Projetos das edificações agora agregam segurança
Conceito de security build-in pode até dispensar a presença física de seguranças e porteiros, tanto em prédios residenciais quanto corporativos
Por: Altair Santos
Novos prédios residenciais e corporativos nas principais capitais do país têm sido construídos com projetos de segurança já contemplados junto com as demais plantas da edificação. Chamados de security build-in, esses projetos definem as localizações das guaritas, portarias virtuais, acesso biométrico, central de monitoramento, controle de acessos de funcionários, câmeras, alarmes e cercas elétricas. “O conceito é desenvolvido absorvendo inputs de todas as disciplinas. Dessa forma, o projeto nasce e se desenvolve de maneira coesa e sem remendos. Com isso, ampliamos a gama de soluções, que podem ser resolvidas junto com o projeto arquitetônico”, explica a arquiteta Gabriela Coelho, da INK.
Na cidade de São Paulo, a incorporadora está com dois prédios em construção que adotaram o security build-in durante a fase de projeto. Uma das vantagens deste conceito é que ele conserva as estruturas originais do edifício, evitando perfurações de lajes e paredes para a passagem de cabos e fios. “Uma vez que o empreendimento já é construído com toda a infraestrutura necessária, reformas, ajustes e adaptações não acontecem. Isso preserva a integridade original do prédio”, destaca Gabriela Coelho. Neste caso, o projeto de security build-in é absorvido pelos projetos elétrico-hidráulico da edificação. Foi o que aconteceu com os prédios Tetrys e GEO2288, da INK.
Segurança no smartphone
Tanto nos edifícios residenciais quanto corporativos, as possibilidades de segurança geradas através do security build-in dispensam a presença física de seguranças e porteiros. A portaria virtual 24 horas possibilita o acesso biométrico para entrada de moradores e funcionários, enquanto a entrada de visitantes é controlada por uma central de monitoramento. Assim, as entradas de colaboradores - como empregados domésticos, diaristas e outros prestadores de serviço - serão de acordo com o dia e os horários programados pelo proprietário do imóvel ou do gestor do escritório. O sistema também permite interação com a internet das coisas, como ligar e desligar as luzes do apartamento por aplicativo ou acessar imagens do prédio ou do imóvel via smartphone.
Com o security build-in feito junto com o projeto arquitetônico, o sistema de segurança de um edifício tende a ser 30% mais barato do que o convencional. Gabriela Coelho alerta que é importante contar com uma equipe de engenheiros e arquitetos que já estejam familiarizados com a tecnologia, haja vista que não existe uma norma técnica da ABNT que trate especificamente de monitoramento de segurança em edificações. Assim, é preciso levar em conta outras normas técnicas - entre elas, a Norma de Desempenho (ABNT NBR 15575). Por isso, não é possível implantar o security build-in em prédios já construídos. “Tudo o que for pensado depois do edifício pronto vai exigir grandes reformas e mudanças que não se aplicam mais ao conceito de security build-in”, diz a arquiteta
Entrevistada
Arquiteta Gabriela Coelho, especialista em concepção e gestão de projetos metropolitanos e sócia da INK
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Crédito Fotos: Divulgação/INK
Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330
Itambé chega aos 40 anos, pronta para o futuro
Desde a expedição de seu primeiro saco de cimento, companhia não para de investir em desenvolvimento tecnológico, humano e ético
Por: Altair Santos
No dia 18 de dezembro de 1976, a Itambé expediu de sua fábrica, localizada no município de Balsa Nova - região metropolitana de Curitiba, no Paraná - seu primeiro saco de cimento. A data marca o início das operações da companhia, que acaba de completar 40 anos. Ao longo destas quatro décadas, a Cia. de Cimento Itambé construiu sua história baseada nos conceitos de contemporaneidade, valor humano, compromissos éticos e olhos para o futuro.
A contemporaneidade permite que a empresa esteja sempre conectada a temas atuais, no que se refere à produtividade, qualidade e competitividade. Esses conceitos fizeram a companhia ser pioneira no país, ao implantar, há 20 anos, o coprocessamento de resíduos. Desde então, a Itambé não para de realizar investimentos expressivos para modernizar e aumentar a capacidade em coprocessar resíduos, substituindo a queima de combustíveis fósseis.
O investimento sistemático em atualizações tecnológicas não se limita ao parque industrial da Cia. de Cimento Itambé. Logística e atendimento ao cliente também são prioridades para a empresa. “O compromisso é entregar ao mercado produtos, serviços e soluções com qualidade e no prazo necessário, agregando valor na cadeia produtiva da construção”, diz Luis Gandolfi, diretor-superintendente da Itambé.
A nova linha de produção de cimento, a paletizadora e a recente inauguração do Centro de Distribuição na cidade catarinense de Itajaí revelam o compromisso da Itambé com premissas como competitividade e atendimento ao cliente. Além disso, o investimento em tecnologia no ambiente fabril permite que a Itambé atinja outro de seus fundamentos: a segurança e a valorização de seus funcionários.
Compliance
A empresa tem iniciativas específicas para atuar junto a seus funcionários e familiares, e influenciar positivamente a comunidade que vive no entorno de sua fábrica. Uma delas é o PIPA (Programa Itambé de Participação Social). Recentemente, para reforçar seus compromissos éticos, também foram criados o SER (Segurança, Ética e Respeito) e a área de Gestão de Risco e Conformidade (GRC).
Os princípios do SER foram listados pelos próprios funcionários da companhia. “Eles apontaram seus valores como sendo os da empresa, já que procuram trazer para o ambiente de trabalho práticas que conduzem suas atitudes em casa, na comunidade, enfim, em suas vidas”, explica Gandolfi. Esses compromissos éticos juntaram-se às melhorias em gestão e governança, que culminaram na GRC e no programa de Compliance da companhia.
Trata-se de ações que sedimentam a Cia. de Cimento Itambé e permitem que ela planeje investimentos futuros. O próximo passo é torná-la autossustentável em geração de energia. “A empresa investirá na construção de duas PCHs (Pequenas Centrais Hidrelétricas) e em uma CGH (central Geradora Hidrelétrica)”, revela o diretor-superintendente.
Outras metas estão relacionadas com estratégias de mercado, um novo centro de distribuição e a continuidade do desenvolvimento profissional dos funcionários. “O objetivo é seguir fazendo da Itambé a companhia certa em todos os momentos”, finaliza Luis Gandolfi.
Entrevistado
Luis Gandolfi, diretor-superintendente da Cia. de Cimento Itambé.
Graduado em administração de empresas, pós-graduado e mestre em gestão de negócios.
Crédito Foto: Cia de Cimento Itambé
Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330
Construção civil nos EUA é o oposto da brasileira
Edifícios comerciais, shopping centers e hotéis são os empreendimentos que mais atraem investimentos estrangeiros naquele país
Por: Altair Santos
A construção civil nos Estados Unidos não para de atrair recursos. A cada sinal de crise internacional, investidores correm para aquele país e aplicam seu dinheiro em projetos de baixíssimo risco. Traduzindo: imóveis. Os edifícios comerciais, além de empreendimentos voltados às compras e ao lazer, como shopping centers e hotéis, são as obras que mais atraem recursos. Diferentemente da construção civil brasileira, que não consegue captar recursos estrangeiros, a dos EUA fecha 2016 com uma injeção de US$ 690 bilhões, segundo o mais recente relatório do Índice de Construção Marcum - um dos relatórios com maior credibilidade no país.
O índice divide o investimento para a construção em 16 subsetores. O segmento de prédios comerciais e office recebeu 23% mais recursos que em 2015. Já o de hotéis, cresceu 20% na comparação com o ano passado. A área de shopping centers teve um ganho de 6%, à frente de outro subgrupo cuja atração de investidores vem crescendo nos Estados Unidos: o de construções para a educação. Esse dinheiro costuma ir para fundações que bancam universidades e outras modalidades de ensino. São recursos que, além de lucro, geram abatimento no pagamento de impostos. Por isso, atraem investidores.
O economista-chefe da fundação Marcum, Anirban Basu, explica esse posicionamento dos investidores estrangeiros. “Alguns segmentos de construção dos Estados Unidos foram ajudados por uma economia global fraca. A falta de oportunidades de investimento em todo o mundo fez com que uma quantidade significativa do capital estrangeiro fluísse para os Estados Unidos em busca de rendimentos seguros”, diz. Para o economista, o desafio do governo de Donald Trump será atrair investidores para outras áreas da construção civil norte-americana que carecem de recursos. Entre elas, saneamento básico, comunicação e transportes.
Já falta mão de obra
Em seu relatório, o economista Anirban Basu avalia que se o governo dos Estados Unidos captar investimentos para obras de infraestrutura haverá um impacto direto no mercado de trabalho da construção civil norte-americana. O índice de desemprego no setor vem caindo desde 2011, quando era de 13,7%. No começo de 2016, o percentual estava em 5,7% e vai fechar o ano em 4,9%. "A maioria das empresas de construção já relata dificuldades para contratar eletricistas, soldadores e carpinteiros. Já existem empresas que estão buscando alunos ainda não-formados nas escolas de tecnologia para suprir suas demandas”, explica.
Olhando para o futuro, o relatório da Fundação Marcum avalia que o governo Donald Trump tende a promover mais estímulos para a construção civil dos Estados Unidos. “É possível que haja um pacote que combine investimento público com redução de impostos, a fim de atrair mais investidores. Além de obras de infraestrutura, haverá foco no estímulo para o setor habitacional, que desde a crise de 2008 ainda não conseguiu se recuperar plenamente”, conclui o relatório, prevendo que a falta de mão de obra pode piorar, o que impactaria na pressão sobre os salários e na inflação. Cenário bem diferente daquele que o Brasil experimenta atualmente.
Entrevistado
Anirban Basu, economista-chefe da fundação Marcum, com base no relatório Índice de Construção Marcum
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Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330
Engenharia integral pauta projetos no século 21
Softwares e compartilhamento de dados na nuvem estão se associando à industrialização para mudar conceitos na forma de construir
Por: Altair Santos
O século 20 foi marcado pela engenharia sequencial, onde os projetos eram desenvolvidos em etapas. Havia forte estanqueidade entre as disciplinas e elas pouco se conversavam. “Era comum que a obra começasse com o projeto arquitetônico aprovado, e só depois viessem os projetos estruturais e correlatos, como hidráulico, elétrico, etc”, relata o engenheiro civil e consultor Renê Ruggeri, afirmando que, entre o fim do século passado e início do século 21, a metodologia foi substituída pela engenharia simultânea, cujo principal objetivo era encurtar o tempo da obra e reduzir custos.
O modelo de engenharia simultânea - destaca Renê Ruggeri - ainda prevalece em muitos escritórios de projetistas, mas está fadado a desaparecer. Segundo o especialista, por dois motivos: mudanças no mercado, com o surgimento de softwares que modelam projetos - o mais conhecido deles é o BIM - e o retrabalho causado por detecção de erros em projetos durante a execução. “As estatísticas mostram que 50% dos problemas em obras nascem em projetos. Além disso, 90% dos projetos acabam alterados durante a fase de execução. Outro dado é que 5% do custo da obra estão relacionados com a correção de erros que nasceram no projeto”, diz.
Renê Ruggeri foi um dos palestrantes no 1º Congresso Nacional da Online sobre Como Construir (CONOCC), realizado em novembro de 2016, onde reforçou a necessidade de mudanças na forma de se fazer engenharia de projetos. “No modelo de engenharia simultânea, o projetista deixou de pensar essencialmente no produto para se dedicar ao processo produtivo envolvendo a obra”, explica Ruggeri, para quem a metodologia trouxe mais problemas que soluções. “Os projetistas reclamam que suas funções extrapolam as do projeto e os contratantes reclamam que os projetos não trazem soluções eficazes às obras, criando uma situação paradoxal”, completa.
Conexão entre todos os setores da obra
A fim de reverter esse cenário, surge a engenharia integral, que tem em seu núcleo os softwares de modelagem de projetos e de compartilhamento de dados. De acordo com Renê Ruggeri, esse é um caminho sem volta. “A complexidade dos empreendimentos exige que as equipes envolvidas atuem conectadas o tempo todo. O projeto não estará mais na mesa ou no computador do projetista, mas na nuvem, para todos terem acesso e compartilhar informações”, afirma. Para o especialista, nada mais vai operar isoladamente na engenharia civil. “A estanqueidade do projetista será trocada por redes de colaboração”, resume.
Em sua palestra, Renê Ruggeri também citou a importância cada vez maior do gerenciamento do projeto para que ele chegue à fase de execução sem precisar sofrer reparos. “A engenharia integral mostra que as soluções técnicas não são mais únicas. Elas precisam ser abrangentes e, inclusive, entender os negócios aos quais estão associados os empreendimentos. É importante ainda que haja domínio tanto das tecnologias que cercam os projetos de arquitetura e engenharia quanto dos processos de industrialização da construção. Por fim, a engenharia integral vai influenciar também nos processos de trabalho, desde a elaboração dos projetos até a atividade no canteiro de obras. Não restam dúvidas de que assistiremos muitas mudanças neste século 21”, conclui.
Entrevistado
Engenheiro civil Renê Ruggeri, especialista em coordenação técnica de projetos multidisciplinares. É autor dos livros Redescobrindo o Processo do Projeto e Gerenciamento de Projetos no Terceiro Setor (com base em palestra no 1º CONOCC)
Contato
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Crédito Foto: Divulgação
Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330
Patologias em argamassas vão além das fissuras
Tanto na alvenaria estrutural quanto na de vedação, esses incômodos não são apenas estéticos, mas podem revelar problemas mais graves na obra
Por: Altair Santos
Fissuras, vesículas, empolamentos e descolamentos em placas são algumas das patologias mais comuns em revestimentos argamassados - seja em alvenaria estrutural ou de vedação. Essas anomalias, no entanto, vão além dos incômodos estéticos. Elas podem revelar problemas que podem ter nascido no projeto, na escolha incorreta de suprimentos ou na execução.
Segundo a engenheira civil Cristiana Furlan Caporrino, que é mestre nesta disciplina, até mesmo a argamassa industrializada precisa cumprir as especificações do projeto, sob o risco de comprometer todas as demais estruturas de uma edificação. “Por isso, é importante existir uma comunicação entre a área de projeto e a área de execução”, disse, em recente palestra no 1º Congresso Nacional Online sobre Como Construir (CONOCC).
A palestrante ressaltou, também, que é importante levar em consideração os fatores climáticos, seja na hora de projetar ou de produzir a argamassa, além de contar com equipes bem treinadas. “O trabalho com qualidade elimina desperdício. Mas para atingir essa meta é importante conhecer a mão de obra e a técnica a ser executada no local em que ocorrerá o argamassamento”, destaca.
Cristiana Furlan Caporrino lembra que os principais requisitos a serem garantidos em uma edificação, com relação aos revestimentos argamassados, são os seguintes: estanqueidade à água, conforto higrotérmico, conforto acústico e durabilidade. “Todos eles podem ser comprometidos por manifestações patológicas, caso haja erro na produção e na execução da argamassa”, alerta a engenheira civil.
A engenheira civil frisa que os efeitos da ação da água são os mais danosos para o revestimento argamassado, principalmente o usado em fachadas. Se a estanqueidade for comprometida pela água, começam as patologias. Neste caso, as mais comuns são descolamento e empolamento do revestimento.
Desempenho térmico e acústico
Outra patologia recorrente é a proliferação de micro-organismos, causadores de manchas e eflorescências, e que podem afetar o desempenho térmico da edificação, transmitindo mais calor ou mais frio para as partes internas do prédio, dependendo das condições meteorológicas. Essas manifestações também influenciam na redução de resistência dos componentes do revestimento, permitindo que a penetração da umidade possa chegar às estruturas do prédio.
Sobre o conforto térmico e acústico de uma obra, Cristiana Furlan Caporrino lembra que a argamassa tem papel preponderante para que a construção atinja o desempenho necessário. “O conforto térmico deve ser garantido por meio de emprego de materiais adequados e da qualidade dos serviços de aplicação. A grande variação de temperatura compromete não só a habitabilidade como também a durabilidade da edificação”, ressalta.
Já sobre o desempenho acústico, a engenheira civil destaca que, na maioria das vezes, ele não é alcançado por que a espessura da massa e a qualidade dos agregados são minimizadas por economia de materiais. “Isso também pode influenciar na capacidade de carga da argamassa”, diz.
As anomalias mais comuns no revestimento argamassado são:
Vesículas e empolamento
Causa mais comum: reação de hidratação da cal virgem ou a presença de impurezas em agregados.
Fissuras e microfissuras
Causa mais comum: maior teor de insumos e agregados que o necessário.
Proliferação de fungos
Causa mais comum: infiltração de água.
Descolamento
Causa mais comum: uso inadequado de tinta ou aplicação de pintura prematuramente sobre o reboco.
Entrevistada
Engenheira civil e mestre em engenharia Cristiana Furlan Caporrino, ex-docente na Escola de Engenharia Mauá e na FAAP (Fundação Armando Alvarez Penteado), sócia-diretora da empresa Furlan Engenharia e autora do livro Patologia das Anomalias em Alvenarias e Revestimentos Argamassados (com base em palestra no 1º CONOCC)
Contatos
engenharia@calculodeestruturas.com.br
msccristianafurlancaporrino.blogspot.com.br
Crédito Fotos: Divulgação/ Blog Cristiana Furlan Caporrino
Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330
Marrocos inaugura fazenda solar com 1,4 milhão de m²
Com financiamento europeu, país é porta de entrada para transformar África em líder de fornecimento de energia alternativa no mundo
Por: Altair Santos
No sul do Marrocos, onde começa o deserto do Saara, brotou a maior fazenda solar do mundo, com 1,4 milhão de m². Batizada de Noor 1, a área supera o tamanho de 200 campos de futebol juntos. Com insolação durante 330 dias do ano, a construção reúne sete mil espelhos para captar a luz e a transformar em energia. A usina poderá suprir 14% do que é consumido diariamente no Marrocos, com capacidade para gerar 160 MW a cada 7 horas de exposição ao Sol.
O governo marroquino tem a pretensão de, até 2030, abastecer 52% do país com energia solar. Por isso, já estão em construção a Noor 2 e a Noor 3, que devem ficar prontas entre 2018 e 2019. São fazendas solares com capacidade instalada superiores à Noor 1. A fase 2 do projeto vai ocupar área de 680 hectares e poderá gerar 180 MW a cada 7 horas de insolação. Já a etapa 3 ocupará 750 hectares e poderá produzir 200 MW a cada 7 horas de exposição ao Sol.
A tecnologia empregada na planta do complexo Noor é chamada de energia solar concentrada (Concentrating Solar Power), que é mais cara para instalar que os painéis fotovoltaicos amplamente utilizados. Porém, ela permite o armazenamento de energia para o período noturno e para dias nublados. Tubulações de cobre percorrem os espelhos, possibilitando a circulação de água. A 400 °C, a água se transforma em vapor, que movimenta turbinas instaladas no centro da fazenda solar para gerar energia elétrica.
Além disso, cada unidade de espelho conta com baterias cilíndricas de sal concentrado. Quando o sal derrete, por causa do calor, gera uma energia reserva de até três horas, que pode ser utilizada à noite. “Marrocos é pioneiro neste modelo de geração de energia solar”, diz Marie Françoise Marie-Nelly, diretora de tecnologias sustentáveis do Banco Mundial.
Potencial do Saara
A meta do Marrocos é se transformar na maior nação do mundo em produção de energia solar. As três usinas (Noor 1, 2 e 3) terão capacidade instalada para produzir 1.470 GWh por ano. O projeto envolve US$ 9 bilhões e parte dos recursos são financiados pela comunidade europeia. O Reino Unido é o maior interessado e busca fazer o mesmo tipo de investimento em outros países africanos.
O plano é transformar a região do Saara em um grande pólo exportador de energia solar. O deserto tem uma área superior à do Brasil, com 9.065.000 km², e envolve nove países. Além do Marrocos, Argélia, República do Chade, Egito, Líbia, Mali, Mauritânia, Níger, Sudão e Tunísia. “A Europa começa a perceber que a África pode ser seu grande fornecedor de energia num futuro que não está tão distante. Que tal a partir de 2050?”, diz Mustapha Sellam, diretor da Noor 1.
Para Sameh Mobarek, consultor-sênior e gerente de projetos do Banco Mundial, o investimento em fazendas solares na África pode ajudar também a combater a pobreza no continente. “A região onde se encontra o complexo Noor, em Ouarzazate, no Marrocos, conta com uma população de 580 mil pessoas. A taxa de pobreza é de 23%, mas o perfil econômico está mudando. A capacidade de fornecer energia limpa e barata (a US$ 0,18 o quilowatt-hora) já começa a atrair indústrias, principalmente de produção de lâmpadas e equipamentos hospitalares, gerando renda e emprego, além de melhorar a produção agrícola”, afirma.
Entrevistados
- Sameh Mobarek, consultor-sênior e gerente de projetos do Banco Mundial (via assessoria de comunicação)
- Marie Françoise Marie-Nelly , diretora de tecnologias sustentáveis do Banco Mundial (via assessoria de comunicação)
- Mustapha Sellam, diretor da Noor 1 (via assessoria de comunicação)
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Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330
Prefeitos precisam ser criativos (Podcast)
Presidente do SindusCon-SP, José Romeu Ferraz Neto, avalia cenário da construção civil e aponta quais obras devem ser priorizadas pelos eleitos
Por: Altair Santos
Entrevistado
Engenheiro civil e administrador de empresas, José Romeu Ferraz Neto, é empresário da construção civil, presidente do Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de São Paulo (SindusCon-SP) e vice-presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC).
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Crédito Foto: Divulgação/SindusCon-SP
Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330
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Com gabinete itinerante, CREAs vão onde obra está
Conselhos percorrem estados para levar conhecimento técnico, fiscalizar e estabelecer parcerias com universidades e prefeituras
Por: Altair Santos
O CREA-RJ (Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Rio de Janeiro) é um dos poucos no Brasil - junto com os CREAs do Espírito Santo, do Ceará e do Mato Grosso do Sul - a ir onde a obra está. Ao percorrer municípios fluminenses com o gabinete itinerante, o conselho cumpre três tarefas ao mesmo tempo: aproxima-se das coordenações regionais, leva palestras técnicas para engenheiros, agrônomos e outros profissionais que atuam no interior e melhora a fiscalização em canteiros de obras. “Esse tipo de ação ocorre uma vez por mês e mobiliza uma equipe de pelo menos 15 profissionais”, diz Felipe Brasil, assessor de desenvolvimento do interior do CREA-RJ.
Parceria com a Firjan (Federação das Indústrias do Rio de Janeiro) permite que o gabinete itinerante do CREA-RJ leve palestras técnicas gratuitas, com foco na inovação e na empregabilidade de engenheiros e agrônomos. “O próximo passo é desenvolver um programa de compliance (cumprimento de leis, normas e regulamentos) para construtoras de médio e pequeno porte. Além disso, essa sinergia permite identificar e certificar empresas que estejam atuando em conformidade com o exercício profissional (aquelas que contratam trabalhadores credenciados pelo CREA). Essa é uma inovação que o gabinete itinerante potencializa”, revela Felipe Brasil.
Presidido pelo engenheiro eletricista Reynaldo Barros, o CREA-RJ terá em 2017 um gabinete literalmente itinerante. O conselho está adaptando um veículo para transportar a equipe e servir de escritório nas viagens. O objetivo é dar mais agilidade ao programa criado em 2015. Outra meta para o ano que vem é estreitar parcerias com universidades, entidades profissionais, prefeituras e câmaras municipais. “Assim, nossos inspetores regionais e representantes ganham visibilidade e passam a ter mais influência nas políticas públicas que envolvem a engenharia”, avalia o assessor do CREA-RJ.
Palestras e capacitação
No mês de novembro, em sua mais recente ação, o gabinete itinerante esteve na região norte do estado do Rio de Janeiro. No dia 9, passou por Santo Antônio de Pádua, fazendo a entrega das carteiras profissionais na inspetoria local. Dia 10, o município visitado foi Campos dos Goytacazes, quando foram entregues as portarias de nomeação aos inspetores da região norte. Também houve o seminário “Progredir – Capacitando e desenvolvendo o profissional do futuro”, além das seguintes palestras: “Mercado e Aplicações de Drones e Energia Fotovoltaica e Eólica” e “Autovistoria predial”.
Desde que começou a percorrer o estado, o gabinete itinerante do CREA-RJ já passou por todas as regiões do Rio de Janeiro. A cada deslocamento, podem ser visitadas até 50 empresas, dependendo do tamanho do município. O programa também faz questão de estar em uma universidade da região, para se aproximar dos estudantes dos cursos correlatos com o conselho. O mesmo roteiro é seguido pelos CREAs de outros estados que também possuem gabinetes itinerantes. O do Espírito Santo - o primeiro a ser criado - está um passo à frente e já possui, inclusive, o veículo adaptado para percorrer as cidades capixabas.
Entrevistado
Engenheiro agrônomo Felipe Brasil, assessor de desenvolvimento do interior do CREA-RJ
Contato
atendimento@crea-rj.org.br
Crédito Foto: Divulgação/CREA-ES
Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330
Estudo mostra como empresas estimulam conhecimento
Companhias de 21 setores econômicos, incluindo a construção civil, responderam pesquisa divulgada em outubro de 2016, pela Fundação Dom Cabral
Por: Altair Santos
O estudo “Capacidade de absorção de conhecimento nas empresas brasileiras”, coordenado pela Fundação Dom Cabral (FDC) - e apresentado em outubro de 2016 -, traz radiografia de como as corporações nacionais incentivam e melhoram a capacidade de aprender de seus funcionários. Para isso, foram analisados dados de 245 companhias que se propuseram a participar da pesquisa. A análise envolveu 21 setores econômicos - entre eles, construção civil, bens de consumo, indústria automotiva, transporte, atacado e varejo. O estudo concluiu que boa parte das empresas prefere terceirizar o conhecimento, ou seja, estimular que a busca na área do saber se dê fora de sua estrutura.
Também foi constatado no estudo que são raras as empresas que possuem em seus quadros colaboradores com mestrado ou doutorado, e que tenham publicado trabalhos científicos em revistas especializadas. Por outro lado, a maioria das organizações possui estrutura que colabora para que seus quadros tenham visão integrada de como elas funcionam, mesmo com pouco estímulo à inovação. Como parte deste cenário, 53,06% das companhias disseram investir em programas de P&D (Pesquisa e Desenvolvimento), mas apenas 20,82% revelaram buscar parcerias com agentes de conhecimento externo, como as universidades - diferentemente do que ocorre em países de ponta, onde projetos de P&D unem o conhecimento empresarial com o acadêmico.
Sobra vontade, faltam métodos
Outra informação que chama a atenção na pesquisa é que colaboradores com curso superior ainda não são maioria nas empresas nacionais. O quadro de funcionários graduados é de 46,96%, contra quase 53% que não concluíram a universidade ou sequer conseguiram frequentar o universo acadêmico. Também não são maioria as companhias que mantêm investimento contínuo em conhecimento. Para 58,78%, em períodos de crise esse é um setor que acaba sofrendo cortes de recursos. Além disso, as organizações reconhecem que não há um planejamento correto para disseminar o conhecimento entre os colaboradores. Uma das questões levantadas na pesquisa era: nossa organização adota políticas que facilitam transferir o conhecimento entre diversas áreas e setores? Apenas 39,19% responderam que sim.
A pesquisa da Fundação Dom Cabral revela claramente que as empresas vivem contradições entre investir em conhecimento, programas de P&D e parcerias com o universo acadêmico. Ao mesmo tempo em que reconhecem o valor destas ações, não avançam por questões burocráticas internas, oscilações de recursos ou por não ter um departamento específico que materialize esses conceitos e os faça criar raízes na companhia. Principalmente, nas companhias com mais de 500 funcionários, que são maioria entre as que participaram do estudo (59,59%). Realizada pelo Núcleo de Logística, Supply Chain e Infraestrutura da FDC, sob a coordenação do professor Paulo Renato de Sousa, a pesquisa destaca como ponto positivo o interesse da maioria das empresas entrevistadas em andar de mãos dadas com o conhecimento, ainda que faltem métodos adequados.
Clique aqui e confira a íntegra da pesquisa!
Entrevistado
Núcleo de Logística, Supply Chain e Infraestrutura da Fundação Dom Cabral (via assessoria de imprensa)
Contato
atendimento@fdc.org.br
Crédito Foto: Divulgação
Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330
Brasil precisaria investir R$ 682 bi em obras, por ano
Números apresentados no 12º ConstruBusiness envolvem volume total de empreendimentos e estão em recente estudo elaborado pela Fiesp
Por: Altair Santos
Para recuperar as perdas acumuladas entre 2014 e 2016, o Brasil precisaria, a partir de 2017, investir o valor anual de R$ 682,2 bilhões em obras. Esses recursos devem ser contínuos até, pelos menos, 2022. Os dados fazem parte do caderno técnico apresentado no 12º ConstruBusiness, que ocorreu dia 5 de dezembro na sede da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo).
Elaborado pelo Departamento da Indústria da Construção da Fiesp (Deconcic), o documento traz uma análise da cadeia produtiva, focando em investimentos para infraestrutura econômica (energia, transportes e telecomunicações) e desenvolvimento urbano (habitação, mobilidade urbana e saneamento). O relatório revela ainda o impacto da crise econômica no setor da construção civil.
Em termos reais, entre 2014 e 2016, o país deixou de investir 20,1% em obras. A queda esperada para este ano é de 5,4%. Em 2015, as construções no país absorveram R$ 626,1 bilhões. Para 2016, estima-se um investimento de R$ 592 bilhões. Segundo Carlos Eduardo Auricchio, diretor do Deconcic , o impacto disso sobre a competitividade do país é enorme. “É preciso retomar obras, para resgatar, principalmente, a geração de empregos”, disse.
Atualmente, a cadeia produtiva da construção civil reúne cerca de 6,2 milhões de trabalhadores com carteira assinada, o que representa 13,4% da força de trabalho no país. Para o presidente da Fiesp, Paulo Skaf, esses dados mostram o quanto é urgente a retomada dos investimentos em infraestrutura. “Esse é o momento para que façamos, de fato, as reformas tão necessárias para o bem do país, a fim de retomar o crescimento, que é do que o Brasil mais precisa”, destacou, durante sua fala no 12º ConstruBusiness.
Habitação: maior demanda
Dividindo por áreas, o segmento de transportes (rodovias, ferrovias, portos e aeroportos) precisa de investimento anual na ordem de R$ 68 bilhões para viabilizar suas obras. Além disso, são necessários R$ 17,5 bilhões para a expansão do sistema de geração, transmissão e distribuição de eletricidade e R$ 20,6 bilhões para projetos de exploração, produção e distribuição de petróleo e gás. O setor de telecomunicações exigiria R$ 7,7 bilhões. Assim, o total de investimentos necessários em infraestrutura econômica é de R$ 114,1 bilhões por ano, no período de 2017 a 2022.
Na área habitacional, o investimento anual carece de R$ 205,5 bilhões para novas moradias e outros R$ 155,4 bilhões para reformas, ampliações e construção de edificações comerciais. “Para atender as novas famílias, eliminar a precariedade e reduzir a coabitação, será necessária a construção de 8,8 milhões de moradias, cerca de 1,5 milhão por ano, até 2022”, destaca Auricchio.
No campo da mobilidade urbana, o documento da Fiesp apresentado no 12º ConstruBusiness mostra que é preciso injetar R$ 13,4 bilhões anuais para projetos em metrôs e trens, enquanto R$ 13,1 bilhões deveriam ir para saneamento básico. O total de investimentos necessários para a área de desenvolvimento urbano é de R$ 207,2 bilhões por ano, também no período 2017-2020.
Entrevistado
Reportagem com base nos dados apresentados no 12º ConstruBusiness
Contato
deconcic@fiesp.ind.br
Crédito Foto: Divulgação/Fiesp