Construsul realiza fórum sobre inovações na construção

Temas que envolvem impressão 3D, realidade aumentada e produção de concreto cicatrizante 100% nacional foram mostrados na feira

Por: Altair Santos

Experiência com concreto cicatrizante no itt Performance, da Unisinos: inovação 100% nacional
Experiência com concreto cicatrizante no itt Performance, da Unisinos: inovação 100% nacional

O 5º Seminário de Inovação e Tecnologia da Construção (ITCon) foi um dos destaques da feira Construsul, que acontece anualmente em Novo Hamburgo-RS. Pesquisadores do itt Performance, da Unisinos, e da Feevale, selecionaram para o evento temas que envolvem inovações na construção civil, como impressão 3D, aplicação da realidade aumentada na arquitetura e na engenharia e novas tecnologias aplicadas ao concreto, como o desenvolvimento do primeiro material cicatrizante 100% nacional, em pesquisa no itt.

O ITA (Instituto Tecnológico da Aeronáutica) já desenvolve estudo semelhante, mas empresta metodologia aplicada fora do país, principalmente nas universidades de Delft, na Holanda, e Gante, na Bélgica. Recentemente, outros grupos de estudo passaram a pesquisar a aplicabilidade do concreto cicatrizante no Brasil. Entre eles, pesquisadores da UFRGS (Universidade Federal do Rio Grande do Sul) e da USP (Universidade de São Paulo). No itt Performance, quem está à frente dos trabalhos é a engenheira civil Fernanda Pacheco. Na entrevista a seguir, ela revela em que nível encontra-se a pesquisa:

 

Seminários apresentados na 20ª edição da Construsul mostraram avanços tecnológicos da construção civil
Seminários apresentados na 20ª edição da Construsul mostraram avanços tecnológicos da construção civil

Recentemente, dentro do 5º Seminário de Tecnologia e Inovação na Construção Civil, realizado na feira Construsul, a senhora palestrou sobre a pesquisa de concreto cicatrizante dentro do itt Performance. Como estão os estudos?
O itt Performance está lançando uma linha de pesquisa que abordará a confiabilidade dos mecanismos de autoregeneração do concreto. A pesquisa, com duração de pelo menos três anos, busca avaliar quais mecanismos têm maior propensão a resistir às agressividades nas estruturas de concreto armado.

Desde quando o itt Performance pesquisa concreto cicatrizante, e em que nível se encontra a pesquisa?
Está iniciando, e ela se encontra na fase de estruturação do plano de pesquisa.

As primeiras aplicações práticas devem ocorrer quando?
Esperamos que em seis meses possamos aplicar e avaliar a confiabilidade do produto.

No ITA, o engenheiro civil Emilio Minoru Takagi também desenvolve concreto cicatrizante. Há alguma diferença entre as duas pesquisas?
O engenheiro civil Emilio Takagi avalia o uso de aditivos cristalizantes. Também temos este objetivo, porém envolvendo ainda outros métodos e o nível de confiabilidade de todos eles.

Pesquisadora Fernanda Pacheco: concretos cicatrizantes são recomendados para ambientes agressivos
Pesquisadora Fernanda Pacheco: concretos cicatrizantes são recomendados para ambientes agressivos

No Brasil, os estudos sobre concreto cicatrizante estão em que estágio, comparativamente ao que é pesquisado fora do país?
No Brasil, existem núcleos de pesquisa avaliando as técnicas de reparo com os materiais nacionais. Em países como a Holanda, essas pesquisas são realizadas há mais de 10 anos. Assim, já foram identificadas lacunas como o elevado custo do nutriente das bactérias, por exemplo, o que tem sido contornado. Além disso, na Holanda a linha de pesquisa não envolve apenas materiais cimentícios, mas também polímeros.

Em que tipo de obra é mais recomendado o uso de concreto cicatrizante?
Todas as obras são sujeitas à fissuração, uma vez que tal dano tem inúmeras causas. Assim, é interessante utilizar a técnica em locais onde o ambiente é mais agressivo, como em grandes centros urbanos, áreas industriais ou zonas litorâneas.

Comparativamente ao concreto convencional, o metro cúbico do concreto cicatrizante pode ser quanto mais caro?
Não é necessariamente mais caro, pois o próprio cimento ou até mesmo pozolanas podem exercer a função de autocicatrização. Tais materiais já são empregados nos concretos. Por outro lado, se forem utilizados aditivos químicos ou soluções bacteriais, aí sim estaremos aumentando o valor do material.

Na Linha 4 do metrô da cidade do Rio de Janeiro foi usado concreto autocicatrizante (CAC). Autocicatrizante e cicatrizante são o mesmo material?
Na realidade, cicatrizante é o nome dado ao material que consegue reparar um dano em um elemento. Já a autocicatrização é quando o próprio material tem o poder de reparar seu dano, seja por meio de compostos adicionados ao concreto, para cumprir essa finalidade, ou através de materiais inerentes à composição do concreto, mas que também possuem tal capacidade.

Saiba mais sobre concretos cicatrizantes e autocicatrizantes:
http://www.cimentoitambe.com.br/concreto-de-pos-reativos-unisinos/
http://www.cimentoitambe.com.br/brasil-concreto-cicatrizante/

Entrevistada
Engenheira civil Fernanda Pacheco, graduada pela Unisinos e que atualmente é analista de projetos do itt Performance (Instituto tecnológico em desempenho e construção civil da UNISINOS [Universidade do Vale do Rio dos Sinos, no Rio Grande do Sul]).

Contato
imprensa@unisinos.br

Crédito Fotos: Aline Spassini/Unisinos, Construsul e itt Performance

Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330

Fumaça das termelétricas ajuda a produzir cimento

Tecnologia em teste na Califórnia se inspira na natureza para captar dióxido de carbono e transformá-lo em carbonato de cálcio

Por: Altair Santos

O coprocessamento de resíduos pela indústria do cimento está dando mais um passo no combate à emissão de CO2 na atmosfera. Nos Estados Unidos, onde existem 2.775 usinas termelétricas a gás e a carvão em atividade, uma experiência na Califórnia pode ajudar a diminuir sensivelmente a liberação de dióxido de carbono - considerado o principal causador do efeito estufa.

Concreto pode se tornar aliado do meio ambiente, ao usar carbonato de cálcio a partir do CO2
Concreto pode se tornar aliado do meio ambiente, ao usar carbonato de cálcio a partir do CO2

A Calera - empresa californiana que pesquisa tecnologias para o reúso do carbono - assegura que está conseguindo retirar até 90% do CO2 da fumaça emitida pela usina Moss Landing, transformando-o em ácido carbônico e depois em carbonato de cálcio (CaCO3). O mineral é matéria-prima para a produção de Cimento Portland. Além da Calera, a Carbon Sciences, também com sede na Califórnia, faz pesquisa semelhante.

O pioneiro é o especialista em biomineralização Brent Constantz, da Universidade de Stanford. “Tudo o que precisamos é de água e poluição", diz. O processo consiste em transformar o CO2 em ácido carbônico H2CO3, utilizando o próprio calor da fumaça para gerar água (H2O). “Da mistura de água com o gás poluente resulta uma lama de carbonato (CO3), que depois é transformada em carbonato de cálcio”, explica Constantz.

O que inspirou a pesquisa foram os corais e as ostras, que produzem recifes e conchas a partir do carbonato de cálcio, retirando o CO2 do mar e ajudando a equilibrar o pH dos oceanos. Brent Constantz chama isso de “biomimética”, ou seja, mimetizar processos químicos que ocorrem na natureza. O pesquisador lembra que a lama de carbonato é misturada à água do mar, rica em cálcio, para que seja extraído o carbonato de cálcio.

Aliança com o meio ambiente
Brent Constantz assegura que sua invenção trará um ganho ambiental significativo para a indústria cimenteira. “Em vez de minerar calcário para extrair a calcita, a fim de produzir Cimento Portland, esse processo pode ser substituído pela retirada de carbonato de cálcio da poluição”, afirma. “Estamos falando da reutilização do carbono de forma produtiva e economicamente sustentável”, completa.

Ainda segundo o pesquisador, sua invenção pode mudar completamente o ambiente construído nas cidades. “Hoje, os arquitetos pensam: como posso minimizar a quantidade de concreto que estou usando no meu projeto? A preocupação deles é reduzir a pegada de carbono tanto quanto possível. Em vez disso, podemos ver o ambiente construído como um lugar para sequestrar dióxido de carbono. O concreto pode se tornar um aliado do meio ambiente”, assegura.

Para Brent Constantz, um dos maiores beneficiados pela sua invenção pode ser o pavimento de concreto. “Em vez do asfalto, que é um grande emissor de CO2, o concreto que utiliza o carbonato de cálcio extraído das usinas retém o dióxido de carbono. Além disso, o custo da produção de concreto também tende a reduzir”, avalia. As pesquisas da Calera começaram em 2008. Já a Carbon Science, que também iniciou seus estudos em 2008, partiu para outra linha de pesquisa. O objetivo é extrair hidrocarbonetos do CO2, para transformá-los em combustível.

Saiba mais sobre a pesquisa de Brent Constantz:

Entrevistado
Brent Constantz, Ph.D em biomineralização, professor-doutor da Universidade de Stanford e CEO da Blue Planet

Contatos
info@blueplanet-ltd.com
www.blueplanet-ltd.com
www.carbonsciences.com

Crédito Foto: Blue Planet

Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330

Construção civil começa a ganhar novos protagonistas

Saem as megaobras e entram projetos como usinas eólicas e fazendas fotovoltaicas, além de investimento em saneamento e aterros sanitários

Por: Altair Santos

Analistas de tendências da construção civil avaliam que, a partir de 2018, o setor terá novos protagonistas. São obras que tendem a atrair maiores volumes de investimentos, e que possuem um perfil bem diferente do que se viu recentemente no Brasil. Saem as refinarias de petróleo e gás, as grandes hidrelétricas, as linhas de metrô, os estádios e os canais de irrigação e entram programas de acesso à água e esgoto, usinas eólicas e fotovoltaicas, aterros sanitários, projetos municipais de mobilidade urbana e ferrovias.

Usina solar Nova Olinda, no Piauí: primeiros painéis fotovoltaicos começam a ser instalados
Usina solar Nova Olinda, no Piauí: primeiros painéis fotovoltaicos começam a ser instalados

Esses investimentos tendem a vir em forma de concessões e PPPs (Parcerias Público-Privadas), o que, na opinião dos especialistas, evitará que as obras corram o risco de serem abandonadas na fase de projeto ou durante a execução. Para o vice-presidente da Sobratema, Mário Humberto Marques, as oportunidades de negócio na área de infraestrutura vão se concentrar mais na esfera municipal. “Além das oportunidades, a vantagem adicional é que existem recursos disponíveis, como é o caso do segmento de saneamento básico, cujo orçamento prevê financiamento até 2030 para que seja zerado o déficit que atinge mais da metade da população do país”, afirma.

O dirigente salienta também que outra área promissora é a de energia eólica, que em 2017 deve fechar com crescimento de 70% em relação a 2016. “A energia fotovoltaica não fica para trás, ou seja, as oportunidades estarão fora do mercado que estamos acostumados a olhar”, ressalta. A prova está no investimento que a italiana Enel está fazendo em Ribeira do Piauí, no Piauí, onde constrói a maior usina de energia solar da América Latina, com capacidade para 292 megawatts/dia e investimento de quase um bilhão de reais.

A usina Nova Olinda fica a 380 quilômetros de Teresina e vai ocupar uma área de 690 hectares. Por ano, poderá gerar mais de 600 GWh - o suficiente para atender 300 mil residências. As obras já estão em andamento e a usina deverá entrar em pleno funcionamento em 2019. Será uma das maiores usinas solares do mundo, com mais de um milhão de painéis fotovoltaicos. "Nova Olinda é um grande desafio que, acreditamos, abrirá caminho para projetos igualmente importantes na América Latina", explica o gerente da usina, Tommaso Quadrini.

Incentivo aos municípios
Outro incentivo recente a novos projetos na construção civil foi dado na primeira quinzena de julho de 2017, quando foi lançado o Programa de Apoio às Concessões Municipais. Trata-se de uma linha de crédito de 11,7 bilhões de reais para que as prefeituras viabilizem, através de PPPs, obras de infraestrutura, como iluminação pública, saneamento e gestão de resíduos sólidos. Apesar do contingenciamento de recursos para cumprir a meta fiscal de 2017, o governo federal garante que esse programa será mantido, com aporte inicial de 180 milhões de reais.

Uma das regiões beneficiadas será liderada pela cidade de Ponta Grossa, no Paraná. Um consórcio de 13 municípios, em parceria com a indústria de papel e celulose Klabin, está construindo um aterro sanitário que deve beneficiar 180 mil pessoas. A obra deve ser inaugurada em 2018, ao custo de 10,5 milhões de reais.

Entrevistados
- Engenheiro mecânico Mário Humberto Marques, vice-presidente da Sobratema (Associação Brasileira de Tecnologia para Construção e Mineração) (via assessoria de imprensa)
- Frente Nacional de Prefeitos (via assessoria de imprensa)
- Grupo Enel (via assessoria de imprensa)

Contatos
sobratema@sobratema.org.br
secretaria@fnp.org.br
ufficiostampa@enel.com

Crédito Foto: Enel

Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330

Reflexo da crise: uso da tecnologia BIM para de crescer

Após uma década de expansão, ferramenta é deixada de lado por escritórios de engenharia e arquitetura, que buscam reduzir custos

Por: Altair Santos

Desde que chegou ao Brasil, em 2004, a plataforma BIM experimentou crescimento até 2014. Com o aprofundamento da crise econômica, os escritórios de engenharia e arquitetura pararam de investir na tecnologia. Motivo: preço elevado do software, necessidade de investimento em computadores mais potentes, pessoal especializado e tempo maior para desenvolver os projetos estão entre as razões que fazem a ferramenta perder força.

Tecnologia BIM é pouco incentivada por organismos públicos que contratam obras de infraestrutura no Brasil
Tecnologia BIM é pouco incentivada por organismos públicos que contratam obras de infraestrutura no Brasil

Para minimizar custos, os escritórios estão preferindo retornar ao uso do CAD, cujos downloads em 2017 têm sido de 15 mil por mês, em média, contra 5 mil do BIM no primeiro semestre do ano. Outro obstáculo é a dificuldade de encontrar bibliotecas com produtos para atualizar a ferramenta, o que não acontece com o CAD. O tema foi debatido recentemente na mesa-redonda “BIM – Desafios e Oportunidades: Acelerando o BIM no Brasil”.

Segundo Wilton Silva Catelani, coordenador da comissão especial de estudos da ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas) encarregada de padronizar o uso do BIM no Brasil, a utilização da ferramenta exige trabalho. “Tem que fazer todos os profissionais envolvidos nas obras, além dos fornecedores, interagirem. Isso é um processo complicado”, admite.

Sobre os estudos desenvolvidos na ABNT, Wilton Silva Catelani afirma que o objetivo é oferecer diretrizes sobre os diferentes aspectos da tecnologia, como geometria, parâmetros, caracteres e aquisições, para orientar fabricantes e desenvolvedores na criação de componentes BIM.

Ferramenta ajuda a combater corrupção
Além da entrada da ABNT para regulamentar o uso da ferramenta, em junho de 2017 o governo federal, no âmbito do ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços, criou um comitê estratégico de implementação do Building Information Modeling (CE-BIM). “O comitê precisa identificar os atores envolvidos no processo e rever a legislação que trata da contratação de projetos e obras, pois as regras atuais são extremamente ruins. Também é importante definir como tais agentes poderão migrar para essa nova sistemática de contratação de serviços”, avalia Eduardo Sampaio Nardelli, coordenador de educação continuada da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Presbiteriana Mackenzie.

No âmbito de obras públicas, o BIM é também um instrumento de combate à corrupção. “Ele permite projetos mais bem desenvolvidos, com envolvimento de toda a cadeia produtiva, e previsão de custos bem definida, o que impede atos ilícitos, comuns em cenários em que os processos estão soltos e sem metodologias de controle”, completa Nardelli.

Apesar dos efeitos da crise, é consenso de que o BIM influencia positivamente na qualidade e no ciclo de vida das construções. Isso porque, a ferramenta permite análises criteriosas da obra. “Para isso, é preciso que todos tenham consciência e repassem todas as informações, e de forma correta. Não adianta fazer como hoje, em que o incorporador esconde detalhes do arquiteto, que acaba tendo surpresas na hora de aplicar o projeto”, afirma Henrique Cambiaghi, diretor da CFA Cambiaghi Arquitetura, que também participou da mesa-redonda sobre o futuro do BIM no Brasil.

Confira outros conteúdos sobre BIM publicados no Massa Cinzenta!
http://www.cimentoitambe.com.br/retrabalho-e-patologia-do-processo-de-construcao/
http://www.cimentoitambe.com.br/bim-usado-no-brasil/
http://www.cimentoitambe.com.br/principal-materia-prima-de-obra-e-informacao/
http://www.cimentoitambe.com.br/bim-combate-corrupcao/
http://www.cimentoitambe.com.br/brasil-entra-na-era-bim-para-obra-de-infraestrutura/

Entrevistados
Engenheiro civil Wilton Silva Catelani, arquiteto Henrique Cambiaghi e arquiteto Eduardo Sampaio Nardelli (com base em palestras na mesa-redonda “BIM – Desafios e Oportunidades: Acelerando o BIM no Brasil”).

Contato
sobratema@sobratema.org.br

Crédito Foto: Divulgação

Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330

Poupança capta mais recursos e anima setor imobiliário

Queda na taxa Selic torna investimento atrativo e, consequentemente, canaliza mais recursos para a construção de novas habitações

Por: Altair Santos

Desde junho de 2017, a caderneta de poupança passou a captar mais recursos em relação ao volume de saques. A tendência recente reverte um quadro que se repetia desde o segundo semestre de 2013, quando os depósitos eram inferiores às retiradas. Além de se tornar um investimento pouco atrativo, por causa dos baixos rendimentos em relação às altas taxas de juros, a crise econômica aprofundada desde 2014 fez com que as famílias mais retirassem do que colocassem recursos em contas de cadernetas de poupança.

Recursos da caderneta de poupança são os que mais financiam imóveis para a classe média
Recursos da caderneta de poupança são os que mais financiam imóveis para a classe média

Só no ano passado, R$ 40,702 bilhões líquidos (captações menos saques) saíram do modelo de investimento mais popular do Brasil. Porém, com os depósitos aumentando, por conta da taxa Selic ter chegado a um dígito (9,25% ao ano) e os rendimentos se tornarem mais atraentes, o viés de alta da poupança tende a influenciar positivamente o mercado imobiliário. Por força de lei, o investimento, junto com o FGTS (Fundo de Garantia por Tempo de Serviço), é o que mais financia o crédito imobiliário.

A legislação determina que 65% do que é captado pela poupança deve ser destinado ao financiamento de novas habitações. Por isso, a retomada do investimento é vista com otimismo por representantes do setor da construção civil. Entre eles, Sergio Luiz Crema, presidente do SindusCon-PR. “Os números que acompanhamos mostram que a queda na taxa Selic fez com que os recursos investidos na poupança crescessem 40% este ano. Para nós, da construção civil, é muito importante esse viés de alta”, diz.

Em recente palestra no SindusCon-RS, o presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), José Carlos Martins, também destacou a importância da retomada da poupança como investimento. “A maior atratividade da caderneta de poupança deslocará aplicações de outras áreas do mercado financeiro, disponibilizando mais recursos que serão canalizados para o financiamento imobiliário”, projeta. Para Martins, a expectativa é de que a queda da taxa de juros básicos (Selic) deverá chegar a 7,5% até o final de 2017.

Só em 2018
Segundo a Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip), os reflexos positivos do crescimento das aplicações na poupança só deverão ser sentidos entre o final de 2017 e o primeiro semestre de 2018, principalmente nos recursos destinados a projetos habitacionais voltados para a classe média. "O primeiro semestre foi ruim, mas esse decréscimo tende a parar no segundo semestre, podendo o volume de financiamentos de 2017 terminar empatado com 2016”, avalia Gilberto Abreu, presidente da Abecip.

Até junho de 2017, os financiamentos imobiliários com recursos da poupança (SBPE [Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo]) totalizaram R$ 20,6 bilhões. O montante é 9,1% inferior ao registrado em igual período de 2016. De acordo com a Abecip, até que um maior volume de recursos das cadernetas de poupança estimule os financiamentos imobiliários, o FGTS seguirá como a principal mola propulsora para investimentos na construção civil, sobretudo para imóveis voltados para a baixa renda. Só no primeiro semestre de 2017, o FGTS financiou 82,5 mil novas unidades para esse segmento habitacional.

Clique aqui e confira recente balanço da Abecip sobre o 1º semestre de 2017.

Entrevistados
- Engenheiro civil Sergio Luiz Crema, presidente do SindusCon-PR (via assessoria de imprensa)
- Engenheiro civil José Carlos Martins, presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) (via assessoria de imprensa)
- Engenheiro de produção Gilberto Duarte de Abreu Filho, presidente da Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip) (via assessoria de imprensa)

Contatos
imprensa@sindusconpr.com.br
comunica@cbic.org.br
imprensa@abecip.org.br

Crédito Foto: Divulgação

Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330

Cartão-Reforma terá força para aquecer construção civil?

Burocracia restringe programa e ABRAMAT e Anamaco propõem mudanças. Por enquanto, setor segue apostando nas contas inativas do FGTS

Por: Altair Santos

Lançado oficialmente em 30 de junho, o Cartão-Reforma vai atender 1.930 municípios selecionados pelo ministério das Cidades, segundo critérios de renda familiar. A expectativa do governo federal é de que pelo menos 900 prefeituras efetivem o cadastramento ainda em 2017, beneficiando famílias que ganham até R$ 2.811 reais por mês.

Cartão-Reforma: impacto positivo do programa só deve ser percebido em 2018
Cartão-Reforma: impacto positivo do programa só deve ser percebido em 2018

Além de se enquadrar na faixa salarial de baixa renda, o beneficiário precisa residir na área indicada pelo poder municipal para ser contemplado. A meta do governo é atender entre 85 mil e 120 mil famílias este ano, liberando R$ 150 milhões. O valor de cada Cartão-Reforma vai variar de R$ 2 mil a R$ 9 mil.

O benefício destina-se à compra de material de construção para reforma, ampliação ou conclusão de moradias. Serão beneficiadas com recursos maiores famílias que residam em casas que não possuem instalações hidrossanitárias, onde mais de três pessoas dividam um único quarto, com cobertura (telhado) precária ou sem revestimento no piso interno.

No entanto, apesar de ser mais um impulso para aquecer a cadeia produtiva da construção civil, a burocracia governamental para a liberação dos recursos não deixa organismos como Anamaco e ABRAMAT tão otimistas. Pelo menos para 2017, o setor avalia que os recursos liberados pelas contas inativas do FGTS causem mais estímulo que o Cartão-Reforma.

Para complicar, dia 14 de julho o governo publicou um decreto que complementa as regras do Cartão-Reforma e amplia a burocracia. Foram acrescidos outros pré-requisitos, como a exigência de que a família beneficiada possua um telefone celular, já que todo o processo é feito por SMS, e que casas com extrema precariedade, sem nenhum tipo de obra de alvenaria, ficarão de fora do programa.

Só em 2018
A fim de propor correções de rota, Anamaco e ABRAMAT criaram grupos de trabalho para levar sugestões ao governo federal, em reunião que vai acontecer na primeira quinzena de agosto. A ideia é que, além do Cartão-Reforma, sejam dados estímulos para o Construcard - linha de crédito para compra de material de construção que abrange a classe média.

Outra proposta é que o BNDES crie um modelo de financiamento voltado para reformas e compra de materiais de construção, o qual abrangeria prioritariamente os microempreendedores individuais (MEI). Isso é importante, porque, segundo o presidente da ABRAMAT, Walter Cover, as reformas correspondem a 60% do faturamento anual do setor de material de construção.

Como no primeiro semestre de 2017 o segmento de venda de material de construção teve queda de 15% em comparação ao mesmo período do ano passado, qualquer estímulo é bem-vindo. Por enquanto, quem cumpre esse papel são os recursos extras do FGTS. “Boa parte do dinheiro das contas inativas está indo para a construção, o que é animador. Por outro lado, o Cartão-Reforma ainda não impactou nas vendas”, admite Hiroshi Shimuta, diretor da Anamaco.

O governo federal reservou R$ 500 milhões para o Cartão-Reforma, que devem ser liberados integralmente até o final de 2018. Por isso, já se forma um consenso no setor da construção civil de que os resultados da iniciativa só começarão a ser percebidos no ano que vem.

Saiba mais sobre o Cartão-Reforma
http://cartaoreforma.com/

Entrevistados
- Associação Nacional dos Comerciantes de Material de Construção (Anamaco)
- Associação Brasileira da Indústria de Materiais de Construção (ABRAMAT)

Contatos
abramat@abramat.org.br
imprensa@anamaco.com.br

Crédito Fotos: Ministério das Cidades.

Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330

Estruturas de concreto de silos viram prédios e hotéis

Regiões portuárias nas cidades de Copenhague e Cidade do Cabo mostram até onde podem chegar os projetos de retrofit

Por: Altair Santos

Em Copenhague, um silo de grãos na região portuária da cidade servirá de estrutura para a construção de um edifício residencial de luxo com 17 andares. O esqueleto de concreto do silo será a base para a construção de 40 apartamentos de alto padrão. Além de unidades habitacionais, o prédio também irá acomodar instalações para eventos e restaurantes no piso térreo e no último pavimento. Batizado de “The Silo”, o prédio preserva toda a concepção estrutural de concreto da edificação.

Silo da Cidade do Cabo, em 1955: construído em 1924, funcionou até 2001
Silo da Cidade do Cabo, em 1955: construído em 1924, funcionou até 2001

Segundo Dan Stubbergaard, arquiteto responsável pelo empreendimento, houve todo cuidado para conservar a originalidade da construção. "O conceito arquitetônico para a transformação do The Silo explora todo o potencial original do edifício. Ao mesmo tempo em que preserva as estruturas, elas foram adaptadas para que pudessem receber a nova fachada. É um trabalho de transformação que precisa de atenção nos detalhes, pois se trata de fazer com que um edifício industrial mude para um edifício residencial", diz.

A construção do The Silo está a cargo do escritório de arquitetura COBE, que também coordena o projeto de revitalização da área portuária onde o silo se localiza. O plano segue a tendência mundial de transformar distritos portuários em locais para habitação, business, turismo e lazer. No caso da capital da Dinamarca, a área em processo de revitalização é o bairro industrial de Nordhavn, que abrange parte do porto da cidade. As obras começaram no final de 2016 e devem se estender até o começo de 2019.

Dan Stubbergaard afirma que a transformação na área portuária pretende aliar um novo espaço cultural em Copenhague com o estilo de vida dos dinamarqueses mais jovens. “A vida urbana da cidade está mudando e o projeto também pretende fazer da região um novo ponto turístico para Copenhague. O objetivo é que o visitante tenha uma experiência multidimensional na região”, completa o arquiteto dinamarquês, considerado atualmente o maior transformador de áreas urbanas de seu país.

Outros silos
A experiência do The Silo da Dinamarca não é única. Outros silos já foram transformados para receber espaços habitáveis. Um dos exemplos clássicos é o hotel The Silo na Cidade do Cabo, na África do Sul. A edificação com 57 metros de altura serviu para armazenar grãos entre 1924 e 2001, quando foi desativada no porto de Table Bay. Após o retrofit, o prédio passou a abrigar um dos hotéis mais luxuosos da região - a diária varia entre 3 mil e 18 mil reais. A inauguração do The Silo sul-africano foi em 1º de março de 2017.

No Brasil, quando surgiu o projeto do Porto Maravilha, também foi incluído o retrofit do Moinho Fluminense - o mais antigo do Brasil - para que seus armazéns fossem transformados em shopping centers, prédios corporativos e um hotel, que utilizaria exatamente a estrutura do silo. O investimento previsto era de R$ 1 bilhão. No entanto, apenas as fachadas dos armazéns foram restauradas e o projeto do silo-hotel acabou adiado. A obra era um plano para a cidade do Rio de Janeiro durante o período em que ela sediou a Copa do Mundo de 2014 e os jogos olímpicos de 2016.

Veja vídeo sobre o retrofit do The Silo da Cidade do Cabo

Entrevistados
- Arquiteto Dan Stubbergaard, diretor do escritório dinamarquês COBE
- Assessoria de imprensa do The Silo Cape Town

Contatos
press@cobe.dk
info@thesilohotel.com

Crédito Fotos: The Silo, COBE, Cidade do Rio.

Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330

Lava Jato influencia ranking das 100 maiores construtoras

Gigantes do setor evitam participar do levantamento e abrem espaço para empresas que atuam no segmento residencial para baixa renda

Por: Altair Santos

No final de junho de 2017, a ITC (Inteligência Empresarial da Construção) divulgou o mais recente levantamento das 100 maiores construtoras do Brasil. As consequências da operação Lava Jato podem ser vistas na lista. De acordo com a própria ITC, gigantes do setor, como Odebrecht, OAS, Andrade Gutierrez, UTC, Camargo Corrêa e Queiroz Galvão, pediram para ser excluídas do levantamento deste ano. Com isso, abriram espaço para que novas empresas se destacassem, tanto na lista nacional quanto nos rankings regionais.

Construtoras que atuam no segmento de baixa renda foram as que mais cresceram no ranking
Construtoras que atuam no segmento de baixa renda foram as que mais cresceram no ranking

O levantamento da ITC está em sua 13ª edição e é concebido com base nos números de 2016, levando-se em conta a quantidade de metros quadrados construídos, o estágio das obras e o volume de lançamentos. A participação é espontânea e quem quer ter seu desempenho avaliado precisa abrir todos os dados de produção da construtora. Além da Lava Jato, a crise econômica também intimidou algumas empresas. “A crise causou uma grande queda no volume de obras, com as construtoras optando por vender estoques em vez de construir”, cita o relatório da ITC sobre o ranking 2017.

O levantamento avalia quatro grupos de obras:
1. Residencial, que inclui edifícios residenciais e condomínios de casas.
2. Comercial, que abrange faculdades, universidades, escolas, museus, teatros, centros de convenções, estádios, shopping centers, supermercados, fóruns, presídios, hospitais, clínicas, aeroportos, hangares, hotéis, flats, resorts, lazer, edifícios comercias, edifícios corporativos e galpões.
3. Industrial, que contabiliza agroindustrial, alimentos e bebidas, consumo, energia e telecomunicação, ferrosos e não-ferrosos, materiais de construção, mecânica e elétrica e petróleo e gás.
4. Residencial popular, que engloba edifícios residenciais e condomínios para baixa renda.

Volume de obras cai desde 2014
Também são analisados aspectos como gestão sustentável e responsabilidade ambiental nos processos de construção. Não são computadas no ranking as seguintes obras: berços, cais, ferrovias, hidrelétricas e barragens, píer, pontes, viadutos, portos, rodovias e saneamento básico. Segundo o relatório da ITC Inteligência, o segmento que mais cresceu foi o de construção residencial para baixa renda, o que explica o fato de a MRV encabeçar a lista, seguida da Direcional Engenharia, que também atua no segmento de habitação popular.

Na região Sul - dentro dos segmentos residencial e comercial -, destacam-se as seguintes construtoras:
SUL
PR 1º Casaalta Construções Ltda
PR 2º Grupo Plaenge
PR 3º Jota Ele Construções Civis S/A
SC 4º FG Brazil Holding Ltda
PR 5º A.Yoshii Engenharia e Construções Ltda
PR 6º Irtha Engenharia S/A
RS 7º CFL Gestão e Adm de Obras em Empreendimentos Imobiliários Ltda
SC 8º Base Construções e Incorporações Eireli
SC 9º Rôgga S.A. Construtora e Incorporadora
SC 10º Embraed Empresa Brasileira de Edificações Ltda
RS 11º Viezzer Engenharia e Negócios Imobiliários Ltda
SC 12º Corbetta Construções e Empreendimentos Imobiliários Ltda
RS 13º Construbel Construções Ltda
SC 14º Speranzini Engenharia Ltda
PR 15º Andrade Marinho LMF
PR 16º Massai Construções Incorporações e Participações Ltda
RS 17º Fisa Incorporadora Ltda
PR 18º Lavitta Engenharia Civil Ltda
RS 19º Atena Incorporações Ltda
SC 20º Incorporadora Nostra Casa Ltda
SC 21º Construtora Oliveira Ltda

O decréscimo no volume de obras tem sido registrado pela ITC Inteligência desde 2014. Antes, a quantidade de empreendimentos construídos vinha em ascensão. Foram 2.191 entregues em 2012; 2.529, em 2013, e 3.882, em 2014. Na divulgação do ranking de 2015, as construções das empresas ranqueadas caíram para 2.285. Desde então, vem em declínio o volume de obras. Na lista de 2017, pouco mais de duas mil construções foram contabilizadas. O que também contribuiu para essa queda foi o fato de nenhuma construtora nova ter se interessado em participar do levantamento. “Não tivemos empresas novas participando, e sim as que já têm tradição de marcar presença no ranking”, diz a ITC Inteligência.

Confira as empresas que compõem o ranking nacional
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Confira as empresas que se destacaram regionalmente
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Entrevistado
ITC (Inteligência Empresarial da Construção) (via assessoria de imprensa).

Contatos
ranking@itc.etc.br
www.itc.etc.br

Crédito Fotos: Divulgação.

Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330

Reforma trabalhista 2017 tende a destravar produtividade

Neste aspecto, construção civil é uma das mais beneficiadas pela nova lei, principalmente por trazer mais segurança jurídica ao setor

Por: Altair Santos

Para a maioria dos setores ligados à cadeia produtiva da construção civil, a modernização das leis trabalhistas vai melhorar as relações entre empresas e trabalhadores, reduzindo conflitos e trazendo segurança jurídica às relações patrão-empregado. “Ela inova ao dar força de lei ao acordado em convenção ou acordo coletivo, em relação a itens como flexibilização do cumprimento da jornada de trabalho, remuneração por produtividade, banco de horas, parcelamento das férias e trabalho remoto”, diz o presidente do SindusCon-SP, José Romeu Ferraz Neto.

Neste aspecto, construção civil é uma das mais beneficiadas pela nova lei, principalmente por trazer mais segurança jurídica ao setor
Por ampla maioria, Congresso aprovou reforma trabalhista, alterando regras que vigoravam desde 1943

O dirigente entende que pontos da lei ainda poderão ser aperfeiçoados, mas o importante é que ela ajuda a destravar a economia. Antes, porém, é preciso assimilar as mudanças. Até porque, trata-se de uma lei que ficou inalterada desde 1943. Por isso, várias entidades de classe da construção civil estão agendando seminários com especialistas para explicar a seus associados as modificações e qual o impacto que elas causarão para as empresas e os trabalhadores. Um dos palestrantes mais solicitados é o juiz federal do Tribunal Regional do Trabalho da 9ª Região (TRT-PR), Marlos Augusto Melek.

Desde o começo dos debates, o magistrado posicionou-se a favor da reforma trabalhista. “Ao contrário do que muitos esperavam, a reforma trabalhista ultrapassa a questão de governo e foi elevada a uma questão de Estado. Ela traz liberdade, segurança jurídica e simplificação”, destaca Marlos Augusto Melek, para quem a mudança tende a fortalecer a meritocracia dentro das empresas. O juiz contribuiu com a elaboração do texto da nova lei, a convite da Casa Civil. Boa parte de seus conceitos estão no livro que foi lançado em 2016 (Trabalhista! E agora?) onde, resumidamente, trata do desconhecimento da lei por parte de empresas e empregados.

Passo decisivo
Para o presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), José Carlos Martins, a reforma é um passo decisivo para que a cadeia produtiva da construção civil se modernize, torne-se mais competitiva e retome o crescimento. “Enquanto alguns insistem em enxergar apenas a crise, o setor da construção vê o momento como uma oportunidade de mudança que aponta para a modernização. Não vemos a reforma como perda de direito, mas como estímulo para quem quer trabalhar e ser produtivo. A modernização das leis trabalhistas é um incentivo ao emprego. Ela é importante para o setor, mas principalmente para o país”, destaca Martins.

José Carlos Martins foi um dos representantes da construção mais atuantes para que o Congresso Nacional aprovasse a reforma trabalhista, assim como já havia sido na lei da terceirização. Ele explica o porquê do empenho. "Tudo o que for formalizado, tudo o que for claro, tudo o que não houver questionamento, é bom. Pode dar um pouco mais de trabalho para a empresa, de ter que fazer, mas tendo segurança jurídica, de que aquilo está correto, existe a certeza absoluta de que ninguém irá reclamar de um custo a mais", diz. O dirigente representa mais de 80 sindicatos patronais.

Sancionada dia 13 de julho de 2017 pela presidência da República, e publicada no Diário Oficial da União dia 14 de julho, a nova lei trabalhista entra em vigor em 14 de novembro de 2017. Até lá, o governo federal estuda publicar medida provisória que possa ajustar pontos polêmicos da legislação.

Entenda o que muda na lei trabalhista
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Entrevistados
- Engenheiro civil José Romeu Ferraz Neto, presidente do SindusCon-SP (via assessoria de imprensa)
- Juiz federal do Tribunal Regional do Trabalho da 9ª Região (TRT-PR), Marlos Augusto Melek (via assessoria de imprensa)
- Engenheiro civil José Carlos Martins, presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) (via assessoria de imprensa)

Contatos
sindusconsp@sindusconsp.com.br
comunica@cbic.org.br
ascom@trt9.jus.br

Crédito Fotos: Câmara dos Deputados.

Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330

Campinas terá o maior BRT em pavimento de concreto

Obras começam em agosto, com extensão de 36,6 quilômetros ao longo de três corredores. ABCP prestará assessoria técnica ao projeto

Por: Altair Santos

A cidade de Campinas-SP deu início em maio de 2017 àquele que é, hoje, o maior projeto de BRT (Bus Rapid Transit) no Brasil sobre pavimento de concreto. Serão 36,6 quilômetros, que se estenderão por três corredores, cruzando a segunda maior metrópole do estado de São Paulo. Com recursos que virão dos governos federal, estadual e municipal, o BRT Campineiro custará R$ 451,5 milhões e terá pavimentação rígida ao longo de toda a sua extensão. Os canteiros já começaram a ser instalados, para que as obras sejam iniciadas efetivamente em agosto.

Canteiro de obras do BRT de Campinas começa a receber o maquinário
Canteiro de obras do BRT de Campinas começa a receber o maquinário

Para treinar as equipes da EMDEC (Empresa Municipal de Desenvolvimento de Campinas S.A.), que é a responsável pelas obras do BRT, a Associação Brasileira de Cimento Portland (ABCP) promoveu em junho uma palestra-aula sobre procedimentos no projeto e na execução de pavimento de concreto. O evento teve a participação dos engenheiros civis diretamente envolvidos com a obra, que ouviram as orientações de Marcos Dutra de Carvalho, coordenador do Núcleo de Pavimentação da ABCP, e Ricardo Moschetti, gerente-regional da ABCP em São Paulo.

O volume previsto de concreto simples para pavimentar os três corredores do BRT de Campinas é de 77.242 m3. O maior corredor, chamado de Campo Grande, terá 17,9 quilômetros de extensão. Em seguida vem o Ouro Verde, com 14,6 quilômetros, e o Perimetral, com 4,1 quilômetros. Os estudos geotécnicos do terreno vão definir se a concretagem será feita com pavimentadoras ou vibroacabadoras de fôrmas deslizantes. “A ABCP dará apoio técnico à prefeitura de Campinas até o fim da obra”, diz Marcos Dutra de Carvalho.

Vantagens da tecnologia
Para convencer os projetistas de que o pavimento de concreto era a melhor solução para o BRT Campineiro, a ABCP enumerou as conhecidas vantagens da tecnologia: grande durabilidade, baixo custo de manutenção, imunidade a deformações plásticas. Juntam-se a esses benefícios, o fato de a operacionalidade do sistema de transporte público se tornar mais barato. “Como é um pavimento que não exige manutenção constante, como o asfalto, os ônibus circulam sem interrupção pelos corredores, sem prejudicar o trânsito de veículos”, diz Marcos Dutra.

BRT de Brasília tem 36,2 quilômetros de pavimento de concreto: 400 metros menor que o BRT de Campinas
BRT de Brasília tem 36,2 quilômetros de pavimento de concreto: 400 metros menor que o BRT de Campinas

O pavimento de concreto também ajuda a reduzir o custo com combustíveis e de consumo de pneus, já que o gripping do piso permite uma frenagem mais uniforme. O especialista da ABCP destaca ainda outras vantagens da tecnologia. “O pavimento de concreto oferece maior visibilidade noturna, mesmo sob chuva, por causa do elevado índice de reflectância de sua superfície clara. Além disso, gera menor emissão de gases causadores do efeito estufa, principalmente o dióxido de carbono (CO2). Trata-se de uma alternativa ambientalmente sustentável”, afirma.

Desde 2012, por causa dos projetos de mobilidade urbana que gravitaram em torno do evento Copa do Mundo 2014, vários planos de BRT surgiram Brasil afora. Alguns foram viabilizados integralmente, outros parcialmente e uns sequer saíram do papel. Foram concluídos os BRTs do Rio de Janeiro e de Brasília. Ficaram pela metade os BRTs de Recife e Belém e não foram executados os BRTs de Niterói e de Florianópolis. Em termos de percurso, os corredores de Brasília e do Rio têm 36,2 quilômetros e 39 quilômetros, respectivamente, mas o BRT fluminense não é 100% com pavimento em concreto.

Pavimentação pode usar vibroacabadoras de fôrmas deslizantes
Pavimentação pode usar vibroacabadoras de fôrmas deslizantes

Entrevistados
- Engenheiro civil Marcos Dutra de Carvalho, coordenador do Núcleo de Pavimentação da ABCP (associação Brasileira de Cimento Portland)
- EMDEC (Empresa Municipal de Desenvolvimento de Campinas S/A) (via assessoria de imprensa)

Contato
cursos@abcp.org.br
faleconosco@emdec.com.br

Crédito Fotos: EMBEC, PAC, Divulgação.

Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330