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Bancos absorvem engenheiros, como nas décadas perdidas

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Nas instituições financeiras, engenheiros são empregados em áreas que vão do investimento à segurança. Crédito: US Bank National Association

A pesquisa anual realizada pela consultoria Universum Global revela que, no Brasil, o mercado financeiro voltou a capturar os engenheiros civis recentemente formados, como ocorreu durante as décadas perdidas da construção civil (1980 e 1990). Os profissionais da engenharia disputam vagas em instituições bancárias junto com especialistas em Tecnologia da Informação e os graduados na área de negócios, como administradores, contabilistas e economistas. Bancos, corretoras, fundos de investimento e fintechs (startups do mercado financeiro) têm absorvido, principalmente, engenheiros civis, engenheiros elétricos, engenheiros mecânicos e engenheiros de produção.

A coaching e especialista em mentoria, Rebeca Toyama, explica a razão de o mercado financeiro absorver profissionais da engenharia. “O engenheiro é treinado para criar processos que solucionem problemas. A área financeira costuma ter problemas complexos e de forma estruturada. Eles se atraem”, diz. Independentemente de haver emprego para engenheiros nas instituições bancárias, o consultor Valter Pieracciani enxerga isso como um mau sinal. “Se a engenharia brasileira perder mais uma década nós estaremos fora do contexto competitivo. A inserção do Brasil no mundo globalizado ficará em jogo”, alerta.   

Para realizar a pesquisa sobre tendências do mercado de trabalho para engenheiros, a Universum ouviu 9.167 universitários de cursos de graduação da área de engenharia, em 123 universidades do Brasil. Entre as empresas genuinamente de engenharia, a mais cobiçada continua sendo a Petrobras. Mas houve queda no interesse, constata a Universum. Há 4 anos, um em cada dois estudantes de engenharia escolhia a principal estatal brasileira como a empregadora mais atrativa. Hoje, esse índice é de um para cada quatro. Em contrapartida, a construtora MRV saltou da 35ª posição no ranking de 2018 para o 2º lugar em 2019, entre as preferidas dos graduandos.

Além do Brasil, pesquisa abrange outros 11 países entre as principais economias do mundo

Pela ordem, segundo o ranking, as seguintes empresas também despertam o interesse dos novos engenheiros em busca de vagas no mercado de trabalho: Google, governo (via concursos públicos), Odebrecht, Ambev, Embraer, Apple, Vale e Microsoft. Entre os bancos, os que mais têm absorvido engenheiros são Itaú, Banco do Brasil e Nubank (startup financeira). Outras empresas que se destacam são as ligadas à inovação. Segundo a pesquisa, ser inovador é a terceira principal meta de carreira dos futuros engenheiros, após equilíbrio entre vida profissional e pessoal e estabilidade no emprego.

Além do Brasil, a pesquisa abrangeu outros 11 países avaliados como as principais economias do mundo. São Canadá, China, França, Alemanha, Índia, Itália, Japão, Rússia, Coreia do Sul, Reino Unido e EUA. Ao todo, foram entrevistados 225.000 estudantes de negócios e engenharia. Globalmente, as empresas mais citadas como as preferidas pelos novos engenheiros são, pela ordem, SpaceX, Tesla, Google, Boeing e NASA.

Entenda por que engenheiros estão migrando para o mercado financeiro

Entrevistado
Reportagem com base na pesquisa “Ranking de empregadores mais atraentes”, realizada pela consultoria Universum Global

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Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330

Rudiger-Leutz

Se projeto for ruim, nenhuma tecnologia irá salvá-lo

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Rüdiger Leutz: principal consequência de um erro de projeto é o desperdício, que engloba tempo, mão de obra e material. Crédito: Cia. de Cimento Itambé

Para o diretor-geral da Porsche Consulting Brasil, Rüdiger Leutz, a falta de excelência operacional no projeto acarreta em erros estratégicos que nenhuma tecnologia tem condições de corrigir. "A principal consequência de um erro de projeto é o desperdício, que engloba tempo, mão de obra e material", diz. Ainda segundo o consultor, que palestrou no Workshop Revista M&T 2019, os equívocos de projeto mais comuns são falta de planejamento dos processos na obra, layout ineficiente em termos de logística no canteiro de obras e ausência de monitoramento eficiente do progresso da obra.

Rüdiger Leutz destaca que os problemas de projeto geram erros em cadeia. “No final, o que se vê são gargalos em diversas etapas, desencadeando baixa produtividade, ineficiência e comprometimento total do resultado. Por isso, se for percebido o atraso de um dia é necessário tomar uma ação imediata e não esperar esse atraso crescer, pois depois será irremediável. Às vezes, com uma semana já não é possível mais recuperar”, destaca. “Essa é uma das razões que leva a maioria das obras envolvendo edifícios no Brasil serem concluídas com atraso no cronograma”, completa.

O diretor-geral da Porsche Consulting Brasil listou seis procedimentos que dão garantias ao projeto de que ele vai gerar produtividade e uma obra com qualidade. São:

  • estratégia operacional
  • planejamento de todos os processos
  • dimensionamento da equipe
  • otimizações do layout e do fluxo logístico
  • sincronização da produção e monitoramento efetivo do progresso da obra

Trata-se de processos usados na filosofia Lean Construction, que se inspira na identificação e na solução de problemas. “O Lean é o primeiro passo. Para falar em produtividade e eficiência tem que fazer a lição de casa, ou seja, é preciso diminuir e eliminar o desperdício no processo da construção”, ressalta.

Brasil tem construtora que consegue acompanhar 33 obras simultaneamente

Em sua palestra, Rüdiger Leutz apresentou o case de uma construtora brasileira que já aplica Lean Construction em seus processos (grupo Plaenge), o que permite à empresa acompanhar 33 obras em andamento simultaneamente. “O gestor tem a macrovisão do que está ocorrendo e pode verificar os marcos de cada obra, mesmo que elas estejam em várias regiões do país. Ele acessa os avanços físico e financeiro e toma decisões de acordo com o ritmo das obras. Além disso, a construtora realiza avaliações de seus fornecedores diariamente por meio digital (tablet e smartphone) e fornece um aplicativo  para que o cliente possa acompanhar o estágio da obra, agregando valor e serviço adicional”, afirma.

Sobre a adoção de inovações, Leutz afirma que camadas de tecnologia sempre vão ajudar a aumentar a produtividade, desde que o projeto seja bem concebido. “Os drones, por exemplo, são grandes fornecedores de dados. Ao ter acesso a esses dados, podemos prever problemas, planejar melhor a manutenção, seja ela preventiva ou preditiva. Futuramente, a Inteligência Artificial também vai estar na construção, para auxiliar o homem em sua tomada de decisões”, conclui.

Entrevistado
Reportagem com base na palestra de Rüdiger Leutz, diretor-geral da Porsche Consulting Brasil, concedida no Workshop Revista M&T 2019

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pavimento silencioso

Coreia inaugura nova geração do pavimento de concreto

Testes de ruído
Testes de ruído na Universidade de Purdue mostram que o NGCS chega a ser até 7,5 decibéis mais silencioso que o pavimento convencional. Crédito: Purdue University

Desenvolvido pela International Grooving & Grinding Association (IGGA) e pela American Concrete Pavement Association, em conjunto com a Universidade de Purdue, na Indiana-EUA, o NGCS (do inglês, Next Generation Concrete Surface [próxima geração de superfície em concreto]) faz a Coreia do Sul sair na frente no uso deste novo tipo de pavimento. A diferença para o sistema convencional é que o NGCS possui uma superfície mais silenciosa, ideal para ser aplicada em túneis, como é o caso sul-coreano.

O país asiático está construindo 7 troncos rodoviários, e que vão resultar em 6.200 quilômetros de pavimentação. A obra inclui uma série de 19 túneis, cada um com 3 quilômetros em média, os quais exigirão pavimento em concreto com baixa emissão de ruído. Os testes com o NGCS, realizados pelo Instituto de Engenharia de Tráfego Rodoviário da Coreia, demonstraram redução de ruído de 1,5 a 7,5 decibéis, em comparação ao pavimento convencional, sem comprometer as forças de atrito da superfície.

O segredo do NGCS está nos agregados usados para construir a base do pavimento, na resistência à compressão de 30 MPa do concreto e no modelo das ranhuras, que possibilita uma superfície mais lisa e plana que os pavimentos rígidos convencionais. "O NGCS, com sua superfície lisa, de baixo ruído e alta fricção, é perfeito para os desafios de construção e manutenção de estradas que vemos na Coreia do Sul", diz John Roberts, diretor-executivo da International Grooving & Grinding Association.

Os túneis em construção vão receber o equivalente a 1,5 milhão de m2 de NGCS. Além da prevenção contra o excesso de ruídos, a opção pelo pavimento em concreto se deu por causa do clima na Coreia do Sul, considerado “muito dinâmico” pelos engenheiros. O país costuma experimentar amplitudes térmicas que chegam a 50° C, indo de 12 graus negativos no inverno a 38 graus no verão. O território sul-coreano também é bastante chuvoso. A precipitação média anual é de cerca de 1.300 milímetros. “O gerenciamento de estradas nessas condições severas representa um desafio à engenharia”, afirma Hyung-Bae Kim, diretor da divisão de pesquisa de pavimentos do Instituto de Pesquisa da Korea Expressway Corp.

Rodovias sul-coreanas têm obrigação de oferecer conforto acústico aos usuários

pavimento silencioso
Novo complexo rodoviário na Coreia do Sul prioriza a aplicação do pavimento silencioso em 19 túneis. Crédito: Korea Expressway Corp

No projeto do complexo rodoviário em construção na Coreia do Sul, a nova geração de pavimento rígido também será aplicada nos trechos que passam por regiões portuárias do país, com o objetivo de minimizar o barulho causado pelo tráfego de caminhões. “Como o NGCS possibilita uma condução suave, a expectativa é que o ruído nestas regiões seja reduzido em até 5,75 decibéis”, avalia John Roberts.

O novo pavimento usado na Coreia do Sul é pesquisado na Universidade de Purdue desde 2006. Em 2014, quando o país asiático decidiu tirar do papel o novo entroncamento rodoviário, técnicos foram enviados aos Estados Unidos para estudar estradas que receberam o NGCS. O convencimento se deu com a comprovação “in loco” de que o pavimento emite menos ruído. Como as rodovias sul-coreanas são todas pedagiadas, as concessionárias têm o compromisso de manter o conforto acústico, tanto para quem trafega quanto para quem reside no entorno. Isso também fortaleceu a opção pelo novo tipo de pavimento.

Entrevistado
International Grooving & Grinding Association
(via assessoria de imprensa)

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jroberts@pavement.com

Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330

Concessões dão impulso às obras de infraestrutura

Ministro Tarcísio Gomes de Freitas: ativos chamam a atenção e trazem perspectiva de investimentos sem precedentes. Crédito: CBIC
Ministro Tarcísio Gomes de Freitas: ativos chamam a atenção e trazem perspectiva de investimentos sem precedentes.
Crédito: CBIC

Após leiloar 12 aeroportos (Aracaju-SE, Campina Grande-PB, João Pessoa- PB, Juazeiro do Norte-CE, Maceió-AL, Recife-PE, Alta Floresta-MT, Cuiabá- MT, Rondonópolis-MT, Sinop-MT, Macaé-RJ e Vitória-ES), 6 terminais portuários e a Ferrovia Norte-Sul, o governo federal se prepara para mais uma rodada de concessões, que deve incluir 6 portos, 22 aeroportos e 14,5 mil quilômetros de rodovias e ferrovias. A expectativa é arrecadar, no mínimo, 4 vezes mais que os 8 bilhões de reais do primeiro lote.

Só com as rodovias, que são as que mais devem atrair investimentos, o governo federal estima arrecadar quase 31 bilhões de reais, a partir de 2020, privatizando dois trechos da BR-116 (Rio-São Paulo e Rio- Teresópolis), além da BR-040 (Rio-Juiz de Fora-MG), BR-381 (Belo Horizonte-Governador Valadares) e BR-163 (Sinop-MT- Miritituba-PA). Também estão na lista de concessões duas ferrovias urbanas: a Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU), em São Paulo, e a Empresa de Trens Urbanos de Porto Alegre (Trensurb), no Rio Grande do Sul.

Há ainda dois projetos inconclusos de ferrovias que interessam não só ao agronegócio nacional como a países que buscam investimentos no Brasil: a Integração Oeste-Leste, que ligará o Tocantins à Bahia, e a Ferrogrão, unindo Mato Grosso e Pará. Entre os interessados por esses leilões existe a China Communications Construction Company (CCCC). A gigante chinesa também tem outros 26 projetos em seus radares, cujos investimentos são estimados em 102 bilhões de reais. “Nossos ativos chamam a atenção, e isso traz uma perspectiva de investimentos sem precedentes”, diz o ministro da Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas.

Ministério da Infraestrutura avança na agenda que prioriza reduzir os custos do Estado

Além dos chineses, as concessões de infraestrutura chamam a atenção de investidores norte-americanos, alemães, franceses, espanhóis e canadenses. Eles se interessam, principalmente, pelos terminais aeroportuários, onde os carros-chefe são Curitiba-PR, Goiânia-GO e Manaus-AM. A previsão é que esses aeroportos sejam licitados em outubro de 2020. Já Santos Dumont, no Rio da Janeiro-RJ, e Congonhas, em São Paulo-SP, devem entrar em processo de licitação até 2022. “Política de infraestrutura não é de governo, mas de Estado. Temos que pensar no longo prazo”, pontua o ministro.

Ex-capitão do exército, e com formação em engenharia militar, Tarcísio Gomes de Freitas é considerado o ministro que mais tem avançado na agenda que prioriza reduzir os custos do Estado. Em 100 dias na pasta, ele viabilizou a concessão de 23 ativos. Recentemente, discursou na solenidade de abertura do 91º Encontro Nacional da Indústria da Construção (ENIC), realizado em maio de 2019 no Rio de Janeiro-RJ. No evento, deixou claro que o governo busca conceder o máximo de infraestruturas que interessam à iniciativa privada para que seu ministério tenha orçamento para se dedicar às obras estratégicas. “Precisamos que a iniciativa privada traga investimentos para que eu tenha estoque de orçamento e possa aplicar naqueles empreendimentos onde a iniciativa privada não vai chegar;, afirma.

Entrevistado
Reportagem com base no discurso do ministro da Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas, no 91º Encontro Nacional da Indústria da Construção (ENIC)

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aescom@infraestrutura.gov.br ascom@cbic.org.br

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Laboratório Sirius não sairia do papel não fosse o concreto

Túnel foi construído com concreto armado moldado “in loco”, sem junta de dilatação, para garantir o confinamento da radiação. Crédito: Racional Engenharia
Túnel foi construído com concreto armado moldado “in loco”, sem junta de dilatação, para garantir o confinamento da radiação. Crédito: Racional Engenharia

Construído em Campinas-SP, o laboratório Sirius - único na América Latina capaz de promover pesquisas com luz síncroton - só saiu do papel graças ao concreto. O material foi o único que viabilizou o túnel blindado por onde circulam os elétrons acionados por aceleradores. Cogitou-se usar elementos pré-fabricados, mas as características exigiram concreto armado moldado “in loco”, sem junta de dilatação, para garantir o confinamento da radiação. Toda a estrutura monolítica tem resistência de 30 MPa, com o piso medindo 90 centímetros de espessura e as paredes e o teto com 1 metro de espessura.

Para garantir o controle rigoroso do concreto e de seus agregados foi instalada uma central dentro do canteiro de obras. O engenheiro projetista Rafael Timerman, que atuou no projeto, revela que o túnel foi concebido sem excesso de armaduras, para não prejudicar a radiação que circula na área confinada. Por isso, a opção foi utilizar um concreto mais denso e coeso. A solução se baseou em conclusões técnicas tiradas depois de visitas a laboratórios com as mesmas características, construídos em outros países. “Observamos que muitos deformaram. Tivemos que aprender com os erros dos outros, com a experiência dos outros, para conceber o Sirius”, revela Timerman, que recentemente palestrou no XI Congresso Brasileiro de Pontes e Estruturas.

Além do concreto com características específicas, o solo em que foi construído o laboratório também precisou de tratamento especial para evitar deformações. Após estudos e simulações em protótipos, optou-se pelo reforço do solo usando brita graduada tratada com cimento. Além disso, para evitar qualquer risco de vibração, as fundações receberam 1.332 estacas do tipo hélice continua, com 40 centímetros de diâmetro e 15 metros de profundidade. “É importante frisar que todas as soluções, assim como o projeto estrutural , são todas nacionais”, frisa Rafael Timerman.

O volume total de concreto para a construção da estrutura soma 22.000 m³

Rafael Timerman: visitas técnicas a laboratórios em outros países ajudaram a construir o Sirius. Crédito: Cia. de Cimento Itambé
Rafael Timerman: visitas técnicas a laboratórios em outros países ajudaram a construir o Sirius.
Crédito: Cia. de Cimento Itambé

A estrutura de concreto segue requisitos da ABNT NBR 6118 - Projeto de estruturas de concreto - Procedimento - e os estudos para a concepção do material tiveram a consultoria do engenheiro civil Roberto Dakuzaku. Para a revista Estrutura, publicação da ABECE (Associação Brasileira de Engenharia e Consultoria Estrutural), o controlador de qualidade do concreto relata que a concretagem do túnel blindado se deu em 20 etapas, ao longo de 90 dias, formando ao final do processo uma peça única com mais de 500 metros de comprimento. Cada etapa de lançamento ocorreu ao longo de períodos que variaram de 12 horas a 14 horas. O volume total de concreto para a construção da estrutura soma 22.000 m³.

Além da estrutura monolítica do túnel blindado, todas as outras lajes da edificação também foram construídas em concreto armado. O objetivo foi alcançar a máxima rigidez para minimizar a propagação de vibrações provocadas pela ação do vento, circulação de pessoas e funcionamento dos equipamentos instalados no laboratório. “Conseguimos uma estrutura rígida e, ao mesmo tempo, funcional para as atividades do laboratório”, conclui Rafael Timerman.

Entrevistado
Reportagem com base em palestra do engenheiro projetista Rafael Timerman, no XI Congresso Brasileiro de Pontes e Estruturas e na edição de maio de 2019 da revista Estrutura

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Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330

Produtividade na construção civil pode melhorar 50%

Workshop debateu o emprego de tecnologias na construção civil, que tem um dos menores índices de produtividade. Crédito: Personal Press
Workshop debateu o emprego de tecnologias na construção civil, que tem um dos menores índices de produtividade.
Crédito: Personal Press

Segundo Kevin Nobels, da McKinsey Brasil, o aumento de produtividade na construção civil brasileira tem potencial para melhorar 50%, desde que adotadas boas práticas, novos conceitos e que se invista em tecnologia. O estrategista, que concedeu a palestra “Tecnologia Digital em Construção”, durante o Workshop Revista M&T 2019, lembra que o país está abaixo de nações como a Zâmbia e a Argentina quando o assunto é produtividade em canteiros de obras. “A produtividade no setor cresceu só 1% nos últimos 20 anos”, cita.

Nobels sublinha que o tema produtividade na construção civil é um problema global. “Se comparado com outros segmentos industriais, o setor é o que menos cresce em produtividade, apesar de responder por 13% do PIB mundial. O problema do Brasil, em comparação com outras nações, é que o país, desde 2015, está regredindo em índices de produtividade na construção civil”, destaca. As afirmações do estrategista se baseiam em estudo da McKinsey Brasil, que avaliou 100 megaprojetos no país. O levantamento constatou que 80% deles tiveram aumento de custo e atrasos de quase 20 meses no cronograma de entrega da obra.

Para Kevin Nobels, a mudança de paradigma poderá vir pelas mãos das startups e dos investimentos focados em inovação no segmento. Ele comenta mapeamento da McKinsey, o qual detectou já existirem 2.500 soluções lideradas pelas construtechs para melhorar a produtividade na construção civil. Entre elas, destacam-se a automação de atividades operacionais, utilização de inteligência artificial, análise de dados e informações de maneira integrada e digitalização de processos. “Há ainda a industrialização na construção que, apesar de ser disseminada no país, tem espaço para crescer mais. Essa modulação possibilita reduzir o tempo de construção, diminuir custos e aumentar a qualidade final da obra”, ressalta.

Megaprojetos no Brasil tiveram atraso na entrega e ficaram mais caros

Kevin-Nobels
Kevin Nobels: mudança de paradigma na construção civil pode vir pelas mãos das startups. Crédito: Cia. de Cimento Itambé

As afirmações de Kevin Nobels se baseiam em estudo da McKinsey Brasil, que avaliou 100 megaprojetos no país. O levantamento constatou que 80% deles tiveram aumento de custo e atrasos de quase 20 meses no cronograma de entrega da obra. Para alterar essa realidade, o estrategista cita sete alavancas que impulsionam a produtividade no canteiro de obras: regulamentação, colaboração e contratação, design e engenharia, compras e gerenciamento da cadeia de suprimentos, execução da obra, tecnologia e capacitação. “Se todas essas alavancas forem executadas com eficácia, o aumento da produtividade pode melhorar 50%”, assegura.

De acordo com o representante da McKinsey Brasil, as alavancas que mais trazem ganhos de produtividade estão relacionadas com a execução da obra, de 6% a 7%; com a engenharia, de 8% a 10%, e com a tecnologia, de 14% a 15%. No entanto, Kevin Nobels alerta que é preciso estabelecer um plano de produtividade. “É preciso definir uma estratégia a partir do entendimento dos problemas que precisam ser resolvidos. Isso acarreta também uma mudança de comportamento, a fim de envolver toda a empresa, já que a implantação bem-sucedida requer transparência de dados e colaboração da liderança”, explica.

Entrevistado
Reportagem com base na palestra “Tecnologia Digital em Construção”, concedida pelo estrategista Kevin Nobels no Workshop Revista M&T 2019

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Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330

Prevenção de perdas desafia varejo da construção

Anderson Ozawa: varejista deve criar protocolos para evitar perdas. Crédito: Alan Morici/Grau 10 Editora
Anderson Ozawa: varejista deve criar protocolos para evitar perdas. Crédito: Alan Morici/Grau 10 Editora

O principal desafio do varejo da construção é prevenir perdas no estoque, seja na forma de avarias nos produtos ou furtos. Esse tipo de prejuízo, denominado de perda financeira, se sobrepõe às perdas administrativas, perdas comerciais e perdas de produtividade. É o que o auditor Anderson Ozawa mostrou em palestra no seminário Núcleo de Conteúdo 2019, promovido recentemente pela Anamaco (Associação Nacional dos Comerciantes de Material de Construção). “A definição de perda é todo e qualquer efeito que reduza de forma direta ou indireta o lucro da empresa. No Brasil, a perda diária de uma pequena empresa do varejo é de 250 reais por dia, em média”, diz.

Neste caso, as perdas mais recorrentes são as relacionadas ao estoque. No varejo da construção civil, de que forma ocorrem essas perdas. “São tintas vencidas, lâmpadas quebradas, menos m 3 de areia do que foi comprado no pedido, cimento mal estocado, e que empedra, cerâmicas e porcelanatos quebrados, entre outros”, relaciona o auditor. Ozawa também lembra que furtos e fraudes têm impacto significativo nas perdas, chegando a representar até 39% em alguns casos. “Para um produto furtado é preciso vender quatro para compensar a perda. O que é mais fácil: perder ou prevenir?”, questiona.

O palestrante destaca que para começar a solucionar o problema de perda de estoque a empresa deve investir na capacitação, treinamento contínuo e motivação. “Manter um clima organizacional onde as pessoas estão focadas ajuda a diminuir a ineficiência”, afirma Anderson Ozawa, destacando que o varejista deve criar protocolos para evitar perdas. “Se a companhia tem processos manuais que não estão trazendo os resultados esperados, significa que é preciso investir em tecnologias, sobretudo as que previnem perdas”, reforça. Outro procedimento que não pode ser ignorado é o de auditoria. Para Ozawa, o lema da gestão da empresa deve ser o seguinte: “Em Deus eu acredito, o resto eu audito.”

Ozawa mostra que, em média, mais de 1,29% do faturamento líquido das empresas de varejo no Brasil se deteriora com perdas no estoque, segundo dados da ABRAPI (Associação Brasileira dos Contribuintes e Pagadores de Impostos). Isso equivale a 19 bilhões de reais por ano no volume de vendas. No entanto, o setor está exposto a outros tipos de perdas, que o palestrante denomina como Pentágono de Perdas (perda financeira, perda administrativa, perda comercial, perda legal e perda de produtividade).

Saiba quais são as perdas mais comuns dentro das empresas de varejo

Anderson Ozawa registrou sua tese no livro “Pentágono de Perdas: Transformando Perdas em Lucros", e exemplifica como elas ocorrem:
Perdas financeiras
Acontece quando o comércio recebe notas falsas de dinheiro, concede crédito sem análise criteriosa, tem grande volume de devolução de cheques e é alvo de furtos

Perdas administrativas
A empresa tem desperdícios com consumo de energia elétrica e de água, gasta excessivamente com horas extras e com equipamentos e materiais para operações de uso diário.

Perdas comerciais
Quando ocorre ruptura no estoque, ou seja, o consumidor procura por um produto e não acha na loja. Ocorre também quando a empresa tem em seu estoque um material que encalha.

Perdas legais
Se dá através de processos movidos por consumidores ou por colaboradores

Perdas de produtividade
Acontece quando o cliente demora para ser atendido pelo vendedor ou quando o processo de finalização de venda na operação de caixa é lenta e causa a desistência do consumidor.

Assista a palestra de Anderson Ozawa

Entrevistado
Reportagem com base na palestra do auditor Anderson Ozawa, ocorrida no seminário Núcleo de Conteúdo 2019, promovido recentemente pela Anamaco

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Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330

Habilidades sociais: a ferramenta do engenheiro civil

O Relatório de Aprendizagem no Local de Trabalho, estudo desenvolvido pelo LinkedIn, em parceria com associações profissionais dos Estados Unidos, mostra as mudanças comportamentais em andamento no mercado do trabalho. Na categoria de engenheiros civis foram entrevistados os associados à ASCE (Sociedade Americana de Engenheiros Civis). O levantamento aponta que a prioridade dos profissionais da área é treinar as habilidades sociais. Isso envolve a comunicação para o trabalho em equipe, principalmente para os que gerenciam obras diretamente no canteiro. “Engenheiros civis são solucionadores de problemas. No entanto, a maior armadilha que os engenheiros civis enfrentam durante o processo de solução de problemas é trabalhar com uma abordagem menos centrada no ser humano”, avalia Brent Darnell, especialista em inteligência emocional.

O estudo aborda o que o mercado chama de “soft skills”, ou seja, as competências comportamentais necessárias para um profissional ser bem-sucedido no local de trabalho. De acordo com a pesquisa, no canteiro de obras predomina a comunicação não-verbal. Cerca de 40% se dá por emissão de ordens e 55% são por linguagem corporal. Apenas 5% representam comunicação efetiva, em que se estabelece um diálogo. “Aprimorar as relações públicas pode representar ganho de produtividade para a engenharia civil. Então, o que eu diria, é que o engenheiro civil precisa melhorar sua narrativa ou, em alguns casos, adotar uma narrativa com os trabalhadores em seu entorno”, recomenda Robert Deigh, que é autor dos livros “Spark: o Guia Completo de Relações Públicas para Pequenas Empresas” (Spark: The Complete Public Relations Guide for Small Business) e “Como é que ninguém sabe sobre nós? O melhor guia de relações públicas - Táticas que qualquer um pode usar para ganhar alta visibilidade”(How Come No One Knows About Us? The Ultimate Public Relations Guide: Tactics Anyone Can Use to Win High Visibility).

Soft skills já são definidores de contratações de engenheiros civis

Para Anthony Fasano, fundador do Engineering Management Institute e autor de “Engenheiro faça seu próprio sucesso” (Engineer Your Own Success), as novas gerações de profissionais já trazem habilidades comportamentais mais refinadas. “À medida que mais engenheiros civis jovens entram no mercado de trabalho, a demanda por gerentes versáteis também aumenta. As habilidades sutis são tão importantes quanto as habilidades técnicas ao navegar pelos deveres gerenciais da empresa. Nos Estados Unidos, isso também já está influenciando nas decisões para contratar engenheiros”, diz. O Relatório de Aprendizagem no Local de Trabalho comprova o que afirma o especialista. De acordo com o estudo, 93% dos empregadores disseram que as soft skills são um fator “essencial” ou “muito importante” ao definir contratações.

No Brasil, soft skills também já são definidores de contratações. As mais requisitadas são:

1. Comunicação
Extremamente útil para falar com clientes, colegas, chefes ou fornecedores, seja pessoalmente, por telefone ou email. Engloba tanto a capacidade de se expressar quanto a de ouvir.

2. Pensamento crítico
Capacidade de entender o problema, analisar a situação e tomar a melhor decisão.

3. Liderança
Capacidade de gerenciar situações e pessoas. Inclui também a capacidade de resolver conflitos entre pessoas.

4. Atitude positiva
Demonstração de ser amigável com os outros.

5. Trabalho em equipe
Disposição de trabalhar efetivamente com as pessoas ao seu redor.

6. Ética
Pessoas com essa característica costumam concluir tarefas no prazo, manter o foco e preservar a organização.

Acesse o Relatório de Aprendizagem no Local de Trabalho

Entrevistado
Reportagem com base no Relatório de Aprendizagem no Local de Trabalho, desenvolvido pelo LinkedIn

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Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330

Impressão 3D em concreto ainda busca nicho de atuação

Vanderlei John no evento da ABECE e da ABPE: segmento de pré- fabricados pode ser o mais beneficiado pelas impressoras 3D. Crédito: Cia. de Cimento Itambé
Vanderlei John no evento da ABECE e da ABPE: segmento de pré-fabricados pode ser o mais beneficiado pelas impressoras 3D. Crédito: Cia. de Cimento Itambé

No XI Congresso Brasileiro de Pontes e Estruturas, realizado dias 16 e 17 de maio em São Paulo-SP, e promovido pela ABECE (Associação Brasileira de Engenharia e Consultoria Estrutural) e pela ABPE (Associação Brasileira de Pontes e Estruturas), o professor da Escola Politécnica da USP, Vanderlei John, palestrou sobre o futuro da impressão 3D em concreto dentro da construção civil. Ele entende que a tecnologia ainda busca seu nicho de atuação, mas está convicto de que o mercado irá absorvê-la. “O que precisamos descobrir é até que ponto, e de que forma, a impressão 3D vai entrar no mercado. Mas que ela vai entrar isso é certo”, diz.

Para Vanderlei John, a impressão 3D não deve se tornar competitiva para a construção de casas e prédios, pois a tecnologia que utiliza fôrmas para viabilizar paredes de concreto é mais rápida e barata. No entanto, ele avalia que o segmento de pré-fabricados pode se beneficiar de impressoras 3D, principalmente para a produção de vigas e lajes. “Para erguer paredes verticais retas já existe uma tecnologia muito eficiente, que se chama fôrma. Acredito que a impressão 3D tende a prosperar em formatos mais específicos, como elementos para pontes e viadutos. Neste caso, as propriedades do concreto podem variar de ponto a ponto. Em áreas de maior esforço, ela imprime com fck maior. Em zonas com menor tensão, fck menor”, avalia.

O professor da USP destaca que no Massachusetts Institute of Technology (MIT) já existe o projeto para a impressão de uma viga de concreto usando algoritmos. “A impressora para esse elemento tem 15 metros de vão, 30 metros de comprimento e 12 metros de altura. Na USP, planejamos montar uma mais modesta, com 100 m 2 de área”, revela. Vanderlei John complementa seu raciocínio dizendo que as impressoras 3D serão úteis não apenas imprimindo elementos em concreto, mas construindo fôrmas que vão gerar concepções estruturais muito diferentes das conhecidas atualmente. “Com as impressoras 3D, a forma não vai se limitar às linhas retas, como definiu Le Corbusier. Talvez os prédios como conhecemos hoje não serão assim no futuro”, prevê.

Impressão 3D trará uma outra linguagem arquitetônica aos projetos

Vanderlei John também crê que a impressão 3D trará uma outra linguagem arquitetônica aos projetos. Porém, em sua opinião, a tecnologia ainda precisa ajustar a questão da robótica, das tintas e dos revestimentos. “Esse será um trabalho para as startups da construção civil , também chamadas de construtechs. Por enquanto, no Brasil, elas têm se dedicado mais aos softwares para impressão 3D do que as impressoras em si. Acho que o Brasil precisa acordar para essa revolução digital. Hoje, para se ter ideia, o país tem 1/3 dos robôs que estão em operação na Argentina. “A indústria está mudando. A construção civil nacional está muito focada em BIM (Building Information Model) mas esse é apenas um pedacinho do que vem por aí, e que vai afetar toda a cadeia produtiva do setor”, alerta.

Entrevistado
Reportagem com base na palestra do professor Vanderlei John, da Escola Politécnica da USP, no XI Congresso Brasileiro de Pontes e Estruturas

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Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330

Mercado imobiliário capta mudanças das pessoas

Benedito Abbud: o que as pessoas querem está mudando muito rapidamente e o mercado imobiliário busca entender essa velocidade. Crédito: ADEMI-PR
Benedito Abbud: o que as pessoas querem está mudando muito rapidamente e o mercado imobiliário busca entender essa velocidade. Crédito: ADEMI-PR

O arquiteto e paisagista Benedito Abbud esteve recentemente em Cannes-França, onde aconteceu a edição 2019 da MIPIM Awards - o “Oscar da arquitetura mundial”. O projeto do qual ele é responsável pelo paisagismo, o Cidade Matarazzo, concorreu, mas não foi premiado. No entanto, Abbud aproveitou o evento para detectar quais tendências o mercado imobiliário está perseguindo, a nível global, para conquistar o consumidor. “O que as pessoas querem está mudando muito rapidamente e o mercado imobiliário busca entender essa velocidade. Por enquanto, produtos imobiliários muito verdes e sustentáveis são os que se destacam”, revela.

Benedito Abbud relatou sua experiência no MIPIM Awards durante o roadshow promovido dia 30 de maio pela ADEMI-PR, em Curitiba-PR. Para ele, o segredo para quem constrói é acompanhar a velocidade com que fluem os desejos do consumidor. “Atualmente, há quase uma obsessão pelo verde e pela sustentabilidade nos projetos”, diz. O arquiteto e paisagista também destaca que o carro deixou de ser prioridade para a arquitetura e urbanismo. “O conceito que prevalece é o de que é preciso criar condições urbanísticas para gerar qualidade de vida. Para isso, é preciso tirar o carro”, explica.

Então, saem os veículos e entra o que os arquitetos estão definindo como “gentileza urbana”. “O que é a gentileza urbana? Nada mais é do que uma forma de valorizar as pessoas no projeto, seja o projeto de uma casa, de um condomínio, de um bairro ou de uma cidade”, destaca Benedito Abbud. O MIPIM Awards deixou muito claro essa tendência, com destaque para os parques lineares e os parques multifuncionais, que atendem tanto quem está no local para trabalhar quanto quem busca lazer. Um dos premiados em Cannes foi exatamente um parque multifuncional: o Zaryadye, inaugurado em 2017 em Moscou-Rússia.

Zaryadye Park, em Moscou: conceito multifuncional premiado no MIPIM Awards. Crédito: Iwan Baan
Zaryadye Park, em Moscou: conceito multifuncional premiado no MIPIM Awards. Crédito: Iwan Baan

MIPIM Awards mostra que o verde literalmente invadiu os edifícios

Para Abbud, a “gentileza urbana” também precisa considerar as condições climáticas de uma região, as condições culturais e o desejo do consumidor. “É isso que influencia a arquitetura e, consequentemente, vai resultar em um projeto que será bem-sucedido no mercado imobiliário ou não”, diz. Ele cita alguns empreendimentos em que está trabalhando atualmente. “Em Manaus-AM, por exemplo, as pessoas gostam de ir para a piscina à noite, já que durante o dia é muito quente. Então, essa piscina precisa ser iluminada, aconchegante. No Mato Grosso do Sul, existe uma preferência maior por morar em casas do que morar em prédios. Com isso, os condomínios precisam praticar a gentileza urbana”, cita.

Sobre os “prédios verdes”, o que Benedito Abbud diz ter visto no MIPIM Awards foi que o verde literalmente invadiu os edifícios. “A arborização e o paisagismo foram para dentro das edificações, com muito uso de fachadas envidraçadas. O que se busca é valorizar a interação entre o ambiente interno e o externo. E o interessante é que não é o empreendedor imobiliário nem o arquiteto nem os governos que definem essas linhas, mas as pessoas”, resume.

Veja a participação de Benedito Abbud no MIPIM Awards