Balancim na construção civil: veja como usá-lo com segurança
Utilizado em reformas, limpeza e acabamento de fachadas, o balancim é uma espécie de andaime suspenso por cabos de aço, idealizado para viabilizar o acesso a lugares mais altos. Há modelos manuais, com movimentação feita por meio de manivelas acionadas pelo operador, e elétricos, com a presença de motores em cada extremidade da estrutura.
"A determinação do tipo de balancim é feita pelo engenheiro de Segurança do Trabalho ou pelo engenheiro responsável pela obra ou serviço", explica a engenheira civil e engenheira de segurança do trabalho, Maria Mercedes Furegato, coordenadora-adjunta da Câmara Especializada de Segurança do Trabalho do Crea-SP. "Geralmente, esses profissionais buscam empresas especializadas para, juntos, pensarem na melhor solução."
Em relação à segurança quanto ao uso do equipamento, Furegato diz que o primeiro requisito é que o andaime suspenso tenha um projeto específico para cada obra ou serviço. "Além disso, é necessário seguir a orientação de instalação e manutenção do mesmo e que haja uma Anotação de Responsabilidade Técnica (ART) deste projeto e instalação. Outro item importante é o treinamento específico de como utilizar o balancim, que deve ser feito pelos trabalhadores que irão fazer o serviço."
Jefferson Silva, consultor de engenharia da Abrasfe (Associação Brasileira das Empresas de Fôrmas, Escoramentos e Acesso), afirma que cada tipo de serviço a ser executado necessita de um tipo de balancim. "Quanto mais rápida for a atividade a ser feita, mais indicados são os balancins motorizados (elétricos), para que o equipamento seja condizente ao escopo e não atrase os serviços."
O engenheiro diz que os fornecedores de balancins possuem metodologias pré-dimensionadas que são aplicadas de acordo com as especificidades de cada obra - e que, em casos mais complexos, são desenvolvidos sistemas especiais, de acordo com uma análise dos projetos de estrutura. "Vale reforçar que os sistemas de fixação exercem esforços na estrutura, que são informados pelos locadores, e cabe ao proprietário da obra verificar com o engenheiro calculista. Em alguns casos, reforços em estrutura são realizados, ou seja, a escolha do sistema de fixação deve ser sempre uma decisão bilateral (locador e contratante)."
Silva também destaca a importância de haver o conhecimento das normas referentes ao sistema de balancim e trabalho em altura, como NR 35, NR 18, ABNT NBR 6123 e ABNT NBR 6494, além de treinamento aos que irão utilizar o equipamento. Ele cita algumas exigências que devem ser atendidas:
- Dispor de ponto de ancoragem do SPIQ [Sistema de Proteção Individual contra Quedas] independente do ponto de ancoragem do andaime;
- Ter largura útil da plataforma de trabalho de, no mínimo, 0,65 m;
- O sistema de suspensão do andaime deve ser feito por cabos de aço, garantir seu nivelamento e ser verificado diariamente pelos usuários e pelo responsável pela obra, antes de iniciarem os trabalhos;
- Proibido interligar as estruturas (plataformas);
- Ter no máximo 8 m de comprimento.
De acordo com o consultor da Abrasfe, a tecnologia vem colaborando para a maior segurança no uso do balancim, com a criação de novos sistemas de acionamentos. "Como os elétricos, com o comando de controle feito na plataforma de trabalho de forma simples e segura, o que garante excelente produtividade, e o de manivela, com acionamento manual com agilidade, leveza e segurança", explica. Ele também cita o sistema de plataforma cremalheira, que é uma plataforma de trabalho motorizada suspensa por motores elétricos - um equipamento fixado na própria edificação, permitindo sua instalação antes da finalização da estrutura do prédio, e que, por estar fixa, não trepida e não balança. "Locais onde possuem ventos fortes é imprescindível a utilização desse equipamento."
Fontes
Jefferson Silva, consultor de engenharia da Abrasfe (Associação Brasileira das Empresas de Fôrmas, Escoramentos e Acesso)
Maria Mercedes Furegato, coordenadora-adjunta da Câmara Especializada de Segurança do Trabalho do Crea-SP
Jornalista responsável
Fabiana Seragusa
Vogg Experience
A opinião dos entrevistados não reflete necessariamente a opinião da Cia. de Cimento Itambé.
12º Prêmio Obra do Ano homenageia projetos com pré-fabricados de concreto
A Associação Brasileira da Construção Industrializada de Concreto (Abcic) anunciou os vencedores do 12º Prêmio Obra do Ano em Pré-Fabricados de Concreto na última semana de novembro. Dentre os vencedores estão empresas de pré-fabricados, os arquitetos e engenheiros projetistas de estruturas que usam o sistema construtivo em seus projetos.
“As obras retratam o estado da arte da pré-fabricação no Brasil e são resultado do trabalho realizado pelo setor, com investimento em tecnologia e aprimoramento constante em gestão de processos, produção, qualidade e pessoas”, declarou o Comitê do Júri.
Para a engenheira Íria Doniak, presidente executiva da Abcic, a 12ª edição do Prêmio Obra do Ano mostrou a versatilidade do sistema construtivo, ao reunir obras de diversas tipologias, que vem contribuindo para uma maior produtividade, sustentabilidade, qualidade, segurança e desempenho em obras de todo o país. "Ao longo de 12 anos do Prêmio Obra do Ano, temos recebido obras espetaculares, que unem projetos inovadores tanto do ponto de vista arquitetônico como da engenharia estrutural”, destacou.
Confira quais foram as obras vencedoras:
Destaque do Júri do Prêmio Obra do Ano: Arena MRV
Nesta edição, a Arena MRV, localizada em Belo Horizonte (MG), recebeu o Prêmio Obra do Ano como Destaque do Júri. Esta categoria premia obras excepcionais devido à sua magnitude ou complexidade, que se destacam independentemente da sua categoria. Por isso, este projeto é considerado o projeto de maior relevância.
Com espaço para 47 mil espectadores, a Arena MRV é o Estádio do clube Atlético Mineiro. O projeto foi concebido seguindo princípios modernos de arenas versáteis, enfrentando o desafio de uma estrutura que se alinhasse com o design arquitetônico proposto por Bernardo dos Mares Guia Farkasvölgyi, da Farkasvölgyi Arquitetos Associados. Este design se baseou em formas curvas e teve preocupações acústicas e ambientais. Para atender às demandas do projeto, a Precon Pré-Fabricados colaborou com a Codeme e a Tech-Estrutura para criar formas especiais que atendessem aos requisitos de padronização mínimos, visando aumentar a produtividade, além de aplicar alta tecnologia na fabricação dos elementos. Ao todo, foram utilizados aproximadamente 50 mil metros cúbicos de concreto, com traços específicos. A indústria conseguiu agilizar a produção e montagem dos elementos, utilizando guindastes e gruas de grande capacidade. O projeto estrutural foi desenvolvido pelo engenheiro Isnar Maia, da Tech-Estrutural.
Categoria Edificações: Scala Data Center
Na categoria Edificações, a obra vencedora foi o Scala Data Center, localizado em Barueri (SP). Ele é composto por dois edifícios verticais, abastecidos exclusivamente com energia renovável certificada e com alta eficiência energética. Conta ainda com operação com impacto zero em recursos hídricos. Com mais de 50 metros de altura, foi feito totalmente com pré-fabricados (pilares, vigas, lajes, painéis e escadas), o que possibilitou que o edifício fosse montado em 92 dias, sem nenhum acidente do trabalho e com pouquíssimo emprego de mão de obra e impacto ambiental.
A Protendit forneceu as estruturas, enquanto o projeto arquitetônico foi concebido por Panagiotis Lazaridis, da LZA Engenharia e Projetos. Já o projeto estrutural foi realizado pelo engenheiro Sander David Cardoso, da Protendit.
Categoria Infraestrutura: Trincheira Bidirecional do Complexo Viário Tatti Moreno
Na categoria de Infraestrutura, o Prêmio Obra do Ano foi concedido à Trincheira Bidirecional do Complexo Viário Tatti Moreno, localizada em Salvador (BA). Essa obra representa uma extensão do projeto do BRT, ampliando significativamente a mobilidade em uma das áreas de tráfego mais intenso na capital baiana, resultando na redução do tempo de deslocamento nessa região. A montagem da obra utilizou pré-lajes e vigas protendidas de até 18 metros de comprimento. Durante a fabricação desses componentes, a empresa empregou concreto com uma resistência de 40 MPa para liberar a protensão e controlar as deformações iniciais.
O projeto estrutural foi concebido pelo engenheiro Murillo Miranda, da Murillo Miranda Engenheiros Consultores Associados. A montagem da obra foi realizada em um período de 90 dias não consecutivos pela T&A Pré-Fabricados.
Categoria Pequenas Obras: Adega Cervejaria Império
Situada em Frutal (MG), a Adega Cervejaria Império venceu a categoria Pequenas Obras. Os principais desafios desta obra foram as cargas de imensa magnitude e a geometria complexa. Vigas curvas pré-fabricadas suportaram uma carga massiva de 21.000 toneladas. Isso foi possível devido ao fato de serem projetadas e produzidas com concreto de alto desempenho e montadas através de ligações mistas (metálica/concreto), com grande capacidade de resistir aos esforços.
A Protendit foi a empresa responsável pela fabricação prévia dessas vigas de concreto. O projeto arquitetônico foi elaborado por Adriano Mello, da Adriano Mello Engenharia, enquanto Sander David Cardoso, da Protendit, liderou o projeto estrutural.
Categoria Júri Popular: Centro Comercial Centerlar Bettega
A obra vencedora na categoria que contabiliza os votos populares foi o Centro Comercial Centerlar Bettega, em Curitiba (PR). Ela também recebeu uma menção honrosa na categoria Pequenas Obras. Realizada pela Cassol Pré-Fabricados, contou com projeto arquitetônico de Maria Lucia de Mattos Soares e projeto estrutural de Cristiano Soares Rodrigues.
Sustentabilidade
Nesta edição, a sustentabilidade foi destaque entre as obras inscritas. Por isso, o Comitê do Júri conferiu o Destaque Sustentabilidade a duas obras. Uma delas foi a Passarela Tubarão (Passarela Ângelo Antônio Zabot), em Tubarão (SC), realizada pela Cassol Pré-Fabricados. Feita em concreto armado, ela conta com cerca de quatro metros de largura e traz uma ciclofaixa, além de uma área livre para a circulação de pedestres e cadeirantes. A outra é a Ecourbis Transbordo Vergueiro, situada em São Paulo (SP), que se trata de uma peça fundamental na logística do sistema de transporte de resíduos domiciliares na cidade. Feita pela Leonardi Construção Industrializada Ltda, a reforma e modernização tinha como intuito trazer benefícios para o entorno, como a eliminação de ruídos e odores, além da valorização da região com um novo paisagismo.
De acordo com a Abcic, elas possuem particularidades que agregam características ao ambiente construído, beneficiando a cidade em todo o seu ciclo de vida, especialmente, à comunidade, destacando conceitos como bem-estar e a valorização da natureza.
Fonte
Íria Doniak é engenheira e presidente executiva da Associação Brasileira da Construção Industrializada de Concreto (Abcic)
Contato
Assessoria de imprensa Abcic - elizabeth@meccanica.com.br
Jornalista responsável
Marina Pastore
DRT 48378/SP
A opinião dos entrevistados não reflete necessariamente a opinião da Cia. de Cimento Itambé.
CUB da construção civil: como funciona?
Como saber se um imóvel está dentro dos valores praticados no mercado? Com a complexidade e constante evolução do mercado imobiliário, um indicador se destaca como referência essencial para o setor da construção civil: o CUB, ou Custo Unitário Básico. Essa métrica, calculada pelos sindicatos estaduais da construção civil, tornou-se uma bússola para avaliar e estimar os custos de obras e empreendimentos. Além de ser um termômetro valioso para acompanhar a inflação setorial, o CUB desempenha um papel crucial no estabelecimento de parâmetros transparentes para o mercado. Veja como ele funciona.
Origem do CUB
Nos anos 1950 e 1960, a ausência de um Banco Central e a dificuldade em medir a inflação traziam algumas dificuldades no mercado imobiliário. “Naquela época, o único jeito de se comprar um imóvel era com um financiamento da Caixa Econômica Federal ou diretamente com as incorporadoras, num processo que se chamava preço de custo. O método envolvia a divisão de um terreno entre cotistas, cada um contribuindo financeiramente para a construção do empreendimento. No entanto, esse modelo enfrentava dois problemas principais. O primeiro deles residia na falta de clareza sobre o que exatamente estava sendo adquirido. Essa incerteza era notória: não se sabia ao certo se os custos chegariam ao valor estabelecido, nem se valeriam tal investimento. Era impossível comparar um apartamento de 300 m2 com um de 200 m2, por exemplo. Ainda, os prédios levavam um tempo considerável para serem concluídos, muitas vezes extrapolando os valores estimados inicialmente”, explica Eduardo Zaidan, vice-presidente de Economia do Sindicato da Construção Civil do Estado de São Paulo (Sinduscon-SP).
O que é o CUB?
Em meados dos anos 1960, foi criado o Banco Nacional da Habitação (BNH) e estabelecida uma legislação para incorporações imobiliárias. Essa lei exigia o registro público de cada empreendimento, detalhando o projeto aprovado, as metragens e um orçamento mínimo. O artigo 53 dessa legislação delegava à Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) a responsabilidade de desenvolver uma norma para orçamentação e regramento das áreas, segundo Zaidan.
“Assim surgiu a NB 140, posteriormente atualizada para NBR 12721, que estabeleceu o CUB (Custo Unitário Básico) como referência. Esse indicador determina o valor mínimo pelo qual um imóvel pode ser comercializado, baseado em um cálculo mensal realizado pelos sindicatos estaduais da construção civil, seguindo critérios específicos para diferentes padrões de construção”, revela Zaidan.
Ainda, o vice-presidente de Economia do Sinduscon-SP ressalta que se supõe que não é permitido vender nenhum imóvel por menos do que o custo unitário básico por metro quadrado.
“Quando um incorporador lança um edifício, seja ele de poucos andares ou de 45 andares, é obrigatório registrar o memorial de incorporação de acordo com as normas estabelecidas. Essas normas detalham o que cada metro quadrado representa: há a área privativa, dentro das unidades, a área de uso comum, tanto coberta quanto descoberta, contemplando espaços como o térreo e a garagem. Elas definem precisamente como calcular a metragem quadrada de cada apartamento, garantindo uniformidade nos critérios. Por exemplo, se um apartamento é descrito como tendo 138,5 m² de área privativa, qualquer unidade com essa mesma medida atende ao critério estabelecido”, esclarece Zaidan.
Zaidan ainda aponta que toda a regulamentação das áreas é preenchida no registro de incorporação, que funciona como a certidão de nascimento de um imóvel. “Os quadros de áreas são minuciosamente especificados, incluindo detalhes como a localização da unidade no prédio, suas dimensões privativas, áreas comuns descobertas e até a porcentagem correspondente na garagem. Um engenheiro civil ou arquiteto assina e submete uma Anotação de Responsabilidade Técnica (ART) referente a esses cálculos, depositando todos os documentos no registro de imóveis, tornando-os públicos”, pontua.
A fiscalização dessas normas é respaldada legalmente, sendo crime vender imóveis com valores menores do que aquele estabelecidos pelo CUB. “Apesar disso, casos de desrespeito são raros, uma vez que a lei foi amplamente aceita e cumprida pelo mercado”, afirma Zaidan.
Como é calculado o CUB?
O CUB (Custo Unitário Básico) é calculado com base em uma série de critérios e fatores que compõem os custos da construção civil. O cálculo é geralmente feito pelos sindicatos estaduais da construção civil, seguindo as diretrizes estabelecidas pela Norma Brasileira de número 12721 (NBR 12721). A norma detalha como os custos devem ser computados e como a metragem das construções deve ser considerada.
“A norma estabelece padrões para diferentes tipos de construção e diferentes níveis de acabamento, permitindo a aplicação de coeficientes que ajustam os custos conforme o tipo e qualidade da obra. Esses elementos são combinados de acordo com as orientações da norma para calcular o custo unitário por metro quadrado para diferentes tipos de construção, como residências, prédios comerciais, escritórios, entre outros, fornecendo uma referência confiável para estimativas de custos na construção civil”, aponta o vice-presidente de Economia do Sinduscon-SP.
Zaidan aponta que manter a coleta de dados sobre os materiais nas construtoras é um desafio considerável. “Para obter uma amostra representativa, é necessário interagir com várias partes, contatando mensalmente os setores de suprimentos das empresas para levantar informações sobre preços de itens como tinta, cimento, gesso e outros materiais. Esse processo demanda uma quantidade significativa de energia e esforço contínuo. Em São Paulo, por exemplo, contamos com a colaboração da Fundação Getúlio Vargas (FGV) para realizar esse cálculo com as melhores técnicas disponíveis. Mas há um trabalho prévio para validar e corrigir informações discrepantes. Quando há uma aceleração rápida na inflação ou deflação, os cálculos estatísticos precisam ser ajustados. Existem técnicas estatísticas específicas para tratar essas variações, seja por meio da média, ajustes nos padrões ou outras abordagens que consideram essas oscilações para refletir com precisão as mudanças nos custos”, informa.
Para que serve o CUB?
O CUB serve para ter um termômetro da inflação setorial. Além disso, possui diversas aplicações legais, sendo comumente utilizado pelo tribunal para diversos fins e por algumas prefeituras como base para o cálculo do ISS. “Este índice é reconhecido por sua confiabilidade e é disponibilizado mensalmente até o dia 5 de cada mês, sendo publicado no Diário Oficial do Estado de São Paulo, no caso do estado de São Paulo”, destaca Zaidan.
Fonte
Eduardo Zaidan é vice-presidente de Economia do Sindicato da Construção Civil do Estado de São Paulo (Sinduscon-SP)
Contato
Assessoria de imprensa Sinduscon-SP – dbarbara@sindusconsp.com.br
Jornalista responsável
Marina Pastore
DRT 48378/SP
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Santos investe cerca de R$ 100 milhões em obras de contenção de encostas e drenagem
A Prefeitura de Santos anunciou no começo de outubro o início das obras de contenção de encostas e drenagem no Morro da Caneleira, que receberá um sistema de drenagem superficial e contenção em solo grampeado, revestido com concreto armado, para garantir a segurança do terreno.
Já em novembro, foi concluída parte das obras no Morro do Ilhéu Alto, que ganhou um painel de 200 metros quadrados com tela entrelaçada com cabos de aço e revestimento anticorrosivo, para garantir estabilidade e evitar que o bloco de rocha se solte. Essas duas iniciativas fazem parte do programa Santos Mais Bonita, que foi lançado em 2022 e prevê um investimento de R$ 97,5 milhões em obras de contenção de encostas, drenagem, zeladoria e acessibilidade em morros da cidade.
A definição dos locais prioritários do projeto foi feita a partir de um mapeamento detalhado das áreas afetadas pelas fortes chuvas em março de 2020, realizado pela Defesa Civil, pela Secretaria de Serviços Públicos (Seserp) e pela Secretaria de Infraestrutura e Edificações (Siedi). De acordo com a Siedi, os projetos colocados em prática já estão beneficiando cerca de 30,4 mil pessoas.
"Essas obras são essenciais para melhorar a condição de segurança dos morros e até a permanência de muitas moradias, que, se não fosse isso, teriam que ser, em alguns casos, até realocadas ou removidas", afirma Daniel Onias, coordenador da Defesa Civil de Santos. Ele também ressalta a importância de manter o acompanhamento especializado e frequente nos locais. "Agora, o que precisa para melhorar a segurança é justamente evitar novas ocupações em áreas de risco e o monitoramento constante, principalmente no período de chuvas intensas."
Obras realizadas e em andamento
Os projetos de contenção de encostas e de drenagem vêm sendo realizados em diferentes frentes. A Siedi, por exemplo, conta que em 2023 fez a entrega de duas obras em morros de Santos: no Monte Serrat (Caminho da Pedreira) e no Morro Cachoeira.
Cada uma custou R$ 3,1 milhões, sendo que a primeira contou com recursos do governo do Estado, por meio da Secretaria de Governo e Relações Institucionais (ex-Secretaria de Desenvolvimento Regional), enquanto a segunda foi viabilizada a partir de recursos de financiamento realizados junto à Caixa Econômica Federal, por meio da linha de crédito dedicada ao segmento Infraestrutura e Saneamento.
Em relação a obras em andamento, a Siedi destaca a contenção, drenagem, estabilização e acessibilidade da Escadaria Joana D'Arc, no Morro São Bento (no valor de R$ 1,7 milhão, vindo do governo do Estado), e a contenção e drenagem na Alameda Prefeito José Monteiro 2, no Morro Cachoeira (R$ 3,8 milhões, com financiamento da Caixa).
A Seserp, por sua vez, está com projetos em andamento em diversas regiões da cidade, como o Morro do José Menino, o Morro do Saboó e o Morro Santa Maria, com ações que preveem desde contenção e drenagem até pavimentação e reurbanização em escadarias.
Já a Secretaria das Prefeituras Regionais dos Morros anuncia diversas obras que devem ser iniciadas nos próximos meses, incluindo estabilização de encosta e adequação da rede de drenagem no Morro Fontana e a construção de muro de arrimo, proteção de encosta e reconstrução e reforço de canaletas de drenagem no Morro Marapé.
Fontes
Daniel Onias, coordenador da Defesa Civil de Santos
Secretaria de Infraestrutura e Edificações (Siedi)
Secretaria das Prefeituras Regionais dos Morros
Secretaria de Serviços Públicos (Seserp)
Jornalista responsável
Fabiana Seragusa
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Mercado imobiliário registra alta de vendas no 3º trimestre, segundo pesquisa
Todas as capitais e as principais regiões metropolitanas do Brasil participaram da pesquisa Indicadores Imobiliários Nacionais do 3º trimestre de 2023, elaborada pela Brain Inteligência Estratégica e divulgada pela Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) no dia 27 de novembro.
Realizado em 219 cidades, o estudo mostra que houve um aumento de 6,5% na venda de imóveis, em comparação com o trimestre anterior, e um aumento de 4,2% tendo em vista o mesmo período do ano passado - no 3º trimestre de 2022, houve 79.101 unidades vendidas, e, agora, 82.385.
Por outro lado, o número de lançamentos caiu 8,6% em relação ao trimestre anterior, e a queda foi ainda maior, de 20,3%, se comparado ao mesmo período de 2022 (foram lançadas 81.001 unidades no 3º trimestre do ano passado, ante as 64.541 de agora).
Já o programa Minha Casa, Minha Vida (MCMV) demonstra estar reaquecido, segundo a CBIC, considerando o crescimento de 13% nas vendas e de 35,8% em lançamentos, em relação aos três meses anteriores. Com as mudanças que entraram em vigor em julho, principalmente com a retomada da faixa 1 (que contempla famílias com renda mensal de até R$ 2.640,00), o programa foi responsável por 46% de todas as unidades lançadas do trimestre, enquanto no trimestre passado o correspondente ficou na faixa de 31%.
"As vendas foram fortes e resilientes este ano apesar da queda nos lançamentos, mostrando que o mercado está demandante", avalia Renato Correia, presidente da CBIC. "Também temos as novas regras do MCMV e que foram importantes para viabilizar a retomada de vendas e lançamentos do programa."
Para Celso Petrucci, economista-chefe do Secovi-SP, os números também demonstram amadurecimento do mercado imobiliário, que percebeu defasagem no preço e no custo da construção e segurou o anúncio de novos imóveis. "O mercado, em função de todo o descolamento de custo que tivemos no passado, das regras do programa MCMV, que só vieram a partir de julho [o setor esperava para o início do ano], da adequação dos tetos e do subsídio, reduziu os lançamentos nos últimos 12 meses em 52 mil unidades, o que é bastante significativo."
Outro destaque do levantamento realizado pela CBIC tem a ver com o valor dos imóveis, que registrou um crescimento de 3,9% no 3º trimestre, superando a variação do Índice Nacional de Custo da Construção (INCC), que foi de 0,6% no mesmo período. De acordo com Fábio Tadeu Araújo, sócio-diretor da Brain, o aumento pode ser explicado não apenas pelo preço, em si, mas também pela variação dos produtos comercializados.
"Essa mudança decorre de dois movimentos simultâneos: de uma recomposição de preços efetivos, de aumento acima da inflação, na tabela, e de uma mudança no tipo de produto lançado, já que se lança mais produto de médio e alto padrão", explica. Ainda segundo Araújo, isso tem a ver com a queda do número de unidades do MCMV nos trimestres anteriores, que fez com que o preço médio de mercado, como um todo, ficasse maior.
Fontes
Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC)
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Fabiana Seragusa
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Como diminuir o impacto de chuvas e tempestades na construção civil
Uma chuva intensa de 10 minutos pode causar transtornos que levam meses para serem corrigidos durante a realização de uma obra. É o que afirma o engenheiro civil David Fratel, diretor-executivo da Kallas Engenharia e coordenador do Grupo de Trabalho de Recursos Humanos (GTRH) do SindusCon-SP (Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de São Paulo).
"A decisão de adiar ou ajustar o início de obras durante o período de chuvas está enraizada na análise criteriosa desses padrões climáticos, visando assegurar a eficiência, qualidade e segurança das construções, minimizando os riscos associados às condições meteorológicas desfavoráveis, que estão intimamente ligadas à fase da obra e às consequências que o alto volume de chuvas poderá causar", diz Fratel, que também é coordenador e professor dos cursos de pós-graduação do Instituto Mauá de Tecnologia.
O engenheiro destaca que a análise histórica dos padrões pluviométricos, como a feita pelo Climatempo, revela um período mais acentuado de chuvas entre outubro e março, ao longo de mais de 30 anos de registros, e que, nesses meses, as construtoras adotam precauções para minimizar os impactos. "Por exemplo, evitam-se serviços que envolvam movimentação de terra, escavações profundas ou a construção de fundações, já que essas etapas são mais sensíveis e podem ser comprometidas pelo excesso de água. Além disso, medidas preventivas como a implementação de sistemas provisórios de drenagem, a proteção de áreas de trabalho contra erosões e a utilização de materiais e técnicas construtivas mais resistentes às intempéries são comuns nesse período."
Já em relação à tecnologia, Fratel conta que ela tem desempenhado um papel fundamental na gestão de riscos e na otimização do desenvolvimento de obras, oferecendo soluções inovadoras que ajudam a lidar com os desafios impostos pelas condições climáticas e a aprimorar o processo construtivo. Além de contribuir para a previsão e o monitoramento climático avançado, com dados em tempo real, existem softwares de simulação e modelagem que conseguem prever os impactos das chuvas e das tempestades nas obras, tornando possível realizar ajustes nos projetos para torná-los mais resilientes.
Ferramentas como a impressão 3D, a pré-fabricação e os métodos construtivos modulares também podem reduzir o tempo de construção e minimizar a exposição aos elementos climáticos, ressaltando a importância da industrialização para o setor. Ainda segundo o profissional, plataformas de gerenciamento online de projetos, inspeções virtuais de canteiros de obras e sistemas de drenagem inteligente, que reduzem o impacto das chuvas nas obras, também são elementos fundamentais para a realização de um projeto. "Essas tecnologias não apenas ajudam a mitigar riscos decorrentes das condições climáticas, mas também abrem caminho para novas abordagens na construção civil, permitindo mais eficiência, precisão e sustentabilidade ao longo de todo o ciclo de vida de uma obra."
O coordenador do SindusCon-SP destaca, ainda, alguns aspectos nos quais engenheiros e profissionais, de forma geral, precisam ficar mais atentos em caso de previsão de chuva ou tempestade durante a obra - além da adoção das tecnologias disponíveis. São eles: proteção dos trabalhadores (com equipamentos individuais e locais adequados de abrigo), estabilidade do local, estabilidade dos materiais e equipamentos empregados, proteção de materiais, drenagem e escoamento, planejamento flexível (estar preparado para ajustar o cronograma e até suspender atividades temporariamente) e gestão de riscos com antecipação de impactos (identificar áreas vulnerárias e tomar medidas preventivas para minimizar danos).
"A análise constante de riscos é essencial para garantir a segurança, a continuidade e a qualidade da obra diante de condições climáticas desfavoráveis", enfatiza Fratel. "É fundamental que os engenheiros e profissionais estejam preparados para lidar com essas situações, adotando medidas preventivas e estratégias de contingência para minimizar os impactos negativos nas obras."
Fonte
David Fratel, coordenador do Grupo de Trabalho de Recursos Humanos do SindusCon-SP
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Fabiana Seragusa
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Com 60 andares, arranha-céu sem vigas será lançado em 2025 em Balneário Camboriú
Os números impressionam: 60 andares, 240 metros de altura e 92 apartamentos, além de 9 unidades máster e uma cobertura. Assim será o Boreal Tower, edifício que já está com obras em andamento em Balneário Camboriú, no litoral norte de Santa Catarina, e tem entrega prevista para o início de 2025.
Realizado pela FG Empreendimentos, o novo arranha-céu tem como um de seus principais diferenciais o seu sistema estrutural, já que, segundo a empresa, o prédio será o primeiro da região a utilizar paredes de concreto com base no sistema de pilares e lajes. Isso permite que não sejam utilizadas vigas internas, proporcionando ambientes com espaços mais livres e que ofereçam maior flexibilidade e conforto aos moradores.
"O empreendimento é um verdadeiro exemplo de inovação e qualidade, fruto de um trabalho de equipe altamente qualificada e comprometida em atender às mais altas expectativas do mercado”, afirma André Bigarella, diretor de engenharia da FG. Uma técnica pouco usada no Brasil, conhecida como "pilled raft", foi utilizada na fundação do edifício. Com ela, um grande bloco de concreto armado é assentado diretamente no maciço rochoso e fixado com o auxílio de estacas raiz.
De acordo com Bigarella, os especialistas responsáveis pelo projeto, que vem sendo desenvolvido há mais de 10 anos, estão sempre em busca das mais recentes tecnologias para fortalecer a segurança e a qualidade das obras. "A equipe técnica da empresa viajou pelo mundo todo em busca das melhores tecnologias disponíveis no mercado, desde a logística de obra até a aplicação de tubulações, instalações e válvulas redutoras de pressão, além de sistemas de fachadas unitizadas e automação predial."
Ainda sobre o aspecto estrutural do Boreal Tower, sua logística de execução conta com sistema de alumínio e proteção de periferia para concretagem das lajes, eliminando o uso de formas de madeira. Também deixou de ser necessária a utilização de alvenaria, já que as paredes de periferia são pilares. Em relação à fachada, o projeto prevê a utilização de sistema de pele de vidro em toda a parte frontal, assim como vidros laminados nas janelas, enquanto o restante é composto por um sistema ventilado com ACM (Aluminium Composite Material), para garantir menor custo e maior durabilidade.
"Erguemos a estrutura e fazemos todo envelopamento do prédio em pele de vidro", explica o diretor da FG. "Com isso, ganhamos tempo, limpeza e também qualidade na obra, com toda a periferia protegida e fechada, trazendo segurança para os trabalhadores na obra e reduzindo drasticamente o impacto com a vizinhança."
Outros destaques do arranha-céu são o sistema de drywall, desenvolvido nos últimos seis anos pela empresa e que consiste em uma estrutura mais leve, eliminando a necessidade de reboco na torre, e a melhor acústica do prédio, obtida por meio do assentamento do porcelanato em uma manta customizada que garante um ambiente silencioso, além de absorver as movimentações naturais da estrutura.
Fontes
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Venda de equipamentos para construção deve cair em 2023 e crescer em 2024, diz estudo
A 18ª edição do Tendências no Mercado da Construção contou com a participação de aproximadamente 2 mil profissionais do setor em sua edição online, realizada no dia 23 de novembro. Durante o evento, a Associação Brasileira de Tecnologia para Construção e Mineração (Sobratema) divulgou seu mais recente levantamento sobre o setor, apontando estimativas sobre 2023 e previsões para 2024.
Após números históricos alcançados no ano passado, o Estudo Sobratema do Mercado Brasileiro de Equipamentos para Construção aponta uma retração de cerca de 13% na venda total de máquinas em 2023 (alcançando 52,4 mil unidades comercializadas, ante as 60,3 mil de 2022).
Desse total, estima-se uma queda de 21% em relação às máquinas de linha amarela (movimentação de terra), que incluem itens como escavadeiras hidráulicas, pás carregadeiras e retroescavadeiras. No entanto, quatro das nove categorias dessa linha obtiveram vendas positivas, como é o caso de caminhões fora de estrada (aumento de 117%), rolos compactadores (69% a mais) e minicarregadeiras (15%).
Já em relação à categoria "demais equipamentos", que avalia a venda de guindastes, compressores portáteis, plataformas elevatórias e equipamentos para concreto, dentre outros, o estudo prevê uma diminuição de 6% de unidades comercializadas (em torno de 7,4 mil). Mas há registros de crescimento de até 7% quando o assunto são caminhões rodoviários e tratores pesados de pneus demandados na construção.
De acordo com Mario Anibal Miranda, coordenador do Estudo de Mercado, as principais preocupações de construtoras, locadoras e dealers em 2023 têm a ver com a dificuldade de se obter crédito para investimento, além dos juros altos, da inflação e da política fiscal. "O setor tem comentado que os bancos têm exigido muitas garantias pra conceder crédito", afirma Miranda. "As empresas médias e pequenas têm encontrado muitas dificuldades, e isso se traduz em suas aquisições, elas caem, e, consequentemente, a gente acredita que as fábricas reduzem suas produções."
Eurimilson Daniel, vice-presidente da Sobratema, ressalta que a área de locação de equipamentos está em destaque, com grande potencial de ampliação no mercado, já que o locator ganha no investimento e no tempo, enquanto o construtor ganha na produção. "Vemos uma inteligência estratégica por parte dos usuários de máquinas, sobretudo as construtoras, que estão intercalando o uso de sua frota com a locação", avalia Daniel. "Por isso, o percentual de frota parada caiu para 19%, quando era de 57% em 2017."
Projeção do setor de equipamentos para 2024
O levantamento divulgado durante o 18º Tendências no Mercado da Construção mostra que 76% dos empresários que participaram do estudo estão otimistas para 2024, em relação ao mercado de máquinas. Para o setor da construção de modo geral, a expectativa é positiva para 54% dos entrevistados. Indo nessa direção, o estudo estima um crescimento nas vendas na ordem de 7% para o segmento de máquinas da linha amarela e de 6% para todo o setor de equipamentos.
Para o economista Luís Artur Nogueira, que participou do evento online realizado pela Sobratema, 2024 será um ano de transição para um novo ciclo de crescimento, previsto para 2025. Ele avalia que a demanda por máquinas deve ficar aquecida já no próximo ano, devido às obras de infraestrutura decorrentes de concessões e do PAC, da retomada do programa Minha Casa, Minha Vida e também da perspectiva de crescimento na área imobiliária, a partir da queda da taxa de juros. Nogueira prevê que a taxa Selic deve continuar caindo, podendo chegar a um número abaixo dos 10% em 2024 - dependendo do cumprimento ou não do novo arcabouço fiscal e dos desdobramentos da guerra entre Israel e Hamas.
Fontes
Associação Brasileira de Tecnologia para Construção e Mineração (Sobratema)
Jornalista responsável
Fabiana Seragusa
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A opinião dos entrevistados não reflete necessariamente a opinião da Cia. de Cimento Itambé.
Novo PAC recebe 1.395 propostas para contenção de encostas e drenagem urbana
Das 6.721 propostas recebidas pelo Ministério das Cidades durante o período de inscrições para o Novo PAC Seleções, 1.395 foram relacionadas a obras de contenção de encostas e de drenagem urbana.
De 9 de outubro a 12 de novembro, os projetos puderam ser enviados por meio da plataforma TransfereGov, tanto por estados e municípios quanto por consórcios públicos. O programa atua em dois eixos, Cidades Sustentáveis e Resilientes e Água para Todos, e abrange demandas e prioridades em diversas áreas, como abastecimento de água, esgotamento sanitário, resíduos sólidos e regularização fundiária.
Em relação à esfera denominada Prevenção a Desastres, o Novo PAC pretende proteger cidadãos que vivem em locais de alto risco. De acordo com dados divulgados pelo Governo, o Brasil registrou, apenas em 2022, mais de 12 milhões de pessoas afetadas por desastres que causaram perdas humanas, além de danos e prejuízos que ultrapassaram os R$ 15 bilhões.
Rodolfo Moura, diretor do Departamento de Mitigação e Prevenção de Risco da Secretaria Nacional de Periferias do Ministério da Cidade (MCid), ressalta a importância do investimento reservado para o segmento. "Uma das grandes inovações desse programa é justamente o valor disponível para as ações de prevenção, tanto para drenagem urbana quanto para contenção de encostas. Essas áreas não têm recursos dessa grandeza desde 2013. Então, isso é um marco", avalia, durante evento on-line sobre o tema, realizado pelo Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional (MIDR).
Das propostas recebidas, serão priorizadas obras de contenção de encostas e de drenagem urbana em municípios que apresentem eventos graves recorrentes e em áreas de risco - de acordo com a base de dados do Governo Federal, 702 municípios têm recorrência de deslizamentos de encostas. A previsão do Novo PAC é destinar para estas áreas cerca de R$ 6,4 bilhões, entre recursos do Orçamento Geral da União (OGU) e de financiamento.
De acordo com o programa, com a estabilização e contenção de encostas, é possível reduzir o risco de escorregamentos de terra sem a necessidade de remoção de um grande número de moradias, assim como as obras de drenagem protegem a população de inundações, enxurradas e alagamentos.
Flavio Augusto Modesto e Silva, diretor do Departamento de Repasses e Financiamento do MCid, destaca que as ações também preveem a retirada de famílias que vivem em áreas de risco e que diminuem o impacto no trânsito, além de buscarem medidas cada vez mais sustentáveis. "Os editais estão inseridos no eixo Cidades Sustentáveis e Resilientes, então, iremos dar prioridade a projetos que promovam a sustentabilidade em diversos aspectos."
Das propostas recebidas pelo Novo PAC Seleções, 839 foram para o setor de drenagem urbana, enquanto 556 estão relacionadas a contenção de encostas.
Fontes
Ministério das Cidades
Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional
Jornalista responsável
Fabiana Seragusa
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A opinião dos entrevistados não reflete necessariamente a opinião da Cia. de Cimento Itambé.
Traço Forte Concretos firma parceria com CarbonCure para produção de concreto com menor teor de carbono
Com 12 anos de atividades, a Traço Forte Concretos acaba de anunciar uma parceria com a empresa canadense CarbonCure Technologies para produção de concreto com menor teor de carbono emitido. O objetivo é incorporar a tecnologia em suas três centrais dosadoras, localizadas em São Ludgero, Imbituba e Içara, em Santa Catarina, e, assim, dar um importante passo rumo à sustentabilidade.
"A maior importância na utilização do sistema é poder contribuir com o meio ambiente, melhorando ainda mais a qualidade do produto final", afirma Cristian Vitoreti Fernandes, engenheiro responsável da Traço Forte Concretos. Ele conta ao Massa Cinzenta que o sistema está em fase de implantação e que a adaptação não exigirá grandes mudanças. "Ainda estamos no processo de montagem da estrutura, com previsão de início da utilização do sistema a partir de janeiro de 2024."
Segundo a Traço Forte Concretos, ser pioneira no Brasil ao adotar esta tecnologia significa não apenas promover uma iniciativa ecologicamente correta, mas também proporcionar um concreto mais durável, a longo prazo.
"Acreditamos ser de suma importância que as empresas trabalhem mais em busca da sustentabilidade, esse é o grande mal do futuro, a emissão de CO2", diz Vitoreti. "O mundo busca tecnologias para essa redução, com uma meta ousada de emissão zero até 2050. Porém, para que isso aconteça, cada um deverá fazer sua parte. Só assim teremos êxito nesta conquista."
Como funciona a tecnologia CarbonCure
A CarbonCure funciona pela injeção de dióxido de carbono (CO2) reciclado no concreto fresco durante a mistura. Ao entrar em contato com o produto, o CO2 sofre uma reação química e se converte em um mineral, o carbonato de cálcio, que torna o concreto mais resistente - as propriedades do concreto fresco e endurecido não são prejudicadas. Além disso, segundo a empresa, o que era CO2 é eliminado e nunca mais será liberado na atmosfera, mesmo que a estrutura seja demolida.
Daniel Aleixo, diretor de negócios para a América Latina da CarbonCure Technologies, explicou ao Massa Cinzenta que a empresa está presente em mais de 30 países, com 800 sistemas instalados e em fase de implementação. "A expansão internacional começou faz dois anos e no Brasil iniciamos os negócios esse ano. Nesse curto espaço de tempo, já temos 9 sistemas assinados, que estão em fase de validação, e outros 19 em fase final de negociação. Além de 84 adicionais para a América Latina que estão sendo negociados para 2024."
De acordo com Aleixo, quando uma empresa contrata a tecnologia, acontece a instalação de um tanque de CO2 e de duas caixas no local de trabalho: uma válvula de concreto e de dispensação do CO2 líquido e um PLC, que é o local de controle, o cérebro da operação. "Vale ressaltar que o CO2 injetado vem da produção de fertilizantes nitrogenados e/ou da indústria de fermentação, de onde são lançadas na atmosfera grandes quantidades de CO2 diariamente", afirma.
Ainda segundo a empresa, o software da caixa de controle se integra perfeitamente a todos os softwares de dosagem existentes, ou seja, seu uso não provoca nenhum impacto na dosagem nem no tempo do ciclo de carregamento, já que a atividade realizada é igual ao acréscimo de um aditivo comum.
Dados da CarbonCure Technologies indicam que, a cada metro cúbico de concreto produzido com a tecnologia, evita-se a entrada na atmosfera de uma média de 17 kg de emissões de CO2.
Fontes
Cristian Vitoreti, engenheiro responsável da Traço Forte
Daniel Aleixo, diretor de negócios para a América Latina da CarbonCure Technologies
Jornalista responsável
Fabiana Seragusa
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A opinião dos entrevistados não reflete necessariamente a opinião da Cia. de Cimento Itambé.