Minha Casa Minha Vida atinge 5 milhões de contratos

Principal programa habitacional do país, Minha Casa Minha Vida atinge marca de 5 milhões de unidades contratadas. Crédito: Agência Brasil
Principal programa habitacional do país, Minha Casa Minha Vida atinge marca de 5 milhões de unidades contratadas. Crédito: Agência Brasil

Em abril de 2018, 9 anos depois de ter sido criado, o Minha Casa Minha Vida (MCMV) tornou-se o mais bem sucedido programa habitacional brasileiro. Atingiu 5 milhões de unidades contratadas. O número exato, segundo a secretaria nacional de habitação - vinculada ao ministério das Cidades -, é 5.074.104. Comparativamente, o Banco Nacional de Habitação (BNH) construiu ao longo de 22 anos (1964 e 1986) 4,5 milhões de unidades. Isso mostra que o MCMV, ainda que possua deficiências, tem potencial para se tornar um programa de estado eficaz para combater o déficit habitacional do Brasil.

Entre 2010 e 2014, o Minha Casa Minha Vida conseguiu reduzir o déficit habitacional brasileiro em 2,8% ao ano, mesmo com os índices demográficos em alta. Ou seja, o número de habitantes no país aumentou, mas a criação de moradias acompanhou o crescimento. O programa nasceu calcado em uma política de subsídios para as famílias mais pobres, que variava de acordo com a renda popular de cada beneficiário, podendo chegar a 90% do valor da unidade. Com a crise econômica que atingiu o Brasil a partir de 2014, o volume de recursos para o MCMV diminuiu e, além de passar a construir um menor número de unidades, o programa cortou também os subsídios.

Atualmente, o Minha Casa Minha Vida está concentrado nas faixas 2 e 3, que atendem famílias com renda mensal bruta de 4 mil e 7 mil reais. Na faixa 2, os subsídios não passam de 29 mil reais, enquanto na faixa 3 são ofertadas taxas de juros diferenciadas em relação ao mercado. Em 2018, o governo federal estabeleceu a meta de contratar 650 mil unidades, das quais 400 mil são para a faixa 2 e 50 mil para a faixa 3. Para a faixa 1 (renda familiar mensal bruta de 1,8 mil reais), cujas prestações não podem passar de 270 reais, a previsão é de 130 mil unidades neste ano. Já a faixa 1,5 (renda familiar mensal bruta de 2,6 mil reais e subsídio máximo de 47,5 mil reais) será contemplada com 70 mil unidades.

Mais de 400 mil unidades construídas ainda não estão habitadas por falta de infraestrutura

A secretaria nacional de habitação também está redirecionando as prioridades do programa. O objetivo é atingir os municípios com os maiores déficits habitacionais do país. A contrapartida é que as prefeituras cumpram as exigências de infraestrutura do MCMV, que são: proximidade a escolas, agências bancárias, agência dos Correios, lotérica, ponto de ônibus, água encanada, iluminação, rede de esgotos e pavimentação. Essa foi uma falha do Minha Casa Minha Vida, mesmo atingindo a marca de 5 milhões de unidades contratadas.

Sem a infraestrutura adequada, das mais de 5 milhões de unidades contratadas, 4.148.990 foram construídas, mas somente 3.715.350 efetivamente entregues.  A diferença entre obras já concluídas e entregues está relacionada às benfeitorias no entorno. Alguns conjuntos habitacionais ainda carecem da contrapartida das prefeituras para ganharem asfalto, linhas de ônibus, creches, escolas, unidades de saúde e outros equipamentos urbanos. No 90º ENIC (Encontro Nacional da Indústria da Construção), o tema foi debatido por especialistas. A conclusão é que, tornando-se um programa de estado, o Minha Casa Minha Vida terá condições de fazer correções de rotas para atingir sua meta, que é reduzir o déficit habitacional brasileiro.

Entrevistado
Reportagem com base em relatório da secretaria nacional de habitação e análises apresentadas no 90º ENIC (Encontro Nacional da Indústria da Construção)

Contato: snh@cidades.gov.br

Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330

USP prepara curso de engenharia da complexidade

Engenharia da complexidade: escolas-referência no mundo servirão de inspiração para a grade curricular do curso da USP. 
Crédito: Divulgação
Engenharia da complexidade: escolas-referência no mundo servirão de inspiração para a grade curricular do curso da USP. 
Crédito: Divulgação

A Escola Politécnica (Poli) da USP prepara o lançamento do primeiro curso de engenharia da complexidade do Brasil. A graduação será implantada no campus da cidade de Santos-SP, no litoral paulista. O curso terá duração de cinco anos e turmas anuais. A engenharia da complexidade utiliza de maneira integrada conhecimentos de outras áreas da engenharia e da ciência para analisar, compreender e propor soluções para ambientes que reúnem um conjunto diverso de componentes.

Idealizador do curso, durante o período em que foi diretor da Escola Politécnica da USP (2014-2018), o professor do departamento de engenharia de telecomunicações e controle da Poli, José Roberto Castilho Piqueira, afirma que a engenharia de complexidade é uma atividade interdisciplinar, capaz de promover a integração entre as diversas áreas - não só da engenharia, mas do conhecimento científico em geral.  “A engenharia de complexidade é a rota para projetos ousados”, resume.

Na prática, o engenheiro de complexidade terá capacidade de dialogar com todas as engenharias. Os professores da Poli-USP que estiveram na apresentação do curso exemplificaram a importância da especialidade com duas grandes questões que desafiam as metrópoles brasileiras. Uma, é a aglomeração da população no ambiente urbano. Isso exige intervenções que precisam ser feitas com a devida observação dos impactos social, cultural, ambiental e econômico. Outra, se refere ao aproveitamento do potencial de produção de combustível e energia elétrica a partir das reservas de petróleo e gás localizadas no pré-sal.

Brasil está atrasado na implantação do curso há pelo menos duas décadas

Para alcançar essas reservas, o Brasil vai precisar de soluções para a exploração de petróleo em águas superprofundas. “Precisamos ter uma visão ampla dos processos, pois é isso que constitui os diagnósticos da engenharia do século XXI. Temos grandes desafios a enfrentar, e criar esse curso é algo urgente e absolutamente oportuno”, afirma o engenheiro civil e secretário de energia e mineração do Estado de São Paulo, João Carlos Meirelles.

Apesar de ser novidade entre os cursos de graduação da Escola Politécnica da USP, a engenharia de complexidade já existe há pelo menos duas décadas em outros países. As escolas-referência são as universidades de Calgary (Canadá), Imperial College e Oxford (Reino Unido), Sidney (Austrália), Stanford e MIT (Estados Unidos). A grade curricular da graduação terá esses cursos como inspiração, mas adequada à realidade brasileira.

Alguns aspectos relacionados às disciplinas ainda estão sendo estruturados. Para sua implantação, é preciso que o curso de engenharia da complexidade seja analisado e aprovado por instâncias decisórias da USP. Por isso, ainda não há uma data definitiva para o início da graduação. Existe a expectativa de que possa ter a primeira turma em 2020.

Entrevistado
Direção da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (Poli-US)
(via assessoria de imprensa)

Contato: comunicacao.poli@usp.br

Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330

ENIC 2018 aproxima universidade e indústria da construção

Dionyzio Klavdianos, presidente da Comat, da CBIC: academia e setor produtivo da construção precisam interagir. Crédito: Rafaela Martins/CBIC
Dionyzio Klavdianos, presidente da Comat, da CBIC: academia e setor produtivo da construção precisam interagir. Crédito: Rafaela Martins/CBIC

O 90º Encontro Nacional da Indústria da Construção (ENIC), que aconteceu de 16 a 18 de maio, em Florianópolis-SC, teve como prioridade a aproximação das universidades com a indústria da construção. CBIC (Câmara Brasileira da Indústria da Construção), Antac (Associação Nacional de Tecnologia do Ambiente Construído) e Senai (Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial) firmaram o compromisso de liderar iniciativas que pretendem viabilizar na indústria da construção civil o aproveitamento de pesquisas desenvolvidas nas escolas de engenharia civil.

São estudos que precisam do setor para serem disseminados no país. “As transformações só serão efetivas se houver interação entre a academia e o setor produtivo da construção”, diz Dionyzio Klavdianos, presidente da Comissão de Materiais, Tecnologia, Qualidade e Produtividade (Comat) da CBIC. Por isso, o tema foi debatido no painel “Política de Ciência, Tecnologia e Inovação para a Indústria da Construção”, dentro do ENIC, quando foram definidas 19 linhas de pesquisa dentro de quatro eixos de desenvolvimento: produtividade, desempenho, sustentabilidade e construção 4.0.

O objetivo é integrar gestão, materiais, processos construtivos e tecnologia digital dentro dos trabalhos a serem desenvolvidos junto com as universidades. “A reavaliação da política de Ciência, Tecnologia e Inovação (C,T&I) era necessária, dada a evolução rápida pela qual passa o mundo, especialmente nos últimos anos. A construção civil não pode ficar atrás”, completa Dionyzio Klavdianos, para quem a Construção 4.0 é a mais relevante. Tanto é que CBIC, Antac e Senai já marcaram um workshop específico sobre o tema para o segundo semestre de 2018.

Para o presidente da Antac, Barros Neto, a aproximação entre a academia e a indústria é salutar para todos, porque tem a visão dos dois lados. A ideia, segundo ele, é adequar a política tecnológica a uma visão mais objetiva, com a clara definição de ações que podem ser executadas, priorizando o aproveitamento de pesquisas que já estão em desenvolvimento. “O primeiro passo é formar um banco com pesquisas e assuntos que já estão em debate e que podem interessar à indústria”, aponta.

Meta é de que, até 2030, indústria e universidade tenham uma política única de P&D&I

No curto prazo, o painel “Política de Ciência, Tecnologia e Inovação para a Indústria da Construção” apontou que são possíveis as implementações de pesquisas universitárias voltadas para a otimização do canteiro de obra e o desenvolvimento de uma indústria de reciclagem de materiais de construção, além de tentar criar um círculo virtuoso a partir da Norma de Desempenho (ABNT NBR 15575 – Desempenho de Edificações). “Tudo isso já está ao alcance de nossas mãos. É só uma questão de unir os setores e colocar em prática”, frisa Serapião Bispo Ferreira Neto, diretor de Ciência e Tecnologia do SindusCon-PE. 

O plano da Comissão de Materiais, Tecnologia, Qualidade e Produtividade (Comat) da CBIC é que, até 2030, seja possível a indústria e a universidade estarem totalmente integradas dentro de uma política de P&D&I (Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação) para a construção civil nacional. O painel reforçou ainda a necessidade de uma revisão curricular dos cursos de graduação de engenharia civil. “A universidade precisa se atualizar para atender as demandas da indústria”, reforçam os debatedores.

Leia o documento “Estratégias para a Formulação de Política de Ciência, Tecnologia e Inovação para a indústria da Construção Civil”. Clique aqui

Entrevistado
Reportagem com base nos debates ocorridos dentro do painel “Política de Ciência, Tecnologia e Inovação para a Indústria da Construção”, ocorrido no 90º Encontro Nacional da Indústria da Construção (ENIC) (
Os debates estão disponíveis na página do Facebook do 90º ENIC)

Contato: ascom@cbic.org.br

Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330

Como o Google pode ajudar a vender mais, e quase de graça

E-commerce: quem está na internet é visto e tem muito mais oportunidades de engajar o cliente. Crédito: Divulgação
E-commerce: quem está na internet é visto e tem muito mais oportunidades de engajar o cliente. Crédito: Divulgação

Só o fato de marcar a loja de material de construção na ferramenta Google Earth ou no mapa do Google já é capaz de induzir o consumidor do bairro a dar prioridade para uma determinada loja de material de construção ou um pequeno fabricante. Quem garante é o consultor especializado em bens de consumo, Eugênio Foganholo, que na Feicon Batimat 2018 palestrou sobre o novo varejo, onde o e-commerce, a pré-compra pela internet e o marketplace já são realidade. “O varejo pode explorar as facilidades do Google sem custo algum e incluir informações que facilitem a vida dos seus clientes”, diz.

O palestrante ressaltou que o varejo precisa descobrir que é possível agir digitalmente, sem grandes investimentos. “O lojista e o pequeno fabricante precisam mostrar a cara de seu estabelecimento e usar as facilidades do Google - algumas com custo zero -, para incluir informações e ajudar o seu cliente em potencial a localizá-lo”, diz. Foganholo afirma que o mais difícil é dar o primeiro passo. “É muito simples começar a usufruir dos benefícios digitais para vender. É só começar”, completa, afirmando que no mercado da construção civil os instrumentos digitais ainda estão pouco difundidos.

O palestrante exemplifica dizendo que as cinco grandes lojas do varejo centralizam quase 70% das buscas na internet. Já no caso do comércio de material de construção, as cinco maiores redes do país detêm apenas 27% das buscas no Google. “Tem muito mercado para ser explorado no setor. Mesmo para aqueles que não são gigantes existe a oportunidade de usar mais os instrumentos digitais”, afirma. Eugênio Foganholo ensina que uma tática que funciona é a que faz o consumidor comprar na internet e retirar na loja. Outra estratégia é expor o portfólio de produtos em que a loja é mais competitiva. “Não precisa mostrar tudo, mas o que mais vai chamar a atenção do consumidor”, analisa.

Pré-venda pela internet já está consolidada entre os consumidores

Eugênio Foganholo relata que o segmento de material de construção que mais tem explorado o e-commerce é o de ferramentas. Mas ele assegura que o consumidor está cada vez mais procurando produtos na internet, nem que seja para finalizar a compra na loja física. “A pré-compra já está consolidada entre os consumidores. Ele pesquisa na internet, observa quem vende, vê os atributos do produto e também a credibilidade de quem está vendendo. Quem está na internet é visto e tem muito mais oportunidades de engajar o cliente. O que importa é estar na internet”, ressalta.

O consultor ensina que o pequeno varejista de material de construção pode se unir a outros pequenos varejistas e usar a ferramenta conhecida como marketplace, que funciona quase como um shopping center virtual. Ele citou um case ocorrido na Irlanda, onde lojas independentes fizeram uma aliança para realizar compras em conjunto, a fim de negociar preços melhores com os fornecedores e oferecer um mix de produtos pelo e-commerce. “Sozinha, a revenda do varejo não conseguiria promover essas ações, mas a união tornou as lojas que aderiram mais competitivas”, conclui.

Entrevistado
Reportagem com base em palestra realizada na Feicon 2018, concedida pelo consultor especializado em bens de consumo, Eugênio Foganholo

Contato: press@anamaco.com.br

Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330

Estádios ousaram na arquitetura e desafiaram engenharia

Escolhida em 2010 para sediar a Copa do Mundo, Rússia teve 8 anos para construir e reformar 12 estádios
. Crédito: Divulgação
Escolhida em 2010 para sediar a Copa do Mundo, Rússia teve 8 anos para construir e reformar 12 estádios
. Crédito: Divulgação

Os 12 estádios que vão sediar os jogos da Copa do Mundo estão prontos para o torneio da Fifa, que começa dia 14 de junho. Duas foram as marcas registradas das obras: ousadia arquitetônica e desafio à engenharia. As arenas tiveram prazo de oito anos para ficar prontas, já que a Rússia foi escolhida em 2010 para ser sede da Copa 2018. No entanto, problemas com o planejamento, combinado com falta de recursos, geraram atrasos que quase comprometeram a execução de alguns estádios.

Houve arenas sendo entregues a pouco mais de um mês do início do torneio. Um exemplo é o estádio de Samara, que dia 11 de maio foi dado como oficialmente inaugurado, ou seja, a 33 dias do mundial. O atraso e o estouro do orçamento - era para custar 225 milhões de dólares, mas saiu por 320 milhões - é compensado pela arquitetura. A arena de 42 mil lugares lembra uma nave espacial e fica no ponto mais alto da cidade de Samara, que é o pólo de desenvolvimento aeroespacial da Rússia.

Ao contrário do estádio em Samara, a Arena Kazan foi a primeira a ficar pronta para a Copa na Rússia. Sua construção começou em 2010 e a inauguração ocorreu em 2013, durante os jogos mundiais universitários. Com capacidade para 45 mil lugares, a cobertura, quando vista de cima, lembra uma nenúfar – planta aquática típica da cidade de Kazan. O conceito arquitetônico é britânico, do mesmo escritório que projetou o novo estádio de Wembley e o Emirates Stadium, ambos em Londres.

O segundo estádio a ficar pronto para a Copa na Rússia foi o de Sochi. Inaugurado em 2014, sediou os jogos olímpicos de inverno. É outra arena com projeto arquitetônico britânico, e que lembra uma montanha coberta pela neve. Ao lado do estádio existe um complexo esportivo, incluindo a pista do circuito de Sochi, que anualmente recebe uma das etapas da Fórmula 1. A estrutura montada em Sochi levou a seleção da Rússia a adotar a sede como sua concentração oficial para a Copa do Mundo.

Construção industrializada do concreto predomina nas arenas 

A construção industrializada predomina nos projetos que viabilizaram os estádios da Copa do Mundo na Rússia. Boa parte usa estruturas pré-fabricadas de concreto nas arquibancadas e elementos de aço nas coberturas. Foi a solução tecnológica para que as obras vencessem o cronograma apertado e a limitação de recursos. A Arena Spartak, inaugurada em 2014, segue esses conceitos e foi o terceiro estádio a ficar pronto para a Copa. Localizado em Moscou, será um dos palcos da capital a sediar jogos do mundial.

O quarto estádio para a Copa foi concluído em fevereiro de 2017. Não foi construído, mas reformado. É o Luzhniki, palco das partidas de abertura e da final. Ao contrário do Maracanã, o antigo estádio olímpico dos Jogos de Moscou (1980) não encolheu com o retrofit, mas teve sua capacidade ampliada: de 78 mil para 81 mil assentos. É o segundo estádio com maior capacidade de público para o mundial. Soluções de engenharia usadas para o Maracanã também foram aplicadas no Luzhniki. 

Não é mera coincidência. Quem olha os estádios russos vê certa semelhança com estádios brasileiros construídos para a Copa 2014. Alguns beiram cópias, como é o caso da Arena Nizhny Novgorod, que leva o mesmo nome da cidade em que foi construída. É uma réplica do estádio Mané Garrincha, em Brasília-DF. Motivo: o escritório de arquitetura GMP-Architekten, da Alemanha, concebeu os dois projetos. Outro que tem arquitetura semelhante a uma arena brasileira é o estádio construído em Rostov, e que é muito parecido com a Arena Pernambuco.

Estádio mais caro da Rússia custou quase três vezes mais que o mais caro do Brasil

O maior e mais caro estádio da Copa do Mundo está localizado em São Petersburgo. Com capacidade para 110 mil lugares, custou 4,8 bilhões de reais – quase três vezes mais que o Mané Garrincha, o mais caro da Copa no Brasil. Inaugurado em 2017, o estádio foi projetado pelo arquiteto japonês Kisho Kurokawa. Equipado com um teto retrátil e gramado deslizante, é capaz de sediar qualquer tipo de evento em qualquer época do ano - mesmo no inverno, a temperatura dentro do estádio é constante: 15 °C.

Quando faltavam 100 dias para a Copa, o comitê russo inaugurou o estádio de Kaliningrado. A arena é uma das menores do mundial, com capacidade para 35 mil lugares e segue uma arquitetura padrão. No entanto, está localizado em uma das regiões mais bonitas da Rússia, entre a Polônia e a Lituânia, banhada pelo Mar Báltico. O tamanho da arena de Kaliningrado só não é menor que a de Ekaterinburg, que a pedido da Fifa teve que receber um “puxadinho” com arquibancada tubular para atingir o tamanho mínimo exigido para estádios de Copa: 35 mil lugares.

Entre os estádios da Copa do Mundo, o localizado na cidade de Saransk será o único parcialmente desmontado após o evento. A arena Mordovia vai diminuir de 44 mil lugares para 25 mil. Foi construída em uma região em que o futebol não é tão popular, mas atendeu apelos políticos. Bem diferente da arena Volgogrado, cuja arquitetura é uma das mais impressionantes. O estádio tem formato de cone invertido e sua cobertura remete ao efeito causado pelos fogos de artifício. Cada um com suas características, os estádios estão prontos para receber a 21ª Copa do Mundo.

Veja como ficaram os estádios da Copa do Mundo da Rússia

Samara

Arena Kazan

Sochi

Spartak

Luzhniki

Nizhny Novgorod

Rostov

St. Petersburgo

Kaliningrado

Eketarinburg

Mordovia

Volgogrado

Entrevistado
Reportagem com base em relatório da Fifa sobre a conclusão dos estádio da Copa do Mundo 2018

Contato: info@loc2018.com

Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330

Anamaco assume logística reversa da construção civil

Na Feicon Batimat 2018, realizada em abril, na cidade de São Paulo-SP, a Anamaco (Associação Nacional dos Comerciantes de Material de Construção) tornou público que passará a ser a signatária de um programa de reciclagem pós-consumo de embalagens de material de construção. O plano é encabeçar um projeto de política reversa a ser compartilhado com todo o setor de varejo. O primeiro segmento a entrar é o de latas de tinta. A meta é orientar o consumidor a fazer o descarte seletivo. No caso das latas de tinta, o objetivo é que, até 2021, 22% das embalagens deixem de ser destinadas aos aterros sanitários e que 55% das latas passem por processo reciclável.

No Brasil, são geradas anualmente 21 milhões de toneladas de embalagens pós-consumo, segundo dados mais recentes do ministério do Meio Ambiente. Desse total, apenas 30% são reciclados. O resto se transforma em lixo e acaba depositado irregularmente, gerando danos ambientais. A partir de 2010, com o surgimento da Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), através da Lei 12.305/10, os segmentos industriais voltados para a produção de utilidades domésticas, agropecuária, têxtil, construção civil, descartáveis, infraestrutura, limpeza doméstica, eletroeletrônicos, veículos automotores, móveis e calçados assumiram compromissos para adotar políticas de logística reversa.

Porém, segundo Thais Fagury, presidente-executiva da Associação Brasileira de Embalagens de Aço (Abeaço), e que palestrou na Feicon Batimat, atualmente está claro que a indústria sozinha não dá conta de implementar políticas de logística reversa se não houver a participação de lojistas e consumidores. “Enquanto aos consumidores cabe a responsabilidade de seguir as regras de coleta seletiva, as indústrias devem recolher os resíduos e o varejo deve ceder espaço para ser um centro de recebimento das embalagens pós-consumo. Infelizmente, o varejo ainda não se entende como parte da política reversa”, lamenta Thais Fagury.

Adoção de logística reversa pode reverter em mais venda para o lojista

Ao se tornar signatária de um programa de reciclagem pós-consumo, a Anamaco espera ajudar a reverter essa realidade, no que se refere a embalagens de material de construção. O compromisso da associação é disponibilizar cem mil pontos de coleta em todo o Brasil, contando com o apoio das lojas associadas. Outra novidade é que a abertura de novas lojas voltadas para o varejo de materiais de construção passa a ser condicionada à apresentação de projetos de responsabilidade compartilhada sobre as embalagens pós-consumo. No entanto, acima de leis e assinatura de acordos, a Anamaco aposta no convencimento dos lojistas.

Como explicou Thais Fagury, em sua palestra, há muito benefícios que a adoção de política reversa pode trazer aos lojistas. Entre eles, o reforço da marca, o relacionamento com o cliente, a aproximação com a comunidade do entorno e, consequentemente, o aumento do fluxo no ponto de venda. “Quem vem para deixar uma lata ou uma embalagem plástica pode voltar com algum produto vendido na loja. Essa é a lógica que pode ajudar a disseminar a logística reversa”, conclui a palestrante.   

Acompanhe a palestra de Thais Fagury

Entrevistado

Reportagem com base em palestra realizada na Feicon 2018, concedida pela presidente-executiva da Associação Brasileira de Embalagens de Aço (Abeaço), Thais Fagury

Contato: press@anamaco.com.br

Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330

Pesquisa usa fungos para combater patologias do concreto

Equipe de Congrui Jin acredita que em três anos terá desenvolvido fungos capazes de preservar e regenerar o concreto. 
Crédito: Jonathan Cohen/Binghamton University
Equipe de Congrui Jin acredita que em três anos terá desenvolvido fungos capazes de preservar e regenerar o concreto. 
Crédito: Jonathan Cohen/Binghamton University

A Binghamton University, no estado de Nova York, nos Estados Unidos, pesquisa tipos de fungos que podem ajudar a tornar o concreto resistente à determinadas patologias e, em alguns casos, até contribuírem para que o material se reconstitua. À frente dos estudos está Congrui Jin, professora-assistente do departamento de engenharia mecânica da universidade. "Partimos da seguinte pergunta: e se o concreto pudesse se regenerar como o corpo humano? Acreditamos que em três anos consigamos desenvolver um fungo que não só preserve como ajude o concreto a se curar de patologias”, afirma.

No entender de Congrui Jin, o desenvolvimento de tecnologias que ajudem o concreto a se auto-regenerar traria grandes ganhos econômicos e de tempo à construção civil. “Evitaria ter que enviar engenheiros para enfrentar situações de risco em pontes, estradas e arranha-céus, a fim de detectar patologias. Também seria possível canalizar o tempo e o dinheiro gasto na reparação de obras para a construção de infraestruturas novas. O objetivo da pesquisa é esse”, completa Congrui Jin, que atua há cinco anos na busca de um fungo geneticamente modificado capaz de preservar e regenerar o concreto.

A pesquisa na Binghamton University partiu de experiências bem-sucedidas que usaram bactérias para estimular o concreto a se auto-regenerar. "Cientistas na Europa têm trabalhado para fazer concreto auto-regenerativo usando bactérias, mas somos os primeiros a usar fungos. Os primeiros resultados mostram que os fungos emprestam maior durabilidade ao concreto que as bactérias. Além disso, os fungos se mostraram mais resistentes e mais reativos à umidade, o que aumenta a capacidade de curar rachaduras maiores quando comparadas as bactérias”, assegura Jin.

Fungos podem ser aplicados na mistura ou no concreto já curado

Em laboratório, foram desenvolvidas duas tecnologias. Em uma delas, os esporos de fungos são acrescentados à mistura do concreto; em outra, pulverizados em estruturas de concreto já consolidadas. "Nas duas técnicas, a capacidade de sobrevivência dos fungos é comprovadamente longa. Após a cura do concreto, ele se mantém latente e só reage ao entrar em contato com o oxigênio e a água, ou seja, quando ocorre uma fissura capaz de propiciar a entrada da umidade, deixando o material vulnerável a algum tipo de patologia", cita.

O fungo que mostrou mais eficiência entre os pesquisados é o Trichoderma reesei. Encontrados em áreas de situações extremas do planeta, eles se desenvolvem em ambientes totalmente desprovidos de luz, água e oxigênio. Agora, os engenheiros da Binghamton University estão trabalhando em modificações genéticas do Trichoderma reesei para ele desenvolver funções regenerativas. A equipe de pesquisadores inclui, além de Congrui Jin, o professor Guangwen Zhou e os professores-associados David Davies, e Ning Zhang. As primeiras conclusões do estudo foram publicadas na revista científica Construction and Building Materials, sob o título "Interactions of fungi with concrete; Significant importance for bio-based self-healing concrete" (Interações de fungos com concreto: importância significativa para biobase de concreto auto-regenerativo).

Entrevistada
Congrui Jin, professor-assistente do departamento de engenharia mecânica da universidade Binghamton e Ph.D. em mecânica dos sólidos.
 

Contato: cjin@binghamton.edu

Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330

Convênio FAE-Itambé capacita estudantes de engenharia civil

Assinatura do convênio Itambé-FAE permitirá que estudantes de engenharia civil tenham contato com as melhores tecnologias para a fabricação de cimento e a produção de concreto
. Crédito: FAE
Assinatura do convênio Itambé-FAE permitirá que estudantes de engenharia civil tenham contato com as melhores tecnologias para a fabricação de cimento e a produção de concreto
. Crédito: FAE

A Cia. de Cimento Itambé e a FAE assinaram termo de convênio para que a estrutura técnica e equipamentos da fábrica, da mina de calcário e da central de concreto, sejam utilizados para capacitar e desenvolver os estudantes do departamento de engenharia civil da faculdade com sede em Curitiba-PR. Segundo o pró-reitor de Ensino, Pesquisa e Extensão da faculdade, Everton Drohomeretski, o convênio é um potente combustível para o processo de formação dos alunos, pois os projetos práticos realizados dentro da parceria serão ingredientes fundamentais para a formação de engenheiros inovadores e empreendedores.

Uma das metas é possibilitar que os estudantes aprendam a correta utilização do cimento e do concreto. “O convênio da FAE com a Cia. de Cimento Itambé vai contribuir para a geração de experiências reais dos alunos e, também, viabilizará a realização de projetos que contribuam para a comunidade local, o que julgamos ainda mais importante”, afirma Everton Drohomeretski, destacando que o curso tem o ousado objetivo de gerar o “novo engenheiro civil”. Dessa forma, os principais pontos da graduação são:

  • Formar alunos com capacidade de gerar inovações sustentáveis e transformá-las em empreendimentos a serviço da sociedade.
  • Capacitá-los para que sejam grandes gestores, a fim de que saibam respeitar e liderar pessoas, além de toda a capacidade técnica que a área exige.
  • Permitir que os alunos tenham acesso às principais tendências da área.
  • Possibilitar o domínio das tecnologias inovadoras.
  • Dar condições para que tenham experiências reais ao longo do seu processo de formação.

O coordenador do curso de engenharia civil, Roger Lahorgue Castagno Junior, reforça que a FAE possui o empreendedorismo em seu DNA, focado na gestão e na inovação, preparando os futuros profissionais para as constantes mudanças do mercado. “Isso só é possível porque atuamos ao lado de grandes empresas como a Cia. de Cimento Itambé, que permite que nossos alunos usufruam das suas tecnologias e de toda expertise profissional de uma organização de ponta”, completa.

Roger Lahorgue Castagno Junior lembra ainda que o convênio será importante para que os estudantes aprendam a pensar na construção civil com mais produtividade, aliando o conhecimento às novas tecnologias. “É o momento do BIM (Building Information Modeling), das construções industrializadas e da melhoria constante no processo de gestão das obras”, ressalta.

Cia. de Cimento Itambé consolida-se como parceira das universidades

Em seu primeiro ano, o curso de engenharia civil da FAE se diferencia por estimular experiências técnico-científicas aos estudantes. Nesse aspecto, o convênio vem ao encontro dos propósitos do curso, frisa o coordenador. “Os estudantes atuarão na Itambé sob a supervisão de gestores da empresa em projetos especiais. A expectativa é de que essa atividade também seja estendida para o curso de arquitetura e urbanismo e gere novos projetos colaborativos durante a evolução da parceria”, destaca.

Com a assinatura do memorando de entendimento celebrado com a Associação Franciscana de Ensino Senhor Bom Jesus - gestora da FAE -, a Cia. de Cimento Itambé amplia suas parcerias com universidades. A empresa já possui convênios com a Universidade Federal do Paraná (UFPR) e a Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR). “Os convênios com as universidades, além de permitirem aos estudantes a verificação dos cuidados no processo de fabricação/controle do cimento e tecnologia do concreto, aproximam a universidade da indústria e permitem aos alunos o conhecimento necessário para a correta gestão na elaboração de futuros projetos”, explica Lycio Vellozo, diretor comercial da Cia. de Cimento Itambé.

Entrevistados
- Everton Drohomeretski, pró-reitor de Ensino, Pesquisa e Extensão da FAE
- Roger Lahorgue Castagno Junior, coordenador do curso de engenharia civil da FAE
- Engenheiro civil Lycio Vellozo, diretor comercial da Cia. de Cimento Itambé 

Contato: imprensa@fae.edu

Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330

Indústria 4.0 está pronta para atuar na produção de cimento

Indústria 4.0 é realidade na Cia. de Cimento Itambé, onde os processos de enchimento, embalagem e pesagem não têm interferência humana. Crédito: Cia. de Cimento Itambé
Indústria 4.0 é realidade na Cia. de Cimento Itambé, onde os processos de enchimento, embalagem e pesagem não têm interferência humana. Crédito: Cia. de Cimento Itambé

A revista britânica World Cement promoveu recentemente um seminário para perguntar como a indústria da inovação, também conhecida como Indústria 4.0, chegará ao setor de produção de Cimento Portland. A constatação é que as fábricas inteligentes já estão parcialmente em operação, adotando a robótica para operar, por exemplo, os sistemas de pesagem, ensacamento e paletização, sem a interferência humana no processo. A fábrica da Cia. de Cimento Itambé, localizada no município de Balsa Nova-PR, na região metropolitana de Curitiba-PR, é um exemplo.

O gerente industrial Dair Favaro Junior explica como a indústria 4.0 está sendo adotada na fábrica da Itambé. “A chamada Indústria 4.0 ou Quarta revolução Industrial é hoje o futuro das indústrias. No caso da Planta de fabricação de cimento da Itambé, existem diversas aplicações de tecnologia com o conceito 4.0. Entre eles, sistemas inteligentes que supervisionam temperatura, pressão, nível de ruído e potência dos motores. A robótica também está presente no envasamento dos sacos e no carregamento dos caminhões com as sacarias de cimento”, diz.

Paletizadora na Cia. de Cimento Itambé entrega o volume correto de sacos de cimento, para que a empilhadeira possa carregar os paletes nos caminhões. 
Crédito: Cia. de Cimento Itambé
Paletizadora na Cia. de Cimento Itambé entrega o volume correto de sacos de cimento, para que a empilhadeira possa carregar os paletes nos caminhões. 
Crédito: Cia. de Cimento Itambé

Os sacos vazios são alimentados por uma máquina-robô, que faz o enchimento até o peso da embalagem e, automaticamente, despeja os sacos. Uma balança, conhecida como checkweigher, confere a pesagem. Caso o saco não atinja a tolerância solicitada pela norma técnica, descarta o saco para reprocessamento, envia um sinal ao bico que carregou este saco e o ajusta automaticamente sem necessidade de calibração e intervenção humana. “Tudo com alta precisão, sem parar a instalação e sem precisar de comando humano. Está tudo dentro da tarefa do sistema inteligente”, completa Dair Favaro Junior.

Os sacos devidamente cheios, com pesagem correta e datados, são conduzidos por correias transportadoras até a paletizadora. Trata-se de outro robô que empilha os sacos sobre um palete de madeira. Quando o palete está com a quantidade certa de sacos de cimento, o palete cheio é conduzido pela máquina até uma extremidade onde ficará à disposição para ser pego pela empilhadeira. “A ação humana neste equipamento se limita a alimentar a máquina com paletes vazios e retirar os paletes cheios, que são efetuados pelo operador da empilhadeira”, resume o gerente industrial da Itambé.

Máquina-robô faz o enchimento dos sacos de cimento, respeitando peso estabelecido em norma técnica
. Crédito: Cia. de Cimento Itambé
Máquina-robô faz o enchimento dos sacos de cimento, respeitando peso estabelecido em norma técnica
. Crédito: Cia. de Cimento Itambé

Para os que participaram do seminário da World Cement, a conclusão é que a chegada da indústria 4.0 ao setor de cimento poderá ajudar as fábricas a atingirem metas de eficiência energética e de redução de emissão de CO2, além de obterem mais eficácia na distribuição e no controle de qualidade do material. Aplicativos para smartphones permitirão aos operadores ter uma visão geral de todas as etapas de produção de cimento, de todos os índices relevantes à linha de embalagem, bem como o consumo de energia e de emissões de gases na atmosfera. 

O uso do Big Data também permitirá a instalação de chips em sacos de cimento, possibilitando o rastreamento individual das embalagens, tanto por parte da fábrica quanto do comprador. Como já ocorre com as vendas online, o cliente terá como saber qual lote está indo para sua obra, qual a data em que foi ensacado, além da correta pesagem e de quando a carga chegará no destino. Tudo controlado pelo smartphone. Já a fábrica poderá monitorar o armazenamento do produto quando ele chegar ao depósito da revenda ou no canteiro de obras.

Da produção ao armazenamento nas revendas e no canteiro de obras, tudo será monitorado

Isso permitirá a correção de distorções. Todas as informações serão transparentes e compartilhadas, afirmam os que participaram do seminário da World Cement. Não haverá, por exemplo, como o cliente ou a revenda alegar que o produto apresentou alguma anomalia, haja vista que o chip terá como transmitir, inclusive, dados sobre a umidade do local em que o saco de cimento estaria armazenado. Com o monitoramento, entendem os fabricantes, haverá solução para um dos problemas que mais afeta a vida útil do cimento, que é o correto armazenamento.

O seminário concluiu também que as fábricas de cimento tendem a melhorar a produtividade em, no mínimo, 10% quando entrarem efetivamente em processos de indústria 4.0. “Máquinas automáticas capazes de operar planos de melhoria contínua, juntamente com a manutenção preditiva, serão capazes de melhorar a eficiência e estender a vida de uma fábrica. O melhor monitoramento de todo o ciclo de produção vai minimizar o tempo de inatividade da fábrica e aumentar a produtividade”, conclui o relatório publicado na World Cement.

Entrevistados
Reportagem com base em relatório publicado pela revista britânica World Cement, a respeito da influência da indústria 4.0 na produção de Cimento Portland,
e em depoimento do engenheiro químico Dair Favaro Junior,  gerente industrial da Cia. de Cimento Itambé

Contatos
enquiries@worldcement.com
dair.favaro@cimentoitambe.com.br

Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330


Indispensável, concreto projetado requer cuidados

O concreto projetado é a tecnologia construtiva que mais cresce no mundo. Dados recentes, coletados até 2016, mostram que o volume empregado em obras aumenta a uma taxa de 25% ao ano. Os países nórdicos, encabeçados pela Noruega, consomem 1/3 do concreto projetado produzido globalmente. Por duas razões: dispensa fôrmas e é fácil de aplicar. Além disso, cumpre função importante na construção de túneis, taludes, recuperação de estruturas e em obras arquitetônicas.

Renan Picolo Salvador: composição inadequada do concreto projetado e mão de obra sem qualificação podem desencadear risco à obra. Crédito: Cia. de Cimento Itambé
Renan Picolo Salvador: composição inadequada do concreto projetado e mão de obra sem qualificação podem desencadear risco à obra. Crédito: Cia. de Cimento Itambé

Porém, o concreto projetado tem suas vulnerabilidades e seus riscos, como explica o mestre em engenharia civil, e pesquisador da Escola Politécnica da USP, Renan Picolo Salvador. Especialista em temas como hidratação de cimento, aditivos aceleradores para concreto, concreto projetado, concreto reforçado com fibras e macrofibras sintéticas, ele palestrou no 3º Simpósio Paranaense de Patologias das Construções, promovido pela Universidade Federal do Paraná (UFPR) na primeira semana de maio de 2018.

Entre as vulnerabilidades do concreto projetado estão as patologias que podem atingir o material, caso haja falha em sua composição e em seu manuseio. Além disso, esses dois fatores podem desencadear risco à obra. Principalmente, se houver o desplacamento do concreto. Renan Picolo Salvador lembrou em sua palestra que 5% dos acidentes globais em canteiros de obras se devem à aplicação incorreta do concreto projetado. Boa parte destas fatalidades ocorre em escavações de túneis, onde o material fica mais exposto a patologias.

Cimento com fíler é o mais recomendado para a composição do concreto projetado

Por isso, o projetista que atua com concreto projetado precisa conhecer as peculiaridades do material. Uma delas está relacionada à resistência mecânica. “Aumentar significativamente a resistência mecânica do concreto projetado aumenta também o potencial de fissuração. É preciso saber equilibrar a resistência mecânica para reduzir o risco do material fissurar”, diz o pesquisador da USP, lembrando que o tipo de cimento usado na composição do concreto projetado é fundamental para que não ocorram interferências na resistência e na durabilidade. O mais recomendado é o cimento com fíler.

Concreto projetado sobre telas de aço, em túnel em construção: obra é a que mais utiliza essa tecnologia construtiva. Crédito: Divulgação
Concreto projetado sobre telas de aço, em túnel em construção: obra é a que mais utiliza essa tecnologia construtiva. Crédito: Divulgação

Estudos desenvolvidos por Renan Picolo Salvador na Universidade Politécnica da Catalunha, na Espanha, mostraram que as principais patologias que atingem o concreto projetado - no caso dos túneis ou dos taludes - se dão entre o substrato da rocha ou do solo e a camada do material. “São regiões em que os sulfatos podem penetrar e desencadear fissuras e infiltrações”, alerta. O pesquisador lembra que as camadas de concreto projetado variam de acordo com o tipo de obra e a função que o material deverá cumprir. Há casos que podem atingir entre 15 centímetros e 20 centímetros de espessura.

O concreto projetado também cumpre a função de impermeabilização. Sua aplicação, geralmente, se dá de duas formas: via seca ou úmida. No método a seco, cimento e agregados só entram em contato com a água no bico projetor. Neste caso, há um risco maior de não serem obedecidos os traços definidos pelo projetista. No processo via úmida, o concreto é preparado antes, fica armazenado em câmara própria e daí vai para a projeção. Essa técnica permite conferir as características finais do material para sua aplicabilidade.

Entrevistado
Reportagem com base na palestra do químico, mestre em engenharia civil e pesquisador da USP, Renan Picolo Salvador, dentro do 3º Simpósio Paranaense de Patologias das Construções, promovido pela UFPR

Contato: prc.ufpr.contato@gmail.com

Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330