Muda status do concreto compactado a rolo no pavimento
Testes realizados nos Estados Unidos permitem que CCR saia da condição de base ou sub-base para a de leito em estradas e avenidas
Com a ajuda de novos aditivos criados pela indústria química norte-americana, está em desenvolvimento uma nova geração de concreto compactado a rolo (CCR) para pavimentos. O objetivo é que o CCR, costumeiramente usado como base ou sub-base para receber a camada definitiva para o tráfego de veículos, possa, ele mesmo, servir de acabamento final para avenidas e estradas em que o pavimento é de concreto.
O primeiro trecho em teste tem cinco quilômetros e está localizado na cidade de Walla Walla, no estado de Washington-EUA. Na região há uma empresa que faz locação de máquinas pesadas, e que a cada seis meses precisava restaurar o pavimento asfáltico entre a sede e a rodovia mais próxima para permitir o tráfego de seus veículos. Como a manutenção tornou-se muito cara, a empresa encomendou uma solução à indústria de concreto local.
Coincidiu que a indústria química vinha trabalhando em dois produtos para dar um novo status ao CCR, transformando-o em pavimento de concreto compactado (CCP, da sigla em inglês). Um dos aditivos é o ACEiT Plus, um pó adicionado ao Cimento Portland a ser usado na produção do concreto. O outro é o ACEiT Blue, um líquido pulverizado sobre a superfície do CCR logo que ele sai da máquina pavimentadora.
O pó estabiliza a umidade, reduz a viscosidade e administra a hidratação do concreto para que ele possa passar pela pavimentadora com mais fluidez. Assim que sai da máquina e recebe o ACEiT Blue em sua superfície, o concreto pode ser compactado pelo rolo imediatamente. Os aditivos testados permitem que as características de concreto seco do CCR se adaptem para receber acabamento final, sem comprometer a durabilidade do material.
Pavimento dispensa juntas de dilatação
O pavimento de concreto compactado que foi aplicado no trecho de cinco quilômetros tinha uma camada de 18 centímetros de espessura. As resistências à compressão registradas variaram de 4600 psi (31,7 MPa) nos primeiros quatro dias a 6340 psi (43,7 MPa) em 28 dias. “Talvez estejamos mudando o conceito de pavimento em concreto, criando um pavimento mais barato e mais fácil de ser aplicado”, diz Pete Reed, porta-voz da Wm. Winkler Co., empresa responsável pela obra no traçado experimental.
A pavimentação ocorreu em junho de 2017 e tem sido monitorada mensalmente. Uma das preocupações era com a chegada do inverno, já que o CCP dispensa juntas de dilatação e os projetistas não sabiam qual seria o comportamento do piso. “O resultado é um pavimento de concreto que mostrou ter alta flexão e resistência à compressão, além de excelente resistência ao congelamento-descongelamento, com boa permeabilidade”, completa Pete Reed.
Veja vídeo com a aplicação do pavimento de concreto compactado
Entrevistado
Pete Reed, porta-voz da Wm. Winkler Co
Contato: pete@wmwinkler.com
Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330
Norma define “preço justo” para engenharia consultiva
Com a ABNT NBR 16633, empresas que prestam serviço ainda na etapa do projeto da obra terão parâmetros melhores para compor seus custos
A Comissão de Estudo Especial (CEE-162) da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) colocou recentemente em consulta pública o texto da ABNT NBR 16633 - Elaboração de Orçamento e Formação de Preço para Obras de Infraestrutura. A norma técnica é uma das mais aguardadas pela engenharia consultiva, assim como pela arquitetura consultiva. Ela define critérios e procedimentos para que as empresas possam formar preços justos para a remuneração dos serviços que prestam.
Dividida em quatro partes, a ABNT NBR 16633 vai abranger “Terminologia”, “Procedimentos Gerais”, “Elaboração de Projetos e Gestão de Obras” e “Execução de Obras de Infraestrutura”. O presidente nacional do Sinaenco (Sindicato Nacional das Empresas de Arquitetura e Engenharia Consultiva), Carlos Roberto Soares Mingione, foi o relator da parte 3, que trata de projetos e gestão de obras. “Esta é a parte referente ao projeto, ao gerenciamento, à supervisão e à fiscalização de obra”, explica.
Mingione destaca ainda que o objetivo da norma técnica é definir parâmetros para a composição do preço de um projeto. Como? “Tem o custo do profissional, que não é só o salário. Existem os encargos sociais, os benefícios fechados em convenção coletiva, enfim, os custos diretos e indiretos envolvendo o profissional. Além disso, há também as despesas indiretas, como aluguel da sede, a administração e a contabilidade, que não fazem parte do projeto, mas são necessárias para a empresa funcionar. Todos esses custos precisam ser incluídos na composição do preço de um projeto”, explica.
A expectativa é de que a ABNT NBR 16633 reeduque o contratante, principalmente o contratante público, que costuma vir com o valor de licitação fechado. “O importante é que este valor leve em conta todos os custos que estão envolvidos na elaboração do projeto e os custos que estão relacionados com o gerenciamento e a supervisão. Isso já é um benefício para o setor. Por outro lado, as empresas que prestam serviços precisam saber como apurar o seu custo efetivo. Isso vai ensinar o profissional e as empresas que prestam serviços a comporem melhor seus preços. Este é o objetivo da norma”, complementa Carlos Roberto Soares Mingione.
Elaboração da ABNT NBR 16633 já dura 6 anos
A primeira reunião para debater a ABNT NBR 16633 - Elaboração de Orçamento e Formação de Preço para Obras de Infraestrutura - começou em março de 2012, ou seja, levou seis anos para que estivesse a caminho de sua publicação. Além do Sinaenco, as seguintes associações estão envolvidas na definição de seu texto: ABCE (Associação Brasileira de Consultores de Engenharia), APECS (Associação Paulista de Empresas de Consultoria e Serviços em Saneamento e Meio Ambiente) e AsBEA (Associação Brasileira dos Escritórios de Arquitetura). Entre os organismos de controle, participaram CGU (Controladoria Geral da União), TCE-PR (Tribunal de Contas do Estado do Paraná), TCU (Tribunal de Contas da União) e PF (Polícia Federal). Também estiveram envolvidos engenheiros do Exército Brasileiro, IAB (Instituto de Arquitetos do Brasil), Infraero e Dnit (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes).
Entrevistado
Engenheiro civil Carlos Roberto Soares Mingione, presidente do Sinaenco (Sindicato Nacional das Empresas de Arquitetura e Engenharia Consultiva) e sócio-diretor da AGM Projetos de Engenharia.
Contato: sinaenco@sinaenco.com.br
Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330
Edifícios altos consumiram 15 milhões de m³ de concreto em 2017
Volume envolve a construção de 144 prédios com mais de 200 metros de altura, muitos deles em áreas geologicamente instáveis
Levantamento anual do Council on Tall Buildings and Urban Habitat (CBTUH) [Conselho de Edifícios Altos e Habitat Urbano] revela que em 2017 foram concluídas as obras de 144 edifícios altos em todo o mundo. A estatística contabiliza apenas prédios com mais de 200 metros de altura – limite mínimo para entrar no catálogo do CBTUH. Para erguer as estruturas, foram movimentados quase 15 milhões de m3 de concreto – média superior a 100 mil m3 por edificação.
O valor aproximado de consumo de concreto é do próprio CBTUH. O volume é superior à média usada em edifícios altos no Brasil porque muitos dos 144 prédios entregues em 2017 estão localizados em áreas vulneráveis a terremotos, o que exige maior reforço estrutural e, consequentemente, mais concreto. Comparativamente, o Yachthouse Residence Club, em construção em Balneário Camboriú-SC, terá consumido 82 mil m3 de concreto quando 100% concluído.
Desde 2013, o número de edifícios altos vem crescendo exponencialmente no mundo. Atualmente, a CBTUH contabiliza 1.319 prédios com essas características. No ano 2000, havia apenas 263. Dentro desta categoria de edificação também se destacam as superaltas. São aquelas que rompem a barreira dos 300 metros e passam a perseguir recordes continentais - quando não, mundiais. De todos os superedifícios inaugurados em 2017, o mais alto foi o Ping An International Financial Centre, na cidade de Shenzhen, na China, com 115 pavimentos e 599 metros. O empreendimento passa a ser o 5º maior do mundo.
Há 10 anos a China vem se destacando no ranking do CBTUH. No entanto, entre 2016 e 2017, o país se superou. No ano retrasado, concluiu 83 edifícios que superaram os 200 metros de altura. Já no ano passado foram 76, ou seja, 53% de todas as edificações com essas características finalizadas no mundo em 2017. Os Estados Unidos ocuparam o segundo lugar no ranking do ano passado, com dez prédios altos, seguidos da Coreia do Sul, com sete, e Canadá e Indonésia, com cinco cada um. Malásia, Coreia do Norte, Turquia e Emirados Árabes Unidos empataram no quinto lugar, com a conclusão de quatro edifícios altos em 2017.
Brasil só entrará no ranking oficial do CBTUH em 2019
Segundo relatório do CBTUH, outros países que também vêm se destacando neste tipo de construção são Austrália, Israel, Japão, Panamá, Arábia Saudita, Cingapura, Tailândia, Colômbia, Quênia, México, Catar e Sri Lanka. O Brasil só vai começar a entrar na lista oficial do Council on Tall Buildings and Urban Habitat quando forem concluídos os oito edifícios com mais de 200 metros de altura que estão em construção em Balneário Camboriú, e que devem ser finalizados entre 2019 e 2022.
Veja vídeo do estágio das obras de alguns deles:
No mundo, o edifício mais alto continua sendo o Burj Khalifa, concluído em 2010, com 160 andares, 828 metros de altura e 330 mil m3 de volume de concreto. Construído em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, o Burj Khalifa já tem data para perder o posto de número 1. Será provavelmente em 2020, quando ficará pronta a Jeddah Tower – também conhecida como Kingdom Tower -, em construção na cidade de Gidá, na Arábia Saudita. O edifício alcançará 1.008 metros de altura, com 168 andares.
Saiba mais sobre edifícios altos e superaltos
> skyscrapercenter.com
Entrevistado
Reportagem com base no relatório anual do Council on Tall Buildings and Urban Habitat (CBTUH) (via assessoria de imprensa)
Contatos
press@ctbuh.org
info@ctbuh.org
Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330
Wi-fi na loja de material de construção amplia vendas
Pesquisa junto ao varejo, realizada nos Estados Unidos, na Alemanha e na Austrália, mostra novas estratégias para atrair o cliente
A pesquisa Riverbed Retail Digital Transformation Survey (reverberando a transformação digital no varejo) revela que o wi-fi ainda está pouco presente no espaço de venda das lojas de material de construção. Aquelas que liberam o sinal para os consumidores ampliam as oportunidades de se relacionar com os clientes e, consequentemente, aumentam as vendas.
A edição 2018 do estudo, que envolveu dados coletados em 2017, abrangeu o comércio de material de construção nos Estados Unidos, na Alemanha e na Austrália. A pesquisa mostrou que a maioria das lojas possui apenas o sinal liberado para seus funcionários, a fim de que eles possam acessar o estoque através de seus smartphones e, assim, agilizar a venda.
Quem já utiliza o wi-fi para alavancar as vendas consegue promover um marketing agressivo junto aos clientes. Os comerciantes realizam promoções-relâmpagos que o consumidor só consegue acessar de seu smartphone e entrando no site da loja. Há ainda as que fazem sorteios e possuem até vendedores virtuais, que podem atender o comprador diretamente pelo smartphone.
Atualmente, revela a pesquisa, apenas 26% das lojas nos países pesquisados usam o wi-fi como ferramenta de venda. Para elas, o volume de negócios cresceu 19% em 2017. Os resultados dos estudos foram compartilhados com os organismos de comércio de Estados Unidos, Alemanha e Austrália e causaram reações positivas nos lojistas. Veja:
• 51% prometeram liberar o sinal de wi-fi na loja.
• 49% asseguraram que vão ampliar o sinal para que a experiência do consumidor seja a melhor possível.
• 48% disseram que vão investir em aplicativos para se relacionar melhor com os clientes.
• 47% aprovaram a ideia de levar o espaço de venda para dentro do smartphone do cliente.
• 45% prometeram treinar seus colaboradores para usar o wi-fi como ferramenta de venda.
Subbu Iyer, SVP (senior vice-president) e CMO (chief marketing officer) da Riverbed Technology, afirma que o futuro das vendas nas lojas físicas está em alinhar o comércio presencial com as possibilidades digitais. “O estudo revela que a prosperidade dos varejistas de material de construção depende de saber usar a tecnologia na nuvem para manter o cliente em sua loja”, diz.
Sebrae usa dados da pesquisa no Brasil
No Brasil, o Sebrae Inteligência Setorial trabalha para adequar os dados da pesquisa às necessidades dos lojistas de material de construção do país. O uso de wi-fi como alavanca de venda em lojas físicas é muito restrito no mercado brasileiro. Hoje, ele se limita a boutiques especializadas em produtos como cerâmicas, porcelanatos e metais. Nestes espaços, os consumidores conseguem ter a experiência de ver como o material que ele pretende comprar vai ficar na parede de sua residência.
Subbu Iyer realça que apesar da Riverbed Retail Digital Transformation Survey ter se concentrado em Estados Unidos, Alemanha e Austrália, os conceitos que ela dissemina servem para todos os países que têm um mercado consolidado da construção civil, como é o caso do Brasil. “Para se manterem competitivos em 2018, os varejistas terão que repensar o uso do wi-fi em suas lojas, acoplado a estratégias que ajudem a transformar seus negócios”, conclui.
Veja a íntegra da pesquisa
Entrevistado
Reportagem com base no relatório da pesquisa Riverbed Retail Digital Transformation Survey
Contato: press@riverbed.com
Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330
“Corredor do agronegócio” deve ficar pronto em 2018
Duplicação do trecho entre as BRs 163 e 364 liga sul do Pará, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul com portos de Santos e Paranaguá
O projeto foi aprovado em 2010, as obras começaram em 2012, mas somente no final de 2018 é que o trecho de duplicação entre as BRs 163 e 364 - conhecido como “corredor do agronegócio” - deverá ser concluído. O traçado de quase 170 quilômetros permite que o escoamento da safra que vem do sul do Pará, passando pelo Mato Grosso e por Mato Grosso do Sul, alcance as rodovias de São Paulo e Paraná, rumo aos portos de Santos e Paranaguá.
Cerca de 70 quilômetros, entre Jaciara e Serra de São Vicente, no Mato Grosso, já estão concluídos. Segundo o superintendente do Dnit (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes) no estado, Orlando Fanaia Machado, os trabalhos se concentram agora no trecho de 60 quilômetros entre Jaciara e Rondonópolis-MT, cujas obras estão com um ritmo mais lento. Bem mais acelerado está o canteiro que opera no traçado entre a Serra de São Vicente e Cuiabá, que engloba 42 quilômetros de duplicação.
A obra nas BRs 163 e 364 corta muitos trechos de serra. Em umas delas, a serra dos Nobres, em Mato Grosso, ocorreu um atraso de dois anos. Nesta região, boa parte do traçado recebeu pavimento em concreto. Porém, erros de projeto e de estudos geológicos causaram fissuras e trincas no pavimento rígido, obrigando praticamente a reconstrução de 9 quilômetros. A atuação do Exército e da ABCP (Associação Brasileira de Cimento Portland) foi decisiva para a revisão do projeto e conserto da área danificada.
Os problemas ocorreram em 2014 e o trecho ainda está em reconstrução. Foram projetados muros de arrimo, cortinas atirantadas e serviços complementares de estabilização de taludes. A previsão é de que a duplicação na serra dos Nobres seja reaberta até junho de 2018. De acordo com o Dnit, estudos geológicos mais aprofundados detectaram que a região da serra da Caixa Furada - localizada dentro da serra dos Nobres - é uma localidade de transição de calcário e rochas, e ainda há presença de água. “É um ambiente de geologia instável. As obras de reforço foram necessárias para evitar novos desmoronamentos”, disse o superintendente do Dnit no Mato Grosso.
Arco Norte
Além da duplicação em seu trecho com maior tráfego de veículos, a BR-163 também está recebendo asfalto em todo a sua extensão de 955 quilômetros – boa parte dela no Pará. A pavimentação é executada pelo exército brasileiro. Em época de escoamento da safra agrícola, o trecho que interliga as BRs 163 e 364 recebe 1.500 caminhões por dia.
As duas rodovias também fazem parte do Arco Norte, ou seja, permitem que o escoamento da safra se dê pelos portos de Santos e Paranaguá, mas também pelos terminais portuários de Santarém e Barcarena, no Pará; Itacoatiara, no Amazonas, e São Luís, no Maranhão. Neste caso, a safra do Centro-Oeste vai por caminhão pela BR-163 até Miritituba-PA, onde é embarcada em hidrovias para um dos quatro portos, em uma viagem de quatro dias. De lá, a carga é transferida para grandes navios – a maioria da China.
Entrevistado
Superintendência regional do Dnit no estado do Mato Grosso (via assessoria de imprensa)
Contato: imprensa@dnit.gov.br
Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330
Trump planeja investir US$ 1,7 trilhão em infraestrutura
Prioridades são reformas e construções de estradas e pontes, além de recursos para treinar mão de obra e erguer o muro na fronteira com o México
Em seu discurso anual para senadores e deputados, realizado em 30 de janeiro, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, pediu autorização para investir US$ 1,7 trilhão (cerca de R$ 5,6 trilhões) em infraestrutura, a partir de 2018. O pacote inclui construção e recuperação de estradas e pontes - tanto de transporte rodoviário como ferroviário -, além de dar solvência ao Highway Trust Fund, que permite empréstimos federais para financiar a construção de estradas. O plano de Trump também quer remover "restrições" às parcerias público-privadas, além de dar início à muralha de concreto na fronteira com o México.
A estratégia de Trump é contar com a participação da iniciativa privada em seu projeto de obras. Por isso, o plano promete desonerar o equivalente a US$ 200 bilhões (aproximadamente R$ 700 bilhões) em impostos federais para que o setor privado injete pelo menos US$ 1 trilhão nos investimentos em infraestrutura, promovendo parcerias com os estados. "Todo dólar que ficar livre de impostos federais deve ser alavancado para corrigir permanentemente nosso déficit de infraestrutura. A prioridade é construir novas estradas, pontes, vias férreas e vias navegáveis", disse.
Outra meta do programa de Trump é treinar a mão de obra da construção civil norte-americana. Com as restrições aos imigrantes, que ocupavam boa parte dos empregos no setor, estima-se que haja atualmente um déficit de 200 mil postos não preenchidos. Para convencer os jovens norte-americanos a trabalharem na construção civil é necessário ter bons salários como contrapartida. Isso só será possível treinando-os, para se adequarem às novas tecnologias e sistemas construtivos. "Vamos abrir escolas profissionalizantes para que nossos futuros trabalhadores possam aprender a arte da construção civil moderna em todo o seu potencial", discursou Trump.
Problemas e soluções
Outro lado do programa voltado para modernizar a infraestrutura norte-americana dedica financiamento para sistemas de transporte inovadores, como o Hyperloop. O plano tem seis pontos principais, que são:
- Incentivos para cidades e estados, a fim de que eles criem fluxo de receita dedicado para seus próprios projetos.
- Subsidiar recursos para os estados rurais, principalmente para investimentos destinados ao acesso à banda larga.
- Expansão dos programas existentes de empréstimos federais, através da Lei de Finanças e Inovação de Infraestrutura de Transportes (Transportation Infrastructure Finance and Innovation Act [TIFIA]) e do Programa de Financiamento de Reabilitação e Melhoramento de Estradas de Ferro (Railroad Rehabilitation & Improvement Financing [RRIF]).
- Investimento em projetos transformadores, como o Hyperloop, que vão precisar de estímulos fiscais para atrair financiamento privado.
- Desenvolvimento da mão de obra da construção civil, através de programas que garantam treinamento e preparo para as novas tecnologias e a indústria 4.0.
- Desburocratização para a aprovação de projetos voltados a obras de infraestrutura.
Já o que estimula o pacote de Trump são os seguintes pontos avaliados pelo Government Accountability Office (GAO) da Casa Branca, e que detectou os seguintes problemas no país:
- Os Estados Unidos ocupam o 10º lugar no mundo em qualidade da infraestrutura, de acordo com o Fórum Econômico Mundial.
- Uma (1,6 quilômetro) em cada cinco milhas (8 quilômetros) de pavimento de estrada dos EUA está em más condições.
- Desde 2014, os americanos perdem o equivalente a US$ 6,9 bilhões por ano com as horas desperdiçadas em congestionamentos nas estradas.
- Um terço das pontes dos Estados Unidos tem 50 anos ou mais.
- Os Estados Unidos enfrentam cerca de 240 mil interrupções por ano no abastecimento de água, por causa do rompimento de adutoras.
- As licenças ambientais nos EUA duram, em média, sete anos para serem liberadas.
Confira o discurso de Donald Trump no Congresso dos EUA
Entrevistado
Reportagem com base no relatório apresentado ao Congresso dos Estados Unidos, durante o discurso de Donaldo Trump, em 30 de janeiro de 2018
Contato: internships@ceq.eop.gov
Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330
Mercosul libera construtoras para participar de licitações
Empresas nacionais poderão concorrer em condições de igualdade na Argentina, no Uruguai e no Paraguai. No Brasil, estrangeiros dependem da lei 8.666
Resolução do Mercosul assinada dia 21 de dezembro de 2017, na 51ª Cúpula dos Chefes de Estado do Mercosul e Estados Associados, abriu um mercado de, pelo menos, 20 bilhões de dólares para as construtoras do Brasil, da Argentina, do Uruguai e do Paraguai. As empresas destes quatro países poderão participar em condições de igualdade das licitações para obras públicas que envolvam recursos federais. Como o setor da construção civil brasileira é mais equipado, as chances das empresas nacionais conseguirem viabilizar contratos nos outros países são maiores, apesar de argentinos, uruguaios e paraguaios também estarem liberados para participar de licitações no país.
No âmbito do Brasil, o governo federal espera que o acordo aumente a competitividade e impacte os preços de bens, serviços e projetos de construção. Porém, para serem validados, os negócios internacionais devem ser submetidos à aprovação do Congresso. Da mesma forma, para atender a resolução do Mercosul, no que tange às licitações de obras públicas, o Brasil vai precisar revisar a lei 8.666. A legislação é dúbia. Não deixa claro se uma empresa estrangeira da construção civil precisa já estar instalada fisicamente no país para operar no Brasil ou se ela pode ter sede no exterior para concorrer a licitações.
Há também quem defenda que a lei 8.666 exija que uma construtora estrangeira tenha parceria com uma construtora nacional para concorrer a obras públicas licitadas pelo governo federal. Por isso, a necessidade de revisão. Desde que resolvido esse impasse, o ministério do Planejamento avalia que o pacto para eliminar barreiras à participação de empresas estrangeiras em processos de licitação permitirá aos fornecedores internacionais tratamento igualitário em concorrências com preço mínimo igual ou superior a US$ 15 mil (quase R$ 50 mil), para bens e serviços, até US$ 6 milhões (quase R$ 20 milhões), para projetos de construção. Vale frisar que a decisão do Mercosul vale exclusivamente para contratações no âmbito federal, excluindo estados e municípios.
Construtoras apoiam
Nos países do Mercosul (Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai), o mercado de compras governamentais gira em torno de R$ 60 bilhões por ano. Só o Brasil responde por 2/3 deste valor. Mesmo assim, o secretário de Comércio Exterior, Abrão Árabe Neto, avalia que o país levará vantagem com a abertura do mercado. "O acordo ficou bastante equilibrado e abre oportunidades importantes para as nossas empresas", afirma. Segundo ele, consultas ao setor privado indicaram interesse das empresas brasileiras em licitações dos países vizinhos, sobretudo em obras públicas. "O Mercosul é relevante para nós", afirma. O acordo vinha sendo negociado desde 2010.
Participaram da assinatura, o presidente da Argentina, Maurício Macri; do Uruguai, Tabaré Vázquez; do Paraguai, Horacio Cartes e Michel Temer, do Brasil. Representantes do Suriname, Equador, Chile, Colômbia, Peru e Egito também estiveram presentes. O Mercosul é formado pelo Paraguai, Uruguai, Brasil e Argentina. Os estados associados incluem Chile, Peru, Colômbia, Equador, Guiana e Suriname. A Bolívia está em processo de se tornar membro e a Venezuela foi suspensa.
Entrevistado
- Ministério do Planejamento, Desenvolvimento e Gestão (via assessoria de imprensa)
- Secretaria de Comércio Exterior (via assessoria de imprensa)
Contatos
imprensa@planejamento.gov.br
imprensa@mdic.gov.br
Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330
Construção monta grupo de coalizão para destravar setor
Oito organismos ligados à cadeia produtiva trabalham em propostas para permitir a retomada do crescimento e a geração de empregos
Dia 26 de janeiro de 2018, o grupo Coalizão pela Construção se reuniu pela primeira vez, em Brasília, com o objetivo de propor medidas emergenciais ao governo federal, a fim de destravar o setor e permitir a retomada do crescimento. A frente é formada pela Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), Sindicato Nacional da Indústria do Cimento (SNIC), Associação Brasileira da Indústria de Materiais de Construção (Abramat), Associação Nacional dos Comerciantes de Materiais de Construção (Anamaco), Instituto Aço Brasil, Associação Brasileira de Cimento Portland (ABCP), Sindicato da Arquitetura e da Engenharia (Sinaenco) e pela Força Sindical.
Segundo o presidente da CBIC, José Carlos Martins, temas como licenciamento ambiental, paralisação de obras, insegurança jurídica, distratos e o novo marco legal do saneamento básico precisam ser enfrentados para que deixem de ser entraves ao desenvolvimento da construção civil. “A indústria da construção está à beira de um colapso. Se nada for feito, o setor, que é um dos grandes empregadores, pode continuar encolhendo e derrubando o PIB brasileiro”, alerta. “Não há economia que se sustente com um de seus principais segmentos fechando com 6% negativo, como foi o caso da construção em 2017. Sem investimentos e sem o desenvolvimento do setor não há crescimento sustentável”, frisa Martins.
Em 2017, a cadeia produtiva da construção civil chegou ao fim do ano com 42% de sua capacidade instalada ociosa. Da mesma forma, o potencial de gerar empregos do setor concluiu 2017 com apenas 42%. “Há que fomentar o investimento, criando as condições para que a iniciativa privada execute os projetos que os cofres públicos não mais poderão custear. É preciso não perder de vista o essencial: construção é investimento e não existe investimento sem confiança no futuro”, completa o presidente da CBIC, alertando que o setor não está pedindo a destinação de recursos nem incentivo por meio de desonerações. “A ideia é apresentar uma pauta para que o investimento volte”, resume.
Propostas
Em resumo, as medidas do grupo Coalizão pela Construção são as seguintes:
Mercado Imobiliário
• Ter uma solução imediata para a Caixa atender as regras de Basiléia, pois o banco detém 70% do mercado de crédito imobiliário.
• Manter o direcionamento dos recursos da poupança.
• Manter seleção do PMCMV (programa Minha Casa Minha Vida), retirando quem não atende as exigências.
• Fazer seleção complementar, tendo como foco projetos prontos para iniciar.
• Regulamentar o distrato.
• Regulamentar a LIG (Letra Imobiliária Garantida) pela CVM.
Infraestrutura
• Liberar Imediatamente os projetos do PPI (Programa de Parcerias de Investimento)
• Agilizar o Programa de Concessões Municipais
• Publicar MP de concessão da manutenção de rodovias com baixo investimento (antigo CREMA)
Geral
• Propor reforma tributária que não onere quem gera emprego.
• Vincular a entrada de engenheiros e produtos estrangeiros à reciprocidade e à transferência de tecnologia, sem a exigência de financiadores e investidores brasileiros.
• Criar comissão interministerial estratégica para o setor da construção.
Medidas ao Poder Legislativo
• Aprovar o projeto de lei (PL 7.448/2017), do senador Antônio Anastasia, que trata de segurança jurídica.
Licenciamento Ambiental
• Aprovar o projeto de lei suplementar (PLS 441/2017), do senador José Medeiros, que fixa critérios para a paralisação de obras.
• Modernização da Lei de Licitações.
• Ajuste na Lei Geral da Microempresa.
• Tratamento diferenciado de licitantes (Empate Ficto).
Para Claudio Conz, presidente da Associação Nacional dos Comerciantes de Material de Construção (Anamaco), o que o grupo Coalizão pela Construção faz é manter a tradição da indústria de levar questões propositivas ao governo. “Se com essas ações conseguirmos investir 5% do PIB podemos gerar 5 milhões de empregos. Para isso, não precisa de dinheiro do governo, mas apenas destravar o que impede o desenvolvimento”, finaliza Conz.
Entrevistados
Grupo Coalizão pela Construção (via assessoria de imprensa da CBIC)
Contato: ascom@cbic.org.br
Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330
World of Concrete é marco de tecnologias construtivas
Dentro do maior evento sobre concreto do mundo, seminários, congressos e workshops debateram o futuro da construção civil
Principal evento internacional dedicado ao concreto e argamassa, além de outros sistemas construtivos, o World of Concrete (WOC) promoveu de 23 a 26 de janeiro, em Las Vegas, no estado de Nevada-EUA, sua 44ª edição. Além da exposição de equipamentos inovadores para a construção civil, o WOC realizou paralelamente à exposição um amplo seminário sobre tecnologias construtivas, fundamentos de segurança e programas de treinamento que servem de referência mundial. Destaque para o workshop realizado pelo comitê ACI-ASCC 117 – Tolerâncias.
Esse comitê define as tolerâncias mínimas para lajes, paredes, colunas, vigas e escadas de concreto e está integrado à American Concrete Institute [Instituto Americano do Concreto] e à American Society of Concrete Contractors [Sociedade Americana de Empreiteiros de Concreto]. O objetivo do evento foi treinar o uso de scanners a laser para determinar conformidades com tolerâncias mínimas nestas estruturas. Do workshop saíram também as bases para a elaboração de uma norma técnica sobre equipamentos de scanner para estruturas de concreto.
O World of Concrete 2018 também apontou sete tendências para as quais a construção civil deverá estar atenta. A saber:
Automação
Depois da impressão 3D para concreto, as máquinas autônomas que concretam tendem a começar a surgir no mercado. Em parceria com a indústria automobilística, um dos primeiros equipamentos a ser robotizado é a betoneira. A projeção é de que essas máquinas sejam programadas à distância pelas concreteiras, sem sofrer nenhuma interferência humana no canteiro de obras, com à descarga do material e dosagem.
Mão de obra
Os países desenvolvidos prevêem uma escassez cada vez maior de trabalhadores interessados em atuar na construção civil. Isso abre duas frentes: 1) As vagas serão ocupadas por imigrantes de países mais pobres; 2) Apenas a mão de obra qualificada, preparada para atuar em canteiros de obras automatizados, sobreviverá no mercado, elevando também os salários.
Construção industrializada
As estruturas pré-fabricadas e pré-moldadas tendem a ganhar ainda mais mercado em 2018. A rapidez que elas dão às obras, além de trazer ganhos ambientais e envolver menos trabalhadores no canteiro de obras, é apontada como vantagem irrefutável.
Dados em tempo real
A tecnologia que permite aferir dados e diagnosticar problemas em tempo real nas obras, compartilhando informações online com todos os envolvidos, é outro ponto que tende a avançar em 2018. Com isso, deverão crescer os apps para smartphones, voltados a agilizar essa troca de dados.
Produtividade
Os métodos de construção que impulsionem a melhoria contínua em todas as etapas da obra, do projeto ao acabamento, andarão na frente cada vez mais. No World of Concrete, números comprovaram que a busca pela produtividade no canteiro de obras faz a diferença.
Estruturas mistas de madeira e concreto
Pode parecer impossível que concreto e madeira possam formar estruturas de edificações, mas, sim, eles são viáveis e o mercado da construção parece cada vez mais propenso a unir esses materiais para viabilizar edifícios. A alegação é que a madeira reduz a pegada de carbono do concreto e produz edificações mais adequadas às certificações sustentáveis.
Estruturas resilientes
Desastres naturais, como furacões, tornados, terremotos, incêndios florestais e enchentes, exigem edificações que sejam capazes de suportá-las. O concreto está bem equipado para atender a esse chamado, sobretudo para a construção de casas. No WOC se ouviu muito a seguinte expressão: “Vamos construir estruturas de concreto que ainda ficarão em pé muitos anos depois de termos ido embora”. O tema é tão atual, que em novembro de 2018, em Cleveland-EUA, haverá um congresso apenas para tratar de estruturas resilientes de concreto.
Confira uma amostra do que foi o World of Concrete 2018
Entrevistado
Reportagem com base nos releases publicados durante os quatro dias da feira World of Concrete
Contato: contactus@worldofconcrete.com
Crédito Foto: WOC
Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330
Transposição em SP supera a do São Francisco em tecnologia
Sistema Jaguari-Atibainha beneficia população de 20 milhões e deve ser concluído em 2020. Túnel linear de 6,4 quilômetros dá celeridade à obra
A crise hídrica que afetou o estado de São Paulo entre 2014 e 2016 desencadeou a maior obra de transposição de bacias hidrográficas do Brasil, superando em tecnologia e em população atendida a do rio São Francisco. A megaconstrução vai permitir que a água da represa do Jaguari, que faz a captação do rio Paraíba do Sul, seja lançada para a represa Atibainha, que integra o sistema Cantareira e abastece boa parte da cidade de São Paulo-SP e de sua região metropolitana.
O desafio à engenharia foi construir um percurso praticamente em linha reta, usando 6,4 quilômetros de túneis a 50 metros de profundidade, e mais 13,2 quilômetros em adutora. O projeto vai atingir 90% da execução em 2018 e a previsão é de que entre em operação em 2020. Mais de 20 milhões de pessoas serão beneficiadas. A obra é contratada da Sabesp (companhia de saneamento básico do estado de São Paulo) e o canteiro de obras conta atualmente com 300 trabalhadores atuando em três turnos - boa parte na escavação do túnel.
Diferentemente da tecnologia empregada em obras de metrô, onde é usado o shield, conhecido como “tatuzão”, as escavações na transposição Jaguari-Atibainha utilizam o método austríaco de tunelamento (NATM, na sigla em inglês), que emprega sistemas de suporte com concreto projetado. Com a tecnologia, o volume de solo escavado é somente o necessário para aplicação do revestimento.
Seu complemento se dá através de tirantes e cambotas. Além disso, o maciço que circunda o túnel, que inicialmente atua como elemento de carga, passa a se constituir em elemento de escoramento. Esse processo de escavação do túnel conta com mais de 160 profissionais, entre engenheiros civis, geólogos, encarregados de frentes de trabalho, motoristas, eletricistas, técnicos de meio ambiente, de qualidade e de segurança.
Além dos túneis, há ainda o assentamento de 13,2 quilômetros de adutoras, a construção de uma estação elevatória de água bruta (responsável por captar a água na represa e bombeá-la em direção ao tratamento) e uma subestação de energia elétrica. “Este é mais um grande exemplo da excelência da Sabesp naquilo que faz, vencendo obstáculos aparentemente intransponíveis com muita tecnologia e inovação”, ressalta o presidente da companhia, Jerson Kelman.
RJ e MG beneficiados
Quando estiver concluída, a interligação permitirá a transferência de água a uma vazão máxima de 8.500 litros por segundo da represa Jaguari para a Atibainha, e de 12.200 litros por segundo no sentido contrário. Na prática, significa que fenômenos como escassez ou excesso de água serão administrados com mais precisão e antecedência, garantindo assim o abastecimento de toda a população atendida pelos dois sistemas.
O empreendimento beneficiará também o Rio de Janeiro e Minas Gerais, já que os estados vizinhos a São Paulo também se utilizam das águas do rio Paraíba do Sul para se abastecer. A princípio, houve relutância de fluminenses e mineiros, mas um acordo selado no Supremo Tribunal Federal autorizou a transposição.
Trata-se da primeira obra de saneamento no Brasil sob o Regime Diferenciado de Contratação (RDC). O investimento de R$ 555 milhões é financiado pelo BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social). As obras são executadas pelo consórcio BPC, constituído pelas empresas Serveng/Civilsan, Engeform e PB Construções. O volume de concreto empregado está estimado em 35 mil m3.
Veja vídeo sobre a transposição Jaguari-Atibainha
Entrevistado
Sabesp (via assessoria de imprensa)
Contato: comunicacao_sabesp@sabesp.com.br
Crédito Foto: Youtube/Sabesp