Fronteira Brasil-Paraguai ganhará duas novas pontes
Dia 21 de dezembro de 2018 foi assinado o termo que autoriza a construção de duas novas pontes entre o Brasil e o Paraguai. Uma das novas estruturas ligará Foz do Iguaçu-PR, do lado brasileiro, a Puerto Presidente Franco, em território paraguaio. O empreendimento ficará distante cerca de 8 quilômetros da Ponte da Amizade, inaugurada há 53 anos, e hoje a principal ligação rodoviária entre os dois países.
A outra ponte será construída entre a cidade de Porto Murtinho, em Mato Grosso do Sul, e Carmelo Peralta, no Paraguai. As duas estruturas serão financiadas pela Itaipu Binacional. A parte brasileira custeará a ponte em Foz do Iguaçu. Já a gestão paraguaia da hidrelétrica vai financiar a ponte na divisa com o Mato Grosso do Sul. A previsão é de que as obras tenham início ainda em 2019. O prazo de conclusão é de 3 anos.
A ponte entre Foz de Iguaçu e Puerto Presidente Franco tem orçamento e já foi licitada e contratada pelo Departamento Nacional de Infraestrutura (Dnit). Custará 302,5 milhões de reais. Além da estrutura sobre o rio Paraná será construído um anel viário de 15 quilômetros - o Perimetral Leste -, que ligará a nova ponte com a BR 277 e a aduana da Argentina. Essa obra está estimada em 104 milhões de reais, e também será bancada pela Itaipu Binacional.
O projeto da ponte entre Foz de Iguaçu e Puerto Presidente Franco - vizinho a Ciudad del Este - prevê que ela seja estaiada, com duas torres de sustentação de 120 metros de altura, e tabuleiro em concreto protendido. A pista será simples, com 3,70 metros de largura, e acostamento de 3 metros, além de calçada de 1,70 metro. A ponte terá extensão de 760 metros, com vão livre de 470 metros. A estimativa é que as obras comecem em março de 2019.
Itaipu Binacional tem prerrogativas para custear obras de infraestrutura
Já o projeto ligando Porto Murtinho e Carmelo Peralta será integrado ao Corredor Rodoviário Oceânico, que pretende começar na região centro-oeste do Brasil, atravessar o Paraguai de leste a oeste e se conectar com o norte do Chile, criando uma saída do Brasil para o Oceano Pacífico. Essa ponte vai transpassar o rio Paraguai e terá as mesmas características arquitetônicas da que será erguida em Foz do Iguaçu. O orçamento também é semelhante.
A Itaipu Binacional poderá custear as obras baseada em atos constitutivos criados desde a sua fundação, em 1974. Eles permitem que a empresa invista recursos em projetos que objetivam desenvolver infraestruturas relacionadas ao bem-estar da comunidade local e ao desenvolvimento regional dos 16 municípios (15 paranaenses e 1 sul-matogrossense) que tiveram áreas alagadas para a formação do reservatório. O governo brasileiro também avalizou os projetos através de parecer da Advocacia-Geral da União (AGU), assinado no dia 17 de dezembro de 2018.
Quando a nova ponte ficar pronta, a Ponte da Amizade será usada apenas por veículos menores e ônibus de turismo. Inaugurada em 1965, a estrutura em concreto armado recebe atualmente fluxo diário de 1.600 veículos, incluindo caminhões.
Entrevistados
Departamento Nacional de Infraestrutura (Dnit) e Itaipu Binacional (via assessorias de imprensa)
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Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330
USP é a 1ª em empregabilidade na América Latina
A USP (Universidade de São Paulo) é a universidade latino-americana melhor colocada no Global University Employability Ranking 2018, que classifica as 150 instituições de ensino superior que formam os profissionais mais procurados pelos empregadores. No mundo, o topo da lista é ocupado por universidades norte-americanas: a Universidade de Harvard (1º lugar), o Instituto Tecnológico da Califórnia (2º) e o Instituto de Tecnologia de Massachusetts (3º).
O ranking é elaborado pela Times Higher Education (THE), em parceria com a consultoria Emerging, desde 2015. Para a edição 2018, a pesquisa ouviu cerca de 7 mil diretores de empresas de 22 países. A Universidade de São Paulo ocupa o 90º lugar na lista global. Apenas outras duas escolas latino-americanas aparecem entre as 150: o Instituto Tecnológico de Estudos Superiores de Monterrey (México), no 98º lugar, e a Universidade de Buenos Aires, que ocupa a 141ª colocação.
Foram pesquisadas 250 universidades de 41 países. Outras duas escolas do Brasil apareceram na lista de empregabilidade, entre a 150ª e a 250ª posição. São a Fundação Getúlio Vargas (170ª) e a Universidade de Campinas (239º). A USP se destaca sobre as demais do continente latino-americana pelas graduações de engenharia da Escola Politécnica. Entre as 1.000 melhores escolas de engenharia do mundo, 21 estão no Brasil. As melhores do país continuam sendo a USP e a Unicamp.
Conheça as 5 mais conceituadas universidades pelas empresas globais, e por quê
1. Universidade de Harvard
A Universidade de Harvard é a faculdade mais antiga e possivelmente a mais prestigiada dos Estados Unidos, com uma reputação de admitir e produzir estudantes altamente inteligentes e habilidosos. Mais de 30 chefes de estado são ex-alunos de Harvard e a universidade também possui 48 ganhadores do prêmio Nobel e 48 ganhadores do Pulitzer. Como muitas escolas favorecidas pelos empregadores, Harvard também tem uma longa história PD&I (Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação), além de oferecer atividades extracurriculares, que vão desde atividades esportivas ao empreendedorismo.
2. Instituto de Tecnologia da Califórnia (CalTech)
Não é surpresa que o Instituto de Tecnologia da Califórnia - considerado uma das melhores universidades do mundo - também esteja encabeçando a lista de empregadores internacionais. Os alunos são admitidos com base em fortes habilidades de matemática, ciências e engenharia. Os alunos do CalTech não só aprendem os fundamentos de uma série de disciplinas científicas e de engenharia, mas também aprendem as ferramentas mais inovadoras para abordar alguns dos desafios mais prementes da sociedade. A população estudantil do CalTech é pequena em comparação com outras faculdades - uma das menores do mundo, com pouco mais de 1.000 alunos de graduação e 1.200 pós-graduados. Esta comunidade próxima permite excelentes relações entre tutores e funcionários.
3. Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT)
Além de seus cursos líderes mundiais, o Massachusetts Institute of Technology também oferece programas de aprimoramento de carreira para estudantes universitários e líderes setoriais. Além disso, muitas empresas têm um envolvimento significativo com cursos universitários e pesquisas desenvolvidas no MIT. Alunos, ex-alunos e membros do corpo docente do MIT desempenham papéis-chave em inovações empresariais, incluindo o desenvolvimento de redes avançadas de computadores, a proteção de transações de capital de risco e a biotecnologia.
4. Universidade de Cambridge
A Universidade de Cambridge, no Reino Unido, está entre as melhores e mais prestigiadas universidades do mundo. Sua história remonta ao século 13, quando a universidade foi fundada por estudiosos de Oxford que se refugiaram após conflitos com os habitantes da cidade. Agora, seus graduados são globalmente procurados pelas empresas, valorizados especialmente por seu conhecimento especializado.
5. Universidade de Stanford
Com sua proximidade com o Vale do Silício, a Universidade de Stanford é um bom campo de treinamento para estudantes que buscam ingressar na indústria de tecnologia. Os ex-alunos de Stanford fundaram muitas empresas de sucesso, incluindo Google, Nike, Netflix, Hewlett-Packard, Sun Microsystems, Instagram e Charles Schwab. Os graduados também fundaram organizações sem fins lucrativos, como Kiva e SIRUM.
Entrevistado
Reportagem com base no relatório Global University Employability, da Times Higher Education, sobre as universidades que mais geram empregabilidade no mundo
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No futuro, estruturas de concreto vão armazenar energia
Edifícios, pontes, viadutos, postes de iluminação e até meios-fios construídos em concreto podem, futuramente, funcionar como baterias para armazenar energia. A pesquisa em curso na Universidade Lancaster, no Reino Unido, em parceria com a Universidade Tecnológica de Sydney, na Austrália, mostra que isso é possível. Cientistas desenvolvem compósitos à base de íons de potássio que, agregados ao Cimento Portland, desencadeiam reações químicas quando o insumo recebe água para se transformar em concreto. O material ganha condutividade e capacidade de armazenar energia elétrica. Nos testes realizados em laboratório, cada 5 centímetros cúbicos de concreto se mostrou capaz de armazenar entre 200 watts e 500 watts de energia.
Os compósitos à base de íons de potássio são chamados de KGP. Trata-se de elementos que dispensam aditivos complexos, ao contrário do que acontece com outros materiais da família de concretos inteligentes, que utilizam grafeno e nanotubos de carbono. Os estudos são coordenados pelo professor Mohamed Saafi, do departamento de engenharia da Universidade de Lancaster. “Mostramos pela primeira vez que as misturas de KGP no cimento podem ser usadas para criar uma maneira mais barata de armazenar e fornecer energia renovável, para alimentar a iluminação pública, semáforos e pontos de carregamento de veículos elétricos, por exemplo”, explica Saafi.
Concreto inteligente também emite alertas sobre patologias como trincas, fissuras e rachaduras
Outro exemplo usado pelo professor da Universidade de Lancaster mostra que as casas que tenham paredes construídas com o tipo de concreto inteligente que está em desenvolvimento poderão ser conectadas a painéis solares e atuarem como fontes de armazenamento de energia. “Elas seriam capazes de absorver energia durante o dia e abastecer a casa à noite”, cita Mohamed Saafi, para quem a principal aplicação deste tipo de concreto se dará nas obras que utilizem impressão 3D. Ele delineia essa parte da pesquisa no artigo publicado na revista científica “Composite Structures” (Estruturas Compostas), intitulado “Compósito cimentício geopolimétrico inerentemente multifuncional como armazenamento de energia elétrica e material estrutural auto-sensitivo”.
Outro benefício destacado pela pesquisa britânica é que o concreto inteligente com capacidade de armazenar energia também pode transmitir dados sobre suas condições estruturais. “Patologias como trincas, fissuras e rachaduras mudam o comportamento mecânico e afetam a condutividade do material. Essas mudanças podem ser detectadas e, portanto, alterações no concreto permitem verificar mudanças na saúde estrutural das obras, sem a necessidade de sensores adicionais”, escreve Mohamed Saafi, que completa: “Atualmente, a integridade das estruturas em concreto é monitorada por inspeções visuais. Com o material que estamos testando teremos alertas instantâneos e precisos quando surgirem defeitos.”
Leia o artigo publicado na “Composite Structures” (Estruturas Compostas). Clique aqui.
Entrevistado
Reportagem com base em publicação da University of Lancaster, sobre pesquisa liderada pelo professor Mohamed Saafi
Contato: m.saafi@lancaster.ac.uk
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“Construção 4.0” é um processo que exige passo a passo
O processo de Lean Construction (construção enxuta, em livre tradução), que busca minimizar o desperdício e criar uma excelência operacional durante o processo de execução da obra, serve para separar o joio do trigo e mostrar se a empresa está pronta para etapas mais ousadas, como a adesão à “Construção 4.0”. Antes de pensar em impressão 3D, inteligência artificial, análise de Big Data, Internet das Coisas (IoT) e BIM (Building Information Modeling), a construtora precisa eliminar atividades que não agregam valor e criar uma sistematização dentro do canteiro de obras, em conjunto com os fornecedores. “Não adianta pensar na robótica se ainda houver processos ruins e arcaicos na construtora”, define Daniel Jardim, gerente para a indústria de construção civil e equipamentos da consultoria Porsche Consulting - ligada ao grupo Volkswagen e focada no desenvolvimento da “Construção 4.0”.
Daniel Jardim palestrou na M&T Expo 2018, e disse que o conceito de “Construção 4.0” se baseia na premissa de que as empresas de construção devem estar um passo à frente. “Mesmo sendo uma indústria tradicional, e com um negócio estabelecido, é necessário se adaptar e inovar para continuar no mercado. Isso significa que a Construção 4.0 se trata de um processo baseado em zero desperdício, em excelência operacional, que inclui tanto o homem quanto as máquinas e os materiais. Não adianta pensar em digitalizar, se ainda houver um processo ruim”, explica Daniel Jardim, assegurando que a adoção de métodos como a Lean Construction permite que a empresa entenda as etapas que devem ser automatizadas.
Brasil tem iniciativas importantes voltadas ao enxugamento de desperdícios em obras
O consultor destacou que no Brasil existem iniciativas importantes de construtoras que entenderam a necessidade de enxugar desperdícios para se aproximar da inovação. “Vemos uma aproximação cada vez maior dessas empresas com programas para inovação interna, conexão com núcleos universitários e startups”, avalia Jardim, ao dizer que essas construtoras se aproximam de uma tendência mundial. “No mundo, as principais construtoras já começam a incorporar uma grande variedade de novas tecnologias ao seu planejamento estratégico, como, por exemplo, sensores, realidade aumentada e realidade virtual, que ajudam os engenheiros a melhorarem o projeto”, completa.
Daniel Jardim enfatizou em sua palestra que a eficiência dos processos abre caminho para a implantação de conceitos 4.0 na cadeia produtiva da construção civil. "O uso de tecnologia disruptiva baseada em dados, incluindo inteligência artificial, IoT, Data Analytics e Cloud, pode revolucionar a gestão, agregando valor à obra”, diz Jardim, que finalizou sua exposição citando um case: “Atualmente, existem aplicativos que permitem, por exemplo, a gestão dos processos por QR Codes, que são impressos e distribuídos em locais específicos de execução na obra. Assim, há uma atualização online das etapas e a comunicação é feita em tempo real entre todos os envolvidos no projeto.”
Entrevistado
Reportagem com base na palestra de Daniel Jardim, gerente para a indústria de construção civil e equipamentos da consultoria Porsche Consulting, durante a 10ª edição da M&T Expo 2018
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Na era do “faça você mesmo”, conheça seu público
Qual o tipo de cliente que frequenta sua loja de material de construção? Saiba que há três tipos: o que constrói, e que busca comprar insumos como cimento, cal, areia, blocos de concreto, esquadrias, argamassas, telhas, materiais elétricos e hidráulicos, etc. Tem o que reforma, e que geralmente está atrás de soluções de acabamento, como metais, revestimentos cerâmicos, rejuntes, tintas, entre outros, e há também o que decora. Esse busca conveniências, como tapetes, utensílios domésticos e facilidades para o dia a dia.
Em todos esses grupos se enquadra também o adepto do “faça você mesmo”, segmento que cresce entre os consumidores de materiais de construção. Por isso, a loja precisa estar preparada para recebê-los. Segundo estudo do Sebrae, os lojistas de pequeno e médio porte têm que conhecer em quais nichos seu estabelecimento melhor se encaixa, a fim de priorizá-los. Variedade de marcas também é relevante. Mesmo a loja que atende apenas um tipo de cliente precisa apresentar opções. Motivo: existem pessoas que não têm boas experiências com certas marcas e resolvem mudar.
Por isso, apresentar alternativas ao cliente é importante para fidelizá-lo. É igualmente relevante criar atrativos, como descontos para produtos estratégicos, e pensar no público feminino, que pede lojas mais sofisticadas e com variedade de produtos. Neste caso, é bom ter boas parcerias com fornecedores. O lojista não pode apenas observar o preço, mas a credibilidade e a qualidade do produto, além de verificar se o fornecedor entrega no prazo. É necessário também ter um bom controle do estoque. Nunca a loja deve transmitir a aparência de que está vazia. Reponha as prateleiras diariamente.
Consumidor busca consultor que indique o melhor produto para suas necessidades
Na outra ponta, é relevante focar no atendimento. Na era do “faça você mesmo”, há muitos consumidores que não buscam vendedores, mas consultores. Por isso, é importante investir em treinamento. Atendentes que oferecem o produto certo para a necessidade do cliente criam um vínculo de confiança. “Em qualquer setor, mas, sobretudo, no de material de construção, especialização é decisiva para atrair e convencer o cliente a comprar”, define o conferencista Luiz Freitas.
Para o presidente da Anamaco, Cláudio Elias Conz, hoje quem entra numa loja para comprar material de construção se comporta da mesma forma como um consumidor que vai a um ponto de venda de eletroeletrônicos. “A busca por novidades é igual. A tecnologia, a variedade e o conforto fazem parte da decisão de compra da mesma forma”, afirma, completando que há um novo consumidor e que é preciso se adaptar a ele. “O cliente está cada vez mais exigente. Cada vez mais ele pesquisa, procura entender do produto, seja dentro da própria loja ou por meio da internet ou de seu smartphone”, analisa.
Entrevistado
Reportagem com base no guia “Dicas para Vender Mais”, da Associação Nacional dos Comerciantes de Material de Construção (Anamaco)
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Quais serão as profissões do futuro na construção civil?
Nos próximos 11 anos, a construção civil deverá agregar pelo menos cinco novas profissões na área de planejamento e no canteiro de obras. É o que aponta o 8º Mapa do Ensino Superior, divulgado pelo Semesp (Sindicato das Entidades Mantenedoras de Estabelecimentos de Ensino Superior). A projeção vai de encontro ao que prevêem consultores de recursos humanos. Entre as profissões que devem ganhar espaço nas construtoras, empreiteiras e incorporadoras estão o de gestor de novos negócios em inteligência artificial, gestor de resíduos, especialista em impressão 3D de grande porte, engenheiro climático e técnico de manutenção de robôs.
São especializações às quais os engenheiros civis podem se encaixar. No caso do gestor de novos negócios em inteligência artificial, a função será desenvolver projetos que melhorem a área de suprimentos, de planejamento e de segurança no canteiro, a fim de mitigar o risco de atrasos no cronograma. Para a função, é preciso ter conhecimento de programação e de gestão de obras. Já o gestor de resíduos deve pensar em estratégias que dêem o direcionamento correto aos descartes do canteiro de obras, além de viabilizar o encaminhamento dos resíduos para a reciclagem, transformando-os em fonte de renda.
No caso do especialista em impressão 3D para obras de grande porte, a aposta é de que futuramente esse se torne um ramo da engenharia civil e da construção industrializada do concreto. A tecnologia tende a abraçar a construção de pontes, viadutos, túneis e ferrovias, além de estruturas para usinas eólicas, hidrelétricas e rodovias que usem pavimento rígido. É uma especialidade que, assim como a do gestor de inteligência artificial, tende a andar casada com a de técnico de manutenção de robôs. A previsão é de que as máquinas substituam a mão de obra em várias funções dentro do canteiro de obras, e será necessário alguém que as conserte quando precisarem de reparo ou manutenção.
Mais de dez áreas serão impactadas pela transformação em curso do mercado de trabalho
Outra nova profissão que deve se agregar à construção civil é a de engenheiro climático. Com conhecimento em meteorologia e microclimas, ele poderá influenciar em projetos arquitetônicos, orientando sobre os materiais que melhor cumpram desempenho térmico em determinada região. Além disso, poderá desenvolver relatórios que apontem a vulnerabilidade de certas áreas a desastres climáticos e suas consequências, como desmoronamentos, deslizamentos e enchentes. Isso fornecerá subsídios de prevenção ao projeto-executivo.
O estudo que consta do 8º Mapa do Ensino Superior abrange mais de uma dezena de áreas que devem ser impactadas por novas profissões: educação, humanidades e artes, ciências sociais, negócios e direito, ciências, matemática e computação, engenharia, produção e construção, agricultura e veterinária, saúde e bem-estar social, e serviços. O levantamento teve como base os dados fornecidos por relatórios de Big Data Analytics e analistas de recursos humanos.
Entrevistado
Reportagem com base em projeções do 8º Mapa do Ensino Superior, divulgado pelo Semesp (Sindicato das Entidades Mantenedoras de Estabelecimentos de Ensino Superior)
Contato: universidadecorporativa@semesp.org.br
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Compliance entra aos poucos na rotina da construção civil
No Brasil, práticas de compliance são relativamente novas dentro das empresas da cadeia produtiva da construção civil. Começaram a ser adotadas em 2015. Hoje, 73% das corporações do setor reconhecem a importância do compliance, mas poucas ainda aplicam. Segundo a terceira edição da pesquisa “Maturidade do Compliance no Brasil”, realizada pela consultoria KPMG, 80% das corporações nacionais ainda não possuem comitê de ética e compliance. Por outro lado, entre as empresas que decidiram praticar compliance, 83% têm o CEO à frente da gestão.
Para Emerson Melo, sócio da KPMG Brasil, e que coordenou a pesquisa, há ainda uma longa jornada para alcançar a excelência, mas existem esforços significativos, e que valem a pena para as empresas que já adotam tais práticas. “A função de compliance deve ser encarada como uma vantagem competitiva, pois fortalece a credibilidade e a confiança da empresa, além de estimular o comportamento e a conduta ética nos negócios. Também abre canais para investimentos, possibilitando que as organizações consigam taxas mais equilibradas de crédito e financiamento”, diz.
Já para as corporações que estudam ter um programa de compliance, Melo faz algumas recomendações, como a de que uma estrutura de governança, risco e compliance (GRC) deve ter autonomia e independência dentro da empresa. Outra medida é que haja um canal de denúncia independente, e que garanta confidencialidade, sigilo e proteção ao denunciante. “Essa última medida é bastante eficaz para a identificação mais ágil de potenciais desvios de conduta. Algumas empresas que adotaram esse tipo de ação conseguiram realizar ajustes mais rápidos de processos e controles internos e reduzir perdas”, conta.
Entre os executivos da construção, 47% ainda desconhecem programas de compliance
A pesquisa realizada pela KPMG Brasil ocorreu entre 2017 e 2018, com 50 empresas localizadas nas cinco regiões do país. Na opinião de Melo, entre as que possuem programa de compliance, as mais evoluídas estão no nível 2 e ainda distantes do nível 3, que seria o ideal em termos de governança corporativa. Para Emerson Melo, muito tem que ser feito ainda. “No setor da construção civil, 47% dos executivos das empresas ainda desconhecem programas de compliance. Já entre os que sabem do que se trata, 65% reconhecem que a governança corporativa e o compliance são essenciais dentro de uma companhia”, observa.
Na opinião do sócio da KPMG Brasil, as empresas devem iniciar essa transformação, independentemente do ambiente externo, tornando-se protagonistas deste movimento. “As companhias que começam o programa de compliance tornam-se mais competitividades em relação às empresas que ainda não implantaram essas práticas. Além disso, a repercussão de casos de corrupção, que levaram empresas conceituadíssimas a crises agudas, acelerou ainda mais a necessidade de aprimorar e transformar os modelos de governança e a conduta ética nos negócios e sociedade”, acrescenta.
Veja a íntegra da pesquisa Maturidade do Compliance no Brasil. Clique aqui.
Entrevistado
Reportagem com base na palestra do economista Emerson Melo, sócio-líder da prática de compliance da KPMG no Brasil, durante a 10ª edição da M&T Expo 2018
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Enfim, prédios públicos acordam para a sustentabilidade
O projeto Cidades Eficientes do CBCS (Conselho Brasileiro de Construção Sustentável) selecionou três municípios para um projeto-piloto que busca tornar prédios públicos mais sustentáveis. Jaboatão dos Guararapes-PE, Sorocaba-SP e Florianópolis-SC fazem parte da iniciativa, que tem dois eixos principais: eficiência energética e uso racional de água. Além de alavancar a adoção de premissas de sustentabilidade no setor público, o CBCS espera levar as experiências testadas no projeto-piloto para outras cidades com população entre 200 mil e 2 milhões de habitantes.
Após 130 municípios terem se inscrito para participar do processo de seleção, 20 cidades foram pré-selecionadas. Destas, apenas três cumpriram os requisitos do programa. Segundo a arquiteta Maria Andrea Triana e o engenheiro Edward Borgstein, coordenadores da equipe técnica do projeto Cidades Eficientes do CBCS, metade das prefeituras inscritas revelou não ter controle sobre informações primordiais, como quanto consomem de energia e de água nos prédios públicos. “Isso mostra uma situação de alerta, já que se trata de uma informação primordial para a elaboração de qualquer análise e posterior planejamento mais criterioso visando eficiência enérgica e uso racional de água nas cidades”, explicam.
Estudo do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) revela que somente nos prédios públicos federais o desperdício passa de 30 bilhões de reais por ano. Se somar os dados dos poderes públicos municipais e estaduais, o valor pode passar de 100 bilhões. Ainda de acordo com o levantamento do Ipea, os gastos com energia elétrica e água nas edificações federais de Brasília-DF tiveram aumento anual de 11,9% entre 2001 e 2015, partindo de R$ 7,1 bilhões em 2001 para R$ 30,5 bilhões em 2015 - ano em que o acompanhamento foi interrompido. Segundo a Secretaria de Orçamento Federal, ligada ao Ministério do Planejamento, o gasto total com energia nos prédios públicos federais em todo o país chegou a 12 TWh por ano, o que representa 2,8% de tudo o que é consumido anualmente no Brasil.
Alguns prédios públicos precisariam de retrofit para se tornarem edificações sustentáveis
O Procel (Programa Nacional de Conservação de Energia Elétrica) estima que cada prédio público das três esferas de poder (federal, estadual e municipal) tem potencial de economizar pelo menos 20% do que é consumido atualmente. Para que a meta fosse atingida, seria necessário contar com a colaboração dos servidores e trabalhadores terceirizados, além de alterações nas estruturas elétricas e hidráulicas dos prédios, assim como a troca de aparelhos de ar-condicionado e uso de lâmpadas de LED. A fim de encaminhar essas mudanças, em 2012 foi criado o Projeto Esplanada Sustentável (PES), cujo objetivo é incentivar organismos públicos federais - principalmente os localizados em Brasília-DF - a adotar um modelo de gestão organizacional e de processos estruturados na implantação de ações voltadas ao uso racional de recursos naturais. Até o momento, apenas o Ipea adotou tais práticas.
Saiba mais sobre o projeto Cidades Eficientes do CBCS. Clique aqui.
Entrevistado
Reportagem com base no projeto Cidades Eficientes do CBCS e no estudo “Eficiência contra o desperdício na administração pública”, do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) (via assessoria de imprensa)
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cidadeseficientes@cbcs.org.br
desafios@ipea.gov.br
Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330
Alto preço do asfalto faz pavimento intertravado crescer
Em média, o preço do asfalto no Brasil teve alta superior a 60% no acumulado de 2018. Houve estados em que a tonelada variou 72% em 12 meses, como é o caso do Ceará. Isso inviabiliza o uso do material para a pavimentação urbana e estimula o pavimento intertravado de concreto em ruas, avenidas, praças, ciclovias e estacionamentos. Outro fator que favorece a utilização de elementos pré-fabricados é a questão ambiental. Além da menor emissão de CO2, em comparação com o asfalto, a permeabilidade do material possibilita maior rapidez no escoamento da água da chuva para o solo.
Mais um ponto favorável está relacionado à reflexão da luz do pavimento intertravado, o que permite que as prefeituras economizem recursos com a iluminação pública. Também há vantagem quando o espaço público precisa passar por manutenção ou por alguma intervenção que exija a instalação de tubulações de água, gás ou energia elétrica. Os blocos podem ser removidos e reinstalados sem a necessidade de quebra do piso, o que evita a geração de resíduos sólidos e economiza insumos para sua recomposição. Além disso, o piso intertravado é o único que permite liberar imediatamente o tráfego de veículos e pedestres, depois de instalado ou reinstalado.
A evolução tecnológica na fabricação de blocos para a pavimentação intertravada de concreto é outro estímulo ao uso do material. “Atualmente, esse tipo de pavimento oferece peças de resistências adequadas ao tráfego leve de veículos e pessoas (35 MPa) e também peças de maior resistência (50 MPa), que permitem suportar cargas de algumas toneladas, como as exigidas pelo empilhamento de contêineres carregados em terminais marítimos e logísticos”, destaca o arquiteto Carlos Alberto Tauil, consultor-técnico da BlocoBrasil. O especialista lembra que, nos Estados Unidos e na Europa, portos e aeroportos já priorizam o pavimento intertravado, e que isso já começa a ser predominante também no Brasil.
ABCP e BlocoBrasil atuam em mutirões para pavimentar vias em bairros com pouca infraestrutura
Estimular a substituição do asfalto tradicional pelo “asfalto ecológico” tem sido a missão da BlocoBrasil e da ABCP (Associação Brasileira de Cimento Portland). Os organismos buscam parcerias com o poder público para pavimentar ruas em bairros com pouca infraestrutura. Um exemplo é o que acontece em Sorocaba-SP, onde a ABCP ministrou cursos gratuitos e prestou assistência técnica para que os próprios moradores trabalhassem na pavimentação de vias secundárias. “O projeto criado pela prefeitura de Sorocaba tem o espírito de, em conjunto com a população, executar a pavimentação. Para nós, da ABCP, o maior desafio foi preparar pessoas que nunca tiveram acesso ao sistema construtivo para que executassem as obras. Conseguimos transformar essas pessoas em ótimos executores e também realizar obras de muita qualidade”, avalia Ricardo Moschetti, gerente da regional São Paulo da ABCP.
Veja as vantagens do pavimento intertravado de concreto. Clique aqui.
Fonte: BlocoBrasil
Entrevistado
BlocoBrasil e da ABCP (Associação Brasileira de Cimento Portland) (via assessoria de imprensa)
Contato: blocobrasil@blocobrasil.com.br
Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330
Abcic anuncia obras do ano em construção industrializada
A Associação Brasileira da Construção Industrializada de Concreto (Abcic) anunciou os vencedores do Prêmio Obra do Ano em Pré-Fabricados de Concreto, edição 2018. Neste ano, foram escolhidos empreendimentos em três categorias: edificações, infraestrutura e pequenas obras. Em edificações, a obra vencedora foi o campus da Universidade do Vale do Rio dos Sinos (Unisinos), em Porto Alegre-RS. Na categoria infraestrutura, o prêmio ficou com o terminal aeroportuário de Vitória-ES. Já na categoria pequenas obras, o vencedor foi o prédio EMG da Energisa, situado em Cataguases-MG.
A solenidade de premiação ocorreu no dia 29 de novembro de 2018, em São Paulo-SP. “A decisão de dividir a premiação em categorias se mostrou acertada, uma vez que recebemos a inscrição de obras de diversos segmentos, evidenciando a versatilidade, a abrangência nacional e a importância do sistema construtivo para o setor”, afirma Íria Doniak, presidente-executiva da Abcic. A premiação também tem o apoio da ABCP (Associação Brasileira de Cimento Portland), da ABECE (Associação Brasileira de Engenharia e Consultoria Estrutural, do IBRACON (Instituto Brasileiro do Concreto) e da Sobratema (Associação Brasileira de Tecnologia para Construção e Mineração).
Categoria edificações
Com 60,8 mil m², o campus de Porto Alegre-RS da Universidade do Vale do Rio dos Sinos (Unisinos) ganhou na categoria edificações por que o projeto é composto por quatro setores, sendo duas unidades construídas com estruturas pré-fabricadas de concreto, a fim de que o cronograma da obra pudesse ser cumprido. O processo de projeto e licitação demorou um ano a mais que o esperado e o prazo final de entrega de obra não poderia ser alterado, pois já existia programação para início das aulas no novo campus. O projeto arquitetônico ficou a cargo dos arquitetos André Detanico, Tarso Carneiro e Maurício Ceolin (AT Arquitetura).
Categoria infraestrutura
Já o terminal aeroportuário de Vitória-ES, vencedor na categoria infraestrutura, tem as seguintes assinaturas: projeto estrutural de Eduardo Dell’Avanzi e José Soto Quevedo e projeto arquitetônico de Ricardo Rodrigues e Thereza C.N.M. Ferreira. A construtora que iniciou a obra estava produzindo as peças moldadas in loco. No entanto, houve o embargo pelo Tribunal de Contas da União. Uma nova empresa assumiu o projeto e optou por elementos pré-fabricados, o que facilitou a execução e possibilitou o atendimento do prazo solicitado pela Infraero.
Categoria pequenas obras
Já na categoria pequenas obras, o vencedor foi o prédio EMG da Energisa, em Cataguases-MG. O edifício tem multipavimentos, com superestrutura pré-fabricada de concreto armado e protendido, composta de pilares circulares segmentados, vigas e lajes alveolares. Inaugurado em comemoração aos 113 anos da empresa, recebeu investimentos da ordem de R$ 40 milhões. O prédio se transformou em um novo marco no distrito industrial da cidade por incorporar diversos conceitos modernos de sustentabilidade e tecnologia. Quem assina é o renomado escritório internacional de arquitetura Davis Brody Bond, com sede em Nova York e filial em São Paulo. Já o projeto estrutural ficou a cargo do engenheiro Rogério Cierro.
Entrevistado
Reportagem com base na apresentação das obras premiadas pela Abcic (Associação Brasileira da Construção Industrializada de Concreto)
Contato: abcic@abcic.org.br
Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330