Marketing digital já define 60% das vendas de imóveis
Tecnologia altera hábito do comprador, que passa a consolidar a escolha da casa, do apartamento ou do escritório antes mesmo de contatar o corretor
Por: Altair Santos
Marketing digital e mercado imobiliário se tornaram indissociáveis. Não há mais como vender imóveis sem o uso da internet. Segundo o especialista em mídias digitais, Marlon Cézar Marchini, atualmente 60% dos compradores de casas, apartamentos e escritórios definem a aquisição antes do primeiro contato com o corretor, ou seja, através de visitas aos sites dos empreendimentos. Por isso, marketing digital tornou-se vital para as empresas - não só para imobiliárias, mas construtoras e incorporadas. “Um só dado motiva essa transformação no mercado: 40 milhões de brasileiros já utilizam a internet por 17 horas”, ressalta Marlon Cézar Marchini.
Como utilizar com eficácia a internet foi o tema central do seminário “Inovação para o Mercado Imobiliário”. O evento, promovido pela Associação dos Dirigentes de Empresas do Mercado Imobiliário do Paraná (Ademi-PR), com o apoio do Sebrae-PR, teve o objetivo de contribuir com a qualificação técnica e profissional dos proprietários, gestores e executivos das construtoras, incorporadoras e imobiliárias. “As ferramentas de mídia social e comércio eletrônico consolidam-se como parte integrante do planejamento de comunicação e marketing no ambiente empresarial”, ressalta o diretor de relações Institucionais da Ademi-PR, Marcelo Gonçalves.
Marlon Cézar Marchini mostrou o tamanho da cadeia produtiva da construção civil no Paraná, que envolve 108 mil empresas, indo desde fabricantes de artefatos de cimento até serviços de pintura de edificações. Todos esses segmentos, de acordo com o especialista, já utilizam a internet para movimentar seus negócios. “Nem que seja uma página na web com endereço e número do telefone para contato”, diz. No entanto, as ferramentas mais sofisticadas são as que circundam o mercado imobiliário, e que englobam construtoras, incorporadoras, imobiliárias e também as empresas ligadas a vendas de materiais de construção. Esse grupo abdicou radicalmente do marketing tradicional, que se concentra em materiais impressos, para adotar quase que integralmente o marketing digital.
Era digital
O motivo é que, com base em dados da economia paranaense, Marlon Cézar Marchini revelou em sua palestra que 83% dos interessados em imóveis já fazem busca via smartphones (números do Google). Além disso, os vídeos imobiliários apresentam aumento de 113% desde 2013 (números do Youtube). Outra estatística que mostra a nova tendência está no fato de que 93% dos que buscam comprar ou mudar de imóvel recorrem a portais especializados em venda de imóveis (dados do Google). “Vivemos na era digital e isso está mudando o mundo, quem dirá o mercado imobiliário”, afirma o especialista.
Sobre os dados apresentados no seminário, e que reuniu pouco mais de 100 empresários do setor do mercado imobiliário, a consultora do Sebrae-PR, Adriana Kalinowski, avalia que o potencial do mercado digital contribui para entender o comportamento do consumidor e a definir estratégias que ajudem a se aproximar do cliente. “Um contato mais personalizado, por meio desses canais, pode ser decisivo na concretização de um negócio”, finaliza.
Entrevistado
Marlon Cezar Marchini é especialista em artes visuais e em liderança transformacional. Atualmente é sócio-fundador da agência Evonline.
Contato: marlon@evonline.com.br
Crédito foto: Divulgação/Ademi-PR
Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330
Retomar crescimento passa por habitação e infraestrutura
Estudo da FGV, encomendado pela ABRAMAT, sugere que país precisa investir o equivalente a 6% do PIB em obras para sair da inércia
Por: Altair Santos
Qual o futuro da cadeia produtiva da construção civil brasileira diante do atual cenário econômico? A fim de obter resposta para essa pergunta, a ABRAMAT (Associação Brasileira da Indústria de Materiais da Construção) encomendou um estudo para a FGV (Fundação Getúlio Vargas). Mais especificamente para a economista Ana Maria Castelo, coordenadora de projetos da construção da FGV. Ela fez uma análise conjuntural para concluir que, entre as portas de saída da crise, está a construção civil. Mas o modelo de crescimento do setor, desta vez, deve ser outro.
Em seu estudo, a economista detecta elementos que fizeram com que a construção civil entrasse em queda livre depois de ver seu PIB crescer 42% entre 2007 e 2013, enquanto o PIB do país crescia 22% no mesmo período. “Ignoramos alguns indícios que já se manifestavam em 2010, sinalizando que o processo não seria sustentável”, diz. Entre os indícios estão também equívocos do setor, como não ter induzido o governo a adotar regras claras e transparentes dos marcos regulatórios para atrair investimentos. Outro erro foi não ter trabalhado para obter a simplificação tributária em vez das desonerações temporárias.
O crescimento ancorado na incorporação da mão de obra farta, barata, porém desqualificada, foi outra estratégia pouco assertiva da construção civil no período de 2007 a 2014. “Isso desencadeia lições que, para um novo movimento em direção ao crescimento, devem ser aprendidas pelo setor. Entre elas, está a necessidade de melhorar processos, investir em tecnologia, produtividade e industrialização”, discorre Ana Maria Castelo, dizendo que o momento é de usar esses ensinamentos para voltar a crescer, mas desta vez de forma sustentável.
Saída é atrair investidor estrangeiro
Ainda de acordo com a economista, as obras de infraestrutura e o setor habitacional são estratégicos para a construção civil sair da inércia. Para isso, ela analisa que é hora de atrair o capital estrangeiro. “O investidor externo tem percepção de que o Brasil é atrativo. Mas é preciso garantir um ambiente de confiança para atraí-lo. Hoje, principalmente por causa da situação política, isso não existe. Mas é possível reverter. Afinal, os ativos brasileiros estão baratos e, para eles (investidores estrangeiros), seria a hora certa para comprar”, diz. Segundo o estudo da FGV, para recuperar o tempo perdido, o Brasil precisa investir anualmente o equivalente a 6% do PIB em infraestrutura. Isso em uma projeção até 2024.
Dentro do mercado habitacional, é a demanda futura quem exige que programas como o Minha Casa Minha Vida não sejam descontinuados. “Até 2024 teremos mais 16 milhões de famílias em busca da casa própria. Essa demanda estará fortemente concentrada no segmento de menor poder aquisitivo e é preciso atendê-la”, finaliza Ana Maria Castelo.
Entrevistada
Economista Ana Maria Castelo, coordenadora de projetos da construção da FGV (Fundação Getúlio Vargas)
Contato: abramat@abramat.org.br
Crédito foto: Divulgação/ABRAMAT
Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330
Em ano olímpico, obras já começam a subir no pódio
Jogos acontecem em agosto, na cidade do Rio de Janeiro, e instalações precisam ser entregues ao COI (Comitê Olímpico Internacional) até junho
Por: Altair Santos
O ano de 2016 chegou e, com ele, vêm as olimpíadas. O evento acontece de 5 a 21 de agosto, na cidade do Rio de Janeiro-RJ, e todas as obras precisam ser entregues ao COI (Comitê Olímpico Internacional) até junho. Algumas instalações, principalmente as que estão em construção no complexo olímpico da Barra da Tijuca, devem ser concluídas até março. O cronograma mais recente, divulgado no começo de janeiro de 2016, revela que as execuções estão entre 90% e 100% concluídas.
A partir de janeiro de 2016 uma série de competições-teste estão programadas. Na opinião dos engenheiros envolvidos, vai dar tempo - ainda que as obras de mobilidade urbana da cidade corram risco de só ficar prontas após os jogos. A principal delas é a Linha 4 do Metrô, ligando a Barra da Tijuca ao bairro de Ipanema. Das escavações, 83% estão concluídas, segundo relatório divulgado em 15 de dezembro pela secretaria estadual dos transportes do estado do Rio de Janeiro.
De acordo com o secretário Carlos Roberto Osório, faltam R$ 500 milhões para concluir a obra – dinheiro que deve ser liberado pelo BNDES. Mesmo assim, o governo do Rio de Janeiro mantém a data de inauguração da Linha 4 do Metrô para 1º de julho de 2016. A expectativa dos responsáveis pela obra é que o governo federal libere a verba em atraso a partir de março deste ano.
Quanto às obras para os jogos, o cronograma está em dia, com algumas exceções. Perto de 200 dias do início da Rio 2016, as obras do parque olímpico chegaram a 95% do plano de execução. No bairro de Deodoro, onde 11 modalidades serão disputadas, a principal instalação, a Arena da Juventude, está com 75% de seu cronograma executado. Tanto as instalações de Deodoro quanto as da Barra da Tijuca receberão também os jogos paralímpicos, de 7 a 18 de setembro.
A prefeitura da cidade e o governo do estado do Rio de Janeiro estimam que o volume de concreto usado nas instalações para os jogos ultrapasse um milhão de m³. O material tem sido mais empregado nas obras de mobilidade, já que os ginásios utilizam muitas estruturas metálicas, além de elementos pré-moldados de concreto.
Para dar conta da produção do material, três centrais atendem exclusivamente os complexos esportivos e as obras de mobilidade espalhadas pela cidade. A saber: linha 4 do metrô (120 mil m³), quatro linhas de BRT (Bus Rapid Transit) (70 mil m³), 28 quilômetros de VLT (Veículo Leve sobre Trilhos) (23 mil m³) e recuperação e construção de 60 obras de arte (viadutos e pontes), além da abertura de três túneis e piscinões para prevenir enchentes.
As obras estão a cargo de cinco empreiteiras
Camargo Correa, através da CCR
– VLT do Porto (R$ 1,188 bilhão) e Transolímpica (R$ 1,806 bilhão).
Mendes Júnior
– Desvio do Rio Joana, para a contenção de enchentes na área do Maracanã (R$ 185,94 milhões).
OAS
– Parque de Deodoro (R$ 647,1 milhões), revitalização da região portuária (R$ 8,2 bilhões), construção de reservatórios contra enchentes (R$ 421 milhões) e limpeza das lagoas da Barra (R$ 673 milhões).
Odebrecht
– Parque Olímpico (R$ 1,678 bilhão), Vila dos Atletas (R$ 2,909 bilhões), construção do VLT do Porto (R$ 1,188 bilhão), Transolímpica (R$ 1,806 bilhão), duplicação do Elevado do Joá (R$ 459,88 milhões), saneamento da zona oeste do Rio (R$ 431 milhões), revitalização do porto (R$ 8,2 bilhões) e Linha 4 do metrô (R$ 8,890 bilhões).
Queiroz Galvão
– Parque de Deodoro (R$ 647,1 milhões), Linha 4 do Metrô (R$ 8,890 bilhões) e limpeza das Lagoas da Barra (R$ 673 milhões). (obras em conjunto com a OAS)
Entrevistados
Empresa Olímpica Rio 2016, Secretaria de Obras do Governo do Rio de Janeiro (SEOBRAS) e Comitê Organizador dos Jogos Olímpicos (via assessoria de imprensa)
Contatos
imprensa@empresaolimpica.rio.rj.gov.br
imprensa@obras.rj.gov.br
pressroom@rio2016.com
Créditos fotos: Gabriel Heusi/Brasil2016.gov.br/Divulgação/Cidade Olímpica
Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330
Agronegócio é ambiente fértil para obras pré-fabricadas
Setor da economia que não conhece crise vira nicho para a construção industrializada, principalmente nos estados da região sul do Brasil
Por: Altair Santos
A indústria da construção industrializada quer, cada vez mais, tornar-se parceira do agronegócio. Não só construindo galpões para confinamento de animais, frigoríficos, abatedouros, centros de distribuição e logística, mas também atuando na melhoria de portos, rodovias e ferrovias. Trata-se de um segmento em que a crise tem causado baixo impacto e onde as obras pré-fabricadas se encaixam perfeitamente. Por dois motivos: a rapidez com que são erguidas e o envolvimento de concretos especiais, que resistem ao ambiente hostil imposto pelo confinamento e o abate de animais.
A prova de que o agronegócio e a construção industrializada se aproximaram em 2015 foi constatada pela presidente-executiva da ABCIC (Associação Brasileira da Construção Industrializada do Concreto), Íria Doniak, em visita a parceiros localizados no estado de Santa Catarina. “Encontrei-me com um associado da ABCIC localizado na região de Chapecó-SC e a indústria estava funcionando em três turnos. A explicação que ouvi era que o agronegócio estava demandando muitas obras pré-fabricadas”, relata. Para a engenheira civil, trata-se de um segmento que possui total sintonia com as obras em concreto industrializado.
Um dos motivos é que o agronegócio exige velocidade nas construções. A safra não espera e precisa de silos, galpões para armazenamento e centros de logística. Da mesma, a agropecuária também necessita que suas demandas sejam atendidas rapidamente, e com um ponto relevante: a qualidade do concreto. “Os frigoríficos têm um ambiente bastante agressivo para o concreto, por causa dos vários tipos de rejeitos, e isso requer um material com durabilidade e vida útil elevada. Tudo isso está relacionado ao contexto da construção industrializada”, destaca Íria Doniak.
Internet e energia eólica
Outros segmentos que também têm gerado obras para a construção industrializada são o de vendas pela internet e o de energia eólica. Com a expansão do comércio online, as empresas ligadas a esse setor passaram a investir em centros de logística. Além disso, a evolução dos pré-fabricados permite que o concreto de alto desempenho substitua as estruturas de aço no suporte das hélices e dos geradores de energia eólica. “Isso cria uma compensação para o setor. Se em 2015 as obras de infraestrutura e habitacionais encolheram, por outro lado novos nichos se abriram para a construção industrializada”, ressalta a executiva da ABCIC.
Mesmo assim, o tipo de obra que mais absorve estruturas pré-fabricadas ainda é o de shopping centers. Em 2015, de acordo com o relatório anual da ABCIC, 30,1% do concreto industrializado produzido no país foi destinado a esse tipo de obra. Em comparação a 2014, houve aumento, pois no ano anterior os shopping centers absorveram 20,3% do total produzido pela construção industrializada. Já as obras de infraestrutura retraíram. Em 2014, representaram uma fatia de 14,3% no consumo de concreto industrializado. Já em 2015, a demanda esteve em 8,4%.
Por esse motivo, a percepção dominante no setor é de que houve queda na produção de concreto industrializado em 2015. Segundo o anuário da ABCIC, 30% dos associados indicaram redução na produção e 12,5% indicaram aumento. Parte destes indicadores positivos veio das indústrias localizadas nos estados do sul do Brasil (Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul) e das oportunidades geradas pela nova fronteira da construção pré-fabricada: o agronegócio.
Entrevistada
Engenheira civil Íria Doniak, presidente-executiva da Associação Brasileira da Construção Industrializada de Concreto (ABCIC)
Contato: abcic@abcic.org.br
Crédito foto: Divulgação
Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330
Dez passos para a boa gestão do projeto de obra
Gerenciamento não pode ser apenas eficiente, mas eficaz. Além disso, precisa gastar mais tempo com planejamento do que com execução
Por: Altair Santos
A hidrelétrica de Belo Monte é atualmente, no Brasil, o melhor exemplo de obra com graves problemas de gestão de projeto. O cronograma está com três anos de defasagem e nenhum dos stakeholders envolvidos ainda consegue ver sua eficácia. De um lado, o setor elétrico não se beneficia do empreendimento; de outro, o consórcio construtor se vê diante do impasse de não conseguir concluir o projeto e, em outro vértice, as questões ambientais que envolvem a megaconstrução também geram tensões.
Para o especialista em gerenciamento de projetos, Carlos Magno da Silva Xavier, a partir deste exemplo pode-se tirar lições de como deve ser feita a gestão de um projeto. “Em resumo, um projeto precisa atender expectativas. Para isso, ele necessita não apenas ser eficiente, no sentido de ser executado corretamente, mas ser eficaz, ou seja, alcançar seu objetivo”, disse, em recente webseminário da e-Construmarket-Construmanager, intitulado “Práticas mais importantes para obter sucesso no gerenciamento de projetos”.
Usando dados da PM Survey, que é uma pesquisa global sobre gerenciamento de projetos, Carlos Magno da Silva Xavier mostra que, no Brasil, 69% deles têm problemas de prazo, 50% de custo, 31% de qualidade e 27% de satisfação. “Não resta dúvida de que no país é importante melhorar a gestão dos projetos. É fundamental romper com essa cultura latina de planejar pouco e passar muito tempo executando. Na engenharia brasileira existe uma estatística preocupante, onde apenas 20% do tempo do projeto é gasto com planejamento. Nos Estados Unidos, chega a 40% e na Ásia a 50%”, afirma.
Esses dados geram a seguinte estatística: no país, as empresas mais eficientes que atuam com projetos de obras conseguem cumprir no máximo 60% do que especifica o documento. Boa parte deste desempenho se deve ao perfil do gerente de projetos, que nem sempre atende os três vértices do seguinte triângulo: liderança, conhecimento em gestão de projetos e gerenciamento estratégico de negócios. Por isso, Carlos Magno da Silva Xavier define que para se gerenciar um projeto é fundamental ter equipe, método, tecnologia e capacitação.
Diante deste cenário, ele estabeleceu o que se pode chamar de os dez mandamentos para o sucesso no gerenciamento de um projeto, que são os seguintes:
1. Alinhar objetivos do projeto aos objetivos do contratante
2. Mudar a forma de atuar no projeto
3. Estabelecer a governança do projeto
4. Analisar a viabilidade do projeto e estar sempre aberto a revisões
5. Gerenciar os riscos do projeto
6. Comunicar tudo sobre o projeto a todos os envolvidos
7. Monitorar desempenho do projeto
8. Não confundir agilidade com desorganização
9. Gerenciar o conhecimento adquirido ao longo do projeto
10. Adaptar a gestão a cada projeto
Por fim, Carlos Magno da Silva Xavier alerta que nunca se deve pensar que há um modelo universal de projeto que sirva para vários tipos de obras. Além disso, deixa claro que quem sabe gerenciar riscos tem mais chances de ver o projeto bem-sucedido. O especialista ainda destaca que projetos que tenham plano formal de comunicação aumentam desempenho de 38% para 68%.
Acesse aqui para assistir ao webseminário.
Entrevistado
Carlos Magno da Silva Xavier, doutor em administração de empresas pela Universidad Nacional de Rosario (Argentina) e sócio-diretor da Beware Consultoria e Treinamento em Gerenciamento de projetos, programas e portfólio
Contatos
magno@beware.com.br
www.beware.com.br
Créditos fotos: Divulgação
Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330
Uso de vidro moído como agregado limita o concreto
Pesquisa realizada por universidades gaúchas conclui que substituição da areia não deve superar 20%, sob risco de desencadear patologias
Por: Altair Santos
A Austrália é o país que mais utiliza vidro moído proveniente de reciclagem como agregado para produzir concreto. O material chega a ser usado em taxas de 10% a 20%, como substituto da areia, para a construção de vigas, pilares e lajes, além de elementos não-estruturantes – neste caso, em taxas que podem substituir a areia em até 50%.
No Brasil, o vidro moído é usado na composição de asfalto, mas raramente no concreto. Para romper esse paradigma, a Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) e a Universidade Federal do Pampa (UniPampa) atuaram conjuntamente em uma pesquisa iniciada em 2012, cujo objetivo era observar a degradação térmica de concretos que agregavam vidro moído e passavam por situação de incêndio.
O trabalho foi apresentado em setembro de 2012, na cidade do Rio de Janeiro-RJ, durante a Jornada Sul-americana de Engenharia Estrutural. Um dos coordenadores foi o professor da UFSM, Rogério Cattelan Antocheves de Lima, que mostrou o teor da pesquisa: “O concreto utilizado no programa experimental contemplou a substituição de parte do agregado miúdo natural (areia) por vidro moído, nas proporções de 0%, 5%, 10%, 15%, 20% e 100%. O vidro utilizado nos ensaios foi proveniente da coleta seletiva de 220 garrafas do tipo long-neck.”
Pesquisa descontinuada
O trabalho em laboratório seguiu as normas técnicas para produção de concreto, além das especificações granulométricas de agregados. Em sua conclusão, a pesquisa diz: “As resistências dos diferentes traços analisados à temperatura ambiente foram compatíveis com as resistências de dosagem usualmente especificadas na produção de concretos, sendo possível afirmar que o teor de substituição mais adequado nesta pesquisa foi de 20%, pois atingiu-se um patamar de resistência equivalente ao concreto sem substituição. No caso da substituição de 100% da areia por vidro, apesar de atingir-se uma resistência superior, a trabalhabilidade foi altamente prejudicada, inviabilizando a moldagem manual dos corpos-de-prova”.
Segue a conclusão: “Por outro lado, analisando-se o efeito da exposição dos concretos a elevadas temperaturas, observa-se que a exposição a 600 °C, em diferentes intervalos de tempo, ocasionou uma redução gradual na resistência à compressão e esta, na maioria dos casos, foi diretamente proporcional ao incremento do tempo de exposição. Em particular, no teor de 20% constata-se um comportamento similar ao concreto sem substituição em todos os tempos de exposição, indicando novamente que este teor seria o mais indicado para os resultados desta pesquisa”.
Segundo o professor Rogério Cattelan Antocheves de Lima, outras análises levaram à descontinuidade da pesquisa. “No decorrer da revisão bibliográfica se constatou que a adição de vidro ao concreto poderia desencadear uma reação álcali-sílica, reação esta que se acontecer é expansiva e extremamente prejudicial ao concreto, podendo levar a colapso estrutural”, finaliza.
Clique aqui para conferir a íntegra da pesquisa.
Entrevistado
Engenheiro civil Rogério Cattelan Antocheves de Lima, professor-pesquisador nos cursos de engenharia civil e arquitetura da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) e pesquisador colaborador na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)
Contato: rogerio@ufsm.br
Créditos fotos: Divulgação/UFSM
Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330
Dez anos depois do Katrina, muro cerca New Orleans
Barreira de concreto, com quase 8 metros de altura e cerca de 550 quilômetros de extensão, foi erguida para minimizar danos causados por furacões
Por: Altair Santos
Em 29 de agosto de 2005, a cidade de New Orleans, no estado da Louisiana-EUA, foi devastada pelo furacão Katrina. A tempestade entrou pelo Golfo do México, invadindo o continente, levando enchentes e um mar de destruição. A tragédia resultou na morte de 1.600 pessoas e fez com que o governo dos Estados Unidos passasse a encarar os furacões como uma questão de segurança nacional.
O corpo de engenheiros das forças armadas dos Estados Unidos (U.S. Army Corps of Engineers - USACE) foi destacado para pensar em uma obra que pudesse evitar futuras tragédias em New Orleans e servisse de modelo para proteger outras regiões vulneráveis a inundações causadas por furacões. A solução foi construir um grande muro de concreto que contivesse o fluxo das enchentes e ajudasse a bombear a água da tormenta para fora da cidade, devolvendo-a ao mar.
Batizada de “Muralha”, a megaobra começou a ser projetada em 2006 e em 2015 – dez anos após a tragédia – foi 100% concluída. Ao custo de US$ 14,5 bilhões (cerca de R$ 58 bilhões) a barreira de concreto mede quase 8 metros de altura e tem aproximadamente 550 quilômetros lineares de extensão. Ela envolve uma região de lagos e manguezais, e que serviram de porta de entrada para que o Katrina chegasse a New Orleans.
Ao longo da construção, que consumiu aproximadamente 900 mil m³ de concreto, há 73 estações de bombeamento, três canais extravasores e quatro comportas. "Um dos desafios da obra foi impedir que New Orleans, cuja atividade econômica depende da exploração marítima, não ficasse isolada dos lagos e do mar. Então, os canais extravasores e as comportas permitem que a cidade tenha uma vida normal e esteja, ao mesmo tempo, protegida de furacões”, explica Ricky Boyett, chefe de assuntos públicos da USACE.
Modelo para outras cidades
New Orleans tem uma geografia diferenciada. A cidade fica a 4 metros abaixo do nível do mar, o que fez com que os diques construídos na Holanda inspirassem a “Muralha”. Além disso, o corpo de engenheiros das forças armadas dos EUA estudou, através de simuladores, os efeitos de 152 furacões que já atingiram os Estados Unidos e a América Central. O objetivo era construir uma barreira com vida útil mínima de 100 anos e que estivesse pronta para enfrentar um fenômeno tão avassalador quanto o Katrina. Pelas projeções, um novo furacão pode atingir a região a partir de 2057.
O modelo bem-sucedido passou a atrair comissões de engenheiros de todo o mundo, especialmente de organismos localizados em cidades beira-mar, e que podem vir a ser alvo de catástrofes naturais vindas do mar. Já peregrinaram até New Orleans, para ver a “Muralha”, delegações de Boston, Nova York, Londres, Rio de Janeiro, além de países como Bangladesh, China e República Tcheca.
O sistema criado pela engenharia militar norte-americana tem capacidade de bombear 31 milhões de litros de água por minuto de volta ao mar, em caso de grandes inundações. “Acreditamos que New Orleans não está mais indefesa”, finaliza Ricky Boyett.
Entrevistado
Corpo de engenheiros das forças armadas dos Estados Unidos (U.S. Army Corps of Engineers –USACE)(via assessoria de imprensa)
Contato: hq-publicaffairs@usace.army.mil
Créditos fotos: Divulgação/U.S. Army Corps of Engineers
Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330
Universidade conquista prêmio “Obra do Ano” da ABCIC
Prédios com quatro, cinco, seis, sete e treze pavimentos consumiram 16.800 m³ de concreto pré-fabricado em todas as suas estruturas
Por: Altair Santos
Em 2015, o prêmio Obra do Ano em Pré-Fabricados de Concreto foi concedido para a Universidade Federal do ABC (UFABC) localizada na cidade de Santo André-SP. A escolha partiu da ABCIC (Associação Brasileira da Construção Industrializada de Concreto), que pelo quinto ano seguido realizou a premiação. O que definiu o vencedor foi o volume de concreto e a variedade de elementos empregados no empreendimento. As estruturas consumiram 16.800 m³ de concreto pré-fabricado, distribuídos em vigas e lajes armadas e protendidas, compondo fachadas, peitoris, rampas, lajes, escadas pré-fabricas, pilares moldados “in-loco” e painéis de fechamento pré-fabricados, já com acabamento.
O escritório Aluizio A. M. d’Avila & Associados, responsável pelo projeto estrutural, inscreveu para participar da premiação os projetos dos blocos A e B da UFABC. O primeiro possui área de 54 mil m², e é constituído de quatro pavimentos comuns, que interligam três torres com cinco, seis e sete pavimentos, respectivamente. Já o bloco B é formado por uma torre única, com área de 13.400 m², dividida em treze pavimentos. A obra foi executada pela construtora Augusto Velloso, com projeto arquitetônico de Cláudio Libeskind. A CPI Engenharia foi responsável pelo fornecimento das estruturas pré-fabricadas da obra. Já os painéis de fechamento foram fornecidos pela Stamp.
Brasil lidera setor na América do Sul
Segundo Íria Doniak, presidente-executiva da ABCIC, o prêmio recebeu inscrições dos tipos de construções que atualmente mais consomem elementos pré-fabricados no país: centros de logística, shopping centers, infraestrutura rodoviária, deck parking, habitacional e indústria, além de áreas em que o setor de pré-fabricado de concreto está começando a atuar, como infraestrutura energética e mineração. “Isso ressalta que esse tipo da solução de engenharia vem avançando em outros nichos de mercado, diversificando ainda mais sua atuação”, afirma Íria, destacando que, apesar da crise, o Brasil ainda segue como o líder da América da Sul no emprego da construção industrializada, seguido do Chile.
No prêmio Obra do Ano da ABCIC, a comissão julgadora optou por destacar dois outros empreendimentos, concedendo o prêmio Destaque do Júri: a torre eólica da WEG Energia, em Tubarão-SC, na categoria sustentabilidade, e os espessadores de rejeitos, em Itabira-MG, na categoria Inovação. A comissão julgadora ainda conferiu menção honrosa a outros dois empreendimentos que se destacaram no uso de estruturas pré-fabricadas de concreto: a Fábrica de Escolas do Amanhã, no Rio de Janeiro-RJ, e a nova unidade do Super Muffato, construída em São José do Rio Preto-SP. “A premiação mostra a versatilidade das estruturas pré-fabricadas de concreto, servindo a vários tipos de obras”, ressalta Íria Doniak.
Entrevistada
Engenheira civil Segundo Íria Doniak, presidente-executiva da Associação Brasileira da Construção Industrializada de Concreto (ABCIC)
Contato: abcic@abcic.org.br
Créditos fotos: Divulgação/UFABC/ABCIC
Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330
Manual cria novo paradigma para construção industrializada
Documento prioriza instituições governamentais, e pretende impor um padrão de qualidade às obras públicas, principalmente escolas e hospitais
Por: Altair Santos
A Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), em parceria com o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) e uma série de organismos ligados à construção civil, lançou no final de novembro de 2015 o Manual da Construção Industrializada, Conceitos e Etapas – Volume 1: estrutura e vedação. A publicação disponibiliza informações fundamentais sobre as aplicações de sistemas construtivos industrializados.
Voltado aos profissionais e às instituições públicas e privadas, o manual atende de edificações habitacionais a obras de infraestrutura. No próximo ano, sairão os volumes 2 e 3, que vão abordar as etapas de montagem e aceitação, sistemas racionalizados, subsistemas de instalação e revestimento, componentes volumétricos (quartos e banheiros prontos) e desempenho ambiental dos sistemas construtivos industrializados.
Segundo a engenheira civil Laura Marcellini, diretora técnica da ABRAMAT, que atuou na elaboração do documento, o manual tem dois objetivos: criar um padrão de qualidade para empreendimentos como escolas e hospitais públicos, além de dar celeridade às obras e racionalizar os custos. Confira a entrevista abaixo e faça o download do manual aqui.
Qual a aplicação prática do Manual da Construção Industrializada, Conceitos e Etapas – Volume 1: estrutura e vedação?
O manual é uma publicação voltada para público técnico de organismos públicos e empresas privadas, que contratam obras de edificações residenciais ou não residenciais, para orientá-los na tomada de decisões de seleção de sistemas construtivos e estimulá-los a adotar sistemas construtivos industrializados. A publicação serve também de referência atualizada para o meio acadêmico, pois traz de forma bem didática os conceitos de construção industrializada, os aspectos a levar em conta em todo o ciclo do empreendimento e exemplos de tecnologias já disponíveis no mercado brasileiro.
O manual tende a alavancar a construção industrializada no setor habitacional?
Sim, vai contribuir para isso, na medida em que traz informações detalhadas e atualizadas para capacitação e orientação dos envolvidos com a contratação de empreendimentos habitacionais e também para outros usos (comerciais, industriais, escolas e hospitais).
O Minha Casa, Minha Vida tende a se beneficiar das práticas contidas no manual?
O Programa Minha Casa Minha Vida poderá se beneficiar, assim como programas habitacionais de governos estaduais, prefeituras e também os empreendimentos privados.
O manual divulgado traz o volume 1. Qual a previsão do volume 2 e o que ele tende a incluir?
O primeiro volume trata das partes estruturais e vedações, e os volumes seguintes tratarão das outras partes das edificações, como as etapas de montagem e aceitação, sistemas racionalizados, subsistemas de instalação e revestimento, componentes volumétricos (quartos e banheiros prontos) e desempenho ambiental dos sistemas construtivos industrializados.
A elaboração deste manual contou com a participação de vários organismos. Houve mais consensos que divergências?
Sim, contou com a participação das seguintes entidades: CBIC, DECONCIC/FIESP, ABCIC, ABCEM, IABr, ASSOCIAÇÃO DRYWALL, ABRAMAT, membros do MDIC, ABDI e da consultoria técnica que elaborou o trabalho. Houve mais consensos.
Em termos de divergências, qual a principal e como ela foi resolvida?
Não diria que houve divergências, mas sim debates importantes para definição dos conceitos de industrialização da construção e dos limites de escopo deste primeiro volume. Existe muita confusão no mercado sobre os termos racionalização e industrialização da construção. Nesse sentido, o manual também vai ajudar a estabelecer referências mais atualizadas e contribuir para um alinhamento.
Com relação à qualificação da mão de obra, como o manual trata esse tema que, para a construção industrializada, é estratégico?
O manual não destaca esse ponto em particular. A qualificação de mão de obra é estratégica para o setor como um todo, e deve ser adequada a cada tecnologia construtiva que se adota. No caso da industrialização, parte das obras são realizadas dentro de indústrias e o canteiro se torna um local de mais atividades de montagem/acoplamento e, com isso, as demandas por qualificação se alteram.
Para as obras públicas, o capítulo 1 do manual incide diretamente em quais tipos de obras?
Obras de habitação de interesse social, obras de edificações de uso público – escolas e hospitais -, principalmente.
A aplicação do manual tende a baratear obras públicas?
O manual chama a atenção para a necessidade de se avaliar custos e tomar decisões de forma mais sistêmica e abrangente, e também estimula um planejamento mais cuidadoso para chegar em custos totais mais baixos para os empreendimentos.
No setor privado, qual a expectativa de receptividade do manual? Tende a ser mais rápido que no setor público?
O setor privado tem maior grau de liberdade para tomar decisões e mudar processos e tende a ser mais ágil na adoção de soluções inovadoras. O setor público depende muitas vezes de mudanças em legislações e regulamentos, que não são conseguidas em curto prazo, e isso se reflete na contratação de obras com tecnologias inovadoras. A adoção de sistemas construtivos industrializados traz mudanças nos papéis dos agentes envolvidos e na forma de estruturar o planejamento, o controle e a execução das obras. Em diversos aspectos, os regulamentos e a legislação ainda não estão adequados para permitir essas mudanças.
Entrevistada
Engenheira civil Laura Marcellini, diretora técnica da ABRAMAT (Associação Brasileira da Indústria de Materiais de Construção)
Contatos
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abramat@abramat.org.br
Crédito foto: Divulgação/CBIC
Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330
Mercado de máquinas para construção retrai quase 58%
Setor estima retração menor em 2016, mas está convicto de que a retomada acontecerá somente em 2017, com potencial de recuperação robusta em 2020
Por: Altair Santos
O setor de máquinas para a construção civil fecha 2015 com retração 57,8% em relação a 2014. Os dados fazem parte do “Estudo Sobratema do Mercado Brasileiro de Equipamentos para Construção”. Este ano, foram comercializadas 26,5 mil unidades contra 62,8 mil no ano anterior. A desaceleração da economia brasileira é o principal fator para a queda nas vendas. “Precisaremos de retomada nos investimentos na área de infraestrutura para impulsionar nosso setor, que é sempre o primeiro a ser afetado quando há cortes governamentais, mas também um dos primeiros a retomar o crescimento no momento em que os governos voltam a investir”, afirma Eurimilson Daniel, vice-presidente da Sobratema (Associação Brasileira de Tecnologia para Construção e Mineração).
Só a linha amarela (equipamentos para movimentação de terra), que costuma liderar o segmento de máquinas para a construção civil, sofreu redução de 50,2% em suas vendas, na comparação de 2015 com 2014. Neste ano, os equipamentos com menor retração, segundo o estudo Sobratema, foram as miniescavadeiras (23,7%) e as escavadeiras hidráulicas (39,6%). Já a categoria com maior queda foi a de motoniveladoras (86,6%). Também teve queda acentuada o setor de gruas, guindastes, compressores portáteis, plataformas aéreas, manipuladores telescópicos e tratores de pneus, que chegou a 61,1% em relação a 2014. Mais expressiva foi a redução nas vendas de caminhões rodoviários (64,4%) e de plataformas aéreas (75,5%).
Expectativa de recessão em 2016
O estudo de mercado da Sobratema também faz projeções para o próximo ano, cujas vendas devem seguir em retração, porém menor. De acordo com a análise de dados do consultor econômico Brian Nicholson, a expectativa é de uma queda de 2,1% em 2016. A linha amarela deverá apresentar redução de 3,7% na comercialização e os demais equipamentos de 1,7%. “Apesar da retração dos índices gerais, algumas famílias de equipamentos poderão alcançar resultados positivos, como os tratores de esteira, os compressores portáteis e os guindastes, que deverão obter com crescimento de 13,3%, 13,6% e 11,1%, respectivamente”, avalia Nicholson, para quem a perspectiva de retomada acontecerá somente em 2017, com potencial de recuperação robusta em 2020.
Para isso, alertam analistas econômicos, alguns fatores devem se concretizar ao longo dos próximos anos, como a eficácia do plano de ajuste econômico e das novas concessões, além da resolução da crise política. Um dos consultores ouvidos pela Sobratema foi o economista Maílson da Nóbrega – ex-ministro da Fazenda no período de 1988 a 1990. Segundo o especialista, 2016 ainda será de viés recessivo. “Neste momento, não há como sair da recessão. Ela foi determinada por eventos anteriores, particularmente por erros de política econômica e do intervencionismo governamental”, diagnostica, completando que o país tem instrumentos para reordenar sua economia.
Entrevistado
Associação Brasileira de Tecnologia para Construção e Mineração – Sobratema (via assessoria de imprensa)
Contato: sobratema@sobratema.org.br
Crédito foto: Divulgação/EBC