Arquitetura para idosos deve seguir desenho universal

Hoje, 14,7% da população brasileira é de pessoas com 60 anos ou mais

Ambientes para idosos devem conter pisos antiderrapantes, sem desníveis, portas com soleiras inclinadas e janelas e guarda-corpo mais altos. Crédito: Envato

Pessoas com 60 anos ou mais representam 14,7% da população residente no Brasil em 2021, segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua). Em números absolutos, isto representa 31,23 milhões de pessoas. E esse número vem crescendo de forma cada vez mais rápida – só para ter uma ideia, no censo realizado em 2000 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 6,8% da população tinha mais de 60 anos. 

Consequentemente, cada vez mais a arquitetura e o urbanismo têm se preocupado em criar ambientes acessíveis para a terceira idade. 

Arquitetura: como criar ambientes inclusivos para idosos?

Na opinião de Patricia Melasso Garcia, professora do curso de Arquitetura e Urbanismo do Centro Universitário do Distrito Federal (UDF), um cômodo direcionado para idosos deve incluir todas as idades – a não ser que a norma estabeleça regramentos próprios em função do uso. 

“É o que chamamos de ‘desenho universal’. Em outras palavras, a arquitetura deve ser inclusiva e adaptar-se a todas as gerações. É de extrema importância que haja boa acessibilidade, como uso de rampas e leves inclinações nos passeios e deslocamentos. Assim como portas e espaços que permitam o giro de uma cadeira de rodas e mobiliário de altura acessível à condição do usuário. Sinalização visual em tamanho grande também é importante, como torneiras e registros com movimentação simples para abertura e fechamento”, explica Patricia.  

Um projeto de residência ou ambiente para idosos deve conter pisos antiderrapantes e sem desníveis que impeçam o deslizamento dos pés devem ser escolhidos, segundo Patricia. Além disso, o ideal é aderir a portas com soleiras inclinadas e não degraus, além de janelas e guarda-corpo mais altos que impeçam a queda. Corrimãos duplos, em alturas suficientes para a boa empunhadura são uma boa escolha.  

 “Espaços com possibilidade de alteração de temperatura a depender da necessidade do idoso são ótimas opções. Se possível, quartos que permitam camas para assistência física e médica. O ambiente estar arejado, iluminado, revestido e com cores estimulantes – algo que faz toda a diferença. Outro artifício para facilitar a vida do idoso é utilizar armários e gavetas suspensos na altura do tronco, para que não seja necessário se abaixar ao pegar objetos”, pontua Patricia.  

A professora listou dicas para que espaços sejam mais acessíveis aos idosos:  

  • Aumento de portas de salas, quartos e banheiros;  
  • Aumento da largura dos boxes;  
  • Inversão do sentido das portas para fora;  
  • Troca de piso das residências para pisos antiderrapantes;  
  • Substituição da banheira por assentos ou cadeiras de banhos nos boxes;  
  • Instalação de pequenas rampas junto a degraus e escadas ou elevadores pequenos quando a habitação comporta.  

 Urbanismo inclusivo

De acordo com o guia da Organização Mundial de Saúde (OMS), “Measuring The Age-Friendliness Of Cities” (em tradução livre seria algo como “Mensuração da Adequação aos Idosos das Cidades”), uma “cidade amiga do idoso” é composta por um ambiente comunitário acessível que otimiza as oportunidades de saúde, participação e segurança para todas as pessoas, para que a qualidade de vida e a dignidade sejam asseguradas à medida que as pessoas envelhecem.

Neste documento, para avaliar a acessibilidade de uma cidade, são levados em consideração os seguintes aspectos:

  • Planejamento e uso da terra;
  • Projeto de espaços e edifícios; 
  • Projeto de habitação & opções de custo;
  • Transporte;
  • Projeto;
  • Capacidade de caminhar sem obstáculos;
  • Acessibilidade de espaços públicos, edifícios e transporte;
  • Acessibilidade de habitação;
  • Segurança.

Fonte
Patricia Melasso Garcia é professora do curso de Arquitetura e Urbanismo do Centro Universitário do Distrito Federal (UDF)

Contato
Assessoria de imprensa – carlos@vetor.am

Jornalista responsável
Marina Pastore
DRT 48378/SP



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