Secovi-SP divulga desempenho do mercado imobiliário em cidades do interior
A Secovi-SP e a Brain Inteligência Estratégica divulgaram, em junho, uma análise do mercado imobiliário do interior de São Paulo, com dados detalhados de 31 cidades, referentes ao primeiro trimestre de 2023. A pesquisa incluiu municípios situados nos principais polos econômicos do Estado, com informações referentes a lançamentos, vendas, oferta, valor do metro quadrado, tipologia e outras categorias.
O resultado mostrou que, de janeiro a março de 2023, foram lançadas 8.536 unidades nas 31 cidades participantes, uma queda de 38% na comparação ao mesmo período do ano passado, quando o número chegou a 13.768. Já em relação às vendas, o total chegou a 12.174 unidades, recuo de 23% frente a 2022, que obteve 15.761 comercializações.
“Trata-se de ferramenta fundamental para empresários do setor que atuam nessas regiões”, ressaltou o vice-presidente do Interior do Secovi-SP, Frederico Marcondes Cesar, sobre a abrangência e a importância da pesquisa.
O levantamento mostra que 66% das unidades lançadas (5.628) se encaixam no padrão econômico, referentes às construções do atual Minha Casa, Minha Vida, antigo Casa Verde e Amarela. Os demais padrões completam os 34% restantes. Já em relação ao preço médio do metro quadrado, a análise aponta que o maior valor fica com a Baixada Santista (R$ 8.296,00), seguida pela Região Campinas (R$ 7.808,00), Grande ABC (R$ 7.632,00) e Região Metropolitana de São Paulo (R$ 7.630,00).
"Eu tenho a expectativa de que esse ano não vai ser muito diferente do ano de 2022", avalia Celso Petrucci, economista-chefe do Secovi-SP. "Esse mercado [apresentado na pesquisa], mesmo com a queda de vendas, é de 50, 60 mil unidades por ano. Isso é praticamente mais de 100 unidades vendidas todos os dias do ano, pelo interior de São Paulo."
Durante o webinar promovido para a divulgação dos dados, o especialista aproveitou para fazer uma reflexão sobre o cenário geral do setor. "Nós temos demanda para o primeiro imóvel até 2030. Com todo o crescimento que teve nos últimos anos, o mercado não teve condições de atender a necessidade do país de formação de domicílios permanentes. Por isso que a gente olha o déficit habitacional e ele não abaixa, porque continuamos fazendo puxadinho, continuamos construindo em áreas que não deveríamos construir, continua acontecendo esse tipo de coisa."
Petrucci também destaca que o SBPE (Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo) financiou 2 bilhões em 2002 e chegou a 200 bilhões em 2021. "Chega uma hora que as coisas precisam de uma certa acomodação. Eu acho que nós chegamos em um pico de crescimento em 2021 e estamos em uma certa decrescente."
"E, finalmente, eu acho que quem está mais atento hoje à economia, quem está mais olhando a macroeconomia e a microeconomia, é o incorporador. As empresas estão projetando lançamentos, hoje, de uma forma muito mais conservadora, muito mais cuidadosa e com muito mais governança do que faziam há alguns anos, e mesmo em relação ao ano passado", explicou o economista-chefe.
Fontes
Secovi-SP
Brain Inteligência Estratégica
Jornalista responsável
Fabiana Seragusa
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Investir em capacitação é fundamental para garantir empregabilidade na construção
Cerca de 90% das empresas do setor da construção dizem ter dificuldade de contratação de mão de obra. É isso o que mostra o último levantamento realizado pela Comissão de Política de Relações Trabalhistas (CPRT), da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), em 2022. Em 2021, os dados indicavam 77%, ou seja, houve um aumento muito grande de um ano para outro.
Ainda segundo a última pesquisa, o maior problema é referente à contratação de funcionários de produção qualificada, principalmente em relação a pedreiros (82%), carpinteiros (78,7%), mestre de obras (74,7%) e encarregados (70%). Só para se ter uma ideia, o cargo com menor dificuldade de preenchimento de vagas é o de engenheiro (33,3%).
O levantamento também apontou que 72,67% das empresas participantes estão dispostas a custear a qualificação de seus empregados - e que a maioria (43,33%) considera que a melhor forma é por meio de aulas práticas e teóricas no próprio canteiro de obras, ministradas por escolas contratadas pelas empresas.
Como essas ações nos próprios ambientes de trabalho nem sempre são possíveis, várias instituições oferecem cursos específicos e completos em diferentes áreas da construção civil, possibilitando que os trabalhadores se especializem e consigam aquele tão sonhado emprego - ou um crescimento profissional.
Cursos para especialização em todas as áreas
O Senai-SP (Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial) é uma das principais opções quando o assunto é qualificação para a indústria da construção. De acordo com Vânia Aparecida Caneschi Oliveira, coordenadora do Senai-SP, a instituição oferece mais de 35 cursos nesta área. "Os mais procurados de Formação Inicial e Continuada são Instalação de Drywall, Assentador de Revestimento Cerâmico, Construtor de Alvenaria e Eletricista Instalador Residencial, entre outros", afirma.
Sobre o perfil dos alunos que costumam procurar pelas aulas, Vânia diz que há diversos tipos de público. "Colaboradores de empresas, microempreendedores, profissionais autônomos, pessoas que buscam uma nova área ou mais um ramo de atuação."
Outras opções de cursos disponíveis atualmente pelo Senai-SP, que englobam especificações diversas, são os de carpinteiro de estruturas de telhado, mestre de obras, instalação de sistemas de aquecimento solar, construtor de alvenaria e leitura e interpretação de desenhos e projetos de obras civil, entre várias sugestões.
"A construção civil não para e, essa é uma grande vantagem, pois sempre há trabalho", avalia Vânia. "Quando não é obra nova, é reforma. Investir em capacitação faz com que o profissional seja certeiro no seu atendimento, garantindo a satisfação do cliente e a recomendação para novos trabalhos. E, para quem é funcionário, garante a sua empregabilidade e possibilita a ascensão profissional."
Para continuar traçando um panorama da mão de obra na indústria da construção, a CPRT/CBIC já está preparando um novo levantamento para este ano, com base nas respostas e avaliações de empresas deste segmento. A nova pesquisa começou a ser realizada em maio, mas ainda não há previsão de quando os dados serão finalizados e divulgados.
Fontes
Assessoria Senai-SP
Vânia Aparecida Caneschi Oliveira, coordenadora do Senai-SP
Comissão de Política de Relações Trabalhistas (CPRT)
Jornalista responsável
Fabiana Seragusa
Vogg Experience
Norma de coordenação modular será atualizada
A partir de 2023, a NBR 15873:2010, conhecida como a norma brasileira para Coordenação modular para edificações, deverá passar por uma revisão e ganhar uma atualização.
Segundo Dóris Zechmeister Bragança Weinmann, arquiteta e urbanista, mestre e doutora em Engenharia Civil com ênfase em Construção pelo Núcleo Orientado para a Inovação da Construção da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Norie – UFRGS), a coordenação modular é uma teoria de organização dimensional dos elementos, sistemas e componentes da construção civil provenientes de diferentes fabricantes. Dóris menciona uma definição do professor Hélio Adão Greven sobre a coordenação modular: “trata-se da ordenação dos espaços na construção civil”.
Dóris ainda cita uma definição presente no documento ME-EDITAL N0 32019 - RELATÓRIO 8.2.1; 2022, da Rede Catarinense de Inovação: “É a coordenação dimensional mediante o emprego do módulo básico (10 cm) ou multimódulo (n x 10 cm), na qual há a inter-relação de medidas dos componentes, elementos e sistemas e das edificações que os incorporam, sendo usada para seu projeto, sua fabricação e sua montagem”. Um exemplo disso, mencionado por Dóris é o da placa de gesso acartonado, que pode ser empregada em diversos sistemas construtivos. “Ela possui uma dimensão de largura de 1,20 m, o que corresponde a 12 módulos. Esse 1,20 m também pode ser dividido cada 40 cm, por exemplo – o que seria 4M, porque M é a representação dos 10 cm”, explica Dóris.
De acordo com Dóris, os principais objetivos da coordenação modular são:
- Ampliar a cooperação entre os agentes da cadeia produtiva;
- Racionalizar a variedade de medidas modulares empregadas na fabricação de produtos;
- Aumentar a intercambialidade dos produtos construtivos;
- Reduzir tempo de projeto e detalhamento;
- Trazer benefícios através do aumento do uso de softwares como o BIM;
- Reduzir os custos da fabricação e instalação;
- Promover a industrialização aberta;
- Alinhar a construção civil aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável;
- Reduzir desperdício de materiais, mão de obra e tempo;
- Usar conscientemente os recursos naturais;
- Facilitar a pré-fabricação;
- Aumentar a competitividade.
Revisão da norma
Dóris aponta que a teoria da coordenação modular passou a fazer parte da norma de diversos países e o Brasil foi um dos primeiros a ter norma sobre o tema. “Isso é datado das décadas de 50-60. Em 2010, foi feito um esforço para que as 25 normas que existiam antes fossem agrupadas em uma única – antes elas estavam espalhadas. O resultado pode ser visto na NBR 15873:2010. Ela ficou muito bem escrita e fez um apanhado bom. Recentemente, fizemos nossa primeira reunião e abrimos o comitê para revisar a norma de 2010”, revela Dóris.
Um dos acontecimentos que motivou a reformulação da norma foi Projeto Construa Brasil, um edital do Ministério da Economia, do qual participaram muitas entidades, universidades, os mais diversos setores da construção civil. Segundo Dóris, ele estava focado em três grandes eixos: desburocratização, digitalização e industrialização. Fazia parte dele a meta 8, uma nota específica de coordenação modular. Dóris, que foi uma das coordenadoras da equipe executiva, conta que foi feita uma identificação e mapeamento das normas da construção civil. “Reunimos 1.288 normas e fizemos uma avaliação de todas. Dessas, selecionamos aquelas que poderiam ter a ver com questões dimensionais, já que coordenação modular é uma questão de dimensão. Nós identificamos em torno de 113 normas para dialogar com a norma de coordenação modular”, afirma.
Consequentemente, o Projeto Construa Brasil teve como produtos duas normas: uma de plataformas (norma nova) e outra de Coordenação Modular (revisão da NBR 15873:2010). A primeira diz respeito aos sistemas base que oferecem suporte a diversos componentes e módulos, viabilizando a integração e a combinação de elementos construtivos de forma modular.
Para a atualização da NBR 15873:2010, dentre as sugestões de mudanças está a inserção de novos termos e definições. “Entre 2010 e 2023, muita coisa mudou na construção civil. O termo BIM, por exemplo, ainda não estava presente na norma de 2010. Então, acrescentamos esta definição e as relações que ela traz para as questões de projeto. Dentre outros termos que devem ser adicionados estão construção modular, industrialização aberta e industrialização fechada”, lembra Dóris.
Além dos termos e definições, há uma nova parte que traz a representação gráfica. “Já existiam imagens representando graficamente o que era a coordenação modular, mas não existia uma explicação de como fazer uma representação no projeto arquitetônico dizendo que ele é coordenado modularmente. Para isso, devem ser inseridas notações gráficas”, justifica Dóris.
Tal como a versão anterior, a norma ainda traz os princípios de coordenação modular. Segundo Dóris, esta parte foi reorganizada e dividida em quatro princípios: sistema de referência, sistema modular de medidas, sistema de ajustes e tolerâncias, sistema de números preferenciais. Ainda foram inseridos novos objetivos, mais alinhados com as questões atuais, além de uma complementação da referência normativa.
A parte final da norma deve ganhar dois novos capítulos. O primeiro deles é sobre diretrizes projetuais para edificações, que é focado no projetista/arquiteto, para que ele saiba como fazer um projeto coordenado modularmente. E o segundo trata de diretrizes projetuais para produtos, direcionado para uma indústria que quer adequar seus produtos à coordenação modular.
Entrevistada:
Dóris Zechmeister Bragança Weinmann é arquiteta e urbanista, mestre e doutora em Engenharia Civil com ênfase em Construção pelo Núcleo Orientado para a Inovação da Construção da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Norie – UFRGS).
Contato: doris.zechmeister@ufrgs.br
Jornalista responsável
Marina Pastore
DRT 48378/SP
Índice Nacional da Construção Civil sobe nos últimos dois meses
Em maio, o Índice Nacional da Construção Civil (Sinapi), uma produção conjunta do IBGE e da Caixa, apontou uma variação de 0,36%. Esse índice mostra um aumento de 0,09 ponto percentual (p.p.) em relação a abril (0,27%). Em junho de 2023, este mesmo índice foi de 0,39%, subindo 0,03 ponto percentual em relação a maio.
Com este resultado, nos últimos 12 meses, a alta foi de 4,82%. Este índice ficou bem abaixo dos 6,13% registrados nos doze meses anteriores. Em maio de 2022, o índice mensal foi de 2,17% e, em junho, foi de 1,65%.
Custo nacional da construção
Em maio, o custo nacional da construção, por metro quadrado, que em maio fechou em R$ 1.699,79, passou em junho para R$ 1.706,50. Este custo é calculado levando-se em consideração custos e índices para o setor habitacional, e de séries mensais de salários medianos de mão de obra e preços medianos de materiais, máquinas e equipamentos e serviços da construção para os setores de saneamento básico, infraestrutura e habitação. Em junho, por exemplo, o custo dos materiais foi de R$ 1.001,63 e da mão de obra foi de R$ 704,87.
“A parcela dos materiais apresentou variação negativa de 0,28%. Com isso, manteve a tendência de queda observada no último mês. Consequentemente, ficou 0,04 ponto percentual (p.p.) abaixo da taxa do mês de maio. Essa taxa colabora para que o segmento dos materiais termine o primeiro semestre com um acumulado de 0,04%, índice muito próximo da estabilidade”, afirma Augusto Oliveira, gerente do Sinapi.
Segundo Augusto, os materiais estão apresentando desaceleração com índices negativos em janeiro, maio e junho. E em muitos estados houve variações negativas nos preços de diversos produtos. “É o mercado retornando a um cenário mais comportado, sem a influência de uma situação atípica como a pandemia, em que houve uma alta expressiva nos materiais. Agora eles estão tendo um comportamento mais próximo do período pré-pandemia. Uma prova é que os índices acumulados têm caído constantemente”, destaca Oliveira.
Já a mão de obra, com a taxa de 1,36%, registrou um aumento de 0,12 ponto percentual (p.p.) em relação ao mês de maio (1,24%).
“Em junho, a parcela de mão de obra acabou contribuindo para a alta do indicador mensal. Este índice foi influenciado por oito acordos coletivos firmados este mês – Rondônia, Acre, Ceará, Paraíba, Pernambuco, Espírito Santo, Santa Catarina e Goiás. Ao comparar com junho de 2022, houve uma diminuição de 0,99 ponto percentual (2,35%)”, lembra Oliveira.
Região Sul tem maior variação mensal
Em junho, devido ao reajuste observado nas categorias profissionais em Santa Catarina, a Região Sul teve a maior variação regional em junho, que foi de 0,98%. Nas demais regiões, observaram-se os seguintes resultados: 0,44% (Norte), 0,66% (Nordeste), -0,04% (Sudeste) e 0,49% (Centro-Oeste).
Ao olhar os estados isoladamente, o Espírito Santo foi o estado que registrou a maior taxa em junho, 2,54%. De acordo com o Sinapi, isto se deu devido à captação dos novos salários acordados em dissídio coletivo e à alta na parcela dos materiais. Em seguida, veio Santa Catarina, com 2,38%. Minas Gerais foi estado com menor variação, de -0,50%.
Fonte:
Augusto Oliveira é gerente do Sinapi.
Contato:
Assessoria de imprensa: comunica@ibge.gov.br
Jornalista responsável
Marina Pastore
DRT 48378/SP
Seminário internacional discute durabilidade de estruturas de concreto
Aconteceu nos dias 27 e 28 de junho o V Seminário Internacional sobre Desempenho e Durabilidade de Estruturas de Concreto (V Durar), com a participação de especialistas da França, Espanha, África do Sul e Brasil. Os palestrantes se dividiram em três painéis temáticos, para apresentar estudos e conhecimentos sobre os principais agentes causadores de degradação, técnicas de monitoramento e pesquisas relacionadas ao aumento da vida útil das estruturas de concreto.
Realizado no auditório do Sinduscon-GO, em Goiânia, o evento contou com o respaldo da Rilem (União Internacional de Laboratórios e Especialistas em Materiais, Sistemas e Estruturas de Construção) e o apoio institucional do Instituto Brasileiro de Concreto (Ibracon), da Associação Brasileira de Cimento Portland (ABCP), do Grupo de Estudos em Durabilidade do Concreto Armado (GEDur) da UFG, da Comunidade da Construção Polo Goiano e do Sindicato da Indústria da Construção no Estado de Goiás (Sinduscon-GO).
Alguns dos participantes foram a Dra. Alexandra Bertron, professora e pesquisadora da INSA Toulouse França, que abordou os fenômenos de deterioração de estruturas de produção de biogás, detalhando os níveis de agressividade e o desempenho dos materiais cimentícios, e o Prof. Mark Alexander, da University of Cape Town, na África do Sul, que falou sobre indicadores e critérios baseados em desempenho para a durabilidade do concreto sujeito à carbonatação e cloretos.
Já o Prof. Dr. Oswaldo Cascudo, titular da Universidade Federal de Goiás (UFG) e coordenador-geral do V Seminário Durar, discorreu sobre o processo de carbonatação do concreto de cobrimento e seu impacto na corrosão da armadura, apresentando o comportamento de 18 concretos com adições minerais frente à carbonatação natural em clima tropical, ao longo de 20 anos.
O especialista compartilhou com o Massa Cinzenta sua visão sobre o evento, os destaques do seminário e falou um pouco mais sobre o estudo que lidera há mais de duas décadas.
1) O seminário Durar reúne especialistas brasileiros e internacionais, de diferentes áreas. Qual é a principal importância dessa conexão e troca de experiências para a construção civil, de modo geral?
Oswaldo Cascudo - A troca de experiência com pesquisadores internacionais é muito rica, seja pelas diferentes óticas profissionais, seja porque, no caso em questão, alguns dos convidados são expoentes mundiais em seus temas de trabalho.
A mescla de Professores eméritos e sêniores, como Mark Alexander e Carmen Andrade (ex-presidentes da RILEM) e Gilles Escadeillas, com pesquisadores mais jovens (como Alexandra Bertron e Túlio Honório), trouxe ao evento um equilíbrio muito interessante entre as convicções e fundamentos dos formadores de opinião e a produtividade e o "frescor" de jovens pesquisadores.
O nivelamento de conteúdos técnico-científicos a partir dessa profícua interação internacional aponta caminhos sustentáveis no campo da durabilidade e desempenho de estruturas de concreto, com efetivas contribuições à construção civil brasileira.
2) Cada edição do evento conta com temas relevantes na área. Quais assuntos abordados durante os painéis desta edição você destacaria?
Oswaldo Cascudo - Os temas mais importantes do evento consideraram os seguintes pontos: 1) o projeto e a especificação de concretos voltada à durabilidade, destacando os processos em nanoescala, os indicadores e os critérios de durabilidade; 2) os processos de deterioração pela ação de microorganismos; e 3) os modelos preditivos de vida útil, destacando uma abordagem contemporânea baseada em desempenho.
Além desses macro temas, outros assuntos no campo da durabilidade do concreto foram enfocados, tais como: ensaios não destrutivos aplicados às inspeções estruturais, técnicas de avaliação da corrosão das armaduras e da estrutura interna de concretos, estudos da solução do poro, indicadores gerais de durabilidade, etc.
3) Sobre a sua apresentação no seminário, sobre os modelos comportamentais de concretos com adições minerais após 20 anos de exposição natural, seria possível detalhar alguns dos pontos compartilhados?
Oswaldo Cascudo - Este estudo que tenho a honra de liderar há mais de 20 anos representa uma importante pesquisa no campo da durabilidade de estruturas de concreto, talvez a mais emblemática pesquisa brasileira envolvendo a carbonatação do concreto, por se tratar de uma investigação natural de longo prazo, em que se é possível detalhar os fenômenos naturais incidentes.
Este estudo envolveu uma larga variação de concretos compostos com adições minerais (5 adições e o concreto de referência), sob duas condições extremas de cura (cura úmida e cura ao ar) e três relações água/ligante. Foram produzidos 108 protótipos de viga, que se mantiveram expostos em ambiente externo abrigado por mais de 20 anos. A carbonatação, os modelos preditivos de avanço da frente carbonatada, as caracterizações da solução do poro em camadas carbonatadas e não carbonatadas, entre outros, foram temas-alvo do estudo.
A partir desta pesquisa, subsídios consistentes foram produzidos no campo preditivo de vida útil das estruturas de concreto, com forte contribuição à durabilidade e ao desempenho estrutural.
4) Em sua opinião, há estudos científicos suficientes no Brasil sobre o tema do desempenho e durabilidade de estruturas de concreto? Ou deveria haver mais investimento?
Oswaldo Cascudo - Existem muitos estudos nessa área atualmente no Brasil, mas poderiam existir muito mais. A durabilidade de estruturas de concreto remonta uma vertente socioeconômica e ambiental muito importante. Não existe desenvolvimento sustentável sem a durabilidade das construções, ao mesmo tempo que não se pode permitir a inserção de riscos a usuários.
Por tudo isso, a norma de desempenho de edificações (ABNT NBR 15575) prevê, atualmente, vidas úteis de projeto mínimas de 50 anos, 63 anos ou 75 anos para os sistemas estruturais, considerando, respectivamente, níveis mínimo, intermediário ou superior de desempenho. Portanto, a durabilidade é um aspecto compulsório a ser buscado pela área técnica e pelo setor produtivo, sendo essenciais os investimentos em pesquisa dentro deste escopo.
Fontes
Prof. Dr. Oswaldo Cascudo
Assessoria de imprensa V Seminário Durar
Jornalista responsável
Fabiana Seragusa
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Laboratório de alta tecnologia para a Construção Civil é construído no RJ
Foi inaugurado o Laboratório de Materiais e Sistemas Construtivos da Firjan SENAI, na cidade de Três Rios (RJ). Trata-se de um laboratório de alta tecnologia que atenderá todo o Brasil com ensaios das normas de desempenho, análises técnicas e acústicas completas.
O laboratório é o primeiro no estado do Rio e o terceiro do país a realizar as análises e ensaios técnicos em câmara acústica, que permite a realização através de protótipos a serem aplicados na obra antes de iniciar. Há ensaios que avaliam também a resistência de guarda-corpo, estanqueidade das esquadrias (se veda a entrada de chuva e vento), permeabilidade das paredes, conforto térmico e de luminosidade, certificando empreendimentos como mais eficientes e seguros. Em novembro de 2023, o laboratório passará também a fazer testes de resistência a fogo, estudos sobre chamas, fumaça e resíduos.
“Nós conseguimos realizar ensaios desde o início da obra, como a parte de estudo do solo, até a entrega final que são os ensaios de desempenho. Antes da obra ser entregue, ela precisa ser avaliada conforme os requisitos da Norma de Desempenho (NBR 15.575). Hoje o laboratório está bem completo – lá conseguimos fazer materiais como blocos de concreto e cerâmicos, agregados, além do próprio concreto”, revela Thais Guirau, especialista em Serviços Tecnológicos da Firjan SENAI.
Antes da construção do laboratório, os testes eram realizados in loco, em diversos estados. “Anteriormente, por exemplo, nós fazíamos o ensaio de acústica no local. No entanto, se não fosse aprovado, o custo para fazer uma adequação era muito maior. Com esse laboratório, conseguimos antecipar tudo o que vai ser construído. Para a construtora, o teste em laboratório já vai garantir que aquilo que será construído atenderá à norma. Com relação à acústica, por exemplo, a construtora constrói a parede e nós realizamos todos os ensaios. Se por acaso não passar, a empresa consegue melhorar seu sistema construtivo antes”, aponta Thais.
Para Thais, o fato de as empresas poderem antecipar aquilo que irão construir é uma garantia para elas, principalmente com relação à questão da segurança. “Nós fizemos um estudo que mostrou que 65% dos guarda-corpos que nós ensaiávamos não passavam. É um número alarmante. E não é uma questão que se refere somente ao atendimento da norma, mas também à segurança das construções”, pontua a especialista.
Em termos de equipamento, segundo Thais, ele é um dos mais avançados. “Trouxemos o que tinha de mais avançado no mercado – a parte de acústica, por exemplo, veio da Dinamarca”, concluiu.
Fontes:
Thais Guirau é especialista em Serviços Tecnológicos da Firjan SENAI.
Contatos:
Assessoria de imprensa Firjan SENAI: nrrocha@firjan.com.br
Jornalista responsável
Marina Pastore
DRT 48378/SP
Fórum sobre incorporação imobiliária aborda inteligência artificial e impacto dos juros
A 4ª edição do Fórum de Inovação e Liderança da Incorporação (FILI), realizada de forma híbrida no dia 20 de junho, em São Paulo, promoveu debates para abordar temas atuais e importantes para o mercado imobiliário, apontando caminhos para o futuro do setor.
Promovido pela Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias (Abrainc), o evento começou com um discurso de Luiz França, presidente da entidade, sobre os efeitos dos juros altos sobre a economia brasileira. Ele citou dados de relatório da consultoria Infinity Asset que mostram que o Brasil possui os maiores juros reais do mundo (cerca de 10%), levando em conta a Selic a 13,75% e a inflação acumulada de 12 meses, em 3,94%. A segunda colocação fica com o México (6,6%).
Para França, os altos juros são prejudiciais principalmente para quem tenta sair do aluguel. "Uma família com renda até R$ 10 mil, que antes conseguiria comprar um imóvel financiado de R$ 470 mil, agora só poderia adquirir um imóvel de até R$ 370 mil, isso por conta de um aumento em torno de 23% no valor da parcela, o equivalente a um desembolso de R$ 500 reais a mais por mês”, explicou, durante a abertura do FILI.
O Fórum, que aconteceu das 8h30 às 17h, também teve como um dos destaques a discussão sobre o tema da inteligência artificial (IA) no setor da construção civil. Foi apresentado aos participantes um levantamento inédito da Brain Inteligência Estratégica chamado "Inteligência Artificial no Mercado Imobiliário", que ouviu 163 representantes do setor, incluindo diretores, sócios, proprietários, profissionais de gerência, coordenação e consultoria.
A pesquisa revelou que 19% das empresas ouvidas já utilizaram alguma ferramenta de IA em suas atividades. Desse grupo que diz ter experimentado a inovação, 71% afirmou ter tido impactos positivos, como, por exemplo, no aumento da eficiência e na precisão das transações imobiliárias.
Premiação valoriza soluções mais inovadoras na construção
Ao final do FILI 2023, houve a cerimônia de entrega da 3ª edição do Prêmio Produtividade do Mesmo Lado, que tem como objetivo valorizar as soluções mais inovadoras que contribuam para a produtividade na cadeia da construção civil. Foram cinco categorias, além de um prêmio do júri popular. Veja os vencedores:
- Grupo Patrimar ganhou na Categoria Replicabilidade, pela implantação de um sistema de gerenciamento de projetos que melhorou a produtividade de suas obras e reduziu em 45% os custos.
- A Trisul venceu na categoria Solução Técnica, ao apresentar um sistema de paredes modulares que melhora a produtividade em até 35%.
- Na categoria Impacto na Obra, a Tecverde venceu com um sistema industrializado que agilizou quatro vezes o prazo de entrega de salas de aula em uma obra de uma escola pública no Paraná.
- O Brasil ao Cubo foi o vencedor na categoria Integração Fornecedor, com uma solução que permitiu a construção modular quatro vezes mais rápida de obras de ampliação do Hospital Albert Einstein.
- A Canopus venceu no Segmento Econômico, com a aplicação da metodologia Lean Construction, que melhorou em 25% a produtividade de uma obra de mais de 43 mil metros quadrados.
- A Construtora BS levou o prêmio do júri popular ao construir uma torre em apenas 15 dias, utilizando paredes autoportantes e outras soluções industriais.
Fonte
Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias (ABRAINC)Jornalista responsável
Fabiana Seragusa
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Governo estuda ampliar renda máxima do Minha Casa, Minha Vida
Em fevereiro de 2023, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva anunciou o retorno do programa habitacional Minha Casa, Minha Vida. Em junho, durante uma transmissão ao vivo pelas redes sociais, o presidente mencionou que está sendo realizado um estudo para ampliar o programa para a classe média – a renda familiar máxima para participar do MCMV hoje é de R$ 8 mil e, caso a mudança venha a se concretizar, poderia passar para R$ 12 mil.
À época do anúncio, a Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) se posicionou a favor da expansão da faixa de renda do programa Minha Casa Minha Vida (MCMV), ressaltando que é de grande importância diante do atual contexto de aumento da inflação no setor.
Segundo José Carlos Martins, então presidente da CBIC, o aumento da inflação fez com que as construtoras retraíssem, gerando, inclusive, uma queda de 44% no número de lançamentos. “Isto é um sinal do receio das empresas em não ter o financiamento lá na frente, no momento de entrega do empreendimento”, afirmou Martins.
Novas Regras no MCMV
No mês de julho, foram implementadas medidas atualizadas relacionadas ao programa de habitação. Com estas mudanças, as taxas de juros oferecidas para famílias com renda de até R$ 2 mil mensais foram reduzidas em 0,25%. Essa alteração também possibilita a quem vive nas regiões Norte e Nordeste obter financiamentos com juros de até 4% ao ano. Outra mudança aprovada é a determinação de novos limites máximos para os imóveis do Minha Casa, Minha Vida. Os beneficiários Faixa 3 vão poder adquirir imóveis com valor de venda de R$ 350 mil em todo o território nacional, independentemente da localidade. Antes, o limite era de R$ 264 mil. Para as famílias das Faixas 1 e 2, o limite passa a variar entre R$ 190 mil e R$ 264 mil, a depender da localidade.
Com isso, a Faixa 3 do programa habitacional passou a oferecer vantagens às famílias cuja renda mensal não ultrapasse R$ 8.000. Esses indivíduos têm acesso a taxas de juros inferiores às vigentes no mercado, variando entre 7,16% e 7,66% ao ano, além de um período de 35 anos para quitar o financiamento. De acordo com o Governo Federal, a estimativa é que a medida traga um incremento de 57 mil novas contratações na faixa 3, das quais 40 mil em 2023.
Para Cecília Cavazani, Co-CEO da Construtora Cavazani, a ampliação do teto no valor dos imóveis e o aumento do subsídio para a aquisição devem aquecer vendas e gerar oportunidades de novos empreendimentos. “As mudanças são catalizadoras de grandes avanços do emprego e renda e também na arrecadação de tributos. A construção civil tem impacto em mais 70 outras indústrias de forma indireta, o que impactará na economia de forma positiva”, destaca.
A mentora financeira Silvia Machado afirma que as mudanças no Programa Minha Casa Minha Vida deverão favorecer o setor de construção civil e a economia como um todo. Para ela, a ampliação do teto do valor do imóvel, o aumento do subsídio e a redução na taxa de juros para financiamentos faz com que boa parte da população que busca o primeiro imóvel opte pelo programa. “Com a taxa Selic em 13,75% ao ano, os juros para créditos imobiliários não são atrativos. Enquanto isso, pelo Programa Minha Casa Minha Vida, as taxas serão fixadas de 4% a 8,16%, conforme a faixa do programa e se cotista ou não”, informa Silvia.
Ricardo Teixeira, diretor da URBS Imobiliária, de Goiás, acredita que o mercado econômico, com a mudança do programa Minha Casa Minha Vida, deve retornar muito forte no final de 2023 e 2024. “Este mercado está desassistido, muita demanda e pouca oferta, estoque baixo. Este setor ficou sem lançamentos nos últimos anos em função da falta de incentivo e dificuldade em obter crédito. É um mercado que depende do crescimento do estado e da melhora de renda da população, mas as projeções são bem otimistas para este segmento”, destacou.
Já a indústria de materiais de construção continua otimista, porém cautelosa, em relação aos rumos econômicos do Brasil. “Por um lado, temos o governo federal atuando em prol do setor com os novos moldes do Minha Casa Minha Vida, do programa Mãos à Obra, da manutenção do Construa Brasil e com a expectativa de lançamento do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento). Por outro, temos uma taxa de juros elevada (Selic em 13,75%) e reformas estruturantes, como a tributária, ainda por avançar, fazendo com que nossos associados sigam precavidos”, explica Rodrigo Navarro, presidente da Associação Brasileira da Indústria de Materiais de Construção (ABRAMAT).
Fontes:
Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC).
Cecília Cavazani é Co-CEO da Construtora Cavazani.
Silvia Machado é engenheira civil, inserida no mercado financeiro há mais de 20 anos. Com a experiência adquirida, partiu para a mentoria financeira. Atua com o conceito de Organização e Planejamento Financeiro Consciente, assessorando pessoas físicas e jurídicas.
Rodrigo Navarro é presidente da Associação Brasileira da Indústria de Materiais de Construção (ABRAMAT).
Ricardo Teixeira é diretor da URBS Imobiliária.
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Jornalista responsável
Marina Pastore
DRT 48378/SP
Cinco arranha-céus a serem construídos em 2023
Os primeiros arranha-céus surgiram ao final do século XIX em cidades norte-americanas como Nova York e Chicago. Atualmente, é inevitável lembrar dos Emirados Árabes Unidos e outros países árabes ao falar sobre grandes construções. No entanto, esta tendência tem se alastrado por várias regiões no mundo. Confira algumas obras que devem ser finalizadas em 2023:
Ciel Tower
Localizado na entrada do luxuoso bairro de Dubai Marina, a Ciel Tower enfatiza a verticalidade da própria torre. O grande desafio do escritório Norr era projetar o arranha-céu de 300 metros de altura em um terreno triangular, com uma área de apenas 2.500 m2 – considerada pequena para um prédio dessa altura. Esculpida em metal e vidro, a torre conta com formas curvas que refletem suavemente o pôr do sol.
A ideia é que ela se torne a torre de hotel mais alta do mundo. Com 82 andares, o prédio contém um bar na cobertura com piscina, um restaurante especializado e um deck de observação que oferece uma vista de 360 graus da cidade. Cada apartamento é acompanhado por um terraço com vista para o Golfo Árabe. A inauguração oficial do hotel está programada para o primeiro semestre de 2024.
Iconic Tower
O Egito tem um ambicioso projeto no momento: a Nova Capital Administrativa, uma cidade do tamanho de Singapura que está sendo construída do zero no deserto. A razão oficial para sua construção é aliviar parte da pressão sobre a capital notoriamente superlotada do país, Cairo, onde cerca de um quinto dos 104 milhões de habitantes do Egito vivem.
No centro de tudo está a Torre Iconic, com 393 metros de altura, que, quando concluída em 2023, se tornará o primeiro arranha-céu da África.
O grande desafio da construção, neste caso, foi evitar que a enorme torre afundasse no solo macio do deserto. Para resolver esse problema, uma fundação tipo raiz e um enorme bloco de concreto armado distribuem a carga da Torre Iconic por uma ampla área.
A fundação usou aproximadamente 18.500 metros cúbicos de concreto e foi moldada sem juntas de construção.
Não apenas a construção foi grandiosa, mas também incrivelmente rápida. A laje de fundação foi concretada em 36 horas ininterruptas, quase metade do tempo originalmente previsto, graças a um sistema de bombeamento de concreto especialmente projetado, que despejava a uma taxa de 785 metros cúbicos por hora.
Merdeka 118
O edifício Merdeka 118 se eleva a mais de 678,9 metros acima da capital da Malásia. Com 118 andares, isso o torna a estrutura feita pelo homem mais alta do Sudeste Asiático e a segunda mais alta do mundo. A mega-torre é um arranha-céu de altura recorde em Kuala Lumpur, um polo em crescimento dos negócios no sudeste asiático, famoso por seus arranha-céus distintivos. No topo do prédio, há um pináculo, onde os visitantes podem subir a escada em espiral até o 116º nível.
Os vidros triangulares na fachada do edifício foram inspirados em padrões encontrados nas artes e artesanatos da Malásia.
Tora Asa
A torre A District, da Pelli Clarke & Partners, um arranha-céu de uso misto com 330 metros de altura no centro de Tóquio, finalmente concluiu sua construção e se tornou o prédio mais alto do país. A torre faz parte da vila urbana de Tora Asa, que tem como objetivo "forjar uma cidade dentro da cidade" e revitalizar o centro de Tóquio. A torre A District contará com espaços de escritório de grande escala, residências, uma escola, um centro médico e instalações comerciais, juntamente com vastas áreas verdes no térreo.
Localizada no Distrito de Toronamon-Azabudai, no centro de Tóquio, a torre oferecerá 204.000 m² de espaços de escritório de grande escala, com uma planta de piso padrão de aproximadamente 4.300 m², e 13.000 m² de instalações comerciais.
Todo o edifício terá um nível extra elevado de resistência a terremotos para garantir a segurança contínua dos ocupantes. Em termos de sustentabilidade, os inquilinos poderão descarbonizar seus negócios oferecendo energia renovável 100%, em conformidade com a iniciativa ambiental internacional Renewable Energy 100% (RE100).
Greenland Group Suzhou Center
Às margens do Lago Taihu, em Wujiang, China, está sendo construído o projeto do Greenland Group Suzhou Center. Com uma área de 284.000 m2, o edifício minimiza seu impacto no meio ambiente, com um foco específico na redução do consumo de energia e na conservação da água. Prevê-se que a torre alcance o status de prata no LEED-CS (Sistema de Classificação de Edifícios Comerciais). O prédio terá uso misto de hotel, apartamentos com serviços e escritórios.
A forma da torre, que contribui para o desempenho sustentável do edifício, foi determinada por meio do uso de técnicas de modelagem aerodinâmica altamente avançadas. O projeto foi submetido a uma série de testes digitais de ventilação que permitiram ajustar a forma. As fachadas principais convexas e as fachadas curtas côncavas foram moldadas para reduzir as cargas estruturais do edifício e aumentar o fluxo de ventilação natural. O ar de baixa qualidade presente em Wujiang é um desafio ambiental. Para responder a isso, um sistema de controle digital de alto desempenho mede e direciona o fluxo de ar para dentro e através do átrio principal. O sistema também controla a abertura e o fechamento de janelas em todo o edifício. A entrada modular de ar fresco resfria apartamentos e quartos de hotel durante os meses quentes de verão em Wujiang, e ajuda a facilitar a ventilação de modo misto em saguões e outros espaços públicos.
Fontes:
NORR Group
Dar Al-Handasah
PNB Merdeka Ventures Sdn. Berhad
Pelli Clarke & Partners
Skidmore, Owings & Merrill LLP (SOM)
Contatos:
NORR Group: info@norrgroup.com
Dar Al-Handasah: cairo@dar.com
PNB Merdeka Ventures Sdn. Berhad: lizakarim@pnb.com.my
Pelli Clarke & Partners: media@pcparch.com
Skidmore, Owings & Merrill LLP (SOM): digital.editor@som.com
Jornalista responsável
Marina Pastore
DRT 48378/SP
Tremor no litoral e interior de SP teve reflexos na capital; entenda os riscos
Durante o mês de junho, o Centro de Sismologia da USP registrou um tremor de terra de magnitude 4.0 na escala Richter. O epicentro estava localizado entre as cidades de Miracatu, Iguape e Itariri, no estado de São Paulo. No entanto, o tremor foi sentido por moradores da cidade de São Paulo, Sorocaba e outras a mais de 100 km de distância. Que riscos uma situação como esta representa para as construções?
De acordo com Márcio Santos, professor de pós-graduação em Perícias no IBAPE/Mackenzie, mestre em Engenharia Geotécnica e engenheiro na MS2 Consultoria, os danos podem variar entre o surgimento de fissuras, com prejuízo meramente estético, até o atingimento de um Estado Limite Último (ELU), como o colapso.
“Felizmente, no Brasil predominam os sismos com magnitude inferior a 5 e, por isso, não são comuns danos às edificações por decorrência dos tremores. Mais comuns são os desconfortos gerados pelas vibrações, particularmente em prédios mais altos”, aponta Santos.
Algumas regiões do país já apresentaram terremotos com magnitude superior a 5, como áreas do Sudeste, do Nordeste (principalmente Ceará) e do Norte, segundo o professor. “Ainda assim, não houve registros de danos consideráveis em edificações adequadamente construídas. No Brasil, é muito improvável que um prédio construído de acordo com as boas práticas venha a apresentar problemas estruturais em razão de sismos”, comenta Santos.
Em sismos de maior magnitude, o professor afirma que são muito comuns danos como rachaduras em forma de “X” em paredes de alvenaria, rachaduras diagonais a partir dos cantos das aberturas (portas e janelas), afundamento de pisos, emperramento de portas.
Normas e cuidados
De acordo com Santos, embora o Brasil tenha menor probabilidade de sismos de elevada magnitude, não é uma impossibilidade. “Além disso, os sismos não estão relacionados apenas a fatores naturais, mas podem ser induzidos por atividades antrópicas (do ser humano), razão pela qual qualquer país precisa de um nível de preparação ajustado à sua realidade”, explica.
Santos ressalta, no entanto, que o Brasil possui arcabouço normativo para a consideração de solicitações de origem sísmica no projeto de edificações, a exemplo da NBR 8681:2003 – Ações e segurança nas estruturas, NBR 6118:2014 – Projeto de estruturas de concreto e NBR 15421:2006 – Projetos de estruturas resistentes a sismos.
“Esta última norma citada, atualmente em processo de revisão, divide o território brasileiro em 5 diferentes zonas sísmicas. A maior parte do país se encontra na chamada ‘zona zero’, para a qual não se exige o atendimento de qualquer requisito de resistência sísmica para estruturas convencionais. No entanto, em razão da evolução do conhecimento científico, a própria distribuição das zonas sísmicas está sendo discutida no âmbito da revisão da referida norma”, aponta o professor.
Além da zona sísmica, a aludida norma utiliza como critério de análise a “importância” da estrutura em questão. “Mesmo em zona sísmica zero, algumas estruturas especiais precisam atender a requisitos de resistência sísmica, como as usinas nucleares e as barragens. Para estruturas convencionais, como prédios residenciais e comerciais, a NBR 15421 apresenta recomendações para o projeto de estruturas sismo-resistentes situadas em zona sísmica 2 ou superior”, destaca Santos.
O professor também explica que essas recomendações são focadas em alguns aspectos da concepção estrutural, como a rigidez em planta e em elevação, a resistência à torção, a atenção às descontinuidades bruscas de rigidez da estrutura e às assimetrias de massa, que são fatores indesejáveis. As recomendações também abordam questões relativas aos materiais e ao detalhamento estrutural.
É necessário fazer uma vistoria em uma construção após um tremor? Santos aponta que como não é algo frequente de ocorrer durante a vida útil da edificação, é sempre conveniente vistoriar a estrutura após a ocorrência de um carregamento excepcional, como sismos ou explosões, a fim de verificar se não houve danos que possam comprometer a durabilidade, requisitos estéticos e principalmente a segurança da edificação. “Essa inspeção pode ser inicialmente visual e, dependendo dos resultados desta, pode-se eventualmente dispor de métodos não destrutivos de investigação”, declara.
Tipos de solo e tremores
Santos lembra que a NBR 15421 estabelece 6 classes de terreno, variando de rocha sã a argilas plásticas e outros solos mais vulneráveis à ação sísmica, como solos sujeitos à liquefação (ex: areias saturadas). Em geral, quanto menos rígidos os solos maiores são os fatores de amplificação sísmica e, portanto, maiores os esforços transferidos às estruturas. Em solos sujeitos à liquefação, por exemplo, os primeiros pavimentos da edificação podem ser “engolidos” pelo terreno, por ocasião de um sismo.
“Não são somente os terremotos que podem ocasionar esse efeito. Outros exemplos são as explosões e queda de grandes aeronaves, que também podem levar à liquefação de solos susceptíveis”, conclui.
Entrevistado:
Marcio Santos é professor de pós-graduação em Perícias no IBAPE/Mackenzie, mestre em Engenharia Geotécnica e engenheiro na MS2 Consultoria
Contato:
Assessoria de imprensa - patricia@kbcomunicacao.com.br
Jornalista responsável
Marina Pastore
DRT 48378/SP