Indústria cria artefatos de concreto para parklets
Segmento de pré-fabricados projeta peças para espaços que estão transformando o urbanismo das grandes cidades, sobretudo nos EUA e na Europa
Segmento de pré-fabricados projeta peças para espaços que estão transformando o urbanismo das grandes cidades, sobretudo nos EUA e na Europa
Por: Altair Santos
A indústria de artefatos de cimento movimentou-se rapidamente para não perder terreno no mercado de parklets. Novos elementos do urbanismo das grandes cidades, esses espaços passaram a ocupar as vagas de estacionamento nas ruas. São áreas para encontros, leitura ou o ócio, normalmente localizadas perto de bares, restaurantes e livrarias. No começo, eram predominantemente construídos com madeira. Agora, começam a ser conquistados pelo concreto.
Já existem peças próprias para que sejam encaixadas umas nas outras e formem o parklet. Isso facilita a montagem, pois, em boa parte das localidades em que existem parklets, são grupos de pessoas que decidem construí-los, sem o apoio do poder público. Outra característica dos elementos em concreto pré-fabricado, especialmente projetados para parklets, é que as peças têm menor peso que as convencionais, o que facilita o transporte e a montagem. No caso dos parklets instalados em São Francisco, na Califórnia-EUA, foram usadas estruturas que utilizam concreto e EPS.
A montagem funciona como um quebra-cabeça. Depois de pronto, o material recebe um impermeabilizante para resistir à chuva e às infiltrações. O escritório de arquitetura californiano Síol Studio foi o primeiro a projetar um parklet em concreto. No começo, a encomenda surpreendeu a indústria de artefatos, dizem os arquitetos Jessica Weigley e Kevin Hackett, que idealizaram a estrutura. “O formato escultural em camadas permite vários níveis para que as pessoas sentem”, diz Hackett.
Ideia se espalha pelo mundo
A primeira peça, projetada em 2012, custou 25 mil dólares e foi financiada pelo Chase Bank, que tinha uma filial do outro lado da rua em que o parklet foi montado. Hoje, espalhados nos Estados Unidos, já há mais de 50 com o mesmo modelo. Cidades como Nova York, Miami, Filadélfia, Oakland, Long Beach, Chicago e Los Angeles importaram a ideia. Fora dos EUA, Vancouver, no Canadá, Barcelona, na Espanha, e Frankfurt, na Alemanha, também adotaram parklets em concreto.
São Francisco, no entanto, é imbatível. A cidade onde nasceu o conceito de parklet, em 2005, já conta com 60 espaços, seja em concreto, madeira ou outros materiais, como a fusão do concreto com o bambu. A ponto de a prefeitura da cidade ter criado um grupo de design de parklets dentro de seu departamento de planejamento. “Os parklets transformam a cena urbana, sem criar dificuldades”, afirma David Alumbaugh, diretor do grupo de design da cidade. São Francisco criou um sistema de licença anual para os parklets. “É uma oportunidade para que possamos dizer: vamos tentar. Se não funcionar em determinado local, podemos tirá-lo e transferi-lo para outro lugar”, completa Alumbaugh.
Entrevistados
Arquitetos Jessica Weigley e Kevin Hackett, do escritório Síol Studio (via assessoria de imprensa)
Prefeitura de São Francisco, na Califórnia-EUA (via assessoria de imprensa)
Contatos
info@siolstudios.com
City.Hall.Building.Management@sfgov.org
Créditos Fotos: Divulgação/SiolStudio
Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330
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