Copa do Mundo impulsiona consumo de cimento na Rússia

Estimulada pela Copa do Mundo, produção de cimento na Rússia superou a do Brasil. Crédito: Divulgação
Estimulada pela Copa do Mundo, produção de cimento na Rússia superou a do Brasil. Crédito: Divulgação

Além da construção de estádios, a Copa do Mundo na Rússia resultou em uma série de obras de infraestrutura que gerou aumento de produção de Cimento Portland no país. Em 2017, a indústria cimenteira russa fabricou 58 milhões de toneladas do insumo. Houve ainda a importação de mais 4,3 milhões de toneladas da Turquia, do Irã e da Bielorrúsia.

Mesmo após a passagem da Copa pelo país, a produção de cimento não tende a diminuir na Rússia. Estudo de EY (Ernest & Young) revela que, até 2022, a demanda pelo insumo no mercado russo chegará a 70 milhões de toneladas, entre produção local e importações. O crescimento médio de 3% se mantém sustentável desde 2011.

A Copa do Mundo também levou a indústria russa de cimento a modernizar suas fábricas. A aquisição de novos equipamentos, além de expandir a capacidade instalada em 4 milhões de toneladas/ano, permitiu o aumento da eficiência energética na produção do insumo. Compromissos ambientais assumidos pelo setor preveem redução na emissão de CO2 na ordem de 25% até 2030. Outra meta pactuada com o governo é a recapacitação da mão de obra que atua nas cimenteiras.

A indústria de cimento da Rússia se mantém otimista mesmo após passada a Copa do Mundo, pois a prefeitura de Moscou está implantando um amplo programa habitacional de longo prazo, que prevê a demolição de 8 mil blocos habitacionais antigos e a reconstrução de novos. As edificações a serem destruídas foram erguidas na época do líder comunista Nikita Khrushchev, que foi primeiro-ministro do país entre o final da década de 1950 e meados da década de 1960.

Com reurbanização de Moscou, Rússia se manterá à frente do Brasil

Demolição das Khrushchyovkas já começou e reurbanização de Moscou manterá venda de cimento em alta na Rússia. Crédito: prefeitura de Moscou
Demolição das Khrushchyovkas já começou e reurbanização de Moscou manterá venda de cimento em alta na Rússia. Crédito: prefeitura de Moscou

Neste período, foram construídas milhares de habitações populares em Moscou, que ficaram conhecidas como Khrushchyovkas. Hoje, essas unidades abrigam 1,6 milhão de pessoas, mas estão se deteriorando, impregnadas de patologias em suas estruturas. A prefeitura da capital russa quer iniciar a revitalização após a Copa do Mundo, substituindo as Khrushchyovkas por torres de apartamentos de 16 andares, e também reurbanizando os bairros onde elas serão construídas.

O programa de revitalização deverá demolir 25 milhões de m2 de habitações, ou seja, mais de 10% do estoque habitacional de Moscou. A estimativa é que a execução do projeto demore 10 anos, a um custo de 6 trilhões de rublos (cerca de 97 bilhões de euros ou 338 bilhões de reais). O plano já é considerado a maior intervenção urbana da Europa, já que Moscou fica no lado europeu da Rússia.

Diante deste potencial construtivo, os números recentes da indústria cimenteira russa fizeram o país ultrapassar o Brasil em produção e consumo. Segundo dados do Sindicato Nacional da Indústria do Cimento (SNIC), a indústria brasileira vem experimentando quedas acentuadas desde 2014. Naquele ano, foram produzidas 70,8 milhões de toneladas. Em 2015, 64,8 milhões de toneladas; em 2016, 57,2 milhões de toneladas, e em 2017, 53,8 milhões de toneladas. Para 2018, o SNIC projeta retomada de crescimento da indústria em torno de 3%, com aumento de venda no varejo de cimento entre 1% e 2%.

Entrevistado
Ministério da Construção da Rússia (
via assessoria de imprensa)

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duty_press@aprf.gov.ru
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Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330

Norma técnica que baliza cálculo do CUB está em revisão

Comissão de estudo instituída para a revisão da ABNT NBR 12721:2006 trabalha para tornar o CUB um índice ainda mais confiável. 
Crédito: SindusCon-MG
Comissão de estudo instituída para a revisão da ABNT NBR 12721:2006 trabalha para tornar o CUB um índice ainda mais confiável. 
Crédito: SindusCon-MG

ABNT NBR 12721:2006 - Avaliação de custos de construção para incorporação imobiliária e outras disposições para condomínios edilícios (condomínios verticais e horizontais) -, que normatiza o cálculo e a divulgação do Custo Unitário Básico (CUB/m²), está em processo de revisão, que começou em maio de 2017. Foi constituída uma comissão de estudos, no âmbito do CB-002 da ABNT (Comitê Brasileiro da Construção Civil), que agora se debruça sobre a atualização de todas as etapas que resultam no cálculo do CUB. Segundo o coordenador da revisão da norma, Daniel Furletti, do SindusCon-MG, a publicação do novo texto da ABNT NBR 12721:2006 levará um pouco mais de tempo, pois o processo é mais longo. “Há várias etapas que precisam ser cumpridas”, diz.

Segundo explica Daniel Furletti, o cálculo do CUB é baseado nos custos dos projetos que envolvem uma obra (elétrico, arquitetônico, hidráulico, estrutural, etc). “Como os projetos se modernizam, a revisão acontece neste contexto. A comissão de estudo constituída vai atualizar os projetos básicos da norma. Estamos na fase de formatação e atualização desses projetos, para poder precificá-los”, afirma o coordenador da norma. A expectativa é de que no 90º ENIC (Encontro Nacional da Indústria da Construção), que acontece de 16 a 18 de maio, em Florianópolis-SC, um texto-base da revisão seja apresentado aos principais agentes da construção civil. O setor de banco de dados da CBIC (Câmara Brasileira da Indústria da Construção) também atua na assessoria da revisão da ABNT NBR 12721:2006. 

O Custo Unitário Básico (CUB/m²) teve origem através da Lei Federal nº 4.591 de 16 de dezembro de 1964. É calculado mensalmente pelos Sindicatos da Indústria da Construção Civil (SindusCons) de todo o país. Determina o custo da obra para fins de cumprimento do estabelecido na lei de incorporação de edificações habitacionais em condomínio, assegurando aos compradores em potencial um parâmetro comparativo à realidade dos custos. Atualmente, a variação percentual mensal do CUB tem servido como mecanismo de reajuste de preços em contratos de compra de apartamentos em construção e até mesmo como índice setorial. O CUB/m² possui aparato legal e técnico. De acordo com a ABNT NBR 12721:2006, é feito um levantamento de informações junto a uma amostra de cerca de 30 empresas da construção, pertencentes à base territorial do SindusCon em questão, quando são coletados os custos de materiais, mão de obra, despesas administrativas e de aluguel de equipamentos. Os dados passam por tratamento estatístico e depois são processados através de uma combinação entre preços e pesos dos insumos, para cada especificação.

Por sua confiabilidade, CUB também funciona como índice econômico

A variação mensal do CUB também é utilizada para outras finalidades, como balizar os custos de registros de compra e venda de imóveis. Além disso, funciona como um índice. A Receita Federal usa o Custo Unitário Básico para fazer a aferição do pagamento de INSS à mão de obra da construção civil. Outros agentes econômicos utilizam o CUB para compor cálculos de inflação e outras variações de preços. “Por se tratar de um indicador com suporte técnico e legal, o cálculo do CUB adquiriu credibilidade para vários agentes econômicos”, ressalta Daniel Furletti. O assessor econômico do SindusCon-PR, Gustavo Henrique Pereira, lembra ainda que a revisão fará do CUB um indicador ainda mais confiável, além de adequar seus custos à ABNT NBR 15575:2013 (Norma de Desempenho), que passou a ser incorporada nos projetos dos empreendimentos.

Para Gustavo Henrique Pereira, o impacto que a revisão irá causar sobre o consumidor de imóveis não será significativo. “Talvez a alteração dos valores do CUB possa modificar o valor de alguns custos de documentação e taxas que são atrelados ao índice, mas isso é pouco representativo no custo total da obra. Também pode ter influência em contratos de financiamento que utilizam o CUB como indexador. Porém, a revisão não afetará essa correção. Já passamos por revisões da norma do CUB anteriormente e isso não impactou nas correções”, destaca. 

Entrevistados
- Daniel Furletti, coordenador sindical do SindusCon-MG e coordenador da revisão da ABNT NBR 12721:2006
- Gustavo Henrique Pereira, assessor econômico do SindusCon-PR

Contatos
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imprensa@sindusconpr.com.br

Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330

Vendedor 4.0: quem é e como atua esse profissional?

O vendedor 4.0 é aquele que sabe fazer uso da tecnologia para fechar negócios, mas não esquece de sua principal ferramenta: o encantamento do consumidor.  Resumidamente, é o profissional que consegue fazer a diferença em um mercado com produtos cada vez mais parecidos, e em que as plataformas de e-commerce estão substituindo as transações mais simples de B2B.

Claudio Shimoyama: vendedor 4.0 domina a tecnologia e a arte de conquistar o cliente
. Crédito: Datacenso
Claudio Shimoyama: vendedor 4.0 domina a tecnologia e a arte de conquistar o cliente
. Crédito: Datacenso

O vendedor 4.0 é aquele que tenta humanizar a venda no limiar da indústria 4.0, repleta de robôs e algoritmos que conseguem decifrar os gostos do consumidor. Empatia, criatividade, persuasão e confiabilidade são algumas das virtudes deste profissional, ensina o presidente do grupo Datacenso, Claudio Shimoyama, palestrante especializado no tema “vendedor 4.0”. Ele explica esse novo conceito na entrevista a seguir:

O que é um vendedor 4.0?

O vendedor 4.0 é um profissional que, além de ter conhecimento das necessidades do consumidor, deve ter conteúdo sobre o produto e seus benefícios, assim como dominar a tecnologia e envolvimento com as redes sociais.

O vendedor 4.0 já existe ou ele é apenas um conceito ainda?

O vendedor 4.0, está a caminho, pois a maioria ainda não foca no cliente, apenas na empresa.  Atualmente, o vendedor é tirador de pedido, não conhece o seu cliente, não busca o relacionamento.

Dentro de um universo de vendas que utiliza cada vez mais as tecnologias para comercializar produtos, como fica a relação vendedor-consumidor?

Atualmente, temos o consumidor web, o consumidor digital. Então, o vendedor precisa estar preparado. Devemos entender que a tecnologia é um meio para a relação entre o vendedor e consumidor. O processo de vendas tem a pré-venda, venda e pós-venda. A relação vai além da compra. O pós-compra é o momento que o cliente analisa a relação do que ele esperava com o que é recebido. É aí que nenhuma tecnologia substitui o vendedor, pois é ele quem vai conversar para entender esse momento pós-compra, avaliar o sentimento do cliente. Enfim, a tecnologia não deve substituir o contato pessoal do vendedor.

Ainda é possível o vendedor usar sua principal ferramenta: o encantamento do consumidor?

O novo momento do vendedor é gerar uma experiência única ao consumidor. O encantamento fará parte do novo momento da relação, para gerar fidelização e agregar valor à marca.

Outra realidade do comércio pautado pela tecnologia e a internet é tornar os produtos cada vez mais parecidos. Todos se colocam como o melhor isso, o melhor aquilo, o mais isso, o mais aquilo... Neste universo, como o vendedor consegue fazer a diferença?

Na verdade, o mercado está cada vez mais commoditie, em que produto e preço são semelhantes no ponto de venda. A diferenciação está no serviço e em um atendimento cada vez mais customizado, personalizado de acordo com o perfil do cliente. Cada vez mais, a fidelização está focada no P, de pessoas, e não no P de produto e nem no P de preço.  

“O encantamento ao cliente está no P de pessoas, ou seja, o diferencial competitivo para conquistar o cliente está no atendimento mais humanizado.”

Com os algoritmos cada vez mais capazes de decifrar os gostos dos consumidores, não serão eles que farão o papel do vendedor 4.0 no futuro?

Sim, a inteligência digital, o big data, será cada vez mais presente na gestão do relacionamento com o cliente. Ambos serão fundamentais para monitorar o sentimento e o perfil do consumidor, além de ajudar a desenvolver insight e estratégias customizadas por grupo de clientes.

Como treinar um vendedor “analógico” para que se torne um “vendedor 4.0”?

Nas minhas palestras e artigos, digo que o novo vendedor deve buscar mudar a sua forma de atender. O novo momento do varejo obriga o vendedor a aumentar a sua competência quanto ao conhecimento e as habilidades no domínio das tecnologias disponíveis. Ele precisa aprender a interagir com o mundo digital e ter uma ampla relação de clientes através das redes sociais.

Empatia, criatividade, persuasão e confiabilidade ainda são virtudes neste novo cenário?

Sim. O encantamento ao cliente está no P de pessoas, ou seja, o diferencial competitivo para conquistar o cliente está no atendimento mais humanizado, com empatia, cortesia, confiabilidade e presteza. A interação mais próxima com o cliente fará a diferença na atração e na retenção deste mesmo cliente.

Qual a melhor formação para que uma pessoa se destaque como vendedor 4.0?

Dominar a tecnologia, gostar de pessoas, conhecer muito bem a arte de conquistar o cliente e estar preparado para exercer o que eu chamo de a “CHAVE”: Conhecimento, Habilidade, Atitude, Valores e Espiritualidade. O vendedor precisa estar comprometido com um mundo melhor, exercitando bons valores.

Já que estamos a caminho do vendedor 4.0, virá também a empresa 4.0?

Cada vez mais as pessoas esperam das empresas o mesmo tipo de imediatismo, personalização e conveniência que recebem de marcas líderes como Google e Amazon. As empresas precisam mudar a experiência de compra que oferecem ao cliente ou correrão o risco de serem empurradas para fora do mercado.

Entrevistado
Claudio Shimoyama, economista, mestre em engenharia da informação, doutor em gestão de negócios, professor da FGV e CEO do grupo Datacenso

Contato: claudio@datacenso.com.br

Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330

Poste de concreto autoaterrado usa tecnologia pioneira

Postes autoaterrados pré-fabricados: maior segurança ao consumidor de energia e menos vandalismo nas redes de energia. 
Crédito: Postes Indaial
Postes autoaterrados pré-fabricados: maior segurança ao consumidor de energia e menos vandalismo nas redes de energia. 
Crédito: Postes Indaial

Um projeto de P&D (Pesquisa e Desenvolvimento) da CPFL Energia – concessionária de energia elétrica que atua nos estados de Minas Gerais, São Paulo, Paraná e Rio Grande do Sul - levou à fabricação de um produto inédito no Brasil: o poste de concreto autoaterrado. A ideia teve gestação de sete anos na CPFL e precisou de um parceiro que desenvolvesse o protótipo e produzisse em escala comercial para abastecer as subsidiárias da empresa no Rio Grande do Sul, a RGE e a RGE Sul. Coube à Postes Indaial, localizada em Indaial-SC, tornar a inovação realidade.

Segundo o diretor-comercial da Postes Indaial, Harrybert Howe Júnior, o produto foi desenvolvido atendendo todos os requisitos contemplados no P&D da CPFL. Diferentemente dos postes comuns, o poste de concreto autoaterrado dispensa a necessidade de utilização de cabo de cobre e haste de aterramento para a realização do aterramento da energia, em caso de descargas atmosféricas (raios). “São acoplados à parte superior da armadura do poste um conector para que possa fazer a ligação com o neutro da rede. Assim, a descarga elétrica é transmitida pela armadura do poste”, explica.

A tecnologia empregou ainda o uso de concreto condutivo (condutor de eletricidade) na base do poste, a qual fica engastada no solo, para a dissipação da carga elétrica. “Pelo que temos conhecimento, é a primeira vez que esse tipo de elemento pré-fabricado é produzido no Brasil, usando tecnologia totalmente nacional”, diz Harrybert Howe Júnior. O diretor-comercial da Postes Indaial destaca ainda que outras concessionárias já se interessaram pelo produto. “Tivemos a procura de algumas empresas parceiras nossas perguntando como é essa nova tecnologia”, completa.

Para as concessionárias, a vantagem de ter um produto como o poste de concreto autoaterrado é que ele melhora a eficiência do aterramento na rede elétrica. A tecnologia utiliza concreto comum, com resistência de 30 MPa, idêntico ao material usado para fabricar postes convencionais. Para a CPFL Energia, a Postes Indaial está produzindo 2.500 peças por mês, com alturas variando entre 9 e 15 metros. O objetivo da concessionária é promover a troca gradual de postes convencionais por postes de concreto autoaterrado em toda a rede do Rio Grande do Sul.

Tecnologia protege residências contra danos a eletrodomésticos

A conclusão é de que, apesar do custo de produção da peça pré-fabricada ser levemente mais caro que a de um poste convencional, a concessionária consegue compensá-lo no processo de instalação e de manutenção da rede. Apenas a eliminação da montagem do sistema de aterramento traz economia que varia, em média, de 28% a 48%, informa a CPFL Energia.

Ainda de acordo com a concessionária, por conta de um sistema de proteção mais robusto, um dos benefícios esperados do poste autoaterrado de concreto é a redução no número de transformadores queimados por descargas elétricas (raios). Outra vantagem é a maior segurança proporcionada às instalações residenciais, contribuindo para reduzir danos a eletrodomésticos. “Isso se traduz em um serviço de melhor qualidade para os nossos consumidores, o que irá se refletir nos indicadores de continuidade do fornecimento”, diz o diretor de engenharia da CPFL Energia, Caius Vinicius Sampaio Malagoli.

Outro avanço é que a nova tecnologia simplifica o processo de aterramento. No padrão convencional, são usadas hastes de cobre e hastes cantoneira em aço zincado a fogo, além de cabos, canaletas e conexões. Isso gera risco de erro de instalação e torna o sistema suscetível aos efeitos de corrosão e de vandalismo. No estado de São Paulo, a CPFL Energia também está substituindo os postes convencionais por postes autoaterrados de concreto.

Entrevistados
- Administrador Harrybert Howe Júnior, diretor-comercial da Postes Indaial
- CPFL Energia (
via assessoria de imprensa)

Contatos
junior@postes.com.br
atendimento.cpfl@loures.com.br

Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330


Obra mais sustentável das Américas é em concreto aparente

O Centro Sebrae de Sustentabilidade, localizado em Cuiabá-MT, é o prédio mais sustentável das Américas, segundo avaliação da Building Research Establishment (BRE). A edificação foi construída

Fachadas de vidro oferecem conforto térmico e aproveitamento máximo de luz natural ao prédio do Sebrae, em Cuiabá-MT. Crédito: Sebrae
Fachadas de vidro oferecem conforto térmico e aproveitamento máximo de luz natural ao prédio do Sebrae, em Cuiabá-MT. Crédito: Sebrae

em concreto aparente, combinado com fachadas de vidro para obter conforto térmico e aproveitamento máximo de luz natural. Projetada pelo arquiteto José Afonso Botura Portocarrero, que é professor da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), a obra seguiu os conceitos de arquitetura bioclimática e arquitetura vernacular em sua concepção.

Com formato ogival, o Centro Sebrae de Sustentabilidade preserva em seu projeto tradições construtivas do Mato Grosso e da região amazônica, como as casas xinguanas. Daí, o fato de optar pela arquitetura vernacular, que tem como principal característica se inspirar em construções milenares de uma determinada cultura. No Brasil, além das casas xinguanas, as palafitas também são exemplares que estimulam projetos de arquitetura vernacular.

Centro Sebrae de Sustentabilidade possui a certificação internacional Breeam. 
Crédito: Sebrae
Centro Sebrae de Sustentabilidade possui a certificação internacional Breeam. 
Crédito: Sebrae

Estudioso das construções indígenas, José Afonso Botura Portocarrero procurou levar para a obra do Sebrae soluções que fizessem o prédio atingir um nível de excelência em sustentabilidade. Entre as opções, a cobertura em casca de concreto armado foi um dos detalhes que levou a edificação a receber a premiação. Foram construídas duas cascas, espaçadas em 30 centímetros, com o objetivo de permitir a refrigeração interna do prédio e possibilitar a coleta de água de chuva, que depois de filtrada é estocada para o uso na irrigação de plantas, para a lavagem de pisos e o abastecimento de banheiros.

A edificação foi construída com estratégias de conforto térmico para o clima tropical. Por isso, o prédio foi desenvolvido com base na orientação do sol (nascente-poente), contemplando beirais que evitam a radiação direta. O pé direito de 7,5 metros, combinado com a cobertura projetada em duas cascas, permite que a água da chuva permeie seu interior para executar o resfriamento natural, ao mesmo tempo em que a casca exterior protege a interior. O ar quente é encapsulado e possibilita temperatura interna até 10 °C abaixo do registrado no ambiente externo.

Cobertura em casca de concreto armado foi um dos detalhes que levou a edificação a receber a premiação. 
Crédito: Sebrae
Cobertura em casca de concreto armado foi um dos detalhes que levou a edificação a receber a premiação. 
Crédito: Sebrae

Todas as edificações premiadas possuem certificação Breeam

Só concorreram ao prêmio prédios que tinham a certificação internacional Breeam (Building Research Establishment Environmental Assessment Method [Método de Avaliação de Ambientes Sustentavelmente Construídos]). No caso do Centro Sebrae de Sustentabilidade, ele foi enquadrado na categoria Breeam In-Use, em nível Excellent, que atesta o desempenho ambiental de edificações de acordo com os benefícios gerados ao meio ambiente. Também foram premiados os seguintes prédios:


- Bloomberg London
- Projeto Comercial – Design
- Four Pancras Square, Londres - Projeto Comercial - Pós-Construção
- Forum Kayseri, Turquia - Projeto Comercial - Em Uso
- Escola Primária Tiger Way e Creche, Londres - Projeto Público – Design
- Centro GSK de Química Sustentável, Nottingham - Projeto Público - Pós-Construção
- Grønland 58, Drammen, Noruega - Projeto Público - Em Uso
- HAUT, Amsterdam - Homes – Design
- 126 Pavilion Road, Londres - Casas - Pós-Construção
- Mansão Metropolis, China - Prêmio Regional – Ásia
- V.Offices Kraków, AFI Europe Poland - Prêmio Regional - Europa Central e do Leste
- Bloomberg London e DC2, Prologis Park, Dunstable, Reino Unido - Joint winner, Prêmio Regional - Europa Ocidental

Com formato ogival, o Centro Sebrae de Sustentabilidade se inspirou em construções indígenas
. Crédito: Sebrae
Com formato ogival, o Centro Sebrae de Sustentabilidade se inspirou em construções indígenas
. Crédito: Sebrae

Localizada em Watford, na região metropolitana de Londres-Inglaterra, a Building Research Establishment foi fundada em 1921. A instituição é responsável pelo selo Breeam - a mais antiga premiação de sustentabilidade do mundo, criada em 1990. A certificação está presente em mais de 250 mil prédios de 50 países.

Entrevistados
Centro Sebrae de Sustentabilidade (
via assessoria de imprensa)
Building Research Establishment (BRE) (
via assessoria de imprensa)
Contatos
imprensa@sebrae.com.br
enquiries@bre.co.uk

Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330

Saiba como produzir mais na indústria de concreto pré-fabricado

A Abcic (Associação Brasileira da Construção Industrializada de Concreto) realizou dia 5 de abril de 2018, em Florianópolis-SC, o seminário regional sobre estruturas pré-fabricadas de concreto. Entre as palestras, destacou-se a que tratou do aumento da produtividade da indústria do setor e que abrangeu os três principais pontos para que uma unida de consiga melhorar a qualidade de seus produtos, sem desperdícios. A atenção deve estar voltada para o layout da planta da fábrica, o uso de concreto autoadensável e o investimento em tecnologia e insumos confiáveis, principalmente o cimento e os aditivos.

Seminário realizado em Florianópolis-SC debateu inovações e tendências para o segmento de concreto pré-fabricado. Crédito: Cia. de Cimento Itambé
Seminário realizado em Florianópolis-SC debateu inovações e tendências para o segmento de concreto pré-fabricado. Crédito: Cia. de Cimento Itambé

O engenheiro civil Jefferson Brusch da Silva apresentou em sua palestra um case estudado na UTFFR (Universidade Tecnológica Federal do Paraná) em 2012, sobre layout de plantas de elementos pré-fabricados de concreto. O trabalho aponta que o arranjo físico das instalações e o sequenciamento das tarefas afetam diretamente o processo produtivo. Os envolvidos na pesquisa concluíram que “a melhoria do layout permite um fluxo de materiais e informações mais eficientes, torna mais fácil a supervisão, propicia melhorias na qualidade de vida dos colaboradores, otimiza a utilização de máquinas, reduz custos operacionais e aumenta a produtividade da organização.”

Sobre a utilização de concreto autoadensável para a produção dos pré-fabricados, Jefferson Brusch destaca as vantagens: tempo de produção, redução da mão de obra, melhoria da qualidade das peças, mais liberdade à geometria das fôrmas e, consequentemente, aumento da produtividade. Porém, ele alertou sobre uma armadilha embutida no uso do material. “Nem todo autoadensável é autoadensável. Alguns são ‘autosegregáveis’”, afirma. O engenheiro reforça que o concreto autoadensável é um “material sensível”, que exige insumos de qualidade, além de ter embutido tecnologia e pesquisa.

Concreto autoadensável de qualidade depende do cimento certo

Engenheiro civil Jefferson Brusch da Silva: produção de elementos pré-fabricados requer investimento em P&D. Crédito: Cia. de Cimento Itambé
Engenheiro civil Jefferson Brusch da Silva: produção de elementos pré-fabricados requer investimento em P&D. Crédito: Cia. de Cimento Itambé

Jefferson Brusch realça em sua palestra que o cimento é fundamental para o sucesso do concreto autoadensável. “O insumo deve ser constante, no sentido de que suas características não podem sofrer variações de um lote para outro”, diz. Além disso, o fabricante de pré-fabricados precisa ter um laboratório de concreto confiável, assim como equipamentos e fôrmas adequados, mão de obra qualificada e parcerias de P&D (Pesquisa e Desenvolvimento) com laboratórios de universidades. Outro ponto destacado pelo engenheiro civil é o uso adequado de aditivos.

Seguir a normalização é outro requisito fundamental. A ABNT NBR 15823-1:2017 - Concreto autoadensável - define uma escala de 0 a 3 para o índice de estabilidade do concreto autoadensável. O 0 é o ideal, pois representa um material com alta estabilidade e nenhuma segregação. O 1 é considerado estável, apesar de alguns poderem ter um nível pequeno de exsudação. Já o 2 recebe a denominação instável, por causa de auréola de argamassa menores de 10 milímetros e pontos de concentração de agregado graúdo. Quanto ao 3, esse deve ser totalmente evitado. É graduado como altamente instável, por possuir alta segregação e auréolas de argamassa maiores que 10 milímetros. Por isso, Jefferson Brusch finalizou sua palestra com a seguinte recomendação: “Não existe produzir (concreto) autoadensável pelo achômetro.”

Confira o estudo sobre layout de fábricas de pré-fabricados de concreto da UTFPR

Entrevistado
Reportagem com base em palestra do engenheiro civil Jefferson Brusch da Silva no seminário regiona
l da Abcic (Estruturas pré-fabricadas de concreto – sustentabilidade, produtividade, inovação e tecnologia)

Contato: abcic@abcic.org.br

Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330

Minha Casa Minha Vida pode ter cota a operários da construção


Criado em 2009, Minha Casa Minha Vida espera contratar 670 mil unidades em 2018
. Crédito: Agência Senado
Criado em 2009, Minha Casa Minha Vida espera contratar 670 mil unidades em 2018
. Crédito: Agência Senado

Os empreendimentos habitacionais construídos com recursos do programa Minha Casa Minha Vida poderão ser obrigados a destinar 5% das unidades para atender os trabalhadores da construção civil. É o que sugere o projeto de lei suplementar (PLS 331/2015), que aguarda votação na Comissão de Desenvolvimento Regional e Turismo (CDR) do Senado Federal. A relatoria já concedeu parecer favorável. “Encontramos entre os trabalhadores da construção civil ampla parcela desassistida, residindo em condições precárias”, diz texto do relatório. 

O projeto tramita em caráter terminativo no Senado. Se aprovado na comissão, e não houver recurso para o plenário, seguirá direto para a análise da Câmara dos Deputados. A tendência, porém, é que haja recursos, pois o senador matogrossense José Medeiros já manifestou oposição ao projeto de lei. Ele apresentou voto em separado, argumentando que os profissionais da construção civil, em sua maioria, já atendem os requisitos necessários para se tornarem beneficiários do programa. O senador alega que o segmento não apresenta características que confirmem maior vulnerabilidade frente a outros grupos de trabalhadores.

Criado há nove anos, o programa Minha Casa Minha Vida surgiu para atender prioritariamente a demanda habitacional de famílias de baixa renda. De acordo com a Lei n.º 11.977/2009, o atendimento deve abranger primeiramente famílias residentes em áreas de risco, insalubres ou desabrigadas. Depois, mulheres responsáveis pela unidade familiar e famílias com pessoas deficientes ou idosas. “Não há necessidade de priorização ou reserva especial para categorias profissionais, em detrimento das verdadeiras prioridades do programa”, alega José Medeiros.

Minha Casa Minha Vida sofreu mudanças em fevereiro de 2018

Em fevereiro de 2018, o governo federal implantou mudanças no programa Minha Casa Minha Vida. As medidas buscam combater a inadimplência em aquisições futuras. Assim, a renda máxima na Faixa 1 passou de R$ 1.600 para 1.800. Os beneficiários não pagam juros e o financiamento pode ser dividido em até 120 parcelas, com as prestações variando entre 10% e 20% da renda familiar. Nesta faixa, o valor dos imóveis é de até R$ 98 mil.

Também foram alterados protocolos sobre a infraestrutura dos imóveis. Nos projetos contratados a partir de 8 de fevereiro de 2018, as casas deverão ter 2 m² a mais do que o padrão adotado anteriormente, além de paredes e lajes com maior espessura. Para unidades geminadas, as paredes de geminação entre dormitórios e outros ambientes devem ter espessura mínima de 20 centímetros e desempenho mínimo de 45 dB (decibéis) de isolamento. Para as paredes de vedação, o programa requer espessura mínima de 10 centímetros, assim como para as lajes.

Para as demais faixas do Minha Casa Minha Vida não houve mudanças nas regras. A expectativa do governo federal é de contratar 650 mil novas unidades em 2018. Destas, 130 mil serão destinadas à Faixa 1; 70 mil para a Faixa 1,5; 400 mil moradias para a Faixa 2 e 50 mil para as Faixas 3 e 4. Os recursos disponíveis são da ordem de R$ 9,7 bilhões destinados ao programa, com previsão de que 1,4 milhão de novos empregos serão gerados na construção civil.

Entrevistado
Assessoria de imprensa do Senado Federal

Contato: imprensasenado@senado.leg.br

Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330

Consumidor brasileiro nunca mais será o mesmo, diz pesquisa

Novo perfil do consumidor o aproximou da pesquisa online e da compra online. Crédito: Divulgação
Novo perfil do consumidor o aproximou da pesquisa online e da compra online. Crédito: Divulgação

Segundo recente pesquisa do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL), 72% dos consumidores brasileiros mudaram seus hábitos após a crise econômica que atingiu o país entre 2014 e 2017. O mesmo estudo revela que oito em cada dez consumidores - entre aqueles que alteraram seus conceitos - pretendem conservar a nova rotina financeira. As mudanças mais sensíveis estão relacionadas ao consumo de produtos supérfluos, à pesquisa de preços e à busca de promoções. O novo perfil também exigiu um novo comportamento do varejo, que vê nascer outro tipo de cliente: aquele disposto a valorizar seu dinheiro e não comprar por impulso.

A conclusão da pesquisa é que o consumidor brasileiro tornou-se prudente nos gastos, prioriza planejar a compra e aprendeu a controlar seu orçamento. Somente 19% garantem não ter feito alterações em seus hábitos de consumo. As maiores mudanças foram registradas entre os consumidores com idade acima de 30 anos e os pertencentes às classes A e B. Nestes dois grupos, 69% admitiram se tornar mais criteriosos nas compras. Outros 55% reduziram os gastos com lazer, enquanto 54% começaram a fazer pesquisas de preço antes de adquirir um produto. Já 52% ficaram mais atentos às promoções, buscando os preços menores.

Entre as práticas mais comuns, 51% buscaram economizar nos serviços de luz, água e telefone, pensando no valor da conta; 46% adotaram a substituição de produtos por marcas similares mais baratas, 44% passaram a controlar os gastos pessoais e da família e 43% começaram a evitar parcelamentos muito longos. “Cada família encontrou um jeito de lidar com a situação, sempre com o mesmo objetivo: fazer as despesas caberem no orçamento. Em momentos de sufoco financeiro, é importante os consumidores ficarem mais atentos aos gastos com itens supérfluos ou desnecessários e controlarem os gastos pessoais”, avalia a economista-chefe do SPC Brasil, Marcela Kawauti.

Foram entrevistadas 805 pessoas acima de 18 anos, de ambos os gêneros e de todas as classes sociais nas 27 capitais. O levantamento ocorreu de 10 a 22 de novembro de 2017 e os dados foram divulgados em fevereiro de 2018.

Compra de material de construção também experimenta novos hábitos

A pesquisa de preços online e a compra pela internet também ficaram mais rotineiras no período de crise, e se consolidaram como hábito do consumidor. No caso do varejo de material de construções, a Anamaco (Associação Nacional dos Comerciantes de Material de Construção) detectou, através de pesquisa realizada pela PwC Brasil (PricewaterhouseCoopers Brasil), que 53% dos consumidores realizam pesquisa online antes de se dirigir a uma loja física para concretizar a compra. Porém, a venda pela internet ainda não está consolidada entre os consumidores de materiais de construção. Apenas 13% aderiram a essa modalidade de comércio no Brasil.

O mesmo ocorre com as categorias alimentos, móveis, objetos de decoração, onde a maioria ainda prefere visitar a loja física para experimentar, sentir e testar os produtos. No quesito material de construção, outro dado trazido pela PwC Brasil é que 88% dos entrevistados consideram que o nível de conhecimento do vendedor em relação ao produto é importante ou muito importante, assim como a possibilidade de verificar estoque em outras lojas da rede ou online (80%). As ofertas personalizadas (73%) também são valorizadas pelo consumidor do setor. “As tecnologias oferecem ao consumidor mais possibilidades de consumo personalizado, principalmente no comércio eletrônico. O varejo brasileiro tem muito potencial para crescimento e as empresas que apostarem em tecnologias disruptivas, como a Inteligência Artificial, estarão à frente das demais na oferta de produtos e experiências customizadas”, explica Ricardo Neves, sócio da PwC Brasil.

Entrevistados
- Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) (
via assessoria de imprensa)
- PwC Brasil (PricewaterhouseCoopers Brasil )(
via assessoria de imprensa)

Contatos
comunicacao@spcbrasil.org.br
ricardo.neves@br.pwc.com

Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330

Produção de energia eólica no Brasil se equipara a Itaipu

Elementos de concreto podem ser produzidos no local de instalação dos parques eólicos. Crédito: Divulgação
Elementos de concreto podem ser produzidos no local de instalação dos parques eólicos. Crédito: Divulgação

A capacidade instalada de energia eólica no Brasil alcançou 12,763 gigawatts (GW) no começo de 2018, se aproximando da capacidade instalada da hidrelétrica de Itaipu (14 GW). Esse potencial foi atingido em menos de 10 anos. O primeiro leilão no país ocorreu em 2009. Até 2014, havia poucos parques eólicos no país. No entanto, a entrada da iniciativa privada no setor fez a geração de energia pelo vento dar um salto a partir de 2015. Atualmente, já representa 11% de todo o potencial energético brasileiro - principalmente em meses mais secos -, e com viés de alta.

Segundo dados da Global World Energy Council (GWEC), o Brasil alcançou o 8º lugar no ranking mundial de produção de energia eólica em 2017. Até o final de 2020, a expectativa é de que o país atinja a capacidade instalada de 18,63 GW. De acordo com a ABEEólica (Associação Brasileira de Energia Eólica), a meta é de que nos próximos cinco anos a produção de energia pelo vento cresça 46% no país. “O Brasil vem galgando posições no ranking mundial de capacidade instalada total de energia eólica de forma consistente. Em 2015, nós entramos no ranking em 10º lugar e, desde então, subimos uma posição por ano”, diz nota da associação, assinada pela presidente Élbia Gannoum.

Segundo o professor Pedro Luiz Côrtes, do Programa de pós-graduação em Ciência Ambiental do Instituto de Energia e Ambiente da USP, o aumento da capacidade de geração de energia eólica no Brasil trará também ganhos ambientais. “Hoje, as usinas hidrelétricas são as principais fontes de energia e, quando as represas estão com baixa capacidade de armazenamento, a compensação é feita pelas termoelétricas, que possuem um grande impacto ambiental e são mais caras. Com o crescimento das eólicas, elas se tornam uma alternativa real para suprir a baixa demanda das hidrelétricas quando elas estiverem com seus reservatórios abaixo do normal”, diz.

Construção industrializada do concreto vira parceira da energia eólica

Atualmente, quem mais se beneficia dos parques eólicos no Brasil é a região nordeste. Em 2017, a energia produzida pelos ventos chegou a abastecer mais de 60% da região. O recorde foi batido em 30 de julho de 2017. A estiagem de seis anos causou forte impacto nas usinas da bacia do São Francisco, afetando a geração de energia hidrelétrica. As eólicas compensaram esse déficit e, no final de julho do ano passado, responderam por 64,2% da energia consumida na região, segundo dados do Operador Nacional do Sistema (ONS).

O Brasil possui atualmente 486 parques eólicos. Pela ordem, de acordo com a ABEEólica, Rio Grande do Norte, Bahia, Ceará, Rio Grande do Sul, Piauí, Pernambuco, Santa Catarina, Paraíba, Sergipe, Rio de Janeiro e Paraná são os dez maiores produtores de energia eólica do país. Parceira na construção de torres para sustentar os geradores, a construção industrializada de concreto encontrou no setor um nicho para expandir sua produção e implantar novas tecnologias.

Uma das vantagens da construção industrializada do concreto é que ela permite construir os elementos das torres no local de implantação do parque eólico, a partir da instalação de pequenas concreteiras nos canteiros de obras. Neste caso, em comparação com as torres que utilizam componentes de aço, o processo global de construção e montagem dos parques pode se mostrar mais barato e elimina grande parte da logística de transporte das estruturas pelas rodovias. Além disso, as torres de concreto pré-fabricado se mostram competitivas para alturas superiores a 100 metros, enquanto as de aço variam de 65 metros a 80 metros.

Confira gráficos sobre a produção global de energia eólica

Fonte: GWEC (Global Wind Energy Council).jpg
Fonte: GWEC (Global Wind Energy Council).jpg

Entrevistados
- ABEEólica (Associação Brasileira de Energia Eólica) (
via assessoria de imprensa)
- Pedro Luiz Côrtes, professor do Programa de pós-graduação em Ciência Ambiental do Instituto de Energia e Ambiente da USP
- Operador Nacional do Sistema (ONS)(
via assessoria de imprensa)

Contatos
selma@abeeolica.org.br
plcortes@usp.br
imprensa@ons.org.br

Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330

Após queda, déficit habitacional volta à casa de 6 milhões

Em 2018, mercado aposta na retomada do programa Minha Casa Minha Vida para a faixa 1. 
Crédito: ministério das Cidades
Em 2018, mercado aposta na retomada do programa Minha Casa Minha Vida para a faixa 1. 
Crédito: ministério das Cidades

Entre 2007 e 2012, o déficit habitacional brasileiro teve a queda mais acentuada de sua história. Em cinco anos, reduziu 6,27%, baixando de 5,59 milhões de residências para 5,24 milhões. No entanto, a crise econômica que tomou o país entre 2014 e 2017 fez recrudescer o déficit, que voltou ao patamar de 6 milhões de habitações.

Dados da Fundação João Pinheiro revelam que o déficit habitacional atual no Brasil é de 6,1 milhões de domicílios. Segundo o estudo desenvolvido em parceria com o ministério das Cidades, Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), por meio do Programa Habitar/Brasil/BID, os fatores para o crescimento do déficit foram a desaceleração da economia, o elevado número de desempregados, a alta nas taxas de juros e a restrição ao crédito.

A mesma análise avalia que o novo cenário econômico, combinando retomada do crescimento com queda acentuada dos juros, pode ajudar a reverter o quadro. Principalmente, nos segmentos contemplados pelo programa Minha Casa Minha Vida (MCMV). Atualmente, a faixa 1, com renda mensal de até R$ 1,8 mil, paga juros entre 5% e 9,16% ao ano. Com a redução da taxa Selic, o estudo estima que as mensalidades tendem a baixar, estimulando as famílias a aderirem ao MCMV.

Em 2017, segundo dados do ministério das Cidades, o Minha Casa Minha Vida atendeu 320 mil famílias em 337 municípios do país, com investimento de R$ 6,31 bilhões. Para 2018, o estudo da Fundação João Pinheiro estima que o volume de recursos destinado às habitações de interesse social possa crescer 10%. Há também a expectativa de que caia a retomada de imóveis em função do não-pagamento de prestações de financiamento. Entre 2015 e 2016, a Caixa Econômica Federal conseguiu reaver 26 mil casas, que depois foram colocadas em leilão.

Mercado aposta no protagonismo da faixa popular

O estudo finaliza a análise com a seguinte avaliação: “Há uma previsão cristalizada entre os economistas e as entidades do segmento de que o ano de 2018 será mais positivo do que o anterior. A retomada do crescimento da economia é um dado positivo que reverterá o quadro observado em boa parte do ano passado.”

Pedro de Seixas, pesquisador da Fundação Getúlio Vargas (FGV) e especialista em negócios imobiliários, diz que “o protagonismo da faixa popular” na recuperação do mercado imobiliário acontece, sobretudo, por causa do crédito. “Reflexo dessa evidência é que, numa comparação entre onze empresas incorporadoras focadas no mercado popular, elas foram responsáveis por 2/3 dos lançamentos e vendas no terceiro trimestre de 2017”, diz.

Ainda de acordo com o relatório da Fundação João Pinheiro, mesmo as incertezas quanto à aprovação das reformas pelo Congresso podem não ter peso relevante, pois com a atual configuração política os mercados já teriam precificado um possível insucesso. “Dessa forma, a possibilidade de nada acontecer não provocará abalos na economia capazes de reverter uma tendência positiva no mercado imobiliário”, conclui.

Veja o estudo completo da Fundação João Pinheiro

Entrevistado
Reportagem com base no relatório da Fundação João Pinheiro sobre o déficit habitacional brasileiro (
via assessoria de imprensa)

Contato: secretaria.geral@fjp.mg.gov.br 

Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330