Indústria busca competitividade em concretos de alto desempenho
A construção industrializada do concreto prepara-se para dar um novo salto tecnológico no Brasil. Nos próximos anos, a meta é desenvolver estruturas com concretos cada vez mais resistentes. “Nosso objetivo será focar especialmente nos concretos de resistência ainda mais elevadas, como o de 60 MPa. Assim como já consolidamos o autoadensável, chegaremos lá também", diz o novo presidente do conselho estratégico da Abcic (Associação Brasileira da Construção Industrializada do Concreto) José Antonio Tessari.
O conselho estratégico da Abcic é responsável por definir ações para a evolução e desenvolvimento do setor de pré-fabricados, em concordância com os interesses das empresas que compõem a cadeia produtiva e, ao mesmo tempo, o quadro associativo. Para José Antonio Tessari, a competitividade do setor passa pelo CUAD (Concreto de Ultra Alto Desempenho). A fim de atingir a excelência nesses materiais, a associação age paralelamente com as universidades e os centros de pesquisa.
Atualmente, a Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), a Universidade de São Paulo (UFSC) e a PUC Campinas-SP são as referências em estudos com esses concretos especiais. Na UFSC, o professor Wellington Longuini Repette está à frente de aplicações que usam o Concreto de Ultra Alto Desempenho (CUAD) e as oportunidades do material na indústria de pré-fabricados. Na PUC Campinas, o professor Marco Cárnio aborda o material conhecido como Concreto Reforçado com Fibras (CRF), adequando-o às práticas recomendadas pelo IBRACON, pela ABECE e pela normalização brasileira.
Nos EUA, CUAD já é utilizado para overlay de pavimentos de concreto
Na USP, o professor Antonio Domingues de Figueiredo, professor associado da Universidade de São Paulo (USP), tem o foco de suas pesquisas nos desafios que se impõem à indústria de pré-moldados com a chegada destes novos materiais. Segundo Íria Doniak, presidente executiva da Abcic, não há como pensar no futuro da indústria de pré-fabricados de concreto sem focar nos benefícios que esses tipos de concreto trazem para a construção industrializada. “Os concretos especiais, o CRF e o CUAD, são tendência internacional para determinadas aplicações na indústria. Eles possibilitam melhorar o desempenho de elementos estruturais e permitem o desenvolvimento de elementos mais esbeltos, proporcionando a redução de peso dos elementos, ampliando, dessa maneira, a competitividade do sistema construtivo”, explica.
Principalmente em países asiáticos e nos Estados Unidos, o CUAD já se tornou referência para a construção de pontes e viadutos. Recentemente, a engenharia norte-americana passou a testar o material em restauração de pavimentos de concreto, usando a técnica conhecida como overlay (restauração de pavimento em concreto com outra camada de concreto). O objetivo é proteger a estrutura das estradas de patologias desencadeadas pelo uso de sal no descongelamento da neve. No pavimento comum, o cloreto de sódio consegue penetrar e causar danos nos vergalhões, o que não ocorre com o CUAD.
Entrevistado
Entrevista com base em publicações da Abcic (Associação Brasileira da Construção industrializada do Concreto)
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abcic@abcic.org.br
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Curso forma especialista em desatar nó da infraestrutura
Que o Brasil precisa de obras de infraestrutura, isso é sabido por todos. Mas para impulsionar as carências em várias áreas estratégicas são necessários mais do que recursos, projetos e engenheiros. É importante que o país tenha especialistas em temas como regulação, financiamento de longo prazo e alocação de risco. Esses são vetores fundamentais para destravar os nós que impedem a infraestrutura nacional de sair do papel.
A fim de desenvolver profissionais capazes de produzir soluções para os gargalos que afetam energia, transporte e saneamento, a Fundação Getúlio Vargas lançou recentemente o curso de mestrado em Economia de Infraestrutura. “É preciso abrir o campo de políticas públicas e da regulação. Os profissionais que fazem parte da administração pública precisam não só ter capacidade de desenvolver conhecimento, de resolver problemas, mas também entender o impacto das ações, das regras e das leis sobre a sociedade”, explica a professora da FGV/EPGE (Escola Brasileira de Economia e Finanças), Joísa Campanher Dutra, uma das coordenadoras do novo curso.
A nova linha de pesquisa busca soluções para a atual realidade nacional, diante de um cenário que exige transparência e desburocratização, os quais demandam novos arranjos regulatórios, desenhos de mercado, mecanismos de precificação e monitoramento da qualidade dos serviços, para que possam gerar resultados. “O setor ligado à infraestrutura tem muitos engenheiros e advogados envolvidos, mas lhes falta um conhecimento econômico mais abrangente sobre como funciona a indústria de infraestrutura. É necessário entender os problemas sob uma ótica econômica”, diz a coordenadora do curso, sobre o público-alvo do mestrado.
Joísa Campanher Dutra afirma que o curso faz outras abordagens necessárias para que obras de infraestrutura vençam os obstáculos e possam se tornar realidade no país. Entre elas, as políticas climáticas. “O Brasil é signatário de acordos climáticos. Portanto, deve levar isso em consideração, assim como o desenvolvimento tecnológico. São fatores que mudaram a cena e passaram a influenciar nas decisões que envolvem infraestrutura”, reforça a professora, destacando que o mestrado possui quatro linhas de pesquisa: finanças, economia empresarial, regulação e avaliação de políticas públicas e economia de infraestrutura.
Banco Mundial faz diagnóstico que vai ao encontro do conteúdo do curso da FGV
O curso vai ao encontro de um estudo do Banco Mundial intitulado “Repensando a infraestrutura na América Latina e Caribe - Melhorar o gasto para alcançar mais”. No capítulo sobre o Brasil, o relatório faz as seguintes observações:
Um plano nacional de infraestrutura que delineie as principais prioridades com base em um diagnóstico das lacunas de serviços
O Brasil tem um plano plurianual de investimentos que mais se parece com uma lista de desejos, sem dotação orçamentária suficiente nem priorização com base em necessidades de desenvolvimento e recursos disponíveis;
Uma lista restrita de projetos selecionados com base em critérios objetivos
No caso do Brasil, isso significaria o abandono da prática de emendas orçamentárias no Congresso, que, muitas vezes, não têm as motivações certas e enfraquecem a ligação entre o planejamento e a alocação orçamentária;
Uma abordagem plurianual de seleção de projetos e alocação orçamentária
Em tese, o Brasil conta com orçamentos plurianuais, mas, na prática, a previsibilidade do financiamento ao longo dos anos é baixa;
Regras orçamentárias que fortaleçam a execução do projeto em vez de apenas controlar os gastos
No Brasil, a falta de disciplina durante a elaboração do orçamento faz com que o “sequestro” orçamentário seja usado como ferramenta de controle fiscal, comprometendo, assim, a execução do processo;
Um conjunto de salvaguardas sociais e ambientais para administrar os riscos
O Brasil tem leis e normas de alto nível, mas a capacidade de implementação é limitada.
Saiba mais sobre o mestrado em Economia de Infraestrutura
Entrevistado
Reportagem com base em entrevista da professora da FGV/EPGE (Escola Brasileira de Economia e Finanças), Joísa Campanher Dutra, coordenadora do curso sobre Economia de Infraestrutura
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Pista de teste ajuda a aprimorar pavimento de concreto
Do tamanho equivalente a 150 campos de futebol (1,3 milhão de m²) a nova pista de provas para caminhões e ônibus da Mercedes-Benz será também um campo de testes para o pavimento de concreto. Construído em Iracemópolis-SP, o centro de pesquisas funciona como um laboratório a céu aberto para simular as características de durabilidade dos veículos que circularão em diferentes ruas e estradas do Brasil. Cada trecho foi desenhado para testar aspectos específicos dos veículos, como robustez, ruído, segurança e performance off-road.
A trafegabilidade permitirá à fabricante alemã transferir conhecimento para a indústria de pavimento em concreto, sugerindo melhorias que possam causar menor impacto no desgaste dos veículos. Entre as informações que poderão ser repassadas estão o nível de rigidez do concreto e o grooving ideal (estrias transversais feitas no pavimento para melhorar o gripping) para emitir menor ruído dos pneus e gerar um pavimento mais silencioso e flexível. O modelo segue o que já é praticado na pista localizada em Wörth, na Alemanha.
Cada quilômetro das pistas de testes aciona 260 sensores capazes de medir os danos que determinado tipo de pavimento gera nos veículos. O circuito é formado por 16 diferentes tipos de terrenos, num total de 12 quilômetros de extensão. Catorze trechos servem para verificar a durabilidade estrutural dos veículos, uma para medir conforto acústico e térmico e outra, de terra, para a avaliação de veículos que operam fora de estrada, como os extrapesados usados no transporte de cana-de-açúcar, grãos e minérios.
Campo de provas tem 840 diferentes placas de concreto pré-moldado
Foram usadas na pista de testes de durabilidade mais de 840 placas de concreto pré-moldado, que não se repetem e têm exatamente o mesmo perfil das placas que estão nas pistas da Alemanha e na de Madras, nos Estados Unidos. Os elementos para a pista em pavimento rígido foram desenvolvidos na Leonardi, indústria de pré-fabricados localizada no estado de São Paulo, e contou com a assessoria técnica da Abcic (Associação Brasileira da Construção Industrializada do Concreto) e da ABCP (Associação Brasileira de Cimento Portland). Os materiais usados devem assegurar 30 anos de uso das pistas, sem alteração na consistência das placas.
Para projetar o campo de provas, um caminhão-laboratório trazido da Alemanha percorreu 16 mil quilômetros em estradas brasileiras (1.500 quilômetros de trechos off-road) ao longo de 120 dias, coletando dados de diferentes topografias em diversas regiões do país. O veículo circulou com diferentes simulações de cargas, trações e implementos para possibilitar as medições de deformações, deslocamentos, temperaturas e acelerações. Trata-se de dados que podem tanto ser compartilhados com a indústria do pavimento de concreto quanto com a indústria asfáltica, já que a pista tem 18 variedades de pavimentos, entre asfalto, concreto e terra, ao longo de sua extensão.
Entrevistado
Comunicação do grupo Daimler
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Medição da obra vai muito além do uso da trena
Ensina a boa engenharia que cabe à medição de obra verificar a compatibilidade entre o que está em execução e o que está previsto no projeto e nos quantitativos do orçamento. Com o surgimento de softwares, a tarefa ficou facilitada, mas não menos importante para o sucesso de uma obra. A medição influencia diretamente na área de suprimentos, no custo do empreendimento, na qualidade da construção e no tempo de duração da obra. Essencial para qualquer incorporador, principalmente aqueles que operam com grandes volumes de projetos, a medição da obra costuma estar a cargo de um grupo de profissionais da engenharia civil treinados para executar a tarefa.
É a medição da obra que permite ao incorporador mensurar se a obra cumpre os cronogramas de execução e financeiro. Ela funciona como um modelo de gestão, capaz de discriminar os serviços envolvidos no empreendimento, a fim de mensurá-los e questioná-los - se for o caso. Por isso, a medição da obra é também um instrumento de correção, já que ela ajuda a identificar problemas e também gerar informações para preveni-los. Com a chegada da ferramenta BIM, já existem softwares que atuam em conjunto com a tecnologia para o controle da medição da obra. Com eles, é possível avaliar o que já foi executado, o que precisa ser comprado pela área de suprimentos e quais as próximas prioridades.
Em obras de condomínios residenciais ou corporativas, a medição envolve 10 pontos básicos:
- Limpeza de terreno.
- Escavações para fundações.
- Concretagem das fundações.
- Reaterro.
- Concretagem das estruturas.
- Alvenaria.
- Estrutura para cobertura.
- Esquadrias e grades.
- Azulejos, cerâmicas ou pedras.
- Pintura.
Em obras públicas, medição ainda é um desafio
Em obras privadas, a medição da obra é uma tarefa cotidiana. No entanto, em obras públicas ela ainda é um desafio. Em tese, a empresa vencedora da licitação deveria apresentar regularmente as medições, assim como cabe aos organismos públicos fiscalizadores cumprir a execução desta tarefa. “São as medições de obras públicas assinadas pelos fiscais que deverão ser entregues aos órgãos controladores, como os tribunais de contas. O cruzamento entre os dados apresentados pelos fiscais e o previsto nas licitações contribui para evitar desvios de dinheiro público”, escreve a analista de negócios Rosi Fabiane Hoffmann Moro, em seu artigo “Medições de obras públicas: um desafio a superar”.
A especialista afirma ainda que as medições de obras públicas são o instrumento usado para acompanhar o andamento de cada etapa da obra, pois retratam a evolução do trabalho desenvolvido pelas empreiteiras. Se por um lado o cronograma de execução de obras apresenta uma estimativa de trabalho, por outro a medição descreve exatamente o que foi realizado. São as medições que determinam a parcela de pagamento que será feita, já que a remuneração está condicionada à execução. “Quando começa a executar uma obra, a empresa vencedora da licitação deve apresentar regularmente as medições. Porém, cabe ao poder público acompanhar e fiscalizar a veracidade dos dados apresentados”, alerta.
Entrevistado
Reportagem com base em artigos do engenheiro civil Antônio Fascio Terceiro, diretor-presidente da Orçafascio, e da analista de negócios Rosi Fabiane Hoffmann Moro
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fascio@orcafascio.com
contato@e-gestaopublica.com.br
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Quer montar uma fábrica de artefatos de cimento? Veja como
A ABCP (Associação Brasileira de Cimento Portland) tem incentivado o empreendedorismo voltado para a abertura de fábricas de artefatos de cimento. Sistematicamente, promove cursos com especialistas neste tipo de negócio. Eles orientam desde o chão da fábrica até a certificação da qualidade, a busca de padronização dos produtos, além dos números que envolvem o empreendimento: custos, distribuição dos produtos, segmentos de mercado e produto a serem comercializados.
O curso apresenta três modelos de plantas de fábricas de blocos de concreto, pisos e outros artefatos, com as respectivas expectativas de produção. De acordo com a ABCP, os artefatos de cimento são termos genericamente empregados para os mais diversos produtos, desde tubos de concreto para saneamento até pré-lajes, sacadas e escadas pré-fabricadas, mourões, blocos, telhas, lajotas e mobiliário urbano, como explica um dos orientadores do curso, o engenheiro civil Idário Fernandes.
A ABCP (Associação Brasileira de Cimento Portland) tem incentivado o empreendedorismo voltado para a abertura de fábricas de artefatos de cimento. Tem havido bom interesse neste segmento, através do curso que o senhor ministra?
Sim, a mais recente edição, realizada em 22 e 23 de maio de 2018, contou com a presença de 21 participantes, um bom número considerando o atual momento pelo qual passa a economia, sobretudo a construção civil.
Qual o perfil de quem busca o curso e com qual noção ele sai do curso?
O perfil é muito variado. Desde recém- formados a profissionais maduros que buscam conhecer o segmento, para avaliar oportunidades de um novo negócio. O curso é ministrado por mim e pelo arquiteto Flávio Nese. A minha parte tem foco nas características do produto, obtenção dos insumos, exigências de normas, detalhes de produção e controle de qualidade. A parte do arquiteto Flávio é mais focada na montagem e gestão da planta. No geral, a avaliação dos participantes já é muito boa, mas estamos investindo para somar novos conhecimentos para as próximas edições. Uma delas será agregar ações de marketing, competitividade do setor e formação de preços dos produtos.
O senhor percebe que há muitos engenheiros civis recém-formados buscando empreender em fábricas de artefatos de concreto?
Existem alguns engenheiros recém-formados em busca de uma opção de negócio, mas a maioria dos participantes é composta de pessoas experientes em outro setor, em busca de diversificar seus negócios, entrando para a área de cimentícios. Em geral, os participantes vêm para o curso focado em blocos e pavimento intertravado, mas saem com uma gama de opções de produtos a base de cimento. Entre eles, piso cimentício, telhas e objetos decorativos.
Artefatos de cimento englobam diversos produtos. O curso abrange todos estes produtos ou prioriza um segmento em especial?
Realmente, artefatos de cimento englobam uma gama muito grande de produtos e soluções. Temos cadastrados na DoutorBloco mais de 250 itens conhecidos no mundo, que vão desde anéis e brincos até pequenos pré-moldados, como bancos e churrasqueiras. Cerca de 70 destes produtos são fabricados no Brasil. O curso é oferecido para os segmentos blocos, pavimento intertravado, tubos, telhas, cobogós, balaustres e outros artefatos de concreto vibroprensados ou dormidos. Porém, o interesse dos inscritos é sempre centralizado nos blocos e nos intertravados, com pequena parcela voltada para tubos de concreto e pisos cimentícios.
Entre tubos de concreto, pré-lajes, sacadas, escadas pré-fabricadas, mourões, blocos, telhas, lajotas e mobiliário urbano, quais artefatos hoje têm um melhor mercado?
O bloco de concreto é o artefato que tem a maior procura dos interessados, mas é o pior mercado atualmente devido a uma grande oferta de produtos e menor demanda. Por esta razão, sempre alertamos os inscritos a não entrar neste mercado neste momento, a não ser que já estejam produzindo ou que tenham plena segurança de êxito, caso o mercado local mostre um cenário diferente da média nacional.
Entre a intenção de montar uma fábrica de artefatos de cimento e a entrada dela em operação, quanto tempo o empreendedor vai levar?
Não dá para ser preciso. Depende de vários fatores. Entre eles, se o empreendedor vai comprar uma planta usada completa que já estava em operação, comprar uma planta nova nacional, importar uma máquina, importar uma fábrica completa, além de quanto dinheiro ele tem para investir.
Em termos de investimento, qual o capital mínimo necessário para montar e operar uma fábrica de artefatos?
Depende do artefato que será fabricado. Uma planta de piso cimentício convencional custa de 60 mil a 100 mil reais, mais a parte civil. Uma planta para blocos e intertravados, com equipamento nacional, requer um investimento aproximado de 2 milhões de reais. Uma planta importada, totalmente automática, para produzir 20 mil blocos ou 1.200 m² de intertravados/dia, pode custar de 6 a 8 milhões de reais, só os equipamentos.
Dos que participam do curso, todos são interessados em empreender ou boa parte já tem fábrica e busca aprimorar conhecimentos?
A maior parte já tem outro negócio ou tem uma fábrica pequena no ramo de cimento e visa conhecer melhor o processo para identificar onde pode melhorar. É muito pequeno o número de profissionais recém-formados que querem conhecer o assunto para analisar se entram ou não neste mercado. Mesmo assim, o curso tem a preocupação de alertar para que não entrem no negócio por aventura. O segmento de blocos não está tão atrativo atualmente, pois a oferta é maior que a demanda. Muitos pensam que vão ganhar muito, mas a margem não chega a 12% ou 15% para quem já tem a expertise do negócio, e é menor ainda para quem vai ter que pagar pelos percalços do aprendizado.
Questões como desperdício, uso da tecnologia, qualificação da mão de obra e concreto autoadensável são abordados no curso?
Concreto autoadensável não, pois praticamente não se aplica a artefatos. Desperdício, tecnologias de produção, qualificação da mão de obra e muitos outros temas são discutidos no curso com grande interesse e aproveitamento dos participantes.
Quantas fábricas de artefatos estão em operação hoje no Brasil?
É muito difícil responder a esta pergunta, pois o mercado está muito confuso. Em 2016, fizemos uma estimativa de, aproximadamente, 2.400 plantas operando, incluindo pequenos, médios e grandes produtores. Nos últimos dois anos, muitas fecharam por conta da forte retração do mercado, principalmente aquelas cujo foco eram blocos para construtoras.
N.R: dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apontam que no Brasil, até 2014, existiam aproximadamente 12,5 mil estabelecimentos dedicados a esse tipo de negócio.
Entrevistado
Engenheiro civil Idário Fernandes, consultor em tecnologia de concreto e sistemas construtivos e dono da Doutorbloco Consultoria em Concreto
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idario@doutorbloco.com.br
cursos@abcp.org.br
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Interação solo-estrutura é o que mantém Torre de Pisa em pé
Estudo iniciado há 25 anos conclui que a Torre de Pisa tende a ficar em pé por mais 300 anos, graças a um fenômeno conhecido na engenharia como interação solo-estrutura. A pesquisa envolveu 16 engenheiros liderados pelo professor-emérito Michele Jamiolkowski, que atua no Instituto Politécnico de Turim, na Itália. O grupo afirma que, assentada sob terreno arenoso, as fundações da torre estão imunes a abalos que poderiam derrubá-la. É como se o solo funcionasse como uma suspensão para a edificação, dizem os pesquisadores.
O relatório da pesquisa define que “o mesmo solo que causou a inclinação e trouxe a torre à beira do colapso pode ser creditado por ajudar a estrutura a sobreviver a eventos sísmicos”. O documento ainda acrescenta que “a rigidez da Torre de Pisa, combinada com a maciez do solo da fundação, faz com que as características vibracionais da estrutura sejam substancialmente modificadas, de tal maneira que a construção não ressoa com o movimento de um terremoto”. Ainda de acordo com os pesquisadores, não há nenhuma outra estrutura semelhante no mundo.
Os estudos comandados pelo professor Michele Jamiolkowski começaram em março de 1993, quando a Torre de Pisa saiu de uma inclinação de 3,99 graus para 4,5 graus. O risco de colapso levou o governo italiano a decretar sua interdição. Antes, a visitação já havia sido interrompida em 1990 e se estendeu até 2001. O monumento de 55,86 metros de altura, cuja construção começou em 1174 e só foi concluída em 1370, se manteve escorado por estruturas metálicas até abril de 2011, quando seu trabalho de recuperação foi 100% concluído.
A equipe sediada no Instituto Politécnico de Turim, mas que envolvia pesquisadores de outras universidades, como George Mylonakis, do departamento de engenharia civil de Bristol, nos Estados Unidos, tinha duas opções para recuperar a inclinação original da torre. Uma seria injetar concreto no solo; a outra, seria investir em uma técnica não-invasiva, conhecida como "escavação subterrânea". Foram feitas remoções de terras em pontos estratégicos da torre, o que permitiu que ela recuperasse meio grau e estabilizasse sua inclinação em 4 graus.
Pesquisa será apresentada na 16ª Conferência Europeia de Engenharia Sísmica
Para utilizar essa técnica, os pesquisadores colocaram sensores na fundação da edificação quase secular para realizar as escavações. Foi aí que perceberam como a interação solo-estrutura age na Torre de Pisa. “A considerável altura e rigidez da torre, combinada com a maciez do solo da fundação, faz com que as características vibracionais da estrutura sejam substancialmente modificadas, de tal maneira que a torre não responde a movimentos sísmicos. Essa tem sido a chave para sua sobrevivência. A combinação faz com que a Torre de Pisa tenha uma interação solo-estrutura única no mundo”, conclui o estudo.
A conclusão da pesquisa será apresentada em um workshop dentro da 16ª Conferência Europeia de Engenharia Sísmica, que acontece de 18 a 21 de junho em Salónica, na Grécia. Na ocasião, os pesquisadores dirão que a Torre de Pisa não corre nenhum risco de desabar e que sua estrutura deve resistir por pelo menos mais trezentos anos. Portanto, está assegurada a visitação ao monumento mais conhecido da Itália, o qual recebe anualmente cerca de 1,2 milhão de turistas.
Entrevistado
Reportagem com base na pesquisa “Torre de Pisa, intervenções e estudos para a sua salvaguarda”, comandada pelo Instituto Politécnico de Turim, na Itália, em parceria com a Universidade de Bristol, nos Estados Unidos
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michele.jamiolkowski@polito.it
public-relations@bristol.ac.uk
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Enfim, leis incentivam reúso de água em edificações
Projeto de lei que tramita na Câmara dos Deputados busca incentivar edificações que contemplem o reúso de água. O objetivo é dar prioridade a projetos com essas características, quando construtoras pedirem financiamento na Caixa Econômica Federal. A proposta também define taxas menores de juros. No caso de ambientes residenciais, como condomínios de casas e apartamentos, as linhas de crédito para projetos que contemplem sistemas de reúso vão possibilitar aumento de 65% no limite financiável, redução de 25% na menor taxa de juros do mercado e prazo de 30 meses para o início do pagamento.
O projeto de lei foi aprovado no começo de maio na Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, e será incluído na Política Nacional de Gestão e Manejo Integrado de Águas Urbanas, que abrange o tratamento e o reúso de águas pluviais (chuvas) e das chamadas águas cinzas (chuveiros, lavatórios, banheiras, tanques e máquinas de lavar roupas). A proposta tem caráter conclusivo e agora será analisada pelas comissões de Desenvolvimento Urbano e de Constituição e Justiça e de Cidadania. Se aprovada, não passará por votação em plenário, salvo solicitação contrária dos partidos, e seguirá para o Senado.
Os empreendimentos habitacionais de interesse social também poderão contar com subsídios do Fundo Nacional de Habitação de Interesse Social (FNHIS). O texto do projeto de lei sugere ainda que o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) destine 0,5% de seu orçamento anual ao financiamento de projetos com essas características.
Paralelamente ao projeto de lei sobre reúso da água, tramita na Câmara dos Deputados a Política Nacional de Racionalização e Combate ao Desperdício do uso da Água. Segundo o texto, terão prioridade para receber recursos de convênios com a União os municípios que instalarem equipamentos de controle de consumo de água em edifícios não-residenciais de uso público, como prédios comerciais, escolas públicas e privadas, hotéis, motéis e clubes. Entre os equipamentos a serem usados, estão torneiras para pias, registros de chuveiros e válvulas de mictórios que sejam desligados automaticamente quando não estiverem em uso.
Proposta também sugere uso de água do mar em equipamentos sanitários
A política prevê ainda torneiras com acionamento restrito em áreas externas e vasos sanitários com volume de descarga reduzido. Também fica prevista a captação, nos edifícios, de água das chuvas para regar jardins e lavar veículos, calçadas e pisos. A proposta ainda estabelece, como objetivos na nova política nacional, a promoção de campanhas de conscientização dos consumidores sobre o uso eficiente da água e a integração com as políticas de saúde, meio ambiente, saneamento, recursos hídricos e de desenvolvimento urbano e rural.
O tema reúso da água também levou a Comissão de Desenvolvimento Urbano a aprovar projeto de lei que permite o uso de água do mar em equipamentos sanitários das instalações prediais das cidades litorâneas do país, como tanques, privadas, pias e tubulação correspondente. A proposta ainda incentiva o uso da tecnologia de dessalinização de água do mar e da água salobra (aquela que apresenta nível de salinidade intermediário entre a da água doce e a da água salgada).
Entrevistado
Reportagem com base em informações da Agência Câmara
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Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330
Interior de SP terá viadutos estaiados de alta complexidade
A cidade de São José dos Campos-SP anuncia o projeto com viadutos estaiados de maior complexidade da engenharia brasileira. Assinado pelo engenheiro-projetista Catão Francisco Ribeiro, que também esteve à frente da ponte da cidade de São Paulo-SP, da ponte sobre o rio Negro, em Manaus-AM, e da ponte Anita Garibaldi, em Laguna-SC - todas estaiadas -, o empreendimento vai incorporar várias inovações construtivas. “Uma das peculiaridades desta obra é que ela terá um arco em curva catenária. Será uma obra de arte especial, que vai melhorar a mobilidade urbana da região”, revela Catão Francisco Ribeiro.
O complexo de viadutos, batizado de Arco da Inovação, terá dois tabuleiros assimétricos e cada um dos 68 cabos ganhará cálculo próprio. Será a primeira estrutura viária com essas características no Brasil. Vistos de cima, os dois viadutos ficarão em formato de “x”, dando acesso a duas das principais avenidas de São José dos Campos-SP. Segundo a prefeitura da cidade paulista, na região em que os viadutos serão construídos passa, diariamente, 61,4 mil passageiros, transportados por 1,3 mil viagens de ônibus, além de 180 mil veículos. O fluxo chega a 300 mil pessoas/dia.
A ponte terá um arco com 100 metros de altura. O viaduto inferior ficará a 6 metros da pista do solo e terá 267 metros de comprimento. Já o viaduto superior ficará 8 metros acima do viaduto inferior, e terá 349 metros de extensão. O ponto mais alto do tabuleiro estará a 77 metros do cume do arco. “O desenho do projeto não leva apenas o aspecto arquitetônico e estrutural em conta, mas a melhor concepção viária para quem trafegar pelos viadutos, a fim de que os motoristas ganhem tempo ao passar pelas estruturas”, explica Catão Francisco Ribeiro, que faz questão que toda a obra seja executada em concreto protendido.
Obra deverá ser concluída em 14 meses, a partir da assinatura do contrato
Três consórcios disputam a execução dos viadutos. Um é liderado pela Construtora Queiroz Galvão S/A, outro pelo Contern-Traçado, formado pelas empresas Contern Construções e Comércio Ltda. e Traçado Construções e Serviços Ltda., e o terceiro pelo consórcio Paulitec-Cidade, formado pelas empresas Paulitec Construções Ltda. e Construtora Cidade Ltda. O edital previa um orçamento de R$ 62,9 milhões, mas as ofertas variaram entre R$ 48,7 milhões e R$ 46,8 milhões, o que significa uma economia mínima de R$ 14,2 milhões. O contrato será assinado em 15 de junho.
A expectativa é de que as obras comecem ainda no mês de junho de 2018, com o cronograma prevendo 14 meses para a conclusão do complexo viário. O empreendimento será financiado com recursos de empréstimo junto ao BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento). “O projeto da ponte estaiada alinha técnica e estética. O megaempreendimento desponta também como importante símbolo visual de São José dos Campos, já que foi projetado pelo ‘pai das pontes estaiadas’, o engenheiro Catão Francisco Ribeiro”, destaca a prefeitura da cidade paulista.
Entrevistado
Catão Francisco Ribeiro, engenheiro civil e diretor-executivo da Enescil Engenharia de Projetos, e prefeitura de São José do Rio Preto-SP (via assessoria de imprensa)
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Engenheiros questionam reserva de mercado a arquitetos
Em 12 de julho de 2013, o CAU (Conselho de Arquitetos e Urbanistas) editou a Resolução nº 51, que, no entender dos engenheiros, criou reserva de mercado para arquitetos e urbanistas, desencadeando processos na Justiça Federal. Em maio de 2017, o Tribunal Regional Federal da 4ª Região proferiu acórdão em que vetou a Resolução nº 51, dizendo que não cabe ao CAU “limitar o exercício profissional nem aplicar sanções com base na Resolução CAU/BR nº 51/2013”.
A decisão judicial foi provocada por ação movida pelo CREA-SC. Criada a jurisprudência, outros CREAs entraram com ações. Para equilibrar o mercado, o projeto de lei nº 9818/2018 tramita na Câmara dos Deputados com o objetivo de acabar com a prerrogativa do CAU de definir áreas de atuação de arquitetos e urbanistas, principalmente quando se trata de função compartilhada com outros profissionais. A polêmica deve se estender por mais tempo, pois não há consenso entre as duas áreas (engenharia e arquitetura).
O CAU, por exemplo, contesta o projeto de lei, alegando que a Resolução nº 51 não entra em conflito com as atribuições de outras profissões. Em comunicado de 14 de maio de 2018, fez a seguinte alegação: “A regulamentação de uma profissão deve visar ao interesse público e deve pressupor a existência de qualificação profissional específica, cujas condições são estabelecidas pelo Conselho Nacional de Educação (CNE), órgão normativo do ministério da Educação”.
CREA-PR propõe que os dois conselhos definam uma resolução em conjunto
O projeto de lei nº 9818/2018, de autoria do deputado federal Ricardo Izar (PP-SP), tem o apoio quase incondicional dos vários Conselhos Regionais de Engenharia e Agronomia em todo o país. O parlamentar justifica sua iniciativa. “Ninguém questiona as atribuições da arquitetura, muito menos aquelas verdadeiramente privativas aos arquitetos. O que estamos questionando é o porquê de atividades que sempre foram desempenhadas também por outros profissionais hoje o CAU tenta definir como exclusivas dos arquitetos”, diz.
O Conselho de Arquitetos e Urbanistas alega que “não houve qualquer discussão prévia com os mais de 155 mil arquitetos e urbanistas que atuam no país”. Ainda de acordo com o CAU, “essas iniciativas desregulamentam a profissão de arquiteto e urbanista e destroem importantes instrumentos de defesa da sociedade em relação à saúde, segurança e meio ambiente”. Arquitetos e urbanistas ainda justificam que o projeto de lei nº 9818/2018 confunde atribuições profissionais e seria inconstitucional.
Para pacificar a questão, o CREA-PR propõe que os dois conselhos (CAU e CONFEA-CREA) definam uma resolução em conjunto. A justificativa é que existem milhares de profissionais executando serviços com atribuições legais, com contratos e licitações em curso, os quais seriam prejudicados pela Resolução nº 51. Até porque, alega o CREA-PR, as normas da Resolução do CAU contradizem normas em vigor nos CREAs. O impasse não tem prazo para acabar. Até que surja uma solução, todos perdem.
Entrevistados
Procuradoria jurídica do Confea (via assessoria de imprensa) e Conselho de Arquitetos e Urbanistas (CAU) (via assessoria de imprensa)
Contatos
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Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330
Saiba quais são os dez mandamentos da edificação segura
O incêndio que causou o colapso de um edifício sem manutenção na cidade de São Paulo-SP reforça o trabalho elaborado pelo Departamento de Construção Civil da FIESP (Deconcic/FIESP), que lançou recentemente o guia para a edificação segura. O documento aponta 10 quesitos fundamentais para preservar as construções de riscos que possam vir a ameaçar a vida humana. Cinco estão relacionados ao projeto arquitetônico, à qualificação da mão de obra, aos materiais de construção, às empresas instaladoras e à inspeção e à manutenção.
Outros cinco se relacionam com o projeto estrutural e com os sistemas hidráulico, elétrico, de gás e de segurança contra incêndio da edificação. “O tema é bastante relevante, pois envolve a ampliação da oferta de soluções de produtos, componentes e sistemas voltados para a segurança em estruturas, vedações, esquadrias, sistemas prediais elétricos e de combate a incêndio, entre outros”, diz o enunciado do Deconcic/FIESP. O documento ressalta que o guia atende a todo o estoque de edifícios existente no país.
Dois grupos de trabalho da FIESP atuaram na elaboração do guia: o GT Segurança em Edificações e o GT Sistemas Prediais. São organismos que se dedicam a pesquisar o tema e atuam pela conscientização da sociedade sobre os aspectos relacionados à qualidade e à manutenção dos sistemas prediais das edificações. “Uma construção segura nasce de um bom projeto, em que são especificados os sistemas construtivos e os materiais mais adequados”, ressalta o guia.
Os 10 mandamentos da edificação segura são os seguintes:
Projeto correto
É nesta fase em que são especificados os materiais a serem adotados e definidos os métodos construtivos. Estas escolhas refletem diretamente no valor do investimento, no planejamento, no cronograma da obra e nas características de desempenho da edificação, como segurança, durabilidade e qualidade.
Mão de obra qualificada
A mão de obra na construção civil é tão importante quanto a elaboração de um bom projeto executivo, pois será ela a responsável pela interpretação das informações e pela correta aplicação dos materiais, sendo uma das principais causas do sucesso ou fracasso de um empreendimento.
Materiais de construção
As propriedades e características variam de material para material e sua especificação é realizada na etapa do projeto, cabendo a esse profissional conhecer as propriedades básicas e levar em consideração alguns requisitos mínimos, tais como segurança, durabilidade, estética e custo, para realizar a escolha correta.
Serviços com qualidade
As empresas instaladoras responsáveis pela construção funcionam como verdadeiras “integradoras” dos principais elementos de segurança: projeto, material e mão de obra. Uma instalação final confiável depende do nível de conhecimento dos requisitos técnicos e observação das melhores práticas adotadas no mercado por parte dessas empresas.
Inspeção e manutenção predial
É responsabilidade do usuário realizar as atividades de manutenção, a partir do recebimento do imóvel. Quanto mais antiga for a edificação, maior devem ser esses cuidados. Por isso, manutenções preventivas e inspeções prediais periódicas são fundamentais para contribuir com a durabilidade e segurança da edificação.
Sistema estrutural
O sistema estrutural é um conjunto de elementos, que juntos, suportam e garantem a estabilidade e segurança de uma edificação. Esses elementos são dimensionados e especificados em projeto. As estruturas podem ser compostas por diversos tipos de materiais, o mais utilizado no Brasil é o concreto armado.
Sistema hidráulico
As instalações hidráulicas prediais são sistemas compostos por tubos e conexões, reservatórios, peças e equipamentos, entre outros componentes especificados em projeto e que funcionam como uma rede. Para garantir o correto desempenho, as instalações devem ser projetadas, executadas e mantidas, seguindo as normas técnicas vigentes.
Sistema de gás
A instalação predial de gás visa conduzir o combustível de forma contínua, interligando a rede externa da distribuidora, ou a central estacionária de gás, até os pontos de utilização. Além da operacionalidade, o sistema precisa garantir a plena segurança da edificação e de seus usuários e oferecer perfeito funcionamento aos aparelhos dos consumidores.
Sistema elétrico
As instalações elétricas prediais representam a interligação adequada de diversos componentes, especificados em projeto, para atender com segurança a um determinado uso, compatível com o tipo e quantidade de aparelhos eletroeletrônicos previstos na edificação. Com base nos níveis de tensão nominal, são classificadas como baixa, média ou alta tensão.
Sistema contra incêndio
A instalação predial de prevenção e combate a incêndio é um procedimento regulamentado pelo Corpo de Bombeiros, com base em suas instruções técnicas. O objetivo principal do sistema é evitar o princípio de incêndio. Porém, em uma eventual ocorrência, sua função é dificultar a propagação do fogo.
Entrevistado
Reportagem com base no guia da edificação segura elaborado pelo Departamento de Construção Civil da FIESP (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo)
Contato: observatorio@fiesp.com.br