Atendimento médico melhora e chega ao canteiro de obras
Pesquisa mostra que empresas investem mais em saúde e trabalhadores da construção civil estão mais conscientes em prevenir doenças e acidentes
Pesquisa mostra que empresas investem mais em saúde e trabalhadores da construção civil estão mais conscientes em prevenir doenças e acidentes
Com base nas metodologias da Classificação Internacional de Doenças e Problemas Relacionados à Saúde (CID 10), estabelecida pela Organização Mundial de Saúde (OMS), o Seconci-SP (Serviço Social da Construção) avalia que trabalhadores do setor, com idade entre 40 anos e 59 anos, são os que ficam mais expostos a doenças adquiridas nos canteiros de obras.
Por outro lado, a amostragem revela que o atendimento médico está chegando com maior profusão e qualidade aos locais de trabalho. “Os dados refletem os investimentos que as empresas vêm fazendo nos últimos anos para oferecer atendimento qualificado de saúde aos seus funcionários”, explica Norma Araújo, superintendente do Iepac (Instituto de Ensino e Pesquisa Armênio Crestana) do Seconci-SP, e responsável pelo levantamento.
Entre os problemas que mais afetam os operários estão as doenças do sistema osteomuscular (lesões, torções ou fraturas por queda) e do tecido conjuntivo (doenças de pele, em sua maioria). São casos diretamente relacionados ao não-uso ou ao uso incorreto de EPI (Equipamentos de Proteção Individual).
Porém, a pesquisa também detectou um ponto positivo nos dados. Não são apenas trabalhadores acidentados que estão procurando atendimento médico. Cresceu os que buscam prevenir doenças. “Isso é fruto das campanhas de conscientização. São ações em que os médicos vão até o canteiro de obra e fornecem orientações. Isso desperta o interesse desse público por prevenção, visando mais qualidade de vida no longo prazo”, explica Norma Araújo.
No levantamento do Seconci-SP, cujos dados refletem uma tendência nacional, as funções que mais demandam exames são as ocupadas por serventes de obra e pedreiros. De 51.244 consultas pesquisadas, os serventes de obra responderam por 12,1% e os pedreiros por 9,4% dos atendimentos. Vale ressaltar que os números referem-se a trabalhadores que procuram consultórios, clínicas e hospitais que possuem convênios com o Seconci-SP, o qual concentra a base de dados da pesquisa.
Homens são maioria
Entre os problemas que mais levam a mão de obra da construção civil a buscar auxílio médico estão dores nas costas, nas juntas e inflamações de ombro e tendões, que correspondem a 30,1% dos casos. Já as doenças respiratórias, como faringites, amigdalites, sinusites, gripes e viroses, respondem por 12,8% dos atestados.
Sendo a maioria dos usuários trabalhadores da construção civil, os homens respondem pela maioria das consultas: 87,1% contra 12,9%. Já por faixa etária, os homens entre 40 e 49 anos são os que mais procuraram a assistência médica, com 28%, seguidos pelos mais velhos, entre 50 e 59 anos (24,4%). Na sequência, os com idade entre 30 a 39 anos (20,9%).
No caso das mulheres, a prevalência fica entre as pacientes de 18 a 29 anos (21,90%), seguidas pelas de 30 a 39 anos (12,9%) e 40 a 49 anos (11,5%). Norma Araújo salienta que a conscientização dos trabalhadores e o investimento das empresas em saúde resultam em mais produtividade e menos acidentes nos canteiros de obras.
Entrevistado
Seconci-SP (Serviço Social da Construção) (via assessoria de imprensa)
Contato: comunicacao@seconci-sp.org.br
Crédito Foto: Sinticompi
Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330
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