PET Civil: no que eles ajudam os futuros engenheiros?

Programas de Educação Tutorial servem como ferramentas para melhorar a graduação e estimular trocas de conhecimento entre estudantes

ENAPET 2017, realizado em agosto em Brasília: trabalhos acadêmicos ajudam a melhorar cursos de engenharia civil
ENAPET 2017, realizado em agosto em Brasília: trabalhos acadêmicos ajudam a melhorar cursos de engenharia civil

Os Programas de Educação Tutorial (PET) de Engenharia Civil, mais conhecidos como PET Civil, estão presentes em praticamente todas as universidades públicas brasileiras. O objetivo é que eles sirvam como ferramentas para melhorar a graduação, estimulando trocas de interesses e disseminando conhecimento. Os PET Civil se utilizam bastante da internet para cumprir essas funções. Anualmente, eles também promovem encontros nacionais. Os eventos, conhecidos como ENAPET (Encontro Nacional dos PET) reúnem não apenas participantes de cursos de engenharia civil, mas também de outras graduações. A edição de 2017 ocorreu em Brasília-DF.

Nos ENAPET são apresentados trabalhos que demonstram a real função dos Programas de Educação Tutorial, que é propagar assuntos de interesse comum e procurar orientar estudantes que tenham dificuldades em alguma disciplina. Normalmente, grupos de professores atuam como tutores dentro do programa. O resultado deste trabalho pode ser visto em Brasília, onde os PET Civil se destacaram pelo volume de temas mostrados. Alunos da Universidade Federal de Alagoas (UFAL) fizeram a apresentação da pesquisa “Responsabilidade social: a influência do programa de educação tutorial na formação de engenheiros civis”.

Já a Universidade Federal do Paraná (UFPR) apresentou o trabalho “Vídeos didáticos como ferramentas de aprendizado no curso de engenharia civil da UFPR”. Destacou-se também a apresentação do PET Civil da Universidade Federal do Ceará (UFC), intitulado “Curso de Pré-engenharia”. Nele, os veteranos dão aula de reforço de matemática e física para os calouros com dificuldades e orientam também como os novos alunos devem se preparar para o que virá na graduação. Trabalho semelhante faz a Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), com o programa “Calourada da Civil”.

Regulamentação

Criado em 1979 pela CAPES (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior) o Programa de Educação Tutorial é regulamentado e reconhecido pelo MEC (Ministério da Educação). Ele é definido como “um programa acadêmico direcionado a alunos regularmente matriculados em cursos de graduação, cujos objetivos são: a melhoria do ensino de graduação, a formação acadêmica ampla do aluno, a interdisciplinaridade, a atuação coletiva, o planejamento e a execução de um programa diversificado de atividades acadêmicas”.

Atualmente, o PET está sob a responsabilidade do Departamento de Projetos Especiais de Modernização e Qualificação do Ensino Superior (DEPEM) e é avaliado anualmente por uma comissão local, dentro de cada universidade, em conjunto com uma comissão de avaliação do SESu/MEC (Secretaria de Educação Superior). Dependendo do desempenho, eles podem sofrer intervenção destas comissões ou até serem fechados. O PET de cada uma das graduações, dentro das universidades, é importante também para manter o grau de qualidade do curso. Não existe um ranking de PET Civil, já que cada um opera de acordo com a realidade de cada universidade pública do país. Pioneiros, os PET Civil são maioria.

Entrevistado
Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES)
(via assessoria de imprensa)

Contato: imprensa@capes.gov.br

CréditoFoto: UFMS

Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330

México já teve bolsa-concreto para combater doenças

Programa “Piso Firme” atendia famílias que viviam em casas de chão batido, distribuindo concreto para construção de contrapisos

Programa Piso Firme ajudou a reduzir número de crianças e adultos infectados por parasitoses
Programa Piso Firme ajudou a reduzir número de crianças e adultos infectados por parasitoses

Em 2000, o estado mexicano de Coahuila lançou um programa para concretar os pisos de chão batido das casas de famílias que viviam na linha da pobreza. Batizado de Piso Firme, o plano atingiu 34 mil lares e, em função do sucesso, em 2005 transformou-se em um programa nacional. O governo federal estendeu o Piso Firme para todo o país. O objetivo era atingir cerca de quatro milhões de famílias carentes, a fim de acabar com as casas de chão batido no México.

A política pública doava o equivalente a 150 dólares de concreto por residência, que era transformado em contrapiso. As betoneiras passavam pelas ruas distribuindo o material, que era colocado em carrinhos de mão e levado para as casas para, em seguida, ser espalhado por uma equipe de operários das prefeituras locais. A razão do programa era o combate à parasitose. Por viverem descalças dentro de casa, muitas crianças e adultos contraíram vermes.

Até 2013, 2,3 milhões de m³ de concreto tinham sido convertidos em contrapiso - o equivalente a pavimentar uma rodovia ligando o México à Argentina. Também se verificou que as doenças causadas por parasitas intestinais reduziram 20% em crianças até seis anos nas regiões alcançadas pelo Piso Firme. Os casos de diarréia caíram 13% e de anemia 20%. Outro dado interessante do programa: os níveis de depressão e de estresse das mães reduziram 12,5% e 10,5%, respectivamente, por causa da “sensação de casa limpa” que os pisos concretados transmitiam. 

Apesar do sucesso do programa, ele foi descontinuado há quatro anos. O motivo: corrupção. Foi descoberto que parte do concreto era desviado das betoneiras. O material acabou abastecendo obras de funcionários do governo ou vendido a preços abaixo de mercado para outras construções. O concreto também foi usado para a compra de votos em períodos eleitorais. Resultado: o Piso Firme não atingiu a meta de zerar as casas com chão batido no México.

Programa pode ser retomado

De acordo com o Instituto Nacional de Geografia do México (INEGI) as casas com pisos de chão batido voltaram a crescer entre 2015 e 2016. O estado de Vera Cruz é onde existe a maior parcela da população morando nestas condições: 14,4%. Em seguida, vêm Chiapas (10,9%), Oaxaca (10,7%), Guerrero (9,1%) e Puebla (7,1%). O organismo também calcula que esses cinco estados concentram 52,5% das casas com chão batido do México. Recentemente, o ministério de desenvolvimento agrário, territorial e urbano do país passou a estudar a retomada do Piso Firme. 

Para a ministra Rosario Robles Berlanga, o México está mais maduro e menos suscetível a escândalos de corrupção como os que atingiram o programa até 2013. “O que aconteceu antes não ocorrerá agora, pois o governo aprimorou a fiscalização. O Piso Firme é um programa bem-sucedido, que tem condições de ser reativado, pois trouxe resultados muito positivos ao México”, discursa Rosario Robles. O governo mexicano, no entanto, não tem prazo para reiniciar o plano.

Entrevistado
Centro de Desenvolvimento Global – ONG voltada para disseminar programas sociais bem-sucedidos em um país para outros países
(via assessoria de imprensa)

Contato: globalhealthpolicy@cgdev.org

CréditoFoto: Piso Firme

Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330

Concreto permite torres de 140 m para captar energia eólica

Peças pré-fabricadas, desenvolvidas na Universidade de Iowa, nos Estados Unidos, possibilitam alcançar ventos de alta velocidade

Batizado de Hexcrete, por causa do formato hexagonal de suas estruturas, a tecnologia em concreto pré-fabricado desenvolvida na Universidade de Iowa, nos Estados Unidos, vai permitir que os geradores eólicos captem ventos a uma altitude de 140 metros. Atualmente, as maiores torres em concreto alcançam no máximo 80 metros, enquanto as em aço podem atingir 120 metros. "É justo dizer que fizemos grandes progressos na validação de um novo conceito de uso de concreto pré-fabricado para torres de turbinas eólicas para grandes altitudes", diz Sri Sritharan, professor de engenharia da construção da Universidade de Iowa, e pesquisador de energia eólica.

Batizadas de Hexcrete, as estruturas pré-fabricadas têm formato hexagonal, o que dá sustentação para atingir grandes alturas
Batizadas de Hexcrete, as estruturas pré-fabricadas têm formato hexagonal, o que dá sustentação para atingir grandes alturas

Os pesquisadores estão usando concreto de ultra-alto-desempenho (CUAD) - cuja resistência pode chegar a 800 MPa - para produzir as peças pré-fabricadas que, encaixadas umas nas outras, possibilitam erguer as superestruturas. A torre tem uma base mais larga e vai afunilando até o topo, o que oferece maior sustentação ao equipamento. Além disso, os módulos podem ser transportados em caminhões, facilitando a montagem. Outro ponto positivo é que, em alturas maiores, os geradores podem carregar turbinas com capacidade de até 2,3 megawatts. ”São colunas e painéis pré-fabricados facilmente transportáveis. As peças são ligadas por cabos para formar células hexagonais que podem ser empilhadas verticalmente para formar torres de 140 metros”, explica Sri Sritharan.

O engenheiro que coordena o projeto afirma que o Hexcrete está em fase de teste de fadiga. “Não foram detectados danos após quase 200 mil ciclos de carga”, afirma Sri Sritharan. O próximo passo da equipe é construir uma torre-protótipo em Iowa. "Agora, nosso objetivo é identificar parceiros que possam trabalhar conosco neste projeto. Também trabalhamos para desenvolver um plano de comercialização", diz o pesquisador-chefe, que avançou na pesquisa do Hexcrete com recursos do departamento de energia dos EUA, do Iowa Energy Center e de cimenteiras da região. Ao todo, o projeto já consumiu US$ 1,102 milhão.

Ventos com 80 km/h 

O projeto para construir torres que conseguem captar ventos de alta velocidade começou em 2010. "Durante muito tempo, os fabricantes de turbinas têm aspirado construir torres mais altas, pois os recursos de vento são mais consistentes e confiáveis ​​em altitudes mais elevadas. Este projeto tem um grande potencial para tornar este plano realidade", comenta Kurt Bettenhausen, chefe de automação e tecnologia do campo do departamento de energia dos EUA. Através da pesquisa liderada por Sri Sritharan chegou-se, ao que tudo indica, à solução. “A chave para as torres mais altas é construir com concreto em vez de aço", acrescentou o engenheiro.

Os ventos que os pesquisadores buscam podem alcançar até 80 km/h. Por isso, o Hexcrete é feito com estruturas maciças de concreto pré-fabricado, cada uma medindo 4,5 metros de altura e 2 metros de largura. O formato hexagonal permite que uma se una à outra, formando a estrutura principal. Individualmente, cada peça consome 120 m³ de concreto. “Com essa modulação, as células podem ser montadas em vários arranjos, de acordo com os objetivos da torre”, conclui Sri Sritharan. 

Veja vídeo sobre o Hexcrete

Entrevistada: Engenheiro civil Sri Sritharan, professor de engenharia da construção da Universidade de Iowa
Contato: sri@iastate.edu

Crédito foto: Iowa State University

Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330

Informações no saco de cimento ajudam a boa obra

Norma técnica e boletim da ABCP definem dados relevantes que devem vir impressos na embalagem do produto para orientar consumidor

Embalagem de cimento Itambé: frente e verso seguem orientações da norma técnica e da ABCP
Embalagem de cimento Itambé: frente e verso seguem orientações da norma técnica e da ABCP

Os sacos de Cimento Portland trazem informações relevantes para a qualidade da obra e também para a segurança de quem manipula o material. Por isso, o recomendável é observar as orientações. A embalagem traz desde a composição do produto até a maneira correta para estocá-la. Também são relevantes dados de como aplicar o cimento, para qual tipo de obra ele é recomendado e os tempos de mistura e de cura. A principal norma técnica do produto é a ABNT NBR 5732:1991 – Cimento Portland Comum, que define também as informações que a embalagem deve trazer na frente e no verso.

É igualmente importante que o saco tenha o selo de qualidade da ABCP (Associação Brasileira de Cimento Portland) o que atesta que o material foi produzido atendendo todas as exigências de norma. Em seu boletim técnico 106, a ABCP orienta como estocar os sacos. “Recomenda-se a estocagem de cimento sobre um tablado de madeira, montado a pelo menos 30 cm do chão ou do piso, e não formar pilhas maiores do que 10 sacos. O acúmulo de muitas embalagens umas sobre as outras tende a criar sobrecarga nos primeiros sacos, o que pode endurecer o material contido na embalagem”, diz o documento.

A pilha recomendada de 10 sacos, além de preservar as propriedades do cimento, também facilita a contagem, tanto na hora da entrega quanto no controle do estoque. No mesmo documento, a ABCP alerta que as propriedades do cimento se conservam intactas por três meses, a partir da data da fabricação, desde que bem estocado. Aliás, a embalagem tem grande importância na preservação das propriedades do cimento. Não é à toa que ela é usada em todo o mundo. Feito em papel kraft de múltiplas folhas para proteger o cimento da umidade e facilitar o manuseio no transporte. Além disso, permite o enchimento com o material ainda bem quente.

Embalagem é a bula do cimento

Informações que vêm no verso da embalagem de cimento Itambé: aplicações de uso, além de uma linha 0800 para falar diretamente com a empresa
Informações que vêm no verso da embalagem de cimento Itambé: aplicações de uso, além de uma linha 0800 para falar diretamente com a empresa

Orienta a ABCP que não é recomendável usar o cimento quente, pois pode afetar a trabalhabilidade da argamassa ou do concreto. Deve-se deixá-lo descansar até atingir a temperatura ambiente. Em caso de uso em regiões de clima frio, a temperatura ambiente pode ser tão baixa que ocasionará um retardamento do início de pega. Para que isso não ocorra, convém estocar o cimento em locais bem protegidos.

O saco de cimento está para o material como a bula para o remédio. No caso dos produtos da Cimento Itambé, por exemplo, o verso da embalagem traz os seguintes dados: informações ao consumidor, composição, recomendações quanto ao uso, como aplicar na produção de concreto, os cuidados na concretagem, o transporte e o lançamento, além de informações sobre adensamento e cura e, em destaque, orientações de risco à saúde. O saco traz também a ficha técnica do produto e para quais aplicações aquele tipo de cimento é recomendado. Um diferencial é o telefone 0800 41 9002 impresso na embalagem, onde o usuário pode esclarecer dúvidas com a assessoria técnica do fabricante.

Fora do Brasil não é diferente. As embalagens de cimento também seguem normas técnicas e precisam trazer as sete informações fundamentais:
- Como manipular o produto
- Riscos ao usuário
- Forma correta de estocar
- Recomendações de uso
- Composição do cimento
- Quais as suas aplicações
- Ficha técnica do produto

Veja o Cimento Certo para cada tipo de obra: clique aqui

Acesse aqui o boletim técnico da ABCP sobre utilização do Cimento Portland.

Entrevistado
Reportagem com base no boletim técnico 106, da ABCP (Associação Brasileira de Cimento Portland), na norma técnica ABNT NBR 5732:1991 – Cimento Portland Comum e na embalagem do produto da Cimento Itambé

Contato
abcpsp@abcp.org.com
www.cimentoitambe.com.br/produtos/

Crédito fotos: Cimento Itambé

Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330

Exército dos EUA faz casas em 3D para desabrigados

Tecnologia também permite construir instalações militares e, em breve, vai possibilitar erguer barreiras, cais e até pontes 

A primeira edificação impressa pela B-Hut 3D foi apresentada no final de agosto de 2017
A primeira edificação impressa pela B-Hut 3D foi apresentada no final de agosto de 2017

As forças armadas dos Estados Unidos estão empenhadas no programa “Construção Automatizada de Estruturas Expedicionárias” (ACES, da sigla em inglês). Trata-se da construção de casas de concreto com impressão 3D, e que podem ser erguidas em 24 horas. Cada unidade mede 47m2 e o objetivo é atender situações de calamidade e de conflito, oferecendo moradias provisórias para desabrigados por situações climáticas extremas ou por guerras.

O equipamento que imprime as casas pode ser transportado em aviões e caminhões para qualquer região e a vantagem é que a construção oferece melhor conforto e é mais durável que as tradicionais barracas. Em desenvolvimento desde 2013, no Construction Engineering Research Laboratory (Laboratório de Pesquisa de Engenharia de Construção) da U.S Army, o ACES também permite imprimir instalações para operações militares.

À frente do programa, o gerente do laboratório, Michael Case, afirma que o ACES está agregando novas demandas, as quais permitirão ao exército norte-americano não apenas imprimir edificações, mas barreiras, cais e até pontes. A impressora 3D, batizada de B-Hut 3D, foi desenvolvida em parceria com a NASA. Uma das características inovadoras, em relação a outras máquinas similares, é que o equipamento aceita agregados maiores.

Segundo Michael Case, é possível usar agregados de até 3/8’’ (polegadas). “Significa que a máquina pode misturar ao concreto boa parte dos agregados que ela encontrar no terreno em que a impressora for instalada. Isso amplia sua versatilidade e permite gerar estruturas com características mais robustas, sejam elas horizontais ou verticais. Além disso, alivia a carga de material de construção a ser transportada para pôr a impressora em funcionamento. Basicamente, só precisamos levar cimento”, afirma.

NASA quer tecnologia em Marte

Impressora 3D desenvolvida pelas forças armadas dos Estados Unidos pode ser transportada para qualquer lugar
Impressora 3D desenvolvida pelas forças armadas dos Estados Unidos pode ser transportada para qualquer lugar

Michael Case complementa que, para as forças armadas dos Estados Unidos, a capacidade de imprimir em 3D com concreto feito a partir de agregados de origem local reduzirá em mais de 60% a necessidade de transportar suprimentos extras em missões. “Projetos como este, estão abrindo uma nova porta para que os militares construam em qualquer lugar, reduzindo custos e mão de obra”, diz.

Paralelamente à impressora 3D para construir edificações, a US Army trabalha também no projeto X-FAB. Trata-se do emprego da tecnologia 3D para fabricar peças de reposição para equipamentos de defesa e veículos. O objetivo é reparar máquinas em qualquer lugar.

Para a NASA, a funcionalidade da impressão 3D é fundamental, já que ela entrou na parceria pensando no “Projeto Marte”. O plano da agência é levar uma tripulação ao planeta vizinho até 2030. Outro objetivo do programa ACES é viabilizar a impressora comercialmente. Por isso, o laboratório de engenharia estabeleceu um acordo de pesquisa e desenvolvimento cooperativo com a Caterpillar Inc. “Queremos disseminar a tecnologia que permite construir rapidamente e com segurança, e a impressão em 3D provou que é capaz de fazer as duas coisas”, relata Michael Case.

Entrevistado
Doutor Michael Case, Ph.D em engenharia mecânica e gerente do Construction Engineering Research Laboratory (Laboratório de Pesquisa de Engenharia de Construção) da U.S Army

Contato
Michael.P.Case@erdc.usace.army.mil

Crédito fotos: Mike Jazdyk

Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330

Constituição Federal trava crescimento, diz estudo

Excesso de normas tributárias editadas pelos governos federal, estadual e municipal atrapalha investimentos e gera insegurança jurídica 

Constituição Federal: em 29 anos, ela recebeu 5,7 milhões de normas tributárias
Constituição Federal: em 29 anos, ela recebeu 5,7 milhões de normas tributárias

Segundo estudo realizado pelo Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação (IBPT), desde que foi promulgada, em 5 de outubro de 1988,  a Constituição Federal recebeu 5,7 milhões de normas tributárias - média de 798 por dia útil. Muitas destas normas são “conflitantes e conflituosas”, como define o levantamento. O resultado, é que elas geram insegurança jurídica e prejudicam o investimento no país. Consequentemente, atrapalham o desenvolvimento da economia e a retomada do crescimento.
Para o presidente do IBPT, Gilberto Luiz do Amaral, o problema é que a maioria destas normas foi editada sem qualidade legislativa. “Há a necessidade de se fazer uma compilação de todas as normas, para excluir as conflitantes (incompatíveis juridicamente) e as conflituosas (que geram desentendimento jurídico), e que, muitas vezes, foram editadas sem qualquer qualidade legislativa. O excesso de legislação constatado no estudo quebra a harmonia entre os poderes, que é cláusula pétrea, prevista em nossa Carta Magna, artigo 2º”, afirma.

O levantamento também aborda as 16 emendas constitucionais que criaram tributos como CPMF, COFINS, CIDE, CIP, CSLL, PIS Importação, COFINS Importação, ISS Importação. De acordo com o IBPT, o Brasil precisa de uma nova realidade tributária para se adequar aos processos competitivos globais e para voltar a crescer, em vez de decretar tributos apenas para cobrir rombos fiscais. O mais recente está em debate: a mudança do regime de cobrança do imposto PIS/COFINS.

Segundo Gilberto Luiz do Amaral, a alteração que está em debate no Congresso Nacional pode aumentar o desemprego no Brasil. “De cada dez postos de trabalho, dois serão encerrados porque as empresas terão um aumento de custo que pode chegar a cinco pontos percentuais sobre seu faturamento. Temos 20 milhões de trabalhadores no setor de serviços e poderemos ter um desemprego de dois milhões de pessoas”, avalia. Sua estimativa é de que 1,5 milhão de empresas serão atingidas com o aumento de R$ 50 bilhões em arrecadação de tributos.

Perdas com burocracia

A proposta para um novo PIS/COFINS prevê o aumento da alíquota do imposto dos atuais 3,65% para 9,25%. Além disso, altera a forma de cobrança, ao acabar com o regime cumulativo. Mas esse não é o único problema. O estudo também atribui à burocracia a perda de R$ 60 bilhões por ano por parte das empresas. É o dinheiro que elas precisam tirar da produtividade e do investimento para fazer a gestão das normas tributárias. Em média, cada companhia - independentemente do tamanho – deve seguir 3.940 normas, 44.249 artigos, 103.100 parágrafos, 329.656 incisos e 43.364 alíneas.

Pior: não é apenas o governo federal que sufoca a produção com a burocracia tributária. Desde a promulgação da Constituição Federal, os estados já editaram 1.549.106 normas, 355.322 leis complementares e ordinárias, 515.307 decretos e 678.477 normas complementares. Em média, foram 217,76 normas por dia útil. Já os municípios são responsáveis pela edição de 3.965.412 normas, divididas em 679.780 leis complementares e ordinárias, 753.320 decretos e 2.532.312 normas complementares. Considerando que existem 5.567 municípios no Brasil, cada um deles editou, em média, 712,31 normas por dia útil.

Veja a íntegra do estudo do Gilberto Luiz do Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação. Clique aqui.

Entrevistado
Advogado Gilberto Luiz do Amaral, presidente do Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação (IBPT)

Contatos
gilberto.amaral@ibpt.org.br
https://ibpt.com.br/

Crédito foto: Divulgação

Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330

Cimbramento: não se faz concreto armado sem esse aliado

Sistema pode utilizar estruturas metálicas ou ser montado com madeira, o qual, atualmente, é o menos recomendado pelos especialistas

Cimbramento metálico: permite todo tipo de escoramento, e é o preferido pelos engenheiros
Cimbramento metálico: permite todo tipo de escoramento, e é o preferido pelos engenheiros

Resumidamente, cimbramento é um conjunto de estruturas provisórias em uma obra, e que auxiliam no escoramento de fôrmas para lajes, vigas e outros elementos de concreto armado. As peças sustentam o peso do próprio concreto, até que o material endureça e cumpra seu período de cura inicial. Metálicos ou de madeira, os modelos de cimbramento mais comuns são em formato de escoras, torres e vigotas.

Em edificações residenciais, o cimbramento com madeira ainda é o mais usado, por causa do custo menor, apesar da baixa durabilidade. Já as estruturas metálicas são recomendadas para obras mais complexas, quando o concreto é moldado no local. Um exemplo de cimbramento de alto desempenho foi aplicado na duplicação da rodovia Régis Bittencourt, no trecho da serra do Cafezal, onde as torres de sustentação chegaram a 25 metros de altura na construção de viadutos.  

Os engenheiros da Comunidade da Construção – movimento ligado à Associação Brasileira de Cimento Portland (ABCP) – explicam as vantagens do cimbramento metálico, em relação ao de madeira. “As escoras metálicas possibilitam a desforma de todo o sistema de distribuição de cargas sem que a escora seja removida. Isso confere segurança contra deformações impostas em idades baixas do concreto e a possibilidade do reaproveitamento das fôrmas e do vigamento de suporte”, descrevem.

Metal ou madeira?

Cimbramento em madeira: ainda é utilizado, mas limita-se cada vez mais a obras residenciais
Cimbramento em madeira: ainda é utilizado, mas limita-se cada vez mais a obras residenciais

Já as escoras de madeira, por causa da baixa capacidade de carga, acabam gerando grande concentração de peças sob a laje escorada, dificultando o trânsito. Atualmente, por questões ambientais, todo cimbramento em madeira precisa ter certificação e selo verde, o que comprova que o material vem de reflorestamento e não de extração ilegal. Existem três tipos de cimbramento em madeira:
1. Troncos: sistema extremamente rudimentar e desaconselhável. O material é heterogêneo, as peças são disformes e a capacidade de carga é limitada. O ajuste de altura é extremamente difícil e o reaproveitamento é baixo.
2. Pontaletes: normalmente utilizam pinho de reflorestamento e certificado. Trata-se de um material mais homogêneo, apesar da capacidade de carga ser limitada. Dependendo da estrutura a ser escorada, há necessidade de uma grande quantidade de elementos.
3. Garfos: consistem em um conjunto de sarrafos, que permitem boa capacidade de carga a uma altura máxima de 4,5 metros. Acima disso, a estabilidade já se torna precária.

O projeto estrutural da obra - incluindo o tipo de concreto a ser usado, se armado ou autoadensável, por exemplo -, além do planejamento do canteiro e do custo, são fundamentais para definir o tipo de cimbramento que poderá ser usado na construção. No caso dos conjuntos metálicos, os mais usados são:
1. Escoras: boa parte das construtoras utiliza esse sistema, já que existem empresas especializadas em locação. A capacidade de carga é elevada e permite o uso em muitas obras.
2. Torres: usada em obras especiais, onde a carga transferida aos pavimentos inferiores é muito elevada ou o pé direito é muito alto.

Entrevistado
Reportagem com base no guia de cimbramento da Comunidade da Construção, da Associação Brasileira de Cimento Portland (ABCP)

Contatos

dcc@abcp.org.br
www.comunidadedaconstrucao.com.br

Crédito fotos: Divulgação


Informalidade na construção causa perda de R$ 4 bi

Estudo da FGV mostra que nos períodos de expansão econômica a sonegação de tributos cai e nos períodos de crise aumenta

Por: Altair Santos

Estudo da Fundação Getúlio Vargas, a pedido da ABRAMAT (Associação Brasileira da Indústria de Materiais de Construção) revela que entre 2014 e 2016 a informalidade na cadeia produtiva da construção civil causou perda de R$ 4,1 bilhões em tributos. Em função da crise econômica no Brasil, a produção não formalizada vem crescendo desde 2013, e hoje se encontra em 6,6% do setor. A análise da FGV mostra também que a informalidade é contracíclica, ou seja, reduz nos períodos de expansão econômica e aumenta nos períodos de crise.

Extração de areia está entre os segmentos com maior impacto da informalidade
Extração de areia está entre os segmentos com maior impacto da informalidade

Entre 2010, chegou a ser de 7,8%. Caiu para 5,1% em 2013 e registrou retomada no ano seguinte (2014) para atingir o patamar de 6,6% em 2016. “Essa mudança de tendência está associada à piora das condições no setor, que passa por um período recessivo desde o final de 2014. Fica evidente, portanto, que a informalidade é contracíclica. Em termos de arrecadação, os resultados dessa característica da informalidade no setor causam efeitos bastante perversos nas contas públicas”, diz Robson Gonçalves, coordenador de projetos da FGV.

O levantamento detectou que, dentro da cadeia produtiva da construção civil, o segmento que apresenta a maior taxa de informalidade (superior a 20%) é o de extração de pedra, areia e argila. Em contrapartida, os segmentos de metalurgia e produtos de metal e químicos e produtos de borracha e plástico apresentam taxas de informalidade reduzidas, inferiores a 4%. Segundo o relatório da FGV, a área que mais impacta a arrecadação, dentro da cadeia produtiva da construção civil, é a de minerais não-metálicos. A taxa de informalidade é de 7,6%, mas a perda de arrecadação no segmento respondeu por R$ 633,3 milhões em 2016 (45,6% dos tributos não-arrecadados no setor de materiais de construção naquele ano).

Impacto social
A FGV usou metodologia própria para estimar a parcela de informalidade na construção civil. Foram comparados os valores de produção e vendas da Pesquisa Industrial Anual (PIA) com os valores do Sistema de Contas Nacionais (SCN) – ambos coletados pelo IBGE. Quanto ao cálculo dos tributos que deixam de ser arrecadados, o estudo se baseou na carga tributária incidente sobre os produtos, ou seja, na tributação sob a ótica do contribuinte. Como os dados do SCN foram publicados apenas até 2014 e a PIA até 2015, esses valores foram projetados para 2016. A produção formal foi atualizada pela PIM-PF e pelo INCC, e, para a produção informal, assumiu-se que ela cresceu proporcionalmente à demanda da construção civil, uma vez que o setor informal exporta pouco e tem uma baixa penetração de importados.

O relatório conclui com a seguinte análise: “A informalidade é uma questão bastante prejudicial ao crescimento econômico do país. Além de comprometer a qualidade e a conformidade técnica, a produção informal não paga tributos e impacta negativamente no benefício social da produção, limitando os investimentos públicos na melhoria da qualidade dos sistemas educacionais, de saúde e infraestrutura. A compreensão do grau de informalidade do setor de materiais de construção e de seus segmentos torna-se, nesse sentido, fundamental para que ações sejam tomadas a fim de mitigar esses prejuízos.”

Confira o relatório completo do estudo “Perfil da Indústria de Materiais de Construção”.

Entrevistado
Economista Robson Gonçalves, coordenador de projetos da FGV

Contato
robson.goncalves@fgv.br

Crédito Foto: Sinageo

Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330

Aplicativos: engenheiros já não vivem mais sem eles

Dispositivos permitem analisar projetos, calcular o orçamento, controlar a produtividade no canteiro de obras e escolher o cimento certo

Por: Altair Santos

O smartphone é hoje a principal ferramenta de trabalho do engenheiro civil. Além de facilitar a comunicação, o aparelho permite ao profissional armazenar aplicativos importantes para o dia a dia no escritório ou no canteiro de obras. As funções são várias. De apps que ajudam a calcular o orçamento de materiais até simuladores de barra de nível, passando por ferramentas que possibilitam a escolha do cimento certo para cada obra.

Uso de apps no canteiro de obras virou rotina para engenheiros
Uso de apps no canteiro de obras virou rotina para engenheiros

Os mais sofisticados permitem cálculos avançados em pleno local da construção. Outros antecipam as condições climáticas em até cinco dias, para casos em que a construção precisa entrar na etapa de concretagem. As funções são as mais variadas, mas todos têm em comum o fato de serem imprescindíveis para as situações impostas ao engenheiro civil, onde as decisões em tempo real, a produtividade e a precisão são cada vez mais exigidas.

Já existem até aplicativos para quem busca consultorias de engenheiros e arquitetos. O interessado paga uma taxa e consegue se conectar online com um profissional para tirar suas dúvidas sobre obras ou projetos. Também é possível contratar o especialista, após a obtenção de um diagnóstico. O Helper – nome do app – permite contato de uma hora com um dos engenheiros civis e arquitetos cadastrados.

Veja outros apps listados entre os melhores para os profissionais da construção civil, e que podem ser operados no Brasil:

Safesite
Voltado para a segurança no canteiro de obras. A ferramenta registra riscos e notifica automaticamente as partes responsáveis. Também faz o rastreamento até que o problema seja solucionado. Ainda ajuda a fazer o checklist de segurança na obra.

Construction Master Pro App
Substitui as calculadoras profissionais para operações que fazem parte do dia a dia de engenheiros civis, como ângulos, áreas e volumes. Também possui conversor de medidas. O app ainda permite salvar os cálculos e enviá-los por email às áreas de interesse.

PlanGrid
Permite atuar online nas plantas das edificações, compartilhando os dados com outros setores envolvidos com a obra. Possibilita fazer anotações, marcar problemas e gerar relatórios sobre as alterações nas plantas. Com o app ainda é viável anotar as inspeções e eventuais pedidos de mudança no projeto.

Timesheet Mobile
A ferramenta faz a gestão das equipes de trabalho no canteiro de obras e também monitora via GPS a entrega de materiais no local da construção. O objetivo é melhorar a produtividade e impedir o estouro do orçamento com horas extras.

Coconstruct
O app gera orçamentos, fazendo a busca de serviços terceirizados e de fornecedores de materiais, levando em conta o preço e a distância do canteiro de obras. Também compartilha o orçamento com os setores envolvidos na construção.

iHandy Carpenter
O aplicativo economiza o uso de cinco ferramentas: transferidor, régua, barra de nível, nível de superfície e nível de prumo. É útil tanto para engenheiros civis quanto para arquitetos. Com o app dá para verificar a verticalidade das paredes, medir ângulos e verificar se o contrapiso está plano, por exemplo.

AutoCad 360
Um dos softwares mais usados pela engenharia mundial – precursor do BIM –, o AutoCad agora cabe no smartphone. A ferramenta foi transformada em dispositivo móvel sem perder suas principais características. O app permite visualizar, editar e compartilhar projetos.

Sun Seeker
Os jornais Wall Street Journal, Washington Post, Sydney Morning Herald colocaram o app entre os dez melhores já criados. O dispositivo simula todas as situações de insolação em uma área, levando em consideração a latitude e a longitude exata. Com isso, permite uma noção muito semelhante do microclima onde a obra será construída. É ideal para definir, já na fase do projeto, o desempenho térmico da edificação.

Cimento Certo
Disponível para desktops e notebooks, a ferramenta leva em consideração as normas técnicas da ABNT, as principais características de cada tipo de cimento, as aplicações mais adequadas e os relatórios de ensaios realizados nos laboratórios da Cia. de Cimento Itambé, a fim de sugerir qual o material mais adequado para a obra.

Patologias do concreto
Elaborado pela equipe técnica da Cia. de Cimento Itambé, a ferramenta ajuda a conhecer os principais tipos de patologias do concreto, de modo fácil e intuitivo. O usuário descobre as causas e as formas de evitar. Além disso, ainda conta com uma galeria de imagens para ajudar na correta identificação do problema.

Reforma Simples
O aplicativo permite calcular o orçamento da obra, levando em conta o preço do material de construção em cada estado do Brasil. A ferramenta utiliza o Sistema Nacional de Pesquisa de Custos e Índices da Construção Civil (SINAPI), o que mantém os valores sempre atualizados.

Entrevistado
Reportagem com base no ranking elaborado pelo site suíço 42 Matters, com destaque para os apps voltados para a construção civil

Contato
info@42matters.com

Crédito Foto: Divulgação

Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330

Conheça o melhor engenheiro-projetista do mundo

Britânico do escritório Foster + Partners vence eleição de 2017 pela versatilidade de seus projetos, especialmente os que envolvem concreto

Por: Altair Santos

Roger Ridsdill Smith: projetos englobam de obras refinadas a grandes estruturas
Roger Ridsdill Smith: projetos englobam de obras refinadas a grandes estruturas

Desde 2005, a IABSE (International Association for Bridge and Structural Engineering [Associação Internacional para Engenharia de Pontes e Estruturas]) elege o engenheiro-projetista do ano. Em 2017, o escolhido foi o britânico Roger Ridsdill Smith. Contratado da Foster + Partners, um dos principais escritórios de projetos arquitetônicos e estruturais do mundo, Smith assina obras emblemáticas na Europa e em outros continentes.

Ele é responsável pela revitalização do porto velho de Marselha, na França, com a criação de um dossel de aço inoxidável no centro da praça principal, e que transformou o local em ponto turístico. Também é o projetista do arco de concreto que envolve um dos centros médicos mais conhecidos da Grã-Bretanha – o Maggie's Center, em Manchester -, especializado no tratamento de câncer.

O engenheiro concebeu ainda a estrutura em concreto aparente do Musée de la Romanité em Narbonne (Museu Regional de Narbonne), em construção, e que deve ser inaugurado em 2019, além do projeto do novo aeroporto internacional de Tocumen, no Panamá. "Na Foster + Partners nos esforçamos para projetar estruturas que sejam eficientes, que tenham integridade e que pareça que nada mais pode ser removido. Tenho a honra de receber este reconhecimento da IABSE", disse Roger Ridsdill Smith.

Dossel de aço inoxidável, em Marselha, na França: impulso para a premiação
Dossel de aço inoxidável, em Marselha, na França: impulso para a premiação

O vencedor receberá o prêmio dia 23 de novembro de 2017, quando irá palestrar na sede britânica da IABSE, em Londres. Ele receberá a medalha Milne. O prêmio homenageia Bob Milne (in memorian) que serviu durante muitos anos como secretário-honorário da associação. A comissão julgadora elegeu Roger Ridsdill Smith pela versatilidade de seus projetos, que vão desde o concreto bruto, até estruturas mistas (concreto e aço) e materiais como vidro e madeira.

Obras relevantes
Na revitalização do porto velho de Marselha, inaugurado em 2014, Smith projetou um calçadão onde o destaque é o dossel de aço inoxidável polido que mede 46 metros por 22 metros. A área reflete a imagem dos pedestres, que são atraídos para a obra de arte. Em 2016, o local foi citado como o preferido dos franceses para tirar selfies.

No Maggie's Center, o engenheiro-projetista concebeu um arco de concreto branco que envolve todo o prédio da clínica britânica. A ideia foi dar a sensação ao paciente de que ali ele se sente protegido. “Acho que o objetivo foi atingido. As pessoas dizem ter uma sensação de segurança quando entram no centro médico”, relata Smith.

Arco de concreto branco, em clínica britânica: versatilidade do projetista impressiona IABSE
Arco de concreto branco, em clínica britânica: versatilidade do projetista impressiona IABSE

Em outra obra que influenciou a comissão julgadora do IABSE a premiar o engenheiro britânico, a opção foi por estruturas pré-fabricadas de concreto aliadas ao aço e ao vidro. Trata-se da expansão do Aeroporto Internacional de Tocumen, o principal do Panamá e o mais movimentado da América Central. A obra começou em 2011 e será inaugurada no final de 2017.

Atualmente, Roger Ridsdill Smith acompanha a construção do Musée de la Romanité em Narbonne (Museu Regional de Narbonne [MuRéna]). Trata-se de seu mais recente projeto, que utiliza um parque onde está em construção um conjunto de pavilhões de concreto para receberem exposições. Os espaços pretendem unir música, literatura, teatro e cinema. A novidade é que se trata do primeiro museu do mundo 100% sustentável, com prédios-verdes, reúso da água, captação de energia fotovoltaica e áreas de mobilidade que proíbem a circulação de veículos automotores.

 

 

Entrevistado
Engenheiro-projetista Roger Ridsdill Smith (via assessoria de comunicação do IABSE)

Contato
secretariat@iabse.org

Crédito Fotos: Twitter e Divulgação

Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330