Timão: há 20 anos treinando a mão de obra da construção

Programa criado pela Cia. de Cimento Itambé dissemina as melhores práticas, seja no canteiro de obras, nas empresas parceiras ou nas universidades

Logomarca comemora os 20 anos do Timão
Logomarca comemora os 20 anos do Timão

Dia 13 de fevereiro de 1998 foi lançado pela Cia. de Cimento Itambé o programa Timão. A proposta era simples: uma palestra para pedreiros e serventes de obras, a fim de que pudessem fazer o uso correto do Cimento Portland no preparo do concreto e da argamassa, sem desperdícios, no tempo permitido, com correto adensamento e cura adequada. Assim nasceu o Treinamento de Mão de Obra para a Construção Civil (Timão), que, ao completar 20 anos, tornou-se um dos mais bem-sucedidos programas voltados à qualificação na construção civil.

O Timão tornou-se abrangente e hoje contabiliza 2.213 palestras para 59.300 participantes, com média de 27 por palestra. A característica principal do programa é que ele atende a diversos públicos. Engloba desde os operários, passando por engenheiros civis, arquitetos e estudantes universitários. Inovador, leva a sala de treinamento ao canteiro de obra, às empresas parceiras e às universidades. As informações são passadas por uma equipe qualificada, que usa linguagem didática, utiliza ferramentas audiovisuais e faz demonstrações sobre como executar o trabalho.

Palestra do Timão utiliza linguagem didática e ferramentas audiovisuais
Palestra do Timão utiliza linguagem didática e ferramentas audiovisuais

Para Lycio Vellozo, diretor comercial da Cia. de Cimento Itambé, o Timão é um exemplo de como a empresa pode se relacionar não apenas com seus clientes, mas com a comunidade técnica que busca qualificação. “A abrangência dos treinamentos avançou do canteiro de obra para outros segmentos da construção civil – centrais de concreto, industrias de pré-moldados, artefatos de cimento, revendas e, por último, as universidades nos cursos voltados à construção civil”, afirma.    

Atualmente, o Timão abrange vários segmentos. As palestras são moldadas de acordo com o tipo de atividade do cliente. Por exemplo, para concreteiras, o treinamento é dirigido para motoristas operadores de betoneiras, operadores de bombas de concreto, balanceiros, auxiliares de laboratório e vendedores. Neste caso, as palestras são mais técnicas, com aspectos que envolvem a produção de concreto e os cuidados de manuseio, tanto na central como na obra. O Timão também leva aulas práticas de laboratório para cursos de graduação e tecnólogos voltados à construção civil - engenharia civil, arquitetura, técnico em edificações e tecnologia em concreto -, atendendo toda a região sul do Brasil.

Convênios com universidades

Veículo personalizado para o programa Timão transporta a equipe para empresas e universidades
Veículo personalizado para o programa Timão transporta a equipe para empresas e universidades

Também há convênios, como os que existem com a Universidade Federal do Paraná (UFPR) e a Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR). “Para o ano letivo de 2007 firmamos o primeiro termo de convênio com a Universidade Federal do Paraná, com o objetivo de estabelecer um intercâmbio técnico-científico para a utilização da estrutura técnica e equipamentos da Itambé - fábrica, mina de calcário e central de concreto, visando capacitar e desenvolver os alunos para os corretos preceitos de utilização do cimento e do concreto. Em 2011, foi a vez da Universidade Tecnológica Federal do Paraná receber o convênio”, diz o diretor comercial da Cia. de Cimento Itambé.

Para 2018, o Timão já traçou suas metas para continuar como referência e abranger ainda mais parceiros. “Queremos manter o programa com a média de 100 treinamentos para um público de 3.000 pessoas e fortalecer os convênios com as universidades”, assegura Lycio Vellozo, convicto de que o Timão seguirá prestando serviços relevantes ao abrangente setor da construção civil.

Solicite uma palestra do Timão. Clique aqui.

Entrevistado
Engenheiro civil Lycio Vellozo, diretor comercial da Cia. de Cimento Itambé

Contato: 
asstec@cimentoitambe.com.br

Crédito Fotos: Cia. de Cimento Itambé

Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330

Inverno russo é obstáculo aos estádios da Copa 2018

Além do frio, problemas com projeto, falência de empreiteira, impasses políticos e acidentes também ajudaram a retardar as obras

Arena Samara: o estádio mais atrasado não terá área para estacionamento
Arena Samara: o estádio mais atrasado não terá área para estacionamento

A Copa do Mundo começa dia 14 de junho e a Rússia encara um dilema parecido com o que o Brasil enfrentou em 2014: o cronograma de conclusão dos estádios está atrasado. Dos 12 palcos do mundial 2018, apenas cinco foram concluídos e testados. Para dificultar, a engenharia russa ainda enfrenta um inimigo extra: o inverno, que neste ano foi menos rigoroso, se comparado a outras regiões da Europa, mas mesmo assim com temperaturas que superam facilmente os 20 ºC negativos.

Prevendo problemas, as equipes de planejamento conseguiram concluir todas as fases de concretagem e instalações de estruturas pré-fabricadas antes que o frio chegasse. O que ficou para o período mais rigoroso do inverno foram as etapas relacionadas à montagem de estruturas metálicas. Mesmo assim, quatro obras ainda preocupam a Fifa. São as que envolvem os estádios Kaliningrado, Nizhny Novgorod, Samara e Mordovia. A tendência é que as instalações fiquem prontas a menos de um mês da Copa e que sejam testadas durante o evento.

Arena Mordovia: construído em região que não tem o futebol como esporte principal, estádio encolheu
Arena Mordovia: construído em região que não tem o futebol como esporte principal, estádio encolheu

O estádio Samara é, indiscutivelmente, o que mais preocupa o comitê organizador da Copa 2018. Além de seus custos terem aumentado 40 milhões de euros (cerca de 140 milhões de reais) em relação ao orçamento original, a construção sofreu com um incêndio no canteiro de obras em agosto de 2017. Além disso, o arco metálico que envolve a cobertura teve uma série de revisões no projeto. A promessa é que o estádio ficará pronto para receber jogos do mundial, mas seu entorno não, ou seja, não haverá sequer área para estacionamento.

O segundo estádio mais problemático é o Mordovia. Entre 2013 e 2015, a obra praticamente não andou. Havia dúvidas se valeria a pena construir uma arena em uma região que não tem o futebol como um dos esportes mais praticados, como é Saransk – às margens do rio Volga, no centro da Rússia europeia. A Fifa não permitiu a desistência, mas autorizou que a capacidade do estádio fosse reduzida para 28 mil lugares. A corrida, agora, é para realizar um evento-teste em abril de 2018.

Corrida contra o tempo

Nizhny Novgorod: explosões de tubulações que passam embaixo do estádio quase inviabilizaram a obra
Nizhny Novgorod: explosões de tubulações que passam embaixo do estádio quase inviabilizaram a obra

Outro estádio na região do Volga que enfrenta atrasos no cronograma é o Nizhny Novgorod. Tubulações de gás que passam embaixo da obra explodiram em outubro de 2017, danificando parte das estruturas e exigindo que fossem refeitas. A sorte é que os estragos não afetaram fundações nem outros componentes de concreto. O ritmo de obras será retomado com intensidade em fevereiro de 2018 para que, até maio, a arena possa ser testada.

O mesmo ocorre com o estádio Kaliningrado. Localizada na ilha de Oktyabrsky, a obra sofreu com a falência da empreiteira que havia sido contratada. O projeto teve que ser revisado e enxugado. A ideia de construir um teto retrátil acabou descartada e a capacidade foi reduzida. As obras só foram retomadas em setembro de 2015, com um cronograma bem apertado. Mesmo assim, o comitê organizador avalia que em abril o estádio será submetido a um evento-teste.

Os estádios 100% concluídos e testados são Arena Kazan, Arena Sochi, Arena Spartak, Arena Luzhniki e Arena São Petersburgo. Já as instalações que estão em fase final de conclusão são a Arena Volgogrado, a Arena Rostov e a Arena Ekaterinburg.   

Arena Kaliningrado: falência da empreiteira prejudicou o cronograma do estádio
Arena Kaliningrado: falência da empreiteira prejudicou o cronograma do estádio

Entrevistado

Reportagem com base no relatório mensal (dezembro de 2017) da Fifa, sobre as obras para a Copa 2018

Contato: http://es.fifa.com/media/contact-fifa.html

Crédito Fotos: Fifa.com

Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330

Atendimento médico melhora e chega ao canteiro de obras

Pesquisa mostra que empresas investem mais em saúde e trabalhadores da construção civil estão mais conscientes em prevenir doenças e acidentes

Atendimento médico preventivo e campanhas de conscientização ajudam a melhorar a saúde no canteiro de obras
Atendimento médico preventivo e campanhas de conscientização ajudam a melhorar a saúde no canteiro de obras

Com base nas metodologias da Classificação Internacional de Doenças e Problemas Relacionados à Saúde (CID 10), estabelecida pela Organização Mundial de Saúde (OMS), o Seconci-SP (Serviço Social da Construção) avalia que trabalhadores do setor, com idade entre 40 anos e 59 anos, são os que ficam mais expostos a doenças adquiridas nos canteiros de obras.

Por outro lado, a amostragem revela que o atendimento médico está chegando com maior profusão e qualidade aos locais de trabalho. “Os dados refletem os investimentos que as empresas vêm fazendo nos últimos anos para oferecer atendimento qualificado de saúde aos seus funcionários”, explica Norma Araújo, superintendente do Iepac (Instituto de Ensino e Pesquisa Armênio Crestana) do Seconci-SP, e responsável pelo levantamento.

Entre os problemas que mais afetam os operários estão as doenças do sistema osteomuscular (lesões, torções ou fraturas por queda) e do tecido conjuntivo (doenças de pele, em sua maioria). São casos diretamente relacionados ao não-uso ou ao uso incorreto de EPI (Equipamentos de Proteção Individual).

Porém, a pesquisa também detectou um ponto positivo nos dados. Não são apenas trabalhadores acidentados que estão procurando atendimento médico. Cresceu os que buscam prevenir doenças. “Isso é fruto das campanhas de conscientização. São ações em que os médicos vão até o canteiro de obra e fornecem orientações. Isso desperta o interesse desse público por prevenção, visando mais qualidade de vida no longo prazo”, explica Norma Araújo.

No levantamento do Seconci-SP, cujos dados refletem uma tendência nacional, as funções que mais demandam exames são as ocupadas por serventes de obra e pedreiros. De 51.244 consultas pesquisadas, os serventes de obra responderam por 12,1% e os pedreiros por 9,4% dos atendimentos. Vale ressaltar que os números referem-se a trabalhadores que procuram consultórios, clínicas e hospitais que possuem convênios com o Seconci-SP, o qual concentra a base de dados da pesquisa.

Homens são maioria

Entre os problemas que mais levam a mão de obra da construção civil a buscar auxílio médico estão dores nas costas, nas juntas e inflamações de ombro e tendões, que correspondem a 30,1% dos casos. Já as doenças respiratórias, como faringites, amigdalites, sinusites, gripes e viroses, respondem por 12,8% dos atestados.

Sendo a maioria dos usuários trabalhadores da construção civil, os homens respondem pela maioria das consultas: 87,1% contra 12,9%. Já por faixa etária, os homens entre 40 e 49 anos são os que mais procuraram a assistência médica, com 28%, seguidos pelos mais velhos, entre 50 e 59 anos (24,4%). Na sequência, os com idade entre 30 a 39 anos (20,9%).

No caso das mulheres, a prevalência fica entre as pacientes de 18 a 29 anos (21,90%), seguidas pelas de 30 a 39 anos (12,9%) e 40 a 49 anos (11,5%). Norma Araújo salienta que a conscientização dos trabalhadores e o investimento das empresas em saúde resultam em mais produtividade e menos acidentes nos canteiros de obras.

Entrevistado
Seconci-SP (Serviço Social da Construção)
(via assessoria de imprensa)

Contato: comunicacao@seconci-sp.org.br

Crédito Foto: Sinticompi

Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330


Em 2018, comitê da construção prioriza 10 normas técnicas

Há 32 documentos sendo trabalhados simultaneamente, com destaque para a conclusão da Norma de Desempenho e a de saídas de emergência

Salvador Benevides: em média, revisão ou criação de uma norma técnica leva 40 meses
Salvador Benevides: em média, revisão ou criação de uma norma técnica leva 40 meses

Atualmente, o CB-002 (Comitê Brasileiro da Construção Civil) tem 32 normas em processo de revisão e criação. Destas, pelo menos 10 devem ser publicadas neste ano, segundo o superintendente do comitê, o arquiteto Salvador Benevides. Duas delas são prioridades: a conclusão da ABNT NBR 15575 - Desempenho de Edificações -, no que tange às partes 2 e 4, referentes a desempenho térmico, e a revisão da ABNT NBR 9077 - Saídas de Emergência. Na entrevista a seguir, Benevides explica como está a agenda do CB-002 para 2018. Confira:

Quais as prioridades do CB-002 em 2018?
Nossas prioridades continuarão sendo de atender a demanda das normas advindas da sociedade e do setor com a maior celeridade possível. Para isso, estamos tentando melhorar nossos processos internos. A própria ABNT tem ajudado, ao incentivar essas melhorias recorrentemente.

Em termos de normas técnicas, quantas estão em processo de revisão para serem publicadas em 2018?
Atualmente, estamos com 32 normas sendo trabalhadas simultaneamente, com previsão de pelo menos mais de uma dezena para serem publicadas em 2018.

Existe a expectativa de serem criadas novas normas técnicas neste ano?
Sim. A demanda sempre existe advinda da sociedade, através da ABNT ou do próprio setor. Não temos ainda nomes, mas com certeza acontecerá a abertura de novas normas. Mas a maioria envolve revisões de normas já existentes do nosso acervo, que atualmente contém mais de 100 normas.

Destas normas estimadas para 2018, tanto as em processo de revisão quanto as novas que podem ser criadas, qual o senhor considera a mais relevante?
Com certeza a ABNT NBR 15575 - Desempenho de Edificações -, pela sua importância e pela abrangência que imprime no setor, e a ABNT NBR 9077 - Saídas de Emergência.

A CBIC encaminhou sugestão para melhorar o processo de normalização ao CB-002. Que sugestões seriam?
A CBIC é muito atuante, inclusive criou um grupo de apoio de normas, denominado GANT (Grupo de Apoio
às Normas Técnicas), liderado pelo engenheiro Roberto Matozinhos, do SindusCon-MG, para auxiliar o setor e estar atento aos assuntos relevantes sobre normas técnicas. Tem nos ajudado muito e, inclusive, essa ação incentivou a criação de outros GANTs regionais – atualmente, existem mais de dez pelo Brasil. A todo instante eles colaboram com sugestões, a maioria para tentar dar celeridade e melhorias aos processos. Vale destacar também a importância das universidades nos processos de normas técnicas. Muitos professores importantes participam como colaboradores, coordenadores e secretários de normas. Inclusive um professor da UNIVALI de Itajaí-SC, o engenheiro Rafael Possobon, criou um grupo de trabalho especificamente para normas, formado por alunos da graduação de engenharia. São mais olhos para acompanhar as normas e ajudar o setor.

Hoje, quais as maiores dificuldades que o CB-002 enfrenta para a normalização?
A baixa celeridade dos processos. Os assuntos são muito densos, tecnicamente complexos e não são resolvidos rapidamente. As discussões são longas e desgastantes, e nossa estrutura gerencial, hoje resumida a secretária técnica-executiva e a mim, nos deixa sempre sobrecarregados, pois são muitos assuntos distintos e muitas informações dinâmicas que requerem disciplina e atenção aos movimentos de todas as CEs (comissões de estudo) em andamento.

Quais normas técnicas sob a guarda do CB-002 estão mais defasadas e carecem de revisão urgente?
A ABNT NBR 9077 - Saídas de
Emergência de Edifícios - está desde 2001 sem alterações. É uma das que considero mais importante, por se tratar de segurança de pessoas. Mas já está previsto entrar em revisão entre fevereiro e março deste ano.

O CB-002 mantém intercomunicação com outros comitês, como o CB-018, por exemplo? Caso sim, quais as vantagens desta troca de informações?
Mantemos sim, e é muito importante. Nossa relação não é só com o CB-018, mas com todos os CBs que fazem interface com os assuntos do nosso acervo. Eles são muito importantes e suas sugestões e participações em temas relevantes ao setor são sempre bem-vindas. A união das experiências é um grande agente facilitador e, em algumas situações, um conhecimento de um CB complementa o outro.

A construção civil incorporou recentemente termos como sustentabilidade, produtividade, industrialização e automação. Como o CB-002 se movimenta para atender esses novos requisitos da construção civil?
As normas são constantemente revisadas, tendo seu conteúdo atualizado. Quem provoca essa demanda é o próprio setor da construção civil e ele está muito atento às mudanças. Quando é necessário, nós mesmos do CB-002 os alertamos, através de suas instituições específicas de cada área.

O ideal é que uma norma técnica leve quanto tempo desde a elaboração até a publicação?
A ABNT nos recomenda que seja de 12 a 18 meses, mas pela complexidade dos temas do CB-002, que envolve projeto e execução, e conta com a participação e o envolvimento de um grande público das partes interessadas, esse prazo não tem sido alcançado em sua maioria. Temos levado, em média, 40 meses para elaborar ou revisar uma norma técnica, e em alguns casos até mais tempo. Cada norma tem uma característica e complexidade diferentes. O conjunto de Norma
s de Desempenho de Edificações, por exemplo, levou 13 anos até sua publicação, pois tem interface com todas as normas do acervo do CB-002 e de outros CBs, como o CB-018, CB-024, CB-178, etc.

Entrevistado
Arquiteto Salvador Benevides, superintendente do CB-002 (Comitê Brasileiro da Construção Civil)

Contato: salvador@projetoengenharia.com.br

Crédito Foto: ABNT/CB-002

Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330

Startup une esforços por projetos arquitetônicos sociais


Maratona juntou programadores com estudantes de engenharia e arquitetura para gerar melhorias habitacionais em Recife-PE

Em novembro de 2017, em Recife-PE, aconteceu a Hack.Habite - a primeira hackathon da construção civil no país -, com o propósito de gerar melhorias habitacionais e alternativas mais eficientes para projetos arquitetônicos para as classes C e D. O evento foi promovido pela Habite (startup especializada em democratizar serviços de arquitetura), a Trampolim Academy (plataforma de experiências e conhecimento em Design) e o Porto Digital (parque tecnológico instalado na capital pernambucana).

Realizada em novembro de 2017, a Hack.Habite foi a primeira hackthon da construção civil no país

Realizada em novembro de 2017, a Hack.Habite foi a primeira hackathon da construção civil no país

Um dos objetivos foi criar projetos que permitissem microempreendedores individuais adaptar suas residências para ter um espaço de trabalho dentro da habitação. A Hack.Habite contou com a participação de 30 estudantes de engenharia civil, arquitetura e design, que atuaram em conjunto com programadores para propor soluções aos problemas habitacionais apresentados. Recife-PE foi a escolhida, não pela Habite estar localizada na cidade, mas também por ter cerca de 250 mil moradias em condições inadequadas de habitação

A primeira hackathon da construção civil teve 54 horas de duração. Na fase inicial da maratona, os estudantes tiveram que ir às comunidades para entender as necessidades dos microempreendedores e suas dificuldades de produção, diante da situação habitacional, social e econômica vulnerável do lugar onde moram. Os assistidos pelo projeto moram em habitações de interesse social e as reformas propostas precisavam se alinhar à renda dos moradores.  O desafio era criar um espaço de trabalho sem prejudicar os demais cômodos de convivência comum das casas.

Outros programas envolvidos

Estudantes que participaram da Hack.Habite visitaram as casas que serão reformadas
Estudantes que participaram da Hack.Habite visitaram as casas que serão reformadas

Três projetos-piloto foram priorizados e terão as obras iniciadas em março de 2018. Entre os microempreendedores escolhidos está a doceira Dayane, que terá sua cozinha reformada para permitir que ela consiga produzir sem interferir na rotina da casa. A reforma será subsidiada e envolverá a Plan International - ONG voltada à proteção de crianças jovens e adolescentes -, a qual desenvolve o programa Jovens Construindo o Futuro. Trata-se de um projeto que busca qualificar para o mercado de trabalho quem se encontra enquadrado no estereótipo da “geração nem nem”  (aquela que nem estuda nem trabalha).

Neste caso, jovens que estão se qualificando para atuar na construção civil é que irão atuar como mão de obra nas reformas, supervisionados pelos especialistas da ONG. Há um cuidado especial com o projeto nascido na Hack.Habite, pois está sendo aplicada a metodologia design thinking, baseada em pesquisas, brainstorms, seleção de ideias e prototipagem, a qual permitirá levar os conceitos aplicados nas casas que fazem parte do projeto-piloto para outros programas voltados à recuperação de habitações de interesse social.

Entrevistados
Habite, Plan International, Porto Digital e StartSe – aceleradora de startups
(via assessorias de imprensa e redes sociais)

Contatos
plan@plan.org.br
portodigital@portodigital.org
@habitesocial
www.facebook.com/habitesocial

CréditoFotos: Habite

Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330

Manual Bloco Certo orienta a construir com qualidade

Parceria entre Gai Blocos de Concreto, Cia. de Cimento Itambé e ABCP ajuda a propagar as vantagens de usar blocos da família 11,5 na alvenaria

Manual Bloco Certo: orientações de como construir com melhor qualidade e maior produtividade

Manual Bloco Certo: orientações de como construir com melhor qualidade e maior produtividade

O manual traz dicas úteis e informações importantes para orientar a aplicação adequada do sistema, garantindo maior eficiência e qualidade do serviço. O guia serve como material de apoio, mas é indispensável o acompanhamento de um engenheiro civil para garantir a aplicação correta do que é descrito no manual Bloco Certo. “O sistema, complementado com o manual, apresenta flexibilidade de uso. Sua facilidade de modulação permite atingir desde pequenas construções até as de alto nível de complexidade”, explica Jorge Gai, diretor da Gai Blocos de Concreto.

A opção pela família 11,5 de blocos de concreto se deve à facilidade de modulação, praticidade e versatilidade no sistema, o que possibilita entregar a melhor relação custo x benefício quando o assunto é alvenaria. “No geral, construir com blocos de concreto sempre é mais vantajoso. Mas com o sistema Bloco Certo, os níveis de economia, produtividade e sustentabilidade (obra limpa) são aumentados. A praticidade do sistema, composto por quatro peças-base, permite levantar a alvenaria como se fosse um LEGO®, de forma simplificada”, diz Jorge Tadeu Gai.

Três vezes mais produtividade

Comparativamente à alvenaria convencional, que utiliza blocos cerâmicos, o sistema Bloco Certo triplica os ganhos de produtividade no canteiro de obras. Além disso, há a economia com revestimento, o que impacta significativamente no valor final da construção. Sem contar que um profissional consegue produzir em média 30 m² por dia de alvenaria. No entanto, é preciso estar atento à qualidade dos blocos de concreto. Fabricantes que possuem o Selo de Qualidade ABCP e que estejam inscritos no Programa Setorial de Qualidade (PSQ) têm a garantia de que estão oferecendo produtos certificados.

A importância de adquirir blocos de concreto com qualidade e contratar mão de obra que conheça o sistema Bloco Certo facilita na modulação, no uso de gabaritos de portas e janelas e também nas instalações hidráulicas e elétricas. “As vergas e contra vergas são facilmente executadas através das canaletas, agilizando o processo da alvenaria. As instalações podem ser embutidas nos vazios dos blocos, tornando a obra muito mais limpa e organizada”, destaca Jorge Tadeu Gai, salientando ainda que a família 11,5 atende aos requisitos mínimos da Norma de Desempenho (ABNT NBR 11575). Basta seguir o manual Bloco Certo. Para solicitar a versão em pdf, envie email para a Assessoria Técnica da Cia. de Cimento Itambé - asstec@cimentoitambe.com.br.

Entrevistado
Jorge Tadeu Gai, diretor da Gai Blocos de Concreto

Contato: jorge@gai.com.br

Crédito Foto: Gai Blocos de Concreto

Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330

Aeroportos do PR são os mais contemplados com reformas

Oito terminais receberam recursos federais para ampliar pistas, reformar salas de embarque e desembarque, além de outras estruturas

Além do aeroporto Afonso Pena, eleito o melhor do país, os terminais regionais aeroportuários do Paraná estão entre os mais contemplados com recursos para reformas. Encontra-se em processo de ampliação e melhorias de infraestrutura os aeroportos de Londrina, Maringá, Cascavel, Foz do Iguaçu e Ponta Grossa. Também serão preparados para receber voos comerciais os terminais de Pato Branco, Umuarama e Guarapuava. A modernização envolve recursos federais e estaduais. Somados, os aportes chegam a quase 500 milhões de reais. A expectativa é de que boa parte das obras seja finalizada em 2018.

Aeroporto de Foz do Iguaçu atendeu dois milhões de passageiros em 2017, mesmo sem ainda poder receber aviões de grande porte
Aeroporto de Foz do Iguaçu atendeu dois milhões de passageiros em 2017, mesmo sem ainda poder receber aviões de grande porte

Londrina está em fase final, Maringá e Cascavel terão as pistas ampliadas e Foz do Iguaçu ganhará um novo pavimento em sua área de pouso, que possui 2.195 metros de comprimento e 45 metros de largura. Haverá a substituição do asfalto em todo o trecho, junto com o trabalho de fresagem.  Segundo a Infraero, a restauração da pista vai permitir nova certificação operacional, a fim de que o aeroporto se enquadre aos padrões internacionais de segurança. Em 2017, passaram pelo terminal de Foz do Iguaçu mais de dois milhões de passageiros. O crescimento em comparação a 2016 foi de 12%.

Ao longo de todo o ano de 2018, o aeroporto de Foz do Iguaçu estará em reforma. O investimento será de 10,7 milhões, mas a principal obra segue adiada: ampliar a pista para 3.450 metros de comprimento e 60 metros de largura, além de recapeá-la com concreto, usando a tecnologia whitetopping (camada de concreto sobre asfalto). Isso possibilitaria ao terminal receber voos internacionais regulares, charters e de cargueiros, operados com aeronaves da família Airbus A-330/340 ou Boeing 747. O valor estimado desta ampliação é de R$ 78 milhões e também depende da desapropriação de terras no entorno do aeroporto.

Maringá e Londrina

Em Maringá, a ampliação da pista do aeroporto regional Sílvio Name Júnior está garantida. A área de pouso e decolagem será estendida em 280 metros, passando de 2.100 metros para 2.380 metros de comprimento por 45 metros de largura. Com a obra, o terminal poderá receber aviões como o Boeing 757-300, com capacidade superior a 200 lugares. Atualmente, a maior aeronave que pousa em Maringá é o Boeing 737-800. O valor do investimento é de R$ 119,35 milhões, dos quais R$ 112,08 milhões vêm do ministério dos Transportes e R$ 7,27 milhões do município. A reforma já está em andamento e será concluída até a metade de 2019.

Outra ampliação de pista vai ocorrer no aeroporto de Ponta Grossa, conhecido como Aeroporto de Sant’Ana. O investimento de 4,862 milhões de reais permitirá que o terminal receba voos comerciais. Já Cascavel ganhará melhorias no terminal de passageiros, dobrando a capacidade de 200 mil pessoas por ano para 400 mil/ano. Em Londrina, as novas salas de embarque e desembarque entraram na fase final de execução. A ampliação vai triplicar a capacidade do terminal. Por ano, as chegadas e saídas de passageiros na cidade do norte do Paraná ultrapassam um milhão. A previsão é que a reforma seja concluída no primeiro semestre de 2018.

Entrevistado
Ministério dos Transportes, Portos e Aviação Civil (via assessoria de imprensa)

Contato: imprensa@aviacaocivil.gov.br

Crédito Foto: AEN

Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330

Recorde mundial: em 100 horas, 46,9 mil m³ concretados

Marca foi atingida na construção do pilar central de uma ponte estaiada na China, e que possui vão livre superior a mil metros

Concretagem da base que sustenta a torre principal da Hutong Bridge foi ininterrupta durante 100 horas

Concretagem da base que sustenta a torre principal da Hutong Bridge foi ininterrupta durante 100 horas

A concretagem da base da torre que vai sustentar os estais da ponte Xangai-Nantong, na China, estabeleceu o novo recorde mundial de volume de concreto por hora. Em 100 horas ininterruptas, foram concretados 46.899,94 m3. A logística para espalhar o material entre 7.420 toneladas de ferragens mobilizou 400 operários. A área para onde foi bombeado o concreto tinha profundidade de 9 metros. Por isso, o trabalho foi dividido em duas etapas. A primeira cobriu 3,3 metros, distribuindo pouco mais de 19 mil m3, e a segunda atingiu 5,7 metros, vertendo 27.800 m3 para dentro das fôrmas.

O volume de concreto para a base da torre se justifica porque o pilar central da ponte tem 325 metros de altura, dos quais 115 metros ficam mergulhados em águas profundas. As características do material também são especiais. Foi escolhido o concreto de alta performance C60, que atinge resistência de 300 MPa. O projeto da torre principal da Hutong Bridge – nome oficial da ponte entre Xangai e Nantong – foi concebido para suportar estais de aço galvanizado com resistência de 2000 MPa. A estrutura de aço e concreto permitiu que o vão central chegasse a 1.092 metros. O cumprimento total da ponte é de 11 quilômetros.

Projeção da ponte quando ela ficar pronta em 2022: China é hoje a maior construtora de pontes no mundo

Projeção da ponte quando ela ficar pronta em 2022: China é hoje a maior construtora de pontes no mundo

Outra característica da ponte é que se trata da primeira grande obra de engenharia construída na China com emprego de 100% da engenharia chinesa e da indústria de materiais daquele país. A construção é um megaempreendimento rodoviário-ferroviário. A estrutura tem dois pavimentos. Na parte superior, vão trafegar veículos em seis pistas. No debaixo, haverá quatro linhas férreas. A ponte cruza o rio Yang-Tsé e faz parte do complexo rodoferroviário Xangai-Nantong, com 137 quilômetros de extensão. Hoje, o trecho entre as duas cidades é percorrido em oito horas. Com o Trem de Alta Velocidade (TAV) que vai trafegar no traçado, a viagem será reduzida para uma hora.

Exportando pontes

Atualmente, oito das dez maiores pontes do mundo encontram-se na China. A engenharia deste tipo de infraestrutura avançou tanto que a engenharia chinesa começa a exportar sua tecnologia. Recentemente, empresas chinesas construíram a ponte Zemun-Borca, que atravessa o rio Danúbio, na Sérvia. Foi a primeira ponte “made in China” na Europa. A terceira ponte sobre o Canal do Panamá e a parte oriental da famosa Ponte San Francisco-Oakland Bay também foram construídos pela engenharia da China.

Veja vídeo sobre a construção da Hutong Bridge

Entrevistado

  • China Railway Major Bridge Reconnaissance & Design Institute (via assessoria de imprensa)
  • Engenheiro civil Yaojun Ge, professor do departamento de engenharia civil da Universidade de Tongji, na China (via assessoria de imprensa)

Contatos
brdiobd@foxmail.com
www.brdi.com.cn
yaojunge@tongji.edu.cn

Crédito Fotos: ChinaNews / BRDI

Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330

Blocos de concreto imitam pedras e conseguem reter CO₂

Tecnologia desenvolvida no Canadá gera peças maciças com textura e formato muito semelhantes ao que se encontra na natureza

Blocos maciços de concreto sequestram CO2 e usam dióxico de carbono para ganhar ainda mais resistência

Blocos maciços de concreto sequestram CO₂ e usam dióxico de carbono para ganhar ainda mais resistência

Os blocos de concreto não param de evoluir. As inovações tecnológicas já permitem que eles mimetizem a natureza, assumindo o formato e a textura semelhantes às das pedras. Isso é possível graças a fôrmas especiais e a tintas que são misturadas ao concreto para que ele ganhe coloração semelhante à das pedras. Até a argamassa usada para unir as peças simula a cor e a textura do que se encontra na natureza. Os materiais agregados à composição dos blocos também permitem que eles sequestrem o CO2 da atmosfera, compensando a emissão de dióxido de carbono gerado na produção de cimento. A tecnologia foi desenvolvida pela canadense CarbonCure.

O conceito parte da ideia de que o concreto deve passar despercebido. Para que isso acontecesse, foi importante romper alguns paradigmas relacionados à fabricação de blocos de concreto, sem que ele perdesse resistência, qualidade e capacidade de dar agilidade à obra. “O segredo para fazer blocos que simulem pedras está nas inovações técnicas que conseguimos dar à textura. O jogo de luz e sombra em uma superfície de alvenaria quebrada aleatoriamente consegue efeitos extremamente positivos. Além disso, o trabalho com as cores foi importante. Em vez do cinza tradicional do cimento, aplicamos uma série de cores que vão do preto basalto ao branco calcário”, explica Elliot Bender, vice-presidente de desenvolvimento e comercialização de negócios da CarbonCure.

Junto com a tecnologia para desenvolver os blocos que imitam pedras, a empresa canadense conseguiu que as peças sequestrassem o dióxido de carbono (CO2) que seria liberado na produção do concreto para moldar as peças. Mais do que isso, ela inovou ao injetar CO2 no processo de produção do concreto. Segundo os pesquisadores, isso melhora a resistência à compressão, já que o dióxido de carbono funciona como um aglutinante sem sacrificar o desempenho. A injeção de CO2 se dá diretamente no caminhão-betoneira. “Quando o dióxido de carbono é injetado em concreto úmido, ele reage quimicamente com íons de cálcio liberados de cimento para formar partículas de carbonato de cálcio sólidas e nanométricas, as quais ficam permanentemente ligadas dentro do concreto”, revela Elliot Bender.

Certificação LEED

Casa construída com blocos de concreto que simulam pedras: poupando a natureza

Casa construída com blocos de concreto que simulam pedras: poupando a natureza

Trata-se de um processo que a natureza desenvolveu para gerar pedras e que a tecnologia permite que ela seja criada artificialmente para que os blocos de concreto maciço mimetizem as próprias pedras. "Essencialmente, estamos colocando o dióxido de carbono de volta no seu lugar legítimo, como um componente da pedra calcária", explica o executivo da empresa canadense. A inovação possibilitou que os blocos que utilizam esse processo ganhassem o selo LEED (Leadership in Energy and Environmental Design). Trata-se da primeira certificação de sustentabilidade concedida a artefatos de concreto.

Outra característica dos blocos que mimetizam pedra é que eles recebem uma impermeabilização chamada de Rainbloc. Significa que são repelentes à água de dentro para fora. Isso se deve à inclusão de um aditivo, que é acrescido também na argamassa usada para unir as peças. “Digo que conseguimos imitar a natureza e produzir pedras a partir do concreto”, completa Elliot Bender.

Entrevistado
Elliot Bender, vice-presidente de desenvolvimento e comercialização de negócios da CarbonCure
(via assessoria de imprensa)

Contato: info@carboncure.com

Crédito Fotos: CarbonCure / Brampton Brick

Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330

Britânicos planejam construir hidrelétricas no mar

Projeto prevê retirar energia das marés. Desafio é produzir concreto que resista à água do mar sem desencadear patologias

Topo da barragem servirá de parque linear, segundo projeto para a Swansea Bay

Topo da barragem servirá de parque linear, segundo projeto para a Swansea Bay

Um ousado plano britânico pretende construir a primeira hidrelétrica no mar. O projeto consiste em erguer um paredão de concreto de 9 quilômetros, em forma de “U”, que envolveria parte da Swansea Bay, no País de Gales. Vinte e nove turbinas submersas seriam movimentadas pelo fluxo das marés. Segundo os cálculos dos projetistas, a usina pode gerar 350 megawatts de energia por dia, o suficiente para abastecer 150 mil casas. Ao contrário das hidrelétricas instaladas em rios, que precisam abrir suas comportas para controlar o fluxo de geração de energia e a vazão do reservatório, a usina no mar seria regulada pelas marés.

O projeto está estimado em 1,3 bilhão de libras - cerca de 6,8 bilhões de reais. O dinheiro viria de um consórcio de empresas de tecnologia da Grã-Bretanha, batizado de Tidal Power Lagoon. De acordo com Mark Shorrock, presidente-executivo do consórcio, o alto investimento traria retorno, pois a inovação pode ser vendida para outros países. "Além disso, a hidrelétrica movida a maré compensará a perda de fornecimento de energia que o Reino Unido terá nos próximos anos, com a desativação progressiva das termelétricas e dos reatores nucleares”, acrescenta. Sobre a estrutura da barragem será construído um parque linear para ser explorado pelo turismo.

Se o protótipo na Swansea Bay for bem sucedido, o consórcio já planeja construir o mesmo modelo de hidrelétricas em outros cinco pontos da Grã-Bretanha: Cardiff, Newport, Colwyn Bay, Bridgwater Bay e West Cumbria. Isso demandaria investimento de 15 bilhões de libras - aproximadamente 75 bilhões de reais. "O aspecto relevante deste tipo de hidrelétrica é que ela não depende dos caprichos da meteorologia. A operação dela é previsível. Sabemos exatamente quando a maré ficará alta e quantas vezes isso ocorre no ano. Outro detalhe é que elas serão construídas para ter vida útil mínima de 120 anos", ressalta Shorrock.

Concreto romano

Turbinas submersas no mar se movimentam de acordo com a vazão das marés

Turbinas submersas no mar se movimentam de acordo com a vazão das marés

Um dos desafios da megaobra é produzir um concreto que seja resistente à água do mar e que não sofra patologias ao longo do tempo. As pesquisas para tornar o material imune, a partir de sua matéria-prima - o Cimento Portland -, estão sob a liderança da geóloga e pesquisadora de concreto, Marie Jackson, da Universidade de Utah. Em artigo publicado na revista American Mineralogist, a especialista avalia que as características do “concreto romano”, que após 1.500 anos ainda mantém estruturas em pé na capital da Itália, possa ser o caminho para conseguir produzir um material com alta resistência e durabilidade

Por usar cinza vulcânica, o concreto romano é rico em tobermorita aluminosa e phillipsita, considerados ingredientes-chave para a longevidade do material. Em contato com a água do mar, os elementos se expandem, preenchem os vazios e fortalecem o concreto. A análise faz parte do artigo que Marie Jackson escreveu na American Mineralogist. Seu desafio agora é encontrar esse mesmo grau de resistência para o concreto que será usado nas hidrelétricas marítimas. As pesquisas devem chegar a uma conclusão em 2018, pois em 2019 o consórcio pretende iniciar a construção do primeiro protótipo.

Veja vídeo de como funcionará a hidrelétrica marítima

Entrevistados

  • Mark Shorrock, presidente-executivo do consórcio Tidal Power Lagoon (via assessoria de imprensa)
  • Marie Jackson, geólogo da Universidade de Utah (com base em artigo publicado na revista American Mineralogist)

Contato: Info@tidallagoonpower.com

Crédito Fotos: Tidal Power Lagoon

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