sky, inaugurado em 2011 em Copenhague, foi construído totalmente com estruturas pré-fabricadas, incluindo paredes de concreto. O desafio da obra foi viabilizar duas torres com inclinação de 15° que, juntas, formam um complexo com formato em “V”. Segundo o engenheiro estrutural, Kaare K. B. Dajhl, responsável pela obra, a opção pelo pré-fabricado foi importante para que as peças fossem perfeitamente construídas. Cada prédio tem 76,5 metros de altura e todo o complexo consumiu 7.100 elementos pré-fabricados, onde o peso das peças maiores chegou a 15 mil quilos. O volume de concreto empregado na obra foi de 13 mil m³ e mais 7.200 m³ aplicados nas fundações.

Bella Sky: construção utilizou 7.100 elementos pré-fabricados de concreto
Bella Sky: construção utilizou 7.100 elementos pré-fabricados de concreto

Kaare K. B. Dajhl disse que não teria sido possível projetar um edifício com essa complexidade sem o uso do BIM (Building Information Modeling). “Quando uma estrutura desta natureza é projetada, é impossível obter uma boa compreensão sem um modelo 3D. Neste caso, o BIM foi usado extensivamente para decidir e compreender como a estrutura de apoio iria transferir as vastas forças para a fundação”, explicou. O uso do modelo não envolveu apenas a equipe de projetistas e de engenheiros da construtora Ramboll – responsável pela obra. Todo o sistema foi compartilhado com as concreteiras contratadas, os fabricantes de aço, de estruturas pré-moldadas e os demais prestadores de serviço ligados à execução do empreendimento. “A comunicação foi um dos alicerces desta obra”, completou o engenheiro.

 

Concreto sob tensão

Fase de construção do Bella Sky: paredes de concreto e uma nova técnica de trabalhar o concreto
Fase de construção do Bella Sky: paredes de concreto e uma nova técnica de trabalhar o concreto

O modelo estrutural básico do empreendimento utilizou paredes pré-moldadas carregadas verticalmente, combinadas com lajes alveolares e vigas e pilares pré-fabricados. O uso de elementos pré-fabricados implicou na necessidade de transferir os esforços através das ligações entre os elementos. A grandiosidade dos esforços resultou em altas taxas de armadura e na necessidade de reprojetar os detalhes usuais de ligação entre peças pré-moldadas. “O projeto impôs uma nova maneira de trabalhar com o concreto armado. As tensões sobre a estrutura inclinada foram sem precedentes, o que apelou para uma nova maneira de criar cargas em estruturas de concreto. O reforço necessário para garantir a estabilidade e a transferência de forças nesse projeto é algo que nunca havíamos feito. Por isso, sem um projeto em BIM não teríamos como viabilizá-lo”, disse Kaare K. B. Dahl.

O engenheiro-projetista esteve recentemente palestrando no Brasil sobre os desafios da construção do Bella Sky, do grupo Marriott. Para Kaare K. B. Dahl, as torções a que o concreto foi submetido só foram possíveis por que houve a opção pelo pré-fabricado. "No exterior, um edifício como o Bella Sky normalmente seria construído usando concreto pré-moldado in loco, aço ou uma construção mista (aço e concreto). Na Dinamarca, temos uma tradição para a utilização de unidades de concreto pré-fabricado. Isso resulta em menos falhas nas unidades individuais e é muito mais confortável para trabalhar. Com uma geometria tão complexa, no entanto, foi um grande desafio colocar esse quebra-cabeça de concreto em pé, montando as peças adequadamente e tornando o edifício viável", afirmou.

Kaare K.B. Dahl: sem BIM, construção seria inviável
Kaare K.B. Dahl: sem BIM, construção seria inviável

Entrevistado
Engenheiro de estruturas Kaare K.B. Dahl, mestre, Ph.D e gerente de projeto sênior da construtora dinamarquesa Ramboll
Contatos
kbd@ramboll.dk
www.ramboll.dk
info@ramboll.com

Créditos Fotos: Divulgação/Ramboll

Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330

Bons projetos devem praticar gentileza urbana

Conceito adotado pela arquitetura define obras privadas que agregam intervenções para favorecer o urbanismo e o paisagismo em seu entorno

Por: Altair Santos

A gentileza urbana é um conceito amplo. Agrega iniciativas que podem ir desde dispor livros para outras pessoas, enquanto elas aguardam em um ponto de ônibus, até unir um grupo de voluntários para limpar pichações. Na arquitetura, porém, o termo é mais específico. Define obras privadas que agregam intervenções para favorecer o urbanismo e o paisagismo público em seu entorno. Por princípio, somente empresas e empreendedores podem promover gentileza urbana. “Obras executadas pelo poder público, seja municipal, estadual ou federal, não se enquadram neste conceito para não ganharem cunho político”, explica a arquiteta Rose Guedes, presidente da IAB-MG e vice-presidente extraordinária do IAB (Instituto de Arquitetos do Brasil).

Praça da Estação, em Belo Horizonte: projeto contemplou a gentileza urbana e foi premiado pelo IAB em 2009
Praça da Estação, em Belo Horizonte: projeto contemplou a gentileza urbana e foi premiado pelo IAB em 2009

O IAB possui até um prêmio que escolhe anualmente as melhores ações praticadas no país. Um prédio que agrega uma praça ao seu projeto paisagístico, e a torna um espaço público, está praticando gentileza urbana. Em tempos de sustentabilidade, uma construção que capta água da chuva e fornece parte do que é armazenado para regar um espaço público também age com gentileza urbana. Um exemplo recente foi contemplado no projeto paisagístico de Benedito Abbud para o edifício Simphonia WOA Beiramar, em Florianópolis-SC. O empreendimento revitalizou e humanizou parte da rua Rui Barbosa, no bairro Agronômica. Além de nova pavimentação, nova sinalização horizontal da via (faixas de pedestres, lombada e ciclovia) e novas calçadas, o trecho ganhou novo passeio público e ajardinamento.

Compromisso do arquiteto
Há outros casos de ações privadas que adotaram espaços públicos, promovendo a revitalização paisagística e até conceitual. A praça da Estação, em Belo Horizonte-MG, é um exemplo deste tipo de gentileza urbana, e que em 2009 foi premiada pelo IAB. Os parklets – minipraças que proliferam nas grandes metrópoles, substituindo vagas para carros estacionarem – também se enquadram no conceito de gentileza urbana, pois normalmente são empreendimentos promovidos pela iniciativa privada, com a concessão do poder público. Já os shopping centers, na opinião de Rose Guedes, surgem como a antítese da gentileza urbana. “Eles, na verdade, são um descompromisso com a cidade”, avalia, citando que atualmente a referência mundial da gentileza urbana concentra-se principalmente no trabalho do italiano Renzo Piano.

Rose Guedes, do IAB: não deve existir lei para impor a gentileza urbana
Rose Guedes, do IAB: não deve existir lei para impor a gentileza urbana

Rose Guedes lembra ainda que todo arquiteto deve ter compromisso com a gentileza urbana. “O arquiteto quando faz um projeto, por natureza, tem que ser gentil com a cidade e com quem vive na cidade”, diz. A especialista lembra ainda que não cabe lei para caracterizar uma gentileza urbana. A partir do momento que se tentar legislar sobre uma ação que deve ser voluntária, ela (a gentileza urbana) se descaracteriza. “Não existe lei para isso. Existe incentivo, estímulo, campanhas, mas não existem leis e nem acho que devam existir leis para isso. Tem que ser voluntário, um trabalho de conscientização social, um trabalho de generosidade que as pessoas devem ter, independentemente de leis”, afirma, lembrando que Oscar Niemeyer, ao projetar Brasília, demonstrou esse compromisso do arquiteto.

Entrevistada
Rose Guedes é arquiteta, presidente do IAB-MG, vice-presidente extraordinária do IAB e conselheira do CAU-BR
Contato: roseguedes8@gmail.com

Créditos Fotos: Divulgação/IAB-MG

Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330

Globalizados, novos termos definem perfil das empresas

Nomenclatura importada dos Estados Unidos ajuda a mudar conceitos de gestão organizacional e de metodologias de recursos humanos no Brasil

Por: Altair Santos

Sua empresa recorre a especialistas em headhunting? Busca consultoria em outplacement? Ao contratar, pratica assessment? Há estímulo para que os colaboradores busquem coaching? E mentoring, sua empresa tem? O que dizer de job rotation e interim management? Já houve um turnaround em sua empresa? Existe o interesse em formar team building na corporação? Se alguns destes termos já foi praticado pela companhia, é sinal de que ela está sintonizada com as tendências mundiais. Caso contrário, é possível que precise rever conceitos sobre gestão organizacional, principalmente na área de recursos humanos (RH).

Simone Turra: empresas nacionais já assimilaram essas nomenclaturas
Simone Turra: empresas nacionais já assimilaram essas nomenclaturas

Segundo a especialista em orientação de carreiras, Simone Turra, essa profusão de conceitos em inglês no ambiente corporativo se deve ao fato de as teorias de administração, em grande parte, nascerem nos Estados Unidos. Além disso, o inglês, globalmente, é a língua dos negócios. “Os termos em inglês utilizados na área de RH se dão pelo fato de que muitas das políticas, métodos ou serviços de recursos humanos são oriundos destes mesmos mercados internacionais, principalmente o norte-americano, que sempre se mostrou de vanguarda neste segmento”, diz.

Hoje, esses termos não se limitam às empresas multinacionais. Já existe um bom número de companhias nacionais que também passaram a utilizá-los. “O trânsito de pessoas de RH entre empresas nacionais e multinacionais equilibrou o conhecimento das tendências internacionais de RH, fazendo com que as empresas nacionais assimilassem as nomenclaturas. Além disso, alguns serviços de RH foram literalmente importados. Não existiam como conhecimento em nosso mercado e, consequentemente, não tinham tradução adequada, o que fez com que a expressão em inglês permanecesse e a nacionalização de nomenclatura não ocorresse”, explica Simone Turra.

Atenção, candidatos
Além do RH das corporações, muitos destes termos são utilizados também por empresas de recrutamento, principalmente pelas que selecionam cargos de liderança. “Tal serviço é baseado em uma estrutura vinda dos Estados Unidos, chamada de executive search. Este trabalho tem como principal agente o headhunter (caçador de talentos) que se torna especialista em fazer networking (relacionamentos profissionais) e acompanhar a carreira dos executivos, podendo intermediar encontros entre profissionais e empresas”, afirma a especialista, alertando ser importante que candidatos a vagas em empresas com RH globalizado conheçam essa nomenclatura. “Se não os termos usados pela área de RH, pelo menos os termos utilizados na área em que atua”, destaca.

Ainda de acordo com Simone Turra, essas nomenclaturas e conceitos melhoram a performance organizacional das empresas, além de garantir crescimento profissional e alinhamento de carreira aos colaboradores. Para ela, qualquer corporação que queira garantir diferencial competitivo deve investir em seu RH como área, de forma que os colaboradores desenvolvam as competências necessárias para que a empresa se destaque e consiga concorrer no mundo globalizado.

Veja o que significam alguns dos termos mais usados nas empresas com RH globalizado:

Headhunting
É o processo em que uma empresa especializada recruta e seleciona no mercado de trabalho um profissional com o perfil definido para um determinado cargo. Atenção: essa definição é especificada pela empresa interessada em preencher uma vaga. Diferente do que muitos pensam, o Headhunter – consultor especializado ou “caça- talentos”- não trabalha para o candidato, buscando vagas para ele. É o contrário, ele trabalha para as empresas que querem acertar em cheio nos profissionais mais adequados para as suas necessidades. O processo de Headhunting costuma ser chamado de executive search quando a busca se refere aos níveis de gestão de uma empresa.

Outplacement
Assim que um profissional é desligado de uma empresa, consultorias de outplacement o acolhem, desde o momento da sua demissão, para orientá-lo sobre a melhor maneira de recomeçar, aconselhando e auxiliando no redirecionamento da sua carreira como executivo, empresário ou mesmo para aposentadoria. Outplacement e recolocação no mercado de trabalho, no Brasil, são geralmente serviços semelhantes, mas no caso do outplacement quem remunera a prestadora de serviço é a empresa que demitiu o funcionário e, no caso da recolocação, quem remunera a prestadora costuma ser o próprio profissional.

Assessment
Assessment significa avaliação de perfil profissional. É um processo utilizado cada vez mais nas organizações que identifica e avalia as competências e potenciais dos colaboradores, por meio de testes e técnicas próprias. A condução geralmente é feita por profissionais especializados e certificados, sejam eles da mesma empresa ou de empresas contratadas. Esse processo estruturado e controlado pode ajudar no plano de carreira de um profissional, que analisa quais competências já estão mais desenvolvidas e quais competências ainda podem ser aprimoradas.

Coaching, Coach e Coachee
É o processo em que um profissional foca em desenvolver e potencializar as competências que mais lhe faltam ou nas quais ele tem dificuldade, como, por exemplo, paciência, pró-atividade, flexibilidade. Por isso, coach é o profissional que aplica o coaching. Ele deve ser treinado e qualificado para isso. Existem diversos cursos de formação extremamente respeitados pelo mundo, que emitem certificados e garantem a qualidade do processo. Já coachee é o profissional que recebe o coaching.

Mentoring
Geralmente é traduzido como tutoria, mentoria ou apadrinhamento. É um método profissional de desenvolvimento. Um mentor - normalmente alguém com mais experiência na mesma área de atuação - passa conhecimento, dicas e conselhos com o objetivo de orientar o profissional menos experiente.

PNL (Programação Neurolinguística)
É um processo educacional sobre como usar melhor o nosso cérebro, ou seja, nos ajuda a captar e registrar informações, que vão desde estruturação e processamento destas informações, através dos cinco sentidos. A partir disso, o cérebro mantém e produz padrões de pensamentos, comportamentais, emocionais e comunicacionais apresentados de forma consciente ou inconsciente em nosso dia a dia.

Job Rotation
Movimentação onde o profissional, para aprender mais sobre um negócio, passa por diversas áreas de uma empresa. Desta maneira, passa a entender não somente os processos e rotinas como também os diferentes pontos de vista e interfaces. O Job Rotation geralmente é uma movimentação lateral, não implicando necessariamente em promoções.

Interim Management
É uma solução na qual executivos e gestores assumem, por um período de tempo limitado (interinos), o controle executivo de um ou vários departamentos de uma organização. Podem ser tarefas gerenciais típicas ou a gestão de situações para as quais as empresas não têm recursos humanos especializados. Geralmente, o gestor interino (Interim Manager) retira-se da empresa ou retorna às suas funções normais, assim que o período e o objetivo proposto forem cumpridos.

Team Building
Conjunto de atividades que reforça, desenvolve o conhecimento e cria laços relacionais mais profundos entre membros de uma empresa. O objetivo dessa prática é alcançar melhores níveis de produtividade e satisfação das equipes no desempenho de suas funções. O team building é cada vez mais importante no desenvolvimento de equipes de alta performance.

Turnaround
Frequentemente traduzido como “virar o jogo” ou “dar a volta”, é um conceito de gestão estratégica utilizado para alterar o rumo de uma empresa que, muitas vezes, está estagnada ou em declínio. Trata-se, portanto, de um redirecionamento estratégico e operacional. Costuma ser um processo complexo e arriscado, uma vez que pode exigir soluções incomuns e radicais, levando em conta as condições financeiras, culturais e tecnológicas de uma organização, além do contexto em que está inserida.

Entrevistada
Psicóloga Simone Turra, com MBA em gestão comercial e especializada em orientação de carreira. Atualmente, dirige a 4 Search
Contatos
simone@4search.com.br
www.4search.com.br

Crédito Foto: Divulgação

Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330

Sustentabilidade surpreendeu engenharia brasileira

Na mais recente edição da Feicon Batimat NE, André Montenegro de Holanda, presidente do Sinduscon-CE, tocou em temas polêmicos do setor

Por: Altair Santos

Na Feicon Batimat Nordeste, que aconteceu de 21 a 23 de outubro, um dos seminários que mais concentrou as atenções foi o que tratou dos rumos da engenharia e da arquitetura no país. Ele atraiu, além de engenheiros civis e arquitetos, projetistas, construtores, professores, peritos e responsáveis por controle e qualidade. A questão central concentrou-se nas novas demandas que se impõem aos profissionais, como construção sustentável, Norma de Desempenho, novos sistemas construtivos, produtividade, mecanização do canteiro de obras, BIM e outras inovações que redefinem as profissões. Usando-as como referência, o engenheiro civil e presidente do Sinduscon-CE, André Montenegro de Holanda, foi taxativo: os conceitos de sustentabilidade estão obrigando a engenharia a se reinventar. Confira a entrevista:

André Montenegro de Holanda: “Nossa engenharia precisa se reinventar”
André Montenegro de Holanda: “Nossa engenharia precisa se reinventar”

Recentemente, o senhor palestrou na Feicon Batimat Nordeste sobre os novos rumos da engenharia. Que rumos seriam esses?
A nossa engenharia precisa se reinventar. Nós tivemos um grande boom nos últimos anos e descobrimos que a nossa engenharia está defasada no comparativo com países mais desenvolvidos, principalmente no que se refere à produtividade. Precisamos reinventar também a forma de financiamento de imóveis. Não podemos ficar alicerçados apenas nos financiamentos da Caixa (Econômica Federal), que dependem da poupança. Como a poupança no momento está ruim, reflete no financiamento.

As mudanças que se impõem à engenharia se dão, principalmente, em quais aspectos?
Nos aspectos de grande produtividade, na implantação de novas tecnologias construtivas, novos materiais, materiais inovadores e treinamento de mão de obra. Nossa mão de obra é muito desqualificada para enfrentar esses desafios. E volto a bater nesta tecla: buscar novas formas de financiamento do mercado imobiliário. Precisamos testar novas fórmulas, verificar modelos de outros países para implantar aqui.

Tecnicamente, com o surgimento de novas tecnologias, produtos e sistemas, construir tende a ficar mais caro ou mais barato no futuro?
Com certeza, mais barato, pois vai aumentar a produtividade. Precisamos de novos equipamentos também para construir com velocidade. Além disso, é fundamental treinar a mão de obra e adequá-la às novas tecnologias.

A engenharia tem sempre um aspecto social embutido, pois envolve oferecer bem-estar e qualidade de vida às pessoas. O senhor entende que os engenheiros têm consciência deste papel ou a corrida pela obra lucrativa ofuscou isso?
Hoje em dia, o que acontece: as empresas que não pensam em sustentabilidade ambiental acabam surpreendidas, ou seja, empresas que não atendem esses quesitos estão fadadas a não ter seus projetos aprovados. Tem que preparar os engenheiros e os arquitetos a pensar em como fazer, quais materiais usar e como aplicá-los. Essa consciência está mudando, por que se trata de um valor intangível para o cliente. Ele vê com bons olhos as empresas que adotam essas boas práticas.

Sob o aspecto de formação acadêmica, a engenharia também se impõe descobrir novos rumos?
Não tenho dúvidas. Mesmo porque, é preciso concentrar o foco na sustentabilidade. A construção civil ainda consome muito material, muita energia, quando a demanda atual pode construir com energia renovável e fazer reúso da água - hoje bens escassos. Há dez anos, tínhamos grande desperdício de materiais. Com as novas técnicas, com o reaproveitamento de materiais, com a reciclagem, com o reúso, com técnicas que geram menos resíduos, o desperdício diminuiu consideravelmente. Isso precisa ser assimilado pelos acadêmicos.

Qual o papel dos Sinduscon’s espalhados pelo país à frente desta transformação?
Os Sinduscon’s são instituições representativas do setor da construção frente aos mais diversos organismos públicos. Eles discutem leis, discutem planos diretores e promovem o entendimento entre as empresas, além de fomentar pesquisas e dar treinamento, como ensinar os engenheiros a serem gestores. Então, os Sinduscon’s estão muitos fortes, tanto na defesa do setor quanto no treinamento, além de contribuir com a sociedade em algumas campanhas, mostrando que o organismo extrapola a atuação meramente para seus associados.

O senhor avalia que a operação Lava-Jato deve influenciar na forma como a engenharia passará a se relacionar com o poder público?
A Operação Lava-Jato é uma operação muito interessante, mas na verdade a operação nada mais é que uma operação que busca a ética dentro do setor, dentro dos relacionamentos do poder público com a iniciativa privada. Acredito que ela vem realmente trazer uma esperança para que as coisas caminhem como têm que caminhar: eticamente, com preços justos, com a sociedade ganhando, as empresas ganhando. Ela vem fazer um contraponto ao que estava acontecendo.

O senhor é a favor de que o mercado de engenharia no Brasil se abra para empresas estrangeiras?
Eu acho que com o mundo globalizado a gente ganha. Vem empresas de fora compartilhar tecnologias, e vice-versa. Não sou contrário à abertura, desde que seja em condições iguais. Não gosto de reserva de mercado, não.

A reserva de mercado das grandes obras nacionais para empresas brasileiras não compromete a concorrência e a possibilidade do país absorver novas tecnologias construtivas?
Concordo. É igual à época em que o governo brasileiro, na época do Collor (ex-presidente Fernando Collor) chamava os nossos carros de carroças. Depois passamos a construir carros com novas tecnologias, passamos a exportar e concorrer lá fora. Então, se trouxermos empresas para cá, com novas tecnologias, isso pode se repetir na construção civil.

De que forma a atual crise que o Brasil vive vai afetar os rumos da engenharia nacional?
É interessante, porque numa época de crise as pessoas que não baixam a cabeça, que enfrentam a crise de cabeça erguida, e que vão atrás de soluções alternativas, encontram soluções de baixo custo, buscam novas formas de financiamento, pesquisam, repensam suas empresas, fazem diferente, saem da zona de conforto e enfrentam a crise.

Entrevistado
Engenheiro civil e presidente do Sinduscon-CE, André Montenegro de Holanda
Contato: andremontenegro@morefacil.com.br

Crédito Foto: Divulgação

Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330

Nova catedral em Belo Horizonte resgata Niemeyer

Um dos últimos projetos do arquiteto, que morreu em 2012, está em obras em Belo Horizonte. Construção é fiel aos seus traços e ao concreto

Por: Altair Santos

Quando ficar pronta, a Catedral Cristo Rei será mais do que um símbolo da fé dos mineiros. Em construção desde 2013 em Belo Horizonte-MG, a obra é também herança do legado arquitetônico deixado por Oscar Niemeyer. O projeto da igreja é um dos últimos concebido por ele antes de morrer, em 2012. Fiel aos traços do arquiteto, e consequentemente ao concreto, a catedral é o 17º templo religioso projetado por Niemeyer. Ainda que ateu declarado, a projeção de sua carreira profissional começou com a construção de uma igreja: a capela da Pampulha, nos anos 1940.

Maquete da Catedral Cristo Rei, em BH: projeto original de Niemeyer foi preservado
Maquete da Catedral Cristo Rei, em BH: projeto original de Niemeyer foi preservado

A Catedral Cristo Rei não deixa dúvidas de que o concreto será o elemento principal da obra. A cargo da empreiteira Mendes Júnior, o templo já consumiu 8 mil m³ do material, somente para a etapa das fundações e consolidação dos três pavimentos, além de 600 toneladas de aço. A edificação terá 100 metros de altura quando pronta, tornando-se uma das mais altas do país. Para sustentar o templo, 600 estacas de concreto, com 15 metros de profundidade cada uma, estão encravadas no solo. Estima-se que outros 10 mil m³ de concreto sejam consumidos até a consolidação da obra.

Ao custo aproximado de R$ 100 milhões, a catedral é financiada pela Arquidiocese de Belo Horizonte, que arrecada recursos através de doações. “O ritmo da obra depende das doações, mas a Arquidiocese de Belo Horizonte espera inaugurá-la em 2021, ano de seu centenário”, diz dom Walmor Oliveira de Azevedo, o arcebispo metropolitano de Belo Horizonte, e que conta como Oscar Niemeyer projetou a catedral. “Em 2005, o arcebispo procurou o arquiteto Oscar Niemeyer e solicitou uma concepção arquitetônica. Foi prontamente atendido e cinco anos depois, em 2010, ele apresentou o projeto da Catedral Cristo Rei”, revela.

Capa de livro
Com capacidade para receber cinco mil fiéis, a Catedral Cristo Rei terá uma esplanada para 15 mil pessoas, denominada de Praça das Famílias. O complexo contará ainda com um altar externo, coberto por uma concha acústica, adequada para celebrações e também para apresentações artísticas. A dimensão da obra faz sentido, já que a Arquidiocese de Belo Horizonte engloba, além de Belo Horizonte, mais 27 municípios da região metropolitana da capital mineira. Até agora, 25% do dinheiro necessário para viabilizar a obra já foi conseguido. Cada doador terá seu nome escrito e um imenso rosário de pedra que ficará no chão da esplanada.

Etapa das fundações da nova catedral já consumiu 8 mil m³ de concreto
Etapa das fundações da nova catedral já consumiu 8 mil m³ de concreto

Um desenho da Catedral Cristo Rei ilustra a capa do livro lançado em 2011 por Oscar Niemeyer, onde ele mostra todos os templos religiosos que projetou. Em As Igrejas de Oscar Niemeyer, ele relata de onde veio a paixão por esse tipo de construção. “Nasci em uma família muito religiosa. Meu avô era religioso. Na casa onde eu morei, tinha cinco janelas, uma delas transformada em oratório pela minha avó. Tinha missa lá em casa. Era uma coisa muito natural”, conta. Por isso, o arquiteto sempre recebeu propostas para elaborar projetos de igrejas. Há ainda dois que não saíram do papel: uma mesquita em Argel, capital da Argélia, e uma capela em Potsdam, na Alemanha.

Saiba mais sobre a Catedral Cristo Rei: www.catedralcristoreibh.com.br

Entrevistado
Arquidiocese de Belo Horizonte (via assessoria de imprensa)
Contato: imprensa@arquidiocesebh.org.br

Créditos Fotos: Divulgação/Cúria Metropolitana de BH

Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330

Construtoras de SC se unem para reduzir custo da obra

Em Joinville, 44 empresas participam de rodadas de negociações para viabilizar novos empreendimentos ou concluir construções em andamento

Por: Altair Santos

Lideradas pelo SindusCon e pela Acomac de Joinville, 44 construtoras do norte de Santa Catarina decidiram unir esforços para negociar serviços, preços, condições e prazos com fornecedores. O objetivo: reduzir o custo das obras, sem perder qualidade. A rodada de negociações, realizada dentro da InterCon (Feira e Congresso da Construção Civil), que aconteceu em Joinville-SC de 21 a 24 de outubro de 2015, atraiu 57 fabricantes da cadeia produtiva da construção civil.

Rodada de negociações em Joinville: alternativa para combater viés de inflação alta e baixa atividade econômica
Rodada de negociações em Joinville: alternativa para combater viés de inflação alta e baixa atividade econômica

Para o presidente do SindusCon Joinville, Vanderlei Buffon, além de viabilizar obras, as negociações também beneficiam o consumidor final. “Com certeza, toda a redução de custos que as construtoras e incorporadoras conseguirem, elas acabarão repassando para seus clientes. Isso reflete em toda a cadeia, pois com preços mais competitivos, as construtoras aumentam o volume de vendas”, analisa o dirigente. Para Sônia Chaves, da Hatus Construtora e Incorporadora, a rodada foi positiva. “Abrimos várias frentes de negócios”, disse.

Já Gustavo de Borba, do Grupo Estrutura - construtora voltada para empreendimentos de alto padrão em Joinville -, o que surpreendeu foi a quantidade de empresas que a rodada atraiu. “Conversamos com muitos fornecedores, especialmente de outras regiões do estado. Todos atenderam o que precisamos”, disse.

Gerador de oportunidades

Encerrada a InterCon, a rodada prosseguirá para que as parcerias efetivamente se concretizem. O modelo, se bem-sucedido, tende a ser implantado em outras regiões de Santa Catarina. Por enquanto, segundo Vanderlei Buffon, não há como estimar o volume de negócios fechados, mas o evento já pode ser considerado um sucesso por ter aproximado a cadeia produtiva. “O evento foi mais uma apresentação de produtos e um gerador de oportunidades de prospecção. No futuro, quando os negócios realmente forem concretizados, poderemos avaliar o resultado final”, afirmou.

Vanderlei Buffon, presidente do SindusCon Joinville: reflexo em toda a cadeira produtiva da construção civil
Vanderlei Buffon, presidente do SindusCon Joinville: reflexo em toda a cadeira produtiva da construção civil

Essa rodada de negociações atraiu fornecedores de outros estados. Fabricantes da área de acabamento, portas e janelas eram maioria na rodada. Leandro Rodrigo Andrade de Campos, assessor de negócios da Sasazaki, uma das empresas fornecedoras, afirma que a InterCon serviu para estabelecer o networking. “O importante não foi o fechamento do negócio, mas sim o contato. Surpreendeu muito porque deixei muitas reuniões agendadas em Joinville”, comemorou.

Rodadas de negociações na construção civil são sempre reativadas quando a atividade econômica encolhe e vem acompanhada de viés de inflação em alta. Em Curitiba, por exemplo, segundo dados da Ademi-PR (Associação dos Dirigentes de Empresas do Mercado Imobiliário do Paraná), em 2015 devem ser entregues 6.499 apartamentos residenciais na capital paranaense. O número é 19,4% a menos do que em 2014. Outro dado refere-se à quantidade de unidades novas em estoque, que recuou 9%, ficando abaixo de 11 mil imóveis. Já a quantidade de habitações residenciais licenciadas para construção em Curitiba passou de 13.044 unidades, em agosto de 2014, para 8.053 unidades, em agosto deste ano.

Entrevistado
Engenheiro civil Vanderlei Buffon, presidente do SindusCon Joinville-SC
Contato: imprensa@sinduscon-joinville.org.br

Créditos Fotos: Divulgação/Messe Brasil

Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330

Contratações eficazes só fazem bem à obra

Sucesso do empreendimento passa pela qualidade da mão de obra, pelo comprometimento dos fornecedores e pela qualidade dos materiais

Por: Altair Santos

A contratação de profissionais que vão operacionalizar a obra é um passo decisivo para o sucesso do empreendimento. O que pesa é a eficácia de cada contratado e também as conexões que isso irá gerar. A pretensão é que os grupos dominem os departamentos em que irão atuar, e que o relacionamento entre eles gere feedbacks. O bom entrosamento entre as áreas e, consequentemente, entre os profissionais de cada setor, gera o que a especialista em departamento de suprimentos, Valéria Chammas, define como fluxo de informação. “Todos têm que ser donos da informação, e ela precisa chegar com total integridade em cada setor. Isso ajuda a alinhar a obra”, diz.

Quem planeja suprimentos para o canteiro de obras deve ter acesso a todos os dados do empreendimento
Quem planeja suprimentos para o canteiro de obras deve ter acesso a todos os dados do empreendimento

Exemplificando, o engenheiro civil precisa saber transmitir os conhecimentos que deteve do projeto para o mestre de obras, e esse para seus subordinados no canteiro de obras. Por isso, as contratações são decisivas. Essa escolha deve levar em consideração alguns parâmetros. Um deles está relacionado com a localização da obra. “É preciso estar atento às particularidades regionais que envolvem o empreendimento, prestar atenção nas regras da região para a construção civil e também ao mercado de trabalho desta mesma região”, explica Valéria Chammas. Neste caso, atrair profissionais capacitados que moram no entorno da obra pode ser interessante.

Outro ponto que influencia na hora da contratação é o tipo da obra. Se for predial, vai exigir profissionais adaptados às características deste empreendimento. Idem para construções de shopping centers, galpões de logística ou obras de infraestrutura. Os sistemas construtivos também são definidores na escolha dos profissionais. Se os pré-fabricados prevalecerem na obra, ela deve ter especialistas nesta área. Não é diferente, caso tenha estruturas moldadas in loco. O mesmo conceito vale se o empreendimento tiver que buscar certificação para construções sustentáveis. Neste caso, ter profissionais que detenham conhecimento nesta área é fundamental.

Fornecedores e terceirizados
O responsável pela contratação dentro de uma obra - função que muitas vezes também pode ficar a cargo da área de suprimentos - precisa ter o timing para buscar profissionais. De acordo com o avanço do cronograma da construção é que se vai avaliar o momento certo para ter o maior volume de operários no canteiro. Por isso, é importante ter planejamento antecipado para saber onde buscar os trabalhadores. Tê-los já pré-cadastrados é uma alternativa, assim como possuir um perfil bem definido do que será necessário contratar. No recrutamento, outro ponto relevante é a formalização. “A informalidade deve ser evitada sempre, sob o risco de comprometer toda a obra” sentencia Chammas.

A qualidade da contratação também passa pela capacidade dos prestadores de serviço terceirizado e dos fornecedores de materiais. “É preciso dimensionar o fornecedor, para que ele atenda a obra na medida certa. Outro ponto importante é ter o fornecedor com parceiro e fidelizar aqueles que mostram comprometimento”, enumera Valéria Chammas. Na prática, valem duas regras básicas para se encontrar bons fornecedores: o custo-benefício e o sucesso qualitativo. “É como diz a frase do Warren Buffett: preço é o que você paga e valor é o que você leva”, exemplifica a engenheira civil, citando que uma obra funciona como engrenagens, ou seja, uma área depende da outra para o sucesso do empreendimento. A começar pela eficácia das contratações.

Acesse o webseminário na íntegra aqui.

Entrevistada
Engenheira civil Valéria Chammas, gerente de Suprimentos na Libercon Engenharia (com base em webseminário e-Construmarket, concedido no dia 29/10/2015)
Contato: www.libercon.eng.br/libercon-engenharia/contato.asp

Crédito Foto: Divulgação

Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330

Ibracon prioriza sustentabilidade do concreto

Na 57ª edição do Congresso Brasileiro do Concreto, debates e palestras destacaram durabilidade e resistência do material em vários tipos de obras

Por: Altair Santos

A relação do concreto com a sustentabilidade das construções foi o tema central da 57ª edição do Congresso Brasileiro do Concreto, promovido anualmente pelo Ibracon (Instituto Brasileiro do Concreto). No evento de 2015, realizado de 27 a 30 de outubro, na cidade de Bonito-MS, conferencistas estrangeiros e especialistas brasileiros mostraram quais têm sido as principais práticas para tornar o material mais durável e resistente, o que amplia o ciclo de vida das estruturas e as tornam mais sustentáveis. “Quando as estruturas se tornam mais duráveis, exigindo menos manutenção, elas se tornam mais sustentáveis”, resume o vice-presidente do Ibracon, Julio Timerman.

Sustentabilidade do concreto se mede pela resistência e pela durabilidade
Sustentabilidade do concreto se mede pela resistência e pela durabilidade

Nos três dias do Congresso Brasileiro do Concreto foram apresentados 630 trabalhos, a maioria deles abrangendo a sustentabilidade do concreto. Além disso, cerca de mil profissionais, entre agentes da cadeia produtiva, projetistas, tecnologistas, laboratoristas, construtores, professores, pesquisadores e estudantes de engenharia civil, acompanharam as conferências. “A cadeia produtiva do concreto se engaja nesta verdadeira cruzada de sustentabilidade e de manutenção dos recursos naturais. Hoje em dia, com as novas tecnologias e com a reciclagem de insumos, o setor tem avançado nesta área, principalmente quando respeita os aspectos de sustentabilidade inseridos nas normas técnicas”, diz Timerman.

Construindo na crise

O vice-presidente do Ibracon citou que os participantes do 57º Congresso Brasileiro do Concreto tinham uma preocupação intrínseca: buscar conhecimento para construir estruturas tecnicamente melhores e que gerem menor custo. Para Julio Timerman, a crise econômica desencadeou esse comportamento. “A engenharia busca alternativas para construir estruturas mais resistentes e esbeltas, economizando recursos. Isso também é sustentabilidade. Foi assim que aconteceu no período da Segunda Guerra Mundial, quando o concreto protendido permitiu um grande salto para se construir grandes estruturas. A crise influi, mas temos que aproveitar esta situação para nos sobressairmos nos aspectos técnico e econômico”, destaca.

Mesa de debatedores no 57º Congresso Brasileiro do Concreto: sustentabilidade do material foi o tema central do encontro
Mesa de debatedores no 57º Congresso Brasileiro do Concreto: sustentabilidade do material foi o tema central do encontro

Entre os conferencistas com experiência internacional que participaram do 57º Congresso Brasileiro do Concreto esteve a brasileira Jussara Tanesi, que atua no Transportation Research Board. O organismo é um centro de pesquisa governamental, que pesquisa materiais e o aperfeiçoamento de tecnologias para serem aplicadas na construção de estradas, pontes, viadutos e túneis nos Estados Unidos. Outro palestrante foi Lambert Houben, da Universidade de Delft, na Holanda. Essa universidade é, atualmente, uma das mais inovadoras em pesquisas relacionadas ao concreto. Ambos destacaram o excelente nível das normas técnicas brasileiras voltadas à produção de concreto e o reconhecimento do Ibracon como um dos principais organismos do continente americano em pesquisa de concreto. “O Brasil sempre foi reconhecido mundialmente pelos seus aspectos técnicos e aspectos executivos na área do concreto”, finaliza Julio Timerman.

Entrevistado

Engenheiro civil Julio Timerman, vice-presidente do Ibracon (Instituto Brasileiro do Concreto), com vasta experiência em engenharia de estruturas

Contato: projetos@engeti.eng.br

Cerca de mil especialistas envolvidos com cadeia produtiva do concreto participaram do congresso realizado em Bonito-MS
Cerca de mil especialistas envolvidos com cadeia produtiva do concreto participaram do congresso realizado em Bonito-MS

Créditos Fotos: Divulgação/Ibracom

Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330