Norma de acústica se adéqua à Norma de Desempenho
Publicada em 31 de maio de 2019, a nova edição da ABNT NBR 10151:2019 (Acústica - Medição e avaliação de níveis de pressão sonora em áreas habitadas - Aplicação de uso geral) agora está adequada à parte 4 da ABNT NBR 15575 (Edificações habitacionais - Desempenho Parte 4: Sistemas de vedações verticais internas e externas). Atualizada, a norma técnica define tabelas dos níveis de ruídos diurnos e noturnos permitidos em diferentes tipos de áreas possíveis de existir em uma cidade.
Em suas 24 páginas, a nova versão da ABNT NBR 10151:2019 estabelece os procedimentos técnicos a serem adotados na execução de medição de níveis de pressão sonora em ambientes internos e externos das edificações.
Entre eles, estão:
- Procedimento para medição e avaliação de níveis de pressão sonora em ambientes externos às edificações, em áreas destinadas à ocupação humana, em função da finalidade de uso e ocupação do solo
- Procedimento para medição e avaliação de níveis de pressão sonora em ambientes internos às edificações provenientes de transmissão sonora aérea ou de vibração da edificação, ou ambos
- Procedimento para avaliação de som total, específico e residual
- Procedimento para avaliação de som tonal, impulsivo, intermitente e contínuo
- Procedimento para limites de níveis de pressão sonora para ambientes externos às edificações, em áreas destinadas à ocupação humana, em função da finalidade de uso e ocupação do solo e requisitos para avaliação em ambientes internos.
A nova versão da ABNT NBR 10151:2019 também qualifica os níveis de ruídos diurnos e noturnos permitidos em diferentes tipos de áreas possíveis de existir em uma cidade, como as estritamente residenciais, as hospitalares, as escolares, as mistas com vocação comercial, as mistas com vocação recreacional e as predominantemente industriais. Além disso, a revisão introduziu mais 20 páginas ao texto original, com novidades como diferentes descritores de medição e detalhamento dos métodos de ensaio.
Texto revisado sugere norma específica para fiscalizar níveis sonoros nos canteiros de obras
Outra novidade é que o texto revisado abre a possibilidade de criação de uma norma específica para a fiscalização dos níveis sonoros produzidos nos canteiros de obras. Para a especialista em engenharia acústica, Fabiana Curado, a questão é extremamente relevante para o setor que desenvolve atividade itinerante e temporária em diferentes cidades. “A elaboração de uma norma direcionada à atividade de construção permitirá a discussão sobre as especificidades desse setor da indústria”, diz a arquiteta, em artigo que analisa a atualização da norma.
A revisão ficou a cargo da Comissão de Estudo de Desempenho Acústico de Edificações, que atua no âmbito do Comitê Brasileiro da Construção Civil (ABNT/CB-002). Além de se adequar à Norma de Desempenho, a ABNT NBR 10151 foi revista para harmonizar procedimentos técnicos, tais como medições acústicas em ambientes externos e internos das edificações, avaliações do impacto de eventos em áreas habitadas e apoio ao poder público no processo de gestão e fiscalização de poluição sonora.
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Entrevistado
Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) e Associação Brasileira para a Qualidade Acústica (ProAcústica) (via assessoria de imprensa)
Contatos
imprensa@abnt.org.br
contato@proacustica.org.br
Pesquisa usa vidro reciclado como agregado do concreto
Pesquisadores da Deakin School of Engineering, na Austrália, conseguiram fazer o processo inverso da fabricação de vidro e transformar o material novamente em areia. Com a reciclagem, a equipe de cientistas passou a testar areia de vidro na produção de concreto polimérico para pisos industriais. "Descobrimos que substituir a areia por vidro reciclado fortalece o concreto polimérico, além de dar mais resistência e melhor acabamento aos pisos industriais”, diz o professor-sênior Riyadh Al-Ameri, que coordena a pesquisa.
Para Al-Ameri, há uma importante questão ambiental e econômica na descoberta. "O concreto é um material de construção importante e a areia é um de seus principais componentes. Portanto, encontrar uma alternativa à areia faz sentido econômico. Além disso, descobrimos que substituir a areia por vidro reciclado dá um destino correto a um dos produtos que têm grande fluxo entre os resíduos domésticos. Trata-se também de importante contribuição à sustentabilidade”, completa.
A próxima etapa do estudo é impulsionar a substituição da areia convencional pela areia de vidro na produção de concreto polimérico, e viabilizá-la economicamente. "Qualquer mudança que reduza o custo de produção levará a ganhos significativos para a indústria, potencialmente em escala global", reforça Riyadh Al-Ameri, que chama a atenção para as políticas ambientais que tornam cada vez mais restritiva a extração de areia. "A escassez de jazidas de areia já é uma realidade em alguns países. Isso reforça o apelo de nossa pesquisa.”
Outro componente que começa a inviabilizar o uso de areia natural é o frete. Com os areais cada vez mais afastados dos locais das obras, o transporte chega a ter um custo maior que o do próprio material. Atualmente, a alternativa mais viável para a construção civil é o uso de areia de brita, que aproveita parte do material de descarte das minerações. Porém, ela é vista com restrições para a produção de concreto polimérico.
Testes mostram que a areia de vidro realça as propriedades do concreto polimérico
Os testes na Deakin School of Engineering mostram que o uso da areia a partir da reciclagem do vidro realça as propriedades do concreto modificado com polímero, que são:
– Elevada aderência nos pontos de ligamento entre um concreto pré-existente e um concreto novo, nos casos de recuperação estrutural
– Resistência química e à abrasão (tráfego de pedestres)
– Resistência à flexão e tração
– Permeabilidade e módulo de elasticidade reduzido
– Excelente propriedade dielétrica
– Baixa porosidade e absorção de água
– Resistência a gelo/degelo
Por isso, o concreto polimérico é recomendado para áreas com tráfego intenso, como estações de trem, de metrô, rodoviárias e aeroportos. No Brasil, o produto ainda é pouco utilizado. Por duas razões: o número reduzido de pesquisas sobre o material e o custo das resinas usadas na mistura. No entanto, na Ásia, o concreto polimérico está presente em usinas nucleares, obras marítimas, tanques industriais e sistemas de abastecimento de água. A resistência, a durabilidade e a ductilidade têm levado ao crescimento do concreto polimérico em obras de infraestrutura.
Entrevistado
Reportagem com base em publicação da pesquisa desenvolvida na Deakin School of Engineering
Contato: hos-eng@deakin.edu.au
Infraestrutura deixa de liderar atividade da construção civil
As obras de infraestrutura não lideram mais as atividades da construção civil no Brasil, segundo a mais recente edição da Pesquisa Anual da Indústria da Construção (PAIC), realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), com base nos dados de 2017. A infraestrutura responde por 32,2% no levantamento. Quem se destaca são as construções de edifícios, que agora representam 45,8% das atividades do setor.
A participação das obras de infraestrutura no volume de atividades da construção civil caiu de 47,4% para 32,2%, entre 2008 e 2017, enquanto as construções com foco em edifícios aumentaram de 37,2% para 45,8% no mesmo período. Já os serviços especializados da construção civil aumentaram de 15,4% para 22% em 10 anos. Os três setores que formam a indústria da construção geraram 280 bilhões de reais em 2017.
Desse montante, R$ 128,1 bilhões foram movimentados pela construção de edifícios. A infraestrutura respondeu por R$ 90,3 bilhões e outros serviços por R$ 61,6 bilhões. O segmento de obras de infraestrutura também deixou de ser o maior empregador do setor. De acordo com a mais recente PAIC, a construção civil empregava 1,91 milhão de pessoas em 2017, com 126,3 mil empresas ativas. Dos trabalhadores empregados, 37,1% atuavam na construção de edifícios, 35% em serviços especializados e 27,9% na infraestrutura.
Entre 2008 e 2017, a média de pessoas ocupadas nas empresas da construção civil caiu de 32 para 15 pessoas. Já o salário médio mensal passou de 2,7 para 2,3 salários mínimos. Todos os segmentos tiveram queda na média de ocupações. Porém, o segmento que mais perdeu participação no período foi o de obras de infraestrutura. A média de 93 pessoas por empresa caiu para 42, com a média salarial indo de 3,5 salários mínimos para 2,9.
Em função da queda no volume de obras de infraestrutura, a PAIC constatou que o setor público deixou de ser o principal cliente da construção civil. O volume de obras públicas contratadas passou de 42,7% para 31,7%. O setor público também passou a demandar menos construções de edifícios (recuou de 27,2% para 20,7%) e de serviços especializados em construção (diminuição de 23,4% para 21,7%). Como nos demais índices, o período de comparação vai de 2008 a 2017.
Cresce participação da região sul na indústria da construção civil
A PAIC também avaliou o desempenho da construção civil por regiões. Enquanto o sudeste perdeu participação, o sul apresentou os maiores ganhos. No volume de incorporação, obras e serviços de construção, a participação do sudeste passou de 55,5% para 49,8%. A região norte também perdeu participação (de 7,9% para 5,6%), enquanto o sul cresceu de 12,1% para 17,1% e o nordeste de 15,8% para 18,9%. Já a região centro-oeste manteve sua participação estável em 8,7%.
O volume de pessoas ocupadas por região segue o ritmo de incorporações, obras e serviços. Entre 2008 e 2017, houve redução da participação do sudeste (de 51,7% para 48,8%) e do norte (de 6,7% para 5,6%) na quantidade de empregos, enquanto o nordeste cresceu de 19,9% para 21,2% e o sul de 13,5% para 16,3%. A região centro-oeste manteve estável sua participação no número de trabalhadores atuando na construção civil, com 8,1%.
Entrevistado
Reportagem com base nos números da Pesquisa Anual da Indústria da Construção (PAIC), divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE)
Contato: comunica@ibge.gov.br
Mão de obra no canteiro de obras: menos pode ser mais
A estratégia é seguida por construtoras que tratam seus profissionais como investimento, ou seja, oferecem treinamento, ferramentas e materiais adequados. Empresas com esse perfil minimizaram o mito de que mão de obra especializada encarece a construção. Elas aprenderam que o custo se dilui em outros processos ao longo da execução da obra.
A produtividade eficaz reduz o risco de imprevistos, os quais geram retrabalho e desperdício. O tema é recorrente em congressos e seminários da construção civil, como o 1º Congresso Nacional da Produtividade na Construção Civil, onde (https://www.cimentoitambe.com.br/obra-sem-problemas-passa-por-recrutamento-correto/) foi dado o seguinte alerta: “Não é recomendável contratar observando apenas a redução de custos com a mão de obra. Também é importante não contratar em excesso. Existem ferramentas e empresas para fazer esse dimensionamento corretamente.”
Tudo passa pelo gerenciamento da obra. Quando a incorporadora e a construtora não se sentem seguras para fazer esse tipo de gestão, o recomendável é contratar empresas especializadas. Algumas chegam a garantir em contrato que conseguem reduzir o custo da obra entre 5% e 10%.
Mestres de obra qualificados influenciam positivamente na contratação da mão de obra
O gerenciamento abrange as seguintes gestões: projeto, compra e fornecimento de materiais, segurança no canteiro de obras, logística e supervisão da mão de obra. No que tange à aquisição de profissionais para a construção, mestres de obra (https://www.cimentoitambe.com.br/mestre-de-obras/) qualificados e com experiência podem dar uma excelente contribuição no momento da contratação. Com conhecimento necessário para avaliar o desempenho das equipes, eles são os mais indicados para ajudar no preenchimento das vagas.
No que se refere à escolha de mão de obra para a construção civil, toda a ajuda é possível. Pesquisa da multinacional de recrutamento ManpowerGroup mostra que o setor tem uma das mais altas taxas de escassez de qualificação no Brasil. Segundo os dados apurados, 63% dos que trabalham em canteiros de obra são pouco especializados. O percentual representa quase o dobro da média mundial (36%).
A pesquisa também confirma dados de outros levantamentos: que trabalhadores da construção civil brasileira levam um dia para produzir o equivalente ao que um operário norte-americano faz em 5 horas; um alemão, em 6 horas, e um chinês em 8 horas. Estudo recentemente desenvolvido pela Fundação Getúlio Vargas (https://www.cimentoitambe.com.br/veja-o-que-leva-a-baixa-produtividade-na-construcao-civil/) vai ao encontro dessa tese. Ele constatou que, além das correções estruturais necessárias para aumentar a produtividade, o Brasil precisa trilhar dois caminhos: melhorar a educação em todos os níveis (inclusive técnico) e investir na modernização do capital físico (máquinas e equipamentos das empresas).
Entrevistado
Reportagem com base na pesquisa “Escassez de Talentos”, da multinacional de recrutamento ManpowerGroup
Contato: enquiry@manpowergroup.com
Tecnologia 3D chega às pavimentadoras de concreto
As pavimentadoras de concreto são as que mais têm absorvido tecnologias associadas à indústria 4.0 (robótica) e à impressão 3D em concreto. Além de um pavimento de melhor qualidade, os equipamentos perseguem também a redução de custo por hora de operação, eliminando etapas que antes obrigavam o emprego de mão de obra. Pavimentadoras mais compactas e que facilitam o transporte também já são realidade no mercado internacional.
A versatilidade das máquinas da nova geração também impressiona. Algumas conseguem monitorar o processo de cura do concreto e controlar a qualidade da textura do pavimento, para que o tráfego seja mais confortável aos veículos. Outro avanço no segmento é observado nas pavimentadoras de calçadas. “Os equipamentos realmente estão conseguindo fazer com que o pavimento em concreto se torne um competidor capaz de enfrentar a cultura do asfalto, e vencê-la”, diz Mark Snyder, presidente da International Society for Concrete Pavements (Sociedade Internacional do Pavimento de Concreto).
Os projetistas das novas pavimentadoras que chegam ao mercado se inspiram no filme “Transformers”. São máquinas que, quando em operação, podem ganhar um aumento de até 7 metros a mais que seu dimensionamento original. Isso permite que elas pavimentem rodovias que vão de 4 metros a 18 metros de largura. Porém, quando rebatidas para serem transportadas, as pavimentadoras ganham dimensões bem menores: 10,5 m de comprimento, 3,5 m de largura e 3,1 m de altura.
Apesar das indústrias norte-americanas e europeias dominarem o setor de pavimentadoras de concreto, com marcas como GOMACO, Guntert & Zimmerman, Power Curbers, Terex e a alemã Wirtgen, a Cingapura entrou na concorrência com a marca TRXBuild e apresentou uma inovação na recente edição da bauma China - feira de equipamentos para a construção civil. Trata-se de máquina exclusiva para pontes e viadutos, capaz de pavimentar lajes de 3,4 metros a 6 metros de largura, com a espessura podendo chegar a 350 milímetros.
Estados Unidos e Ásia são os maiores mercados para as pavimentadoras de concreto
Atualmente, Estados Unidos e Ásia são os maiores mercados para a venda de pavimentadoras de concreto. CEOs de algumas das principais fabricantes confirmam que as duas regiões estimulam a busca de novas tecnologias. "Temos visto muita atividade na Ásia, bem como a demanda doméstica nos Estados Unidos. Isso acelera a competitividade e a busca por melhores tecnologias”, diz Stephen Bullock, da Power Curbers. "Se 2018 foi um ano muito bom para todos os fabricantes, o primeiro semestre de 2019 manteve o ritmo. O maior impulso vem da economia da América do Norte, seguida da Ásia”, reforça Kevin Klein, vice-presidente de engenharia, pesquisa e desenvolvimento da GOMACO.
Para os fabricantes, os empreiteiros também têm buscado a compra de máquinas novas para reduzir seus custos. Nos Estados Unidos, o valor por hora de operação de uma pavimentadora que utiliza fio de guia é 290 dólares (cerca de 1.120 reais). Já os equipamentos que pavimentam com tecnologia 3D baixam esse custo para 250 dólares (perto de 980 reais). O valor cai ainda mais quando a máquina incorpora outros recursos, como o controle de velocidade dos vibradores em relação à velocidade da pavimentação, o que também melhora a qualidade do pavimento.
Entrevistado
Reportagem com base em recente workshop promovido pela International Society for Concrete Pavements (Sociedade Internacional do Pavimento de Concreto)
Contato: exec@concretepavements.org
Construtoras agora podem abater perdas com distrato
As construtoras e incorporadoras obtiveram uma vitória relacionada a contratos de compra de imóveis anulados na justiça, também conhecidos como distratos. A Receita Federal agora permite que as empresas deduzam as vendas canceladas do imposto de renda e de outros tributos, como PIS/PASEP e Cofins. O abatimento só será possível nos meses em que a receita das vendas for inferior a dos distratos. Ele também só será válido para empresas que estejam enquadradas no Regime Especial de Tributação (RET). Neste caso, se uma companhia vendeu 500 mil reais em um mês, mas teve 1 milhão de reais de distrato, ela poderá abater 4% de impostos pagos sobre a diferença de 500 mil reais, o que dá 20 mil reais no caso desse exemplo.
A decisão foi publicada no Diário Oficial da União (DOU) de 7 de maio de 2019, dentro da Solução de Consulta nº 150 da Cosit (Coordenação-Geral de Tributação), organismo da Receita Federal. Diz trecho da decisão: “Os valores relativos a vendas canceladas e devoluções de vendas, cujo montante supera o total das receitas dos respectivos períodos de apuração, podem ser deduzidos das bases de cálculos do IRPJ e da CSLL apurados, respectivamente, na forma do lucro presumido e do resultado presumido, bem como da Contribuição para o PIS/PASEP e da Cofins apuradas na forma do regime cumulativo. Essas deduções podem ser efetuadas a partir do mês em que seja reconhecido o cancelamento ou a devolução em conformidade com o regime (caixa ou de competência) adotado pelo contribuinte, sem impedimento para seu uso em períodos subsequentes.”
Lei dos Distratos, sancionada no fim de 2018, trouxe segurança jurídica ao mercado imobiliário
De 2014 e 2018 foi comum o mercado imobiliário registrar vendas menores que os distratos. O setor só começou a reverter a situação a partir da edição da Lei dos Distratos (nº 13.786, de 27 de dezembro de 2018), que reduziu o número de ações judiciais e reaqueceu as vendas. O projeto de lei tramitava no Congresso Nacional desde 2015. O texto final determina que metade do valor pago pelo comprador seja retido pela incorporadora se o contrato de venda for desfeito e o imóvel estiver no regime conhecido como patrimônio de afetação, no qual é criada uma empresa para tocar o empreendimento, com patrimônio separado da construtora. Nos demais casos, a penalidade será de 25%. A lei também permite que as construtoras possam atrasar em até 180 dias a entrega do imóvel sem serem penalizadas. Se esse prazo for ultrapassado, o cliente poderá cancelar a compra e receber o valor integral pago.
No entender do SECOVI, a lei trouxe segurança jurídica ao mercado imobiliário. “A aprovação da medida tem decisiva importância para devolver maior segurança jurídica a todos os envolvidos na produção, venda, financiamento e aquisição de bens imóveis. Seu maior mérito é o reforço do vínculo contratual e o estímulo à compra responsável. Além disso, diminui as incertezas que o não-pagamento do preço trazia aos demais participantes adimplentes, às empresas e aos agentes financeiros”, diz recente nota do setor (https://www.cimentoitambe.com.br/lei-que-regulamenta-o-distrato-muda-mercado-imobiliario/).
Leia íntegra da Solução de Consulta nº 150 da Cosit
Entrevistado
Receita Federal (via assessoria de imprensa)
Contato: imprensa@rfb.gov.br
Qual o efeito da água na qualidade do artefato de cimento?
A mesma atenção deve ser dada à água quando o assunto se refere a artefatos de cimento, principalmente para a produção de blocos de concreto estruturais e produtos que recebem armaduras de aço. Esses elementos precisam ter a qualidade da água controlada para que a fabricação atenda todos os requisitos de mercado.
Para responder qual o efeito da água na qualidade do concreto e dos artefatos de cimento, o gerente dos laboratórios da ABCP (Associação Brasileira de Cimento Portland), Arnaldo Forti Battagin, e a superintendente do Comitê Brasileiro de Cimento, Concreto e Agregados (ABNT/CB-18), Inês Battagin, concederam a esclarecedora entrevista que pode ser lida a seguir:
Qual a importância da norma técnica ABNT NBR 15900 (Água para amassamento do concreto) para a qualidade dos artefatos de cimento?
A importância dessa norma é possibilitar a obtenção de produtos de qualidade. Diversas normas técnicas brasileiras relativas a artefatos de Cimento Portland, como blocos de concreto, peças para pavimentação intertravada, tubos e aduelas de concreto, galerias celulares, poços de visita e inspeção para linhas de saneamento e postes para linhas de distribuição e transmissão de energia elétrica, já trazem a exigência direta de atendimento à ABNT NBR 15900-1 ao especificarem os requisitos para a água a ser utilizada em sua fabricação. Em outros casos, essa referência é feita de forma indireta, sendo indicada a ABNT NBR 12655 (Concreto de Cimento Portland - Preparo, controle, recebimento e aceitação) para consulta e atendimento com relação aos materiais que devem ser usados na preparação do concreto, uma vez que a água está no rol dos materiais empregados, e a ABNT NBR 12655 já faz referência à ABNT NBR 15900-1.
Que tipos de contaminantes presentes na água de amassamento podem ser mais nocivos ao concreto usado na produção de artefatos?
De forma análoga ao que ocorre com os agregados minerais, em que a presença de contaminantes, em teores que ultrapassem determinados limites, pode trazer alterações no comportamento mecânico e reológico do concreto, assim também ocorre com a água de amassamento. Açúcares, fosfatos, nitratos, chumbo e zinco são exemplos de contaminantes que podem aparecer dissolvidos na água e alterar o tempo de pega e a resistência do concreto, se em teores maiores do que os aceitáveis, prejudicando a fabricação de artefatos e seu desempenho em serviço. Esses limites aparecem claramente definidos na norma. O meio técnico, já acostumado a utilizar materiais normalizados na preparação dos compósitos à base de Cimento Portland, passou a contar, a partir de 2009, com uma norma que possibilita conhecer e controlar a água proveniente de diferentes fontes, além daquela distribuída pelas redes de abastecimento público, podendo inclusive aproveitar água de chuva ou recuperada do próprio processo produtivo.
Existem tipos de água recomendadas e não-recomendadas?
Como mencionado, a ABNT NBR 15900-1 estabelece requisitos para que a água proveniente de diferentes fontes possa ser utilizada. Para facilitar a escolha da água a ser usada, a norma parte da premissa de que, se a água for potável, seu uso está liberado para a preparação de concreto. Em outro extremo, a norma não libera o uso de água de esgoto ou proveniente de estações de tratamento de esgoto, por entender que não se tem parâmetros confiáveis para sua avaliação. No caso de lagos, rios, poços e outras fontes de águas superficiais ou submersas, devem ser realizados ensaios de caracterização química da água, de forma a comprovar os requisitos exigidos na norma. Águas recuperadas de processos industriais, como preparação de concreto, lavagem de caminhões-betoneira, jateamento para corte de concreto e similares, podem ser usadas, desde que aprovadas em ensaios específicos, além dos previstos para as fontes primárias.
Qual o risco quando se usa uma água não-recomendada na produção de artefatos de cimento?
Ter problemas de reologia do compósito de cimento utilizado (concreto, argamassa, pasta), com alterações no tempo de pega e crescimento da resistência aquém do esperado, exigindo maior tempo de cura (uso das câmaras de cura das fábricas por período maior do que o previsto), dificuldades no manuseio dos produtos e na obtenção da resistência especificada para venda/despacho dos produtos. Em médio ou longo prazos, podem ainda surgir manifestações patológicas, comprometendo a durabilidade do bem construído.
Entre água do mar, água de rios e córregos poluídos e água da chuva, qual é a mais danosa para a produção de artefatos?
Depende do tipo de artefato produzido. Quando se tem armaduras de aço com função estrutural, como no caso de postes ou tubos de concreto, a ação da água do mar e também de águas poluídas pode comprometer a vida útil prevista, devido a processos de corrosão das armaduras com consequente perda da seção das armaduras. A água de chuva pode ser ácida nas grandes cidades, por dissolver o gás carbônico e outros gases da atmosfera urbana, principalmente quando há aumento na concentração de óxidos de enxofre e nitrogênio. As águas ácidas não são adequadas para a preparação de artefatos ou elementos estruturais armados ou protendidos, pois a passivação das armaduras apenas é possível em ambiente interno alcalino. No caso de artefatos sem elementos metálicos em seu interior, como blocos de concreto e peças para pavimentação intertravada, ficam eliminadas as preocupações com a corrosão, mas por outro lado a acidez dessas águas pode ser suficiente para degradar a pasta. Em todos os casos deve-se garantir que os contaminantes presentes na água não interfiram na cinética de hidratação do Cimento Portland, de forma a não minorar o desenvolvimento de resistência mecânica dos compostos de cimento, e não reajam com os constituintes do concreto ou argamassa, evitando manifestações patológicas ao longo do tempo, desencadeadas ou aceleradas por processos expansivos ou degenerativos, por exemplo. Para tal, para garantia da durabilidade a norma estabelece limites máximos para teores de álcalis, sulfatos e cloretos.
A água a ser utilizada na fabricação de blocos de concreto estruturais não pode conter substâncias que alterem a reologia do concreto
É possível fazer a reutilização da água para a produção de artefatos? Neste caso, quais os cuidados?
Sim, é possível. O anexo A da ABNT NBR 15900-1 trata desse tema, informando que tipo de água pode ser reutilizada e como avaliar sua qualidade para o uso em concreto. De forma geral, para os artefatos valem os mesmos requisitos estabelecidos para a água destinada à preparação de concreto, ou seja, além do cumprimento das demais exigências estabelecidas na norma, deve ser avaliado se o teor de material sólido em suspensão que será adicionado à mistura interfere ou não no desempenho esperado.
E em caso de blocos de concreto estruturais, o que se recomenda em relação à água?
A água a ser utilizada na fabricação de blocos de concreto estruturais não pode conter substâncias que alterem a reologia do concreto em teores que sejam suficientes para prejudicar o desempenho mecânico do bloco. Além do cumprimento dos valores de resistência característica à compressão, exigidos pela ABNT NBR 6136:2016 (Blocos vazados de concreto simples para alvenaria - Requisitos), deve-se considerar também o fluxo de produção, para não limitar ou dificultar o processo produtivo devido a períodos maiores de cura ou limitações na movimentação das peças, em função de desenvolvimento mais lento da resistência. A avaliação da água pode ser feita a partir da limitação do teor desses contaminantes, como previsto na ABNT NBR 15900-1, realizando ensaios químicos para sua quantificação de acordo com as partes específicas dessa norma, em amostras coletadas conforme a Parte 2 (ABNT NBR 15900-2). Outra possibilidade é realizar a avaliação a partir do desempenho comparativo, em ensaios de tempo de pega de pasta de cimento e resistência à compressão de corpos de prova de concreto ou argamassa, a partir de misturas preparadas com a água em análise e, paralelamente, com água de laboratório (destilada ou deionizada). A ABNT NBR 15900-1 estabelece os limites aceitáveis para as diferenças entre os resultados desses ensaios.
A quem cabe o controle da água usada nas fábricas de artefatos?
Certamente ao produtor dos artefatos, que escolhe e administra a aquisição de todos os insumos que entram na fabricação de seus produtos.
A ABNT NBR 15900 (Água para amassamento do concreto) está completando 10 anos desde a sua mais recente publicação. Existe alguma previsão de que ela passe por um novo processo de revisão?
Essa norma teve como inspiração inicial a norma internacional ISO 12439 (Mixing water for concrete), mas foi além da proposta internacional, tendo estabelecido toda a metodologia de ensaios e o procedimento de coleta para a obtenção das amostras de água a serem ensaiadas. A ISO 12439 foi publicada em 2009 e revisada em 2015, sendo incorporadas, nessa revisão, referências a métodos de ensaios para avaliação de amostras de água. A ABNT NBR 15900, composta de 11 Partes, e já contemplando essa metodologia de ensaios desde sua criação em 2009, foi confirmada em 2014 e novamente em 2018, sem ter recebido sugestões de alteração para seu aprimoramento.
A ABNT NBR 15900 (Água para amassamento do concreto) é uma evolução que complementa outras normas?
O trabalho de elaboração da ABNT NBR 15900 veio preencher uma lacuna que durante décadas permeou a normalização brasileira. De fato, a norma brasileira de cálculo e execução de estruturas de concreto (NB-1:1978), hoje ABNT NBR 6118, pela ausência de informações em outro documento normativo, trazia em seu texto alguns requisitos para a água destinada à preparação do concreto. Com a revisão dessa norma e a divisão de seu conteúdo, ela passou a referenciar a ABNT NBR 12654 (Controle tecnológico dos materiais constituintes do concreto, atualmente cancelada) e essa, por sua vez, referenciava a ABNT NBR 12655 (Concreto de Cimento Portland - Preparo, controle, recebimento e aceitação), que fechava o círculo indicando a ABNT NBR 6118 (atualmente, Projeto de estruturas de concreto).
Entrevistados
- Geólogo Arnaldo Forti Battagin, gerente dos laboratórios da ABCP (Associação Brasileira de Cimento Portland) e representante da ABCP nas comissões de estudos de normalização da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT).
- Engenheira civil Inês Laranjeira da Silva Battagin, superintendente do ABNT/CB-018 (Comitê Brasileiro de Cimento, Concreto e Agregados).
Contatos
arnaldo.battagin@abcp.org.br
ines.consult@abcp.org.br
De museu a prédios sustentáveis, EUA se rendem ao pré-fabricado
A 56ª edição do prêmio PCI Design Awards, promovido pelo instituto de concreto pré-fabricado e protendido (Precast/Prestressed Concrete Institute) dos Estados Unidos, mostra que a construção industrializada do concreto está cada vez mais incorporada à engenharia e à arquitetura norte-americana. “O PCI Design Awards reconhece os melhores projetos estruturais, arquitetônicos e de inovação no setor, mostrando que a indústria do concreto industrializado dos Estados Unidos tem compromisso com a sustentabilidade, o custo-benefício, a estética e a rapidez na construção”, diz Bob Risser, CEO do instituto.
Três construções foram contempladas com a premiação especial do PCI Design Awards 2019: o prédio da polícia do condado de Nassau, no estado de Nova York; o edifício-garagem da Universidade de Sacramento, na Califórnia, e o Museu Glenstone, em Maryland. As três obras se destacaram por agregar inovações em seus projetos. No caso da delegacia, que em 2012 foi destruída pelo furacão Sandy, sua reconstrução teve o foco em estruturas que possam suportar futuros eventos meteorológicos de grande impacto. O prédio conta com 236 peças pré-fabricadas e paredes-sanduíche revestidas com espuma de poliestireno expandido para garantir conforto térmico e acústico.
Já o edifício-garagem teve a sustentabilidade como protagonista. A começar pela fábrica escolhida para produzir as peças pré-moldadas. A indústria tem 50% da energia que consome gerada por painéis solares. O prédio também serviu de laboratório para que o departamento de engenharia civil da universidade utilizasse elementos de concreto feitos em impressoras 3D. Das 15.163 peças usadas na construção, 9.074 usaram a tecnologia 3D. Isso encurtou a execução da obra de 24 meses para 11 meses. O projeto recebeu a certificação Gold Parksmart, do Green Building Certification Inc.
Versatilidade da construção industrializada do concreto levou o PCI Design Awards 2019 a premiar 22 construções
O terceiro contemplado com a premiação especial foi o Museu Glenstone. O projeto incluiu 28.782 paredes arquitetônicas e 23.212 elementos estruturais, dos quais 1.400 tinham encaixes exclusivos, o que exigiu mais detalhamento da produção, do transporte e da instalação. “Os maiores desafios do projeto estavam relacionados ao tamanho, quantidade e delicadeza dos painéis individuais. Como a estrutura apresenta um acabamento já moldado na fôrma não poderia haver imperfeições”, diz Chris Cruze, gerente de projetos da fabricante dos elementos pré-fabricados de concreto: a Gate Precast.
No total, o PCI Design Awards 2019 premiou 22 construções. Entre elas, há hospitais, escolas, edifícios residenciais, museus, universidades, ginásios, estádios, igrejas, pontes, viadutos, muro de contenção e um complexo viário em Marietta, na Geórgia, que inclui 30 viadutos e pontes, os quais utilizam vigas de concreto protendido apoiadas em pilares pré-fabricados. “O uso desses elementos possibilitou um processo de construção mais rápido. Houve trechos que foram montados em uma noite”, justifica Timothy M. Williams, engenheiro-chefe da Archer-Western Contractors (empreiteira responsável pela obra).
Acesse o link e veja todas as obras premiadas no PCI Design Awards 2019
Entrevistado
Instituto de concreto pré-fabricado e protendido dos Estados Unidos (Precast/Prestressed Concrete Institute) (via assessoria de imprensa)
Contato: tbagsarian@pci.org
Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330
Construção civil investe em equipamentos robotizados
Na recente edição da bauma, a maior feira de equipamentos para a construção civil, e que ocorre a cada 3 anos em Munique, na Alemanha, foi apresentado o “termômetro bauma da indústria”. Trata-se de medição de tendências. De acordo com as respostas de boa parte dos entrevistados, existe a predisposição em investir em novos equipamentos que priorizem a robótica. Foram ouvidos 10 mil empresários de várias nacionalidades, entre os que estiveram na feira. Para 28%, a robótica já é realidade em suas fábricas. Já 25% disseram que estão em processo de adequação de suas máquinas à era da indústria 4.0.
As razões para o investimento em “máquinas inteligentes” para a construção civil têm vários motivos, avalia Klaus Dittrich, presidente e CEO da Messe München - organizadora da bauma. “Uma das causas é que as empresas entendem esse investimento como imprescindível para se manterem competitivas no longo prazo”, diz. Outra razão é que os empresários do setor alegam dificuldades em contratar trabalhadores qualificados e também dizem ter consciência de que o futuro será das máquinas que operam de forma independente. Essa é a opinião de 58% dos entrevistados.
Para os analistas da bauma, a demanda por equipamentos robotizados já é realidade nos países industrializados, mas ainda não é prioridade em nações emergentes, como China, Índia, Rússia e Brasil. Nos Estados Unidos, no Canadá, no Japão e nas potências econômicas da Europa a busca por esse tipo de máquina se deve à crescente pressão competitiva (31% das respostas), leis e regulamentações ambientais mais rígidas (24%) e a digitalização de processos de negócios (19%). “Para permanecer aptas para o futuro, as empresas da construção devem incorporar permanentemente processos e sistemas inovadores”, destaca Klaus Dittrich.
Canteiros de obras se aproximam da indústria 4.0: caminho sem volta
Entre as máquinas com esse perfil, apresentadas na bauma 2019, os visitantes encontraram equipamentos com sensores e interfaces de comunicação que coletam dados e ajudam a melhorar a produtividade, o consumo de materiais e os custos operacionais. Além disso, ferramentas digitais ajudam a automatizar os fluxos de trabalho, o que está se tornando cada vez mais relevante, principalmente devido à escassez de mão de obra qualificada. A feira mostrou ainda máquinas que operam por óculos de realidade virtual, como pequenas escavadeiras, guindastes, gruas e empilhadeiras.
Entre os visitantes da bauma existe um bom número de empresários que atua com concretagem e industrialização do concreto. Para esses clientes, uma unidade totalmente automatizada para a produção de elementos para casas pré-fabricadas foi apresentada na feira. Sensores afixados em pontos das fôrmas se comunicam sem fio com uma unidade central de processamento. A margem de erro da concretagem é inferior a 2 milímetros, garante o fabricante italiano. “Parece ser um caminho sem volta. Estamos indo em direção aos canteiros de obras com controle digital. Quando eles chegarão? A bauma mostrou que estão cada vez mais próximos”, finaliza Mareile Kästner, diretora de exposição da feira alemã.
Veja como funciona uma unidade automatizada de elementos pré-fabricados
Entrevistado
Messe München, organizadora da bauma (via assessoria de imprensa)
Contato: info@bauma.de
Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330
Só com engenharia de manutenção, PIB do Brasil cresceria 2%
Organismos internacionais recomendam que os países invistam anualmente pelo menos 2% do PIB na manutenção de obras de infraestrutura. O Brasil atualmente investe praticamente zero em engenharia de manutenção, segundo revelado no seminário “Pontes, viadutos, barragens e a conservação das cidades - Engenharia de manutenção para garantir segurança e qualidade de vida”.
O evento foi promovido recentemente pela Federação Nacional dos Engenheiros (FNE), que, para dar sustentação aos debates, apresentou estudo coordenado pelo engenheiro civil Ciro José Ribeiro Villela Araújo, chefe da Seção de Engenharia de Estruturas do Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT). O levantamento abrangeu 22 cidades brasileiras - entre elas, 11 capitais -, e apontou que 20% das obras de arte em áreas urbanas do país se encontram em estado de pré-colapso.
O estudo sobre engenharia de manutenção, apresentado em 17 de junho de 2019, faz parte de um programa mais amplo coordenado pela FNE, intitulado “Cresce Brasil + Engenharia + Desenvolvimento”. Nele, a federação de engenheiros defende um plano nacional de desenvolvimento sustentável nas áreas de energia, ciência e tecnologia, meio ambiente, recursos hídricos e saneamento, comunicações, transportes de cargas e coletivo e agricultura.
As propostas concentradas no “Cresce Brasil + Engenharia + Desenvolvimento” estimam que a construção civil do país tem potencial para crescer a taxas de 6% ao ano, desde que se ampliem as parcerias público-privadas, reduzam-se os juros e seja facilitado o acesso ao crédito. O programa foi consolidado a partir de 14 seminários sobre os temas considerados relevantes pela FNE, e realizados nas cinco regiões do Brasil.
Saiba quais são as anomalias mais comuns em pontes, viadutos e passarelas
No estudo coordenado pelo chefe da Seção de Engenharia de Estruturas do IPT constatou-se que as anomalias mais comuns em pontes, viadutos e passarelas são danos em aparelhos de apoio, problemas em juntas de dilatação, descuido com sistemas de drenagem, fissuras e trincas, corrosões de armadura, danos nos pavimentos e em barreiras rígidas e guarda-corpos. “É preciso uma cultura de inspeção e manutenção de pontes e viadutos, demonstrando a importância significativa dessas atividades para a racionalização de custos e para a máxima garantia de segurança para os cidadãos”, conclui o estudo.
A pesquisa teve como ponto de partida o levantamento de 2005, do Sinaenco (Sindicato Nacional das Empresas de Arquitetura e Engenharia Consultiva), intitulado “Prazo de validade vencido”. A partir dele foi criado um banco de dados sobre estruturas em “estado febril”, ou seja, que já começavam a dar sintomas de que necessitavam de reparos.
O estudo do Sinaenco finaliza com o seguinte alerta: “É preciso superar certo senso comum que vê no concreto uma durabilidade quase infinita, o que leva à displicência em relação a programas contínuos de inspeção, conservação, manutenção e reparos. Mesmo o prazo médio de durabilidade das obras em concreto, estimado em torno de 50 anos no Brasil, só pode ser atingido se eventuais patologias forem identificadas antes que se alastrem, comprometendo a integridade e as características do material.”
Veja estudo apresentado pela Federação Nacional dos Engenheiros
Entrevistado
Federação Nacional dos Engenheiros (via assessoria de imprensa)
Contato: imprensa@seesp.org.br
Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330